O parlamentar ficará à frente da Secretaria-Geral da Presidência da República
por
Marcelo Barbosa P.
Marcela Rocha
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31/10/2025 - 12h

Oficialmente em licença do cargo de deputado federal, Guilherme Boulos tomou posse no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (29), como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, pasta responsável pela relação do governo federal com os movimentos sociais.

Convidado pelo presidente Lula para assumir o cargo, Boulos irá substituir Márcio Macêdo, que deixou a função para concorrer a uma vaga de deputado federal após permanecer no posto por 2 anos e 9 meses.

Diante do interesse de Macêdo em sair para tentar uma cadeira no Congresso, Lula viu em Boulos a oportunidade de se aproximar das associações sociais pela sua trajetória como membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), organização que reivindica o direito à moradia.

Após o anúncio da substituição da chefia da pasta na última segunda-feira (20), Guilherme Boulos publicou nas redes sociais o agradecimento ao presidente Lula pelo convite, informando que sua principal missão será “ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”.

 

Reprodução: Valter Campanato/Agência Brasil | Boulos e Lula na posse do novo ministro
Boulos e Lula na posse. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Reconhecido pela luta ao lado dos sem-teto, Boulos é alvo de ataques de concorrentes políticos, fato que ficou ainda mais evidente na última eleição municipal de 2024. Em debate promovido pela TV Gazeta, o então candidato – e atual prefeito de São Paulo – Ricardo Nunes, utilizou este rótulo com grande ênfase, chamando Boulos de “bandidinho, invasor e sem-vergonha”.

Durante discurso na cerimônia de posse, Lula pediu a Boulos para que “rode” o Brasil e fortaleça junto a organizações e movimentos sociais, temas como o fim da escala 6x1, a participação popular nas questões orçamentárias e direitos dos trabalhadores informais.

“Aqui a missão que eu vou ter é dialogar com todo mundo. (...) A gente sabe que as políticas que mudam pessoas não nascem só nos palácios e nos gabinetes. Elas nascem do povo, dos territórios populares. Elas nascem das ruas” afirmou Boulos em concordância ao pedido de Lula para popularizar as pautas.

 

por
Rafael Pessoa
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31/10/2025 - 12h
Charge de um policial varrendo balas para de baixo da calçada

 

por
Rafael Pessoa
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29/10/2025 - 12h
Charge dO presidente Donald Trump desejando feliz aniversario a Lula enquanto dois balões, representando Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro reagem a cena

 

Coletivos estudantis, sindicatos e civis se organizam para impedir que o projeto de lei avance
por
Iasmim Silva
Maria Luiza Reining
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23/10/2025 - 12h

No dia 21 de setembro, as principais capitais do país amanheceram tomadas por cartazes, faixas e gritos de protesto. Em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e outras cidades, milhares de pessoas se reúnem contra a chamada PEC da Blindagem, proposta de emenda constitucional que restringe investigações e punições a parlamentares, exigindo autorização prévia das Casas Legislativas para o avanço de ações penais. A medida, vista como um retrocesso por juristas e movimentos civis, é o estopim de uma mobilização que, embora diversa, encontra na defesa da transparência um ponto em comum.

Na Avenida Paulista, o asfalto volta a se transformar em um grande espaço de convergência política. Bastam alguns minutos observando a saída da estação Trianon-Masp para visualizar que ali estavam diversos grupos reunidos, como estudantes, professores, aposentados, artistas, advogados, sindicalistas e civis misturados entre bandeiras coloridas e faixas com dizeres diretos: “Quem é inocente pede justiça, não anistia” e “A justiça é igual para todos, PEC da Blindagem não”. Entre os rostos pintados e cartazes improvisados, a foto do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, estampa o rótulo de “inimigo do povo”.

O clima é de cansaço e indignação, não apenas com o texto da PEC, mas com a percepção de que a proposta amplia privilégios e dificulta a responsabilização de agentes públicos. Luiz Biella Jr., advogado de 63 anos, e Andrea Amaral Biella, educadora museal de 53, participam do ato e afirmam que vieram por indignação com o projeto. “Outras pautas horrorosas até vinham passando, mas essa é o limite. É preciso dar um grito para ver se sensibiliza os deputados. Na próxima eleição, é fundamental lembrar disso. Esse retrocesso é horroroso”, dizem.

Homem de vermelho
Manifestante em frente ao MASP. Foto: Iasmim Silva/AGEMT.

Grupos de jovens ligados a coletivos estudantis distribuem panfletos que explicam os impactos da proposta. Se aprovada, a PEC impediria que investigações contra deputados e senadores avançarem sem autorização das próprias Casas Legislativas, o que, segundo especialistas, criaria uma barreira de proteção política e dificulta o combate à corrupção.

O protesto começou de forma pacífica por volta das 14 horas e ganhou corpo ao longo da tarde. Ao som de tambores e palavras de ordem, a manifestação ocupava a Avenida Paulista em direção ao MASP. Organizações civis estimam cerca de 80 mil participantes, número contestado pela Secretaria de Segurança Pública, que aponta 35 mil. Em Brasília, a concentração foi na Esplanada dos Ministérios, com presença de sindicatos e entidades de classe.

Entre os manifestantes, o designer gráfico Érico Prado Martins, de 49 anos, diz que o protesto representa uma resposta da população. “É uma forma de se revoltar contra um sistema que engana o povo. Colocam PECs e projetos de anistia enquanto ignoram o que realmente importa. Se a gente não protesta, eles passam tudo por cima da gente”, afirmou.

Nas redes sociais, hashtags como #PECdaVergonha e #TransparênciaJá alcançaram o topo dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter). O Monitor de Debate Político, grupo de pesquisa da USP, registrou picos de interação durante a manhã e o início da tarde, indicando grande engajamento digital em torno da pauta. A pesquisadora do Monitor, Roberta Lima, avalia que o movimento demonstra um interesse crescente de jovens em temas ligados à ética e à responsabilidade política. Segundo ela, “o engajamento aconteceu tanto de forma presencial quanto digital, refletindo uma disposição em participar do debate público e acompanhar de perto as decisões que afetam o funcionamento das instituições”.

A manifestação ocorre em um contexto de instabilidade política, impulsionado por disputas internas no Congresso e pelo debate sobre o projeto de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. A repórter Ana Clara Costa, apresentadora do podcast Foro de Teresina da revista piauí, especializada em cobertura política de esquerda, aponta que a PEC da Blindagem surgiu como parte de uma negociação entre o PL e o Centrão para garantir proteção parlamentar e apoio à proposta de anistia de Jair Bolsonaro. Segundo Ana, a PEC não é apenas uma tentativa de autoproteção política, mas parte de um jogo de chantagens e barganhas que expõe a fragilidade ética do Congresso.

Grupo de alunos da USP com cartazes de protesto
Alunos do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP. Foto: Maria Luiz Reining/AGEMT.

Cartazes e discursos também faziam referência à anistia, com críticas à tentativa de flexibilizar punições e proteger figuras públicas. Em várias capitais, manifestantes exibiam faixas com os dizeres “Blindagem é impunidade disfarçada” e “Anistia é o nome novo do perdão seletivo”.

Embora não tenha alcançado o tamanho de protestos anteriores, como os de 2013, o ato do dia 21 é considerado expressivo por entidades civis. A mobilização nacional pressiona o Congresso a rever o texto da proposta e reforça o debate sobre a necessidade de garantir mecanismos de fiscalização e responsabilização no exercício de mandatos parlamentares.

Projeto transforma pugilismo em ferramenta anti-opressão e oportunidade de profissionalização para jovens de periferias
por
Sophia Coccetrone
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23/10/2025 - 12h

Boxe Autônomo é um coletivo fundado na capital paulistas em 2015 por Breno Macedo, treinador do projeto e Mestre em História pela USP juntamente com Raphael Piva, instrutor do projeto e Mestre em Antropologia Social pela USP, que também esteve presente no time de futebol amador Autônomos F.C., clube de viés libertário fundado por jovens punks em 2006. É um projeto social e esportivo que busca a utilidade do boxe para autodefesa de grupos oprimidos (mulheres, LGBTs, negros, imigrantes...) ao mesmo tempo que constrói carreiras promissoras para jovens atletas que buscam uma vida melhor de suas famílias através do esporte. O projeto conta com a coordenação e treinamento por Michel de Paula Soares, conhecido como "Micha". O treinador possui doutorado em Antropologia Social pela USP e busca relacionar o boxe como um fenômeno social no Brasil, marginalizado e muitas vezes considerado "luta de cadeia".

Inicialmente, o projeto utilizou a Ocupação Leila Khaled – onde vivem diversos refugiados de guerras originários da Síria e Palestina – para seus treinos, posteriormente, passou pela Favela do Moinho e outros espaços para a divulgação e sustentação do coletivo. Dessa forma, Boxe Autônomo conseguiu criar sua comunidade em São Paulo, atingindo camadas sociais mais necessitadas. Um exemplo é o jovem baiano Kelvy Alecrim, de 19 anos, que conheceu o boxe através das atuações na Favela do Moinho, onde o atleta reside. Kelvy atingiu o tricampeonato brasileiro (2019, 2021, 2023), atuou em Jogos Escolares na França (2022) e conquistou a medalha de bronze na Copa Mundial Juvenil em Montenegro (2023). Segundo ele, nunca havia pensado em praticar a arte marcial antes do contato com o projeto, e a democratização do esporte através dos treinos em comunidades e ocupações o fortaleceu para seguir sua carreira. 

Atualmente, os treinos do Boxe Autônomo acontecem na Casa do Povo, localizada no Bom Retiro, região central de São Paulo, contando com eventos de treinos abertos, almoços coletivos, palestras e atividades artísticas, sempre reforçando seu caráter político-cultural, um dos pilares do coletivo. É importante lembrar que estamos falando de uma área esportiva dominada pelo pensamento conservador e reacionário, principalmente popularizado por grandes estrelas como José Aldo, Rodrigo Minotauro, Wanderlei Silva, Fabrício Werdum e outros nomes do MMA apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Caio César, aluno do Boxe Autônomo e ativista político, diz: “As lutas não podem ficar somente nas mãos daqueles que desejam oprimir (...) Não é inteligente pensar em uma esquerda pacífica e reativa, enquanto nós estamos sem nos proteger, há sempre um extremista de direita que está usando a violência livremente. (...) É claro, não podemos utilizar as artes marciais ou qualquer meio de defesa para causar o mal, mas não podemos ficar parados. É essencial manter as armas e as lutas nas mãos de pessoas inteligentes e preparadas, pois já há gente ignorante e conservadora demais com esses poderes nas mãos.” 

Caio, aluno do Boxe Autônomo, utilizando seu colar com pingente em formato do território Palestino: "A gente se posiciona até nos mínimos detalhes."
Caio César, aluno do Boxe Autônomo, utilizando seu colar com pingente em formato do território Palestino: "A gente se posiciona até nos mínimos detalhes." Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT 

Entre as principais bandeiras do Boxe Autônomo estão: o antifascismo, como o principal pilar e estrutura do pensamento dos atletas e ativistas, anti-imperialismo, com forte solidariedade à pauta palestina e a denúncia ao genocídio na Faixa de Gaza, antirracismo, antimisoginia, com ênfase ao combate ao preconceito sobre os esportes de combate femininos e a exaltação da autodefesa da mulher contra potenciais agressores e apoio aos movimentos dos Sem Terra e Sem Teto. Inclusive, o coletivo é parceiro do Boxe Sem Teto e Centro Social e Desportivo Estrela Vermelha, movimentos que também abraçam a pauta do anti-reacionarismo e a luta combativa em meio às artes marciais.

O grupo de alunos é diverso, contando com todas as faixas etárias e origens ou nacionalidades. Durante o treinamento aberto, um aluno holandês se comunicava com os brasileiros a partir de seu amor pelo boxe e seu esforçado português. Ele conta que começou a prática das artes marciais pelo Kickboxing na Holanda, e que sua namorada brasileira o apresentou ao Boxe Autônomo. Durante o treino, ostentava seu apoio solidário à população palestina, através de sua camisa de treino. 

Aluno holandês utilizando camisa do Palestino, clube de futebol chileno fundado por imigrantes palestinos. Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT
Aluno holandês utilizando camisa do Palestino, clube de futebol chileno fundado por imigrantes palestinos. Foto: Sophia Coccetrone/AGEMT

 

Os treinos do Boxe Autônomo estão disponíveis de segunda à quinta-feira das 18h30 às 19h e aos sábados às 10h30. Os atletas colaboram com um valor fixo mensal, mas para os mais necessitados é ofertado bolsas. 

Candidata do PDT tem 44 anos e é a atual vice prefeita de Salvador.
por
Gabriella Maya
Murari Vitorino
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09/08/2022 - 12h

 

Em Brasília, o Partido dos Trabalhadores (PDT), anunciou a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, como candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes. Com 44 anos, Ana Paula é advogada e funcionária concursada da Petrobras. Tem pós-graduação em finanças e mestrado em administração. 

 

O anúncio foi feito na sede do PDT em Brasília, no dia 5 de agosto. Estavam presentes o presidente do partido, Carlos Lupi, o candidato à Presidência, Ciro Gomes, e a agora candidata a vice. Ciro destacou o papel de Ana Paula na luta contra a discriminação.

 

“Nós estamos escolhendo uma mulher negra, de origem humilde. Ela transformou o seu esforço, a sua luta, o valor que ela dá ao trabalho, o seu esforço contra tudo e contra todos, numa sociedade que discrimina de verdade, seja por machismo estrutural, seja por racismo estrutural. Ela é uma vencedora”, disse Ciro Gomes.

 

Ana Paula começou na vida pública em 2013, como diretora-geral de Educação na prefeitura de Salvador. Foi secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza e secretária de Governo da capital baiana. Em 2020, se filiou ao PDT, seu único partido, e foi eleita vice-prefeita de Salvador na chapa com Bruno Reis, do Democratas.

 

Mais uma vez, o PDT vai para a disputa presidencial com uma chapa pura, formada apenas por pessoas do partido. A decisão mostra uma dificuldade de Ciro Gomes em atrair outros apoiadores.

 

“Ana Paula vem para me ajudar a coordenar o programa de governo, para circular o país representando uma enorme fidelidade por si mesma e pela estreita confiança que eu tenho na capacidade que ela tem (...), mas vem especialmente para me ajudar a fazer do meu governo um governo feminino“, expôs Ciro Gomes.

Durante a Etapa Nacional da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde o petista falou sobre a importância de melhorias no setor da saúde
por
Letícia Coimbra
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08/08/2022 - 12h

Na última sexta-feira (5 de agosto), Dia Nacional da Saúde,  aconteceu a Etapa Nacional da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, na cidade de São Paulo. O evento organizado pela Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e outras entidades de saúde coletiva, que propõe melhorias na política de saúde contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu uma Carta Compromisso pelo SUS e pelo Fortalecimento do SUS do movimento Frente pela Vida.

O ex-presidente ressaltou a importância do debate para haver melhorias nas políticas do governo e fez uma divisão da saúde pública em dois momentos: um anterior à pandemia e outro após. Além disso, teceu elogios à classe, ressaltando o êxito dos trabalhadores da área durante a pandemia da covid-19, apesar do esforço do presidente Jair Bolsonaro (PL) em negar a magnitude da doença e ajudar o setor, pedindo uma reestruturação do programa nacional de imunização.

 

Foto: Gabriela Figueiredo
Foto: Gabriela Figueiredo

“E é por conta disso que nós precisamos, neste instante, fazer muitas lutas e muitas para que a gente coloque o (SUS) no patamar em que ele precisa estar”, disse com veemência, lembrando que o sistema é referência mundial.

O petista também relacionou saúde com a promoção de qualidade de vida, falando sobre a necessidade de garantir acesso aos serviços de “saúde, mas priorizando também o direito à alimentação de qualidade, moradia, transporte, renda, educação e lazer”. 

“Nós não podemos continuar usando a palavra ‘gasto’ quando se trata de cuidar da saúde do povo brasileiro, é um equívoco”, afirmou. “A gente tem que avaliar quanto custa para um país uma pessoa saudável [...], a capacidade produtiva e a capacidade intelectual cresce muito, e se cresce muito, melhora a capacidade produtiva do país, o país ganha com isso. Não é possível então que a gente trate a questão da saúde e a educação como gasto.”

Durante seu discurso, deu destaque ao fato das populações pobres e negras serem as que mais sofrem com a falta de políticas no setor. “Sem isso a gente não pode falar de saúde, e nesse instante, com o povo na fila do osso, da carcaça de frango, e com 125 milhões de pessoas não podendo comer proteínas”, disse, afirmando a necessidade de fortalecer o sistema de saúde para controlar o índice de insegurança alimentar e frisou que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

“O problema da fome no Brasil não é falta de produção, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país, que não tem sentimento contra a fome”

O petista enfatizou sua experiência governando o país e a de Geraldo Alckmin (PSD) governando São Paulo. “Não falta ao presidente e ao vice experiência para tentar tirar esse país do lamaçal em que ele se encontra e colocar esse país outra vez no berço da democracia”.

O petista também afirmou ter “muita energia” para fazer mais do que foi feito durante suas duas gestões e falou contra o teto de gastos. “Não espere de mim ficar chorando que não tem dinheiro, nós vamos ter que arrumar dinheiro[...] não terá teto de gastos em lei no nosso país”, reforçou.

Por fim, Lula se comprometeu a fortalecer o Prouni, Fies e a acatar as críticas da população.

“Vocês estejam vigilantes, porque eu não acredito em governo que dê certo se o povo não estiver cobrando. Eu quero, pela nossa amizade, dizer a vocês: eu não quero vocês deixando de criticar o governo quando ele erra [...] os governantes não podem ver a crítica como ofensa, a crítica é um direito democrático”, disse. “Se preparem, porque vocês irão ajudar a gente a governar.”

 

Propostas de políticas na área da saúde

Senador Humberto Costa - Foto: Reprodução/PT
Senador Humberto Costa - Foto: Reprodução/PT

Representando a aliança de partidos que apoiam o ex-presidente Lula (PT, PSB, PCdoB, PSOL, SOLIDARIEDADE, REDE, PV, Avante), o senador Humberto Costa (PT) relembrou a política adotada pelo governo Lula durante a pandemia do h1n1 entre 2009  e 2010, que vacinou 80 milhões de pessoas em apenas três meses, e assumiu o compromisso de elevar o índice de imunização infantil.

“É uma vergonha que o brasil tenha o melhor programa mundial de imunização e hoje o bolsonaro deixou que a cobertura vacinal caísse para índices inaceitáveis”

Costa afirmou que a covid foi apenas uma de uma série de emergências sanitárias que devem voltar ao nosso país e salientou a necessidade de montar um sistema nacional que trabalhe um acompanhamento permanente. 

Segundo ele, as propostas de políticas na área de saúde serão divididas em cinco eixos.


Saúde como direito

Acesso universal, aumentando o financiamento da área da saúde e resgatando o papel do Brasil na área da saúde, levando o país de volta ao protagonismo nesse meio.

Articulação das redes considerando integralidade e equidade 

Continuação do programa de saúde à família, retomada do programa Brasil Sorridente - programa de ações em saúde bucal desmontado por Bolsonaro - garantia do programa Mais Médicos em áreas mais remotas, aumento do índice de imunização infantil, aumento de atenção às doenças crônicas e cardiovasculares, criação de um sistema nacional que acompanhe pessoas que tiveram covid e ficaram com sequelas, assistência à saúde mental que garanta a "atenção com liberdade, respeito aos direitos humanos" e retomada da farmácia popular

Complexo econômico industrial da saúde 

Conciliação de saúde com desenvolvimento econômico e fortalecimento dos laboratórios públicos.

Gestão compartilhada e controle social do SUS

 Participação popular

Gestão do trabalho e a educação em saúde 

Desprivatização da gestão da saúde

Ex-prefeito de Belo Horizonte foi oficializado pelo PSD como candidato a ocupar o Palácio Tiradentes.
por
Camilo Mota
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08/08/2022 - 12h

O ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Clube Atlético Mineiro Alexandre Kalil, teve nome confirmado pelo PSD na manhã do dia 24 de julho, durante convenção partidária, que ocorreu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

André Quintão (PT) foi confirmado vice da chapa por Reginaldo Lopes, líder do partido na Câmara dos Deputados, em maio e oficializado na convenção.

Kalil, belo-horizontino, interrompeu o curso de engenharia civil e entrou nos negócios da família, para a Erkal Engenharia. A empresa teve falência decretada em 2016 e inapta desde abril do ano passado. Foi presidente do Atlético de 2008 a 2011.

Foi registrado candidato como deputado estadual pelo PSB em 2014, porém desistiu logo após a morte de Eduardo Campos - candidato à presidência da república pelo partido, que morreu com a queda do jato que o levava do Rio de Janeiro ao Guarujá, em agosto daquele ano. Concorreu à prefeitura de Belo Horizonte em 2016 pelo PHS com Paulo Lamac (Rede) como vice. Foi reeleito em primeiro turno pelo PSD em 2020. Renunciou em março para concorrer ao governo do estado.

O então prefeito conseguiu aprovar o Plano Diretor pendente desde 2015 após articulação. Durante a pandemia, Kalil adotou medidas de isolamento e suspensão de atividades não essenciais na capital mineira, em oposição ao governo mineiro, que não se prontificou a adotá-las, em concordância e proximidade com o governo Jair Bolsonaro. Em junho, o Tribunal de Contas do Estado aprovou as contas da Prefeitura de Belo Horizonte referentes a 2019, após contestação do Ministério Público.

O atual candidato tem o apoio do ex-presidente Lula, com quem já esteve em palanque em agenda no estado.

Convites a chefes de estado estrangeiros, indicação ao STJ, negação de arquivamento de inquéritos e entrevista confirmada no Jornal Nacional.
por
Artur dos Santos
Fernanda Querne
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05/08/2022 - 12h

A campanha de reeleição do atual presidente Jair Messias Bolsonaro realizou movimentos que visaram minimizar os efeitos gerados pela “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!” no Brasil nos últimos dias. O candidato do Partido Liberal (PL) ainda recusou participar de encontros com empresários no próximo dia 11 - no qual a carta será lida - além de um jantar na Fiesp no mesmo dia. 

Os esforços também foram direcionados ao bicentenário da independência, o qual está sendo usado por Bolsonaro para engajar seu eleitorado, o que consequentemente aumenta os rumores de autogolpe. Na segunda-feira, inclusive, convidou chefes de estado estrangeiros e lusófonos a comparecer ao ato. 

Já na terça-feira, o atual presidente indicou Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues - juízes federais de segunda instância - para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ação que representa uma derrota do Ministro Gilmar Mendes. Na quarta-feira (3), Bolsonaro afirmou ser alvo de inquéritos os quais poderiam prender não só a ele, como aos seus filhos também. Em seguida, confirmou a sua presença no desfile do Comando Militar do Leste e do Ministério da Defesa no Rio de Janeiro, e, no dia seguinte, além de sancionar o piso salarial dos enfermeiros, técnicos, parteiros e auxiliares de enfermagem - a dois meses das eleições - exclamou que está sofrendo chantagem por indicações  de ministros do STF e STJ.

Nesta sexta- feira (5), Jair Bolsonaro lamentou a morte do apresentador Jô Soares, mesmo notificando as suas divergências ideológicas; o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de arquivar os inquéritos que perpetuam uma intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal, e, por fim, o presidente confirmou a entrevista para o Jornal Nacional que será realizada no dia 22/08 (segunda-feira).

 

Com o jingle, 'Não é direita nem esquerda. É para frente que eu vou', candidato está em terceiro nas pesquisas, afirmando ser uma opção frente aos petistas e bolsonaristas.
por
Maiara Yokota
Rafaela Reis Serra
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04/08/2022 - 12h

A candidatura do atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), foi oficializada neste sábado, 30, no Ginásio do Ibirapuera, para concorrer à reeleição ao cargo de Governador de São Paulo para os próximos quatro anos. Atualmente Garcia ainda cumpre o seu mandato que encerra no dia 31/12 deste ano.

Apenas nesta quarta foi apresentado o vice para a chapa: Geninho Zuliani, do União Brasil (UNIÃO). Alguns nomes eram cotados como candidatos para assumir esta vaga como do deputado Alexandre Leite, vice Presidente Nacional e também Presidente do União Brasil em São Paulo; Antônio Rueda (UNIÃO); o ex-secretário de saúde da capital paulista Edson Aparecido (MDB); o ex-ministro da fazenda, Henrique Meirelles e João Doria.

Zuliani e Garcia fizeram parte do Democratas (DEM), que atualmente fundiu-se ao Partido Social Liberal (PSL) para formação do União Brasil. O nome de vice era disputado entre os partidos União e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

No dia 13, Garcia participou de um encontro com empresários da capital de São Paulo e deixou um recado referente a situação econômica do estado paulista e de toda a região do Sudeste: “Manter o que nós conquistamos não é coisa fácil. Precisa ter responsabilidade, precisa ter equipe e acima de tudo conhecer; precisa ter vivido tudo isso para não tomar a decisão errada”. O candidato impôs uma crítica às atitudes fiscais adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro e por fim afirmou a lei eleitoral foi desrespeitada através do rompimento com a emenda à instituição do teto de gastos e por meio da aprovação da atual reforma tributária, a “PEC Kamikaze”.

Já no dia 21, o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) viajou até a cidade do interior de São Paulo, Presidente Prudente, com a finalidade de regulamentar uma lei que permite a transferência de terras ao estado para os produtores rurais. Neste mesmo dia houve a inauguração de uma arena esportiva na Zona Oeste de Franca e a inauguração que ocorreu no Residencial Palermo se converteu em reunião pública dos moradores da cidade, que se manifestaram a favor de Rodrigo Garcia como governador.

Diante de sua candidatura no dia 30/07 o ex-governador João Doria, cujo cargo foi ocupado por Garcia, não compareceu ao evento de oficialização de sua candidatura, devido a sua presença em uma convenção realizada nos EUA, no mesmo dia. Neste dia Garcia discursou sobre seus concorrentes para o cargo de governador:

Meus adversários estão vindo para dividir o Estado. Um desses teve oportunidade governar essa cidade, mas depois na sua avaliação tomou cartão vermelho. O Datafolha determinou que aquela gestão foi uma das piores. Meu adversário teve a proeza de fazer com que filas e creches aumentassem em São Paulo”, referindo ao ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

O outro chegou agora, caiu de paraquedas para defender interesses, não de São Paulo, mas de um grupo político. Quer fazer de São Paulo um parque de diversão de presidente da República. Aqui, não. Não venha falar mal de São Paulo”, diz o governador sobre o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Rodrigo Garcia é advogado e empresário de 48 anos, natural do interior paulista e filiado ao PSDB. Ele foi presidente da Assembleia Legislativa no período de 2005 a 2007 e também foi vice-governador na gestão de João Doria, assumindo como o atual governador devido à renúncia de Doria. 

O candidato ocupa o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto e conta com apoio do Partido Progressista (PP), Solidariedade, Patriotas, Cidadania, União Brasil, Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Avante e Partido Republicano da Ordem Social (PROS).