Entre restaurantes e filmes, saiba o que fazer no dia 12 de maio
por
Helena Maluf
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09/05/2024 - 12h

No próximo domingo, dia 12 de maio, o mundo celebra o Dia das Mães, uma data especial para homenagear e reconhecer o amor e dedicação das mães em todo o mundo. A data não é apenas uma oportunidade de presentear com flores, cartões e presentes, mas também uma ocasião para passar tempo de qualidade com aquelas que desempenham um papel fundamental em nossas vidas. 

Para tornar esse dia ainda mais inesquecível, apresentamos algumas sugestões de filmes emocionantes e restaurantes aconchegantes para compartilhar momentos memoráveis com sua mãe.

O restaurante “Merenda da Cidade" é o ambiente perfeito para um almoço descontraído e acolhedor em família. Localizado na República, em São Paulo, ele é conhecido por sua culinária única que combina ingredientes locais frescos com técnicas de cozinha modernas. O cardápio é inspirado na gastronomia regional, mas com um toque de criatividade e inovação. Além da comida deliciosa, o restaurante se destaca pelo ambiente acolhedor e contemporânea. As paredes são decoradas com obras de artistas locais, criando uma atmosfera artística e cultural.

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Ambiente do restaurante “Merenda Da Cidade”. Foto: Instagram @merendadacidade 

Seguindo as raizes brasileiras, a franquia do filme “Minha mãe é uma peça” garante risadas e descontração para toda a família com a história de Dona Hermínia, uma mãe amorosa e engraçada, que busca representar a maioria das mães brasileiras. O filme estão disponível em plataformas de streaming como Netflix e Globoplay.

Se procura um ambiente mais animado, o restaurante “Petro Greek Taverna” localizado em Pinheiros, São Paulo, é vibrante e charmoso, com elementos decorativos e gastronomia que transportam os clientes diretamente para a Grécia. O cardápio apresenta pratos clássicos e deliciosos como moussaka, souvlaki, gyros, saladas frescas com queijo feta e azeitonas, além de uma variedade de frutos do mar preparados de maneira tradicional grega.

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Fachada do restaurante “Petros Greek Taverna”. Foto: Instagram @petrosgreektaverna

Coincidindo com a sugestão de restaurante, o filme "Mamma Mia!" que nos conta sobre relações familiares, especialmente a relação entre mãe e filha, se passa na Grécia. O musical é embalado pelas músicas do grupo ABBA, criando uma atmosfera divertida, leve e cheia de energias positivas - perfeito para o Dia das Mães.

Para celebrar o empoderamento feminino, o restaurante "Camélia Odòdò" é perfeito para esse dia. Localizado na Vila Madalena, São Paulo, o restaurante é o primeiro da chef Bela Gil, que comanda o restaurante sozinha. O cardápio segue a filosofia de alimentação saudável e consciente da mesma, e se destaca por sua abordagem inovadora e sustentável, com pratos elaborados a partir de ingredientes frescos, orgânicos e sazonais. Além disso, possui uma decoração que mescla elementos naturais, como madeira e plantas, proporcionando ao ambiente pequeno, uma atmosfera acolhedora e convidativa.

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Salão do restaurante "Camélia Odòdò". Foto: Ligia Skowronski/Veja SP.

Explorando ainda mais o empoderamento feminino que essa data especial celebra, o filme "Lingui" é essencial no seu itinerário. A história de uma mãe que luta para ajudar sua filha após descobrir que ela está grávida, dentro das pressões e expectativas sociais que as mulheres pretas enfrentam em sociedades conservadoras. Envolvente e provocativo, levanta questões importantes sobre a autonomia das mulheres, o papel da religião na sociedade e as complexidades das relações familiares.

Para as famílias que gostam de experiências fora do convencional, o restaurante experimental da Dengo, o Cabruca, localizado em Pinheiros, São Paulo, é um local fascinante. O ambiente é cuidadosamente projetado para envolver os clientes em uma jornada imersiva, combinando a arte da chocolateria com técnicas inovadoras de gastronomia. Além dessa experiência, o restaurante também oferece workshops e degustações, permitindo que os clientes conheçam mais sobre a origem e o processo de produção do chocolate Dengo.

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Restaurante “Cabruca” localizado na fábrica da Dengo. Foto: Instagram @cabrucarestaurante                                                              

Ainda para aqueles excêntricos e que gostam de se emocionar, o filme “Lado a lado” é perfeito para esse dia. O enredo conta a história de uma família em que a mãe estão lutando contra um câncer terminal, enquanto a nova namorada do pai, madrasta dos filhos, tenta se aproximar e encontrar seu lugar na família. É relatada uma jornada emocional que mostra o poder do amor e da união familiar diante das adversidades da vida.

 

Neste dia especial, seja qual for a forma escolhida para celebrar, o fundamental é expressar amor, gratidão e reconhecimento pela presença e dedicação o das mães em nossas vidas.

 

 

 

MET-Gala,76° edição do jantar teve como tema e inspiração o conto “O Jardim do Tempo”, de J.G Ballard
por
Gabriela Jacometto
Helena Maluf
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07/05/2024 - 12h

O famoso MET Gala aconteceu nesta segunda-feira (06/05), na primeira segunda do mês de maio, fazendo jus a tradição do evento. A edição de 2024, em sinergia com a exposição realizada anualmente no Anna Wintour Costume Center - Ala no The Metropolitan Museum of Art especialmente voltada para exposição de moda, sempre no tema do MET Gala - tem como tema deste ano “Belas Adormecidas: O despertar da Moda”. 

O tema é uma analogia sobre roupas frágeis e delicadas demais para serem usadas novamente. A exposição, assim como o tapete vermelho do MET, conta com peças da Loewe, patrocinadora do evento, Alexander McQueen, Dior e muito mais. E teve como co-anfitriões, Bad Bunny, Chris Hemsworth, Zendaya, Jennifer Lopez ao lado da diretora  e organizadora do evento: Anna Wintour. 

Já o tema dos figurinos faz alusão ao conto ‘O Jardim do Tempo’, do escritor inglês J.G Ballard. O conto reflete sobre a passagem do tempo e as mudanças que o mesmo carrega. O jardim envelhece rapidamente, as plantas crescem e morrem em um ritmo acelerado, tudo isso acompanhado das reflexões do narrador. 

O tapete vermelho do jantar, foi marcado por roupas florais e elementos botânicos, que remetem à natureza, além das interpretações de peças antigas de famosos designers e seus arquivos.  

Roupas que fazem metáfora com a passagem de tempo marcaram presença, como o vestido que a cantora Tyla utilizou, da marca Balmain, feito inteiramente de areia esculpida, acompanhado de uma bolsa no formato de ampulheta. 

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Foto: Getty Images

 

Um dos destaques da noite foi a presença de celebridades como Ariana Grande, Taylor Russell, entre outros, que deslumbraram com looks da marca Loewe, como mencionado antes, patrocinadora do evento. 

Com um vestido todo branco, a cantora Ariana Grande tirou o fôlego dos presentes ao passar pelo tapete. A peça foi feita sobre medida, com um corpete feito inteiro com madrepérolas.

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Foto: Getty Images

 

Novamente investindo no corpete, a Loewe produziu para a atriz Taylor Russell uma peça esculpida em madeira e pintada à mão.

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Foto: Marleen Moise//Getty Images

 

Outro ponto alto da noite foi a presença da atriz Zendaya, que brilhou com não uma, mas duas interpretações únicas do tema. Em seu primeiro look, ela usou um vestido azul royal e verde esmeralda, com ornamentos que pareciam inspirados em árvores frutíferas, uma criação de John Galliano, diretor criativo da marca Maison Margiela. 

 

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Foto: Jamie Mccarthy//Getty Images                                                                                                                                                                                                                    


Em seu segundo look, a atriz reapareceu com um vestido preto,  uma peça de 1996 da era Givenchy de John Galliano,  combinando com um chapéu da marca Alexander Mcqueen, que remete a um buquê inteiro de flores. 


 

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Foto: Theo Wargo//Getty Images

 

A cantora Lana del Rey também se destacou no retorno deslumbrante ao evento, após 5 anos ausente. Ela usou um custom-made da marca Alexander Mcqueen, inspirado em uma peça de archive da grife. O vestido em tule com detalhes que imitavam galhos espinhentos por toda a peça, e o mesmo tecido do vestido transpassado pelo rosto e cabeça.


 

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Lana Del Rey homenageando o icônico look da coleção de Alexander McQueen. Foto: Getty Images 
 

 

Prestigiando o Brasil, a atriz Bruna Marquezine fez sua estreia no tapete do evento. Usando um vestido longo branco da marca Tory Burch, com silhueta marcada e flores na barra retratando o tema.
 

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Foto: Getty Images 

 

O evento também foi marcado por uma performance artística da cantora Ariana Grande, que vestia Maison Margiela feito pelo designer atual da marca: John Galliano. Instalações interativas e discursos inspiradores que destacaram a importância da criatividade, e do poder da moda como uma forma de expressão e de contar histórias.
 

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Foto: Getty Images

 

Novo filme de Luca Guadagnino traz um trisal no mundo do tênis e já é sucesso de bilheteria
por
Beatriz Camargo de Oliveira
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03/05/2024 - 12h

O diretor Luca Guadagnino leva ao público o longa-metragem Challengers (Rivais, na tradução brasileira), lançado no Brasil na última quinta-feira (25). Tendo dirigido outros sucessos como “Me Chame Pelo Seu Nome” e “Até os Ossos”, Guadagnino dessa vez aborda o triângulo amoroso dos três tenistas Tashi Duncan (Zendaya), Art Donaldson (Mike Faist) e Patrick Zweig (Josh O'Connor). 

Na trama, a ex-prodígio Tashi Duncan era um dos nomes mais promissores do mundo do tênis, até sofrer uma lesão ainda em seu período de ascensão, que a impediria de voltar para as quadras. Ainda quando nova, ela conhece os aspirantes a tenistas Patrick Zweig e Art Donaldson, que futuramente torna-se marido de Duncan. 

Em uma história em que o passado alcança o presente, Tashi torna-se treinadora de Art, tornando-o vencedor de um Grand Slam – maior premiação do tênis –, mas após uma sequência de derrotas, a única estratégia que o casal encontra é uma partida contra Zweig, ex-amigo de Art e ex-namorado de Tashi. Envolta em polêmicas e tensões de seu passado e presente, Tashi Duncan encontra-se em meio a antigas rivalidades e um trisal dentro desse romance esportivo.

O filme vem sendo um sucesso, tanto pela crítica quanto pelo público, já tendo arrecadado 2,6 milhões de dólares  mundialmente até o dia 26 de abril. Contando com um elenco de peso, Challengers é protagonizado por Mike Faist (“Amor Sublime Amor”), Josh O'Connor (“The Crown”, “Peaky Blinders”) e Zendaya (“Euphoria”, “Duna”), que também leva o título de produtora do filme.

Da esquerda para direita: Josh O'Connor, Luca Guadagnino, Zendaya e Mike Faist. Imagem: Getty Images
Da esquerda para direita: Josh O'Connor, Luca Guadagnino, Zendaya, Mike Faist. Imagem: Getty Images

Com performances envolventes e surpreendentes, Challengers nos faz simpatizar com personagens que possuem algumas das atitudes mais questionáveis e até mesmo torcer pelo seu sucesso. Mostrando o passado e presente de um relacionamento turbulento entre as personagens principais, a trama aborda os percalços do mundo esportivo e expande o conceito de competitividade e estratégia para fora das quadras. 

Em uma trilha sonora que conta com produções originais de Atticus Ross e Trent Reznor, além de músicas de outros artistas, como é o caso de “Pecado” de Caetano Veloso, o filme nos deixa ansiosos e na ponta da cadeira aguardando as mais inesperadas decisões dos personagens, deixando o público de queixo caído com cenas inesperadas e instigantes. Dentro de quadra, tudo passa a envolver todas as intimidades vividas fora do campo pelos tenistas.

Guadagnino faz o uso do tênis como ferramenta de expressão dos sentimentos e as dinâmicas dos relacionamentos dos personagens ilustram as obsessões e os desejos e, junto da instigante trilha sonora, leva o público a perceber os diferentes olhares, etapas e situações das vidas envolvidas na história. Tudo torna-se “um jogo” e toda raquetada na bola é reflexo das ações fora de quadra onde a partida se mescla com as conversas entre as personagens.

A partir de um final um tanto quanto inconclusivo, Challengers é uma obra que aborda originalmente toda essa competição – dentro e fora das quadras, as paixões – platônicas ou não – e traz toda uma nova euforia para aqueles que, até então, não se interessavam pelo mundo do tênis.

Imagem: Niko Tavernise/MGM
Imagem: Niko Tavernise/MGM

 

No penúltimo dia de desfiles, a marca paulistana apresentou sua nova coleção com a presença das veteranas Yasmin Brunet e Vitória Strada, e do estreante Pedro Novaes, no Shopping JK Iguatemi.
por
Giovanna Montanhan
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29/04/2024 - 12h

lA noite de sábado, 13 de abril, foi marcada por visuais que vislumbravam a ideia de futuro que a Forca Studio desejou transmitir, e já na abertura tivemos a atriz e modelo Vitória Strada com um drone ao seu lado. O desfile foi marcado por três blocos: Office - com foco em peças corporativas, de alfaiataria; Sport - uma colaboração com a marca esportiva italiana Kappa, com a presença de camisas de time, bonés e chuteiras, totalmente focada no streetwear; e Noite - com roupas festivas, de paetês e peças de couro. Cada uma dessas fases era acompanhada de um pequeno vídeo antes dos modelos entrarem na passarela. 

A marca nasceu em 2022, oriunda da amizade da estilista Vivi Rivaben e do DJ Silvio de Marchi, conhecido por agitar as noites paulistanas. O nome surgiu dos próprios criadores como uma forma de retratar as minorias da sociedade. Para a revista L’Officiel, eles disseram ‘’sempre fomos mandados para a forca por ser quem somos. Decidimos tomar e virar essa forca para o outro lado.” 

O ator Pedro Novaes, filho dos atores Letícia Spiller e Marcello Novaes, fez sua estreia na passarela da SPFW, e contou para o portal Elas no Tapete Vermelho, que sempre teve vontade de modelar, mas tinha a sensação que nunca era o momento ideal, e que naquele dia, conseguia se sentir preparado para o novo ofício, não só fisicamente como também mentalmente. A atriz, modelo e ex-BBB, Yasmin Brunet, retornou após 12 anos fora desse universo, e disse que apesar de sua vasta experiência, ficou nervosa. Sua mãe, também modelo, Luiza Brunet, já lhe deu diversos conselhos, como beber água e descansar bastante, e ela revela que não segue-os à risca da maneira como deveria! Já, Vitória Strada, estava há oito anos fora, mas ainda sim, mantinha uma boa relação com a marca, então, quando surgiu o convite, não pensou duas vezes. 

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Reprodução:AgNews

 

 

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Reprodução: Agnews

A principal proposta da grife foi evocar uma ideia de como eles imaginam que será o futuro. Além do drone, teve também a inclusão de um cão-robô que desfilou junto de um modelo. E pode parecer apenas uma excentricidade passageira, mas na verdade, foi uma simulação de um lembrete perturbador do que realmente está em jogo. Será que, no futuro, veremos os animais, de uma maneira geral, sendo substituídos por máquinas? Se sim, que tipo de mundo estamos construindo? Um onde a natureza é reduzida a uma mera conveniência tecnológica? E a realidade não está tão distante; temas que o evento não tratou neste ano.

 

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Reprodução: Divulgação SPFW. 

E quanto aos seres humanos? Será que estamos caminhando para um cenário digno de "Metropolis" (filme de 1927, dirigido pelo cineasta alemão Fritz Lang), onde os seres humanos são subjugados ao papel de servos de uma tecnologia dominante? A moda está intrinsecamente ligada aos valores e as aspirações de uma sociedade, podendo, por vezes, acidentalmente, apresentar uma visão de um futuro distópico. No entanto, a realidade é que essa visão pode se concretizar em um amanhã que mora logo ali. E por fim, pode-se dizer que nem mesmo a mais eficiente das ciganas seria capaz de desvendar o curso dos acontecimentos da contemporaneidade.

 

Faz falta falar do que não vira pauta
por
João Curi
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17/04/2024 - 12h

É confortável escrever sobre o que já conhece. Mas o jornalismo não precisa ser confortável. Na verdade, não deve. A imprensa não sobreviveu a ferro nos anos de chumbo sendo confortável - ainda que também exista esse papel. É preciso renovar os votos de Gutemberg, lá do século XV, e levar a notícia às mãos de quem ainda não a tem nos ouvidos. Não tomem como exemplo a mecanização, justamente para não cair na esteira das máquinas. Você não é uma.

 

Nem eu. Por isso este texto. É cansativo enxergar tantos sonhadores desistindo de si ainda no começo da caminhada. Existe todo um sistema envolvido nessa mentalidade, de fato, mas não precisamos fugir. Não daqui. O jornalismo não é válvula de escape, é o motor do carro. É a imprensa que aciona o povo às pautas que não chegaram a ele. Então por que se prender ao que já aparece?

 

Claro que é justo cobrir o que já tem cobertura, até porque o ineditismo é privilégio de poucos. Mas não dá pra ignorar o que já é ignorado. Se não, a quem estaremos servindo a notícia? E o quê? Pense num restaurante que serve o mesmo menu todos os dias, e tudo que varia é o preço. É confortável, é conhecido, e se continua aberto é porque funciona, é verdade. Só não precisa ser o único restaurante aberto. 

 

Ouça as vozes que não têm ouvidos, nem que seja para uma aspa de duas linhas ou uma. Busque a informação na fonte. Deixa o sofá esfriar. Abra os ouvidos, desacostume os olhos. Você vai enxergar tudo diferente. Às vezes, a pauta nasce com um rosto e envelhece com outro

 

Permita-se surpreender, perguntar o que ainda não foi respondido porque ninguém perguntou. Tem muita história pra pouco contador. Não precisa colher todas de uma vez. E nem escrever tudo pra todos. 

 

Um texto às vezes é para uma pessoa só. Não parece, mas é permitido. A regra é não deixar falhar a caneta. A tinta precisa aparecer por completo, sem deixar dúvida. Fato por fato, olho no olho, queixo erguido e nariz deitado. Nada é grande demais que não caiba na ponta de uma caneta. 

 

Inclusive, nenhum sonho é grande demais. Pode ser que o resultado não alcance as proporções que se almejava, mas isso não cabe a um. A diferença se faz no coletivo, na pluralidade de um povo que não se homogeniza e faz acender a individualidade de cada célula que mantém o corpo vivo.

 

O mundo não precisa de mais profissionais quadrados, condicionados à fórmula do um mais um iguala em dois. A Terra vai continuar girando, com ou sem a gente. O que vale aqui é o que fizer o seu mundo girar. O que te acender os olhos. O que fizer a sua caneta dançar na mão. Escrever sem amarras, sem precisar seguir um padrão que não te cabe e não tem que fazer caber. Peça que não encaixa não completa quebra-cabeça. 

 

E a nossa cabeça está em formação, faminta por oportunidades de crescer, de alcançar, de realizar, de ser o que tanto projetava com a cabeça sobre o travesseiro. Nosso teto é mais alto do que parece. A gente é mais do que um peão de notícias.

 

A gente é um coletivo de vozes. Então façam-se ouvir. Doa a quem doer. Demore o que demorar. Escrevam sobre o que quiserem, e porque querem. Aproveitem. Não existem tantos lugares com esta oportunidade. A gente só é a gente porque você compõe este plural. 

 

Por isso, faz um favor? Não esquece do que está na sua frente. Se for a sua vontade cobrir o que já tem cobertura, faça isso, mas faça do seu jeito. Dê motivo para o seu nome estampar a matéria. Torne-a sua, reclame-a ao seu gosto. Mas faça. Produza. Não deixe pra outra pessoa escrever. 

 

Se não a gente, quem? 

Confira alguns dos looks que ganharam holofotes nesta edição da premiação
por
Helena Maluf
Gabriela Jacometto
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23/09/2023 - 12h

Aconteceu esta terça-feira, a 39ª edição do Video Music Awards (VMA)  em New Jersey, EUA. A premiação da MTV tem como foco os videoclipes e músicas de maior sucesso dos últimos meses. Como de costume, várias estrelas da música e artistas renomados do ramo estiveram presentes.

Composta por visuais que saíram de “archive” das marcas e modelos diretamente da semana de moda de Nova York, as aparições marcaram a noite com ousadia e elegância. Veja alguns dos looks que passaram pelo Pink Carpet, o tapete vermelho da premiação:

Anitta

A cantora brasileira foi indicada na categoria “Melhor Videoclipe Latino” por seu trabalho "Funk Rave". Anitta apostou em um look exibido nas passarelas de Paris em  julho deste ano. Com um recorte que lembra uma fechadura, o vestido da marca Schiaparelli foi acompanhado por maxibrincos de cores vibrantes e uma faixa de cabelo para incorporar o look. Segundo a cantora, o intuito da escolha polêmica foi para que ela representasse a chave do cadeado na composição.

Anitta
 Anitta no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                     

Lil Nas X

O ícone do rap americano desfilou pelo tapete vermelho usando Palomo Spain, marca do designer de moda espanhol Alejandro Gómez Palomo, que veio diretamente da edição 24 da semana de moda de Nova York. Lil postou na tendência de rendas, plumas e transparência para acompanhá-lo na premiação. 

lil nas x
Lil Nas X no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Ayra Starr

A cantora nigeriana dona do hit “Rush”, lançado em 2021, participou da premiação usando um vestido curto de veludo preto. A peça do “archive”, do estilista Thierry Mugler, era composta por babados de seda retorcidos cor salmão, além de uma gargantilha de brilhantes e um scarpin nas cores da peça principal.

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Ayra Starr no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Megan Thee Stallion

A rapper que estourou no mundo da música com o hit “Savage”, usou um modelo exclusivo da marca Brandon Blackwood, o vestido com modelagem justa ao corpo esbanjava transparência. Megan também investiu em acessórios e maquiagem que realçaram os pontos de luz da combinação.

megan
Megan Thee Stallion no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

Olivia Rodrigo

A princesa do pop brilhou no tapete da premiação usando um vestido exclusivo da marca Ludovic De Saint Sernin, feito inteiro de cristais Swarovski prateados. Os únicos acessórios usados foram os anéis escrito “GUTS”, promovendo o novo álbum da artista.

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Olivia Rodrigo no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Bebe Rexha

Indicada a categoria “Melhor Colaboração” e após se apresentar no segundo dia do festival “The Town”, em São Paulo, Bebe compareceu na premiação de forma deslumbrante, com um vestido de couro sexy da marca The Uncommonist. A peça era composta por recortes ousados na parte traseira e um aplique que simulava um rabo de cavalo.

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Bebe Rexha no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Coco Jones

A atriz e cantora, arrasou no look que couro feito exclusivamente pela Moschino. Ela apostou na tendência da cintura baixa e da fivela como top.Coco usou jóias grandes na composição que se casaram perfeitamente com os metais maximizados do look, os brilhantes nos levam a uma futura tendência de jóias ousadas no mundo da moda. 

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Coco Jones no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

Sabrina Carpenter

A cantora pop e ex-atriz da Disney, que abrirá a turnê “The eras tour”, da cantora Taylor Swift, na américa latina, andou pelo tapete vermelho usando um vestido exclusivo da grife Vera Wang. O look entregou muita transparência e brilho, deixando a artista com uma estética angelical.

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Sabrina Carpenter no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

Doja Cat

A rapper estreou no tapete vermelho sua nova fase de rock alternativo. Doja pôs fim a era do pop em sua carreira e marcou presença na premiação usando um vestido com recortes da marca Monse. A peça branca com transparências remete ao efeito de “teia de aranha”.

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Doja Cat no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Selena Gomez

A cantora, atriz e empresária, que esteve afastada dos holofotes por um tempo, usou nessa edição do VMA um vestido vermelho vibrante, composto por recortes de folhas, flores, bordados e uma saia desconstruída da marca  Oscar de La Renta, designer dominicano também conhecido como o mestre da Prêt-à-Porter (movimento “pronto para vestir”).

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Selena Gomez no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Nick Minaj

A rainha do rap também apostou na tendência da transparência e tecidos leves. Com um look pink composto de rendas, tule e alguns detalhes de seda, Nick fez uma referência ao seu próximo álbum intitulado “Pink Friday 2” com a peça custom-made  Dolce&Gabanna.  

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Nick Minaj no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Shakira

A homenageada da noite que recebeu o prêmio “Video Vanguard”, e diva dos hits do pop latino “Hips don't lie” e “TGQ”, foi a premiação usando um look metálico da Versace. O vestido ousado tinha recortes na laterais, um ultra decote na parte traseira, fenda e uma cauda curta.

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Shakira no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

Taylor Swift

A cantora que apresentará no brasil com a turnê  “The eras tour” no mês de novembro e dona dos principais hits do pop atual, Taylor apostou em um look sexy e ousado para a cerimônia do VMA desse ano. O vestido da grife Versace era composto por recortes drapeados, assimetria e detalhes dourados, clássicos da marca. 

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Taylor Swift no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Demi Lovato 

Apostando na tendência do couro, a cantora usou um look gótico da marca Buerlangma esbanjando sua nova fase de mulher mais madura e, segundo a própria, “retornando às raízes”. Demi causou bastante impacto ao anunciar a transição pelos estilos musicais. Deixando o pop para investir na carreira do rock, a cantora mudou seu estilo e anunciou que gravaria novamente alguns de seus maiores sucessos versão rock.

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Demi Lovato no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

Cardi B

Com o look mais autêntico da noite, a rapper usou um vestido metálico composto por mais de 1000  clipes de cabelo, da designer de moda turca-britânica Dilara Findikoglu. A marca de Dilara ganhou destaque no mundo da moda a partir de 2022, por inovar suas criações as compondo de objetos fora do tradicional.

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Cardi B no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

Nelly Furtado

Ícone pop dos anos 2000 e dona dos hits “Maneater” e “Promiscuous”, a cantora marcou presença no tapete vermelho com um vestido sensual de textura lisa e decote na parte traseira, algo bem característico da marca Dundas, do designer norueguês Peter Dundas. A marca, que foi lançada em 2017, é conhecida por ser audaciosa e por valorizar as mulheres e seus próprios corpos.

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Nelly Furtado no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Flo Milli

O recente sucesso do rap americano com o hit “Rodeo”, Flo Milli  usou no tapete vermelho um look rosa extravagante, composto por um top e uma mini saia feitos de recortes assimétricos e franjas da marca AREA, fundada em 2014 pelas designers Piotrek Panszczyk e Beckett Fogg. A marca americana é especializada em designs feitos a mão, tornando a peça uma verdadeira obra de artesanato. AREA também é especialista em desenvolvimento têxtil, o que explica a utilização de materiais que vão além dos clichês, tornando a marca uma das principais referências em inovação no mundo da moda. 

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Flo Milli no tapete vermelho. Foto: Getty Images 

 

Jão reúne 12 mil fãs em uma audição exclusiva do seu novo álbum que busca referências oitentistas e exalta sua versatilidade.
por
Romulo Santana
|
15/08/2023 - 12h

Depois de “Lobos” representando a terra, “Anti-Herói” o ar e “Pirata” a água, chega a vez de “Super”: o álbum de fogo. João Vitor Romania Balbino (28), mais conhecido como Jão, começou sua carreira com o lançamento de covers na internet, enquanto era graduando de publicidade e propaganda na USP. Com 5 anos de carreira, ele se tornou um nome em ascensão no cenário do pop nacional. Sua última turnê “Pirata”, contou com 40 apresentações — sendo 6 dessas esgotadas no Espaço das Américas. Já a “Super Turnê”, seu novo projeto, começa no dia 10 de Janeiro de 2024, no Allianz Parque, com a proposta de ser uma tour de estádios e arenas. Antes disso, Jão se apresenta no festival The Town no dia 2 de Setembro. “Coisas gigantes estarão presentes”, disse ele durante a audição exclusiva do álbum “Super”.

Um homem branco de cabelos platinados veste uma regata branca e uma calça jeans azul e está sentado em cima de uma cerca de madeira
Tracklist do álbum "Super". Imagem: Gabriel Vorbon. Reprodução Instagram

 

Seu novo lançamento tem referências oitentistas aparentes em sua sonoridade, trazendo novas histórias de amor nas composições inéditas, que também exploram a vida amorosa do cantor. No “lado a”, o disco busca ser mais leve, com instrumentais mais animados, como forma de revisitar sua juventude no interior, mas também suas histórias na atualidade, finalizando com a sétima faixa “Julho” – sendo também o lado mais comercial do disco.  Os destaques deste lado do projeto ficam para “Escorpião”, que cria uma atmosfera intensa que permeia a gravação e “Gameboy”, quando o cantor exibe sua autoestima dentro de um relacionamento e como toda aquela situação parece um jogo que ele está disposto a jogar. Já o “lado b”, abraça composições mais sóbrias e sombrias – como por exemplo sua mudança do interior para a cidade de São Paulo em 2015 – além de muitas referências aos seus lançamentos anteriores. Destaca-se “Eu posso ser como você”, com outro ponto de vista da história da faixa anterior “Julho” e também uma resposta faixa “Eu quero ser como você”, do seu disco de estreia.


 

Na imagem há um banner vermelho com os dizeres "Jão Super, audição" à frente do Ginásio do Ibirapuera
Entrada da audição exclusiva no Ginásio do Ibirapuera. Imagem: Romulo Santana

 

O artista disse que já escolheu o single que iniciará a divulgação do álbum, mas que o clipe ainda não foi gravado. A audição exclusiva do “Super” ocorreu no dia 13/08, no Ginásio do Ibirapuera – com 12 mil ingressos distribuídos de forma gratuita pelo cantor. O evento foi apresentado pela jornalista Valentina Pulgarin, amiga pessoal do cantor. Ao fim da apresentação do trailer do disco, a apresentadora iniciou uma contagem regressiva para a 1ª audição do material inédito com vizualizers. Após a escuta do material, o artista agradeceu emocionado a recepção dos fãs e foi entrevistado por Pulgarin. Jão diz não ter tido férias após a última turnê e que “Super” foi sua prioridade, uma vez que o trabalho só faz sentido quando chega à seus fãs. Seu novo trabalho chegou às plataformas digitais na última Segunda (14).

Em um telão, Jão, um homem branco de cabelos platinados secando os olhos
Jão emocionado, após a audição de "Super". Imagem: Romulo Santana

 

Série conquista o público por ser uma adaptação fiel ao jogo
por
Bruna Alves
Luana Galeno
Maria Eduarda Camargo
|
15/03/2023 - 12h

The Last Of Us, a nova série distópica da HBO Max, está quebrando números de audiência no streaming, ultrapassando inclusive House of the Dragon, e tornando-se a adaptação de jogo para série mais bem avaliada do IMDb (Internet Movie Database), com uma média de 9.4/10.

Baseada no jogo premiado da Naughty Dog com a Playstation, a produção de Neil Druckmann e Craig Mazin conta com 9 episódios que retratam a jornada de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) tentando sobreviver em um mundo pós-apocalíptico.

A trama se passa 20 anos após o colapso da humanidade devido à pandemia de uma variante do fungo Cordyceps. A mutação ataca o cérebro do hospedeiro humano, transformando-o em "Infectado" - um ser ainda vivo mas incapaz de controlar suas ações. Os níveis de infecção se desenvolvem ao longo do tempo após a mordida — ou no caso do jogo, a inalação de esporos.

Infectado na série The last of Us. Fonte: The Enemy
Infectado na série The last of Us. Fonte: The Enemy

Joel, o personagem masculino principal, é um contrabandista que se depara com o roubo de sua carga. Para recuperá-la, ele deveria levar Ellie, a jovem protagonista, para o quartel general dos Vagalumes (grupo paramilitar opositor ao governo). Mais tarde, ele descobre que Ellie é imune ao vírus, revelando o interesse dos Vagalumes por ela. Com esta missão, um homem sem esperanças e uma criança provocadora encaram barreiras que vinte anos de caos trouxeram.

O Jogo

In game shot. Fonte: Playstation
In game shot. Fonte: Playstation

O jogo – lançado em 2013 para o Playstation 3 e remasterizado em 2014 – começou sua produção em 2009, depois do último sucesso da empresa Naughty Dog com Uncharted 2, e desde então revolucionou a indústria de jogos. Com inovação na criação do enredo, grande desenvolvimento de trilha sonora e protagonismo feminino, o jogo ganhou 196 prêmios de mídia especializada, incluindo 3 BAFTAs (British Academy of Film and Television Arts).

A trilogia, que conta também com The Last Of Us: Parte II, lançada em 2020, segue sendo a mais premiada no universo dos games. O jogo abriu um caminho carregado de dramaturgia em um mundo antes populado somente por cenas de ação e personagens rasos. A utilização de cut scenes mais longas e a manipulação da jogabilidade dos personagens – junto de artifícios novos para a época, como finitude de recursos e exploração de histórias laterais – foi o que trouxe a beleza do cinema para o universo dos consoles. 

Outro ponto importante do jogo é a trilha sonora original – criada pelo argentino Gustavo Santaolalla e que ganhou o prêmio BAFTA – contando com composições mais naturais nas cenas de ação, que conquistou os jogadores e os críticos especializados na área. Gustavo também foi o criador da trilha sonora da série.

A Série

Fonte: The Last of Us - HBO Max
Fonte: The Last of Us - HBO Max

O aspecto de ação é mais presente no começo, com as primeiras aparições dos Infectados, e vai diminuindo gradativamente no decorrer da história. Apesar disso, a série ilustra todos os tipos de infectados presentes no primeiro jogo: Corredores, Espreitadores, Estaladores e Baiacus.

Cena do Baiacu em The Last of Us. Fonte: Rolling Stone
Cena do Baiacu em The Last of Us. Fonte: Rolling Stone

A obra segue uma linha narrativa mais dramática, focando nas frágeis relações dos personagens, tanto de Ellie e Joel, quanto deles com outros personagens. The Last of Us também explora histórias paralelas, como no episódio 3, onde é retratada a vida de Bill e Frank, meros coadjuvantes no jogo, que proporcionaram na obra da HBO uma nova perspectiva sobre o amor em um mundo apocalíptico.

Sobre os personagens principais, é possível entender as multifacetas que representam tanto Joel quanto Ellie. Ele perde sua filha, Sarah, no início do surto pandêmico — vinte anos antes da trama —, o que torna perceptível a barreira entre ele e Ellie desde o primeiro encontro dos dois. Porém, com o passar dos episódios, nota-se a aproximação entre eles e o desenvolvimento de uma relação afetuosa de “pai e filha” que Joel acreditava ter perdido. Este vínculo vai se intensificando a cada novo desafio apresentado e é assertivamente demonstrado pela atuação de Pedro Pascal e Bella Ramsey.

A adaptação também chamou uma atenção detalhista quanto à fidelidade ao jogo. Diversas cenas foram reproduzidas de forma idêntica, fazendo uso dos mesmos diálogos e até o mesmo enquadramento. Grande parte disso se deve ao fato da equipe produtora do jogo — especialmente Druckmann e Mazin — estarem envolvidos na produção da série.

Apesar disso, houveram críticas por parte dos fãs do jogo em relação a pouca exploração dos Infectados, como as frequentes "hordas de zumbis”. Porém, havia, por parte dos diretores, a preocupação em não ser repetitivo e a necessidade de adaptação para televisão.

Opinião

Comparação entre cena no jogo e na série. Fonte Imagem 1: Wikihow | Imagem 2: The Last of Us - HBO Max
Comparação entre cena no jogo e na série. Fonte Imagem 1: Wikihow | Imagem 2: The Last of Us - HBO Max

A ausência da já conhecida e cansativa “horda de zumbis” e de um Joel “à prova de balas” cria uma atmosfera muito mais crível e dramática na obra. Tudo isso é combinado ao talento de Bella Ramsey, que tira completamente a Ellie de um papel passivo e prepara o espectador para o que está por vir. A criação de uma atmosfera de suspense e um novo take no estilo zumbi são os pontos essenciais para a fórmula de sucesso da série.

Outro ponto importante de The Last of Us é o jeito como Druckmann explora as diversas facetas de um mesmo personagem. Nenhum daqueles que se opõem aos personagens principais é inerentemente mau, mas sim só um ser humano lutando por sua sobrevivência e pela vida daqueles que ama. Tanto a série como o jogo se aprofundam na característica mais humana de todas: a busca por um motivo para sobreviver. A inevitabilidade da missão é a beleza da dramaturgia de Druckmann – e da HBO.

Depois de mais de 30 anos de história, o grupo é eternizado em documentário produzido por uma das maiores plataformas de streaming do mundo
por
Dayres Vitoria
|
24/11/2022 - 12h

Em 1988, surgia um dos maiores grupos de rap no Brasil. Mano Brown,  Ice Blue, KL Jay e Edi Rock, quatro amigos pretos, com vivências de periferias, que queriam levar as reflexões a respeito do país através de suas letras autorais para as próprias quebradas. Hoje, com mais de 30 anos de carreira, eles não deixam de fazer história. 

Inspirados pelo disco Tim Maia Racional, o síndico do Brasil, definiram juntos um nome para o grupo: “Racionais”. Já na década de 80, gravaram as primeiras músicas que entrariam para a coletânea Consciência Black - Vol. I, Tempos Difíceis e Pânico Na Zona Sul.  

Em 1990, lançam o primeiro EP, Holocausto Urbano e em seguida Escolha O Seu Caminho. Em ambas primeiras obras escritas pelo grupo, eles já abordavam os principais problemas que até hoje mais atingem as comunidades: a desigualdade social,  o racismo escancarado e a violência policial exacerbada direcionada às pessoas periféricas. 

Diretamente de São Paulo, os quatro integrantes são considerados por muitos os pais do hip hop no Brasil. Respeitados dentro e fora das periferias, são referências para aqueles com as mesmas origens, que possuem consciência de quem são e principalmente daqueles que almejam por mudanças significativas para si e para os semelhantes das favelas.

Agora, o legado de luta é eternizado também em formato documentário. "Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo", lançado em 16 de novembro pela plataforma Netflix, mostra as origens e ascensão do grupo.  No longa, os quatro mc’s “passam a visão” sobre a realidade do Brasil que tanto difundiram ao longo dos anos através do rap. A produção se trata de uma espécie de testamento para o estilo que acima de tudo é político. 

Hoje, com todos acima dos 50 anos e no auge, seguem fazendo shows pelo país e esgotando as bilheterias.

Entre os mais velhos e inclusive entre a nova geração, os prediletos do rap continuam sendo uma das referências máximas quando o assunto é “mandar a real” sobre Brasil.

A resistência do Brasil é sinônimo de existências com muita luta.
por
Luísa Ayres Dias de Oliveira
|
03/11/2022 - 12h

Resistência no Brasil sempre foi pauta de quem luta para existir. Para existir além das estatísticas, além dos números de vítimas do feminicídio, do ódio, do racismo, da homofobia, da intolerância. Para existir em vida, e não em lembrança.

Resistiram aqueles que sobreviveram à Covid-19. Mas não respiram mais aqueles que dependiam do oxigênio até seu último suspiro. Antes fosse todo esse luto da extrema direita, luto por essas vidas.

Resistiram aqueles que levantaram bandeiras coloridas, que brilhavam na Avenida Paulista. Infelizmente, muitos desses agora só brilham como estrelas de gente que se foi - e que não estará aqui para ver que o arco íris aparece depois da chuva.

Resistiram os de pele preta, de cabelo armado. Ora que ironia, quantos negros foram vistos armados sem arma na periferia? Foram acertados como alvos perfeitos por balas supostamente perdidas?

Resistiram os estudantes, aqueles que comiam merenda de menos de um real por dia. Aqueles que não sabiam mais se a educação ainda podia ser a saída. Eis aqui os que tinham medo de faculdades serem invadidas.

Resistiram também aqueles que desde que Brasil significa “vermelho como uma brasa”  assistem as florestas queimarem. Infelizmente, nem todos estarão aqui para um dia ver a mata poder respirar.

Enfim, resistiu o jornalismo. E mostrou que sempre existiu para esse fim. Que a caneta ainda é a arma mais poderosa e que a voz de um povo em meio a tanto silêncio pode incomodar.

Re – existir. Prefixo, aquilo que antecede.

Exist - ência – sufixo, aquilo que sucede.

E aqui estão sucessões daqueles que nos antecederam, que lutaram antes, que re (exisitiram) antes disso – que ficaram para a história depois de tudo isso.

Só quem viu as ruas com corpos nas valas e a fila do osso cheia, sabe o que significa, ao mínimo, ainda existir nesse país.  Só quem perdeu alguém para a Covid-19 sabe o prazer de respirar. Só quem espera 30 de outubro há 4 anos, sabe a importância de ir para a rua e gritar: Fora Bolsonaro! Só quem conhece bem o vermelho de sangue, sabe como ver os espaços públicos vermelhos – agora de esperança,  gratificante.

Foram 4 anos que reavivaram o que existe de pior na história do Brasil há mais de 500. E serão mais 4 em que, apesar da derrota nas urnas, o bolsonarismo ainda assombrará a democracia como uma alma penada – um espírito de alguém falecido, mas que não se conforma com tal condição. Uma figura que tem o poder de assustar e estar em todos os lugares.

E é por isso que se anseia que os tambores ainda toquem, que os chocalhos ainda evoquem, que os livros ainda contem e que o povo ainda provoque.

Que continuemos sendo resistência. Que o Brasil re (exista) nessa nova vigência.