Acusados de colaborarem com 'trabalho forçado do regime cubano', servidores do programa têm vistos revogados
por
Victória Rodrigues
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18/08/2025 - 12h

 

O governo Trump revogou na última quarta-feira (13) os vistos de  dois brasileiros, que participaram da criação do Programa Mais Médicos em 2013. Mozart Júlio Tabosa, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro, foram os alvos das sanções.

Em nota divulgada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a justificativa apresentada foi que ambos teriam colaborado para um “esquema coercitivo de exportação de mão de obra” do governo cubano através do programa Mais Médicos, privilegiando o governo de Cuba às custas dos profissionais da saúde e cidadãos do país. 

O programa Mais Médicos foi uma iniciativa criada no governo de Dilma Rousseff, a fim de levar atendimento médico à áreas remotas e com maior vulnerabilidade. Dentro do programa, podem participar tanto profissionais brasileiros quanto estrangeiros, desde que cumpram com as exigências propostas, como formação com diploma e registro profissional. 

Entre 2013 e 2018 foram contratados profissionais cubanos, com uma parceria intermediada pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). Nesse acordo, os participantes recebiam 30% do valor de sua remuneração, que na época chegava a 10 mil reais, os outros 70% eram destinados ao governo de Cuba.

Em 2015, o Mais Médicos, contava com cerca de 14 mil profissionais, dos quais 11,4 mil eram cubanos. No entanto, em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, a parceria foi encerrada. 

Segundo Marco Rubio, secretário do Departamento de Estado estadunidense, as contratações para o programa não cumpriam a regulamentação impostas pelo próprio governo brasileiro. Também acusou o programa de contornar as sanções dos EUA contra Cuba. 

Rubio ainda justificou as medidas dizendo que o regime cubano estava exportando seus médicos para trabalhar de forma forçada e com isso estava deixando de cuidar da saúde de seus próprios cidadãos. “Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais”.

Além do Brasil, autoridades de países africanos, Cuba e Granada também foram alvos das restrições de vistos por cooperarem com o programa Mais Médicos.

Bruno Rodríguez, Ministro de Relações Exteriores de Cuba, criticou a decisão do governo dos EUA. “Isso mostra imposição e adesão à força como nova doutrina de política exterior a esse governo", disse. Também afirmou que Cuba continuará enviando médicos em missões à outros países. 

Nas redes sociais, Mozart Júlio Tabosa defendeu o programa de saúde, e manifestou sua insatisfação com a situação: "Essa sanção injusta não tira minha certeza de que o Mais Médicos é um programa que defende a vida e representa a essência do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo - universal, integral e gratuito".

Essa decisão do governo de Donald Trump segue uma sequência de retaliações contra o Brasil. Desde o mês de julho, o país recebeu taxações em produtos exportados e sanções contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

Presidente estadunidense evita divulgação da lista de Epstein e população levanta possibilidade de seu nome estar nela
por
Daniella Ramos
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14/08/2025 - 12h

 

Donald Trump foi eleito em 2024 tendo como uma de suas promessas a divulgação de uma suposta lista que teria o nome de todos os investigados por possível envolvimento com Jeffrey Epstein em crimes de pedofilia.

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Trump e Epstein juntos em uma festa em 1992. Foto: Reprodução/NBC

A cobrança em cima do presidente dos Estados Unidos para a divulgação da lista de investigados no caso, o levou a declarar para a imprensa que o caso era uma maneira de desviar a atenção para algo que é uma “besteira”, nas palavras dele.

“O fato de Trump não cumprir com o que prometeu pode ser pelo rumo que a política tomou… além do fato dele estar ou não envolvido”, comenta o doutor em Ciência Política da PUC-SP, Igor Fediczko. Segundo o Wall Street Journal, Donald Trump foi avisado no início do ano que seu nome estava nos documentos relacionados ao caso de Epstein, a Casa Branca respondeu dizendo se tratar de uma fake news. 

Além da indignação de eleitores a Trump sobre a falta de compromisso com a promessa de exposição dos documentos do processo de Jeffrey, os opositores também se manifestam nas redes sociais. Em sua conta no X, a deputada democrata Alexandra Ocasio-Cortez relacionou a demora na divulgação dos arquivos com supostas acusações de crimes sexuais cometidos pelo republicano. 

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Publicação feita no X pela deputada Alexandra Ocasio-Cortez. Foto: Reprodução/@AOC

 

Índices do Google Trends apontam que as pesquisas envolvendo o nome de Donald Trump e Jeffrey Epstein aumentaram no início de Junho e final de Julho, mesmo período em que o presidente estadunidense começou a distribuir altas tarifas para o mundo todo. 

“Talvez isso tenha feito com que a comunicação ou política do Trump tenha se tornado ainda mais radical”, comenta Igor Fediczko analisando que o tarifaço possa ser uma ”cortina de fumaça” para a polêmica de Epstein.

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Gráfico de pesquisa dos nomes de Donald Trump e Jeffrey Epstein. Foto: Reprodução/Google Trends

 

Apesar das hipóteses sobre a ligação do atual presidente dos Estados Unidos, os nomes que mais chamaram atenção recentemente sobre a proximidade com Epstein foram Bill e Hillary Clinton, que irão depor em outubro, e o príncipe Andrew, que aparentava ser amigo pessoal pelos e-mails trocados com Jeffrey. Assim como Trump, existe a comprovação de que eles já andaram no jato particular com Jeffrey Epstein e possivelmente tinham amizade. 

Jeffrey Epstein era um bilionário, empresário e financista americano, que ficou conhecido pela rede de tráfico sexual de menores ao qual tinha ligação. Seu trabalho com investimento fez com que construísse ligação com o ex-presidente Bill Clinton, Donald Trump, o príncipe britânico Andrew e outras celebridades. 

Em 2008, os pais de uma garota de 14 anos declararam à polícia do Estado americano da Flórida que Jeffrey Epstein havia a molestado. Naquele ano, ele firmou um acordo judicial com a promotoria, mas fotos de crianças foram encontradas por toda sua casa em Palm Beach causando sua condenação por exploração sexual de menores. Escapou de denúncias federais que poderiam causar prisão perpétua, conseguindo um acordo de 13 meses de prisão e indenização às vítimas. 

Onze anos depois, houve uma nova acusação de administração de uma rede sexual com meninas menores de idade. Logo foi preso e, enquanto aguardava o julgamento, se suicidou no presídio.

As investigações desses dois casos criminais geraram uma série de documentos que incluem transcrições de entrevistas com as vítimas e testemunhas e objetos confiscados nos imóveis de Epstein. A ex-namorada de Jeffrey, Ghislaine Maxwell, foi condenada em 2021 por associação criminosa de tráfico sexual de meninas.

As Forças de Defesa de Israel confirmaram a autoria do atentado
por
Annanda Deusdará
Maria Mielli
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13/08/2025 - 12h

Uma ofensiva de Israel matou seis jornalistas que estavam instalados em uma tenda de imprensa próxima ao hospital Al-Shifa, na Faixa de Gaza, no último domingo (10). Dentre as vítimas, quatro eram funcionários da agência de notícias Al Jazeera: dois cinegrafistas, Ibrahim Zaher e Mohammed Noufal, e dois repórteres Mohammed Qreiqeh e Anas al-Sharif. Ambos rostos conhecidos pelo êxito em denunciar diariamente o genocídio palestino. 

Minutos antes de morrer, Qreiqeh esteve no ar pela última vez, cumprindo mais um dia de trabalho. Al-Sharif havia postado em suas redes sociais, também pouco antes de se tornar mais um dos milhares de palestinos assassinados, que um ataque israelense estava acontecendo. “Oh Deus, concede-nos a paz, concede-nos a paz. Bombardeio israelense pesado e concentrado com faixas de fogo visando as áreas leste e sul da cidade de Gaza”, lamentou em sua conta no X.

O exército israelense acusou o jornalista de ser membro de uma das células do Hamas, mas sem apresentar provas. “Terrorismo em colete de imprensa ainda é terrorismo. Anas al-Sharif não estava apenas documentando para Al Jazeera. Ele era um membro do Hamas, desde 2013”, declararam em postagens feitas no Instagram oficial. A agência de notícias Al Jazeera, por outro lado, nega veementemente as acusações e afirma que o ataque foi uma estratégia israelense de silenciar um dos grandes nomes do jornalismo local. “Nós sabíamos que Anas era o alvo… Ele era nossa voz”, lastimou o jornalista independente Mohammed Qeita no site oficial da agência, após o ataque. Apesar de ter confirmado o planejamento e execução de al-Sharif, o governo de Israel não se manifestou sobre as outras cinco vítimas.

Não é a primeira vez que ataques a jornalistas ocorrem na Faixa de Gaza. Em julho de 2024, o jornalista Ismail al-Ghoul e o cinegrafista Rami al-Rifi tiveram seu carro bombardeado por um míssil enquanto cobriam o assassinato do chefe político do Hamas também para a Al Jazeera. As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram as mortes e alegaram que Ismail integrava as forças Nukhba, divisão militar de elite do Hamas. O noticiário para o qual os profissionais trabalhavam negou as acusações e fez um apelo para que fossem tomadas ações imediatas: “Insistimos que as instituições jurídicas internacionais responsabilizem Israel por seus crimes hediondos e exijam o fim do alvo e do assassinato de jornalistas,” declarou em nota a emissora à época.

No mês passado, quando acusado de ser membro do Hamas pelas FDI, al-Sharif negou toda e qualquer ligação com o grupo. Reafirmou que era um jornalista sem afiliações políticas e que sua única missão era relatar a verdade. “Num momento em que uma fome mortal assola Gaza, falar a verdade tornou-se, aos olhos da ocupação, uma ameaça”, concluiu em postagem na rede social. 

Em mensagem final preparada para o caso de sua morte e publicada postumamente por seus colegas, al-Sharif pede “que não se deixem silenciar por correntes, nem sejam impedidos por fronteiras, e que sejam pontes para a libertação da terra e de seu povo, até que o Sol da dignidade e da liberdade brilhe sobre nossa pátria ocupada”, e finalizou: “Não se esqueçam de Gaza… E não se esqueçam de mim em suas orações sinceras por perdão e aceitação”. 

Silenciamento de jornalistas 

O bloqueio que ocorre em Gaza também limita o acesso e a produção de notícias no local. Os meios de comunicação internacionais são proibidos de circular pela região, a não ser que estejam acompanhados pelo exército israelense. Atualmente, a única maneira de se ter acesso ao que acontece na região, além do relatado por Israel, se dá através das reportagens feitas por jornalistas palestinos.

De acordo com o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), 192 jornalistas foram assassinados desde outubro de 2023, quando começou o conflito. Esse número é maior do que a soma das mortes ocorridas nas duas guerras mundiais (69). Além das mortes, 90 profissionais foram presos por Israel no exercício de sua profissão. 

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Gráfico sobre o assassinato de profissionais de comunicação por razões políticas. IArte: Annanda Deusdará/Agemt

 

Ainda segundo a CPJ, em 2024 ao menos 124 jornalistas e outros trabalhadores de comunicação foram mortos; destes, 85 foram vítimas da guerra de Israel contra a Palestina. O número ultrapassou o recorde de 2007, durante a guerra do Iraque, de 113 mortes. O Comitê alerta que o crescimento da violência contra este grupo prejudica a circulação de informações.

Quem eram os seis jornalistas assassinados

Anas al-Sharif, 28 anos, pai de 2 filhos. Segundo a Al Jazeera, um dos rostos mais conhecidos por denunciar o genocídio em Gaza. Nasceu num campo de refugiados em Jabalia, no norte da região, e se formou na Al-Aqsa University Faculty of Media. Seu pai foi morto por Israel em um bombardeio na casa da família em dezembro de 2023.

Mohammed Noufal, 29 anos, era cinegrafista da Al Jazeera. Também de Jabalia, perdeu a mãe e um irmão em ataques de Israel. Seu outro irmão, Ibrahim, também trabalha no veículo. 

Ibrahim Zaher, 25 anos, também era cinegrafista e paramédico voluntário. Nasceu no mesmo campo de refugiados que seus colegas de trabalho.

Mohammed Qreiqeh, 33 anos, fez sua última aparição ao vivo um pouco antes de ser assassinado. Nasceu em Gaza em 1992 e viveu na vizinhança de Shujayea. Formou-se jornalista na Islamic University of Gaza. Israel matou seu irmão, Karim, em março, num bombardeio. 

Moamen Aliwa, 23 anos, era estudante de engenharia e cinegrafista independente.

Muhammad Al-Khalidi, 33 anos, era um jornalista independente que produzia vídeos para o Youtube documentando o conflito em Gaza.

 

Sob pretexto de "verdades econômicas", Trump usa tarifas para punir decisões judiciais do Brasil e ignora a lógica comercial
por
Victória Rodrigues
Maria Clara Palmeira
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13/08/2025 - 12h

 

Começou a valer na última quarta-feira (6) o tarifaço com taxas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. Itens como suco, polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes, aeronaves para uso civil, polpa de madeira, celulose, metais nobres e produtos de energia, foram isentos de taxas. Em contrapartida, café, frutas e carnes serão afetados pelo teto tarifário, 50%. 

O tarifaço anunciado por Donald Trump em abril propunha a taxação de países de acordo com o déficit da nação com os EUA. Para o Brasil estava previsto tarifas de 10% sobre os produtos exportados. No entanto, em julho deste ano, após a cúpula dos BRICS, Trump enviou uma carta ao chefe da nação brasileira aumentando o valor.

Em parte por causa dos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos norte-americanos, a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos.” escreveu o presidente.

Uma de suas alegações na carta, foi o julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Segundo Trump, Bolsonaro está sofrendo “acusações criminais injustificadas”. Além disso, as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a rede social X também o motivou na imposição de taxas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, no domingo (3), que não tem a intenção de “provocar os Estados Unidos”, mas que o Brasil não deve ser visto como uma nação insignificante e não desistirá de usar moedas alternativas ao dólar.

Em entrevista a AGEMT, a internacionalista Julia Masquieto conta que será difícil implementar uma nova moeda. "Na prática é complicado efetivar essa nova moeda do BRICS, pois o dólar é usado há muito tempo em trocas comerciais. Mas acho que é uma oportunidade para os países do Brics intensificarem o comércio entre si, já que as barreiras são mais livres e não tão rígidas como o Trump está fazendo". 

A profissional comenta que o fortalecimento do bloco político exige uma ação global do mercado. "Com a instabilidade geopolítica que vivemos, é uma tendência que talvez os países procurem outros mercados, mas essa mudança exige um padrão global difícil de alcançar, entretanto, o BRICS poderia ter um alcance regional interessante." completa Julia. 

As taxas impostas pelo presidente americano não interferem diretamente sobre os preços no mercado do consumidor brasileiro. A princípio, pela baixa demanda para exportação, os preços cairão no mercado interno. No entanto, com uma menor demanda de venda externa, a produção também diminuirá, resultando em uma possível alta novamente. 

Para tentar minimizar os efeitos dessa medida, Lula se encontrou nesta segunda-feira (11) com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Lula e Alckmin em julho de 2025. Reprodução: Adriano Machado
Lula e Alckmin em julho de 2025. Reprodução: Adriano Machado

O objetivo foi alinhar os últimos detalhes de um plano de contingência contra o tarifaço norte-americano, que será divulgado nesta quarta (13), em cerimônia de divulgação no Palácio do Planalto.

Esse pacote deve incluir linhas de crédito para empresas afetadas, o adiamento do pagamento de tributos federais por até dois meses e compras públicas de produtos perecíveis, como peixes, frutas e mel. A sobretaxa impacta cerca de 36% das exportações brasileiras para os EUA, mesmo assim, 694 produtos, como suco de laranja e aeronaves, continuam com tarifas reduzidas de 10%, estabelecida em abril

Sobreviventes relembram o ocorrido e alertam sobre o risco dos atuais conflitos no Oriente Médio e Europa.
por
Annanda Deusdará
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07/08/2025 - 12h

Em agosto de 1945, os Estados Unidos bombardearam as duas cidades. Em decorrência da explosão e dos efeitos da radiação, cerca de 200 mil pessoas morreram. A expectativa com os ataques era fazer o governo Japonês se render - único país do Eixo que faltava ser derrotado - e, desta forma, terminar a 2° Guerra Mundial que ocorria desde 1939. 

Nos dias 6 e 9 deste mês, o Japão realiza um evento anual em Hiroshima e Nagasaki com o objetivo de relembrar ao mundo dos horrores causados pelos ataques e da importância de evitar que esse tipo de tragédia volte a se repetir.

Com expectativa da participação de aproximadamente 180 países convidados, as celebrações contam com homenagens às vítimas, discursos contra o armamento nuclear e exigências para que o Estado reconheça as necessidades das vítimas sobreviventes e forneça os auxílios necessários.

 

Contexto dos bombardeios

Em 1942, o Japão atacou a base naval americana de Pearl Harbor, o que levou os EUA a entrarem na guerra como forma de retaliação. Três anos depois, no dia 26 de julho, o presidente Harry Truman exigiu a rendição do Japão, sob ameaça de “destruição total e imediata”. Apesar de não haver menção ao uso de bombas nucleares, o armamento fazia parte do Projeto Manhattan e integrava o arsenal dos EUA, que pretendia encerrar o conflito com o uso delas, se fosse necessário.

Como o presidente do Japão não se rendeu, Hiroshima, que até então tinha escapado dos bombardeios, foi atacada na manhã de 6 de agosto de 1945. A explosão gerou uma onda de calor de mais de 4.000 °C em um raio de aproximadamente 4,5 km ². Estimativas apresentam números que entre 50 mil e 100 mil mortos no mesmo dia e cerca de 60 mil edifícios destruídos.

No dia 9, foi a vez da cidade de Nagasaki, que não era o alvo inicial devido ao seu terreno montanhoso e a proximidade de um campo de prisioneiros aliados de guerra. Entretanto, devido ao mau tempo em Kokera, que impossibilitou a visão dos pilotos, foi feita uma mudança de planos. Apesar da explosão ter sido mais forte que em Hiroshima, as montanhas da cidade ajudaram a diminuir o impacto, que destruiu 7,7 km². Após ambos os ataques, o Imperador Hirohito declarou sua rendição em 15 de agosto de 1945. O documento que confirmava sua decisão foi assinado em 2 de setembro, encerrando assim a 2° Guerra Mundial.

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​​Estátuas e construções, após a bomba atingir a cidade de Nagasaki. Imagem: Foto/Getty Imagens

Em 1946, o Japão adotou a “Constituição da Paz”, na qual se comprometeu a não entrar em outras guerras e em 1967, embora não tenham sido os japoneses a lançar uma bomba nuclear sobre um território, o país implementou os “Princípios Não Nucleares”, que consistem na rejeição da posse e importação de armamentos nucleares.

Apesar de terminado o conflito, os sobreviventes viveram sequelas. A exposição à radiação causada pelas bombas ocasionou náuseas, vômitos, sangramento e queda de cabelo em milhares de pessoas.

Com o passar do tempo, algumas pessoas também tiveram problemas de longo prazo como catarata e diversos tipos de câncer. De acordo com pesquisas do Life Span Study (LSS), os casos de leucemia entre os moradores de ambas as cidades aumentaram significativamente após os ataques.

 

Como estão as cidades atualmente?

Diferente da cidade soviética de Chernobyl, que até hoje segue inabitável após o famoso acidente em sua usina nuclear, Hiroshima e Nagasaki foram reconstruídas e povoadas em segurança. Segundo John Luxat, especialista em segurança nuclear da Universidade McMaster, em entrevista à BBC Mundo, isso foi possível por dois fatores cruciais, o tipo de reação química que houve nos dois eventos e a altitude. 

A bomba atômica tem uma fissão de cadeia rápida entre os explosivos com o intuito de causar mais estragos, o que torna a vida útil da radiação menor, quando comparada à provocada pela usina de Chernobyl, que teve uma reação mais lenta. Outro fator foi a altura em que as bombas foram detonadas, o fato disso ter ocorrido acima da cidade, permitiu que as partículas de radiação se dissipassem na atmosfera, ao invés de penetrarem na terra, como ocorreu em Chernobyl, onde a explosão aconteceu no nível do solo. 

Sendo a 11ª cidade com mais moradores no Japão, Hiroshima tem 905,08 km² e uma população estimada em dois milhões de habitantes. A região é um polo industrial com empresas que vão desde indústrias pesadas, como a construção naval, até setores de ponta, como máquinas elétricas e peças eletrônicas. Desde 1947, o Sino da Paz toca no dia 6 de agosto às 8h15 (dia e horário em que a bomba estadunidense atingiu a cidade), uma cerimônia também é realizada em homenagem às vítimas nesta data. 

Em 1949, foi aprovada uma lei que permitia a construção de novas casas em Nagasaki, entretanto, alguns escombros foram deixados para lembrar o ocorrido. Em homenagem às vítimas, nos anos 1990, foi fundado o Museu da Bomba Atômica, que conta a história da Guerra e do uso de armas nucleares.

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Memorial da Paz de Hiroshima, o domo foi destruído pela bomba mas foi mantido desta forma como lembrança dos horrores do ataque. Imagem: Foto/ Pixabay

 

Memória e os desafios da reparação

Milhares de moradores de Hiroshima e Nagasaki que estavam nas cidades nos dias dos ataques dos EUA, não são reconhecidos de maneira oficial como vítimas dos bombardeios atômicos. O motivo é o Estado japonês só considerar quem estava próximo ao centro do impacto, onde a radiação foi mais intensa. A decisão negou e nega acesso gratuito a cuidados médicos para os demais afetados. 

A justificativa do governo é que essas pessoas que estavam em pontos mais afastados não sofreram sequelas e, por isso, não têm direito aos benefícios como as vítimas oficiais. A decisão é interpretada como discriminação geográfica.

De acordo com o prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki, a argumentação não têm sentido, pois todas as pessoas que estavam em um raio de até 2 Km do ponto de impacto foram afetadas pela radiação. Durante as comemorações, as vítimas exigem que as autoridades corrijam este equívoco. A associação Hidankyo, que reúne os sobreviventes e recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 2024, também fez esse apelo neste ano.

Toshiyuki Mimaki, copresidente da associação, comentou alertou sobre as guerras que estão ocorrendo em países com poder nuclear como Rússia e Israel e o perigo que isso representa. A comunidade pede que os países lutem pelo fim do armamento nuclear com base nos relatos das vítimas e fomentando e frequentando espaços como o do Memorial, que conta a história desse período histórico.

Os sobreviventes temem que, com a falta da lembrança viva dos horrores causados pelos ataques atômicos, o mundo volte a fazer uso desse tipo de armamento. O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, também endossou as preocupações do grupo e reiterou que a busca de potências mundiais para aumentar seu poder bélico em busca de amedrontar outros países e resolver conflitos, prejudica a conquista da paz mundial.

A cerimônia, que ocorreu nesta quarta-feira (6) em Hiroshima, contou com representantes de 120 países e regiões, segundo autoridades locais. No entanto, países com armamento nuclear como China e Paquistão não enviaram equipes.

Neste sábado (9), outra cerimônia aconteceu na cidade de Nagasaki com um grande número de países presentes, incluindo a Rússia, que não participava do encontro desde a invasão da Ucrânia, em 2022. 

A Republica Democrática do Congo - herança colonial em meio a sangue e cobalto.
por
Pedro Bairon
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16/06/2025 - 12h

 

“Da borracha à maçã” é um documentário que traça a longa linha de continuidade entre a violência colonial imposta ao Congo e os horrores da guerra civil que ainda hoje assombram o país. A partir da exploração genocida promovida pela Bélgica no século XIX, o filme revela como as feridas abertas pelo colonialismo jamais cicatrizaram — apenas se transformaram em novas formas de conflito, exclusão e disputa por poder.

O documentário mergulha nas causas históricas e étnicas da guerra civil congolesa, dando atenção especial à tensão entre tutsis e hutus, grupos marcados por rivalidades que ultrapassam fronteiras e carregam os traumas do genocídio em Ruanda. A entrada de milícias hutus no leste do Congo após 1994, e a resposta armada dos tutsis, reacenderam conflitos internos, arrastando a população civil para o centro de uma guerra prolongada, brutal e muitas vezes esquecida pelo olhar internacional.

“Da borracha à maçã” não é apenas um registro de tragédias; é uma crítica à forma como a história se repete quando as raízes da violência são ignoradas. Mostra que o mesmo sistema que arrancou borracha das florestas a golpes de chicote, e que hoje arranca cobalto das minas congolesas, deixou um legado de instabilidade, impunidade e sofrimento. Um chamado à memória e à justiça, diante de um conflito que não começou nos anos 1990 — mas sim nos porões do colonialismo europeu

 

Duração: 26:10 

Autor: Pedro Bairon 

Para visualizar o documentário acesse o link:  

.https://youtu.be/kqtTs-vZCwo

Voluntários foram vítimas de sequestro ilegal em alto mar
por
Maria Mielli
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11/06/2025 - 12h

Nesta segunda-feira (9), o barco Madlen — batizado em homenagem a primeira e única mulher pescadora de Gaza — que levava Greta Thunberg, Thiago Ávila e outros ativistas ligados à organização Coalizão Flotilha da Liberdade foi interceptado e sequestrado pelas forças israelenses.

Os voluntários, que tinham como missão romper o bloqueio de Israel a faixa de Gaza e transportar ajuda humanitária até o povo palestino, foram alvos de drones e soldados que impossibilitam a chegada de qualquer tipo de ajuda à região. 

“A conexão foi perdida no Madleen. O exército israelense abordou o navio” foi a última mensagem dos ativistas, em seu canal de comunicação no Telegram. 

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Bombardeio no dia 1 de junho em Gaza/ Foto: Jehad Alshrafi
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Terça-feira (10), o Ministério das Relações Exteriores, afirmou que Thiago Ávila já chegou ao aeroporto de Tel Aviv (Israel) e conta com o apoio da embaixada brasileira que assiste o caso de perto. O esperado era que ele e os demais ativistas fossem deportados para seus respectivos países, mas até o momento da publicação dessa matéria, Thiago e outros 8 voluntários, como a deputada franco-palestina Rima Hassan, seguem sob prisão política de Israel. Greta foi a única verdadeiramente deportada. Os demais se recusaram a assinar o termo proposto pelos israelenses e foram enviados para prisão em Givon. Thiago aderiu greve de fome e Rima foi enviada a confinamento solitário após escrever "Palestina livre" em parede da prisão. 

“Eles cometeram um ato ilegal nos sequestrando em águas internacionais e contra nossa vontade nos trazendo para Israel, nos mantendo no fundo do barco, não nos deixando sair e assim por diante. Mas essa não é a história real aqui. A verdadeira história é que há um genocídio acontecendo em Gaza e uma campanha de fome sistemática” afirma a ativista Greta, em vídeo divulgado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

Em janeiro deste ano, o site de notícias BBC, apurou que, até então, o número de palestinos mortos passava da casa dos 46 mil. Fora a destruição local, no qual diversos hospitais e escolas, e seus respectivos frequentadores (crianças e profissionais da saúde) foram também vítimas dos ataques de Israel. 

A guerra que dura mais de 2 anos é marcada por ser uma das mais violentas e desonestas da história, repleta de crimes de guerra. Israel não ataca somente os palestinos, mas também aqueles que demonstram apoio e/ou estão tentando exercer seu trabalho, como é o caso da imprensa. Em abril deste ano, durante a madrugada, tendas de imprensa do hospital Nasser, localizado no sul da Faixa de Gaza, foram vítimas de bombardeios. O ataque assassinou os jornalistas Helmi al-Faqawi e Yusef al-Jazindar e deixou outros sete feridos. 

Fatma Hassona, fotojornalista palestina responsável por divulgar diversas barbáries, foi outra vítima do exército israelense e morreu ao lado de nove membros da sua família. O cineasta Hamdan Ballal, co-diretor do documentário vencedor do Oscar No other land — que expõem as vivências dos palestinos — foi vítima de um sequestro que o deixou algemado por uma noite sendo torturado numa base militar, segundo o colega e diretor do filme, Yuval Abraham. 

O jornalista palestino Ahmed al-Naouq, em entrevista realizada no dia 3 de junho ao canal Piers Morgan Uncesored, afirmou: “Essa não é uma guerra religiosa. É uma guerra entre colonização e colonizados. Entre ocupantes e um povo sob ocupação”. Para o presidente da Fepal, Ualid Rabah, esse genocídio é a maior matança de crianças desde a Segunda Guerra. Ainda em recentes postagens, a federação emitiu uma nota oficial no Instagram: "Se a humanidade parou a Alemanha nazista e destruiu seu regime, é nosso dever histórico parar o Israel sionista e destruir seu regime".

Para brasileiro, governo quer causar um estrago imediato na vida dos estrangeiros
por
Tamara Ferreira
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03/06/2025 - 12h

 

No dia 11 de abril, o governo dos Estados Unidos enviou uma carta a Harvard exigindo uma reforma administrativa, auditorias com dirigentes, professores e alunos, além do encerramento dos programas de diversidade, equidade e inclusão. A Casa Branca também determinou a proibição do uso de máscaras — uma medida vista como direcionada aos protestos pró-Palestina, os quais têm sido tratados pelo governo como manifestações movidas por antissemitismo.

Três dias depois, foram congelados os contratos e subsídios federais da instituição, bloqueando cerca de US$2,3 bilhões (13,5 bilhões de reais). No mesmo dia, Alan Garber, presidente da universidade, declarou que as exigências extrapolam os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

“Nenhum governo — independentemente do partido que estiver no poder — deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir ou contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”, disse Garber em um comunicado para os alunos. “Esses objetivos não serão alcançados por meio de imposições de poder, desvinculadas da lei, para controlar o ensino e a aprendizagem em Harvard e ditar como operamos”, completou. 

Pessoas protestando contra as medidas do governo Trump.
Pessoas protestando contra as medidas do governo Trump. Foto: REUTERS/Nicholas Pfosi

Ainda em abril, o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) afirmou que Harvard poderia perder a autorização para matricular estudantes estrangeiros caso não cumprisse as exigências do governo Trump. Na época, a secretaria do DHS enviou uma carta à universidade exigindo que, até o dia 30 daquele mês, fosse apresentado o registro das chamadas 'atividades ilegais e violentas' praticadas por estudantes estrangeiros com visto. Caso contrário, Harvard perderia o privilégio de matricular novos alunos internacionais.

Na carta enviada à instituição, o DHS declarou: “E se Harvard não puder comprovar que está em total conformidade com seus requisitos de notificação, a universidade perderá o privilégio de matricular estudantes estrangeiros”.

No dia 22 de maio, o governo Trump cumpriu a ameaça e cancelou a certificação do Programa de Estudantes de Intercâmbio de Visitantes da universidade. Com isso, ficou impedida de matricular novos alunos estrangeiros, e cerca de 6,8 mil estudantes internacionais, que representam 27% dos alunos da universidade, foram orientados a buscar transferência para outras instituições.

Um dia depois, após Harvard entrar com uma ação contra o governo, a Justiça dos Estados Unidos decidiu derrubar a proibição. Com isso, os estudantes já matriculados e os novos ingressantes voltaram a ter autorização para obter o visto de estudante no país.

Em entrevista à AGEMT, Danilo Linhares, estudante de Direito de Harvard, afirmou que o objetivo da proibição é causar um estrago imediato nas universidades. “A ilegalidade da medida é tão gritante que é difícil acreditar que o próprio governo ache que tem chance real de vencer na Justiça. Mas acho que o objetivo deles nem é exatamente ganhar. É causar um estrago imediato — muita universidade menor não tem recursos nem disposição para comprar essa briga nos tribunais e, talvez, acabe cedendo às exigências."

Donald Trump justificou as medidas afirmando que Harvard “perdeu o rumo” e que a universidade “só ensina ódio e estupidez”. 

Nas audiências realizadas nos dias 27 e 29 de maio, a juíza Allison Burroughs prolongou a suspensão da decisão do governo, permitindo que Harvard continue recebendo estudantes internacionais até que os dois lados apresentem seus argumentos no tribunal.

Robert Francis Prevost é anunciado como novo papa em cerimônia
por
Maria Clara Palmeira
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29/05/2025 - 12h

Nesta quinta-feira (08), a fumaça branca da Capela Sistina anunciou ao mundo o fim do conclave e a escolha do novo líder da Igreja Católica. Poucos minutos depois, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi apresentado como Papa Leão XIV. A escolha surpreendeu e gerou debates globais, especialmente por Prevost ser o primeiro papa americano da história.
“Estamos falando de um Papa estadunidense, que é um país com tradição protestante. Acho curioso, especialmente no atual contexto geopolítico”, comentou Giulia Siqueira, ex-aluna de Psicologia da PUC-SP. A nacionalidade do novo papa levantou questionamentos sobre sua postura diante dos conflitos e tensões internacionais, como a recente volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Papa Leão XIV acenando para os fiéis.
Papa Leão XIV quando ainda era cardeal. Reprodução: Riccardo De Luca


Para muitos, a eleição de Leão XIV representa uma continuidade da linha progressista iniciada por Francisco. “Eles mantiveram a ideia de um Papa que apoia causas sociais”, afirmou Joab, aluno da PUC-SP. Ele espera que o novo pontífice mantenha o diálogo aberto com minorias e continue a defender pautas como o combate à pobreza.
Giulia reforça a importância de uma liderança religiosa conectada às urgências sociais. “É interessante que o Papa atue como resistência aos extremos. O papel dele é se colocar à disposição do povo e não acima dele.” Entre as prioridades de seu pontificado, ela aponta as tensões no Oriente Médio, os conflitos na Europa e os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Papa Leão XIV acenando para os fiéis. Reprodução: Vatican Media
Papa Leão XIV acenando para os fiéis. Reprodução: Vatican Media


Apesar de não representar oficialmente seu país, Leão XIV carrega consigo a simbologia de uma liderança americana em um cenário global conturbado. “Ele pode ajudar a descentralizar e descolonizar o olhar da Igreja sobre o mundo. Espero que se posicione de forma ativa sobre os conflitos e ajude a educar para a paz”, finaliza Giulia. Com um cenário internacional delicado, as decisões de Papa Leão XIV serão observadas com atenção por fiéis, políticos e líderes de todo o mundo.

Região da Caxemira é reivindicada há mais de sete décadas pelos dois países e concentra interesses estratégicos globais, inclusive da China
por
Chloé Dana
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25/05/2025 - 12h

          Na terça-feira do dia 6 de maio, as autoridades indianas afirmaram que realizaram bombardeios em nove locais que hospedam terroristas na Caxemira controlada pelo Paquistão. O Paquistão, por sua vez, apresentou uma narrativa distinta: informou que houve ataques aéreos em seis áreas, todos voltados a alvos civis, resultando em oito mortes, incluindo a de uma criança. O governo paquistanês comunicou aos meios de comunicação que conseguiu derrubar cinco aeronaves e um drone indiano. O governo indiano responsabilizou o Paquistão, que negou estar envolvido. Os bombardeios foram desencadeados após um ataque que ocorreu em abril na Caxemira indiana, onde 26 vidas foram perdidas devido a uma ação armada em uma área turística. 
As Forças Armadas do Paquistão, na véspera, reivindicaram a destruição de cinco caças indianos na porção da Caxemira sob administração de Nova Délhi. Embora as autoridades indianas não tenham confirmado oficialmente as perdas, uma fonte ligada às forças de segurança, que preferiu não se identificar, informou que três aeronaves militares foram abatidas.

          Ao conversar com o cientista político e ex-professor de Relações Internacionais na UERJ, FGV e Candido Mendes, Maurício Santoro, o profissional nos explica sobre a crescente do conflito da Caxemira desde 1947, as políticas que os países confrotam nos dias atuais e como podemos entender melhor essa história. Veja a reportagem