Festival reúne multidões, entrega shows históricos e consagra marco na cena musical brasileira
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
Yasmin Solon
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10/09/2025 - 12h

Com mais de 100 mil pessoas por dia, o The Town estreou no último fim de semana, 6 e 7 de setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Travis Scott encerrou o sábado (6) no palco Skyline com um show eletrizante, enquanto Lauryn Hill emocionava fãs no palco The One ao lado dos filhos YG e Zion Marley. No domingo (7), os destaques ficaram por conta de Green Day e Iggy Pop, além de apresentações de Bad Religion, Capital Inicial e CPM 22.

O festival retoma a programação nos dias 12, 13 e 14 de setembro, com shows de Backstreet Boys, Mariah Carey, Lionel Richie e Katy Perry.

“The Flight”: o balé aéreo que surpreendeu no The Town. Foto: Khadijah Calil
“The Flight”: o balé aéreo que surpreendeu no The Town. Foto: Khadijah Calil 
Fãs aguardam o início dos shows no gramado do Autódromo de Interlagos. Foto: Khadijah Calil
Fãs aguardam o início dos shows no gramado do Autódromo de Interlagos. Foto: Khadijah Calil 
Espalhados pelo Autódromo de Interlagos, brinquedos e atrações visuais oferecem ao público momentos de lazer entre os shows. Foto: Khadijah Calil
Espalhados pelo Autódromo de Interlagos, brinquedos e atrações visuais oferecem ao público momentos de lazer entre os shows. Foto: Khadijah Calil 
Capital Inicial leva o rock nacional ao palco Factory, na abertura do segundo dia. Foto: Khadijah Calil
Palco Factory, que recebeu o Capital Inicial na abertura do segundo dia. Foto: Khadijah Calil 
Palco Skyline iluminado durante o show de encerramento do sábado (6). Foto: Lais Romagnoli
Palco Skyline iluminado durante o show de encerramento do sábado (6). Foto: Lais Romagnoli
Iluminação e cenografia transformam Interlagos durante a primeira edição do festival. Foto: Lais Romagnoli
Iluminação e cenografia transformam Interlagos durante a primeira edição do festival. Foto: Lais Romagnoli
Matuê leva o trap nacional ao palco The One no primeiro dia de festival. Foto: Yasmin Solon
Matuê leva o trap nacional ao palco The One no primeiro dia de festival. Foto: Yasmin Solon
Público lota a Cidade da Música durante o primeiro fim de semana do The Town. Foto: Yasmin Solon
Público lota a Cidade da Música durante o primeiro fim de semana do The Town. Foto: Yasmin Solon

 

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Colombiana ficou conhecida por misturar crítica social, poesia e arte
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
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09/09/2025 - 12h

 

Da Colômbia para o Edifício Pina Luz, Beatriz González ganha uma homenagem em celebração aos seus mais de 60 anos de carreira. Na Pinacoteca de São Paulo, a exposição Beatriz González: a imagem em trânsito reúne mais de 100 trabalhos da artista, produzidos desde a década de 1960.

Beatriz González
Beatriz González trabalha em sua obra 'Telón de la móvil y cambiante naturaleza', de 1978. Foto: Reprodução.

Reconhecida como uma das maiores personalidades da arte latino-americana, a colombiana se destacou ao transformar peças de mobiliário em pinturas. Com a política e cultura de seu país como inspiração, Beatriz combina crítica social e poesia em suas telas, como em Yolanda nos Altares, onde representa agricultores que lutavam pela devolução de suas terras, roubadas por um grupo paramilitar. 

A artista tem sua primeira mostra individual no Brasil espalhada por sete salas da Pinacoteca. A última vez que suas obras foram expostas no Brasil foi em 1971, na 11ª Bienal de São Paulo.

Logo no início da mostra, o público se depara com um espaço dedicado à reprodução e circulação artística na mídia. Um dos trabalhos mais icônicos da artista, Decoración de interiores, marca presença na sala. Uma cortina estampada com o retrato do então presidente da época (1978-1982), Julio César Turbay, questiona o peso da hierarquia presidencial.

Obra
'A Última Mesa'. Foto: Reprodução

 

Do conflito armado colombiano até suas vivências em comunidades indígenas, González extrai registros da imprensa para suas pinceladas. Entre as obras expostas, Los Suicidas del Sisga toma forma a partir de um caso real sobre um duplo suicídio cometido por um casal, refletindo sobre os códigos que vinculam a imagem à crônica policial e sua reprodução nos meios de comunicação de massa. Mais tarde, Beatriz passa a focar na iconografia política colombiana, como a tomada do Palácio da Justiça.

No catálogo, também estão releituras de clássicos contemporâneos. Entre elas, González dá uma nova cara a Mulheres no jardim, de Claude Monet, em Sea culto, siembre árboles regale más libros.

A série Pictogramas particulares encerra a exposição. Nela, a colombiana lança luz sobre a migração forçada, desastres ambientais e a violência nos territórios rurais. A partir de placas de trânsito, a artista representa hipóteses de crise social.

Em cartaz até 1º de fevereiro de 2026, a mostra conta com curadoria de Pollyana Quintella e Natalia Gutiérrez.

Serviço:

  • Local: edifício Pina Luz
  • Data: de 30 de agosto até 1 de fevereiro de 2026
  • Endereço: Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
  • Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada). Gratuito aos sábados
  • Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h
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De “Tyler, The Creator” a “Chappell Roan”, o festival promete abalar Interlagos em março
por
Jessica Castro
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09/09/2025 - 12h

O Lollapalooza Brasil anunciou na última quinta-feira (28) o line-up oficial da edição 2026 e evidenciou que será uma das  programações mais ousadas da história do festival. Entre os headliners confirmados estão Sabrina Carpenter, Lorde, Deftones e Skrillex, que prometem agitar o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre os dias 20 e 22 de março.

O anúncio reforça o peso do Lolla como vitrine global e marca estreias muito aguardadas no Brasil e na América do Sul — como Chappell Roan, Tyler, The Creator e Doechii. A lista de atrações ainda traz nomes de destaque  como Interpol, Djo, Marina e Addison Rae, além de uma forte presença nacional com artistas que vão do rap ao rock alternativo.

 

Assim como em anos anteriores, o Lollapalooza Brasil mantém o formato de três dias, com múltiplos palcos. Os ingressos da categoria Lolla Pass, que garantem acesso a todo o festival, já estão à venda no site da Ticketmaster Brasil. Com o patrocínio do Banco Bradesco, há 15% de desconto e a possibilidade de parcelamento em até dez vezes sem juros para portadores do cartão, válido para todas as modalidades: inteira, meia-entrada e entrada social. 

O público pode escolher entre três categorias de acesso: Pista, Comfort e Lounge. Quanto mais exclusiva a opção, maiores os benefícios: o Comfort oferece áreas reservadas, enquanto o Lounge inclui open bar e food, espaço premium e transporte exclusivo.

Confira os valores:

Lolla Pass (3 dias – ingresso básico)

  • Bilheteria física: R$ 2.112 (inteira) | R$ 1.161,60 (social) | R$ 1.056 (meia)

  • Online (Ticketmaster, com taxa de 20%): R$ 2.534,40 (inteira) | R$ 1.413,92 (social) | R$ 1.267,20 (meia)
     

Lolla Comfort Pass (3 dias – área exclusiva com estrutura extra)

  • Bilheteria física: R$ 4.330 (inteira) | R$ 2.401,50 (social) | R$ 2.165 (meia)

  • Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.196  (inteira) | R$ 2.877,80 (social) | R$ 2.598 (meia)
     

 Lolla Lounge Pass (3 dias – VIP, open bar/food e área premium)

  • Bilheteria física: R$ 4.832 (inteira) | R$ 3.901,60 (social) | R$ 3.776 (meia)

  • Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.254,40  (inteira) | R$ 4.133,92 (social) | R$ 3.987,20 (meia)

 

Onde comprar:

  • Online pelo site da Ticketmaster Brasil

  • Bilheteria física: Shopping Ibirapuera (SP).

 

Lolla Day (válido para apenas 1 dia): ainda não disponível, mas será liberado quando o festival divulgar a divisão das atrações por dia.

 

Line-up completo do Lollapalooza Brasil 2026

  • Sabrina Carpenter
     

  • Tyler, The Creator
     

  • Chappell Roan
     

  • Deftones
     

  • Lorde
     

  • Skrillex
     

  • Doechii
     

  • Turnstile
     

  • Lewis Capaldi
     

  • Cypress Hill
     

  • Peggy Gou
     

  • Kygo
     

  • Interpol
     

  • Addison Rae
     

  • Katseye
     

  • Brutalismus 3000
     

  • Ben Böhmer
     

  • Lola Young
     

  • Edson Gomes
     

  • Marina
     

  • Djo
     

  • FBC
     

  • TV Girl
     

  • Mu540
     

  • Riize
     

  • Men I Trust
     

  • ¥ousuke ¥uk1matsu
     

  • Royel Otis
     

  • Bunt.
     

  • D4vd
     

  • 2hollis
     

  • The Dare
     

  • Viagra Boys
     

  • DJ Diesel
     

  • Horsegiirl
     

  • N.I.N.A
     

  • Foto em Grupo
     

  • Balu Brigada
     

  • The Warning
     

  • Róz
     

  • Hamdi
     

  • Negra Li
     

  • Atkô
     

  • Idlibra
     

  • Mundo Livre S/A
     

  • Agnes Nunes
     

  • Zopelar
     

  • Aline Rocha
     

  • Febre90s
     

  • Scalene
     

  • Oruã
     

  • Orquidea
     

  • Varanda
     

  • Alírio
     

  • Papisa
     

  • Terraplana
     

  • Cidade Dormitório
     

  • Nina Maia
     

  • Marcelin O Brabo
     

  • Stefanie
     

  • Worst
     

  • Crizin da Z.O.
     

  • Jadsa
     

  • Papangu
     

  • Blackat
     

  • Bruna Strait
     

  • Analu
     

  • Artur Menezes
     

  • Jonabug
     

  • Entropia
     

  • Hurricanes
     

  • Camila Jun

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Grupo vem ao Brasil depois de show que quebrou recorde de público no festival de Chicago
por
Juliana Bertini de Paula
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09/09/2025 - 12h

O festival Lollapalooza, que acontece nos dias 20, 21 e 22 de março do ano que vem, anunciou que o line-up da edição contará com o girl group global Katseye, responsável por um dos maiores hits virais nas redes sociais neste ano, “Gnarly". A banda com 6 integrantes debutou em 2023 após um programa estilo survival.

Na metade de 2024, Katseye lançou seu primeiro EP “Soft is Strong” (SIS), com os singles “Debut” e “Touch” e mais 3 músicas. Já em 2025, após lançar “Gnarly” - primeira música da banda a entrar no Top Billboard - elas lançaram o segundo EP "Beautiful Chaos”  com a faixa “Gabriela”, escrita por Charli XCX e que chegou a ser ofertada à Anitta.

No dia 3 de agosto, as meninas se apresentaram no Lollapalooza Chicago e se tornaram a apresentação diurna com maior público da história do evento. Lá, elas cantaram 9 músicas de seus 2 EP’s. Durante “Gabriela”, as meninas se destacaram ao dançar flamenco no palco, a dança virou trend no TikTok.

Dance break de “Gabriela” com as saias típicas do flamenco. Foto: Youtube/@katseye
Dance break de “Gabriela” com as saias típicas do flamenco. Foto: Youtube/@katseye

 

Campanha Better in Denim

O grupo global de música pop Katseye lançou uma propaganda para a marca de roupas americana GAP, no dia 19 de agosto. O comercial “Better in Denim” (“melhor em jeans”, em tradução para o português) gerou repercussão nas redes por parecer resposta a uma concorrente.

Algumas semanas antes, a American Eagle, outra fabricante de jeans, publicou um comercial com a atriz Sydney Sweeney (“Euphoria", “The White Lotus", “Todos Menos Você”), afirmando que ela tem “bons genes” - uma aliteração com a palavra “jeans”. O teor da mensagem publicitária foi apontado como eugenista em redes sociais e sites de mídias especializadas. 

Em contraponto, o comercial com o Katseye foi apontado como uma “celebração à diversidade” por consumidores e especialistas em marketing. Nas redes sociais, mulheres de etnias diversas apontaram a importância de campanhas que protagonizam países do leste asiático, em especial sobre Lara Raj, vocalista da banda que é de origem tâmi, povo nativo das regiões da Índia e do Sri Lanka.

 

 

Grupo Katseye x Gap. Foto: Divulgação/GAP.
Grupo Katseye x Gap. Foto: Divulgação/GAP. 

 

Conheça o grupo 

Com os vocais americanos e a performance do K-pop, o grupo feminino estreou no fim de 2023 com o single “Debut”, que alcançou mais de dois milhões de visualizações em três dias. A banda explora os moldes do gênero k-pop na indústria musical ocidental, com foco nos Estados Unidos.

A estreia foi muito esperada por fãs, já que as artistas surgiram a partir do reality show “Dream Academy”, no subgênero de sobrevivência, que televisionou a seleção de meninas para a banda. As integrantes escolhidas foram Sophia, Megan, Manon, Lara, Daniela e Yoonchae.

 

Integrantes do Katseye com o uniforme da Dream Academy. Foto: Divulgação/Netflix
Integrantes do Katseye com o uniforme da Dream Academy. Foto: Divulgação/Netflix

 

Dream Academy

Poster para a formação de um novo girl group da HYBE com a Geffen Records. Foto: Divulgação/Geffen Records
Poster para a formação de um novo girl group da HYBE com a Geffen Records. Foto: Divulgação/Geffen Records

 

A formação do Katseye foi feita nos moldes de programas de survivals de kpop. Grupos como Stray Kids e Iz*One, de outras empresas também se originaram desta maneira. 

A união entre a gravadora Geffen Records - responsável por artistas como Elton John, John Lenno, Kali Uchis e Olivia Rodrigo -  e o conglomerado sul-coreano HYBE Entertainment, que criou Le Sserafim e BTS, resultou no programa “Dream Academy”, gravado pela Netflix e lançado com o nome “Pop Star Academy”.

Depois de uma seleção com mais de 120 mil meninas, em sua maioria menores de idade, em 2021, 20 participantes de todo o mundo foram selecionadas para competir entre si e formar um grupo com apenas 6 integrantes. Depois de um ano de treinamento em suas cidades de origem, no início de 2022 elas se mudaram para Los Angeles e passaram cerca de mais um ano treinando e sendo avaliadas em canto, dança, performance, atitude e “fator estrela”, qualidade descrita como “encantamento” do público.

Em 17 de novembro de 2023, as 6 foram escolhidas para formar o grupo com o nome Katseye, que também foi selecionado por elas.

Todas as integrantes da Dream Academy no início do programa. Foto: HYBE x Geffen Records
Todas as integrantes da Dream Academy no início do programa. Foto: HYBE x Geffen Records

 

Conheça as integrantes

Sophia do Katseye   Sophia

   Sophia Lafortenza (22), de origem filipina, é a líder do grupo. A integrante ficou conhecida no   reality por seu esforço, habilidade de canto e o apoio imenso do público. Seus pais são artistas   consolidados nas Filipinas, sua mãe, Carla Guevara Laforteza , é cantora e seu pai, Godfrey   Laforteza III, é dançarino.

 

 

 

 

 

 

Megan do Katseye

   Megan

   Megan Skiendiel (19), nasceu no Hawaii, EUA. Com descendência chinesa, é a “all rounder” do   grupo, boa em todas as áreas. Em Dream Academy se destacou por sua dança e personalidade. A   artista participou como atriz em propagandas e séries da Nickelodeon.

 

 

 

 

 

 

Lara do Katseye

   Lara

   Lara Raj (19) é a principal vocalista da banda. Desde o reality show, se destacou como cantora e     integrou o ranking em primeiro lugar em canto durante o reality. Nascida nos Estados Unidos e de   ascendência indiana, Lara é muito ligada à sua cultura tâmil - presente no sudeste da índia e Sri   Lanka. 

 

 

 

 

 

 

Daniela do Katseye

   Daniela

   Daniela Andrea (21) nascida em Atlanta, EUA, com ascendência cubana e venezuelana e é a   principal dançarina do grupo. Aos 7 anos, ela participou do America 's Got Talent com uma   apresentação de dança de salão e aos 11 do So You think you can dance.

 

 

 

 

 

 

Manon do Katseye

   Manon

   Manon Bannerman (23), nascida em Zurique, na Suíça, é a “visual” do grupo. Ela já tinha muitos   seguidores nas redes antes do reality por conta de sua aparência. Durante o Dream Academy,   gerou muito debate sobre sua posição no grupo por conta da falta de comprometimento com os   ensaios, mas seu fator estrela foi o que chamou a atenção na decisão final.

 

 

 

 

 

Yoonchae do Katseye

   Yoonchae

   Yoonchae Jeung (17) é a “maknae”, termo utilizado no k-pop para a mais jovem da banda. Apesar   da idade ela não fica para trás em questão de canto ou dança. Nascida em Seul, na Coreia do Sul,   participou de treinamentos para grupos de k-pop.

 

 

 

 

 

O grupo se apresenta em março no autódromo de Interlagos.

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Brasilidade estampada em drinques autorais e petiscos cheios de identidade
por
Mohara Ogando Cherubin
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09/09/2025 - 12h

O primeiro bar da cozinheira-empresária Manuelle Ferraz, também dona do restaurante “A Baianeira”, localizado no MASP, foi aberto em abril de 2024. O “Boteco de Manu” está situado onde as ruas se cruzam na Barra Funda, mais precisamente na Rua Lavradio, 235, em meio à intensa Avenida Pacaembu. A forte identidade do bar já é percebida em seu nome. O “de” Manu faz jus ao modo de falar no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, bem perto da Bahia, local onde a chef nasceu.

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O bar funciona de quarta a sexta das 18h à 00h, aos sábados das 13h à 00h e aos domingos das 12h às 18h. O local dispõe de mesas vermelhas do lado de fora, além do balcão no salão e um quintal na parte de trás do bar. Foto: Mohara Cherubin 

 

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“Foi em um boteco que eu te conheci”. A frase foi inspirada no trecho “Foi no Risca Faca que eu te conheci”, do forró “Risca Faca”, do cantor Pepe Moreno. A expressão "risca-faca", comum no Nordeste, traz a ideia de um ambiente divertido, com música alta, rodeado de liberdade e alegria. Foto: Mohara Cherubin
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A cozinha do boteco oferece uma variedade de pratos, como fritos, caldos e sanduíches. Entre as criações do cardápio, destacam-se a carne de sol com mandioca, o sanduíche de linguiça com queijo e a coxinha de camarão. Já as bebidas favoritas do local são o goró de mainha e o mel de cupuaçu, drink com vodka, infusão de cupuaçu e melado de cana. Foto: Mohara Cherubin 
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Com um globo espelhado e quadros decorando as paredes, o salão relembra a definição de “risca-faca”. Foto: Mohara Cherubin.
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A parede ao lado esquerdo do salão é decorada com a série “Meninas do Rio”, da artista Ana Stewart, que retrata mulheres de comunidades do subúrbio do Rio de Janeiro com um intervalo de 10 anos, revelando a partir de um ensaio íntimo as mudanças nos lares e nas vidas dessas mulheres. Foto: Mohara Cherubin
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Ainda no lado esquerdo do balcão, o cliente tem acesso aos banheiros e ao quintal do boteco, que fica na parte de trás do local. Foto: Mohara Cherubin
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Se não conseguir lugar nas mesas espalhadas no espaço externo do boteco, o cliente pode se servir no balcão do salão ou no quintal. Foto: Mohara Cherubin
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Aos domingos o boteco apresenta o famoso “tecladinho”. O cantor John Batista agita o bar com muita sofrência e bregas antigos, do jeito que o público gosta. Também aos domingo é servida a feijoada de domingo. Foto: Mohara Cherubin
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O balcão fica em frente ao bar e à entrada da cozinha. Garrafas com as frases “A beleza de ser um eterno aprendiz” e “Viva lá vinho” também decoram o espaço. No balcão, o cliente pode comer, beber e curtir o ambiente do boteco. Foto: Mohara Cherubin
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Carne de sol com mandioca, um dos pratos mais pedidos do Boteco de Manu, acompanha muito sabor, pimenta da casa e manteiga derretida se o cliente desejar. Foto: Mohara Cherubin
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Goró de mainha, o favorito do Boteco de Manu, é uma bebida vinda diretamente da Baianeira a base de gengibre, abacaxi, rapadura, limão e segredos da chef Manu. A frase “doses de amor” estampa o rótulo do goró. Foto: Mohara Cherubin
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O Boteco de Manu conquista os clientes com seu ambiente vibrante e energia única. Visite a esquina mais bonita da Barra Funda e aproveite. Foto: Mohara Cherubin

 

Exposição reúne 120 artistas de cerca de 50 países e propõe uma reflexão sensível sobre coexistência
por
Manuela Dias
|
08/09/2025 - 12h

A mais prestigiosa mostra de arte contemporânea da América Latina, a Bienal de Arte, abriu as portas no último sábado (6) no icônico Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, reunindo obras de cerca de 120 artistas de aproximadamente 50 países. A expectativa é atrair até 800 mil visitantes durante os quatro meses de exibição, estendido até janeiro de 2026 para favorecer o acesso, especialmente de crianças e jovens, e chegar à meta de 100 mil participantes em seus programas educativos.

A edição de 2025 leva como título um verso do poema de Conceição Evaristo, Da calma e do silêncio: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”. Essa frase alimenta o conceito central da Bienal, que propõe repensar a humanidade como um verbo ativo, uma prática viva, fluida e transformadora.

A curadoria é liderada pelo Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador e diretor do Haus der Kulturen der Welt, em Berlim. Camaronês radicado na Alemanha, Ndikung é uma das vozes mais respeitadas da crítica cultural internacional e define a Bienal como uma tentativa de construir um "novo humanismo", descentralizado e plural.

“O humanismo eurocêntrico que moldou o mundo moderno está esgotado. Precisamos falar de humanidades no plural, de múltiplas maneiras de existir e cuidar umas das outras”, afirma o curador.

Bienal de São Paulo 2025
Frascos, memórias e segredos: um convite para escutar o invisível. Reprodução: Manuela Dias

Módulos temáticos

A Bienal é estruturada a partir da metáfora do estuário, onde correntes diversas se encontram e produzem um espaço de coexistência fértil. Na edição de 2025, seis núcleos temáticos organizam a experiência:

  • Frequências de chegadas e pertencimentos – com um “jardim vivo” da artista Precious Okoyomon, repleto de plantas medicinais e invasoras, fontes de água e topografias que remetem ao parque nas cercanias.
  • Gramáticas de insurgências – obras que resistem à desumanização e provocam o espectador a se ver no outro (exclusão, identidades, etc).
  • Sobre ritmos espaciais e narrações – tema que dialoga com memórias históricas, colonização e transformação, ilustrado pela “nova Arca de Noé” de Moffat Takadiwa, feita com resíduos plásticos e metálicos.
  • Fluxos de cuidado e cosmologias plurais – que questiona as narrativas dominantes e propõe formas de conhecimento não coloniais.
  • Cadências de transformação – obras em mutação contínua durante a mostra.
  • A intratável beleza do mundo – onde a beleza funciona como ato de resistência diante da crise estética contemporânea.

Além disso, o design da expografia, desenvolvido por Gisele de Paula e Tiago Guimarães, propõe uma experiência sensorial e pausada, com cartelas discretas que minimizam a mediação textual, privilegiando o contato íntimo com as obras.

Arte como ferramenta de transformação

Mais do que uma grande exposição de arte, a 36ª Bienal se apresenta como uma plataforma de escuta e transformação coletiva. A Fundação Bienal ampliou os programas de acessibilidade, agendamentos educativos e ações com escolas públicas, buscando envolver especialmente crianças, adolescentes e comunidades periféricas.

“A Bienal não quer ensinar. Quer escutar. E, ao escutar, provocar outras formas de estar no mundo”, resume Ndikung.

O espaço da escuta, da experiência e do não-saber

Uma das decisões mais notáveis da curadoria da 36ª Bienal de São Paulo é a ausência de textos explicativos junto a grande parte das obras. Em vez das tradicionais cartelas, que costumam apresentar o título, o ano, o material e uma breve descrição, o público encontra os trabalhos sem intermediações, sem instruções, sem orientações sobre como "compreender".

Bienal de São Paulo 2025
Raízes que se alongam em fios de memória e futuro.
Reprodução: Manuela Dias

A escolha é intencional e revela um dos princípios da proposta curatorial deste ano: criar um espaço de escuta e sensibilidade, onde o visitante é estimulado a construir seu próprio encontro com a arte. Para os curadores, a experiência estética não deve ser conduzida pela lógica da decodificação imediata, mas sim por um tempo mais lento, aberto à contemplação e à dúvida.

“É um gesto de confiança no público”, afirmou Ndikung em coletiva de imprensa, “acreditamos que as pessoas são capazes de se relacionar com a arte sem a necessidade de explicações que já digam o que elas devem pensar ou sentir”. Segundo ele, a intenção é criar um ambiente em que o olhar, a escuta e o corpo possam operar como ferramentas legítimas de entendimento.

A decisão causou surpresa em parte do público, especialmente entre os visitantes acostumados com exposições mais didáticas. Para alguns, a ausência de informações gera estranhamento. Para outros, é uma libertação. “No começo me senti um pouco perdida, mas depois percebi que era uma chance de me conectar de outra forma. Eu me permiti não entender tudo, e isso foi bom”, comentou a estudante de jornalismo Mariana Lopes, de 24 anos, após visitar a mostra.

Programação e endereço

A entrada é totalmente gratuita para a 36ª Bienal de São Paulo, que acontece de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão da Bienal, dentro do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A mostra está aberta ao público de terça a domingo, com horários estendidos aos fins de semana e uma vasta programação educativa e acessível.

Terça a sexta-feira: das 10h às 19h (entrada permitida até 18h30)

Sábados, domingos e feriados: das 10h às 20h (entrada até 19h30)

Fechada às segundas-feiras, exceto quando forem feriados.

Bienal de São Paulo 2025
Olhares que não se cruzam, mas se reconhecem.
Reprodução: Manuela Dias

 

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Um dos mais importantes documentaristas brasileiros, ficou conhecido como "o cineasta dos sonhos interrompidos"
por
Daniella Ramos
|
05/09/2025 - 12h

O documentarista Silvio Tendler, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (05), no Rio de Janeiro (RJ). Ele estava internado no Hospital Copa Star, no bairro de Copacabana, e sua morte, causada por uma infecção generalizada, foi confirmada pelo Instagram da Caliban, produtora fundada pelo cineasta.

 

 

Silvio ficou conhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos” por se dedicar a contar histórias de João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella, Glauber Rocha, entre outras personalidades históricas e políticas. 

Em seus mais de 50 anos de carreira, produziu e dirigiu mais de 70 filmes e 12 séries televisivas. Entre eles, "Os Anos JK – Uma Trajetória Política" (1981), "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1981), "Jango" (1984), “Marighella, retrato falado do guerrilheiro” (2001), “Glauber, labirinto do Brasil” (2003) e “Tancredo: A travessia” (2010).

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Silvio Tendler nas filmagens de O Mundo Mágico dos Trapalhões. Foto: Reprodução/Portal Caliban.

“A minha paixão por cinema vem daquela geração que tinha 14 anos em 1964. Era uma geração que teve a cabeça feita por Glauber, Godard, Truffaut, Joaquim Pedro, Leon. E eu me apaixonei por cinema”, diz Tendler no quinto episódio da série “Cineasta do Real”, criada por Amir Labaki e produzida pelo Canal Brasil. 

O velório está marcado para o domingo, dia 7, às 11h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, na capital fluminense. Silvio Tendler deixa a esposa, Fabiana Fersasi, a filha, a produtora Ana Tendler e um neto.

 

Quem foi Silvio? 

Nascido no Rio de Janeiro em 12 de março de 1950, Tendler começou seu trabalho como cineasta já na década de 1960, e em 1968 se tornou presidente da Federação de Cineclubes do Rio, segundo o portal da produtora Caliban. No mesmo ano, após conhecer o Marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata (1910), gravou seu primeiro documentário sobre o levante. O filme acabou queimado pela ditadura militar e nunca foi exibido.

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Silvio no Dep. de Comunicação Social da PUC/RJ - Anos 1980. Foto: Antônio Albuquerque/Núcleo de Memória PUC-Rio

Tendler chegou a se exilar no Chile e na França no período da ditadura militar brasileira, e passou a fazer filmes sobre o cenário político do país sulamericano, como “La Cultura Popular Vá!” (1973), sobre o governo de Salvador Allende, e “La Spirale” (1975), produzido na França sobre os eventos até o golpe de Estado chileno. No final da década de 1970, voltou ao Brasil e integrou a equipe docente do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, onde lecionou por mais 40 anos. 

Em 1981, sua carreira ficou marcada pelo alcance de 1,8 milhão de espectadores que assistiram ao longa-metragem “O mundo mágico dos Trapalhões”, que explora a rotina do grupo de comédia mais famoso do Brasil, e até hoje tem o recorde de documentário com maior público nos cinemas. 

De família judia com raízes ucranianas e bessarabianas, ele viveu grande parte de sua vida na Tijuca e em Copacabana. Silvio lidava com problemas de mobilidade em consequência de uma grave doença desde 2012.

No instagram de sua produtora, há uma das citações de Silvio que é “para colecionadores”: “Luto pelos Direitos Humanos, pelos Direitos da Natureza, e faço da Arte instrumento de luta contra a fome e pela Justiça Social"

 

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Designer de jogos vem para a 16° edição da maior feira de games da América Latina
por
Juliana Bertini de Paula
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03/09/2025 - 12h

Entre os dias 9 e 12 de outubro, no Distrito Anhembi em São Paulo, acontece a 16° edição da Brasil Game Show (BGS), maior feira de games da América Latina e segunda maior do mundo. Para este ano, grandes nomes já estão confirmados como Naoki Hamaguchi - diretor da série “Final Fantasy VII remake” - e Yoko Shimomura - conhecida como "a mais famosa compositora de videogames do mundo". No entanto, o principal convidado e mais aguardado pelo público é Hideo Kojima.

Nascido no Japão, o designer de jogos é conhecido principalmente pela produção de “Metal Gear” e seu jogo autoral “Death Stranding”. No The Game Awards 2023, Kojima e Jordan Peele anunciaram um novo jogo, intitulado “OD”. O jogo é estrelado por Sophia Lillis, Hunter Schafer e Udo Kier.

No perfil oficial da BGS, o designer disse estar ansioso para vir ao Brasil e compartilhar sua paixão com os fãs:

 

A BGS 2025 contará com uma vasta lista de expositores, incluindo grandes nomes da indústria dos games e da tecnologia. Empresas como Nintendo, Devolver, Sega, Ubisoft, Gartic, Paramount, Hoyoverse e Intel estarão presentes. O evento também reúne novidades no cenário da tecnologia, bem como divulga novos jogos, produtos e campanhas no universo dos games.

A feira também abrirá espaço para desenvolvedores independentes, oferecendo uma plataforma para que pequenas empresas e startups mostrem seus jogos e produtos ao público. Além disso, a BGS contará com palestras, campeonatos de e-sports e competição de cosplays. 

 

Concurso de cosplay da BGS 2024. Foto: Juliana Bertini de Paula/AGEMT
Concurso de cosplay da BGS 2024. Foto: Juliana Bertini de Paula/AGEMT

 

Os ingressos ainda estão à venda, já no 7° lote, a partir de R$ 144. Qualquer visitante da feira pode entrar no evento pagando meia-entrada mediante a doação de 1kg de alimento não perecível.

 

Brasil Game Show

Quando: de 9 a 12 de outubro

Onde: Distrito Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo

Ingressos: de R$ 144 a R$ 2,4 mil, disponíveis pelo site

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Após seis anos do primeiro lançamento, nova sequência chega às lojas nesta quinta-feira (4).
por
Lucca Cantarim dos Santos
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26/08/2025 - 12h

 

No final de agosto, aproveitando o embalo da Gamescom, evento anual de jogos que desta vez aconteceu na Alemanha, a desenvolvedora Team Cherry finalmente divulgou a data de lançamento do seu mais recente título. Hollow Knight: Silksong.

Para quem era fã da franquia desde o primeiro jogo, lançado em 2017, foi difícil esperar tanto tempo para ter notícias da sua sequência, anunciada pela primeira vez em 2019. Em entrevista para a Agemt, Amelie Strasburg, funcionária em um restaurante e fã da franquia, brincou: “Eu aproveitava apenas o engajamento e as piadas feitas pela comunidade, adorava a Hornet com cabelo e narizinho de palhaço”. A piada era piada comum entre os fãs do jogo que ansiavam por notícias.

Apesar de ser uma decisão consciente dos desenvolvedores, o silêncio de seis anos foi perigoso, já que a espera diminuiu o ânimo que muitos fãs sentiram ao ver o primeiro trailer. Foi o caso de Gabriel Merino, estudante e também fã do primeiro jogo. Ele contou que estava ansioso para o lançamento, mas foi “desanimando” conforme o tempo passava: “Nunca deixei de querer o jogo, mas senti que fomos deixados no escuro.”

 

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Gabriel Merino                                                                                               Foto: Acervo Pessoal

 

 

A história de Hollow Knight

Hollow Knight é um jogo no estilo “Metroidvania”, caracterizado por seções de plataforma e pela exploração de um mapa grande e interconectado, com salas que só podem ser acessadas até que o jogador consiga algumas melhorias. Com personagens que são insetos, o jogo te coloca para explorar um reino devastado por uma doença misteriosa.

Você joga com “o cavaleiro”, uma pequena criatura mascarada que não tem memórias de sua criação. E ao chegar de surpresa no reino de Hallownest, descobre lentamente os mistérios e o que fez aquelas terras sucumbirem à infecção.

 

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Print do jogo Hollow Knight                                                                                                                                  Foto: Team Cherry

 

A jogabilidade e história, somados aos gráficos inteiramente desenhados à mão, contribuíram para o sucesso do jogo, que se tornou um dos mais amados pelo público. Para Gabriel, por exemplo, os principais fatores para o sucesso foram a volta da categoria metroidvania para o mercado; a coragem dos desenvolvedores de fazer algo diferente; e a história e a estética do jogo em si. Além disso, comandos precisos e confrontos dinâmicos e divertidos foram detalhes decisivos.

Amelie já teve uma experiência diferente, ela conta que se apaixonou duas vezes pelo jogo: “uma foi quando decidi dar uma chance pela insistência do meu irmão, mas desisti por raiva e falta de paciência. E a outra foi um ano depois, quando decidi dar mais uma chance e acabei pegando ambos os finais.” 

Uma das personagens apresentadas na narrativa, a Hornet - que apesar da palavra significar "Vespa" em inglês, não representa nenhum inseto específico - será a protagonista do novo título - idealizado inicialmente como conteúdo adicional para o jogo de 2017.

 

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Hornet, protagonista do novo jogo Hollow Knight: Silksong    Foto: Divulgação/Team Cherry

 

 

O primeiro trailer do novo jogo, em 2019, foi o suficiente para surpreender a comunidade e deixar os fãs animados para jogar com uma personagem tão amada, além de poder explorar um novo reino e conhecer as exclusivas mecânicas da Hornet. 

Em todos os eventos de jogos era possível encontrar internautas ansiosos por mais notícias, que só chegaram realmente a partir de junho deste ano. Em agosto, os rumores esquentaram. A Team Cherry confirmou na conferência de abertura da Gamescom que o jogo sairia ainda em 2025 e estreou o trailer do jogo no canal oficial do Youtube da empresa. A movimentação foi suficiente para devolver os internautas ao jogo, revivendo os anseios e as expectativas em relação à sequência, que havia desaparecido.

Mas em meio a tanta alegria, surgem também algumas preocupações. O preço de Silksong, se seguir a tendência de mercado, deve ser elevado. Sobre isso, Amelie dispara: “sinto que agora vou precisar guardar dinheiro pra comprar”. Já para Gabriel, a felicidade não está garantida: “Me preocupo por causa do estado em que os jogos têm vindo ultimamente, recheados de bugs, mal otimizados e incompletos.”

 

Motivos para a demora

Diferentemente do que alguns fãs especulavam, o jogo nunca enfrentou estagnação em seu processo de desenvolvimento. Em entrevista exclusiva para o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, Ari Gibson e William Pellen, fundadores da Team Cherry disseram que queriam ter a certeza de que estavam fazendo o melhor.

 

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William Pellen (esquerda) e Ari Gibson (direita), fundadores da Team Cherry                                                            Foto: Black Company

 

Os desenvolvedores também comentam sobre como estavam constantemente tendo ideias novas para o jogo e que, se seguissem assim, poderiam levar até mesmo mais de dez anos para finalizá-lo. Um dos fundadores da empresa, Willian Pellen comentou o processo de criação: “Você está sempre pensando em um item novo, uma área nova, um chefe novo. É simplesmente por concluir o jogo que estamos parando.” Gibson até diz que precisou parar de esboçar a partir de um certo ponto, porque todas as suas ideias acabavam sendo adicionadas ao jogo.

Quanto à divulgação de novidades sobre o desenvolvimento, diferente do que foi feito na época do primeiro jogo, quando Gibson e Pellen publicavam constantemente os avanços, desta vez eles sentiram que fazer isso saturaria os fãs. Afinal, tudo o que eles tinham para falar era, nas palavras de Gibson, “Ei! Nós estamos trabalhando no jogo”.

Para William Pellen, os seis anos de espera evidenciam o amor de uma equipe pequena pelo próprio projeto: “Nós estávamos nos divertindo, não era algo lento que queríamos que passasse logo, e sim um espaço prazeroso no qual queríamos perpetuar o projeto com cada vez novas ideias.”

Agora é sanar a curiosidade dos fãs. Amelie disse que suas expectativas estão grandes: “Espero que o jogo esteja perfeito! Nível de ganhar a premiação de jogo do ano! Estou com vontade de só jogar.” E Gabriel também está ansioso: “Espero que tragam mais do que eu aproveitei no primeiro jogo: mapas, chefes, inimigos, além de aprofundar mais a história da Hornet.”

A equipe de Silksong se apegou tanto ao jogo, que confirmou que vem aí também uma série de conteúdos pós-lançamento. 

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Evento discute corpo, memória e fronteiras com espetáculos, videodanças e mesas de debate
por
Larissa Pereira José
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26/08/2025 - 12h

A 2ª Mostra Internacional de Dança de São Paulo está em cartaz até o dia 31 de agosto no Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, na capital. O tema “Dança como pulsão de vida” é o que liga os 16 espetáculos presenciais, oito videodanças e quatro fóruns de debate. As companhias presentes vêm de dez estados brasileiros e de sete países, como Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos, França e Moçambique.

O projeto acontece em parceria com a Associação Pró-Dança e tem apoio do Itaú Unibanco. A estrutura do evento está dividida em três eixos: fomento, formação e fruição. A proposta é aproximar diferentes públicos da dança contemporânea, além de fomentar o encontro entre artistas de diferentes origens e tornar acessíveis produções que, muitas vezes, circulam em espaços restritos.

As apresentações acontecem de quinta a domingo, em horários variados. Além do palco principal, o evento também aposta no formato híbrido: videodanças estarão disponíveis na plataforma Itaú Cultural Play entre os dias 01 e 30 de setembro. Os fóruns de debate vão discutir os processos criativos, os desafios da circulação artística e as fronteiras que a dança enfrenta para alcançar novos públicos no Brasil e no exterior.

Um dos destaques da programação é o grupo “Movidos Dança”, de Natal (RN), que apresenta o espetáculo “Nuvem de Pássaros”. A obra é dirigida e coreografada por Anderson Leão. Inspirada nas revoadas coletivas de aves, a criação reflete sobre sobrevivência e resistência, propondo metáforas entre o voo e o deslocamento humano.

Cena de “Nuvem de Pássaros” espetáculo do grupo Movidos Dança
Cena de “Nuvem de Pássaros” — Espetáculo do grupo Movidos Dança, obra traz discussão sobre resistência e coletividade por meio de corpos diversos em movimento Foto: Divulgação/ Opotengi

Em entrevista exclusiva à AGEMT, Anderson Leão explicou como nasceu a proposta do trabalho: “O espetáculo surgiu após um convite para trabalhar na Costa Rica, um país que eu não tinha muita familiaridade com a cultura, com os costumes e com a língua. Essa minha migração fez com que eu pudesse ter a ideia de trazer a migração dos pássaros, o movimento, a busca pela sobrevivência.”

Para o artista, estar na mostra representa uma oportunidade de amplificar a voz da dança produzida em outras partes do Brasil, além da possibilidade de compartilhar experiências com outras companhias nacionais e do exterior. “Eu acho que ser selecionado na Mostra Internacional de Dança de São Paulo traz uma importância muito grande para a companhia, para o grupo que vem lá do Rio Grande do Norte, lá da esquina do Brasil, sempre buscando essa existência e resistência dentro da cultura, da dança, num país tão extenso”, disse o coreógrafo. 

O artista também afirmou que a mostra atrai os olhares de curadores e novas possibilidades para a companhia expandir seus territórios coreográficos. “Estamos celebrando essa conquista, sabemos que podemos abrir novas portas através dessa apresentação”, finalizou.

A participação do grupo também se conecta ao eixo de circulação artística defendido pela Mostra, que busca quebrar barreiras geográficas e estimular o diálogo entre linguagens e territórios.

Outro ponto de destaque da programação é o “Pitch On-line”, uma rodada de apresentação de projetos de dança a programadores e agentes culturais, em busca de financiamento e novas parcerias. A atividade fortalece a ideia de fomento e contribui para dar visibilidade a artistas independentes.

O acesso do público à Mostra é gratuito, com retirada antecipada de ingressos no site do Itaú Cultural. A instituição também garante recursos de acessibilidade, como tradução em libras e audiodescrição.

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