Protestos massivos liderados por jovens nepaleses da Geração Z (1995 - 2010), reivindicam o fim da corrupção generalizada e criticam a desigualdade social nepalesa. O país atravessa sua pior crise política desde o fim da monarquia, em 2008.
O estopim da revolta ocorreu na quinta-feira (4), com o bloqueio de mais de 20 redes sociais (entre elas Instagram, Whatsapp e X) no país, sob a alegação do governo de que as normas de regulamentação nepalesas não estavam sendo cumpridas pelas plataformas e também como meio para evitar a propagação de notícias falsas e discursos de ódio. As autoridades afirmaram ainda que prezam pela liberdade de expressão, mas que precisam que as plataformas tenham responsabilidade e sejam bem administradas, com a nomeação de representantes legais no país.
A medida foi tomada durante uma campanha que estava viralizando nas mídias sociais, intitulada “nepo kids”, que denunciava a corrupção política no Nepal e a vida de ostentação exibida por filhos de governantes; isso, em contraste com as dificuldades que o restante da população enfrenta para sobreviver, segundo a trend. A proibição das redes foi recebida com revolta e foi vista pelos jovens como forma de silenciar as denúncias contra a corrupção. Os manifestantes se uniram contra o decreto, tomaram as ruas da capital nepalesa Katmandu e marcharam até o Parlamento em 8 de setembro. Em resposta ao movimento, a polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo, canhões de água e balas de borracha durante confronto para tentar conter a multidão; 19 pessoas morreram apenas no primeiro dia.
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As mortes levaram à intensificação dos protestos no dia 9, provocando incêndios em prédios do governo e no Parlamento Federal. Residências de políticos também foram incendiadas pelos manifestantes, como a do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, resultando na morte de sua esposa, que estava dentro da casa no momento do ataque.
Com a escalada do conflito, o primeiro-ministro Khadga Prasad Oli renunciou ao cargo e o número de mortes foi atualizado para 25. O bloqueio das redes foi revogado, como meio de conter a revolta, mas as manifestações seguiram, com a insatisfação dos jovens nepaleses se ampliando em relação às práticas corruptas.
Na sexta-feira (12), o presidente Ramchandra Paudel dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições para 5 de março de 2026. Simultaneamente, Paudel nomeou Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte, como primeira-ministra interina, tornando-se a primeira mulher a liderar o governo do Nepal. Karki, conhecida por decisões judiciais contra casos de corrupção e pela promoção da igualdade de gênero, recebeu apoio direto dos manifestantes, que debatiam os próximos passos em plataformas digitais como Discord.
No dia 13, a normalidade começava a retornar a Katmandu: lojas reabriram, veículos voltaram às ruas e a presença militar foi reduzida. Karki visitou jovens feridos e recebeu pedidos de familiares das vítimas, que exigiam reconhecimento dos mortos e compensações financeiras. Organizações internacionais de direitos humanos pedem que o novo governo acabe com a “impunidade do passado” e investigue os responsáveis pelas mortes.
O desafio de Karki será recuperar a confiança da população, conduzir as eleições em março e entender as reivindicações da juventude, que desempenhou papel central nas recentes mobilizações. Com 22% dos jovens entre 15 e 24 anos desempregados e um quinto da população vivendo na pobreza, a Geração Z nepalesa já demonstrava frustração. O bloqueio das redes sociais foi a faísca de um descontentamento acumulado.
Em meio a tensões políticas e crises diplomáticas, o conflito entre Israel e Gaza se intensifica. Recentemente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a intenção de assumir o controle total da Faixa de Gaza. Embora a operação ainda não tenha sido confirmada, o governo de Israel afirma que o objetivo seria expulsar o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) e instaurar um governo civil no território. Em entrevista à BBC, Netanyahu declarou que Israel busca “libertar o povo de Gaza do terrível terror do Hamas”.
O Estado de Israel mantém os bombardeios e ataques contra Gaza. A recusa de um cessar-fogo imediato resultou em um aumento no número de mortes, destruição de cidades inteiras e no agravamento de uma crise humanitária de grande proporção.
Em entrevista exclusiva à AGEMT, o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Rodrigo Amaral, pesquisador especializado em Estados Unidos e Oriente Médio, avaliou que a imagem de Israel no cenário internacional tem se deteriorado. “Mesmo que Israel mantenha fortes relações, sobretudo comerciais, com diversos países, o debate sobre boicotes — antes distante do imaginário internacional — começa a ganhar força”, afirmou.
Nos últimos meses, países como Canadá e França passaram a reconhecer a Palestina como um Estado legítimo. A decisão, vinda de nações com peso político relevante, chamou atenção e fortaleceu o movimento palestino. Para Amaral, o gesto reforça a percepção de que a comunidade internacional demonstra, de forma mais concreta, a intenção de apoiar a criação de um Estado palestino autônomo. “É um marco para esses países reconhecerem a Palestina, sobretudo por serem nações tradicionalmente alinhadas à lógica norte-americana”, destaca o professor.
Ao contextualizar o conflito, Amaral lembra que eventos como a Primeira Guerra Mundial, a Guerra Fria e a Crise de Suez contribuíram para o deslocamento forçado dos palestinos à Faixa de Gaza. Questionado sobre a possibilidade de o território voltar à “normalidade”, ele pondera que “nunca existiu normalidade em um espaço onde a população vive confinada”. “Gaza é controlada por autoridades estrangeiras, Israel e Egito. Dentro dessa realidade sociopolítica, tenta-se construir uma vida cotidiana, mas os palestinos sempre foram empurrados para esse território”, afirma.
Entre o impasse político e as operações militares, as ações de ambos os lados se intensificam. O próximo passo declarado por Netanyahu seria a desocupação total de Gaza pelos palestinos que ainda vivem no local e a busca por outros territórios que os recebam. “É importante lembrar que Gaza já era um espaço de refúgio, pois a maioria dos palestinos que vive lá não é originária do território”, acrescenta Amaral. Segundo ele, a tendência é a manutenção de um controle militar em Gaza, provavelmente acompanhado de presença ativa de Israel durante o processo de reconstrução.

Apesar do apoio crescente de diversos países à causa palestina, o cenário das relações internacionais ainda é fortemente influenciado pelas grandes potências ocidentais. Esses atores exercem papel decisivo na definição da ordem global e, frequentemente, detêm o poder de determinar os rumos das ações multilaterais. Segundo Rodrigo Amaral, é incomum observar um consenso entre nações como Canadá, França e Austrália ao se posicionarem contra a ofensiva israelense em Gaza. Por meio de mecanismos intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), esses países podem contribuir propondo cessar-fogo e planos de retirada militar da região.
Além da pressão diplomática, Amaral aponta que as nações contrárias à atuação de Israel podem adotar boicotes econômicos como forma de protesto. Essa medida, explica ele, visa prejudicar setores estratégicos da economia israelense e pressionar o governo pelo encerramento das operações militares. “O tempo está passando rapidamente. Diariamente, dezenas de palestinos são assassinados. Ações concretas ainda não foram tomadas; pelo contrário, observamos um aumento dos impasses diplomáticos”, afirma o professor.
Atualmente, estima-se que a ocupação militar israelense em Gaza já abrange quase 90% do território. O governo de Benjamin Netanyahu mantém a meta de ampliar o controle e promover a retirada total dos palestinos que ainda vivem na região. De acordo com Amaral, o número de vítimas ultrapassa 60 mil palestinos desde o início do conflito. “A tendência é que o desfecho desse confronto resulte na consolidação dos interesses israelenses. Apesar do posicionamento da comunidade internacional e das pressões de movimentos sociais transnacionais, persiste um cenário de impunidade e continuidade das ações militares de Israel”, conclui.
Nesta quarta-feira (10), o influenciador de extrema-direita e aliado do presidente republicano Donald Trump Charlie Kirk, foi baleado por um atirador escondido no telhado da Universidade de Utah Valley. Kirk começava a turnê de seu famoso debate “Prove me Wrong”. Ele tinha 31 anos e quase 8 milhões de seguidores nas redes sociais e era considerado uma das maiores vozes do movimento MAGA (Make America Great Again ou Torne a América Grande de Novo), projeto de poder do atual presidente do país. Charlie deixa uma esposa e dois filhos.

Foto: Josh Edelson/AFP
Sua morte foi confirmada por Donald Trump na rede social Truth Social. “O grande e até lendário Charlie Kirk, está morto. Ninguém entendeu ou teve o coração da juventude dos Estados Unidos da América melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por TODOS, especialmente por mim, e agora não está mais entre nós. Melania e eu enviamos nossas condolências à sua bela esposa Erika e à família. Charlie, nós te amamos!”, escreveu o presidente.
Além de influenciador, Kirk fundou a Turning Point Faith, um braço político que tem como objetivo mobilizar comunidades religiosas em questões conservadoras. Ele também escreveu livros sobre a doutrina MAGA e a "banalização do ensino superior".
O ativista de extrema-direita ficou famoso por seus debates com microfone aberto que reuniam milhares de pessoas, apoiadores ou pessoas que queriam participar. Esses encontros foram chave para o crescimento da popularidade de Trump entre os jovens, durante a corrida eleitoral do ano passado. Seus shows Prove me Wrong e The Charlie Kirk Show foram palco de muitas falas consideradas racistas, homofóbicas, misóginas, xenofóbicas ou polêmicas, como quando ele comparou o aborto ao holocausto.

Foto: Jackson Stanley/The Battalion
Acima de tudo, Kirk defendia a proteção das leis pró-armamento e, durante um de seus debates, chegou a dizer que algumas mortes de inocentes por ano são um bom preço a se pagar para garantir a liberdade do porte de arma no país. Ironicamente, sua morte o tornou mais uma das vítimas diárias da crescente violência armada nos EUA. Sua luta contra o controle armamentista no país faz coro com um poderoso lobby responsável pelos atuais 98 casos de incidentes com armas de fogo em escolas dos Estados Unidos - que já tiraram a vida de 31 pessoas, segundo o Everytown Research and Policy.
No último Domingo, 7, organizações de familiares de vítimas da ditadura do general Augusto Pinochet se reuniram para relembrar o golpe que completaria 52 anos na quinta-feira. Em meio ao frio e à chuva, marcharam por Santiago.
Em 11 de Setembro de 1973, foi instaurada uma ditadura militar no Chile, acabando com o regime constitucional democrático. O socialista Salvador Allende era o presidente do país quando Pinochet tomou o poder.

A disputa para presidência foi acirrada entre o socialista Allende e Jorge Alessandri, candidato da direita. A Constituição chilena previa a necessidade de maioria dupla no voto popular e no Congresso, para isso foram necessárias difíceis negociações, que culminaram com a confirmação do nome de Allende no Parlamento, apensar da tentativa de intimidação dos opositores, com o assassinato do comandante-chefe das Forças Armadas chilenas, René Schneider.
Havia uma separação onde a Democracia Cristã, aliada ao partido Nacional, de extrema direita, controlava o Congresso enquanto a Unidade Popular, representante dos setores mais populares, controlava o Poder Executivo. Logo teve início uma grande violência entre os grupos mais extremistas, chegando até a camada de pessoas comuns. Como o grupo extremista de direita Patria y Libertad tinha apoio da CIA, exército e marinha chilena, acabou conseguindo mais votos nas eleições parlamentares fazendo com que Allende tivesse minoria no Congresso.
Os grupos de ultradireita tentaram de todas as formas derrubar o governo, mas fracassaram pelo apoio que Salvador Allende tinha da população. Chegou a ser sugerido estado de sítio pelo Comandante-Chefe das Forças Armadas, Carlos Prats, que dizia que iria controlar a violência da direita e esquerda que se espalhava pelo país.
O estado de confronto iniciado por Patria y Libertad teve o primeiro ato terrorista em parceria com oficiais sediciosos da marinha chilena, resolveram cortar todas as mangueiras que abasteciam os principais postos de gasolina de Santiago. O que ocorreu no mesmo horário em que o ajudante de ordens de Allende foi assassinado com objetivo de impedir a obtenção de informações sobre o meio militar pelo governo.
O golpe foi articulado por oficiais da Marinha, da Força Aérea e do exército chileno com financiamento do governo dos Estados Unidos. A ditadura militar chegou a durar 17 anos com 3.200 mortes.
O general Augusto Pinochet tomou o poder junto ao vice-almirante da marinha, José Toribio Merino, e ao comandante da força aérea, Gustavo Leigh.
Naquela terça-feira de setembro, às 7h30 já estava no início do golpe e Allende foi para o Palácio de La Moneda (Palácio Presidencial). Às 12h os aviões da Força Aérea Chilena começaram a bombardear a sede do governo por 15 minutos e Allende foi encontrado morto após cometer suícidio enquanto o golpe começava no centro da capital chilena, Santiago.
Em 2025, o Chile encara o período que passou como uma das mazelas sociais e, assim como o Brasil, fez o Comitê da Verdade e Reconciliação para punir adequadamente os torturadores.

Em Santiago existe o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, que documenta as violações de direitos humanos durante a ditadura de Pinochet e homenageia as vítimas com seus itens e de seus familiares. O museu foi inaugurado em 2010 para promover a reflexão, sendo organizado em exposições permanentes, temporárias, centro de documentação e eventos educacionais.
Entre tudo que está exposto no museu, tem cartas de crianças aos pais que foram presos e mortos na ditadura. Em uma das cartas, uma menina chamada Lulú junto a sua mãe, Cristina, escrevem o que estão fazendo, quais desenhos Lulú assiste e a criança ainda ressalta não gostar de ver a mãe sozinha mas que ambas tem a esperança de encontrá-lo logo. Enviam a ele a carta e um macaco de pelúcia torcendo para que ele se encontre bem e dê algum retorno por carta.
“Querido papai, espero que esteja bem. Olha papai vemos na televisão os programas que eu gosto, são: “la gata que dice mi” [hello kitty]. Papai, um coração, um coração que disse tis tas, música livre e Pin Pon. Pin Pon é um boneco muito fino e de cartola, lava sua cara com água e com sabão. De Talcahuano nós queremos ir ao campo, queremos estar com a Betty porque me dá muita pena que minha mamãe esteja só, ela nos disse que não vamos mais ficar sozinhas e que devemos seguir estudando muito para te esperar sempre.
Te amo muito papai, espero que você goste do macaco que te mandamos, nós vamos tirar uma foto para te mandar.
Tchau amor, recebe todo meu carinho. Tchau papai coração.
Abraço para você. De sua filha Lulú.
Me escreva carinho.
Papai lindo.
Cristina Elena Alegria Sato".

Carta exposta no Museu dos Direitos Humanos no Chile. Foto: Daniella Ramos
O Chile foi um dos poucos países a se preocupar em expor e punir os responsáveis pelo regime militar que enfrentaram, mantendo vivo no dia a dia dos chilenos a importância desse fato histórico não se repetir. Uma forma de divulgarem e relembrarem como foi o período de 1973 a 1990 é o acervo do Museu, que tem entrada gratuita e fica na estação Quinta Norma da linha verde do metrô em Santiago.
O atual presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou em 11 de Setembro de 2024 que iria revogar um projeto de lei que está parado no Congresso desde 2014 para a anistia de quem cometeu crimes contra os direitos humanos, visando reforçar o cumprimento da democracia e direitos humanos.
A cerimônia, que aconteceu no último dia 3, comemora o que os chineses chamam de “Guerra de resistência contra a opressão japonesa e luta antifascista mundial” e teve como ponto alto a apresentação do grande arsenal de tanques de guerra, aviões, mísseis e outros armamentos de alta tecnologia que a China possui.
Mais de 20 chefes de Estado foram recebidos na capital, entre eles Vladmir Putin e Kim Jong-un, que protagonizaram as principais imagens e comentários publicados em veículos internacionais sobre o evento, posicionados sempre ao lado de Xi Jinping retratando, estrategicamente, um novo eixo político de parceiros com grande arsenal bélico.
Representando o Brasil, estavam Celso Amorim, assessor especial da presidência para assuntos internacionais e Dilma Roussef, ex-presidenta do Brasil e atual presidenta do Banco dos BRICS.
Segundo Rafael Abrão, doutor em economia política e professor de relações internacionais na PUC-SP, o desfile foi motivo de orgulho para o povo chinês que, em 80 anos, saiu da extrema pobreza para um cenário de disputa pelo título de maior potência mundial com os Estados Unidos.
O evento também como reforço da narrativa construída pela China como um país forte e resiliente frente às agressões estrangeiras do passado e do presente, de acordo com Rafael. Enquanto a Casa Branca usa ataques tarifários contra inimigos, a China segue firme no objetivo de reanexar Taiwan, o que não só reunifica o país, mas também garante acesso ao mar onde estão as bases militares americanas.

Exibição de novos armamentos bélicos
Para Augusto Rinaldi, Doutor em Ciência Política e também professor na PUC-SP, além da celebração histórica, o desfile comunica que hoje a China, além de potência econômica e tecnológica, é também uma potência militar. Ele destaca a demonstração de que os equipamentos militares chineses hoje contam sobretudo com tecnologia nacional. “Isso não só fortalece a independência da China de fornecedores externos, como também aponta que seus armamentos rivalizam com os das potências ocidentais e da Rússia, em termos de sofisticação. Os mísseis hipersônicos e os drones avançados apontam nesse sentido.” – detalha.

De colônia à potência mundial
As festividades coincidem com os 80 anos das bombas nucleares que os Estados Unidos jogaram nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki, sob o discurso de frearem o imperialismo japonês em vários países da Ásia, principalmente na China. O professor Rafael explica que este período de colonização faz parte do que os chineses chamam de “século da humilhação”, uma era marcada por violência extrema contra mulheres, trabalho forçado e fome, gerados tanto pela Europa quanto pelo império japonês. Estes conflitos deixaram uma marca na relação diplomática entre os países. Depois da revolução de 1949, os chineses definiram como meta retomar seu lugar no mundo e, após 80 anos, isso é exatamente o que um desfile como este busca mostrar.
Rafael esteve na China a convite do governo chinês e conta que em sua experiência notou a disparidade entre o acesso das novas gerações a produtos de artigos de luxo, enquanto seus avós relembram épocas em que passavam fome. “Muita gente se questiona se todo mundo apoia o governo chinês, e obviamente que não, mas é muito difícil não apoiar quando a vida vai melhorando tão aceleradamente.”, pondera. “O que estamos vendo é uma mudança. A Ásia se tornando o centro dinâmico da economia mundial.”, conclui.
Relação com o Ocidente
Para o professor Augusto , além da celebração, o evento consolidou um segundo eixo geopolítico entre China, Rússia, Coreia do Norte e Índia, por meio da presença de seus líderes na celebração, em um movimento que desafia a hegemonia dos Estados Unidos.
Os próprios comentários de Donaldo Trump em sua rede social Truth Social, durante o evento em Pequim, mostraram esta percepção pelo lado americano. Em sua postagem, o presidente dos Estados Unidos faz referência à participação americana no fim da Segunda Guerra Mundial como um "grande auxílio" à libertação da China contra o Japão, e que esperava ser mencionado durante a cerimônia em Pequim. Por fim, o mandatário saúda os líderes da Rússia e da Coréia do Norte, logo antes de mencionar o encontro de ambos com Xi Jinping como uma conspiração.

Rafael acredita, entretanto, que a China assume uma postura pacifista diante deste cenário, ainda que interessada em desenvolver uma estrutura global multipolar, de modo a se tornar uma grande parceira de países que estão sendo afetados pelas barreiras impostas pelo atual governo americano, como é o caso do Brasil.
Ele também explica que o Brasil de hoje tem a China como principal parceiro comercial e, para que o país se beneficie desta multipolarização global, será preciso ter um plano claro de desenvolvimento a fim de saber quais investimentos exteriores serão prioritários.
Já para Augusto, o país precisará se posicionar com cautela em relação aos Estados Unidos.













