Debate entre as chapas concorrentes à eleição do CACS (Centro Acadêmico de Ciências Sociais) tratou da falta de políticas de inclusão de estudantes indígenas, a questão da limpeza do espaço físico do CA e a relação entre a entidade e a Fundasp. Concorrem à eleição as chapas “Olga Benário por uma Universidade Popular”, da UJC (União da Juventude Comunista), “Marielle Franco: nossa luta, nossa voz!”, composta pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e “CACS é pra brilhar”, constituída por militantes independentes.
Estudantes questionaram a relação do Centro Acadêmico com uma funcionária contratada para fazer a limpeza do espaço físico e a razão dela não ter sido efetivada, mesmo a atual gestão tendo prometido a efetivação dela no último pleito. A chapa “CACS é pra brilhar”, que concorre à reeleição, lembrou que a entidade estudantil não teve condições de abrir um CNPJ e receber os repasses prometidos pela Fundasp (Fundação São Paulo, mantenedora da PUC), instituição que cobra água e luz dos centros acadêmicos desde o início deste ano.
A Comissão Eleitoral pediu para que o nome da funcionária não fosse mencionado nas discussões pela delicadeza do assunto.
Representação indígena nos programas das chapas:
Durante a abertura de perguntas para o público, Jaci Martins, estudante indígena do curso de Ciências Socioambientais, questionou a falta de atenção aos povos originários nas propostas das chapas e no próprio debate, apontando que a PUC tem projetos como o Pindorama. “Eu não vejo acolhimento a não ser das minhas companheiras de sala de aula”, reforça a militante, que tinha atenção da sala inteira. “Já basta a gente sofrer a remoção dos povos indígenas mundo afora. E hoje tem a votação do Marco Temporal e ninguém fala disso”, concluiu.
Em resposta, as chapas concorrentes prometeram tratar melhor do assunto, reconheceram a urgência do tema e até chegaram a convidar a estudante para compor a chapa “e participar com a gente em relação a isso”, como foi o caso da Chapa 2 (Marielle: nossa luta, nossa voz!).
O Centro Acadêmico de Psicologia (CAPSI) anunciou, no dia 6 de setembro, a posse da gestão Bispo do Rosário por uma Universidade Popular, com 285 votos. O processo eleitoral estava em curso desde o dia 12 de agosto, quando a Comissão Eleitoral tomou posse da entidade, demarcando o fim da gestão Nise da Silveira por uma Universidade Popular. Assim como no ano passado, as eleições ocorreram com chapa única.
Na véspera da abertura do período eleitoral, a gestão anterior (2022- 2023) compartilhou nas redes sociais do centro acadêmico uma série de postagens referentes ao histórico da entidade. O ano passado foi marcado pela revitalização do espaço físico e da mobilização do movimento estudantil junto aos docentes para reivindicar os salários integrais de professores após redução de 10% anunciada – e posteriormente revogada - pela FUNDASP, em setembro de 2022.
Com publicações detalhadas e de fácil linguagem, ainda foram descritas as funções e histórico das secretarias de Finanças, de Agitação e Propaganda (Agitprop), de Infraestrutura e de Saúde Mental. Esta, por sua vez, destacou-se pela realização de “aulões” destinados aos estudantes bolsistas para “amenizar o impacto causado pelo acúmulo de matérias em decorrência da entrada tardia dos alunos que recebem bolsas de estudo”. A iniciativa foi baseada na colaboração do próprio corpo discente, por meio de questionário e voluntariado, para definir o conteúdo a ser trabalhado e também para compor o corpo de produção e monitoria.
A luta e articulação para promover uma universidade mais popular, diante das dificuldades enfrentadas pelo corpo estudantil desde a retomada das aulas presenciais após o período de pandemia, não foi encerrada em agosto deste ano. Na verdade, a causa passa o bastão à sua sucessora.
A nova gestão declarou, em sua carta-programa, defender um centro acadêmico alinhado às pautas de inclusão e de engajamento de classes. O documento ainda expõe a visão da chapa sobre as conjunturas atuais do país e da PUC-SP, demarcado neste a elitização do espaço acadêmico e sua natureza excludente. “É fundamental pensarmos na PUC como um espaço que, apesar de sua relevância histórica enquanto uma instituição de defesa e formação de valores democráticos, se apoia em uma imagem de um passado cada vez mais distante da realidade atual”, declara.
Estruturalmente, o CAPSI será gerenciado por três secretarias, além da Diretoria e Tesouraria, que são obrigatórios segundo edital aprovado na Assembleia de Curso, no dia 7 de agosto. A Secretaria de Comunicação está encarregada das redes sociais da entidade e prioriza o contato com os estudantes também no campus. A secretária de Eventos é responsável pela organização de projetos que promovam “a cultura, a política de permanência e o acolhimento des estudantes”. Por fim, a Secretaria de Infraestrutura visa a limpeza e manutenção do espaço físico, em continuidade ao processo de revitalização.
Para isso, a gestão propôs uma associação denominada “Núcleo de Infraestrutura e Cultura” (NIC), que prevê a participação direta de estudantes na intervenção do espaço físico e sugere um núcleo independente quanto à autogestão. Ainda assim, o documento declara obrigatória a presença do secretário de Infraestrutura nas reuniões e no alinhamento de eventuais projetos de ação.
Das oito propostas apresentadas pela chapa durante as eleições, destacam-se o compromisso de continuar os “aulões” para alunos bolsistas no início dos semestres e a equalização dos valores das Bolsas CEPE e CNPq, referentes à iniciação científica oferecida pela mantenedora da PUC-SP. A gestão ainda esclarece as pautas centrais a serem trabalhadas nos próximos meses, como a dialogação com coletivos (Libertas, Da Ponte Pra Cá e Saravá), Ligas Acadêmicas, Atlética, Empresa Jr. e outras entidades para além do curso de Psicologia.
Gestão Bispo do Rosário (2023-2024)
Presidente: André Sanches Montemor Augusto
Vice-presidente: Isabella Helena Rocha
Tesoureiro: Victor Alves Toscano
Secretária de Comunicação: Isabella Villar Oliveira
Secretárias de Eventos: Nádia Uana e Flávia Rocha Banyan
Secretário de Infraestrutura: Saulo Sirota Palma
No último domingo (30), ocorreu a terceira edição do Perifacon, a convenção nerd voltada para as pessoas da periferia de São Paulo.
O evento que dá visibilidade para as pautas e artistas das favelas do país contou com a colaboração de grandes marcas, como: Warner, Netflix, Ambev Tech, UNICEF, iFood, Kwai, BibliON, Agência Mural, Shopee, Museu das Favelas e Letraria Cultural.
O Bem da Madrugada atua na região central da cidade de São Paulo, pela Sé, Viaduto do Chá e o Pateo do Collegio. Entre os voluntários estão estudantes de medicina, enfermagem, medicina veterinária, direito, odontologia, psicologia e jornalismo. Eles também distribuem ração para os animais, fornecem alimentação para as pessoas e serviços de barbearia.
No último mês de maio, do dia 11 ao dia 14, o Parque da Água Branca recebeu a quarta edição da Feira Nacional da Reforma Agrária. A feira contou com produtores do MST de todo o Brasil, com uma imensa diversidade de alimentos, produtos artesanais, especiarias e muito mais. O evento atraiu um público de todas as idades, desde bebês de colo até idosos vestindo orgulhosamente suas camisas do MST.