
O festival musical The Town começou neste sábado (02), no autódromo de Interlagos, em São Paulo, e se estende para os dias 03, 07, 09 e 10 de setembro. O primeiro dia contou com artistas internacionais e nacionais como Post Malone, Demi Lovato e Iggy Azalea, além de Racionais MC’s, Teto e Kayblack.
Idealizado pelos criadores do Rock In Rio, a família Medina, o evento pretende ser o irmão paulistano do festival carioca. Para a realização do projeto, foram investidos cerca de R$300 milhões, que se refletem não só no line-up de grande porte, mas também na guinada em infraestrutura do evento.
Como meio de chegada ao autódromo, foram disponibilizadas linhas de trem e metrô que estarão em operação pela madrugada, já que as vias foram bloqueadas pela organização e pela Polícia Militar, não sendo possível chegar de carro. O transporte público, porém, não amenizou a fila — muito pelo contrário. Internautas expressaram descontentamento com a demora na entrada do festival e a lentidão nas estações.
12h. Moro do lado do metrô, na linha vermelha. Ainda tô aqui. https://t.co/jrzU8kpaF5 pic.twitter.com/BDFv7bjKAk
— Matheus Izzo (@izzomrm) September 2, 2023
Trem que leva público para o The Town 2023 enfrenta problemas.
— José Norberto Flesch (@jnflesch) September 2, 2023
Falha elétrica atinge trecho entre as estações Jurubatuba e Bruno Covas - Mendes Vila Natal, da Linha 9-Esmeralda.
pic.twitter.com/abdiqqzN1W
Os trabalhos começaram com o show das gêmeas Tasha & Tracie convidando Karol Conká, com participação de Kyan e Rapper Gregory. Desde a primeira apresentação, é possível enxergar um objetivo claro na organização deste ano: a inclusão de artistas nacionais, principalmente do movimento hip hop brasileiro. Subiram no palco MC Hariel, MC Ryan SP, MC Cabelinho, Urias, Orochi, Caio Luccas, Azzy, Planet Hemp, Kayblack, Teto e Racionais MC's com a Orquestra Sinfônica de Heliópolis.
A chuva em São Paulo traz o cenário perfeito para o Racionais Mc's trazer uma performance histórica! 👑👋🏽
— Rap Dab (@portalrapdab) September 3, 2023
Intro "Jesus Chorou" (The Town) pic.twitter.com/HEKDPIBGiP
A relevância dos cantores foi comprovada com a animação da plateia durante os shows. Quando Orochi divulgou que a batalha do Tanque seria organizada por sua gravadora Mainstreet, o público vibrou, mas ao convidar ao palco Samurai e Johny, nomes reconhecidos pelo histórico em batalhas de rimas, o mar de gente foi à loucura. Durante o show de Criolo e Planet Hemp, a demonstração eram grandes Moshs (movimento onde o público fica em roda, pulam e batem cabeça) em meio a chuva.

O peso desses artistas estarem se apresentando na primeira edição do The Town é ainda maior ao enxergarmos pelas lentes da acessibilidade. O compartilhamento do mesmo palco que grandes nomes internacionais pisaram, também eleva o nome de cantores periféricos, abrindo espaço para que eles mesmos possam fazer suas reivindicações. "O show é 100% uma estética de funk, [...] pra representar todo povo de periferia, que veio de baixo, então pode ter certeza de que quem montou esse evento vai se sentir representado. Nós veio de baixo e hoje tá aqui com bagagem pra estar falando em emissora e representando", disse MC Hariel em entrevista ao canal Multishow, antes de subir ao palco.
“Esse palco inteiro tem todos os monumentos de São Paulo, só que eles esqueceram do que constrói todos esses (…) Então a gente colocou um barraco de favela espelhado ali também.”
— We In The Crowd (@weinthecrowd) September 2, 2023
Mc Hariel contando agora mais um pouco do show de abertura do Skyline. #TheTownNoGloboplay pic.twitter.com/RJQQ833k99
Dos cantores internacionais, Iggy Azalea foi a primeira a subir ao palco The One. Porém, segundo o portal da cantora no Brasil, o show acabou sendo encurtado por conta da chuva torrencial, fazendo com que a artista retirasse No Mediocre da setlist - música gravada no Brasil com participação de Mr. Catra. Apesar disso, internautas comentaram positivamente sobre a apresentação, mencionando o desejo de um show no Rock in Rio e da inclusão da música Switch na performance. A artista brincou em suas redes sociais sobre a situação, falando que foi sua apresentação mais caótica, mas também sua favorita.
I look like a wet rat 🥹😂😇
— IGGY AZALEA (@IGGYAZALEA) September 3, 2023
This was the most chaotic show I’ve ever done and probably my favorite.
Don’t even care what I looked like or how wet we all were it was just fun and I hope I get to see you all again soon.
Truly, I love you. Night. 🥰 https://t.co/U3Og1R3OtC
Único com trégua da chuva, o show de Demi Lovato foi uma atualização de sua apresentação no Rock In Rio do ano passado, já que o álbum Holy Fuck foi o mais explorado. Porém, ao iniciar com Confident (rock version), foi possível entender as atualizações: músicas antigas em novas versões rock, que serão a composição do REVAMPED, álbum anunciado para 15 de setembro. A principal surpresa foi o convite para Luísa Sonza subir ao palco para cantarem a recém lançada Penhasco2, onde Demi garante não apenas o português, mas também a demonstração de sua extensão vocal.
Demi e Luísa. 😍 Aqui está a apresentação completa de "Penhasco2" ao vivo no The Town.pic.twitter.com/i5COQLZo8D
— POPline 🎧 (@POPline) September 3, 2023
O carinho da artista ao público fica nítido durante toda a performance e é demonstrado até em seu figurino com as cores da bandeira brasileira. Mutuamente, seus fãs fizeram de tudo para estarem na grande quando a cantora colocasse o primeiro pé na coxia. Os relatos são de que utilizam fraldas para que não precisassem sair da grade durante a espera da artista. Ainda que Lovato tenha vindo apenas um ano após sua última estadia no país, ela parecia muito mais confortável no palco e apresentou um show ainda mais completo.
Post Malone, o principal cantor do primeiro dia, também volta ao Brasil após estar presente no último Rock In Rio, mas carrega a plateia através de seus hits desde o primeiro minuto de Better Now, música escolhida para iniciar o show. Durante a apresentação, os brinquedos do festival, como a tirolesa, roda gigante e montanha russa, foram desligados por conta da intensa chuva que ainda permanecia no local.

E para surpresa do público e do próprio Malone, ao atender o pedido de um cartaz que pedia para tocar uma música com o cantor. Daniel, um fã, subiu no palco principal Skyline e tocou violão perfeitamente, criando o ambiente para um dueto exclusivo de Stay no The Town. Em uma parabenização ao público por resistir à chuva, a apresentação foi finalizada com Congratulations às 00h50 de domingo.
Mas, após o clamor por bis, o cantor voltou ao palco para encerrar a primeira noite da inauguração do novo festival de São Paulo com a potência que apresentou durante toda a noite. Em meio a plateia, foram apresentadas Sunflower e Chemical, enquanto o artista era ovacionado ao terminar seu show.
ELE FOI PRA GALERA! Post Malone cantando “Sunflower” no #TheTown #TheTownNoTrack pic.twitter.com/khtV8qULjw
— Tracklist (@tracklist) September 3, 2023
No domingo (3), o festival traz Bruno Mars, que vem de um hiato de seis anos de shows aqui no Brasil, o que gerou esgotamento dos ingressos em algumas horas para as datas que contarão com a sua presença - o artista também se apresenta em 10 de setembro.
O cantor de "Just the Way You Are" tem como lançamento mais recente a colaboração com Anderson .Paak, e a banda Slik Sonic — mas ainda agita seu show solo com os maiores hits de sua carreira, prometendo deixar a paixão no ar do The Town.
O segundo dia do evento conta também com Bebe Rexha e com o DJ brasileiro Alok como destaques. A cantora americana, que se apresentou em terras brasileiras pela última vez no Rock In Rio em 2019, retorna com o lançamento de seu terceiro álbum BEBE, e a canção de enorme sucesso I'm Good (Blue), em parceria com David Guetta.
A maior cidade do Brasil não deixa a desejar quando o assunto é o que fazer. São Paulo possui uma diversidade cultural vasta e todo dia é possível encontrar algo diferente para fazer ou conhecer. Confira alguns programas que acontecem no mês de setembro para sair da rotina!
Shows
Nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 deste mês acontece o famoso festival The Town, que promete agradar a todos os gostos com Bruno Mars, Post Malone, Maroon Five, Foo Fighters e muito mais.
- Data: 2, 3, 7, 9 e 10/9
- Local: Autódromo de Interlagos
- Horário: Diversos horários
Paulinho da Viola faz sua turnê de 80 anos e passa em São Paulo no Espaço Unimed no fim do mês.
- Data: 30/9
- Local: Espaço Unimed
- Horário: 20h
A banda passa pela cidade com o show de encerramento da turnê de aniversário.
-Data: 16/9
-Local: Vibra São Paulo
-Horário: 21h
A música clássica vem com a Dellarte Concertos. Com músicos renomados e em um espaço tradicional da cidade, no Teatro B32, neste mês há apresentação disponível no dia 15 de setembro.
-Data: 15/9
-Local: Teatro B32
-Horário: 20h
Os concertos à luz de velas mais famosos da cidade continuam e neste mês o repertório inclui Coldplay, Tchaikovsky, Paramore, Adele e mais!
-Data: diversas datas
-Local: Theatro São Pedro, Frei Caneca, Teatro B32, etc
-Horário: diversos horários

A casa de shows Terra SP abrange diversos gêneros musicais! Xanddy Harmonia e Sorriso Maroto se apresentarão no espaço neste mês.
-Data: 3 e 22/9
-Local: Terra SP
-Horário: vários horários
Exposições
Conheça mais sobre um dos programas mais famosos do Brasil em uma exposição interativa e imersiva na cidade.
-Data: a partir de 20/9
-Local: Solar Fábio Prado
-Horário: à divulgar
Oscar Niemeyer - Linhas e Luzes
Participe de uma experiência imersiva que celebra a vida e obra do famoso arquiteto Oscar Niemeyer no shopping Bourbon.
-Data: várias datas
-Local: Bourbon Shopping São Paulo
-Horário: à partir das 11h
Teatro
Chega em São Paulo, a comédia musical que homenageia o famoso apresentador da TV brasileira. O espetáculo conta com ingressos a partir de 25 reais.
-Data: 24/9 a 1/10
-Local: Teatro Opus Frei Caneca
-Horário: 16h e 19h
A obra mais conhecida da companhia de comédia Os Melhores do Mundo chega aos palcos do Teatro Bradesco. A peça traz a cena de quando Hermanoteu e Isaac, nos portões do Egito, anunciam o momento universalmente conhecido em que Moisés abre o Mar Vermelho.
-Data: 23 e 24/9
-Local: Teatro Bradesco
-Horário: vários horários

A adaptação do best-seller de Augusto Cury acontece no Teatro Gazeta e conta a história de um homem que tenta cometer suicidio mas é impedido por um mendigo.
-Data: 9/9
-Local: Teatro Gazeta
-Horário: 22h
Lazer e diversão
Aproveite de um delicioso brunch enquanto assiste à apresentação de drag queens neste evento muito divertido que acontece no Sky Hall Terrace Bar.
-Data: 17/9
-Local: Sky Hall Terrace Bar
-Horário: 11h

Levantando o debate sobre o acesso à cultura pela população em situação de rua, o Museu da Língua Portuguesa e o Sesc São Paulo realizaram, entre os dias 16 e 18 de agosto, o primeiro Festival Internacional de Cultura e Pop Rua, afinal, como disse Titãs “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte". A iniciativa foi apoiada pela prefeitura municipal, por ONGs e entidades ligadas ao movimento pela garantia dos direitos das pessoas em situação de rua e aconteceu no centro da cidade.
O evento proporcionou debates sobre ações culturais para população de rua com experiências nacionais e internacionais. Além disso, contou também com estruturas para serviço veterinário, corte de cabelo e embelezamento, testes rápidos de saúde, tenda de alimentação e, é claro, muita apresentação artística.


















Os fãs da série ‘’Sex and the City " (1998-2004) e dos filmes homólogos (2008 e 2010), estavam empolgados para assistir a atriz britânica trazer de volta à vida a personagem Samantha Jones. Era sabido que seria apenas uma pequena participação no último episódio da segunda temporada, mas que já causava uma certa ansiedade nos espectadores, visto que Samantha sempre foi considerada a “queridinha” do público.

No capítulo, Carrie (interpretada por Sarah Jessica Parker) recebe uma ligação de Samantha (vivida por Kim Cattrall) - que se tornou a primeira aparição física da personagem no revival da série. Anteriormente, houve apenas uma pequena interação entre as duas — com mensagens de texto trocadas e uma coroa de flores mandada, de surpresa, no velório de Mr. Big (Chris Noth), na primeira temporada.
Kim, por sua vez, decidiu seguir outros rumos. Após ter revelado, em 2017, durante uma entrevista, para o jornalista britânico Piers Morgan, que ela e as protagonistas - Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis) nunca foram amigas, fez questão de frisar que Sarah não se esforçava em ser gentil e que a relação não era boa. Já em 2019, para o jornal ‘’The Guardian ", Cattrall afirmou “não quero estar em uma situação em que não me divirta nem por uma hora.” A atriz acabou não sendo convidada para reproduzir sua personagem no reboot de ‘’Sex and the City’’.

Neste ano, a série completou 25 anos, aumentando a pressão dos fãs para que a atriz repetisse seu papel — eram incontáveis tweets e hashtags diários implorando pela volta da personagem mais amada.
No final de junho/23, Kim participou do programa de televisão “The View” revelando que sua aparição especial de fato aconteceria e que estava programada para ser uma surpresa, mas que infelizmente a informação sigilosa foi vazada na internet meses antes de ir ao ar. Falou também sobre como recebeu o convite: “é muito interessante receber uma ligação do chefe da HBO dizendo: ‘O que podemos fazer?’”. E revelou as exigências que fez antes de aceitar, sendo uma delas ter a estilista de ‘’Sex and the City’’, Patricia Field, vestindo-a. Cattrall alegou que se fosse voltar teria que retornar com o estilo característico de Samantha.

Durante a cena de um minuto, alguns fãs notaram um easter egg — expressão usada para descrever uma referência inserida em jogos, filmes, e outros produtos de entretenimento. Samantha, num dado momento, quando questionada por Carrie se estaria falando com sotaque britânico (foi dito que a personagem estaria morando em Londres, por isso estaria ausente na vida das protagonistas) responde, em tom de sarcasmo, que não é a Samantha quem está falando, mas sim Anabelle Bronstein! A referência se dá por conta do alter-ego que a personagem vivida por Cattrall adotou na 6ª temporada de ‘’Sex and the City’’, quando Samantha se passa pela mulher britânica, cujo cartão de membro ela encontra no banheiro do Soho House - um clube exclusivo. A astúcia misturada ao sotaque britânico de Samantha funciona até que a verdadeira Annabelle informa ao clube que ela está em Londres há uma semana e não na cidade de Nova Iorque.
Nesta quinta-feira (24), a internet foi tomada por comentários elogiando a sua participação, pedindo por um spin-off de Samantha vivendo em Londres, ou para que a personagem retorne para a terceira temporada de ‘’And Just Like That’’ — que foi confirmada essa semana pelo autor e produtor executivo Michael Patrick King. O fato é que não sabemos que rumo a vida de Samantha terá na próxima temporada, mas existe uma certeza: que essa cena foi feita para acalentar os corações dos fãs fiéis da franquia, que pediram por muito tempo para que Cattrall pudesse reviver a personagem novamente.
O filme “Oppenheimer”, sobre o “pai” da bomba atômica lançada pelos EUA nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki, estreou no último mês de julho e, apesar de dividir a data com o sucesso de marketing “Barbie”, já acumula uma bilheteria global de US$ 174 milhões.

Reprodução Oppenheimer
Conquistando cada vez mais o público interessado no homem que se tornou o "destruidor de mundos" após sua invenção, o longa-metragem foi inspirado na obra biográfica “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer" (“Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu americano”, em português), de Kai Bird e Martin Sherwin, publicada em 2006, que conta a história do homem responsável por mudar os rumos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Quem foi Robert Oppenheimer?
Natural de Nova Iorque, Julius Robert Oppenheimer nasceu em 22 de abril de 1904 e pertencia a uma família judia com posses nos Estados Unidos. Em razão disso, ele e seu irmão Frank foram criados em ótimas condições financeiras.
Brilhante desde a juventude, Oppenheimer ingressou na Universidade de Harvard, na qual se formou em 1925 com especialização em química. Dois anos mais tarde, aos 23 anos, ele já era doutor pela Universidade de Göttingen, localizada na Alemanha, onde ficou conhecido por sua contribuição no estudo da física quântica.
Sentindo saudades de casa e a fim de expandir seus conhecimentos, Oppenheimer retornou aos Estados Unidos em meados de 1930 e passou a dar aulas focadas em física teórica na Universidade de Berkeley, na. Califórnia.
Eclosão da 2º Guerra Mundial e a criação do Projeto Manhattan
O ano era 1939 e Adolf Hitler havia invadido a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos só ingressaram oficialmente no conflito dois anos depois, em 1941, sob o governo do presidente Franklin D. Roosevelt. Com receio de que os países inimigos tivessem uma maior abundância bélica, os Estados Unidos encomendaram o desenvolvimento de uma arma até então nunca presenciada pela humanidade: o país iria construir sua própria arma nuclear.
Em 1942, a notícia de que os alemães haviam descoberto a fissão nuclear se espalha pelo mundo, aumentando ainda mais o medo dos Estados Unidos pela derrota. É neste momento que Oppenheimer recebe o convite para assumir a direção do Projeto Manhattan, criado para desenvolver a bomba atômica.
Com uma forte equipe de cientistas reunidos para auxiliá-lo, Oppenheimer inicia o projeto no deserto de Los Alamos, um polígono das Forças Armadas dos Estados Unidos localizado no estado do Novo México, onde foram construídos centros de pesquisa.
Depois de anos de trabalho, o físico e sua equipe realizam a primeira explosão de uma bomba atômica, no dia 16 de julho de 1945, nomeando a experiência de Trinity.
Após a explosão atômica, ocorreu no local um fenômeno chamado precipitação radioativa, que representa uma grave ameaça às pessoas, podendo contaminar a água e as plantas com partículas radioativas. Aqueles que ingeriram alimentos contaminados, sofreram as decorrências da contaminação na saúde, especialmente através do desenvolvimento de câncer, aborto espontâneo e deformidades nos fetos.
As consequências causadas pelo teste no deserto de Los Alamos não representaram uma preocupação para os Estados Unidos e, como o teste não havia sido um fracasso do ponto de vista militar, se tornou questão de tempo até o governo estadunidense usar a arma nuclear para atacar seus inimigos.
Segunda Guerra encerrada: "vitória americana"
Os dias seis e nove de agosto de 1945 ficaram marcados para sempre na história: apenas três semanas após a execução do teste Trinity, duas bombas atômicas foram lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. A primeira foi nomeada de Little Boy e a segunda de Fat Man.

Reprodução - Explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945).
Em entrevista para a AGEMT, a historiadora e professora de filosofia e sociologia Adriana Felice aborda os desfechos do conflito. "A intenção inicial do Projeto Manhattan era atingir a Alemanha com as bombas atômicas, mas como o país já havia assinado a rendição no mês de maio e o conflito ainda persistia na Ásia por resistência dos japoneses, o Japão acabou se tornando uma alternativa mais fácil para os Estados Unidos", afirma.
Os ataques resultaram na morte de mais de 200 mil pessoas nas duas cidades. Em contrapartida, os cidadãos americanos e aqueles que haviam contribuído para a invenção de Oppenheimer gritavam de felicidade pela “vitória” do país na Segunda Guerra Mundial.
Após o fim do conflito, os Estados Unidos se autodenominavam vencedores da guerra, com seu território intacto. A nação acabou se tornando a grande potência mundial que conhecemos atualmente. "Ao termos uma visão humanitária, percebemos que em nenhum conflito existem vencedores, todos saem destruídos", pontua Adriana.
A explosão das bombas Little Boy e Fat Man marcaram o fim da guerra, mas segundo Adriana, mesmo se elas nunca tivessem existido, o conflito não perduraria por muito mais tempo. "A guerra já estava em seu marco final. As bombas foram lançadas como uma represália ao Japão por mágoas guardadas desde o ataque à base naval de Pearl Harbor [1941]. Os judeus estavam sendo libertados e os países que foram invadidos pelos nazistas já estavam retomando suas atividades, as bombas foram a ‘cereja do bolo’ do conflito".
Após o ataque contra o Japão, Oppenheimer se revelou arrependido de sua própria invenção, tendo como principal fator as consequências irreparáveis das bombas atômicas. "Ele sempre teve conhecimento das consequências que sua invenção poderia causar, mas não tinha noção de como os Estados Unidos iria utilizá-la”, diz Adriana.
O físico se desligou do Projeto Manhattan e passou a lutar fortemente contra o uso das bombas nucleares e da corrida armamentista iniciada entre os Estados Unidos e a União Soviética.
"Companheiro de viagem" do partido comunista
A situação de Oppenheimer se tornou complicada quando ele passou a ser taxado como comunista pelo governo estadunidense.
Desde o seu retorno aos Estados Unidos, na década de 1930, Oppenheimer passou a apoiar financeiramente algumas instituições de esquerda e acreditava que a ideologia de direita, tão fortemente apoiada no país, era estúpida. Porém, mesmo com esse posicionamento político, o físico nunca foi membro do Partido Comunista, como estava sendo afirmado pelo governo estadunidense, mas sim apenas um simpatizante da causa.
Com as crescentes acusações contra o físico e pelo fato de não apoiar o uso de novas bombas atômicas, Oppenheimer começou a ser taxado como traidor do governo dos EUA, mesmo tendo servido ao país durante a guerra.
Subitamente, toda a admiração voltada ao físico se transformou em decepção e desconfiança, já que o governo tinha em mente que esse posicionamento de Oppenheimer contra o uso de novas bombas atômicas era uma forma de ceder "vantagens" à União Soviética. O grande problema em questão era a ideologia seguida pelo físico.
"Esse esforço em pintar o Oppenheimer como traidor da nação foi uma tentativa dos Estados Unidos de tirar o foco negativo do país após os ataques". A historiadora ainda pontua que os EUA foram os grandes articuladores dos conflitos, tanto da Primeira quanto da Segunda Guerra Mundial, e que não mediriam esforços para manter a imagem de "grande salvador" do mundo.
“Sabíamos que o mundo jamais seria o mesmo. Algumas pessoas riam, outras choravam… A maioria estava em silêncio. Agora, eu me tornei a morte. O Destruidor de Mundos. Acredito que todos nós, de uma forma ou de outra, nos sentimos assim.” Essas foram algumas das falas do físico durante o documentário "The Decision to Drop the Bomb" ( “A decisão de lançar a bomba”, em português), exibido em 1965.
Julius Robert Oppenheimer faleceu em 18 de fevereiro de 1967. O físico passou seus últimos anos de vida lecionando física, porém devido a um câncer na garganta e sem sucesso com tratamentos médicos, morreu aos 62 anos.
O filme se empenha em expor como a invenção da bomba atômica impactou a vida de Oppenheimer e do mundo, e é interessante acompanhar a forma como os Estados Unidos conseguiram reduzir o problema a uma questão ideológica e transformar o físico em um traidor da nação, não por suas ações, mas sim pelos seus ideais. As críticas positivas só aumentam e muitos já apostam na indicação de Cillian Murphy para o Oscar de melhor ator.