A complicada dinâmica do comércio de veículos impressos nos dias de hoje
por
Enrico Peres
Matheus Carrilho
Matheus Ayres
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12/05/2025 - 12h

Confira como está o funcionamento de uma banca de jornal tradicional de São Paulo nos dias de hoje. Quais são os produtos mais vendidos? Como anda a saída de veículos impressos? O que os consumidores procuram? 

Entenda o motivo da mudança de ingredientes na indústria do chocolate
por
Liz Ortiz Fratucci
Julia Naspolini
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06/05/2025 - 12h

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, as vendas da páscoa de 2025,  somaram mais de 3 bilhões de reais. Hoje em dia, existe uma ampla variedade de sabores, marcas e preços. Recentemente, viralizou nas redes sociais postagens sobre a mudança de ingredientes do Choco Biscuit da Bauducco. A nova receita promovida pela empresa substitui a barra de chocolate que tinha em cima do biscoito por uma barra de gordura hidrogenada sabor chocolate. Essa polêmica, junto com a passagem da Páscoa, fez muitos internautas questionarem: qual a qualidade do chocolate que comemos? E como isso influencia na nossa saúde? 

Biscoito e Barra de Chocolate ao Leite Bauducco Choco Biscuit Pacote 36g
Biscoito Bauducco "Choco Biscuit" 
 

Apesar da Bauducco e empresas que tiveram processos similares não terem se pronunciado, existem alguns possíveis motivos para as novas receitas. Diante do grande aumento no preço do cacau nos últimos dois anos -- resultado da escassez do cacau em áreas produtoras por mudanças climáticas, muitas empresas reduziram o percentual do fruto em seus produtos. Além disso, as flexíveis leis do Brasil dificultam a manter um padrão maior de qualidade. Por lei, é exigido apenas 25% de cacau em um produto para que possa chamá-lo  de chocolate. Já na União Europeia, por exemplo, a porcentagem mínima é de 30% para o sabor ao leite. 

A engenheira de alimentos Larissa Albino, em entrevista à AGEMT, diz que a mudança pode ter diversos motivos. Um deles seria a questão da estabilidade, já que o chocolate tem uma propriedade sensível a temperatura e umidade, pode ser que o pacote tenha ocasionado o derretimento do produto, gerando reclamação de consumidores. Outro motivo pode ter sido a falta de disponibilidade de matéria prima de cacau no mercado.

Por questões climáticas, no ano passado, ocorreu uma crise na produção de cacau no país. Com isso, as empresas passaram a ver a necessidade de priorizar alguns produtos em detrimento de outros. Provavelmente, para não serem obrigados a descontinuar a linha “Choco Biscuit”, eles adotaram a estratégia de aderir ao chocolate saborizado, uma matéria prima menos nobre. Albino esclarece que o chocolate hidrogenado não deixa de utilizar o cacau, ele apenas é utilizado em menor quantidade. Para completar a ausência do volume do cacau na formulação, é utilizada a gordura hidrogenada, já que ela possui melhor estabilidade, levando-a a suportar maiores temperaturas, como as do Brasil, durante a comercialização.

“A manteiga de cacau, substituindo a gordura hidrogenada, teoricamente seria mais saudável. Mas hoje em dia há tecnologia para a produção de gordura hidrogenada, que já está bem mais avançada do que antigamente. Então hoje você pode até observar que, na tabela nutricional do produto, você não vê um impacto tão grande em relação à quantidade total de gorduras saturadas", afirma Albino. 

A engenheira também explica que o avanço na tecnologia de produção e de matéria-prima faz com que hoje o produto seja nutricionalmente mais equilibrado do que no passado. Não tendo uma tabela nutricional muito mais gordurosa do que teria utilizando a manteiga de cacau. Escute a matéria completa no SoundCloud
 

A utilização da nova tecnologia vem gerando debates nas redes sobre a desumanização do trabalho
por
Juliana Bertini
Maria Eduarda Cepeda
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06/05/2025 - 12h

Até onde vão os limites da criação? Conversamos com Norton Trevisan Roman, professor Livre-Docente e Pesquisador da EACH/USP, na área de Inteligência Artificial (com ênfase em Linguística Computacional), para entendermos o que é a Inteligência Artificial e seus limites na criação de arte. Confira! 

A nova cinebiografia de Bob Dylan simplifica o início de carreira do astro e dilui suas fúrias com o mundo
por
Clara Dell'Armelina
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10/03/2025 - 12h
(Timothée Chalamet e Elle Fanning em cena do filme "Um Completo Desconhecido"/Foto de Macall Polay)
(Timothée Chalamet e Elle Fanning em cena do filme "Um Completo Desconhecido"/Foto de Macall Polay)

         Indicado a oito estatuetas no Oscar de 2025, mas não tendo vencido nenhuma, “Um Completo Desconhecido” (2024) é um filme que faz jus ao nome: o telespectador senta na poltrona de cinema e encara o protagonista do início ao fim como um completo desconhecido – por mais que, pelo menos em teoria, o filme seja uma biografia. Com uma história cansativa e hollywoodiana, cheia de personagens caricatos e estereotipados, as duas horas e vinte do novo longa de James Mangold resumem-se a uma playlist da discografia de Bob Dylan com músicas tocadas a cada dez minutos e a história de sua traição em função de um egocentrismo e de sua personalidade excessivamente presunçosa, traços que me parecem quase obrigatórios em narrativas que Hollywood tenta fazer de grandes artistas.

         No início do filme, o que vemos na tela é um homem sem dinheiro e sem teto chegando a Nova York no ano de 1961. Por uma falta de profundidade no enredo, não sabemos e nem saberemos de onde veio e o que busca. Ele apenas carrega consigo o romantizado sonho de tocar para seu ídolo debilitado no hospital, Woody Guthrie. Durante a visita ao doente, Dylan conhece um amigo próximo de Guthrie, o músico Pete Seeger, que lhe oferece um lugar para passar a noite. As poucas linhas dramáticas no encabeçamento da história - Quem eram as pessoas no carro de Pete? Quem Bob conhece na cidade? Onde ele vai morar? Como ele começa sua carreira musical? - fazem parecer como se as estrelas estivessem alinhadas desde o início para Bob Dylan, dando um caráter inverossímil.

         Seeger tem papel fundamental na introdução de Bob Dylan ao mundo da música, mas o jovem astro parece sempre ter uma postura ingrata para com ele, em função de seu desprezo a se reduzir a gêneros musicais e ao que a indústria musical exige, o que o faz enfrentar seu primeiro conflito profissional: a gravadora, Columbia, rejeita suas músicas originais e só o deixa fazer covers de clássicos folk.

         Fato é que, após o episódio de encontro entre Dylan e o músico Pete Seeger, o filme parece contar uma história atropelada. Com o protagonista, logo em sua primeira noite de um show sem compromisso, tendo a presença de profissionais da indústria musical que imediatamente oferecem-se para representá-lo. E de uma mulher, Joan Baez (Monica Barbaro) também do ramo musical, que parece já admirá-lo reciprocamente. Assim, logo nos primeiros minutos de filme, o protagonista é cercado do sonho americano estereotipado: uma mulher e oportunidade na carreira musical.

         Em uma apresentação, Dylan conhece quem viria a ser sua futura namorada, Sylvie Russo (Elle Fanning), e clichês no momento de traçar as personagens é o que menos falta. Sylvie, por exemplo, é a clássica namorada politizada e pintora, mas que incorpora uma personalidade correta demais para as expectativas de Bob Dylan. Assim, ele encara sua amante e companheira de carreira, Joan Baez, traçada como uma mulher mais solta e tranquila, como uma válvula de escape para o cansaço que seu namoro lhe traz.

(Timothée Chalamet e Monica Barbaro cantando em cena do filme "Um Completo Desconhecido"/Foto de  Divulgação/20th Century) Divulgação/20th Century
(Timothée Chalamet e Monica Barbaro cantando em cena do filme "Um Completo Desconhecido"/Foto de Divulgação/20th Century)

         Mas estes perfis de personagens clichês florescem ainda mais nos empresários responsáveis pela carreira dos músicos: homens brancos, espalhafatosos, com charuto na mão e que reprimem o artista de sair dos padrões – até o momento em que são desobedecidos e o artista alcança seu sucesso supremo.

         O filme apenas retrata seu lado público, aquele que o mundo já conhece. Foca excessivamente em suas relações românticas em detrimento de suas singularidades como pessoa. Não conhecemos o eu de Bob além de sua arrogância, deixando de fora até os Beatles, cuja popularidade deu um exemplo que o atingiu como um raio. Além disso, em certo ponto do filme, James Mangold parece entender que, para contar a história de um astro da música, o essencial é empurrar uma chuva incessante de músicas de sua discografia, contando pouca história e tocando muita música.

         O roteiro parece vincular a mudança estilística de Bob meramente ao seu entusiasmo por Little Richard e Buddy Holly, e ao seu prazer em ouvir o amigo Bob Neuwirth (Will Harrison) tocar guitarra elétrica. No final, o personagem de Bob não expressa nenhum motivo mais básico do que o desejo de não envelhecer cantando “Blowin' in the Wind”, culminando em sua apresentação de rock elétrico no Festival Newport Folk (1965) que gerou opiniões das mais controversas.

         Se a ideia da cinebiografia de um artista é alcançar plateias maiores, além dos próprios fãs, é necessário um certo didatismo para explicar quem é seu protagonista e porque ele mereceu virar tema de um filme. Mas nem isso “Um Completo Desconhecido” (2025) faz. A história superficialmente contada faz com que não conheçamos bem a história de vida do próprio protagonista. Os espectadores que não sabiam da biografia de Bob Dylan, após o filme, passam a saber apenas que lhe desagradava ser encaixado em padrões de gêneros musicais, como o folk, e que era alguém complicado no quesito de relacionamentos, mas em que estas duas informações o fazem merecedor do protagonismo do filme?

 

Um Completo Desconhecido (A Complete Unknown) — EUA, 2024

Direção: James Mangold

Roteiro: James Mangold, Jay Cocks, Elijah Wald

Elenco: Timothée Chalamet, Joe Tippett, Edward Norton, Eriko Hatsune, Peter Gray Lewis, Peter Gerety, Lenny Grossman, David Wenzel, Scoot McNairy, Riley Hashimoto, Eloise Peyrot, Maya Feldman, Monica Barbaro, Dan Fogler, Reza Salazar, David Alan Basche, James Austin Johnson, Joshua Henry, Boyd Holbrook, Elle Fanning

Duração: 141 min

Contrariando expectativas do público, o longa foi o grande vencedor da noite, sendo consagrado em cinco categorias
por
Thaís de Matos
Giovanna Hagger
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10/03/2025 - 12h

“Anora” ganhou o principal prêmio da noite no Oscar 2025 no último domingo (02) em Los Angeles. Além de melhor filme, o longa levou mais outras quatro estatuetas.

A atriz, Mikey Madison, carregando sua estatueta do Oscar ao lado do diretor, Sean Baker, também carregando sua estatueta.
Mikey Madison ao lado de Sean Baker, diretor da película. FOTO: Carlos Barria/Reuters

 

A obra conta a história de Ani (Mikey Madison), dançarina e profissional do sexo, que vê uma oportunidade de sair dessa vida ao se casar com um oligarca russo, Vanya (Mark Eidelstein). A protagonista vê sua felicidade ser interrompida quando a poderosa família do rapaz chega aos Estados Unidos com a intenção de acabar com o casamento.

Na mesma noite, o filme também foi consagrado com os prêmios de Melhor Direção, Melhor Atriz (Mikey Madison), Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Das seis indicações, a produção não conquistou somente a categoria de Melhor Ator Coadjuvante com Yura Borisov, Kieran Culkin em “A Verdadeira Dor” levou a estatueta.

Após o anúncio de “Anora” como Melhor Filme, os produtores Alex Coco, Samantha Quan e o diretor Sean Baker receberam suas estatuetas e destacaram a importância do cinema independente em seus discursos. “À todos os sonhadores e jovens cineastas por aí: contem as histórias que vocês querem contar, contem as histórias que te movem. Eu prometo que vocês nunca vão se arrepender”, disse Quan.

Coco comentou o valor da produção (6 milhões de dólares) e ressaltou que foi toda feita em Nova York com uma equipe de 40 funcionários. “Nós fizemos esse filme de forma independente; se você está tentando fazer filmes independentes, por favor continue fazendo, nós precisamos de mais, essa é a prova.” Por fim, após os agradecimentos a Academia e a equipe, Baker exclamou um pedido de “vida longa ao filme independente”.

Da esquerda para a direita, os produtores Samantha Quan, Sean Baker e Alex Coco.
Da esquerda para a direita, os produtores Samantha Quan, Sean Baker e Alex Coco. FOTO: Monica Schipper/Getty Images

 

"Anora" ter ganho seis estatuetas dividiu a opinião dos críticos cinematográficos e do público. Alguns portais, como o Omelete, acharam muito justo os prêmios recebidos pelo filme por representar as trabalhadoras do sexo no cinema. Entretanto, outros, como o jornal Metrópole, avaliam que a obra reforça alguns estereótipos e que, por sua visão, o público pode acabar subjugando a realidade dessas mulheres.

Além do Oscar, “Anora” também venceu premiações como a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2024, Melhor Filme no Critics Choice Awards e Melhor Comédia ou Musical no Globo de Ouro, fora outros triunfos. 

"Anora" estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro de 2025 e atualmente continua em cartaz, sem uma data prévia para entrar nos streamings.

Confira o trailer do filme abaixo:

Exposição do IMS Paulista mostra os trabalhos de Jorge Bodansky de 1964 até 1985
por
Vinícius Evangelista
Maria Júlia
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25/06/2024 - 12h

O Instituto Moreira Salles (IMS) Paulista apresenta, até o dia 28 de julho de 2024, uma exposição gratuita que revisita a obra do cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky. Localizada na Avenida Paulista, 2424, a mostra oferece uma retrospectiva das produções de Bodanzky durante a ditadura militar brasileira, incluindo filmes como "Iracema" e "Os Mucker", além de fotografias e experimentações com super-8. Com entrada franca e aberta de terça a domingo, das 10h às 20h, a exposição convida o público a explorar um período crucial da história do Brasil através de um olhar crítico e inovador.

 

Conheça uma das pessoas por trás do maior mercado de flores da América Latina
por
Helena Maluf
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24/06/2024 - 12h

Conheça o ceagesp, um dos maiores centros de distribuição de alimentos da América Latina, abastecendo São Paulo e além! Com mais de 700 mil metros quadrados, este mercado movimenta incríveis 250 mil toneladas de produtos frescos todos os meses. Neste vídeo, vamos conhecer a história de Maria, uma dedicada trabalhadora que faz parte desta incrível jornada há 15 anos, trazendo flores e plantas frescas para nossas casas, trabalhos e cidade.

Fernando Guislandi, morador de rua há oito anos, nos conta parte de sua história antes de morar na rua. Uma escolha feita, por um lado, porque ele estava dominado pelos vícios e, por outro, para proteger sua família.
por
Roberta Rummolo
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21/06/2024 - 12h

Ele é gentil, engraçado e engenhoso. Fernando ajuda os restaurantes a limpar a rua no final do serviço e, em troca, recebe comida ou dinheiro. Ele recolhe a comida, guarda sua parte e vende o restante para outros moradores de rua para comprar crack.

Quando eu terminava o trabalho, Fernando sempre me acompanhava até minha casa, que fica na esquina, para garantir que nada acontecesse. 

Fernando me dá confiança de que ele pode retomar sua vida em suas mãos, começando por fazer a barba, cortar o cabelo, cuidar de sua vida e escolher ir para casa.

Fernando é meu amigo, eu acredito em Fernando.

 

Conheça o cat café Gato Pingado
por
Maria Elisa Tauil
Raissa Santos Cerqueira
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18/06/2024 - 12h

Em 2013 a OMS estimou que existiam pelo menos 10 milhões de gatos em situação de rua em todo o Brasil. O dado não foi atualizado nos últimos anos e não existem estimativas sobre a população de animais de rua específicos para os Estados.

Já em março de 2024, o Governo do Estado de São Paulo iniciou uma pesquisa sobre os animais de rua dos municípios do Estado. A pesquisa deveria ser concluída em abril, mas ainda não se tem nenhum dado conclusivo sobre o estudo.

Há dois anos atrás, o cat café Gato Pingado surgiu como uma alternativa de lar temporário e local de adoção, unindo a experiência gastronômica de um bom cafézinho à um momento de descontração com gatinhos.

 

No meio da avenida mais movimentada do país, há arte e cultura espalhadas pela avenida Paulista
por |
02/06/2024 - 12h

Todo domingo na Avenida Paulista, o destino mais comum para aqueles que querem espairecer do caos do dia a dia paulistano, podemos desfrutar de diversas culturas e entretenimentos. Espalhados pelas ruas ou calçadas, encontramos "gente que faz trabalho de gente". Pessoas que colocam seu dom, seja vocal, corporal ou manual, em exposição à céu aberto e nos dá a honra de prestigiar.

 

Av. Paulista
Dia de domingo na Avenida Paulista, São Paulo | Foto: Beatriz Alencar


As ruas que diariamente são cheias de carros, ônibus, trânsito e fumaça, dão mais cor aos diversos tipos de cultura. Em meio a tantas barracas, encontramos a de Vitor Amra. Ele vende placas pirografadas e além disso, também é tatuador. A arte da pirografia, basicamente é um modo de desenho sob uma madeira, que utiliza uma ponta de metal aquecido para gravar a peça. Para saber mais um pouco desse processo e de como é trabalhar na avenida mais movimentada do país, acesse o vídeo abaixo. "É o trabalho e um pouquinho de festa ao mesmo tempo", de acordo com o Vitor. Venha conferir nesta cobertura no Instagram!