Documentário sobre sistema prisional gera debate sobre a sensibilização de reclusos
por
Maria Eduarda dos Anjos
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31/10/2024 - 12h

Dirigido por Débora Gobitta, o documentário “Liberta!” percorre a realidade da ressocialização no Brasil e o impacto que a literatura tem no ecossistema carcerário, dentro e fora das prisões. O objetivo principal é humanizar, sob a visão do público, uma parcela de mais de 663 mil brasileiros privados de liberdade, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) em 2024. A obra pontua as origens escravocratas do código penal brasileiro, enquanto coloca o sistema prisional como o “maior navio negreiro da atualidade”, em como as políticas de reintegração social atuais são ineficientes. 

A Lei de Execução Penal, desde 2011, conta com a possibilidade de diminuição de tempo de reclusão por estudo. Dentre as práticas está a leitura, que comprovada pela escrita de uma resenha sobre a obra literária, pode encurtar até 4 dias de penitência. Limitado, o recurso pode ser usado para a leitura de até 12 livros ao ano, rendendo 48 dias. Uma bibliotecária conta que, apesar de começarem a ler pela barganha, muitos excedem o limite de livros por mês para diminuir a pena e adotam a literatura como a companheira do tempo de tempo de prisão. 

O longa retrata uma indignação revigorante também daqueles que dão as diretrizes do funcionamento do sistema penal e não estão de acordo com a herança escravocrata e punitivista que ele carrega, além da parte que a mídia tem em propagar uma histeria coletiva que cria no senso público uma necessidade por medidas como a prisão preventiva, que até o fim de 2023, deteve cerca de 213 mil pessoas em aguardo de julgamento em situações precárias e celas superlotadas. 

cartaz de divulgação do filme/ reprodução
Cartaz de divulgação do filme/ reprodução

O documentário ultrapassa o rótulo de “preso” ou “oficial de justiça”, com  entrevistas que focam no impacto transformador que o contato com a leitura teve em cada um dos detentos, ex-detentos, assistentes sociais, professores e juristas, para tirar do individual exemplos de práticas que poderiam ser a regra do coletivo. A literatura alimenta o universo interno dessas pessoas e desperta um interesse pelo conhecimento que é importante a jornada de vida após a liberdade.

Talvez a história mais tocante foi a da parceria desenvolvida entre Jaime Queiroga, coordenador do Sarau Asas Abertas, e Gih Trajano, poeta e slammer (poeta que participa de batalhas de poesia): ele estava prestes a desistir da poesia, e ela, prestes a entrar de volta para o crime, como contam no longa. O primeiro contato ainda no cárcere foi ruidoso, mas logo desenvolveram uma parceria e amizade que se materializou no “Encontro de Ideias Audiovisuais”, na Cinemateca Brasileira.
Durante o bate-papo após a sessão, os realizadores do filme agradeceram a todos que fizeram aquilo possível e estavam na plateia, em uma maratona de aplausos que mostrava como “Liberta!” se preocupou não só em mostrar, mas ser ferramenta ativa da reintegração de quem já passou pelo sistema prisional. Gih foi imortalizada pela Academia de Letras do Cárcere, e usa a arte como ferramenta de trabalho e de libertação, uma forma de “vingança”, como declama em um dos poemas citados no filme.
Patricia Villela Marino, presidente do instituto Humanistas 360, que auxilia recém egressas a retomarem suas vidas do lado de fora, era uma das convidadas e co-produtoras do documentário, e levou quase uma fileira inteira de integrantes do projeto a se levantarem para receber sua homenagem.

Como documentário de impacto social, a exibição de “Liberta!” é direcionada principalmente a grupos educacionais ou que lidem diretamente com a restrição de liberdade, o que já o levou à Fundação Casa, Penitenciária Maria Julia Maranhão em João Pessoa, UNICAMP e UFRGS, e chegará na Alesp, segundo a produtora Daniela Conde.
Na sessão da Cinemateca Brasileira, após ser questionada sobre o que a sociedade civil pode fazer, responde: “Mobilizar a sociedade civil, e o filme foi pensado para isso. A grande intenção é que ele chegue nos policiais penais, que ainda são muito resistentes à organizações da sociedade civil entrar nos presídios, por mais que haja espaço É claro que ninguém muda o sistema sozinho, mas é uma importantíssima redução de danos, e redução interessa muito”.
 

Com 417 filmes, o festival explora a diversidade da cinematografia mundial
por
Beatriz Yamamoto
Maria Eduarda Jussiani
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30/10/2024 - 12h

A 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o maior evento de cinema do Brasil, começou na quinta-feira, 17 de outubro, trazendo uma ampla seleção de filmes de diversas partes do mundo. Contando com 417 produções de 82 países, a Mostra promete exibir longas premiados e novas vozes do cinema global até o dia 30 de outubro. 

As exibições ocorrem em 19 salas da capital paulista, com grande concentração na região da Avenida Paulista e Rua Augusta, que se transformam no epicentro cultural da cidade durante o evento. Além disso, a Cinemateca Nacional, pela segunda vez consecutiva, é um espaço importante da Mostra, abrigando não apenas sessões tradicionais, mas também apresentações especiais e gratuitas.

Nesta edição, o cinema indiano ganha destaque como tema central, proporcionando ao público brasileiro uma nova perspectiva sobre a diversidade e riqueza da cinematografia mundial. O jornalista Matheus Mans, especialista em audiovisual e membro votante da Online Film Critics Society, comenta a escolha: “Eu fiquei muito feliz e bastante surpreso com a escolha da Índia como tema da Mostra de São Paulo de 2024. Apesar de ser um cinema que está sendo redescoberto fora dos limites da Índia, ainda há um estigma forte no Brasil. Muita gente pensa apenas nas produções com danças e altos valores de produção, mas o cinema indiano tem pérolas maravilhosas.”

 

Poster
Imagem: Reprodução / 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

 

O cartaz da Mostra é uma arte de Satyajit Ray, retirada do storyboard de “A Canção da Estrada” (1955), seu primeiro longa. Ray, cineasta, artista gráfico, compositor e escritor, será homenageado com a exibição de sete de seus filmes, feitos entre  1955 e 1966. Essa homenagem destaca a cinematografia da Índia, que conta com cerca de 30 filmes na programação. As obras refletem a diversidade do cinema indiano, com a participação de diretores, atores e produtores no evento.

A programação também inclui títulos que oferecem diversos olhares sobre o Oriente Médio, com três filmes do cineasta palestino Michel Khleifi, além de obras restauradas do cinema brasileiro. A Mostra homenageia Rogério Sganzerla com a versão digitalizada de “Abismu” e celebra os 40 anos de “Paris, Texas” (1984), os 20 anos de “Os Educadores” (2004) e o centenário do italiano Marcello Mastroianni, com a exibição de “Marcello Mio” (2024), de Christophe Honoré, além de seis filmes estrelados por ele.

Reconhecida por promover o cinema brasileiro, a Mostra oferece visibilidade a novos cineastas. Matheus ressalta a importância do evento para o reconhecimento de novos talentos, mas acredita que ainda há espaço para uma maior valorização: “É importante para o cineasta ser exibido ali, passar por uma validação crítica, mas poderia haver um trabalho mais forte para que esses profissionais tenham uma projeção nacional mais ampla, além da bolha cinéfila.”

A troca de experiências entre cineastas nacionais e internacionais é outro ponto fundamental da Mostra, que ao longo dos anos tem se consolidado como um espaço de diálogo criativo. Mans reforça a relevância dessa interação: “O Brasil precisa dessas parcerias, principalmente em um mercado audiovisual que muitas vezes não tem o investimento necessário para grandes projetos. A Mostra é um ponto importante para fomentar essas conexões.”

Entre as produções destacam-se o aguardado “The Shrouds”, de David Cronenberg, o vencedor da Palma de Ouro “Anora”, de Sean Baker, e a obra nacional “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, prometendo uma sessão especial com a presença do diretor e elenco. “Com certeza vai ser uma daquelas sessões históricas da Mostra que não dá para perder”, afirma Matheus Mans.

Este ano, a Mostra conta com a 1ª edição da Mostrinha, uma iniciativa voltada para a nova geração, dedicada à infância e à juventude, que apresenta 22 títulos em sessões espalhadas pela cidade. Entre os filmes estão “Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar” e “O Serviço de Entregas da Kiki”, do Studio Ghibli, além de produções nacionais como “Castelo Rá-Tim-Bum” e “O Menino Maluquinho”. A Mostra também exibe 27 títulos com recursos de acessibilidade, incluindo coproduções brasileiras, documentários, ficções e animações.

Os ingressos para o evento variam entre R$15,00 e R$30,00, com opções de pacotes e credenciais permanentes disponíveis para compra online e nas bilheteiras dos cinemas participantes. Além disso, há sessões gratuitas espalhadas pela cidade, tornando o evento acessível a um público ainda mais amplo.

Com uma programação diversa e imperdível, a 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo reforça sua posição como um dos eventos mais relevantes do calendário cultural do país.

Para saber mais sobre a Mostra, acesse: 48.mostra.org

Maior premiação da música latina realiza sua 31° edição em Miami
por
Gisele Cardoso
Maria Eduarda Mendonça
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25/10/2024 - 12h

Neste domingo (20), o Billboard Latin Music Awards 2024 celebrou os grandes nomes da música latina em uma noite repleta de performances. O evento reconhece talentos em 49 categorias, destacando os principais artistas e produções desde 1994. A apresentação foi comandada pelos atores Carmen Villalobos e Danilo Carrera.

A noite começou com uma performance de Luis Alfonso, que animou o público ao som de seus sucessos “Tequila con cerveza” e “Chismofilia”. Além dele, também estiveram presentes grandes nomes, como J Balvin, Yandel, Gloria Trevi, Maria Becerra, Grupo Niche, Fuerza Regida e Chencho Corleone.

A mais indicada da noite foi Karol G, sendo citada em 12 categorias e levando 8 troféus para casa, tornando-se a maior premiada da edição. Outros artistas de peso, como Bad Bunny e Peso Pluma, também foram citados na maioria das categorias.

Bad Bunny consolidou ainda mais seu lugar no topo da música latina ao vencer seis das 13 categorias que foi indicado, entre elas a de Álbum Latino do Ano com “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”, lançado em outubro de 2023. Além do prêmio de álbum, o porto-riquenho também levou Artista do Ano.

Outro ponto alto da noite foi a consagração de Xavi como Artista do Ano – Revelação. O jovem mexicano tem se destacado após alcançar o primeiro lugar no Top 50 Global do Spotify com a canção “La Diabla”. Responsável por misturar trap, rap e reggaeton em suas canções, Xavi já se tornou uma das promessas da música espanhola.

Xavi, de 20 anos, durante a cerimônia da Billboard. Foto: Christopher Polk
Xavi, de 20 anos, durante a cerimônia da Billboard. Foto: Christopher Polk

Representando o Brasil, Anitta foi indicada pela primeira vez na premiação, com a categoria Hot Latin Songs – Artista do Ano Feminina, estatueta que acabou nas mãos de Karol G.

Três ícones receberam prêmios especiais: Pepe Aguilar foi homenageado com o Prêmio Billboard Salão da Fama, J Balvin com o Prêmio Billboard Espírito de Esperança e Alejandro Sanz com o Prêmio Billboard Trajetória Artística.

Por fim, Los Ángeles Azules, grupo mexicano do gênero cumbia, foi homenageado no Prêmio Billboard Lifetime Achievement, reconhecendo suas contribuições para a fusão da cumbia e eletrônico na década de 1990.

Los Ángeles Azules homenageados na cerimônia. Foto: Christopher Polk
Los Ángeles Azules homenageados na cerimônia. Foto: Christopher Polk

 

Confira os vencedores das principais categorias:

Artista do ano - Bad Bunny;

Artista do ano — Revelação - Xavi;

Turnê do ano - Karol G;

Global 200 – Artista do ano - Karol G;

Hot Latin Songs – Artista do ano feminina - Karol G;

Hot Latin Songs – Artista do ano masculino - Peso Pluma;

Álbum latino do ano - Bad Bunny por “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”;

Álbum latino do ano masculino - Bad Bunny;

Álbum latino do ano feminino - Karol G;

Compositor do ano - Peso Pluma;

Produtor do ano - Ernesto ‘Neto’ Fernández.

Sequências de filmes prometem trazer nostalgia e histórias atualizadas 20 anos após suas estreias
por
Gisele Cardoso
Maria Eduarda Mendonça
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22/10/2024 - 12h

Os anos 2000 estão de volta às telas do cinema com uma série de sequências e reboots de filmes marcantes, trazendo grandes nomes de Hollywood de volta aos holofotes. Anne Hathaway, Lindsay Lohan e Reese Witherspoon são algumas das estrelas que anunciaram, neste ano, a continuação de franquias como “Diário de uma Princesa”, “Sexta-Feira Muito Louca” e “Legalmente Loira”. Os lançamentos já têm data prevista e elenco ainda incertos.

A nostalgia desse período  é um fenômeno e a atualização dessas produções  são a principal fonte para reconectar o público com histórias que marcaram época. Sendo assim, conquistam um público com o desejo de reviver seus clássicos favoritos em novas narrativas adaptadas.

O remake de Meninas Malvadas, lançado no início deste ano, puxou a fila de sequências  anunciadas em 2024. O filme de 2004, estrelado por Lindsay Lohan, ganhou sua versão musical com o enredo original em que uma adolescente recém chegada aos Estados Unidos se adapta a uma nova vida escolar. Os diretores fizeram pequenas atualizações na história, como a inclusão das redes sociais no dia a dia das personagens.

Diário de Uma Princesa 3

Para a alegria dos fãs, no início de outubro, a atriz Anne Hathaway, protagonista da franquia Diário de uma Princesa, confirmou que o aguardado terceiro filme está oficialmente em produção. A atriz fez o anúncio por meio de um vídeo nas redes sociais, revelando que a personagem Mia Thermopolis retornará, desta vez, lidando com suas responsabilidades como rainha de Genóvia. A sequência seguirá ao segundo filme de 2004, onde Mia enfrentou o dilema de precisar se casar para assumir o trono aos 21 anos.

A transformação de Mia Thermopolis em O Diário da Princesa. Foto: Divulgação Disney

A transformação de Mia Thermopolis em O Diário da Princesa. Foto: Divulgação Disney

 

Até o momento, há poucos detalhes sobre o elenco, a única confirmação é de Hathaway revivendo o papel de Mia, já a participação de Julie Andrews, avó paterna de Mia na trama, ainda é um ponto de interrogação para os fãs. Em recente entrevista ao Access Hollywood, ela revelou: “Provavelmente não será possível. Foi falado sobre isso logo depois que os dois filmes foram lançados, mas agora quantos anos se passaram? Eu sou muito mais velha e Anne, a princesa ou rainha, é muito mais velha. E não tenho certeza para onde isso flutuaria ou correria.”

Sexta Feira Muito Louca 2

Outra sequência anunciada foi a de “Sexta-Feira Muito Louca” (2003). O filme, estrelado por Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis, narra a história de Tess, uma mãe que tem dificuldades em se conectar com sua filha adolescente Anna, com quem briga constantemente. Após comerem um biscoito da sorte chinês, elas acidentalmente trocam de corpos. A partir disso, elas precisam lidar com os desafios e as diferenças entre gerações.

A sequência chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de agosto de 2025. Além das protagonistas, os atores Chad Michael Murray, Mark Harmon, Christina Vidal Mitchell, Haley Hudson, Lucille Soong, Stephen Tobolowsky e Rosalind Chao também estão confirmados.

 

Mãe e filha trocam de corpo durante uma sexta-feira. Foto: divulgação Walt Disney Productions

Mãe e filha trocam de corpo durante uma sexta-feira. Foto: divulgação Walt Disney Productions

 

"Nós duas estamos muito animadas, acho que posso falar por Jamie [Lee Curtis]", disse Lindsay Lohan, em entrevista ao podcast de Andy Cohen. Ela e Curtis voltam aos papéis de Anna e Tess Coleman, respectivamente, mãe e filha que protagonizam o longa original.

Legalmente Loira - A série

Relembrando mais uma protagonista inesquecível dos anos 2000, Reese Witherspoon anunciou a produção da série através de um vídeo em suas redes sociais em que aparecia com seu look rosa, marca registrada de Elle Woods, a personagem principal. A série produzida pela Prime Video, contará a história de Elle em sua adolescência antes de se tornar a personalidade que conhecemos nos filmes.

O lançamento está previsto para 2025 e já iniciou as buscas pela atriz que interpretará a fase adolescente da advogada. Reese declarou em post no Instagram que está “empolgada para ver todas as versões da nossa geminiana vegetariana favorita”.

Reese Witherspoon em "Legalmente Loira". Divulgação/MGM Studios.

Reese Witherspoon em "Legalmente Loira". Divulgação/MGM Studios.

 

 

O Diabo Veste Prada 2

Por fim, a sequência de “O Diabo Veste Prada” está oficialmente em andamento, tornando-se  uma oportunidade para os fãs recordarem o glamoroso mundo da moda. A produção, que já entrou na fase de pré-produção, tem o início das filmagens programado para o final de novembro, conforme divulgado pela Film and Television Industry Alliance.

Miranda Priestly, interpretada por Meryl Streep, enfrentará um cenário de mudanças na indústria, com o declínio das revistas impressas e desafios no final de sua carreira. Sua antiga assistente, Emily Charlton, ocupa uma posição de poder e protagonizará uma rivalidade com Priestly. Anne Hathaway, protagonista do original, não foi confirmada no elenco.

Exposição do IMS Paulista mostra os trabalhos de Jorge Bodansky de 1964 até 1985
por
Vinícius Evangelista
Maria Júlia
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25/06/2024 - 12h

O Instituto Moreira Salles (IMS) Paulista apresenta, até o dia 28 de julho de 2024, uma exposição gratuita que revisita a obra do cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky. Localizada na Avenida Paulista, 2424, a mostra oferece uma retrospectiva das produções de Bodanzky durante a ditadura militar brasileira, incluindo filmes como "Iracema" e "Os Mucker", além de fotografias e experimentações com super-8. Com entrada franca e aberta de terça a domingo, das 10h às 20h, a exposição convida o público a explorar um período crucial da história do Brasil através de um olhar crítico e inovador.

 

Conheça uma das pessoas por trás do maior mercado de flores da América Latina
por
Helena Maluf
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24/06/2024 - 12h

Conheça o ceagesp, um dos maiores centros de distribuição de alimentos da América Latina, abastecendo São Paulo e além! Com mais de 700 mil metros quadrados, este mercado movimenta incríveis 250 mil toneladas de produtos frescos todos os meses. Neste vídeo, vamos conhecer a história de Maria, uma dedicada trabalhadora que faz parte desta incrível jornada há 15 anos, trazendo flores e plantas frescas para nossas casas, trabalhos e cidade.

Fernando Guislandi, morador de rua há oito anos, nos conta parte de sua história antes de morar na rua. Uma escolha feita, por um lado, porque ele estava dominado pelos vícios e, por outro, para proteger sua família.
por
Roberta Rummolo
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21/06/2024 - 12h

Ele é gentil, engraçado e engenhoso. Fernando ajuda os restaurantes a limpar a rua no final do serviço e, em troca, recebe comida ou dinheiro. Ele recolhe a comida, guarda sua parte e vende o restante para outros moradores de rua para comprar crack.

Quando eu terminava o trabalho, Fernando sempre me acompanhava até minha casa, que fica na esquina, para garantir que nada acontecesse. 

Fernando me dá confiança de que ele pode retomar sua vida em suas mãos, começando por fazer a barba, cortar o cabelo, cuidar de sua vida e escolher ir para casa.

Fernando é meu amigo, eu acredito em Fernando.

 

Conheça o cat café Gato Pingado
por
Maria Elisa Tauil
Raissa Santos Cerqueira
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18/06/2024 - 12h

Em 2013 a OMS estimou que existiam pelo menos 10 milhões de gatos em situação de rua em todo o Brasil. O dado não foi atualizado nos últimos anos e não existem estimativas sobre a população de animais de rua específicos para os Estados.

Já em março de 2024, o Governo do Estado de São Paulo iniciou uma pesquisa sobre os animais de rua dos municípios do Estado. A pesquisa deveria ser concluída em abril, mas ainda não se tem nenhum dado conclusivo sobre o estudo.

Há dois anos atrás, o cat café Gato Pingado surgiu como uma alternativa de lar temporário e local de adoção, unindo a experiência gastronômica de um bom cafézinho à um momento de descontração com gatinhos.

 

No meio da avenida mais movimentada do país, há arte e cultura espalhadas pela avenida Paulista
por |
02/06/2024 - 12h

Todo domingo na Avenida Paulista, o destino mais comum para aqueles que querem espairecer do caos do dia a dia paulistano, podemos desfrutar de diversas culturas e entretenimentos. Espalhados pelas ruas ou calçadas, encontramos "gente que faz trabalho de gente". Pessoas que colocam seu dom, seja vocal, corporal ou manual, em exposição à céu aberto e nos dá a honra de prestigiar.

 

Av. Paulista
Dia de domingo na Avenida Paulista, São Paulo | Foto: Beatriz Alencar


As ruas que diariamente são cheias de carros, ônibus, trânsito e fumaça, dão mais cor aos diversos tipos de cultura. Em meio a tantas barracas, encontramos a de Vitor Amra. Ele vende placas pirografadas e além disso, também é tatuador. A arte da pirografia, basicamente é um modo de desenho sob uma madeira, que utiliza uma ponta de metal aquecido para gravar a peça. Para saber mais um pouco desse processo e de como é trabalhar na avenida mais movimentada do país, acesse o vídeo abaixo. "É o trabalho e um pouquinho de festa ao mesmo tempo", de acordo com o Vitor. Venha conferir nesta cobertura no Instagram! 

 

 

 

Filme traz elucidação importante sobre a finitude e o Alzheimer
por
Giovanna Montanhan
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05/04/2024 - 12h

A história gira em torno do casal Margot (Marieta Severo), e Antônio (Zécarlos Machado), uma das maiores atrizes do Brasil e um escritor premiado portador de Alzheimer no estágio avançado. No decorrer da história, Margot recebe o diagnóstico com a mesma doença e se vê paralisada pela incerteza de seu próprio futuro. Enquanto lida com a condição, a personagem enfrenta a dura realidade onde sua memória, grande aliada de sua carreira e vida pessoal, está se deteriorando. Ao mesmo tempo, a relação com seus filhos, antes distante devido às exigências de sua carreira e o foco em seu marido, começa a se transformar. O longa Domingo À Noite estreou nesta quinta-feira (04) nos cinemas brasileiros.

Zé Carlos, apesar das poucas falas durante o filme, mostra que é capaz de usar seu instrumento principal, o corpo, com muita habilidade, ao entregar uma performance visceral e emocionante. Sua parceira de cena, Marieta, se comunica através das emoções e transita entre elas com bastante facilidade, sem se perder em um limbo caricato.

A obra apresenta boas performances, mas peca na trilha sonora: a presença limitada de um único som de piano, que toca esporadicamente ao longo da narrativa, deixa um vazio que poderia ser preenchido por outras músicas instrumentais. Uma diversidade nesse aspecto traria um ritmo mais harmonioso à história. 

A fotografia exibe as belas paisagens litorâneas da cidade do Rio de Janeiro, e traça um paralelo com a natureza verdejante ao redor. O diretor parece brincar com diversos tipos de enquadramentos da câmera, transitando entre tomadas em grande angular e planos mais fechados, capturando detalhadamente cada expressão e movimento dos protagonistas com precisão.

A família é disfuncional, assim como grande parte das brasileiras e das ao redor do mundo, e não força uma imagem unilateral da união e do amor incondicional. Os filhos, Francine (Natália Lage), também é atriz, e Guto (Johnnas Oliva), é um empresário no ramo do mercado financeiro. 

A devoção de Margot ao cuidar diariamente do marido que se encontra em degradação por causa do Alzheimer reflete como o amor pode se manifestar na terceira idade, servindo como uma espécie de declaração sincera sobre a essência do compromisso conjugal. Trata da responsabilidade de cuidar não como um fardo, mas com leveza, mesmo diante das adversidades e dos momentos desafiadores que a vida lhe impôs. Quando descobre que está tendo lapsos de memória,  Margot luta contra o tempo para conseguir terminar seu último projeto no cinema e resolver as questões pendentes com seus filhos, para então brilhar em um novo palco, em que a luz eterna reserva o seu ato final. 

O cinema brasileiro necessita urgentemente de tramas mais envolventes e profundas, que criem uma conexão real com o espectador, que sejam capazes de desafiar o predomínio de comédias ‘pastelão’ que, embora populares, raramente se aprofundam em questões atuais relevantes. Essas produções, com maior objetivo de atingir números, muitas vezes negligenciam a importância de refletir e discutir as complexidades das questões acerca da sociedade contemporânea. Nesse contexto, "Domingo À Noite" se destaca como uma obra de grande impacto, mergulha na essência da velhice sem embelezamentos e posiciona idosos como os personagens centrais do enredo. Ao fazer isso, o filme não só desafia o etarismo prevalente, que tende a marginalizar as gerações mais velhas em favor de histórias voltadas para o público jovem. A presença desses protagonistas vivendo a maturidade nas telas é um lembrete valioso da diversidade de experiências humanas. Portanto, visto que o longa já estreou, é uma oportunidade imperdível de apoiar e divulgar um cinema nacional que se aventura além do trivial, merecendo ser visto, revisto e celebrado por todos os amantes da sétima arte.