O Partido Social-Democrata (SPD) perde a maioria e marca o fim do governo de Olaf Scholz
por
Octávio Alves
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13/03/2025 - 12h

 

Após uma eleição com recorde de eleitores desde a unificação do país em 1990, com 83,5% dos votantes aptos, a União Democrata-Cristã (CDU), em aliança com a União Social-Cristã (CSU), liderada por Friedrich Merz, conquistaram 208 cadeiras no Bundestag, parlamento alemão, garantindo 28,52% dos votos. O resultado marca o retorno da legenda conservadora ao poder após 4 anos de domínio do Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, que sofreu uma derrota, ficando em terceiro lugar com 120 cadeiras e 16,41% dos votos.

Friedrich Merz, o provável novo Chanceler da Alemanha. Fonte: Ralf Hirschberger/ AFP
Friedrich Merz, o provável novo Chanceler da Alemanha. Fonte: Ralf Hirschberger/ AFP

O grande destaque da eleição, no entanto, foi o avanço da extrema-direita. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), liderado por Alice Weidel, que teve apoio do bilionário e aliado de Donald Trump, Elon Musk, atingiu seu melhor resultado desde a fundação, tornando-se a segunda maior força política do país com 152 cadeiras e 20,8% dos votos. O crescimento da ala conservadora confirma a insatisfação de parte do eleitorado com a política tradicional e reforça a tendência de fortalecimento do nacionalismo no país.

 

O sistema de eleição na Alemanha segue sendo misto, combinando elementos de voto distrital e proporcional. Cada eleitor tem dois votos: o primeiro escolhe um candidato que representará seu distrito no parlamento, enquanto o segundo é destinado a um partido político. 

Friedrich Merz, líder do CDU, após a divulgação dos primeiros resultados das urnas.  Foto: Odd Andersen/AFP
Friedrich Merz, líder do CDU, após a divulgação dos primeiros resultados das urnas.  Foto: Odd Andersen/AFP

Para a eleição federal no total tem o Bundestag que conta com 630 cadeiras, sendo que 299 são ocupadas por candidatos eleitos diretamente nos distritos, enquanto as demais 331 são distribuídas proporcionalmente entre os partidos que ultrapassam a cláusula de barreira de 5% dos votos nacionais.

Depois que os parlamentares forem definidos, se o partido vencedor não possuir a maioria da câmara, ele terá de fazer coalizões para formar a maioria e então eleger o novo chanceler.

Com o fim das urnas chegou-se à vitória da CDU, porém o Merz enfrenta agora o desafio de formar uma coalizão governamental estável. Seu partido, que não conseguiu maioria para governar, agora está buscando alianças com outros partidos, tais negociações podem demorar meses para serem finalizadas.  

Apesar do avanço, a AfD continua isolada politicamente. Os demais partidos mantêm uma política de "cordão sanitário", recusando qualquer aliança com a sigla devido às suas posições controversas. Isso significa que, mesmo sendo a segunda maior bancada do Bundestag, a AfD não deverá integrar o governo.

Outro aspecto curioso desta eleição foi a clara divisão geográfica do país, que ainda reflete os resquícios da Guerra Fria. O mapa eleitoral das eleições parlamentares evidenciou uma separação entre os antigos territórios da Alemanha Ocidental e da Alemanha Oriental, com a AfD tendo um desempenho expressivo no leste do país, enquanto os partidos tradicionais, como CDU e SPD, que acabam perdendo forças nestas regiões

O Professor do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Bruno Huberman, explicou que  esta divisão é explicada pela maneira em que foi feita esta reunificação entre as duas alemanhas na época: “Ainda há uma segregação entre a Alemanha Ocidental e a Oriental. Isto acaba provocando um ressentimento importante, pois as elites que continuam governando são da Alemanha Ocidental.” 

Com isso e outros fatores sociais como o sentimento de abandono pelo governo alemão, o professor Huberman explica que a população quer uma mudança radical no país, que é vista no discurso da AfD de mudar o sistema.

Alice Weidel a líder da AfD dando o discurso pós eleição. Foto :Maryam Majd/ AFP
Alice Weidel a líder da AfD dando o discurso pós eleição. Fonte :Maryam Majd/ AFP

Essas eleições evidenciam uma reconfiguração no panorama político alemão, com o fortalecimento de forças conservadoras e nacionalistas, desafiando as formações centristas e tradicionais a repensarem suas estratégias e políticas para reconquistar a confiança do eleitorado alemão.

As cobranças estão previstas para 2 de abril
por
Marcelo Barbosa Prado Filho
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10/03/2025 - 12h

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou mais uma vez. Nessa última quinta-feira (06), o  mandatário adiou, para 2 de abril, o tarifaço de 25% sobre importações do México e Canadá que entrou em vigor nesta mesma semana (04).

Segundo Trump, os importadores norte-americanos não precisarão pagar tarifas sobre nenhum produto que se enquadre no USMCA, um acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá negociado em seu primeiro mandato.

O tratado abrange uma gama extensa de produtos e serviços. Entre eles, produtos agrícolas, manufaturados e de tecnologia.

Na rede social Truth Social, Trump justificou a decisão afirmando que o México tem “trabalhado duro” para garantir a segurança na fronteira: "Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos EUA quanto, da mesma forma, impedir o fentanil".

O tarifaço aos países é uma retaliação de Trump que julga que ambos não fazem o suficiente para conter a entrada de  imigrantes e do fentanil - uma espécie de analgésico mais forte que morfina e heroína e que a dependência é um problema de saúde pública nos EUA.

Sobre o Canadá, Trump escreveu na noite de quarta-feira que conversou com o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, mas não está "convencido" de que o governo canadense atuou o suficiente para resolver os problemas de entrada de fentanil e de imigrantes ilegais nos EUA.

Trump confirmou em 10% a elevação na taxa de cobranças contra a China e elevou a alíquota total de taxas para produtos chineses a 20% neste mandato.


Na mira de Donald Trump:

Apesar de não ter sido taxado diretamente, o Brasil pode sofrer com a imposição geral  de 25% para importações de aço e alumínio, que deve entrar em vigor no dia 12 de março.

Segundo dados do Governo Federal, em 2023, os EUA compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Em 2024 o país foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, em volume, de acordo com dados do Departamento de Comércio americano, atrás apenas do Canadá.

Além da taxa geral para esses produtos, Donald Trump também prometeu uma taxa recíproca a países que cobram dos EUA, citando o Brasil: "Em média, a União Europeia, China, Brasil, Índia, México, Canadá e inúmeras outras nações nos cobram tarifas muito mais altas do que cobramos deles, o que é extremamente injusto", disse Trump, em longo discurso no Congresso dos EUA, na terça-feira (4).”

Além de ferro e aço, o petróleo e o café são as principais exportações do Brasil para os estadunidenses.


Imagens: Agência Brasil

Michel Barnier é o primeiro a ser deposto em mais de 60 anos com mandato mais curto da história
por
Marcelo Barbosa
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06/12/2024 - 12h

Michel Barnier, primeiro-ministro da França, foi deposto pelo Parlamento, nesta quarta-feira (04). Barnier é o primeiro a ser deposto em mais de 60 anos, tendo o mandato mais curto da história do país, que começou em setembro deste ano.  


A crise política acontece no contexto da aprovação do Orçamento de 2025. Os dois blocos de extremos opostos do espectro político decidiram colocar um basta ao governo atual depois que Barnier confirmou suas intenções de usar uma manobra constitucional para passar por cima da Assembleia Nacional. 

Barnier foi nomeado pelo presidente Emmanuel Macron há apenas 3 meses. Em junho, os franceses foram às urnas para escolher os que iriam compor o Parlamento. A esquerda foi predominante na disputa, vencendo a Reunião Nacional, de extrema direita. No entanto, isso não foi suficiente para formar a maioria do governo. Macron, então, escolheu um primeiro-ministro de direita. Isso gerou uma onda de protestos no país, em mais de 100 cidades. De acordo com os organizadores em entrevista ao Jornal O Globo , 300 mil pessoas estiveram nas ruas, sendo 160 mil apenas na capital.  

Michel Barnier, ex-primeiro ministro, da França com as mãos juntas em frente ao peito.
Governo Barnier é o mais curto da Quinta República (1958). Foto: Alain Jocard / AFP.


Durante uma visita oficial à Arabia Saudita, na última terça-feira (4), o presidente Marcon afirmou que "o interesse do país é mais importante que o interesse dos partidos", apelando para que o Governo não fosse derrubado. Apesar disso, a votação no parlamento uniu esquerda e direita. O governo de Barnier tornou-se o mais curto da Quinta República francesa, que iniciou em 1958.

O principal motivo para a Moção de censura foi a rejeição da proposta de orçamento.Para contornar a dívida pública francesa, o Orçamento propunha reduzir o gasto público e aumentar o imposto  para os empresários. 
 Apesar da queda do governo Barnier, a permanência de Macron, até o momento, não foi afetada. O mandato do presidente vai até 2027.  Enquanto a maioria dos franceses atribui a Emmanuel Macron a responsabilidade pela situação atual e sua aprovação despenca, cresce o coro de demandas por sua renúncia como uma solução para a crise. No entanto, na terça-feira (03), o presidente descartou essa possibilidade, classificando-a como uma "ficção política".
 

Presidente Yoon Suk Yeol enfrenta tentativa de impeachment após tentativa de lei marcial
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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06/12/2024 - 12h

A Coreia do Sul vive uma das maiores crises políticas das últimas décadas após o presidente Yoon Suk Yeol decretar lei marcial por algumas horas, uma medida inédita desde o fim dos regimes militares no país nos anos 1980. A decisão, revogada rapidamente devido à forte pressão parlamentar, gerou acusações de tentativa de golpe e abriu caminho para um possível impeachment, que será votado neste sábado (7), às 19h (horário local).

Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul. Foto: Im Hun-jung/Yonhap via AP
Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul. Foto: Im Hun-jung/Yonhap via AP

Decreto polêmico e reação parlamentar

Na noite da última terça-feira (3), Yoon anunciou a lei marcial em um discurso televisionado, justificando a medida como uma ação para proteger a "ordem constitucional da democracia livre" contra forças que ele chamou de "antiestatais". O decreto previa a suspensão de atividades políticas, censura à mídia e proibição de protestos. No entanto, a Assembleia Nacional, liderada pela oposição, reagiu prontamente, reunindo 180 parlamentares para derrubar a medida e forçar a retirada das tropas.

A situação ganhou contornos dramáticos quando helicópteros militares cercaram o prédio legislativo, e parlamentares foram impedidos de entrar. Lee Jae-myung, líder do Partido Democrata e principal rival político de Yoon, precisou escalar cercas para acessar o local, transmitindo o ato ao vivo em redes sociais, onde o vídeo rapidamente viralizou.

A lei marcial é uma medida extraordinária em que os militares assumem o controle, suspendendo leis civis e restringindo direitos, como liberdades políticas e de expressão, para lidar com crises graves ou ameaças à ordem pública.

Acusações e consequências

O decreto de Yoon foi amplamente criticado como uma tentativa de golpe, agravando sua já baixa popularidade, que atingiu 19% segundo a última pesquisa da Gallup. O Partido Democrata, que controla 192 das 300 cadeiras do Parlamento, busca apoio suficiente para atingir os dois terços necessários para o impeachment. Se aprovado, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá interinamente, enquanto a Corte Constitucional decidirá o futuro do presidente.

A tentativa de lei marcial também provocou a renúncia do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, e pedidos de afastamento de outros membros próximos ao governo. Yoon ainda enfrenta acusações que podem levar à prisão perpétua ou até à pena de morte, segundo a legislação sul-coreana.

Histórico de Yoon e desafios políticos

Yoon Suk Yeol, eleito em 2022, iniciou sua trajetória política como promotor e ganhou destaque ao investigar casos de corrupção envolvendo figuras importantes. No entanto, seu governo foi marcado por controvérsias, incluindo inflação, restrições à liberdade de expressão e escândalos envolvendo sua esposa.

A decisão de declarar lei marcial ocorre em um momento de tensão com a oposição e em meio a negociações sobre o orçamento do próximo ano, em que o governo sofreu derrotas significativas no Parlamento.

Implicações regionais e internacionais

A medida alarmou tanto aliados quanto adversários internacionais. Enquanto os Estados Unidos declararam surpresa com a decisão, a Rússia considerou o episódio "preocupante". Internamente, a ação foi vista como um retrocesso democrático, algo impensável após 40 anos de consolidação de liberdades civis no país.

A crise atual não apenas ameaça o mandato de Yoon, mas também coloca em xeque a estabilidade de um dos principais aliados dos Estados Unidos na Ásia, reacendendo debates sobre a força das instituições democráticas sul-coreanas diante de líderes autoritários.

Com o impeachment à vista e a pressão internacional aumentando, o destino de Yoon Suk Yeol será decidido em um ambiente político marcado por incertezas e divisões profundas.

Conheça detalhes da proposta que pretende reduzir jornada de trabalho no Brasil
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
Marcelo Barbosa
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02/12/2024 - 12h

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende acabar com a jornada de trabalho 6×1, em que o trabalhador cumpre seis dias de trabalho para ter direito a apenas um dia de folga, está ganhando força no Congresso Nacional. 

A PEC, que tem como principal defensora a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), alcançou o número mínimo de 171 assinaturas necessárias para ser protocolada e iniciar sua tramitação na Câmara dos Deputados. O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), criado por Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro, desempenhou um papel crucial ao dar visibilidade à questão, mobilizando apoiadores e aumentando a conscientização sobre a importância da mudança na legislação trabalhista.

De acordo com informações do gabinete da deputada, cerca de 231 assinaturas de deputados federais já foram registradas até a manhã de sexta-feira, 15 de novembro de 2024. Com isso, a proposta segue agora para as próximas etapas legislativas, com previsão de ser discutida e votada no plenário.

O que propõe a PEC?

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), responsável pela proposta para redução da jornada. Foto: Câmara dos Deputados.
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), responsável pela proposta para redução da jornada. Foto: Câmara dos Deputados.


A proposta busca alterar a Constituição Federal para reduzir a carga horária de trabalho semanal de 44 para 36 horas, com a implementação de uma jornada de quatro dias de trabalho seguidos por três dias de folga. 

A justificativa apresentada pela deputada Erika Hilton para a PEC destaca que a alteração proposta à Constituição reflete um movimento global em direção a modelos de trabalho mais flexíveis. 

Isso envolve o reconhecimento de que o mercado de trabalho precisa se adaptar às novas demandas sociais, oferecendo uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores e suas famílias. Hilton afirma que é essencial uma mudança nas normas de jornada de trabalho para equilibrar a vida profissional com o tempo para lazer e convivência familiar.

A mobilização popular e o Movimento VAT

Um dos pilares que sustentam a proposta da PEC é o apoio da população, especialmente de trabalhadores que reivindicam melhores condições de trabalho. O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), criado por Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro, foi fundamental para dar visibilidade à questão. 

Rick, fundou o movimento após se tornar uma figura popular nas redes sociais, especialmente no TikTok, ao compartilhar vídeos sobre a rotina de trabalho exaustiva e os impactos psicológicos que a escala 6×1 tinham em sua vida.

O vereador Rick Azevedo, criador do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT).  Foto: Rick Azevedo via Instagram/Reprodução
O vereador Rick Azevedo, criador do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT). Foto: Rick Azevedo via Instagram/Reprodução.

Em seus vídeos, Rick relatava como a jornada de trabalho intensa afetava sua saúde mental, destacando a sobrecarga de responsabilidades para quem trabalha em empregos como auxiliar de serviços gerais, vendedor, frentista, ou balconista de farmácia. 

Ele mencionava também as dificuldades que enfrentava por não ter tempo para estudos, familiares ou lazer. Ao ganhar visibilidade, Rick organizou grupos no WhatsApp e Telegram, que posteriormente se expandiram para diversos estados do Brasil, com o objetivo de conscientizar e mobilizar mais pessoas em torno da causa.

A petição online iniciada pelo movimento VAT, intitulada "Por um Brasil que vai além do trabalho: VAT e Ricardo Azevedo na vanguarda da mudança", foi uma das principais ferramentas de mobilização. 

A petição solicita que o Congresso Nacional altere a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e revise a escala de trabalho 6×1, propondo alternativas que permitam aos trabalhadores desfrutar de mais tempo para suas vidas pessoais e familiares. Até o momento, a petição já alcançou mais de 2 milhões de assinaturas, o que evidencia o grande apoio popular à iniciativa.

Procuramos a assessoria do Vereador Rick Azevedo e da deputada federal Erika Hilton para maiores esclarecimentos sobre a PEC e sobre o movimento VAT mas não obtivemos retorno até o fechamento desta reportagem..

A PEC no Congresso: desafios e apoios

Com o número de assinaturas alcançado, a PEC agora está pronta para ser protocolada na Câmara dos Deputados. Contudo, o caminho até a aprovação ainda não está garantido, e o processo pode ser longo. A deputada Erika Hilton fez um pronunciamento na tarde de quarta-feira (13) para reforçar os argumentos a favor da mudança na legislação trabalhista.

Minutos antes de uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a deputada Erika Hilton, líder do PSOL (SP), exigiu “apoio aberto e declarado” do governo federal para a proposta de emenda constitucional que visa acabar com a escala 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso).

As declarações de Hilton ocorreram logo após ela anunciar que havia obtido as 171 assinaturas necessárias para protocolar a PEC. Ela também confirmou que participaria de uma reunião com Padilha e o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), autor de uma outra PEC sobre o mesmo tema.

“Vou primeiro ouvir o que o ministro Padilha tem a nos dizer”, afirmou Hilton. “O que precisamos é do apoio do governo para fortalecer essa discussão no Congresso Nacional, com mediação do ministro, para que consigamos avançar na tramitação dessa PEC, com o respaldo claro e explícito do governo.”

A PEC 221/19, apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), também propõe a redução da carga horária semanal, mas sem alterar o modelo de quatro dias de trabalho e três dias de folga. Essa PEC está atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, dependendo do andamento, pode ser unificada com a proposta de Erika Hilton ou seguir separada. A decisão sobre a tramitação de ambas as PECs caberá a Arthur Lira (PP-AL), Presidente da Câmara dos Deputados.

Visões contrárias e a reação do governo

A proposta tem gerado controvérsias, com diferentes setores da sociedade e do governo expressando suas opiniões. Entre os defensores da PEC, há o argumento de que a jornada de trabalho 6×1 é excessiva e desgastante, e que sua eliminação poderia criar novos postos de trabalho. A redução da jornada, segundo esses defensores, permitiria que os trabalhadores tivessem mais tempo para o lazer, o que também beneficiaria a saúde mental e a qualidade de vida da população.

No entanto, especialistas e setores do empresariado levantam preocupações em relação aos possíveis impactos da medida. Para eles, a redução da jornada de trabalho poderia aumentar os custos das empresas, sem que houvesse um aumento significativo na produtividade, o que pode gerar alta na inflação e no desemprego.

Cristina Helena Pinto de Mello, economista e professora da PUC-SP, diz que uma das possibilidades para manter o equilíbrio entre a manutenção do ritmo de atividade, se adequar às novas regras e manter o nível de produtividade será necessário contratação adicional ou pagamento de horas extras: “Neste caso, veremos um aumento nos custos de produção e elevação dos preços finais”. 

Mello diz que, com o passar do tempo, esses custos tendem a se diluir pelo endurecimento das negociações salariais com reajustes menores. “Uma alternativa é otimizar processos com tecnologia. Neste caso, os aumentos de custos podem ser menores e diluídos ou rateados em maior atividade produtiva”.  

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está dividido em relação à proposta. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tem se mostrado favorável à redução da jornada de trabalho, destacando que ela é uma tendência global e que merece ser debatida. Por outro lado, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), se mostrou mais cauteloso, sugerindo que qualquer mudança na jornada de trabalho devesse ser discutida de forma mais detalhada e, preferencialmente, por meio de negociações coletivas entre trabalhadores e empregadores.

Reações no Congresso: preocupação com o impacto para as empresas

No Congresso, a reação também tem sido mista. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para assumir a presidência da Câmara em fevereiro, expressou preocupações sobre a PEC. Ele acredita que é necessário ouvir os empresários e considerar os efeitos econômicos da proposta antes de avançar. 

Em uma reunião com a Frente Parlamentar pelo Empreendedorismo, Motta afirmou: “O que se criou é um verdadeiro movimento nas redes sociais a favor da PEC, que é um tema que temos e vamos discutir, mas precisamos ouvir ambos os lados.” 

T3: A aprovação da PEC pode desestabilizar a economia?

Desde que ganhou visibilidade, a proposta  passou a ser motivo de críticas. No Congresso Nacional, a grande maioria que votou a favor da PEC eram de partidos da base aliada ao Governo Lula. A oposição de direita contestou a proposta, mas, mesmo assim, obteve um voto a favor do deputado federal Fernando Rodolfo (PL). Alguns parlamentares conservadores, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e José Medeiros (PL-MT), e empresários são contra as mudanças propostas na lei.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), contrário à proposta da redução da jornada. Foto: Câmara dos Deputados.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), contrário à proposta da redução da jornada. Foto: Câmara dos Deputados.

No vídeo divulgado nas redes sociais, Nikolas classificou a votação como "ataque coordenado" e disse que não vai ceder às pressões. Ele alegou que a proposta pode gerar mais inflação no país e que nenhum outro político foi pressionado a tomar posição no tema. Apesar do que foi dito pelo deputado, a pressão nas redes sociais afetou diferentes políticos, incluindo parlamentares do PT.  

Procuramos a assessoria do Deputado Nikolas Ferreira, mas não obtivemos retorno.

Países do mundo inteiro estão testando ou já efetivaram um modelo de redução na jornada de  trabalho. Através de uma parceria entre a organização 4 day week e a construtora Reconnect Happiness, esse caminho foi experimentado em países como Espanha, Estados Unidos e Austrália.

Um relatório publicado pelo Think Tank Autonomy, juntamente de acadêmicos da Universidade de Cambridge, mostrou resultados positivos. Mais de 90% das empresas que participaram do teste decidiram continuar com a semana de quatro dias, já que o esgotamento dos funcionários diminuiu 71% e as empresas ficaram satisfeitas com a produtividade dos empregados. Além disso, nações de grande relevância econômica possuem jornadas de trabalho com menos de 40 horas. A Holanda possui, em média, 29,2h; A Dinamarca, 32,4h; A Alemanha, 34,4h; A Suíça, 34,4h e a Irlanda com 34,9h semanais.

Entretanto , a professora Cristina Helena ressalta que o cenário brasileiro é diferente do internacional, onde a mudança foi implementada com o aumento da produtividade ou por conta do investimento em tecnologias: “Faremos em um contexto de desindustrialização, forte mercado informal de trabalho, pressões inflacionárias e economia aquecida”, argumenta. 

Saiba qual será o desfecho das acusações criminais e condenações de Donald Trump após ser eleito o 47º presidente dos Estados Unidos.
por
Manuela Schenk Scussiato
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11/11/2024 - 12h

Após uma longa campanha pela Casa Branca, marcada por acusações e investigações criminais, Donald Trump foi, mesmo assim, reeleito presidente da maior democracia do mundo. Agora a principal questão é: o que acontecerá com suas condenações pendentes?

 

6 de janeiro

O recém eleito presidente foi acusado criminalmente pelo procurador Jack Smith por compra de votos, pressão de autoridades para a subversão do resultado democrático e iniciar o motim no Capitólio com o intuito de atrasar a posse do presidente Biden.

Invasão ao Capitólio em Washington DC realizada pelos eleitores de Trump após sua derrota na corrida eleitoral de 2020. A ação foi encorajada pelo próprio ex-presidente. Foto: Leah Millis/REUTERS

Mesmo com as incansáveis tentativas de Smith para a condenação de Trump, a Suprema Corte dos Estados Unidos o deixou parcialmente imune a processos criminais sobre ocorrências em seu mandato. Agora, com sua vitória, esse caso será completamente arquivado. Caso o procurador se recuse a fazê-lo, Trump disse em uma entrevista em rádio no mês de outubro que: “o demitiria em dois segundos”.

Segundo Neama Rahmani, ex-procurador federal: “Está bem estabelecido que um presidente em exercício não pode ser processado, portanto, o processo de fraude eleitoral no Tribunal Distrital de DC vai ser arquivado”.

 

Suborno em NY

Trump já tem 34 acusações no estado de Nova Iorque envolvendo falsificação de registros financeiros. O presidente foi condenado em maio deste ano no estado por júri popular sobre a compra do silêncio da atriz pornô Stormy Daniels no ano de 2016. Sua sentença está em aberto e será divulgada até o dia 15 de novembro pelo juiz do caso, Juan Merchan. O mesmo fez a escolha de adiar a revelação para depois do resultado das eleições.

É improvável que Trump seja condenado a viver atrás das grades por ser um réu primário de 78 anos. Caso isso ocorra, seus advogados podem entrar com recursos que facilmente impedirão sua prisão, o que pode adiar a execução da pena por anos. O mais provável, no entanto,  é um novo adiamento da sentença para o fim de seu mandato.

Trump após sua condenação no estado de Nova Iorque Foto: Seth Wenig/REUTERS
Trump após sua condenação no estado de Nova Iorque
Foto: Seth Wenig/REUTERS

De todos os casos em aberto, esse é o único que torna Trump, de fato, um criminoso condenado e, como se trata de uma acusação estadual, ele não tem o direito de se perdoar.

 

Eleições de 2020 na Geórgia

As acusações carregadas por Trump nesse estado vem de sua tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020, quando os democratas levaram os delegados da Geórgia após uma disputa acirradíssima entre os dois candidatos.

O julgamento do caso foi atrasado algumas vezes, principalmente pelas tentativas de retirar a promotora Fani Willis, o que ainda não ocorreu, após ser descoberto seu envolvimento pessoal com um dos advogados do caso. Agora, com a eleição de Trump confirmada, o processo será interrompido pela duração de seu mandato.

 

Documentos confidenciais

Jack Smith, o mesmo procurador do caso da invasão ao Capitólio em 2021, também lidera as acusações de manipulação indevida de documentos oficiais que o futuro presidente enfrenta, caso que o mesmo nega firmemente.

O processo diz que Trump levou documentos da Casa Branca para sua residência em Mar-a-Lago, no estado da Flórida, após deixar a presidência em 2020, além de impedir as autoridades de realizarem a retirada dos papeis.

A juíza do caso, nominada pelo próprio Trump, retirou as acusações e, mesmo com Smith recorrendo a decisão, nada será feito antes da posse, o que dará a este caso o mesmo destino dos supracitados, o arquivo pelos próximos quatro anos.

 

 

Democrata aponta desafios atuais e convoca sociedade a proteger valores democráticos
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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08/11/2024 - 12h

 

Em discurso, em Washington na quarta-feira (06), após a derrota na corrida pela Casa Branca, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, fez um alerta sobre o estado atual da democracia americana. Harris destacou que, mais do que nunca, o país enfrenta ameaças que exigem uma resposta firme e coletiva para proteger os princípios democráticos.

“Nosso sistema democrático está em uma encruzilhada”, afirmou a vice-presidente. Harris mencionou que essa conjuntura não é apenas um reflexo do momento atual, mas sim uma acumulação de desafios que vêm se agravando. “Aceito a derrota, mas continuarei na luta”, declarou, reforçando seu compromisso em seguir defendendo os valores democráticos mesmo após o resultado eleitoral.

Em seu pronunciamento, Kamala enfatizou a importância de manter a vigilância sobre “ameaças tanto internas quanto externas” e destacou o papel fundamental de instituições livres e da sociedade civil.

A vice-presidente direcionou parte de seu discurso à imprensa, que, segundo ela, desempenha um papel indispensável em momentos de crise democrática. “A democracia depende de nossa capacidade de proteger a verdade e assegurar que todos tenham voz”, disse, sublinhando o impacto negativo da desinformação e a necessidade de preservar o acesso dos cidadãos a informações precisas e de qualidade.

Vice-presidente Kamala Harris discursa após derrota, em Washington. Foto: SAUL LOEB/AFP.
Vice-presidente Kamala Harris discursa após derrota, em Washington. Foto: SAUL LOEB/AFP.

Além disso, Harris expressou preocupação com as mudanças recentes na legislação eleitoral de alguns estados, que, segundo ela, dificultam o acesso ao voto para muitos americanos.

“É nossa responsabilidade coletiva defender o acesso igualitário às urnas, sem discriminação ou obstáculos desnecessários”, declarou. A vice-presidente fez questão de lembrar que políticas que restringem o acesso às urnas enfraquecem a essência democrática dos Estados Unidos.

O tom do discurso de Harris foi de mobilização, e ela não hesitou em convidar a população a atuar de forma ativa na proteção da democracia. “Precisamos de todos engajados para superar os desafios e assegurar que as gerações futuras herdem um país onde a democracia prospere”, pontuou, pedindo união e comprometimento para enfrentar as ameaças que colocam em risco os valores fundamentais do país.

Com o discurso, Harris também relembrou o dever da atual geração em "manter vivos os ideais de igualdade e justiça", e alertou que, sem o envolvimento coletivo, os ganhos democráticos das últimas décadas podem ser comprometidos. 

Para ela, é indispensável que a sociedade continue a participar do processo democrático, defendendo as instituições e preservando as liberdades civis para que estas resistam ao passar do tempo.

Kamala Harris concluiu o discurso chamando a atenção para o papel de cada cidadão e a importância de resistir a ameaças que podem comprometer a estabilidade democrática. "Este é o momento de escolhermos qual legado queremos deixar", concluiu, apontando para o impacto de ações e omissões no futuro da democracia nos Estados Unidos.

Logo após a vitória do republicano, o dólar bateu recorde R$ 6,19
por
Vicklin Moraes
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08/11/2024 - 12h

 

Nas vésperas das eleições que definiriam o futuro presidente dos Estados Unidos, o dólar disparou, alcançando R$ 5,87, o maior valor desde a pandemia. Após a vitória de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris, a moeda americana oscilou, atingindo R$ 6,19, um recorde histórico.

Segundo Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a alta do dólar nas vésperas da eleição reflete um padrão observado em edições anteriores, intensificado pela forte rivalidade entre Trump e Harris. Essa instabilidade impacta diretamente o mercado financeiro, que não aprecia grandes riscos.

De acordo com o professor, o principal efeito na economia brasileira será nas exportações de produtos para os Estados Unidos. “O que Trump promovia em seu governo anterior era uma prática de protecionismo comercial, desvalorizando produtos estrangeiros em favor dos produtos norte-americanos. Isso pode prejudicar a entrada de produtos brasileiros, levando a uma sobretaxação”, afirma Amaral.

A política de protecionismo comercial implementada por Trump não é nova,durante seu primeiro mandato, o Brasil já sentiu grandes impactos devido aos altos impostos sobre a exportação de ferro e aço. Entretanto, o país que mais sofrerá com essa política será a China, que exporta desde aparelhos eletrônicos até soja. Com o baixo comércio entre Brasil e Estados Unidos, a tendência é que o dólar se torne cada vez mais caro.

Em outubro, durante sua campanha presidencial, Trump afirmou que aplicaria tarifas de 100% contra países que tentassem reduzir o valor do dólar ou abandonar a reserva da moeda americana. Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do BRICS, e uma das missões será decidir sobre o uso de moedas locais. Caso opte por outra moeda que não seja a americana, o país poderá enfrentar sanções comerciais e sobretaxações.

Presidente Lula em encontro de líderes do Brics, na África do Sul, em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert
Presidente Lula em encontro de líderes do Brics, na África do Sul, em 2023 — Foto: Ricardo Stuckert

 

Em relação à política externa, Rodrigo Amaral acredita que não haverá grandes mudanças sob a presidência de Trump, mas sim a manutenção das posturas tradicionais adotadas pelos Estados Unidos

 

Com 34 senadores e 203 deputados, o partido de Trump conquista a maioria dos votos
por
Vicklin Moraes
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07/11/2024 - 12h

Nesta terça-feira (06), os Estados Unidos confirmaram a vitória de Donald Trump na corrida pela Casa Branca. O republicano irá, pela segunda vez, ocupar o cargo de presidente do país. Porém, além da vitória de Trump, o Partido Republicano dominou as eleições, elegendo 34 senadores e 203 deputados.

Com 34 senadores, o partido de Donald Trump conquistou a maioria das cadeiras do Senado, retomando o controle da Casa, que estava com os democratas desde 2020. Das 100 cadeiras, os republicanos terão 54, formando a maioria. Até então, o Senado era composto por 51 democratas e 49 republicanos.

O Partido Democrata perdeu uma cadeira na Virgínia Ocidental com a vitória do republicano Jim Justice e outra em Ohio, onde os republicanos derrubaram o senador democrata Sherrod Brown e elegeram Bernie Moreno. 

O democrata Jon Tester, que vinha de um mandato popular de três mandatos, perdeu para Tim Sheehy, apoiado por Trump. Sheehy é um ex-militar da Marinha que fez comentários depreciativos sobre os nativos americanos, chegando a dizer que eles “ficavam bêbados às 08h da manhã”. Apesar disso, ele saiu vitorioso contra o democrata. 

Nos Estados Unidos, cada senador tem um mandato de seis anos, com eleições realizadas a cada dois anos para renovar um terço das cadeiras.

Já na eleição para a Câmara, diferentemente do Senado, todos os 435 assentos estavam em disputa. A renovação integral ocorre a cada dois anos. Os republicanos asseguraram 203 cadeiras, enquanto o Partido Democrata conquistou 181, algumas vagas ainda aguardam a conclusão da contagem.

Com a maioria na Câmara e no Senado, o Partido Republicano terá o controle das pautas nas casas. A presidência do Senado é sempre do vice-presidente, que, a partir do próximo ano, será JD Vance.

Além disso, há a possibilidade de Trump indicar mais representantes para a Suprema Corte, caso algum dos ministros se aposente. Quem vota na indicação do presidente é sempre o Senado e, com a maioria, isso ocorrerá.

 

Donald Trump na cerimônia de vitória, ao lado da esposa Melania Trump
Donald Trump na cerimônia de vitória, ao lado da esposa Melania Trump. Foto: Brian Snyder/Reuters

 

Magnata é o primeiro a assumir presidência mesmo condenado
por
Octávio Alves
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07/11/2024 - 12h

Com vantagem esmagadora, Donald Trump conquista a Casa Branca e derrota a democrata Kamala Harris na corrida eleitoral nos Estados Unidos nesta quarta-feira (06). A vitória do magnata  não deixa dúvidas do seu impacto sobre o cenário político global e representa uma forte conquista para os partidos de direita no mundo ocidental. 

Aos 78 anos, ele se torna o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, o primeiro com uma condenação da justiça e  o segundo presidente americano a retornar ao poder - o primeiro foi o democrata Grover Cleveland em 1892.

Trump ao lado da esposa.
Trump se declara vencedor após vencer na Pensilvânia . Foto: Doug Mills/The New York Times

 

Com uma campanha que apostou em controle migratório, patriotismo, recuperação econômica e o famoso slogan "Make America Great Again" -  “fazer a América grande de novo", em tradução livre -  foi declarado presidente após conquistar 277 delegados, 7 a mais do que o necessário, e se consagrou 47º presidente. 

Trump assume o cargo com a promessa de endurecer as políticas de imigração, fortalecer o mercado interno e reforçar a posição dos Estados Unidos como uma potência econômica e militar. O impacto de sua vitória reflete um desejo de mudança expressado por eleitores insatisfeitos com as políticas da administração anterior de Joe Biden. O retorno de Trump marca uma guinada conservadora mundial.

Esta vitória arrasadora foi um choque para todas as pesquisas. Trump ganhou em todos os estados-pêndulo e derrubou a muralha azul em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. 

Até a finalização desta matéria, Donald Trump contabilizava 50,9% dos votos (295 delegados) frente aos 47,6% (266 delegados) de Kamala Harris. 

Trump apontando
Trump venceu Harris em todos os estados-pêndulo.  Foto: Brian Snyder/Reuters