Filme traz elucidação importante sobre a finitude e o Alzheimer
por
Giovanna Montanhan
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05/04/2024 - 12h

A história gira em torno do casal Margot (Marieta Severo), e Antônio (Zécarlos Machado), uma das maiores atrizes do Brasil e um escritor premiado portador de Alzheimer no estágio avançado. No decorrer da história, Margot recebe o diagnóstico com a mesma doença e se vê paralisada pela incerteza de seu próprio futuro. Enquanto lida com a condição, a personagem enfrenta a dura realidade onde sua memória, grande aliada de sua carreira e vida pessoal, está se deteriorando. Ao mesmo tempo, a relação com seus filhos, antes distante devido às exigências de sua carreira e o foco em seu marido, começa a se transformar. O longa Domingo À Noite estreou nesta quinta-feira (04) nos cinemas brasileiros.

Zé Carlos, apesar das poucas falas durante o filme, mostra que é capaz de usar seu instrumento principal, o corpo, com muita habilidade, ao entregar uma performance visceral e emocionante. Sua parceira de cena, Marieta, se comunica através das emoções e transita entre elas com bastante facilidade, sem se perder em um limbo caricato.

A obra apresenta boas performances, mas peca na trilha sonora: a presença limitada de um único som de piano, que toca esporadicamente ao longo da narrativa, deixa um vazio que poderia ser preenchido por outras músicas instrumentais. Uma diversidade nesse aspecto traria um ritmo mais harmonioso à história. 

A fotografia exibe as belas paisagens litorâneas da cidade do Rio de Janeiro, e traça um paralelo com a natureza verdejante ao redor. O diretor parece brincar com diversos tipos de enquadramentos da câmera, transitando entre tomadas em grande angular e planos mais fechados, capturando detalhadamente cada expressão e movimento dos protagonistas com precisão.

A família é disfuncional, assim como grande parte das brasileiras e das ao redor do mundo, e não força uma imagem unilateral da união e do amor incondicional. Os filhos, Francine (Natália Lage), também é atriz, e Guto (Johnnas Oliva), é um empresário no ramo do mercado financeiro. 

A devoção de Margot ao cuidar diariamente do marido que se encontra em degradação por causa do Alzheimer reflete como o amor pode se manifestar na terceira idade, servindo como uma espécie de declaração sincera sobre a essência do compromisso conjugal. Trata da responsabilidade de cuidar não como um fardo, mas com leveza, mesmo diante das adversidades e dos momentos desafiadores que a vida lhe impôs. Quando descobre que está tendo lapsos de memória,  Margot luta contra o tempo para conseguir terminar seu último projeto no cinema e resolver as questões pendentes com seus filhos, para então brilhar em um novo palco, em que a luz eterna reserva o seu ato final. 

O cinema brasileiro necessita urgentemente de tramas mais envolventes e profundas, que criem uma conexão real com o espectador, que sejam capazes de desafiar o predomínio de comédias ‘pastelão’ que, embora populares, raramente se aprofundam em questões atuais relevantes. Essas produções, com maior objetivo de atingir números, muitas vezes negligenciam a importância de refletir e discutir as complexidades das questões acerca da sociedade contemporânea. Nesse contexto, "Domingo À Noite" se destaca como uma obra de grande impacto, mergulha na essência da velhice sem embelezamentos e posiciona idosos como os personagens centrais do enredo. Ao fazer isso, o filme não só desafia o etarismo prevalente, que tende a marginalizar as gerações mais velhas em favor de histórias voltadas para o público jovem. A presença desses protagonistas vivendo a maturidade nas telas é um lembrete valioso da diversidade de experiências humanas. Portanto, visto que o longa já estreou, é uma oportunidade imperdível de apoiar e divulgar um cinema nacional que se aventura além do trivial, merecendo ser visto, revisto e celebrado por todos os amantes da sétima arte. 

 

Um mergulho profundo na música fizeram deste festival um evento inesquecível
por
Gabriela Jacometto
Helena Maluf
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26/03/2024 - 12h

A 11° edição do Lollapalooza  Brasil que aconteceu de 28 a 30 de março, em São Paulo, contou com a presença de vários nomes renomados da música internacional e nacional. Nesse vídeo contamos os principais destaques dessa edição do festival, e também conversamos com uma fã que esteve presente nos três dias de shows. Veja a cobertura!

 

Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República e candidato à reeleição busca apoio da colônia portuguesa no país
por
Luiza Fernandes
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04/03/2024 - 12h
Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Augusto Santos Silva iniciou sua visita ao Brasil almoçando com a comunidade portuguesa na Casa de Portugal de São Paulo (Foto: Luiza Fernandes)

 

Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Presidente visita a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Foto: Luiza Fernandes)
 
Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Cerimonialista apresenta o painel da Alesp ao visitante (Foto: Luiza Fernandes)

 

Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Durante sua passagem, Santos Silva escutou demandas da Comunidade Portuguesa no Brasil (Foto: Luiza Fernandes)

 

Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Na Casa de Portugal, Silva deu entrevista à RTP - Rádio e Televisão de Portugal (Foto: Luiza Fernandes)

 

Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Presidente foi questionado sobre a importância da comunidade portuguesa que vive no Brasil (Foto: Luiza Fernandes)
 

 

Presidente da república portuguesa visita o Brasil em campanha (Foto: Luiza Fernandes)
Bastidores da entrevista à RTP(Foto: Luiza Fernandes)
 
Entrevista ao Portal R7
Santos Silva em entrevista ao Portal R7 (Foto: Luiza Fernandes)
Mostrar um pouco da cultura japonesa na cidade de São Paulo, no parque do Ibirapuera, e como surgiu este espaço.
por
Octávio Alves
Fabrizio Delle Serre
Caio Batelli
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21/11/2023 - 12h
Ausência de medidas governamentais levam ao aumento de casos de preconceito no país
por
Gabrielly Mendes
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13/11/2023 - 12h

Com a ascensão da extrema direita em Portugal imigrantes brasileiros têm percebido o aumento dos casos de xenofobia no país, estimulados por discursos nacionalistas de partidos de extrema-direita. Aluguéis caros e salários baixos também são dificuldades enfrentadas por quem busca se estabelecer em terras lusas. 

Atualmente, o Chega! é o partido de extrema-direita que mais conquista espaço na política portuguesa. A sigla fundada em 2019 possui pautas conservadoras e nacionalistas que são difundidas, principalmente, por André Ventura, atual presidente da legenda. Através de discursos xenófobos e anti-imigratórios, o deputado da Assembleia da República adota a mesma estratégia populista que elegeu à presidência Donald Trump, nos EUA, e Jair Bolsonaro, no Brasil. 

Em entrevista à Rádio Renascença, em maio de 2019, André Ventura disse que a Europa deve ser solidária, mas ao mesmo tempo manter o controle de suas fronteiras para que não se torne um espaço completamente aberto. “Para vir viver dos nossos impostos já temos cá muitos, não precisamos de mais”, opina. 

As declarações do líder do Chega! influenciam parte da população portuguesa. Dados de um levantamento realizado pelo Instituto Intercampus, que foram divulgados pelo jornal Correio Braziliense, mostram impressionante crescimento do partido -– que já é a terceira força da Assembleia da República, com uma bancada de 12 deputados.

O estudo aponta que as intenções de votos no partido de ultradireita saltou de 7,2%, há um ano, para 13,5%, ou seja, quase dobrou. Esse aumento confirma que o discurso inflamado do deputado André Ventura, presidente do Chega, está ecoando entre os portugueses, o que pode refletir no aumento da xenofobia contra imigrantes. 

Henrique de Barros (33), formado em cinema, decidiu sair do Brasil há um ano em busca de emprego. Ele conta que ao chegar em Portugal sofreu com violências verbais e generalizações depreciativas por ser brasieliro. "Já lidei com micro agressões como olhares feios e falas ríspidas; pessoas me chamando de pobre, oportunista e sem cultura. Além disso, pressupunham que eu era burro ou vivia em condições muito ruins no Brasil", conta. 

Barros trabalha como editor de vídeo, um emprego que se adequa à sua área de formação. Entretanto, ressalta que seu caso é uma exceção entre os imigrantes e os próprios portugueses, já que o país luso oferece poucas oportunidades para pessoas especializadas. “Quanto mais formação se tem, menos vale a pena porque a compensação não sobe igual.”. Ou seja, mesmo com um diploma o salário das pessoas continua limitado, o que as impede de arcar com o alto custo de vida no país. 

A disparada nos preços dos aluguéis ampliou as dificuldades dos imigrantes. Nos últimos anos, vários empresários compraram casas em cidades portuguesas para as transformarem em hospedagens e Airbnbs, o que tem feito os valores da especulação imobiliária dispararem. Segundo dados do EuroStat, os preços das casas aumentaram 46,9% nos países da União Europeia de 2010 até o 4° trimestre de 2022. A inflação acumulada ficou em 29,6% no mesmo período.  

Em um cenário de alta procura, os locatários portugueses não escondem sua xenofobia ao alugarem quartos ou apartamentos para imigrantes. “Já vi muitos depoimentos em grupos dizendo que não alugam boas casas para brasileiros ou, quando percebem que são imigrantes, dizem que as residências não estão mais disponíveis.”, relata Henrique de Barros.

Lis Barreto, que viveu dois anos e meio em Portugal, confirma a denúncia de Henrique. A pesquisadora de 32 anos, que foi ao país com o intuito de fazer uma extensão universitária, encontrou algumas dificuldades. Ela conta que devido aos altos preços de locação precisou compartilhar um apartamento com mais duas pessoas, a fim de dividir custos. Ela ainda destaca que o lugar onde morou era alugado informalmente, pois o proprietário era uma das poucas pessoas que alugava para brasileiros. 

Além de problemas relacionados à moradia, Lis Barreto relata episódios de xenofobia e machismo que sofreu no país. Apesar de não ter enfrentado agressões explícitas, as notava em algumas atitudes, como na diferença da abordagem reservada às mulheres brasileiras e às portuguesas durante uma paquera. “O machismo do português se manifesta de um jeito diferente do que o machismo do brasileiro. Fica na sutileza às vezes, mas você consegue perceber a diferença se comparar o tratamento que eles vão dar para outras mulheres. Não vão chegar da mesma forma.”. 

A pesquisadora também se recorda de sofrer generalizações, a exemplo das vezes em que se surpreenderam quando ela disse que estava fazendo doutorado no país; ou quando pressupunham que estava em Portugal com o intuito de encontrar um marido para ganhar cidadania. 

Henrique de Barros percebe a omissão do governo português diante dos casos de xenofobia, e diz que é raro ver algo sendo feito para evitar essas situações. "Sempre caminha para algo genérico no sentido de 'Vamos todos se respeitar', mas tem poucas ações públicas que eu vejo para integração positiva das culturas.", desabafa.

Infográfico de xenofobia contra estrangeiros em Portugal. Fonte: Poder 360

Além dos casos implícitos e presentes no cotidiano de diversos imigrantes, a ausência de ações concretas resulta em casos extremos. O engenheiro civil Saulo Jucá (51) foi agredido com socos e chutes dentro de uma cafeteria na cidade de Braga, Portugal, no dia 10 de junho deste ano. A data é considerada feriado nacional em que se comemora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Embriagado, o agressor perguntou a nacionalidade do engenheiro, que foi agredido quando confirmou ser brasileiro. Nenhuma autoridade ou instituição oficial portuguesa comentou o assunto. 

 

O atual governo brasileiro já manifestou preocupação com o tema. Anielle Franco, ministra da Promoção da Igualdade Racial, anunciou que o Poder Executivo pretende reforçar a rede de enfrentamento ao racismo e à xenofobia cometidos contra brasileiros que vivem em Portugal em abril deste ano. Essa rede terá o apoio do consulado brasileiro naquele país. 

Um mês antes, Portugal havia anunciado a criação do Observatório do Racismo e Xenofobia. O projeto une o governo e universidades e tem o objetivo de fornecer conhecimento sobre o tema para auxiliar ações governamentais e entidades  no combate à crescente intolerância. 

Henrique Barros considera o período atual péssimo para brasileiros se mudarem para Portugal, mas entende que é importante conversar com outros imigrantes antes da decisão final. "Meu conselho é entender bem suas prioridades e falar com pessoas que amaram e odiaram a experiência para entender os porquês”, finaliza.

Apesar das dificuldades de adaptação, imigrantes ainda conseguem achar um tempo de convívio em família.
por
Octávio Alves
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23/10/2023 - 12h
Conheça os cinco integrantes que estão apostando na potência de suas rimas e beats
por
Maria Clara Aoki
Pedro Escaleira de Oliveira
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24/10/2023 - 12h

 Juca, Luanito, TheoRex, Grilo e Diluna, são os integrantes que vocês conheceram no documentário que fala sobre a história do grupo e seus processos de construção artísticos. Suas batidas e rimas nascem dos sentimentos que falam, pensam e sentem.  Um documentário repleto de fotos, entrevistas e muita música, para mostrar que eles vão além de só um grupo, se consideram uma família. 

AGEMT conversa com um produtor de trilhas audiovisuais
por
Beatriz da Cunha Porto, Giovanna Oliveira da Silva e Lorrane de Santana Cruz
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04/09/2023 - 12h

Até o momento não existe uma lei em relação à propriedade intelectual e o uso da inteligência artificial. A falta de legislação facilita que as criações sejam feitas. Em um curto período de tempo, as produções de imagens e músicas por meio de IA ganharam a internet.  Antes quem era apenas um telespectador, hoje pode ser um produtor e é necessário uma atenção para que as desinformações não comecem a surgir e se tornarem perigosas. 

Para esse podcast entrevistamos um usuário da IA que usa a ferramenta para dar à músicas vozes de outros artistas. 

 

As manifestações artísticas a partir de vivências pessoais
por
Fabiana Caminha
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19/06/2023 - 12h

A conexão entre a vida e a arte se dá justamente pelo fato de que a criação artística é uma manifestação da experiência humana. As obras são reflexo da cultura e da história de cada artista, um fragmento da sua vivência.

Em um museu, diversos fragmentos de arte são expostos a pessoas de diferentes origens e histórias que  se encontram no espaço comum da apreciação e reflexão artística. Na Pinacoteca de São Paulo, em uma quarta feira nublada. As histórias dos visitantes se une com a dos artistas.

Grupo de crianças em uma atividade escolar no museu
Grupo de crianças em atividade escolar no museu
Homem tirando foto de uma obra
Homem registrando as obras
jovem em frente a um quadro
Jovem em frente a obra de Adriana Varejão
Fachada da Pinacoteca
Fachada da Pinacoteca
duas mulheres em frente a uma escultura
Jovens analisando diferentes esculturas
Em entrevista, os jornalistas Anita Krepp e Carlos Minuano analisaram sobre esse tema tão debatido
por
Guilherme Carvalho
Rodrigo Marques
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06/06/2023 - 12h

No novo episódio do podcast "Renascimento Psicodélico", sobre as características variadas dessas substâncias e as discussões na sociedade, entrevistamos a jornalista Anita Krepp, ex-repórter da Folha de S.Paulo e da Exame, hoje escrevendo para o portal Poder360, em reportagens focadas na cannabis medicinal, social e industrial no mundo. Também contamos com a participação do Carlos Minuano, jornalista há 20 anos, editor-chefe da revista digital Psicodelicamente. Perguntamos para ambos sobre o avanço das pesquisas científicas nesse contexto? E a aprovação de alguns estados dos EUA e mais recentemente da Austrália para o uso medicinal? O que impede o avanço do uso atualmente no Brasil? A descriminalização do uso pessoal influencia positivamente ou negativamente, entre outras perguntas? Confira em vídeo a entrevista.