O thriller político estrelado por Wagner Moura chega aos cinemas no dia 6 de novembro
por
Isabelle Rodrigues
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19/09/2025 - 12h

O filme "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, foi escolhido nesta segunda-feira (15) pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026 na categoria de Melhor filme internacional. Após a vitória do longa "Ainda estou aqui", de Walter Salles, o país voltou a brilhar aos olhos da mídia estrangeira, já que além das discussões em torno do prêmio, o público brasileiro movimentou a premiação como nunca antes. 

O longa do diretor pernambucano, situado em 1977, narra a história de Marcelo (Wagner Moura) que se refugia em Recife, após acontecimentos violentos em seu passado. Após buscar abrigo com outros grupos marginalizados, Marcelo acaba se envolvendo nos conflitos políticos e étnicos escondidos pela cidade.

Entre o elenco, estão nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Alice Carvalho

Elenco de agente secreto reunido para a exibição e premiação do filme no festival Cannes. Foto: reprodução / IMDB
Elenco de agente secreto reunido para a exibição e premiação do filme no festival Cannes. Foto: reprodução / IMDB

A indicação, porém, não significa que o filme já esteja entre os finalistas. A escolha dos longas a participarem da cerimônia acontece por meio de pré-seleções. Todos os países têm direito a enviar um candidato para a apuração, sendo necessário que o filme tenha sido feito fora dos Estados Unidos e com mais de 50% dos diálogos em qualquer língua, menos o inglês. Depois, o filme é selecionado de acordo com a crítica e o voto interno, determinando assim os cinco concorrentes finais. Por conta dessas etapas, vários filmes brasileiros já caíram na pré-seleção.

Antes de "Ainda estou aqui", o último filme nacional classificado foi "O ano que meus pais saíram de férias", do diretor Cao Hamburger em 2008, que chegou até a pré-indicação. Quase dez anos depois da primeira indicação, em 1999, de "Central do Brasil" de Walter Salles, que chegou a ser um dos finalistas.

O longa já conquistou oito prêmios, entre eles o de Melhor ator, para Wagner Moura e de Melhor diretor para Kleber Mendonça Filho, ambos no Festival de Cannes.

O Agente Secreto conta com exibições especiais por todo o país e estará disponível nos cinemas brasileiros a partir de 6 de Novembro.

Segue abaixo, o trailer da produção

Após 12 anos de sucesso, Invocação do Mal 4: Last Rites chega para dar fim a uma das mais aclamadas franquias de terror
por
Isabelle Rodrigues
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16/09/2025 - 12h

No dia 4 de setembro, chegou aos cinemas mundiais “Invocação do Mal 4: Last Rites”, o último capítulo da saga, que toma a atmosfera do polêmico caso da família Smurl, supostamente assombrada entre 1974 e 1989. 

Em seu primeiro final de semana em cartaz, o filme já arrecadou R$ 42 milhões, além de ter levado mais 2 milhões de pessoas aos cinemas, segundo dados divulgados pela Warner Bros. Foi confirmada uma continuação em desenvolvimento do universo, em forma de série pela HBO Max.

Judy e Lorraine compartilham da mesma habilidade, o que se torna um dos motores da narrativa  Reprodução/ Warner Bros
Judy e Lorraine compartilham da mesma habilidade, o que se torna um dos motores da narrativa  Reprodução / Warner Bros

O longa tem novamente a direção de Michael Chaves, que tomou da frente da saga desde o terceiro filme, The Devil Made Me Do It e The Nun 2, em 2021 e 2023. O filme   finaliza a saga dos Warren -  Lorraine (Vera Farmiga) e Ed (Patrick Wilson), com a adição de Judy, filha do casal (Mia Tomlinson) agora adulta e seu noivo Tony (Ben Hardy). Como um encerramento e tributo aos fãs de longa data, outros rostos conhecidos do universo  tomam a cena, como Drew(Shannon Kook), ajudante do casal no primeiro filme, Padre Gordon (Steve Coulter) e o Policial Brad (John Brotherton) também do primeiro.

O filme conta com diversas liberdades criativas sobre o real caso, já que os Warrens apenas se envolveram dez anos depois da assombração ser notificada. O que não é estranho para a franquia, mas se torna especialmente notável como parte desse encerramento, já que na realidade o caso nunca foi resolvido pelo casal, fortalecendo as críticas da época que acusavam o casal de charlatanismo.

Ed e Lorraine Warren foram personalidades extremamente midiáticas durante seus casos. Reprodução / Carolyn Bauman
Ed e Lorraine Warren foram personalidades extremamente midiáticas durante seus casos. Reprodução / Carolyn Bauman

Lançada em 2013, a franquia Invocação do Mal (The Conjuring), dirigida por James Wan,  se tornou a série de filmes “baseado em fatos reais”, subgênero do terror, mais famosa. Ao longo dos doze anos a franquia se expandiu muito além dos diários e relatos dos Warren, criando um universo de terror único que se sustenta em continuações até hoje.

Atualmente, o universo conta com nove filmes, sendo eles quatro títulos principais, Invocação do mal 1, 2, 3 e 4, e seus spin-offs que expandiram o terror apresentado pela figuras de Annabelle, com três filmes, A freira, com dois e a Maldição da Chorona.

O casal Warren, ficou mundialmente conhecido após o lançamento dos filmes, porém essa fama trouxe ainda mais notoriedade aos questionamentos sobre a pseudociência, demonológica, defendida por eles. O casal, conhecidos como os maiores demonologistas, ou caça-fantasmas do mundo, eles fundaram a New England Society for Psychic Research (N.E.S.P.R.) -  Sociedade de Pesquisa Psíquica da Nova Inglaterra - em 1952, atuando durante cinco décadas, em supostamente mais de dez mil investigações, se mantendo ativos na mídia, com palestras e declarações sobre seus casos. Porém seu feito mais conhecido é o museu Oculto no porão de sua casa, que guarda itens referentes a todos os casos investigados pelo casal. Desde de 3 de Agosto, o museu é de propriedade do comediante americano Matt Riff.

O filme Invocação do Mal 4: O Último Ritual está em cartaz por cinemas em todo o país desde 4 de setembro.

Veja abaixo o trailer da produção: 

Título original: The Conjuring 4: The Last Ritual

Direção: Michael Chaves

Roteiro: Ian Goldberg, Richard Naing, David Leslie Johnson-McGoldrick

Elenco principal: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mia Tomlinson, Ben Hardy,

Rebecca Calder, Elliot Cowan

Evento promoveu diálogos sobre arte e saúde em experiências imersivas
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
Yasmin Solon
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10/09/2025 - 12h

Com idealização e curadoria da artista visual e arquiteta Marcella Benita Maksoud, o evento Casa‑Corpo transformou a experiência da endometriose em arte, informação e debate. Em cartaz de 14 de agosto a 6 de setembro de 2025, na Rua Pedroso Alvarenga, 678, no Itaim Bibi, em São Paulo, a mostra reuniu especialistas da saúde, artistas e público em vivências interativas que discutiram os impactos físicos, emocionais e sociais da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, a endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva e caracteriza-se pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, podendo causar dor intensa, infertilidade e impactos na qualidade de vida.

Apesar de comum, a condição ainda é cercada por desinformação e negligência, o que torna ações como o Casa‑Corpo essenciais para ampliar o debate e o reconhecimento da endometriose como questão urgente de saúde pública.

“Só não se perca ao entrar” de Fernanda Corsini. Foto: Khadijah Calil.
“Só não se perca ao entrar” de Fernanda Corsini. Foto: Khadijah Calil.
 “É preciso dar vazão” de Marcella Benita. Foto: Khadijah Calil.
 “É preciso dar vazão” de Marcella Benita. Foto: Khadijah Calil.
  “Procurar as fronteiras e com as pontas dos dedos alcançar mais fundo” de Alix Spell. Foto: Khadijah Calil.
  “Procurar as fronteiras e com as pontas dos dedos alcançar mais fundo” de Alix Spell. Foto: Khadijah Calil.
Sem título, Alix Spell. Foto: Khadijah Calil.
Sem título, Alix Spell. Foto: Yasmin Solon.
"Ambivalências", Marcella Benita. Foto: Yasmin Solon.
"Ambivalências", Marcella Benita. Foto: Yasmin Solon.
Sem título, Camila Alcântra. Foto: Yasmin Solon.
Sem título, Camila Alcântra. Foto: Yasmin Solon.
“Sedução” de Marcella Benita. Foto: Yasmin Solon.
“Sedução” de Marcella Benita. Foto: Lais Romagnoli.
Um universo não compreendido. Foto: Lais Romagnoli.
"Sentido", Marcella Benita. Foto: Lais Romagnoli.
  “Fraturas e próteses” de Alix Spell.  Foto: Lais Romagnoli.
  “Fraturas e próteses” de Alix Spell.  Foto: Lais Romagnoli.

 

Brasilidade estampada em drinques autorais e petiscos cheios de identidade
por
Mohara Ogando Cherubin
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09/09/2025 - 12h

O primeiro bar da cozinheira-empresária Manuelle Ferraz, também dona do restaurante “A Baianeira”, localizado no MASP, foi aberto em abril de 2024. O “Boteco de Manu” está situado onde as ruas se cruzam na Barra Funda, mais precisamente na Rua Lavradio, 235, em meio à intensa Avenida Pacaembu. A forte identidade do bar já é percebida em seu nome. O “de” Manu faz jus ao modo de falar no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, bem perto da Bahia, local onde a chef nasceu.

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O bar funciona de quarta a sexta das 18h à 00h, aos sábados das 13h à 00h e aos domingos das 12h às 18h. O local dispõe de mesas vermelhas do lado de fora, além do balcão no salão e um quintal na parte de trás do bar. Foto: Mohara Cherubin 

 

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“Foi em um boteco que eu te conheci”. A frase foi inspirada no trecho “Foi no Risca Faca que eu te conheci”, do forró “Risca Faca”, do cantor Pepe Moreno. A expressão "risca-faca", comum no Nordeste, traz a ideia de um ambiente divertido, com música alta, rodeado de liberdade e alegria. Foto: Mohara Cherubin
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A cozinha do boteco oferece uma variedade de pratos, como fritos, caldos e sanduíches. Entre as criações do cardápio, destacam-se a carne de sol com mandioca, o sanduíche de linguiça com queijo e a coxinha de camarão. Já as bebidas favoritas do local são o goró de mainha e o mel de cupuaçu, drink com vodka, infusão de cupuaçu e melado de cana. Foto: Mohara Cherubin 
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Com um globo espelhado e quadros decorando as paredes, o salão relembra a definição de “risca-faca”. Foto: Mohara Cherubin.
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A parede ao lado esquerdo do salão é decorada com a série “Meninas do Rio”, da artista Ana Stewart, que retrata mulheres de comunidades do subúrbio do Rio de Janeiro com um intervalo de 10 anos, revelando a partir de um ensaio íntimo as mudanças nos lares e nas vidas dessas mulheres. Foto: Mohara Cherubin
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Ainda no lado esquerdo do balcão, o cliente tem acesso aos banheiros e ao quintal do boteco, que fica na parte de trás do local. Foto: Mohara Cherubin
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Se não conseguir lugar nas mesas espalhadas no espaço externo do boteco, o cliente pode se servir no balcão do salão ou no quintal. Foto: Mohara Cherubin
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Aos domingos o boteco apresenta o famoso “tecladinho”. O cantor John Batista agita o bar com muita sofrência e bregas antigos, do jeito que o público gosta. Também aos domingo é servida a feijoada de domingo. Foto: Mohara Cherubin
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O balcão fica em frente ao bar e à entrada da cozinha. Garrafas com as frases “A beleza de ser um eterno aprendiz” e “Viva lá vinho” também decoram o espaço. No balcão, o cliente pode comer, beber e curtir o ambiente do boteco. Foto: Mohara Cherubin
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Carne de sol com mandioca, um dos pratos mais pedidos do Boteco de Manu, acompanha muito sabor, pimenta da casa e manteiga derretida se o cliente desejar. Foto: Mohara Cherubin
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Goró de mainha, o favorito do Boteco de Manu, é uma bebida vinda diretamente da Baianeira a base de gengibre, abacaxi, rapadura, limão e segredos da chef Manu. A frase “doses de amor” estampa o rótulo do goró. Foto: Mohara Cherubin
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O Boteco de Manu conquista os clientes com seu ambiente vibrante e energia única. Visite a esquina mais bonita da Barra Funda e aproveite. Foto: Mohara Cherubin

 

Museu de Imagem e Som organiza exposição para o saudoso músico baiano com um acervo único e experiências interativas
por
KHADIJAH CALIL
LAIS ROMAGNOLI
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22/08/2025 - 12h

No aniversário da morte de Raul Seixas, o MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, celebra o ídolo brasileiro com a mostra "O Baú do Raul". Contando com mais de 500 itens originais, o acervo foi inaugurado em 11 de julho e ficará em cartaz até 28 de setembro.

A exposição é uma oportunidade para fãs e curiosos mergulharem em um grande capítulo da história da música brasileira por meio de experiências interativas.

A programação celebra os 80 anos que Raul Seixas completaria em 2025 e relembra sua personalidade como um verdadeiro símbolo de liberdade.

 

Local: Museu da Imagem e do Som – MIS | Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo.
Horário: terças a sextas: 10h às 19h / sábados:10h às 20h /domingos e feriados: 10h às 18h.
Permanência até 1h após o último horário.
Ingresso: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) / Terças: ingresso gratuito, retira apenas na bilheteria física do MIS/ Quarta B3: na terceira quarta-feira do mês, graças a uma parceria com a B3, a entrada também é franca.
Classificação indicativa: Livre

 

A mostra é dividida em 15 salas, concebidas a partir das 13 faixas musicais mais aclamadas de Seixas. Foto: Lais Romagnoli
A mostra é dividida em 15 salas, concebidas a partir das 13 faixas musicais mais aclamadas de Seixas. Foto: Lais Romagnoli/Agemt
A influência de Raul Seixas perdura até hoje, sendo lembrado por ter quebrado padrões ao misturar rock, blues e rebeldia em sua arte. Foto: Lais Romagnoli
A influência de Raul Seixas perdura até hoje, sendo lembrado por ter quebrado padrões ao misturar rock, blues e rebeldia em sua arte. Foto: Lais Romagnoli/Agemt
A celebração de Raul Seixas na capital paulista é uma verdadeira viagem no tempo, resgatando um dos grandes marcos culturais do país. Foto: Lais Romagnoli
A celebração de Raul Seixas na capital paulista é uma verdadeira viagem no tempo, resgatando um dos grandes marcos culturais do país. Foto: Lais Romagnoli/Agemt

 

Em ambientes customizados, o universo do eterno "Maluco Beleza" é recriado para proporcionar uma melhor experiência aos fãs. Foto: Khadijah Calil
Em ambientes customizados, o universo do eterno "Maluco Beleza" é recriado para proporcionar uma melhor experiência aos fãs. Foto: Khadijah Calil/Agemt

 

 

No espaço "Toca do Raul", os visitantes poderão cantar sucessos como “Maluco Beleza”, “Metamorfose Ambulante”, “Gita” e "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás". As apresentações serão gravadas e disponibilizadas aos participantes. Foto: Khadijah Calil
No espaço "Toca do Raul", os visitantes poderão cantar sucessos como “Maluco Beleza”, “Metamorfose Ambulante”, “Gita” e "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás". As apresentações serão gravadas e disponibilizadas aos participantes. Foto: Khadijah Calil/Agemt
O acervo da mostra foi disponibilizado pela ex-companheira do artista, Kika; por sua filha, Vivian; e por Sylvio Passos, amigo do músico e fundador do fã-clube oficial. Foto: Khadijah Calil
O acervo da mostra foi disponibilizado pela ex-companheira do artista, Kika; por sua filha, Vivian; e por Sylvio Passos, amigo do músico e fundador do fã-clube oficial. Foto: Khadijah Calil/Agemt

 

 

 

Conheça o que o documentário traz além do álbum
por
LUANA GALENO
VICTORIA LEAL
GABRIELA FIGUEIREDO
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13/11/2023 - 12h

 

Exalando maturidade musical de um artista que cresceu no rap e não se limitou ao seu ritmo de origem, “AmarElo” do Emicida, se tornou mais do que um álbum musical, que não só reúne as principais facetas da cultura preta brasileira, mas abriu uma porta para ocupar lugares históricos e criar autoestima em qualquer um que tenha sido marginalizado. “AmarElo”, virou “AmarElo - É Tudo pra Ontem”, filme que descreve o processo criativo do álbum musical e apresenta os motivos da estreia deste no Theatro Municipal de São Paulo, com plateia majoritariamente preta e periférica. Ele é produzido por uma equipe de artistas, incluindo Leandro Roque de Oliveira, o Emicida, e direção estreante de Fred Ouro Preto.

Dividido em três atos (plantar, regar e colher), o documentário intercala a inspiração/criação das músicas, com as obras prontas, apresentadas no Theatro Municipal. A obra conta ainda como o artista paulistano desenvolveu as ideias que arquitetam o seu terceiro álbum de estúdio pelos percalços e desafios de toda sua concepção. Misturando ritmos musicais negros, com a história do povo preto brasileiro e crítica às mazelas sociais, em AmarElo, Emicida constrói uma narrativa baseada em amor, união, coragem e esperança, trazendo a dor e a alegria da vivência, para um campo sensível e intímo do ouvinte, se desvencilhando um pouco da acidez e firmeza que dominam outras obras suas. 

A trama do filme é construída em diferentes tipos de imagens. Enquanto os fatos históricos são apresentados com animações e ilustrações, o íntimo do artista é trazido por imagens de arquivo. Entre o backstage e o show no Municipal, assistimos todo processo de nascimento de um álbum e de um documentário que marcaria seu nome em premiações internacionais como o Grammy e o Emmy.

A trilha sonora é composta inteiramente pelos onze títulos que compõem a junção musical e guiam a narrativa, abrindo e fechando os arcos. Esse é o principal diferencial do audiovisual: ele tem história! Não apenas a de Emicida, mas a dos criadores e a de todos que um dia viriam a se identificar com alguma daquelas canções.

 

POR DENTRO DE “AMARELO”

Repleto de referências que vão muito além do espectro musical, o documentário aborda alguns dos principais pilares da cultura brasileira que contribuíram para a formação da sociedade que temos hoje. Muito além disso, AmarElo traz significâncias e significados para resgatar na memória do Brasil toda a pluralidade preta para a sua formação, que foi sucateada e apagada no processo de branqueamento da história. 

Em um movimento precursor de amostragem do passado, a narrativa explora em cada arco personalidades como Lélia Gonzalez, Aleijadinho, Wilson Neves e muito mais, referenciando também movimentos como a Semana de Arte Moderna de 1922 como ferramenta de marco representativo e divisor de ideias, que até então estavam consolidadas entre o aceito e o invisível. 

Explora também a ocupação de um espaço físico como marco, marco de uma luta viva e presente na vida de milhões de brasileiros. Estar no Municipal e ressignificá-lo como um ambiente condizente com o florescer de um grupo que foi reprimido por séculos leva a público discussões além da luta racial no Brasil, pois mostra como o racismo e ideais de embranquecimento trabalharam para o apagamento daqueles que foram, são e sempre vão ser a alma de todo um país.

AmarElo se faz necessário não somente por ser uma obra que ganhou relevância nos streamings, mas por sintetizar de forma visual a história preta intrínseca na construção de um país, facilitando a compreensão de um movimento individual que, após as dimensões conquistadas, ganha um caráter coletivo. 

Assassinos da Lua das Flores já arrecadou mais de US$ 130 milhões nas bilheterias mundiais
por
Lucas G. Azevedo
Matheus Marcolino
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13/11/2023 - 12h

Assassinos da Lua das Flores, mais recente longa do aclamado diretor Martin Scorcese, estreou nos cinemas no dia 19 de outubro, e o sucesso foi imediato. O filme ultrapassou a marca de US$ 130 milhões nas bilheterias globais até o último domingo, dia 13 de novembro, sendo US$44 milhões somente no fim de semana de estreia - a segunda estreia mais rentável da carreira do diretor. 

O mais recente filme de Scorcese já acumula US$ 137,1 milhões no total de bilheteria - US$ 59,9 milhões vindos do mercado americano e US$ 77,2 milhões do resto do mundo. O único longa do diretor a conseguir arrecadar mais que Assassinos da Lua das Flores em seu primeiro fim de semana foi o sucesso Ilha do Medo (2010), que arrecadou mais de US$ 40 milhões somente nos EUA. Os principais mercados do filme até o momento, além dos Estados Unidos, incluem o Reino Unido (US$ 9,6 milhões), a Alemanha (US$ 5,5 milhões), a Itália (US$ 4,8 milhões), a Espanha (US$ 4,2 milhões) e a França (US$ 3,5 milhões). No Brasil, o longa arrecadou US$ 710,7 mil. 

Apesar dos bons números iniciais de bilheteria, o filme ainda não alcançou os 200 milhões de dólares gastos para sua produção. Isso, porém, não deve ser um problema, já que o filme foi fruto de uma parceria exclusiva com a Apple TV+ e será lançado no streaming da marca em breve. No momento, ainda não há uma data para a disponibilização da obra na plataforma. Com a possibilidade de prêmios e o sucesso de arrecadação nos cinemas, isso ainda pode demorar um pouco.

Estrelado por Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone, o filme é baseado no romance best-seller homônimo, escrito por David Grann e baseado numa história real sobre misteriosos assassinatos que acontecem na tribo indígena Osage após a descoberta de petróleo sob o solo da sua reserva, na década de 1920. O longa teve recepção extraordinária e acumula 93% de aprovação da crítica especializada no site Rotten Tomatoes. Os três atores do núcleo principal já despontam como favoritos da próxima temporada de premiações.

Autor de grandes obras como Taxi Driver (1976), Os Bons Companheiros (1990), O Lobo de Wall Street (2013) e O Irlandês (2019),  Martin Scorcese é considerado por muitos como um dos maiores cineastas de todos os tempos. Ele já admitiu inspirar-se em outros diretores aclamados, como Stanley Kubrick e o brasileiro Glauber Rocha.

Como as grandes emissoras tem mais poder do que o público imagina
por
Giulia Cicirelli
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07/11/2023 - 12h

Não é novidade afirmar que a mídia pode manipular as pessoas com seus discursos, seja no rádio, na televisão ou nas redes sociais. Recentemente esse domínio que elas exercem na população ficou muito mais presente pelas redes sociais e pela maior participação da política nesses meios. As ondas de fake news e desinformação que tomaram conta da internet nos últimos tempos diminuíram a capacidade cética que os leitores e usuários tinham, o que reduziu a checagem dos fatos transmitidos. Nas grandes emissoras televisivas do Brasil, a desinformação não ocorre com muita frequência, pois o jornalismo tem o papel de levar as notícias de maneira verdadeira e objetiva, mas o que normalmente acontece é a forma como as notícias são anguladas e preparadas para, muitas vezes, manipular e influenciar seus telespectadores.

Perseu Abramo, sociólogo e jornalista brasileiro, escreveu "Padrões de manipulação na grande imprensa”, livro que reúne diversos exemplos de como não ser manipulador no jornalismo. Nele, Perseu cita a televisão como uma grande difusora de informações que manipulam os telespectadores: “É claro que pode haver variações, ampliação ou redução de momentos,  maior  ou  menor  amplitude  de  fatos,  versões e opiniões diferenciadas, mas a maior parte do noticiário de TV segue esse padrão global. E, frequentemente, a própria emissora, por seu apresentador ou comentarista, reforça o papel resolutório, tranquilizador e alienante da autoridade; ou a substitui ou a contesta quando a mensagem da autoridade não é suficientemente controladora da opinião pública”. Imaginem Perseu vivo, vendo as fake news correndo soltas no TikTok e outras redes? 

É exatamente assim que as emissoras conseguem influenciar seu público. A televisão já tem esse papel há muito tempo, ser um instrumento prazeroso e que exige pouco de quem assiste, mas o modo como a notícia é passada mantém os telespectadores atentos e de forma que se sintam íntimos daquele meio. A TV é um dos instrumentos mais importantes para se obter conhecimento sobre o que acontece no país, mas ela não é totalmente confiável sabendo que emissoras como SBT, Rede Globo, Record etc. são comandadas por famílias que possuem suas próprias ideologias e tem o poder de propagá-las a outras pessoas sem que ao menos elas percebam que estão sendo influenciadas.

Recentemente, essas emissoras têm adotado novas maneiras de interação dentro dos jornais, com apresentadores em pé, telões e cores que mantém o público relaxado. Planejado para segurar o telespectador ali por mais tempo, elas transmitem a informação em massa para as pessoas, que da mesma forma, recebem e as aplicam de acordo com a bolha social em que vivem. Ao longo dos anos alguns casos marcaram essa manipulação: por exemplo,  envolvendo a Rede Globo, emissora com maior poder e audiência do Brasil. Durante a época da ditadura a empresa e o diretor, Roberto Marinho, manipularam as massas para benefício do regime, censurando informações importantes. Durante as “Diretas Já”, movimento político que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da república, a TV Globo omitiu a manifestação exibindo-a no Jornal Nacional como se fosse uma comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, privando informações a cidadãos e tirando a importância do evento ocorrido. 

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Imagem/ reprodução: TM Broadcast/ TV foco

Esses casos também são bem comuns na política, durante as eleições para governador do Rio de Janeiro após demonstrar interesse no candidato Wellington Moreira Franco, Roberto Irineu Marinho foi suspeito de planejar um esquema de substituição de votos a favor de seu candidato. Enquanto na Record, emissora de alta visibilidade no país controlada pela igreja Universal do Reino de Deus, pelo Bispo Edir Macedo, não negou seu apoio ao candidato à presidência Jair Bolsonaro, censurando a exibição de entrevistas com Lula e disponibilizando um espaço desproporcional ao de outros candidatos para Bolsonaro, colocando em sua programação entrevistas com o presidente que chegaram a durar mais de 25 minutos, durante período eleitoral de 2018. 

Não só o público como também trabalhadores de emissoras, possuem suas opiniões bem divididas em questão da manipulação, onde muitos não tendem a colocar a culpa nas emissoras, mas sim nos próprios telespectadores que muitas vezes, já possuem opiniões internalizadas e acabam procurando canais televisivos que produzem conteúdos considerados tendenciosos pelo telespectador que escolheu aquele canal específico, que já atinge um certo público-alvo. Já dentro das emissoras, também podem ocorrer certas manipulações externas, como por exemplo de partidos políticos que propõem acordos ou certas trocas de favores, com o intuito de que a empresa pregue uma certa opinião ao público.

Para essa reportagem, entrevistamos alguns funcionários e ex-funcionários de uma grande emissora nacional, que optaram por não terem seus nomes revelados, onde eles expuseram suas opiniões sobre o assunto. Uma das entrevistadas, uma jornalista que trabalhou por mais de 22 anos em uma certa emissora, diz: ”Os veículos de comunicação em massa podem manipular a informação simplesmente deixando de mostrar os dois lados da uma história, ou contando de uma maneira que omitir certos fatos ou dados. Na edição de uma matéria ou entrevista também é possível manipular, de certa forma, o que foi dito ou publicado. Seguramente todos os veículos ou formadores de opinião tem em sua gestão uma linha editorial a seguir, sendo assim o posicionamento político é determinante na hora de pautar ou editar qualquer informação”, explica a jornalista. 

Outro entrevistado, um radialista, funcionário há 19 anos da mesma emissora relata sua opinião sobre as supostas trocas de favores e acordos feitos entre os partidos, dizendo que “acredita sim que existe alinhamento político entre emissoras e partidos políticos, no momento atual é nítida a simpatia de uma, ou algumas, emissoras em relação ao apoio ao governo e outras que são contra. Isso reflete na distribuição de verba governamental, propaganda que o governo paga para exibir suas campanhas direcionado a maior verba para emissoras alinhadas com o governo, ou alguém acha que o governo vai dar dinheiro pra quem te critica?”

 

 

 

A sétima arte vem passando por problemas nos últimos anos
por
Cristian Francisco Buono Costa
Matheus Pogiolli de Oliveira
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27/11/2023 - 12h

Por Cristian Buono (texto) e Matheus Pogiolli (audiovisual)

 

Entrar naquela sala escura onde o cheiro de pipoca quente e a ansiedade pelo espetáculo se misturam é uma experiência que está ficando cada vez mais rara. Os cinemas de rua, outrora um ponto de encontro cultural e social nas cidades, estão diminuindo à sombra da crescente dominação dos serviços de streaming. Os efeitos dos últimos anos no cinema já podem ser observados em gerações mais jovens. Aos 25 anos, Lucas Oliveira, amante de cinema e estudante de audiovisual, afirma que o preço se une à vontade e praticidade, pesando na escolha entre cinema ou streaming.

 

 

Ele demonstra, inclusive, uma vontade maior em acompanhar Blockbusters do que outros filmes, demonstrando uma rotina maior em acompanhar os serviços de filmes e séries em casa.

 

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A experiência de assistir a um filme no cinema é única e insubstituível. O som envolvente, a qualidade da imagem na tela grande e a atmosfera criada pela coletividade da plateia proporcionam uma imersão impossível de se reproduzir em casa. É como comparar um jantar caseiro a uma refeição em um restaurante gourmet. Ambos são agradáveis, mas a experiência é diferente. Com o advento dos serviços de streaming, a oferta de conteúdo audiovisual em casa é imensa e conveniente. Isso é inegável. Mas, ao mesmo tempo em que as opções aumentam, os cinemas diminuem. As salas estão se tornando obsoletas, como velhos monumentos de um passado glorioso, enquanto as pessoas se afundam em seus sofás e assistem a filmes em suas telas de TV. A perda gradual dos cinemas de rua vem mostrando uma sociedade que está se tornando cada vez mais isolada, onde a experiência coletiva é substituída pela individualidade. 

Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a renda de 2023 está consideravelmente atrás quando comparado a 2019, último ano antes da pandemia: considerando o período de 5 de janeiro a 2 de agosto, estão em 75 milhões de espectadores e 1,49 bilhão de reais em arrecadação, enquanto em 2019 os cinemas do país receberam 173 milhões de pessoas e arrecadaram 2,75 milhões de reais.

Gianluca afirmou amar a experiência conjunta do cinema, algo que apenas uma sala lotada pode proporcionar...

Gianluca também afirma que o preço dos streamings é responsável por uma menor procura pelas salas de cinema...


Ele também entende que a praticidade dos streamings auxiliam para o declínio do cinema...


 
File:Busan Cinema Center at BIFF 2020 - 09.jpg - Wikimedia Commons
 

Por conta da crise sanitária causada pela pandemia do Covid-19, os cinemas contaram com grande redução de público. A maioria deles, inclusive, fecharam após os acontecimentos iniciados no ano de 2019. Ainda segundo dados da Anvisa, os cinemas do Brasil receberam em 2020 e 2021 por volta de 39 e 52 milhões de espectadores, respectivamente. Além dos problemas enfrentados pelas questões citadas, os cinemas contaram com um concorrente de muita força e de mais praticidade: os streamings e suas séries. Netflix, Prime Vídeo, HBO MAX e muitos outros serviços “tomaram” o lugar das salas escuras com suas produções cada vez mais qualificadas e tomadas por investimentos milionários, e continuam com grande crescente mesmo após a diminuição brutal das limitações impostas aos cinemas, causadas, é claro, pela pandemia. Segundo a edição de 2022 do estudo “Eu nas Séries”, da NBCUniversal Brasil, cerca de 93% dos brasileiros, algo como 115 milhões de fãs, acompanham séries – em 2018, na primeira edição da pesquisa, essa porcentagem era de 51%.

No universo em constante transformação do entretenimento, a batalha entre o cinema e o streaming revela-se como um duelo cinematográfico épico. Enquanto as telas continuam a ser desbravadas, a magia da sétima arte e a conveniência do streaming convergem e colidem. Seja na atmosfera imersiva da sala escura ou na comodidade da transmissão digital, uma certeza permanece: a paixão pelos filmes persistirá, moldando o futuro do entretenimento para as próximas gerações. O embate entre o tradicional e o contemporâneo cria uma vasta rede de experiências, onde cada tela conta sua própria história, formando assim mais um capítulo na evolução da narrativa visual.

Filho de um dos fundadores do Clube Atlético Juventus, Angelo Agarrelli une o bairrismo ao amor pela equipe mooquense. Além disso, a filha Bianca é peça fundamental para a manutenção do famoso Portal da Mooca
por
Fabrizio Delle Serre
Caio Batelli
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31/10/2023 - 12h

Moleque Travesso da Mooca querida! 

Breve relato de Angelo Agarelli e Bianca Agarelli, pai e filha, donos do Portal da Mooca. Sr Angelo conta da sua história como torcedor juventino e morador do tradicional bairro da zona leste de São Paulo. Por sua vez, Bia apresenta mais detalhadamente sobre o site e página de sucesso.

Vale ressaltar que todas as fotos históricas utilizadas foram retiradas do acervo de imagens do Portal da Mooca.