Episódios contam histórias reais de jovens que morreram por tiros com armas das
por
Khauan Wood
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16/06/2025 - 12h

Idealizado, produzido, dirigido e apresentado por Khauan Wood, estudante do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o podcast tem o intuito de contar histórias reais de jovens que morreram em decorrência da violência policial do Brasil.

Dados de um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado em abril de 2025, mostram que a taxa de mortalidade de crianças e adolescentes pela PM cresceu 120% entre 2022 e 2024, apenas no estado de São Paulo.

Com uma imersão sonora, o áudio é pensado para ser rápido. Tudo no podcast é pensado para se assemelhar a um tiro. Além disso, conta com músicas que retratam justamente a violência policial no país.

Ficha técnica

  • Idealização, direção e apresentação: Khauan Wood

  • Duração: 5min22seg

  • Orientação: Prof.ª Dra. Anna Flavia Feldmann

 

A forma como as redes sociais manipulam cada vez mais o que é divulgado pelos veículos de comunicação
por
Beatriz Lima
Giovanna Brito
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09/06/2025 - 12h

Com o avanço das tecnologias e da comunicação, a população se adaptou a essa mudança em muitos aspectos de suas vidas, como por exemplo em relação ao consumo de informação. O impacto dessas transformações se manifesta, principalmente, na definição das pautas jornalísticas, que hoje são fortemente moldadas por algoritmos, dados de engajamento e comportamentos de usuários nas redes sociais. As chamadas ‘trends’ vem cada vez mais se popularizando entre a sociedade online atual, causando falhas de comunicação entre o que é importante e o supérfluo. Entenda de que forma a influência desses assuntos afetam o jornalismo na hora da publicação de notícias.

Comemorando o anivesário do grande cineasta em uma conversar com o crítico Filippo Pitanga
por
Clara Dell'Armelina
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06/06/2025 - 12h

Fora dos holofotes hollywoodianos, Akira Kurosawa fez história na sétima arte e rompeu as barreiras criadas para com o cinema oriental. Nascido em 23 de março de 1910, completaria  115 anos nesse ano de 2025, deixando um legado de 50 anos de carreira e 30 filmes que influenciam no modo de fazer cinema até os dias de hoje. Akira veio de uma família de muitos irmãos e, de um deles, Heigo, herdou sua paixão por filmes. Heigo que trabalhava como narrador de filmes, se suicidou aos 22 anos. 

Sua herança cinematográfica traz obras como “Os Sete Samurais” (1954), “Ran” (1985), “Trono Manchado de Sangue” (1957) e “Rashomon” (1950). Para falar um pouco melhor sobre esses filmes, conversamos com Filippo Pitanga, jornalista, pesquisador, curador e crítico de cinema, que nos contou sobre a história de vida e da longa carreira do eterno Akira Kurosawa. Confira! 

A virada cultural aposta na descentralização, diversidade e acesso gratuito à cultura
por
Marina Laurentino Mendonça
Michelle Batista Gonçalves
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28/05/2025 - 12h

 

A Virada Cultural 2025 ocorreu nos dias 24 e 25 de maio, reunindo mais de 4 milhões de pessoas nas ruas de São Paulo. Com 21 palcos distribuídos por diferentes regiões da cidade e mais de 1.200 atrações gratuitas, o evento levou música, teatro, dança, cinema e atividades culturais para espaços públicos, reforçando a proposta de descentralização e democratização do acesso à cultura.

 

Show da cantora B TREM no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantora B TREM no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.

 

Show da cantor Kyan no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Kyan no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Kyan no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Kyan no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor Don L no palco Grajaú, dia 24/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantora Liniker no palco Anhangabaú, dia 25/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantora Liniker no palco Anhangabaú, dia 25/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantora Liniker no palco Anhangabaú, dia 25/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantora Liniker no palco Anhangabaú, dia 25/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da cantor BK no palco Brasilândia, dia 25/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor BK no palco Brasilândia, dia 25/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor BK no palco Brasilândia, dia 25/05. Foto: Michelle Batista.
Show da cantor BK no palco Brasilândia, dia 25/05. Foto: Michelle Batista.

 

Entidades do audiovisual brasileiro lutam para a reformulação da Lei da regularização dos Streamings no Brasil. Legislação existe desde 2021 na França.
por
Wanessa Celina Campos
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19/05/2025 - 12h

A vitória de Ainda Estou Aqui (Walter Salles, 2025) no Oscar trouxe um alerta ao setor audiovisual brasileiro sobre a  necessidade da regularização do VOD (video on demand, em inglês). Em fevereiro deste ano, a Kantar Ibope Media declarou que 35% dos domicílios brasileiros consomem plataformas digitais de streaming. Em 2021, uma pesquisa Streaming Global do Finder já trazia o Brasil como o segundo maior consumidor de streaming do mundo. Ainda assim, diferente de países como a França e a Espanha, o Brasil não regularizou a atuação de plataformas estrangeiras, como a Netflix e a Prime Videos.

“No Brasil, a gente tem medo dessa palavra regulação, até em função da ditadura, de algumas agências reguladoras que historicamente já tivemos. Mas em qualquer país do mundo existe a regularização de qualquer profissão.”, contextualiza o jornalista e documentarista Piero Sbragia, em entrevista para a AGEMT. Na França, a regularização do  VOD obriga as plataformas estrangeiras a investirem 25% do seus faturamentos em conteúdos nacionais, enquanto que, no Brasil, o PL nº 2.331/2022, aprovado pelo Senado, atribui apenas 3% de contribuição das empresas estrangeiras. 

Além da mudança de 3% de contribuição para 12%, a Frente Ampla pelo Audiovisual Brasileiro, reitera a necessidade de uma cota com, no mínimo, 20% de conteúdos brasileiros nas plataformas e canais de exibição. Thais Oliver, roteirista e vice-presidente da Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA) diz que o maior problema no cinema brasileiro hoje é a falta de um lugar para “escoar” toda produção nacional, que anualmente lança mais de 200 filmes. “São poucos os streamings que chegam a 20% de produção nacional. Nem a Globoplay consegue ter um catálogo só de produção nacional. Então, a cota é fundamental para que a gente consiga escoar essa produção.”

França: um caso que deve servir de inspiração

“O critério para a divisão de filmes nos cinemas franceses é a cota”, relata Piero ao relembrar um acontecimento durante a sua estadia em Paris, em 2022. Segundo ele, quando esteve por lá, quatro das cinco salas de cinemas eram reservadas apenas para filmes franceses, independente dos números de vendas, enquanto filmes hollywoodianos só tinham uma sala reservada. “A questão não é lucro, não é dinheiro, a questão é a soberania.”, completa Piero, observando que os filmes estadunidenses possuem um posição desigual em relação aos filmes nacionais, o que torna necessária a  proteção das obras nacionais. De acordo com Thais, é necessário que “a gente assuma essa negociação com um ponto de vista mais nacionalista, protegendo a nossa indústria.”

Não apenas a cota é fundamental, a proeminência, os destaques às obras nacionais nos aplicativos e site dos streamings, são essenciais. Usar o algoritmo para que os brasileiros achem obras nacionais com mais facilidade, que elas estejam já na primeira página, também faz parte da demanda da Frente Ampla. Mesmo assim, como lembra Piero, não tem como haver uma boa regularização do VOD sem que haja a fiscalização correta. Fiscalizar se as leis estão sendo cumpridas e, assim, proteger as obras nacionais, assim como aos atores, roteiristas e diretores brasileiros para não serem submissos às formas desfavoráveis nos seus trabalhos é também uma obrigação que o Senado e a Câmara devem ter em mente, na hora da formulação da Lei do Audiovisual.

 

Mostra “Todo Mundo” exibe equipamentos e produções que exaltam o trabalho do fotógrafo
por
Sophia Razel
Letícia Alcântara
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25/11/2024 - 12h

O Instituto Moreira Salles recebe, até 9 de março de 2025, a exposição gratuita “Todo Mundo”. A mostra celebra a trajetória do cineasta e fotógrafo Thomaz Farkas, exprimindo sua contribuição para o cenário cultural brasileiro. 

Fotos em preto e branco de torcedores no estádio do Pacaembu, em 1942
Fotos de Thomaz Farkas, de  torcedores no estádio do Pacaembu, em 1942 - Foto: Sophia Razel

Farkas, filho de imigrantes húngaros, chegou ao Brasil ainda muito novo, em meados de 1940. Em suas fotos, documentava as diferenças sociais e as nuances do cotidiano com sensibilidade e maestria. O fotógrafo tinha um olhar único e capturava com louvor o cenário e o modo de vida brasileiro. 

Cinco pessoas sentadas assistindo um filme em um telão
Visitantes atentos  assistindo a um dos documentários do cineasta em telão presente na exposição - Foto: Sophia Razel

Um dos seus trabalhos mais famosos, a “Caravana Farkas”, produzido entre os anos de 1960 e 1970, foi um marco no cinema brasileiro. A Caravana foi idealizada a partir do desejo do fotógrafo em explorar e documentar tradições e comunidades que não tinham voz e visibilidade, sendo considerado um marco no audiovisual. 

 

Tela com miniaturas de fotos estampadas em painel
Mosaico fotográfico colorido com imagens do projeto “Caravana Farkas”, que retrata o cotidiano de brasileiros - Foto: Sophia Razel

 

Mulher em pé assistindo um vídeo em uma sala branca. com cartazes na parede
Visitante assiste vídeo da curadora Rosely Nakagawa, próxima à fotografias, documentos e cartazes produzidos por Farkas. Por: Letícia Alcântara
Manuscrito de Thomas Farkas estampado na parede, em que narra seu amor pela fotografia
Manuscrito de Farkas que fala da relação do fotógrafo com a fotografia - Por: Letícia Alcântara
Câmeras fotográficas analógicas em uma estante de vidro
Modelos variados de câmeras clássicas que representam o  profissionalismo e pioneirismo de Thomaz Farkas - Por: Sophia Razel
Pôster vermelho com letras pretas escrito "Fotótica" e, ao lado, pôster bege com fotografias em preto e branco e letras
Pôster da Fopoctica, loja e galeria fundada em São Paulo pelo fotógrafo (à esquerda), e pôster da Cinemateca (à direita) - Por: Letícia Alcântara

Ao colocar seu foco sobre pessoas comuns, o fotógrafo destaca a beleza e a riqueza do Brasil em seus aspectos mais simples, e, ao mesmo tempo, muito significativos.

Fotos em preto e branco do projeto "Caravana Farkas"
Fotos em preto e branco o que contém imagens do projeto “Caravana Farkas”, retratando mais algumas imagens do cotidiano dos brasileiros - Foto: Letícia Alcântara

A exposição está disponível para visitação de terça a domingo, das 10h às 20h. As obras se distribuem entre o 7° e 8° andar do Instituto Moreira Salles, localizado na Avenida Paulista, 2424.

Fotógrafo Thomaz Farkas segurando uma câmera na mão
Imagem de Thomaz Farkas, já mais velho, junto com frase que expressa sua paixão pela fotografia - Foto: Letícia Alcântara

 

Documentário sobre sistema prisional gera debate sobre a sensibilização de reclusos
por
Maria Eduarda dos Anjos
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31/10/2024 - 12h

Dirigido por Débora Gobitta, o documentário “Liberta!” percorre a realidade da ressocialização no Brasil e o impacto que a literatura tem no ecossistema carcerário, dentro e fora das prisões. O objetivo principal é humanizar, sob a visão do público, uma parcela de mais de 663 mil brasileiros privados de liberdade, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) em 2024. A obra pontua as origens escravocratas do código penal brasileiro, enquanto coloca o sistema prisional como o “maior navio negreiro da atualidade”, em como as políticas de reintegração social atuais são ineficientes. 

A Lei de Execução Penal, desde 2011, conta com a possibilidade de diminuição de tempo de reclusão por estudo. Dentre as práticas está a leitura, que comprovada pela escrita de uma resenha sobre a obra literária, pode encurtar até 4 dias de penitência. Limitado, o recurso pode ser usado para a leitura de até 12 livros ao ano, rendendo 48 dias. Uma bibliotecária conta que, apesar de começarem a ler pela barganha, muitos excedem o limite de livros por mês para diminuir a pena e adotam a literatura como a companheira do tempo de tempo de prisão. 

O longa retrata uma indignação revigorante também daqueles que dão as diretrizes do funcionamento do sistema penal e não estão de acordo com a herança escravocrata e punitivista que ele carrega, além da parte que a mídia tem em propagar uma histeria coletiva que cria no senso público uma necessidade por medidas como a prisão preventiva, que até o fim de 2023, deteve cerca de 213 mil pessoas em aguardo de julgamento em situações precárias e celas superlotadas. 

cartaz de divulgação do filme/ reprodução
Cartaz de divulgação do filme/ reprodução

O documentário ultrapassa o rótulo de “preso” ou “oficial de justiça”, com  entrevistas que focam no impacto transformador que o contato com a leitura teve em cada um dos detentos, ex-detentos, assistentes sociais, professores e juristas, para tirar do individual exemplos de práticas que poderiam ser a regra do coletivo. A literatura alimenta o universo interno dessas pessoas e desperta um interesse pelo conhecimento que é importante a jornada de vida após a liberdade.

Talvez a história mais tocante foi a da parceria desenvolvida entre Jaime Queiroga, coordenador do Sarau Asas Abertas, e Gih Trajano, poeta e slammer (poeta que participa de batalhas de poesia): ele estava prestes a desistir da poesia, e ela, prestes a entrar de volta para o crime, como contam no longa. O primeiro contato ainda no cárcere foi ruidoso, mas logo desenvolveram uma parceria e amizade que se materializou no “Encontro de Ideias Audiovisuais”, na Cinemateca Brasileira.
Durante o bate-papo após a sessão, os realizadores do filme agradeceram a todos que fizeram aquilo possível e estavam na plateia, em uma maratona de aplausos que mostrava como “Liberta!” se preocupou não só em mostrar, mas ser ferramenta ativa da reintegração de quem já passou pelo sistema prisional. Gih foi imortalizada pela Academia de Letras do Cárcere, e usa a arte como ferramenta de trabalho e de libertação, uma forma de “vingança”, como declama em um dos poemas citados no filme.
Patricia Villela Marino, presidente do instituto Humanistas 360, que auxilia recém egressas a retomarem suas vidas do lado de fora, era uma das convidadas e co-produtoras do documentário, e levou quase uma fileira inteira de integrantes do projeto a se levantarem para receber sua homenagem.

Como documentário de impacto social, a exibição de “Liberta!” é direcionada principalmente a grupos educacionais ou que lidem diretamente com a restrição de liberdade, o que já o levou à Fundação Casa, Penitenciária Maria Julia Maranhão em João Pessoa, UNICAMP e UFRGS, e chegará na Alesp, segundo a produtora Daniela Conde.
Na sessão da Cinemateca Brasileira, após ser questionada sobre o que a sociedade civil pode fazer, responde: “Mobilizar a sociedade civil, e o filme foi pensado para isso. A grande intenção é que ele chegue nos policiais penais, que ainda são muito resistentes à organizações da sociedade civil entrar nos presídios, por mais que haja espaço É claro que ninguém muda o sistema sozinho, mas é uma importantíssima redução de danos, e redução interessa muito”.
 

Com 417 filmes, o festival explora a diversidade da cinematografia mundial
por
Beatriz Yamamoto
Maria Eduarda Jussiani
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30/10/2024 - 12h

A 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o maior evento de cinema do Brasil, começou na quinta-feira, 17 de outubro, trazendo uma ampla seleção de filmes de diversas partes do mundo. Contando com 417 produções de 82 países, a Mostra promete exibir longas premiados e novas vozes do cinema global até o dia 30 de outubro. 

As exibições ocorrem em 19 salas da capital paulista, com grande concentração na região da Avenida Paulista e Rua Augusta, que se transformam no epicentro cultural da cidade durante o evento. Além disso, a Cinemateca Nacional, pela segunda vez consecutiva, é um espaço importante da Mostra, abrigando não apenas sessões tradicionais, mas também apresentações especiais e gratuitas.

Nesta edição, o cinema indiano ganha destaque como tema central, proporcionando ao público brasileiro uma nova perspectiva sobre a diversidade e riqueza da cinematografia mundial. O jornalista Matheus Mans, especialista em audiovisual e membro votante da Online Film Critics Society, comenta a escolha: “Eu fiquei muito feliz e bastante surpreso com a escolha da Índia como tema da Mostra de São Paulo de 2024. Apesar de ser um cinema que está sendo redescoberto fora dos limites da Índia, ainda há um estigma forte no Brasil. Muita gente pensa apenas nas produções com danças e altos valores de produção, mas o cinema indiano tem pérolas maravilhosas.”

 

Poster
Imagem: Reprodução / 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

 

O cartaz da Mostra é uma arte de Satyajit Ray, retirada do storyboard de “A Canção da Estrada” (1955), seu primeiro longa. Ray, cineasta, artista gráfico, compositor e escritor, será homenageado com a exibição de sete de seus filmes, feitos entre  1955 e 1966. Essa homenagem destaca a cinematografia da Índia, que conta com cerca de 30 filmes na programação. As obras refletem a diversidade do cinema indiano, com a participação de diretores, atores e produtores no evento.

A programação também inclui títulos que oferecem diversos olhares sobre o Oriente Médio, com três filmes do cineasta palestino Michel Khleifi, além de obras restauradas do cinema brasileiro. A Mostra homenageia Rogério Sganzerla com a versão digitalizada de “Abismu” e celebra os 40 anos de “Paris, Texas” (1984), os 20 anos de “Os Educadores” (2004) e o centenário do italiano Marcello Mastroianni, com a exibição de “Marcello Mio” (2024), de Christophe Honoré, além de seis filmes estrelados por ele.

Reconhecida por promover o cinema brasileiro, a Mostra oferece visibilidade a novos cineastas. Matheus ressalta a importância do evento para o reconhecimento de novos talentos, mas acredita que ainda há espaço para uma maior valorização: “É importante para o cineasta ser exibido ali, passar por uma validação crítica, mas poderia haver um trabalho mais forte para que esses profissionais tenham uma projeção nacional mais ampla, além da bolha cinéfila.”

A troca de experiências entre cineastas nacionais e internacionais é outro ponto fundamental da Mostra, que ao longo dos anos tem se consolidado como um espaço de diálogo criativo. Mans reforça a relevância dessa interação: “O Brasil precisa dessas parcerias, principalmente em um mercado audiovisual que muitas vezes não tem o investimento necessário para grandes projetos. A Mostra é um ponto importante para fomentar essas conexões.”

Entre as produções destacam-se o aguardado “The Shrouds”, de David Cronenberg, o vencedor da Palma de Ouro “Anora”, de Sean Baker, e a obra nacional “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, prometendo uma sessão especial com a presença do diretor e elenco. “Com certeza vai ser uma daquelas sessões históricas da Mostra que não dá para perder”, afirma Matheus Mans.

Este ano, a Mostra conta com a 1ª edição da Mostrinha, uma iniciativa voltada para a nova geração, dedicada à infância e à juventude, que apresenta 22 títulos em sessões espalhadas pela cidade. Entre os filmes estão “Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar” e “O Serviço de Entregas da Kiki”, do Studio Ghibli, além de produções nacionais como “Castelo Rá-Tim-Bum” e “O Menino Maluquinho”. A Mostra também exibe 27 títulos com recursos de acessibilidade, incluindo coproduções brasileiras, documentários, ficções e animações.

Os ingressos para o evento variam entre R$15,00 e R$30,00, com opções de pacotes e credenciais permanentes disponíveis para compra online e nas bilheteiras dos cinemas participantes. Além disso, há sessões gratuitas espalhadas pela cidade, tornando o evento acessível a um público ainda mais amplo.

Com uma programação diversa e imperdível, a 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo reforça sua posição como um dos eventos mais relevantes do calendário cultural do país.

Para saber mais sobre a Mostra, acesse: 48.mostra.org

Maior premiação da música latina realiza sua 31° edição em Miami
por
Gisele Cardoso
Maria Eduarda Mendonça
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25/10/2024 - 12h

Neste domingo (20), o Billboard Latin Music Awards 2024 celebrou os grandes nomes da música latina em uma noite repleta de performances. O evento reconhece talentos em 49 categorias, destacando os principais artistas e produções desde 1994. A apresentação foi comandada pelos atores Carmen Villalobos e Danilo Carrera.

A noite começou com uma performance de Luis Alfonso, que animou o público ao som de seus sucessos “Tequila con cerveza” e “Chismofilia”. Além dele, também estiveram presentes grandes nomes, como J Balvin, Yandel, Gloria Trevi, Maria Becerra, Grupo Niche, Fuerza Regida e Chencho Corleone.

A mais indicada da noite foi Karol G, sendo citada em 12 categorias e levando 8 troféus para casa, tornando-se a maior premiada da edição. Outros artistas de peso, como Bad Bunny e Peso Pluma, também foram citados na maioria das categorias.

Bad Bunny consolidou ainda mais seu lugar no topo da música latina ao vencer seis das 13 categorias que foi indicado, entre elas a de Álbum Latino do Ano com “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”, lançado em outubro de 2023. Além do prêmio de álbum, o porto-riquenho também levou Artista do Ano.

Outro ponto alto da noite foi a consagração de Xavi como Artista do Ano – Revelação. O jovem mexicano tem se destacado após alcançar o primeiro lugar no Top 50 Global do Spotify com a canção “La Diabla”. Responsável por misturar trap, rap e reggaeton em suas canções, Xavi já se tornou uma das promessas da música espanhola.

Xavi, de 20 anos, durante a cerimônia da Billboard. Foto: Christopher Polk
Xavi, de 20 anos, durante a cerimônia da Billboard. Foto: Christopher Polk

Representando o Brasil, Anitta foi indicada pela primeira vez na premiação, com a categoria Hot Latin Songs – Artista do Ano Feminina, estatueta que acabou nas mãos de Karol G.

Três ícones receberam prêmios especiais: Pepe Aguilar foi homenageado com o Prêmio Billboard Salão da Fama, J Balvin com o Prêmio Billboard Espírito de Esperança e Alejandro Sanz com o Prêmio Billboard Trajetória Artística.

Por fim, Los Ángeles Azules, grupo mexicano do gênero cumbia, foi homenageado no Prêmio Billboard Lifetime Achievement, reconhecendo suas contribuições para a fusão da cumbia e eletrônico na década de 1990.

Los Ángeles Azules homenageados na cerimônia. Foto: Christopher Polk
Los Ángeles Azules homenageados na cerimônia. Foto: Christopher Polk

 

Confira os vencedores das principais categorias:

Artista do ano - Bad Bunny;

Artista do ano — Revelação - Xavi;

Turnê do ano - Karol G;

Global 200 – Artista do ano - Karol G;

Hot Latin Songs – Artista do ano feminina - Karol G;

Hot Latin Songs – Artista do ano masculino - Peso Pluma;

Álbum latino do ano - Bad Bunny por “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana”;

Álbum latino do ano masculino - Bad Bunny;

Álbum latino do ano feminino - Karol G;

Compositor do ano - Peso Pluma;

Produtor do ano - Ernesto ‘Neto’ Fernández.

Sequências de filmes prometem trazer nostalgia e histórias atualizadas 20 anos após suas estreias
por
Gisele Cardoso
Maria Eduarda Mendonça
|
22/10/2024 - 12h

Os anos 2000 estão de volta às telas do cinema com uma série de sequências e reboots de filmes marcantes, trazendo grandes nomes de Hollywood de volta aos holofotes. Anne Hathaway, Lindsay Lohan e Reese Witherspoon são algumas das estrelas que anunciaram, neste ano, a continuação de franquias como “Diário de uma Princesa”, “Sexta-Feira Muito Louca” e “Legalmente Loira”. Os lançamentos já têm data prevista e elenco ainda incertos.

A nostalgia desse período  é um fenômeno e a atualização dessas produções  são a principal fonte para reconectar o público com histórias que marcaram época. Sendo assim, conquistam um público com o desejo de reviver seus clássicos favoritos em novas narrativas adaptadas.

O remake de Meninas Malvadas, lançado no início deste ano, puxou a fila de sequências  anunciadas em 2024. O filme de 2004, estrelado por Lindsay Lohan, ganhou sua versão musical com o enredo original em que uma adolescente recém chegada aos Estados Unidos se adapta a uma nova vida escolar. Os diretores fizeram pequenas atualizações na história, como a inclusão das redes sociais no dia a dia das personagens.

Diário de Uma Princesa 3

Para a alegria dos fãs, no início de outubro, a atriz Anne Hathaway, protagonista da franquia Diário de uma Princesa, confirmou que o aguardado terceiro filme está oficialmente em produção. A atriz fez o anúncio por meio de um vídeo nas redes sociais, revelando que a personagem Mia Thermopolis retornará, desta vez, lidando com suas responsabilidades como rainha de Genóvia. A sequência seguirá ao segundo filme de 2004, onde Mia enfrentou o dilema de precisar se casar para assumir o trono aos 21 anos.

A transformação de Mia Thermopolis em O Diário da Princesa. Foto: Divulgação Disney

A transformação de Mia Thermopolis em O Diário da Princesa. Foto: Divulgação Disney

 

Até o momento, há poucos detalhes sobre o elenco, a única confirmação é de Hathaway revivendo o papel de Mia, já a participação de Julie Andrews, avó paterna de Mia na trama, ainda é um ponto de interrogação para os fãs. Em recente entrevista ao Access Hollywood, ela revelou: “Provavelmente não será possível. Foi falado sobre isso logo depois que os dois filmes foram lançados, mas agora quantos anos se passaram? Eu sou muito mais velha e Anne, a princesa ou rainha, é muito mais velha. E não tenho certeza para onde isso flutuaria ou correria.”

Sexta Feira Muito Louca 2

Outra sequência anunciada foi a de “Sexta-Feira Muito Louca” (2003). O filme, estrelado por Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis, narra a história de Tess, uma mãe que tem dificuldades em se conectar com sua filha adolescente Anna, com quem briga constantemente. Após comerem um biscoito da sorte chinês, elas acidentalmente trocam de corpos. A partir disso, elas precisam lidar com os desafios e as diferenças entre gerações.

A sequência chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de agosto de 2025. Além das protagonistas, os atores Chad Michael Murray, Mark Harmon, Christina Vidal Mitchell, Haley Hudson, Lucille Soong, Stephen Tobolowsky e Rosalind Chao também estão confirmados.

 

Mãe e filha trocam de corpo durante uma sexta-feira. Foto: divulgação Walt Disney Productions

Mãe e filha trocam de corpo durante uma sexta-feira. Foto: divulgação Walt Disney Productions

 

"Nós duas estamos muito animadas, acho que posso falar por Jamie [Lee Curtis]", disse Lindsay Lohan, em entrevista ao podcast de Andy Cohen. Ela e Curtis voltam aos papéis de Anna e Tess Coleman, respectivamente, mãe e filha que protagonizam o longa original.

Legalmente Loira - A série

Relembrando mais uma protagonista inesquecível dos anos 2000, Reese Witherspoon anunciou a produção da série através de um vídeo em suas redes sociais em que aparecia com seu look rosa, marca registrada de Elle Woods, a personagem principal. A série produzida pela Prime Video, contará a história de Elle em sua adolescência antes de se tornar a personalidade que conhecemos nos filmes.

O lançamento está previsto para 2025 e já iniciou as buscas pela atriz que interpretará a fase adolescente da advogada. Reese declarou em post no Instagram que está “empolgada para ver todas as versões da nossa geminiana vegetariana favorita”.

Reese Witherspoon em "Legalmente Loira". Divulgação/MGM Studios.

Reese Witherspoon em "Legalmente Loira". Divulgação/MGM Studios.

 

 

O Diabo Veste Prada 2

Por fim, a sequência de “O Diabo Veste Prada” está oficialmente em andamento, tornando-se  uma oportunidade para os fãs recordarem o glamoroso mundo da moda. A produção, que já entrou na fase de pré-produção, tem o início das filmagens programado para o final de novembro, conforme divulgado pela Film and Television Industry Alliance.

Miranda Priestly, interpretada por Meryl Streep, enfrentará um cenário de mudanças na indústria, com o declínio das revistas impressas e desafios no final de sua carreira. Sua antiga assistente, Emily Charlton, ocupa uma posição de poder e protagonizará uma rivalidade com Priestly. Anne Hathaway, protagonista do original, não foi confirmada no elenco.