Paywall: modelo de cobrança de assinaturas por conteúdo. (Foto: Reprodução/Dooder do Freepik)
“Exclusivo para assinantes” ou “Você já ultrapassou o limite de notícias gratuitas do nosso jornal” são expressões cada vez mais comuns quando se clica em um link de sites noticiosos. O paywall, traduzido do inglês, muro de pagamento, surgiu com o intuito de auxiliar os veículos de comunicação a monetizar suas atividades na internet devido ao declínio de leitores - e consequentemente, de renda - que houve nos últimos anos com o crescimento da web. Esse sistema de cobrança de assinatura por conteúdos digitais foi implementado de forma lenta, mas nos dias atuais, domina uma boa parcela da imprensa - tanto das grandes mídias, como das pequenas.
Durante muito tempo, o jornal impresso fazia parte da vida cotidiana dos brasileiros, mas com a chegada da internet, a maneira com que as pessoas se informam foi se modificando. Para acompanhar as mudanças constantes que acontecem no jornalismo, e para resgatar esse serviço financeiramente, os veículos de comunicação foram se adaptando e implementando o sistema do paywall. “Acredito que [o paywall] seja um método de salvar o jornalismo de uma decadência financeira, mas não concordo que seja o único” relata a estudante de jornalismo, Julia Rugai. Assinante de alguns jornais, ela declara que a crise pela qual o jornalismo está passando vai muito além da financeira, mas crê que esse sistema de assinaturas de cobrança possa aproximar o leitor das matérias que mais lhe interessam, e consequentemente dos jornais.
A professora e jornalista, Marlivan de Alencar, também relata que o paywall é uma maneira de manter o jornalismo, mas discorda da privatização total de alguns paywalls de jornais: "Esses modelos são muito radicais, não acredito que seja necessário”. Por outro lado, ela elogia os modelos híbridos desse sistema, e dá o exemplo do jornal El País. O modelo se caracteriza pelo nome de freemium, metade pago e metade grátis. Isso permite com que o público possa ler e checar se gosta das informações que estão atrás do muro, para assim, poderem assinar.
Print do paywall barrando uma matéria no site do jornal Estadão. (Foto: Reprodução/ Internet)
A busca pela notícia verdadeira tem sido cada vez mais urgente e necessária nessa nova era da desinformação. Segundo a pesquisa feita pela Câmara dos Deputados, no final de 2020 revelou que 79% dos brasileiros se informam principalmente pelo WhatsApp, já através do Youtube e Facebook aparecem com 49% e 44% respectivamente, deixando os sites oficiais de notícias com apenas 38% de buscas.
Queda durante a pandemia
No ano de 2018, ocorriam as eleições presidenciais e as disseminações de notícias falsas aumentavam regularmente através de correntes, post e tweets. A queda do paywall se deu durante a pandemia, uma decisão necessária e adepta por diversos veículos, com o intuito de que as notícias sobre a Covid-19 apuradas e embasadas proliferam mais que mentiras e boatos. A necessidade de informações verídicas sobre o assunto, incluindo os sintomas e as formas de prevenção, passaram a ser urgentes devido ao crescimento das fake news sobre o vírus, para assim ser possível combater injúrias sobre a doença ainda pouco conhecida .
Apesar de o jornalismo online ter se transformado em um grande negócio, ainda é possível se informar de graça. “Embora o paywall tenha problemas, eu realmente acredito que é possível estar bem-informado com informações gratuitas, porque hoje, nós temos uma quantidade maior de informações disponíveis que antes, que não estavam disponíveis para o grande público”, afirma Tai Nalon, cofundadora e diretora executiva do Aos Fatos, para o podcast Braincast.
Hoje em dia, com um celular na mão é possível acessar muitas plataformas online e se informar através delas. No ano passado, devido ao aumento de desinformação sobre a pandemia do Covid-19, o Twitter verificou a conta de muitos jornalistas, mostrando que os conteúdos compartilhados por essas pessoas são confiáveis, além disso colocou avisos embaixo de posts que poderiam conter informações falsas, com um redirecionamento para notícias verdadeiras.
Localizado no estado do Rio Grande do Sul, o campus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) soma-se aos alvos de interferências do governo Bolsonaro. Ao final do mês de fevereiro, Pedro Hallal - até então, reitor da UFPel - foi notificado através da Controladoria Geral da União, que estaria sofrendo um processo movido pelo órgão em razão de uma denúncia feita por um deputado bolsonarista. Tal investigação, aberta contra Hallal e o professor Eraldo dos Santos Pinheiro, nasceu a partir de críticas ao governo proferidas em uma transmissão ao vivo feita para os alunos no dia 7 de fevereiro.
Ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas e epidemiologista, Pedro Hall. (Foto: Charles Guerra/Divulgação)
Reitor da Universidade Federal de Pelotas até o ano de 2020, Pedro Hallal tornou-se referência no mapeamento do avanço da pandemia no território brasileiro, coordenando a pesquisa Epicovid. Agora, atuando como colunista na Folha de S. Paulo abordando ciência e saúde pública, Hallal não é visto com bons olhos por apoiadores do governo atual devido a sua postura ativa de críticas à conduta de enfrentamento da covid-19, adotada pela presidência do país.
A denúncia feita em decorrência de um posicionamento oposto ao governo em uma live para estudantes da universidade, foi mais um dos atos de perseguição contra o epidemiologista. Acusado por “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionado ao presidente da República”, o professor enxergou como desfecho para o caso, assinar um termo de ajustamento de conduta que o proíbe de fazer qualquer tipo de manifestação política dentro de ambientes universitários além de ter que atender a um curso de ética no serviço público.
Como defesa aos ataques dirigidos à universidade e aos professores mencionados, cientistas e acadêmicos, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), mobilizaram-se através de manifestos.
“Acho que foi um choque pra todo mundo ver dois professores da UFPel tendo que assinar um termo de ajustamento de conduta” diz Fabiana Cândido, estudante de direito da universidade. Fabiana complementa que, o caso demonstra como o governo segue à espreita, observando os movimentos dos docentes e discentes, pronto para intervir da forma que preferir. “Sinto, especialmente por parte dos docentes da universidade, que há no momento um clima de "medo", um receio de conseguir de fato exprimir suas opiniões.”comenta a estudante.
Fabiana aponta que desde 2019, a UFPel sofre por consequências do governo Bolsonaro. Segundo a mesma, quando houveram cortes nos repasses financeiros, os alunos, por vezes, tiveram que ter aulas no escuro como forma de economia além de terem ocorrido turbulências no momento em que o projeto Future-se - desenvolvido pelo MEC - esteve em discussão.
Um pouco antes do processo contra os docentes acontecer, a universidade preparava-se para a recepção de uma nova reitoria, escolhida através de uma eleição democrática. Em meados de novembro de 2020, todos já tinham conhecimento da chapa vencedora. No entanto, em janeiro deste ano, o corpo estudantil foi surpreendido com a notícia de que o reitor eleito através dos alunos, Paulo Ferreira Júnior, não seria acatado pelo governo.
Ao invés do primeiro nome colocado na lista tríplice, o presidente escolheu para se encarregar da reitoria, a professora Isabela Fernandes Andrade.
Universidade Federal de Pelotas, Imagem: UFPel Portal.
“Como estudante da UFPel, fiquei muito desconfortável com essa notícia, porque acredito que todas as universidades devem ter sua autonomia, principalmente as federais.” diz Regina Vieira, estudante de direito da universidade. “Se um governo está interferindo na democracia de uma universidade, até que ponto ele poderá interferir na democracia do país? São pequenos atos que nos levam a temer outras coisas” complementa.
Patrocinadas pelo presidente, duas medidas provisórias foram criadas para tentar modificar o formato de escolha dos reitores em uma tentativa de reduzir a autonomia das instituições. A primeira, em 2019, não agradou parlamentares e a segunda, em 2020, procurava autorizar nomeações sem a realização de consulta à comunidade. Ambas propostas não tramitaram.
Diante das tentativas de intimidação contra professores e reitores federais, há de se observar o reflexo desses atos nos alunos. “Não temos como estabelecer um termômetro para todos os estudantes, mas acho que quanto mais informado e engajado ao movimento estudantil, aos professores e a universidade em si, mais preocupadas essas pessoas estão.” avalia Fabiana Cândido. A estudante comenta que, assim como outros colegas, segue preocupada. “Não tanto com a troca da reitoria” pois, segundo ela, a universidade apresentou uma boa desenvoltura ao lidar com o caso, “mas com a incerteza política que nosso país está vivendo e como o governo Bolsonaro pode continuar afetando o funcionamento das universidades públicas federais.”
Cancelamento: o termo eleito, em 2019, pelo dicionário Macquarie, continua sendo pauta ainda nos dias de hoje, principalmente agora com a 21ª edição de Big Brother Brasil no ar. Essa cultura que vem crescendo nas redes sociais, sempre esteve presente na sociedade e gera diversos impactos psicológicos e grandes consequências aos afetados.
Apesar desse problema já estar escancarado, a hipocrisia das pessoas faz o cancelamento se intensificar e nos leva a cada vez mais longe de uma solução. Mas afinal, quem é o cancelador e o que o influencia a cometer atitudes extremamente agressivas?
Pensando em entender mais sobre essa figura e os impactos causados pelo cancelamento virtual, foi feita uma entrevista com a psicóloga Beatriz Pinto Bandeira Campos e uma pesquisa no Instagram.
Além disso, foram listados alguns tópicos que influenciam no cancelamento e encorajam o cancelador. Entre eles estão: o anonimato da internet; o senso de justiça; a busca por superioridade e o efeito manada.
Confira o vídeo aqui
O número de refugiados no Brasil vem crescendo a cada ano. Só no ano de 2018, segundo a Agência da ONU Para Refugiados (ACNUR) foram relatadas 80 mil solicitações de reconhecimento de condição de refugiado no Brasil. Os grupos de maior número entre as solicitações são os venezuelanos (61.681), que saíram do país devido à crise humanitária, e os haitianos (7.030), cujo fluxo de migração se intensificou após o terremoto que atingiu o país em 2010.
A lei brasileira considera refugiado todo indivíduo que está fora de seu país de origem devido a guerras, terremotos, miséria e questões relacionadas a conflitos de raça, religião, perseguição política, entre outros motivos que violam seus direitos humanos. Isso pode acontecer, por exemplo, quando a vida, liberdade ou integridade física da pessoa corria sério risco no seu país.
Para que o imigrante seja reconhecido como refugiado, é necessário enviar uma solicitação para o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). O processo de reconhecimento, que antes era mais burocrático e mais demorado, atualmente é feito no site do Ministério da Justiça, a partir do preenchimento do formulário que pode ser feito ainda no país de origem. Todas as etapas podem ser acompanhadas pela internet, mas para o processo começar a tramitar, o solicitante deverá comparecer pessoalmente a uma unidade da polícia federal.
Dentre a população refugiada reconhecida no Brasil, segundo o censo da ACNUR de 2018, a maioria se concentra nas faixas etárias de 30 a 59 anos (41,80%), seguido de pessoas com idade entre 18 a 29 anos (38,58%). Do total, 34% são mulheres e 66% são homens, ressaltando os sírios, os congoleses como nacionalidades em maior quantidade (respectivamente 55% e 21%).
Em janeiro de 2020, o Brasil tornou-se o país com maior número de refugiados venezuelanos reconhecidos na América Latina, cerca de 17 mil pessoas se beneficiaram da aplicação facilitada no processo de reconhecimento, segundo a Agência da ONU para Refugiados. As autoridades brasileiras estimam que cerca de 264 mil venezuelanos vivem atualmente no país. Uma média de 500 venezuelanos continua a atravessar a fronteira com o Brasil todos os dias, principalmente para o estado de Roraima.
Apesar de em grande quantidade, apenas 215 municípios têm algum tipo de serviço especializado de atenção a essa população. As maiores dificuldades encontradas por pessoas refugiadas são a adaptação com o mercado de trabalho, com o aprendizado do idioma, o preconceito e a xenofobia, educação (muitos possuem diplomas em seus países de origem que não são aceitos aqui no Brasil), moradia e saúde.
Covid-19 e o amparo aos refugiados
Diante de um quadro de crise em escala global, como o que acontece este ano com a pandemia da Covid-19, essa população de migrantes e refugiados, que já se encontram em extrema vulnerabilidade, conta com o apoio de poucas instituições voltadas especialmente para suas necessidades. Este é o caso da Missão Paz, uma instituição filantrópica de apoio e acolhimento a imigrantes e refugiados, com uma das sedes na cidade de São Paulo, como conta o padre Paolo Parise.
Nascido e criado na Itália, Parise atua desde 2010 na Missão Paz, atualmente como um dos diretores, e explica que esta instituição está ligada a uma congregação da Igreja Católica chamada Scalabrinianos, que atua com imigrantes e refugiados em 34 países do mundo. “Na região do Glicério - município do estado de São Paulo-, a obra se iniciou nos anos 30 e atualmente está presente em Manaus, Rio de Janeiro, Cuiabá, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Corumbá e outros lugares.”
Sua estrutura atual conta com a Casa do Migrante, um abrigo com capacidade de 110 indivíduos que são acolhidos com alimentação, material de higiene pessoal, roupas, aulas de português, acompanhamento de assistentes sociais e apoio psicológico; e o Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes (CPMM) que oferece atendimento e serviços voltados aos imigrantes, quanto aos seguintes temas: documentação e jurídico; trabalho, capacitação e cidadania; saúde; serviço social; família e comunidade. “Além disso, temos a área de pesquisa em parceria com a revista Travessia, que é o Centro de Estudos Migratórios (CEM), uma biblioteca especializada em migração e a WebRadio Migrantes”, completa Pe. Paolo.

De acordo com o diretor, o maior desafio enfrentado pela instituição, durante a pandemia, foi com a saúde dos refugiados, principalmente pela impossibilidade de viver a quarentena isoladamente, já que muitos vivem em ocupações ou em lugares com muitas pessoas concentradas. Ele ainda denunciou que, dentre tantas vítimas da Covid-19 em São Paulo, um dos grupos mais afetados foi o de imigrantes bolivianos, “muitos foram contaminados e muitos morreram”.
Diante de instabilidades políticas e econômicas, atualmente, sírios e venezuelanos são as principais nacionalidades afetadas que solicitam entrada no país. O que ratifica o Pe. Parise, “Falando pela Missão Paz, se você utiliza o termo ‘refugiados’, o maior grupo neste momento é de venezuelanos, sejam os que foram acolhidos pela missão paz, sejam os que estão entrando no Brasil. E depois encontramos outros grupos como da República Democrática do Congo. Mas se falamos de imigrantes, temos Colombianos, Bolivianos, Paraguaios, Peruanos, Angolanos e de outros países que estão recorrendo ao Brasil.”
Mesmo com mudanças críticas, no cenário jurídico e político brasileiro, para que esta população seja recebida no país e tenha seus direitos respeitados, ainda não se pode falar em auxílio do governo ou medidas diretas de apoio a refugiados e imigrantes.
Paolo relembra a criação de leis que têm beneficiado a população no Brasil. Uma delas é a lei municipal Nº 16.478 de 2016, onde o Prefeito do Município de São Paulo, Fernando Haddad, instituiu a Política Municipal para a População Imigrante que garantia a esses o acesso a direitos sociais e aos serviços públicos, o respeito à diversidade e à interculturalidade, impedia a violação de direitos e fomentava a participação social; e a outra é a lei federal Nº13.445 de 2017, ou a nova Lei de Migração, que substitui o Estatuto do Estrangeiro e define os direitos e deveres do migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada no País e estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante.
A Missão Paz se mantém através de projetos e dinheiro injetado pela congregação da Igreja Católica. “Neste momento, a Missão Paz não recebe apoio financeiro nem do município, nem do estado e nem do Governo Federal”, relata Parise. Durante a pandemia receberam ajuda da sociedade civil, “[A Instituição] Conseguiu muitas doações de pessoas físicas, de instituições, de campanhas, fosse em dinheiro, em cestas básicas ou kits de higiene pessoal”, e com 200 cestas básicas, por mês, da Prefeitura de São Paulo. Também receberam ajuda com testes de COVID em nível municipal.
A instituição filantrópica ainda conta com a ajuda de vários parceiros, como explica seu diretor “na área de incidências políticas, por exemplo, nós atuamos com a ONG Conectas Direitos Humanos, temos na área de refugiados um projeto com a ACNUR, estamos preparando outro com a OIM (Organização Internacional para as Migrações) e temos algumas ações com a Cruz Vermelha”.
Desde o começo do ano, já atenderam por volta de 7 mil imigrantes e refugiados, e, hoje em dia, tem por volta de 40 pessoas na Casa, o que representa ⅓ da capacidade total. Além disso, entregam de 50 a 60 cestas básicas a refugiados, diariamente, e ao redor de 60 a 70 que vão, por dia, procurar os serviços do CPMM. “Outras ações incluíram a disponibilização de atendimentos online, de aulas de português a atendimentos jurídicos, psicológicos ou serviços sociais, além de ajudar a completar aluguel, água ou luz daqueles que precisam da ajuda da instituiçã”, fala Padre Paolo.
Todo esse esforço e dedicação da instituição foi feito, sempre, visando seguir as normas de segurança e as indicações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Foram fornecidos a seus funcionários e a população migrante e de refugiados álcool para higienizar as mãos, máscaras e demais equipamentos e serviços de proteção e higiene.
Como qualquer outro país o Brasil também enfrenta diversos problemas sociais, um destes problemas é a exclusão de deficientes. Segundo levantamento do IBGE de 2010 o país tem 46 milhões de pessoas que declaram ter algum tipo de deficiência, este número equivale a 24% da população.
Este grupo da sociedade enfrenta barreiras todos os dias e são excluídos de atividades básicas do dia a dia, como em atividades escolares. O diretor de patrimônio da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) e cabo da polícia militar reformado Alexandre Miragaia de Araújo acredita que a sociedade em que vivemos está longe de ser inclusiva e que não podemos confundir a boa vontade de poucas pessoas com a tão sonhada inclusão “A exclusão já começa na infância com as súplicas de pais por uma vaga em escolas”. 
O também policial militar reformado e hoje presidente da Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) Antônio Figueiredo Sobrinho, acredita que aos poucos a sociedade está caminhando para uma maior inclusão, principalmente no trabalho já que existem os sistemas de cota, mas que ainda estamos longe de atingirmos a inclusão total. 
A sociedade infelizmente ainda enxerga os deficientes como incapazes e diferentes, muitas empresas preferem pagar a multa por não cumprir a lei de cotas do que contratar alguém que se declara deficiente. Na escola é a mesma coisa, as instituições não colocam seus alunos deficientes em eventos por julgarem que a criança é incapaz de se misturar.
Para Araújo e Figueiredo o poder financeiro ainda é um fator determinante da inclusão, ele que proporciona maior qualidade de vida, viabiliza a mobilidade e facilita o acesso a informações.
A falta de sensibilidade para o assunto também reflete na mídia. Araújo acha que a quantidade de reportagens sobre o assunto está se tornando constante, mas que ainda vemos uma quantidade enorme de ONGs e políticos serem representantes do assunto ao invés dos próprios deficientes que superam seus limites todo dia “Não nos sentimos representados por toda essa gama de pessoas”.
Figueiredo por outro lado acredita que os conteúdos das matérias são sempre superficiais “Falam de maneira que o conteúdo seja para beneficiar outros”, para ele esta minoria da sociedade ainda não tem crédito de valor.
O pouco interesse da sociedade sobre o assunto é uma realidade triste do Brasil, difícil vermos planos de governo que incluam medidas que irão beneficiar este grupo além de cotas. Há poucas medidas para a mobilidade nas ruas e estabelecimentos, o que dificulta o acesso e mantém as barreiras do preconceito. Araújo acredita que existe uma preocupação dos governantes, mas não se vê como programa de relevância “Não tem uma formatação de Leis com nossa realidade e ficamos na dependência de ações isoladas”.
Já Figueiredo acredita que a história está mudando e que não irá demorar muito para eles serem incluídos como pessoas normais na sociedade.
A luta pela inclusão é de todos nós e devemos cada vez mais nos preocupar em ter uma sociedade onde todos são vistos e tratados como iguais. O Brasil ainda tem uma grande caminhada e ela é agenda de todos.





