Congresso quer investigar as fraudes contra aposentados e pensionistas
por
Marcelo Barbosa
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28/05/2025 - 12h

Parlamentares da oposição ao Governo Lula fizeram um pedido formal, na terça-feira (13), para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O objetivo é examinar as irregularidades ocorridas nas folhas de pagamento associadas ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

O pedido foi feito após a Polícia Federal descobrir um esquema criminoso de fraudes e desvios de dinheiro nas aposentadorias do INSS. De acordo com a PF, o esquema ocorreu da seguinte forma: associações ofereciam serviços aos aposentados e falsificavam assinaturas para autorizar descontos na folha de pagamento do benefício. 

O relatório emitido pela PF indica que servidores públicos do INSS recebiam propina para o fornecimento de dados de aposentados. No total, é estimado que tenha acontecido uma fraude de mais de 6 bilhões de reais.

O pedido de CPMI foi protocolado pela ex-ministra de Jair Bolsonaro e atual senadora, Damares Alves (Republicanos) e pela deputada federal Coronel Fernanda (PL), do Mato Grosso. Elas conseguiram assinaturas de 223 deputados e 36 senadores – o suficiente para a abertura. Quem decide se a CPMI vai ser aprovada é Davi Alcolumbre, presidente do Senado. Caso seja aprovada, a comissão será composta por 15 deputados e outros 15 senadores. O grupo que irá compor a CPMI terá um orçamento de 200 mil reais e 180 dias para realizar as investigações.

Quem é investigado?

O pedido cita diferentes nomes supostamente envolvidos. Entre os de maior destaque está o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele foi indicado pelo Ministro da Previdência, Carlos Lupi. Stefanutto foi demitido no dia 23 do mês passado. Além dele, houve o afastamento de outros cinco funcionários públicos. No entanto, a PF apontou que a figura central do esquema é o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, que possui mais de 20 empresas associadas ao escândalo e que obteve movimentações milionárias nas contas particulares, que chegaram a 24,5 milhões de reais. 

Nomeada de “Operação Sem Desconto”, ela já está causando impactos internos no governo, que suspendeu os acordos de cooperação técnica, dando fim a organizações da sociedade civil que cobram mensalidades associativas descontadas de beneficiários do INSS.

A operação entrou em uma nova fase na quarta-feira (14). A Polícia Federal realizou, em Presidente Prudente, uma segunda fase da investigação. Dois empresários ficaram na mira, sendo eles um homem, que é assessor de uma associação, e a esposa dele. A PF alega que vai investigar a relação dessas pessoas com a Confederação Nacional de Agricultores Familiares Rurais.

O que será feito a partir de agora?

O INSS suspendeu todos os descontos e fez a promessa de que haveria uma devolução do dinheiro, sem detalhar como isso será feito. Desde então, o Governo passou a elaborar estratégias para conseguir fazer o reembolso para as vítimas. A primeira fonte de recursos serão os valores bloqueados das instituições investigadas.

 

Decisão unânime concede à ex-presidenta o valor máximo de reparação previsto em lei
por
Carolina Zaterka Ajzen e Luiza Zaccano
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26/05/2025 - 12h

Nesta quinta-feira (22), a ex-presidente Dilma Rousseff teve a anistia concedida pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Com a decisão, a comissão reconhece que Dilma foi perseguida sistematicamente pelo Estado brasileiro durante o regime autoritário (1964-1985), e oficializou um pedido de desculpas em nome do estado, assim como uma indenização de 100 mil reais. 

Criada em 2001, a Comissão de Anistia tem como principal função examinar e julgar pedidos de anistia política relacionados a perseguições ocorridas entre 1946 e 1988. A atuação da comissão se insere em um contexto amplo da justiça de transição, um conjunto de medidas adotadas para lidar com legados de violações de direitos humanos por regimes autoritários, incluindo reparação, memória, verdade e garantia de não repetição. A presidenta da Comissão, Ana Maria Oliveira pontua que “a anistia de 1988 é uma conquista democrática e um direito individual e coletivo em razão da violação dos direitos fundamentais promovida pelo estado autoritário por motivação política, não se trata de um gesto de clemência do estado”. 

Em sessão plenária realizada em Brasília, os 21 conselheiros do colegiado aprovaram, por unanimidade, o recurso apresentado por Dilma contra a decisão de 2022, que havia negado o reconhecimento. A presidenta da Comissão de Anistia, Ana Maria Lima de Oliveira, leu a portaria de reconhecimento e, em nome do Estado, pediu desculpas a Dilma “por todas as atrocidades” que lhe foram causadas durante o período ditatorial. Ana Maria agradeceu à anistiada por sua “incansável luta pela democracia brasileira e pelo povo brasileiro” – referindo-se ao apelido “coração valente” pelo qual Dilma ficou conhecida em sua trajetória de resistência. Esse pedido formal de perdão é parte importante do resultado, pois simboliza a reconciliação do Estado com uma cidadã que ele próprio torturou e perseguiu.

A indenização aprovada, de R$100 mil, corresponde ao teto previsto pelas diretrizes atuais da Comissão de Anistia. O relator do caso, conselheiro Rodrigo Lentz, justificou seu voto alegando que a indenização corresponde ao período de 1969 a 1988, totalizando 20 anos de perseguição reconhecidos oficialmente. O cálculo considerou o tempo em que Dilma ficou impedida de trabalhar e estudar devido à repressão. Nos bastidores, sabe-se que o pedido original apresentado por Dilma em 2002 pleiteava uma pensão mensal vitalícia de R$ 10,7 mil, valor equivalente ao salário que ela deixou de receber na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, FEE-RS, ao ser forçada a se demitir em 1970. Caso esse benefício retroativo fosse concedido integralmente, a União teria que desembolsar cerca de R$ 2,8 milhões em pagamentos acumulados.

Entretanto, alterações normativas implementadas nos últimos anos estabeleceram limites mais baixos. Atualmente, a reparação máxima para anistiados políticos é justamente de R$ 100 mil em cota única, ou, alternativamente, R$ 2 mil mensais. A comissão também determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realize uma suspensão do período de afastamento de Dilma do serviço público para fins de aposentadoria, evitando dupla pensão com eventuais reparações já obtidas em outras instâncias.

O caso de Dilma Rousseff já havia tido desdobramentos no Poder Judiciário. Em 2023, a Justiça Federal em Brasília reconheceu que a ex-presidente Dilma Rousseff foi anistiada politicamente, em uma ação movida por ela, e determinou que a União pagasse R$ 400 mil por danos morais. No entanto, a pensão mensal retroativa foi negada, pois seria um benefício a ser tratado em instâncias administrativas.

Além disso, Dilma já havia sido reconhecida como anistiada em nível estadual, recebendo indenizações nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando cerca de R$ 72 mil. A ex-presidente tem direcionado esses recursos para institutos e projetos sociais, não utilizando o dinheiro para fins pessoais.

A trajetória de Dilma, durante a ditadura, ilustra o perfil das perseguições políticas promovidas durante o regime militar.  Após o golpe civil-militar de 1964 e o aprofundamento do autoritarismo, Rousseff ingressou em organizações que se posicionaram contra o regime, como a Política Operária (POLOP), e, posteriormente, a VAR-Palmares. Em 1969, devido à repressão política, ela foi forçada a abandonar seus estudos de Economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e entrar na clandestinidade, prática recorrente entre militantes perseguidos, especialmente após o Ato Institucional número 5, promulgado em 1968.

Em 1970, a ex-presidenta foi capturada pelos militares e submetida a torturas físicas e psicológicas aplicadas por agentes do Estado a serviço de órgãos como a Oban (Operação Bandeirante) e o DOPS. Os métodos empregados incluíam pau de arara, choques elétricos e outros que se enquadram como crimes contra a humanidade. Condenada a mais de seis anos de prisão pelo Superior Tribunal Militar (STM), teve seus direitos políticos suspensos por dez anos. A condenação ocorreu em um contexto de judicialização da repressão, em que o processo legal era sistematicamente ignorado em nome da doutrina de segurança nacional. Em 1972, a pena foi reduzida, mas isso não representou o fim da perseguição, já que ex-presos políticos continuavam a ser vigiados.  

A Lei da Anistia, promulgada em 1979 sob pressão de amplos setores da sociedade civil, foi celebrada como marco da transição democrática, pois possibilitou o retorno de exilados e o perdão a perseguidos políticos. No entanto, sua formulação ambígua incluiu também o perdão a agentes do Estado envolvidos em graves violações de direitos humanos, como tortura, desaparecimentos forçados e execuções sumárias. Essa chamada “anistia recíproca” foi fortemente criticada por entidades de direitos humanos por gerar uma assimetria perversa: enquanto as vítimas lutavam por reparação, seus torturadores recebiam o mesmo benefício jurídico, perpetuando um quadro de impunidade institucionalizada.

Dados da Comissão de Anistia e do Ministério da Justiça revelam que, até o final de 2023, pelo menos 4.514 membros das Forças Armadas haviam sido anistiados. Esses números reforçam a dimensão controversa da Lei de 1979 e demonstram como ela foi utilizada para blindar juridicamente os agentes da repressão, dificultando avanços na responsabilização penal e na construção de uma justiça de transição plena.

A Comissão de Anistia, criada pela Lei nº 10.559/2002 e vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, foi uma tentativa de corrigir parte dessa assimetria histórica. Sua função é reconhecer e reparar perseguições políticas mediante comprovação documental e testemunhal, observando critérios técnicos e jurídicos. Contudo, mesmo esse espaço institucional tem sido alvo de disputas ideológicas ao longo dos diferentes governos, o que reflete o quanto a memória da ditadura segue sendo campo de disputa política no Brasil contemporâneo.

O pedido de anistia de Rousseff foi protocolado em 2002, mas por razões éticas e para evitar conflitos de interesse, ela solicitou que o processo fosse suspenso enquanto estivesse em cargos públicos como ministra e presidenta da República. Em 2016, o seu pedido voltou à tramitação, mas em 2022, durante o governo Bolsonaro, o pedido foi negado. Dilma recorreu da decisão, insistindo na reparação e reconhecimento da perseguição e tortura política que sofreu. 

Com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, foi nomeada uma nova composição para a Comissão de Anistia, com o objetivo de restaurar sua função original de justiça. A medida visava neutralizar a politização promovida durante o governo de Jair Bolsonaro, período que a comissão passou a rejeitar sistematicamente pedidos de anistia. 

Com a decisão unânime, Dilma Rousseff passa a fazer parte oficialmente da lista de anistiados políticos do Brasil, que inclui milhares de pessoas perseguidas durante a ditadura e reconhecidas pelo Estado brasileiro desde a redemocratização.
 

Pena inclui prisão, cassação do mandato e indenização milionária
por
Carolina Zaterka e Luiza Zaccano
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20/05/2025 - 12h

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia, condenou, no dia 14 de maio, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar. A condenação se deu em razão da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação coordenada com o hacker Walter Delgatti Netto.

Zambelli e Delgatti foram condenados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. De acordo com a acusação, os dois coordenaram ataques aos sistemas do CNJ com o objetivo de desacreditar o Poder Judiciário e incitar comportamentos antidemocráticos. A deputada teria orientado o hacker a invadir o sistema e inserir documentos falsos, como ordens de bloqueio de valores milionários e até um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O ministro ressaltou a premeditação e a censurabilidade das condutas de Zambelli,  que “agiu de modo premeditado, organizado e consciente” para atingir as bases do Estado Democrático de Direito, atentando deliberadamente contra a Justiça brasileira. A PGR aponta que os ataques coordenados "possuem gravidade acentuada e tinham o propósito espúrio de desestabilizar as instituições republicanas".

Delgatti, que está cumprindo prisão preventiva, recebeu a pena de 8 anos e 3 meses em regime fechado. O hacker é considerado réu confesso e foi responsabilizado por efetivar as invasões e adulterações no sistema do CNJ conforme o plano atribuído a Zambelli. Ambos os acusados terão que pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

 


O hacker Walter Delgatti Netto ao lado da deputada Carla Zambelli — Foto: Reprodução/Redes sociais


As investigações realizadas pela PGR indicam que Carla Zambelli teve papel central durante o ataque cibernético, sendo considerada o cérebro da invasão. Em seu depoimento, o hacker explica como acessou ilegalmente plataformas judiciais ao longo de 2022 e 2023, manipulando registros e despachos para criar documentos fraudulentos, como decisões e ordens judiciais falsas. Ele também afirmou para a Polícia Federal que foi procurado por Zambelli e que recebeu dinheiro da deputada, o que ela nega. 

Zambelli questionou as declarações do hacker, afirmando que ele apresentou seis versões diferentes à Polícia Federal. Em coletiva de imprensa, negou envolvimento e ironizou a acusação: “Não iria, de forma alguma, brincar de fazer invasão ao CNJ, de mandar prender o ministro Alexandre de Moraes com um documento assinado por ele próprio. Assim, é tão ridículo que, como disse a ministra Carmen Lúcia, seria burrice. Eu não colocaria meu mandato em risco por causa de uma brincadeira sem graça.” 

 


Carla Zambelli durante coletiva de imprensa  — Foto: Lula Marques /Agência Brasil


Em 2023, Delgatti já foi preso por outros crimes cibernéticos, incluindo invasão de contas no Telegram e falsificação de um comunicado de golpe de Estado em nome de militares. O STF considerou essa reincidência ao julgar o hacker, mas aplicou uma pena menor do que a de Zambelli, pois ela exerceu uma posição de liderança no esquema e violou de forma mais grave a confiança pública, em razão de ser agente política eleita.

Mesmo com duas condenações já proferidas, nenhum outro réu foi responsabilizado diretamente no âmbito deste caso. No entanto, durante as investigações, foi descoberto que Delgatti chegou a produzir documentos falsos envolvendo terceiros sem o conhecimento direto de Zambelli, como um alvará de soltura falso para um parente do hacker. A defesa de Carla usou esses fatos para argumentar que nem todas as ações de Delgatti foram solicitadas por ela.

Com a decisão feita pela Turma do STF, os advogados de Carla Zambelli ainda têm a possibilidade de recorrer dentro do Supremo Tribunal Federal. O próximo passo é a publicação do acórdão, um documento oficial que resume o julgamento e os argumentos dos ministros. Após a publicação, abre-se o prazo para a apresentação dos embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado para questionar pontos obscuros ou contradições no acórdão. No entanto, esse recurso não permite discutir a decisão em si, apenas questões formais.

Uma vez que a condenação foi unânime, não será possível recorrer, entrar com embargos infringentes ou de divergência, recursos utilizados quando ainda há votos divergentes entre os ministros. Em suma, as opções recursais ficam bastante limitadas. Ainda que os recursos não sejam analisados de imediato, a execução da pena permanece suspensa até o trânsito em julgado.

Durante esse período, Carla Zambelli permanece em liberdade e pode continuar exercendo normalmente suas funções como deputada federal por São Paulo. Ela mantém todos os direitos e benefícios decorrentes do cargo, salvo se a Câmara dos Deputados decidir adotar alguma medida antes do trânsito em julgado da condenação.

A possibilidade de a Câmara agir politicamente antes da decisão definitiva ainda está em debate. A Constituição Federal, em seu artigo 55, inciso VI, estabelece que perderá o mandato o parlamentar condenado criminalmente com sentença transitada em julgado — ou seja, após o esgotamento de todos os recursos. A perda do mandato, nesses casos, deve ser declarada pela maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados. Entretanto, o STF tem entendimento consolidado de que a perda dos direitos políticos e, consequentemente, do mandato parlamentar ocorre de forma automática após a condenação definitiva, sem necessidade de deliberação pelo Legislativo.

Após a conclusão dos recursos, é possível que o Supremo notifique a Câmara para efetivar a perda do mandato, sem margem para questionamentos. No entanto, caberá à Mesa Diretora da Câmara formalizar a cassação do mandato de Zambelli, o que pode gerar atritos entre os Poderes caso haja resistência por parte dos deputados em acatar a decisão judicial automaticamente.

Além disso, a parlamentar terá que enfrentar as implicações eleitorais de sua condenação. A Lei da Ficha Limpa estabelece que condenações criminais confirmadas por órgão colegiado torna o condenado inelegível por 8 anos após o cumprimento da pena. No caso da deputada, sua inelegibilidade já foi determinada pelo STF, mas seus efeitos se concretizam com o encerramento definitivo do processo e, por conseguinte, a perda do mandato. Com isso, ela ficará impedida de disputar eleições durante esse período, salvo se obtiver êxito em um recurso extraordinário que reverta a condenação.
 

Em novo plano diretor, a Prefeitura de São Paulo determinou a desativação do “Minhocão” a partir de 2029.
por
Julia Sena
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19/05/2025 - 12h

Por Julia Sena 

Popularmente conhecido como “Minhocão”, o Elevado Presidente João Goulart é uma via expressa elevada que liga a zona oeste de São Paulo até a zona central, a construção é centro de um debate antigo: o que fazer com uma obra que é símbolo de exclusão social, mas tenta se reerguer em um processo de revitalização? 

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Elevado Presidente João Goulart. Foto: Julia Sena/AGEMT 

O projeto do antes batizado Elevado Presidente Costa e Silva foi idealizado pelo arquiteto Luiz Carlos Sangirardi e construído no início da década de 1970 durante o mandato do então prefeito Paulo Maluf, nomeado pela Ditadura Militar. O objetivo da obra era facilitar a mobilidaded aqueles que tinham carros, além de um claro interesse político de Maluf ao deixar sua marca com uma obra grandiosa, independente dos impactos negativos que pudesse trazer para a região.  

A poluição, tanto sonora quanto atmosférica, e a degradação dos arredores desvalorizaram a região, o que possibilitou a uma parcela da população de baixa renda morar nos edifícios mais precárias, nos arredores do elevado e, muitas vezes, mais perto de seus trabalhos. 

O futuro do Minhocão e o lazer que mascara uma realidade precária 

Desde 2016, aos finais de semana, o Minhocão se transforma. Fechado para a passagem de carros, o espaço se vira um ambiente de lazer, funcionando como pista de corrida, ciclismo e skate; além de abrigar espaços para leitura, e a prática de jogos de tabuleiro. Devido às coloridas empenas gigantes dos prédios que margeiam a via, o elevado também se tornou uma galeria de arte a céu aberto. Pedro Teixeira é jornalista, e nos dias de folga prática corrida no local, “a solução de revitalizar o espaço para o lazer parece ser muito boa, mas com certeza serve como uma máscara que tira o destaque dos principais problemas aqui do centro”, pontuou.  

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Túnel sob o Elevado Presidente João Goulart, que conecta o centro com o bairro da Bela Vista. Foto: Julia Sena/AGEMT 

No Plano Diretor de São Paulo, aprovado em 2024, está prevista a desativação do Minhocão até 2029. As opções em debate são a sua demolição ou a transformação definitiva em um parque elevado. As alternativas levantam um questionamento para especialistas e moradores: quem vai, de fato, aproveitar esse novo espaço? 

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Renata Falzoni em entrevista coletiva na Escola da Cidade, no centro de São Paulo. Foto: Julia Sena/AGEMT 

Para a arquiteta, jornalista e vereadora do PSB Renata Falzoni os futuros planos da prefeitura envolvendo o Elevado João Goulart são perigosos e se encaixam dentro de uma política de higienização. “Qualquer melhoria na região do Minhocão vai gentrificar, por que quando o Elevado foi construído na década de 1970, as pessoas venderam os seus apartamentos a preço de banana para uma população que não teria dinheiro para comprar um apartamento novo em um minhocão renovado.”, explicou.  

Antes de bater o martelo sobre o destino do Minhocão, é preciso pressionar a prefeitura para a criação de um plano que garanta a permanência da população que conviveu com todas as suas desvantagens da obra nos seus anos de existência. “As pessoas que estão lá tem que conseguir ficar e, claro, temos que ter políticas de habitação social e acolhimento a quem está em situação de rua.”, lembrou a vereadora.  

Segundo dados divulgados pela Folha de São Paulo em 2005, os gastos para demolição do Elevado João Goulart seriam estimados em R$ 80 milhões - o que corrigido para a inflação atual equivaleria a aproximadamente R$230 milhões.

 

Discursos nacionalistas, conservadorismo extremo e ataques às instituições democráticas voltaram a ganhar força em diversos países
por
Lueny Gomes Batista
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13/05/2025 - 12h
Bolsonaro em manifestação de sua anistia Foto: / Reprodução: AFP
Bolsonaro em manifestação de sua anistia Foto: / Reprodução: AFP

Movimentos de direita radical têm ampliado sua presença em diferentes partes do mundo. Na Europa, Estados Unidos e Brasil, partidos e líderes políticos com pautas conservadoras, nacionalistas e críticas às instituições democráticas vêm crescendo em influência e eleitorado. Na Europa, por exemplo, partidos como a National Rally, de Marine Le Pen, na França, e o Fidesz de Viktor Órban, na Hungria, têm conquistado cada vez mais apoio. Segundo levantamento da consultoria europeia Europe Elects, partidos de direita populista estão entre os mais votados em países como Itália, Polônia, Suécia e Alemanha. Os discursos mais frequentes incluem críticas à imigração, defesa de valores tradicionais e oposição à União Europeia.

Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump segue como principal figura da ala conservadora. Trump mantém apoio expressivo dentro do Partido Republicano desde a invasão ao Capitólio por apoiadores do ex-presidente evidenciando a polarização política no país. No Brasil, a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, representou o fortalecimento de uma direita mais radical. Seu governo foi marcado por embates com o judiciário, declarações polêmicas e forte presença nas redes sociais. Em 2022, Bolsonaro perdeu a reeleição, mas seu grupo político continua ativo, com destaque em bancadas no Congresso Nacional e grande engajamento digital.

Segundo o historiador Eliel Filho, professor e graduado em História, em entrevista à AGEMT, um dos fatores que explicam esse crescimento é a dificuldade de comunicação entre gerações. “A geração dos trinta anos — a última a vivenciar diretamente os reflexos das lutas anteriores — não conseguiu repassar de forma efetiva os aprendizados políticos às novas gerações”, afirma Eliel.

Para ele, isso contribuiu para o enfraquecimento da educação política e do engajamento social, onde a fragmentação da esquerda tem dificultado a resposta a esses movimentos. “Enquanto a direita tem conseguido se fortalecer por meio da coesão entre partidos de pensamento alinhado, a esquerda ainda encontra dificuldades nesse sentido. A unificação em torno de ideias comuns é urgente”, ressalta Eliel.

De acordo com o historiador, o uso estratégico do humor nas redes sociais (memetização) também tem sido uma ferramenta eficaz da extrema direita para ampliar sua presença entre os jovens. “A linguagem das redes foi dominada com mais eficiência por esses grupos, que usam memes e vídeos curtos para atrair e fidelizar públicos”, explica. Levantamentos de institutos como o Pew Research Center e a Fundação Bertelsmann mostram que, em diferentes países, cresce a desconfiança nas instituições políticas e nos meios de comunicação tradicionais. Em paralelo, indicadores econômicos apontam como aumento da desigualdade e do desemprego em períodos de crise, como durante e após a pandemia de Covid-19,  intensificam a polarização política, criam um ambiente mais propício à disseminação de discursos radicais.

 

Ex-coach tenta emplacar candidatura após tentativas frustradas de disputar eleição em 2022
por
Beatriz Barboza
Luenir Gomes Batista
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14/09/2024 - 12h

 

Foto: Reprodução Facebook / @PabloMarcall

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com o perfil dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que pontuaram acima de 5% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato Pablo Marçal, do PRTB.

No dia 4 de agosto, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) oficializou o nome de Pablo Marçal na disputa à Prefeitura da cidade de São Paulo. De acordo com o candidato, o partido foi o único que aceitou colocá-lo na corrida eleitoral

O evento de lançamento da campanha aconteceu na Max Arena, localizada no bairro da Mooca, na zona leste da capital. O local escolhido para sediar a convenção se propõe moderno, tecnológico e possui uma decoração futurista, que reflete as propostas do novo candidato. “Vamos levar São Paulo para 2050”, afirmou em seu discurso de abertura, sugerindo que o local é o que ele pretende colocar em prática no seu governo, se eleito. 

Marçal anunciou Antônia de Jesus (PRTB) como candidata à vice-prefeita. O empresário afirmou que sempre buscou uma mulher para compor a chapa e que a vice escolhida compartilha de suas causas e que, assim como ele, “acredita no povo”. 

Jesus é policial militar, natural da Bahia, mas reside no bairro de Pirituba, na zona norte de São Paulo, há 22 anos. A militar, única candidata negra na disputa, teve suas características destacadas por seu parceiro de chapa que a apresentou como “policial, católica, negra e nordestina”. 

 

Quem é Pablo Marçal? 

Nascido em Goiás (GO), em 18 de abril de 1987, Pablo Henrique Marçal tem 37 anos e é filho de uma empregada doméstica com um funcionário público. Sua carreira profissional teve início aos 18 anos, com o cargo de atendente de call center na antiga Brasil Telecom, onde atuou por sete anos até deixar a empresa como líder de Recursos Humanos (RH).

Com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, o empresário é conhecido por ministrar palestras motivacionais e cursos sobre como ganhar dinheiro. O influenciador se diz cristão, é casado com Ana Carolina Marçal, pai de quatro filhos, e expõe sua rotina de “homem bem-sucedido e conservador” nas redes sociais. 

Foto: Reprodução/Instagram

O ex-coach é o candidato mais rico na disputa pela chefia executiva de São Paulo. Segundo a plataforma de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu patrimônio é avaliado em cerca de R$169,5 milhões, divididos em aplicações, investimentos e participações societárias, além da posse de um terreno e imóveis em Goiás e São Paulo. 

 

Controvérsias de Marçal 

Em 2022, com discursos pautados no ultraconservadorismo neoliberal, Marçal se candidatou à presidência pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O candidato encontrou resistência dentro do próprio partido, dividido entre o apoio à oficialização de seu nome na disputa, e o apoio ao candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As divisões internas e a falta de apoio inviabilizaram a disputa da corrida presidencial, que mais tarde foi indeferida pelo TSE. O partido integrou a Coligação Brasil da Esperança, em apoio ao atual presidente, Lula da Silva (PT), e Marçal declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). 

O empresário chegou a doar R$100 mil para campanha do ex-presidente e participou de reuniões com sua equipe para ajudar com estratégias da campanha digital. 

 

Foto: Reprodução/Instagram

 

Ainda filiado ao PROS, Marçal se candidatou a deputado federal pela capital paulista. Em setembro, dois meses antes das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou o registro de sua candidatura devido à falta de documentos. 

O empresário, no entanto, concorreu sub judice e foi um dos 20 candidatos mais votados em todo o Brasil, com 243.037 votos. Marçal foi eleito, mas Ricardo Lewandowski, então ministro do TSE, indeferiu sua candidatura, o que o impediu de assumir sua cadeira no Congresso Nacional. 

 

Os processos de Marçal 

Durante a campanha, Marçal tem sido alvo dos adversários por causa de supostas ligações entre integrantes do PRTB e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No início de agosto, a “Folha de S. Paulo” revelou áudios em que Leonardo Avalanche, presidente do partido, afirma ter ligação com o PCC.

Na gravação, Avalanche afirma ter sido responsável pela soltura de André do Rap, um dos chefes da organização, preso por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. O traficante foi solto em 2020, depois de ter um habeas corpus concedido pelo ministro do supremo tribunal ( STF) Marco Aurélio Mello. Pablo Marçal, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, negou as suspeitas de ligação de seu partido à facção.

O influenciador também já foi condenado por participar de uma quadrilha de golpes. Segundo registros do processo na 11ª Vara Federal de Goiânia, Marçal foi temporariamente detido em 2005, com 18 anos, por participar de uma quadrilha que realizava fraudes bancárias.

Em 2010, ele recebeu uma sentença de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado (conforme o artigo 155 do Código Penal) da Justiça Federal. Somente em 2018, um recurso foi avaliado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Devido à demora do tribunal em analisar o caso, ocorreu a prescrição da pena, o que significa que Marçal, mesmo considerado culpado, não precisou cumprir a sentença.

Em junho de 2023, um seguidor de 26 anos morreu após uma maratona de 42km organizada por um grupo empresarial de Pablo Marçal, em Alphaville, São Paulo. Em uma publicação nas redes sociais, o ex-coach alegou que não participou da promoção da corrida e reforçou o diagnóstico de uma doença pré-existente. O caso foi levado para o 2° DP de Barueri que registrou o caso como “morte suspeita".

Marçal tornou-se conhecido por um ”evento de superação e desafios extremos”, realizado em 2022. Na ocasião, o ex-coach levou um grupo de 60 seguidores, sem preparo físico, ao pico da Montanha dos Marins, em São Paulo, em condições climáticas adversas, com neblina e chuva intensa. 

Apesar dos riscos, o influenciador insistiu em continuar a subida, e alguns membros do grupo relataram momentos de pânico. “Eu não mandei ninguém subir! E fui na frente, subi e resolvi”, disse Marçal, em entrevista ao Domingo Espetacular, na Record.

O grupo não conseguiu finalizar a expedição e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Paulo Roberto, chefe da operação de resgate, afirmou ao G1 que “essa foi a pior ação já feita no Pico dos Marins”. A subida da montanha é recomendada apenas nos períodos de estiagem, com guia e equipamentos de segurança.

 

Cortes do Marçal 

Desde as eleições de 2022, Marçal oferece pagamentos a seus seguidores pela replicação de vídeos nas redes sociais, com cortes de suas falas em debates e entrevistas, com o objetivo de impulsionar sua campanha na web. 

A estratégia do influenciador, conhecida como “Cortes do Marçal”, foi questionada pela Justiça Eleitoral por suposto financiamento de postagens com recursos não contabilizados. Este ano, as redes sociais do candidato foram temporariamente derrubadas pelo uso indevido destes vídeos, utilizados em ataques a adversários.

“Eu pago 200 pau toda semana e vai aumentando, pelas visualizações. Não sou eu quem impulsiona, eu ensino os caras a cortar. Taí nos stories, quem estiver assistindo pode ir lá no Pablo Marçal e fazer 10 mil por mês, 20. Tem moleque fazendo 400 mil por mês com os meus cortes", disse o candidato em postagens do TikTok.

No site oficial do TSE, o extrato de prestação de  contas eleitorais de Pablo Marçal aponta que o investimento em pesquisas ou testes eleitorais é de R$40 mil, enquanto as despesas para o impulsionamento de conteúdos online são de R$82 milhões. 

O alcance e engajamento do candidato do PRTB nas redes sociais é superior aos números atingidos pelos demais concorrentes, podendo compensar a falta de estrutura política em sua campanha.

Após uma ação movida pelo PSB, em agosto de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), suspendeu temporariamente as redes do candidato. 

Na decisão do magistrado Antônio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral do TRE-SP, a determinação suspendia apenas as redes sociais que “buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”. A sentença proibiu que Marçal remunere pessoas que compartilhem seus vídeos editados. O descumprimento da decisão resultaria em multa diária de R$10 mil. 

 

Pablo Marçal (PRTB) em caminhada na rua 25 de março no primeiro dia de campanha em São Paulo - Foto: Bruno Santos/Folhapress

 

Principais propostas 

Em seu programa de governo, o candidato do PRTB propõe o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com maior investimento em inteligência e tecnologia, além de criar programas de segurança local, como a "guarda no bairro". 

Uma das propostas da chapa para a mobilidade é a criação de uma rede de teleféricos para melhorar o transporte público e a construção de "bolsões de estacionamento" para facilitar o fluxo de veículos na cidade. 

"A ideia é criar esse cinturão de teleféricos, que não é a solução para o trânsito na cidade, mas para honrar o povo da comunidade”, afirmou ao UOL. O trajeto proposto por Marçal ligaria a Brasilândia, na zona noroeste, a Vila União, zona leste, e o Capão Redondo, na zona sul. 

Segundo seu plano de governo, Medellín, na Colômbia, e La Paz, na Bolívia, que possuem uma rede de bondes aéreos, inspiraram o projeto. No entanto, diferente da configuração de São Paulo, as duas cidades possuem terreno acidentado e estão a mais de mil metros do nível do mar, com morros que o metrô subterrâneo não alcançaria. 

Além disso, o candidato pretende construir o maior prédio do mundo, com 1 km de altura, como símbolo de inovação e progresso, buscando posicionar São Paulo como um centro global de negócios e cultura.

A última versão da Lei de Zoneamento, no entanto, aprovada em dezembro do ano passado, determinou que a altura máxima dos prédios em zonas centrais é de 48 metros, enquanto nas demais regiões, o limite é de 42 metros. A proposta de Marçal exigiria a alteração do Plano Diretor da cidade. 

Durante a sabatina UOL/Folha, jornalistas questionaram Pablo Marçal sobre a viabilidade de suas propostas e o candidato assumiu não poder cumpri-las em quatro anos. 

“Não dá pra fazer em quatro anos. O  problema é que todo mundo quer fazer em quatro anos, vai embora e o outro larga. A gente só tem política eleitoreira. Não dá para resolver nenhum plano de governo dentro de quatro anos”, afirmou Marçal.

O representante do MDB, apoiado por Jair Bolsonaro, prioriza o aumento da militarização na cidade e o reforço do ensino integral no ensino público desde a creche
por
Giuliana Barrios Zanin
Juliana Sousa
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13/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o candidato Ricardo Nunes, do MDB.

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Nunes está ativo na política há mais de 20 anos. Foto: Edson Lopes Jr/Secom

O atual prefeito da capital está concorrendo à reeleição da maior cidade do país com os mesmos passos dos últimos quatro anos.  Nunes afirma, em uma das sabatinas realizadas pela imprensa durante a campanha, que o seu plano de governo é “dar continuidade nas periferias sem tirar o olho do desenvolvimento econômico". Apesar de ser discreto, o candidato é alvo de críticas por envolvimento com desvio de verba para creches, violência doméstica e fechamento do Hospital Cachoeirinha, único de referência para aborto legal no estado.

 

QUEM É RICARDO NUNES? 

Filho de Maria do Céu Reis Nunes e Luiz Nunes Regina Carnovale Nunes, Ricardo Luis Reis Nunes decidiu fazer Direito na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não concluiu por endividamento. Antes de concorrer na política, Nunes investiu no mercado de controle de pragas. Atualmente é dono da empresa Nikkey, fundador da Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário) e assumiu o cargo de diretor na AESUL (Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo).

 

CARREIRA POLÍTICA

Filiado ao MDB desde os 18 anos, concorreu à vice-prefeitura nas eleições de 2020. Porém, com a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), vítima de câncer, ele assumiu o governo municipal no ano seguinte. Antes disso, atuou como vereador por dois mandatos seguidos.

Foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento da capital e  esteve presente nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) – Sonegação Tributária, Dívida Ativa, Theatro Municipal e Evasão Fiscal durante a atividade legislativa.

 

VICE É EX- COMANDANTE DA ROTA

Coronel Mello, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Tarcísio de Freitas, é confirmado como braço direito de Ricardo Nunes. O oficial de reserva da Polícia Militar é conhecido por ter “colocado ordem” na época em que presidia a Ceagesp, em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com acusações detalhadas no Ministério Público, foi acusado de extorquir funcionários e uso abusivo da militarização dentro do estabelecimento. 
 

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Da direita para a esquerda, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, o ex-presidente, Jair Bolsonaro, o candidato Ricardo Nunes e seu vice, Coronel Mello. Foto: CNN.

Também coordenou uma das forças armadas mais violentas na história do Brasil nos anos 70 em 2017. A ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) era um grupo policial de choque que perseguiu militantes e contrários à força militar. Em uma entrevista ao Canal Aberto, há sete anos atrás, quando foi promovido a comandante, ele afirmou que a ROTA é a sua casa desde quando entrou nessa divisão e ficou quatro anos e que “é o sonho de quem gosta de fazer polícia e combater o crime”. 

 

“CAMINHO SEGURO PRA SÃO PAULO”

Lema da coligação dos partidos MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil, a estratégia para os próximos anos é aumentar a capacidade armamentista para as polícias ao redor da cidade, principalmente no centro, onde a taxa de insegurança é uma das maiores. No último ano, dados da própria prefeitura afirma que a Secretaria de Segurança Pública investiu em R$1.272.585,343, sendo o quarto de 33 órgãos com mais despesas do município. 

As estratégias de Nunes se mantém ao que o seu governo espalhou nos últimos três anos. 

Além de mais polícia na rua, ele quer aumentar a presença da Guarda Civil Metropolitana, (GCM) em horários e locais estratégicos, como escolas, fazendo a ronda escolar e nas periferias. 

O candidato à reeleição quer implementar 100% do ensino integral na educação infantil ao fundamental e zerar a fila nas creches para os bebês. O plano de Nunes também reforça a valorização dos educadores e o objetivo de alfabetizar os jovens na idade certa.

Os planos para a Secretaria da Saúde de Nunes são expandir o serviço público com acessibilidade aos procedimentos e tratamentos pela ampliação de de UBSs (Unidades Básicas de Saúde), o mantimento do Hospital do Servidor Público e especialização de centros para pessoas com TEA (Transtorno Espectro Autista).

 Para o serviço de transporte e mobilidade, ele propõe a ampliação das ações de engenharia de tráfego com foco na educação de trânsito. Além da continuidade na conclusão de 8 novos corredores de ônibus e BRTs e iniciará obras em mais 6 novos corredores da mesma modalidade. 

 

Os candidatos tentam as representações de todos os cantos, com o apoio de presidentes, prefeitos e antigos políticos
por
Artur Maciel
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13/09/2024 - 12h

 

 

Na cobertura eleitoral da disputa às prefeituras das capitais da região de Osasco,, a AGEMT fará reportagem com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

 

Ao passar em frente à Catedral de Santo Antônio, no centro de Osasco, um pode-se ver frente ao alto pé direito do prédio, admirar a renovação  feita na década de 90. Ou ainda, o prefeito Rogério Lins gravando um de seus posts no Instagram. Isso não é surpresa: o atual prefeito de Osasco usa as redes sociais para se comunicar com todos que quiserem ouvir, sendo narrador frequente de postagens no popular perfil "Notícias Osasco". De acordo com a Paraná Pesquisas, Lins tem quase 80% de popularidade entre os osasquenses. Sua indicação é que manda e desmanda nas atuais eleições municipais da cidade. Osasco tem uma população de 756.952 pessoas, segundo os dados do IBGE de 2024. A eleição vai mudar a cidade com o sétimo maior PIB do Brasil e o segundo maior do estado. 

 

O Cunhado do prefeito

 

Gerson Pessoa (à esquerda) e o seu cunhado o prefeito Rogério Lins(a direita). Foto: Visão Oeste
Gerson Pessoa (à esquerda) e o seu cunhado o prefeito Rogério Lins(a direita). Foto: Visão Oeste

  


 

Lins indicou seu cunhado, Gerson Pessoa(PODE), para a prefeitura de Osasco. Gerson formou-se em Análise de Sistemas em 2004 e passou vinte anos como consultor de tecnologia para diferentes empresas, incluindo associações de advocacia, arquitetura, mas principalmente em empresas de propaganda e publicidade. Em seu site, ele menciona ser sócio de duas empresas de comunicação do grupo Newcomm, sem especificar quais. Inclusive não fala de seu casamento com a irmã de Aline Lins, atual primeira-dama de Osasco. Mas sim da “Relação de mais de 30 anos de amizade com Rogério Lins, [...]contribuiu para uma mudança de rota na sua vida”

Uma dessas mudanças foi a entrada na política. Com a indicação de Lins, Gerson iniciou como secretário da de Desenvolvimento Econômico e Inovação no final de 2021. Seis meses depois, ele começa sua candidatura para deputado estadual. Com o apoio do prefeito, ele se torna o mais votado de Osasco.

Seu vice é Lau Alencar. Político que foi presidente do PDT de Osasco por mais de 13 anos. O filho dele, Lau Alencar Filho, concorre para vereador. Gerson e Lau têm um plano de governo tecnocrata que inclui a Implantação de Tecnologias para a Saúde de Osasco (Chatbot, aplicativos e telemedicina). A construção de “Escolas do Futuro” e até mesmo implantar a moeda virtual “Osascoin”.

 

O advogado de lula

Emídio de Souza(PT) na Alesp. foto: Reprodução Alesp
Emídio de Souza(PT) na Alesp. Foto: Reprodução Alesp

 

 

 

 

Emídio de Souza é um nome familiar a quem acompanhou a prisão de Luís Inácio da Silva. Ele foi um dos advogados que negociaram as medidas de prisão do ex-presidente. Foi Emídio quem comunicou os termos de prisão propostos por Lula e sua equipe. Além disso, o ex-prefeito de Osasco é citado no título do quarto capítulo da biografia de Lula, escrita por Fernando Morais: “Emídio descobre que não tem um ou dois espiões, mas vários filmando tudo que acontece no sindicato” 

Ele se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) logo no início de sua fundação. Graças a isso, em 1988, foi eleito vereador de Osasco pelo PT, sendo reeleito pelos próximos oito anos. Há 22 anos, Emídio tornou-se deputado estadual, posição que ocupou por outros dois mandatos consecutivos. Essa é a quarta tentativa dele de se tornar prefeito de Osasco. Falhou em 2000, e depois sucedeu consecutivamente em 2004 e 2008. De lá pra cá, foi Presidente do PT paulista, advogado de Lula e depois voltou a ser deputado estadual, se reelegendo no cargo. Entrando no site do candidato tem frases e elogios de políticos. Inclusive uma citação assinada pelo presidente Lula: “Tive o prazer e a honra de acompanhar de perto sua trajetória de luta.”

Marilu Rodrigues, sua vice, é a atual presidente do Psol na cidade. Ela é cientista política formada pela Uninter, e foi professora de língua portuguesa por duas décadas. O plano de governo é seguir os planos dos governos passados de Emídio, “O que eu fiz” é a entrada para seu plano de governo, ou o que ele pretende fazer novamente. Projetos como o “Bolsa Aluguel”, ou o “Poupatempo da Saúde”



 

O doutor dos olhos

Dr Elissandro Lindoso em seu consultório em Osasco Foto: Reprodução/Redes Sociais.
Dr Elissandro Lindoso em seu consultório em Osasco Foto: Reprodução/Redes Sociais. 

 

Dr Elissandro Lindoso(NOVO) usa a seguinte frase no seu site de campanha eleitoral: “Antes de decidir ser médico estudei Direito e Administração de Empresas, mas meu destino, mesmo, era ser Doutor de olhos.”A frase, um tanto contraditória, reflete o percurso do médico político. Maranhense, veio para São Paulo fazer sua especialização em Sorocaba e depois o doutorado na UNIFESP. Nos últimos 16 anos ele foi oftalmologista no Instituto de Visão de Osasco. Inclusive, enquanto era vereador pela cidade em 2016, e depois quando falhou em ser prefeito em 2020. 

Em suas redes sociais, Dr. Elissandro transita entre o médico de família tradicional e o candidato do NOVO. Algumas semanas atrás, ele apareceu com uma camisa xadrez e um jaleco falando da importância de Equipamento de proteção individual para “proteger os olhinhos durante o trabalho” Semanas depois ele aparece abraçado com Pablo Marçal, candidato para prefeitura do estado de São Paulo. O Dr virou o personagem sobre as regras de participação dos debates municipais. Sendo que até Emídio de Souza, seu adversário na eleição, defendeu sua presença no debate do G1, na rede globo. O doutor, por sua vez, pediu que repensarem a decisão em um post.

Seguindo a tendência da direita Brasileira, seu vice é um coronel. Jairton Lucena Ribeiro, entrou na Polícia Militar em 1988 e de acordo com a Associação Policial de Assistência Social (APAS) ele possui “Vasta experiência em policiamento ostensivo, preventivo e repressivo”. O Plano de governo dos dois, até o momento,se baseia em: marcar exame médicos pelo Celular, cortar as secretarias pela metade e fazer convênios com o estado.

Entenda as propostas do apresentador de televisão e agora candidato pelo PSDB
por
Helena Barra e Fernanda Querne
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13/09/2024 - 12h

Na cobertura eleitoral da disputa à prefeitura de São Paulo, a AGEMT fará reportagens com perfis dos principais candidatos. Como critério, foram considerados os candidatos que marcaram acima de 10% nas pesquisas de intenção de votos registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta reportagem, será apresentado o perfil do candidato José Luiz Datena, do PSDB.

 

Quem é Datena? 

 Datena está na disputa pela prefeitura pela segunda vez/Foto: Luis Blanco/Wikimedia Commons

José Luiz Datena é apresentador, jornalista, radialista, locutor esportivo e político, formado na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Ficou conhecido por apresentar o programa policial Brasil Urgente, na TV Band, do qual de licença não remunerada para focar na campanha.

Iniciou sua carreira em campanhas políticas em 2015, quando o Partido Progressista o anunciou como pré-candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2016, mas ele acabou desistindo. Atualmente, Datena está no PSDB, filiado desde abril de 2024.
 

Desistências eleitorais

Datena já teve quatro desistências em eleições entre 2016 e 2022. Em 2016, anunciou que sairia do PP, após um ano de filiação, alegando que não poderia permanecer no partido por causa da denúncia de um esquema corrupção na época da Lava Jato.

Foi filiado ao PT por 23 anos, mas abandonou o partido em 2015. Antes de se filiar ao seu partido atual (PSDB), passou pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) no qual ficou por apenas quatro meses. O apresentador também tem passagem pelo Democratas, MDB, União Brasil, entre outros. Ao todo, já passou por 11 partidos filiados.

Em 2022, se lançou ao Senado pelo Partido Social Cristão (PSC), mas desistiu, afirmando que a política não era seu espaço natural.

O apresentador já havia sido pré-candidato ao senado em 2018, mas não deu continuidade afirmando que foi aconselhado por amigos e família a desistir. Em 2020, se candidatou para vice-prefeito de São Paulo, mas novamente não deu continuidade, alegando que havia recebido um pedido para continuar no seu programa, o programa policial Brasil Urgente.

E o vice? 

Saiba quem é José Aníbal, suplente que assume lugar de Serra no Senado

Legenda: José Aníbal em uma coletiva/ Foto: Poder360

 

Presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, José Aníbal foi o escolhido como vice na chapa. Nascido em Rondônia e com 76 anos, é um nome conhecido por sua trajetória política na capital paulista. Por cinco mandatos, foi deputado federal pelo estado de São Paulo, além disso, também foi senador por São Paulo e vereador da capital.

Aníbal se exilou no Chile e depois na França, durante a ditadura militar, onde concluiu seus estudos em Economia na Universidade Sorbonne. Além de seu histórico legislativo, teve uma atuação relevante na política brasileira, como a criação de Comitês pela Anistia no Brasil.
 

Principais Propostas

Em parceria com a PM, Datena promete coibir furtos de celulares. Assim, destacando esse objetivo na Operação Delegada, mesmo que o plano de governo não detalhe a execução. Na área da saúde, o peessedebista promete aumentar o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) até às 21h e ampliar o número de UBS’s 24 horas.

O candidato tucano também pretende expandir a telemedicina, facilitando consultas online com especialistas. Datena fala em reforçar o programa Remédio em Casa, que entrega medicamentos diretamente à população, visando melhorar o acesso à saúde em São Paulo.

Sobre a área de habitação, o jornalista diz que o setor privado teria incentivos fiscais para construir casas na periferia. Em relação à educação, o candidato do PSDB propõe atividades nas escolas do município em período integral, como: ensino de idiomas, aulas de reforço e formação técnica e profissional.   

 

Deputada Federal pelo PSB conta com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para comandar a maior capital da América Latina
por
Annanda Deusdará
Khauan Wood
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13/09/2024 - 12h

A candidata à prefeitura de São Paulo Tábata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), conta com o apoio de figuras relevantes do partido como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França

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Tabata é uma das duas únicas mulheres na disputa pela prefeitura - Foto: Rafael Jannuzzi/Tabata Amaral via Instagram/Reprodução

Formada em Ciências Políticas pela Universidade de Harvard, sempre teve como principal pauta política a educação. Antes de iniciar seu mandato, fundou o Mapa Educação, que incentiva jovens a também atuarem em projetos educacionais. Também foi comentarista sobre o tema na rádio CBN e atuou como especialista em educação no Global Manager Trainee da Ambev.

 

Em 2018, foi eleita deputada federal por São Paulo com 264 mil votos, sendo a sexta deputada mais votada no estado. Em 2022, foi reeleita com 337,8 mil votos. Durante o seu mandato, de acordo com dados disponibilizados no site da Câmara dos Deputados, em 2022, de 17 emendas, 7 foram de educação e 6 de saúde, já em 2023 de 25 foram 7 e 5, respectivamente. Outras pautas passaram a ser recorrentes nesse ano, como o direito das mulheres que tiveram 6 emendas aprovadas, ultrapassando as de saúde.

 

Principais propostas

As principais ideias da chapa Tábata Amaral e Lúcia França podem ser encontradas no site criado pela campanha, com o título do plano de governo: São Paulo em Primeiro Lugar. O material apresenta a candidata ao eleitor, além de mostrar os dez principais valores da candidatura e suas propostas para os mais variados setores paulistanos. 

 

Um dos principais focos da candidata a área da educação tem como propopostas a implementação da alfabetização e tutoria, para indentificar e abordar dificuldades de aprendizagem; educação inclusiva e antirracista, não somente no conteúdo mas, também, no treinamento dos professores; e maior valorização dos professores com criação de bônus por desempenho e mentoria de desenvolvimento profissional contínuo e universalização das escolas de tempo integral até 2032.

 

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Tabata planeja implantar o programa CEU Aberto, que abrirá os Centros Educacionais Unificados (CEUs) para toda a família, com a ampliação das atividades culturais, educacionais, esportivas e profissionalizantes - Foto: Prefeitura de São Paulo/Reprodução

Segundo o último levantamento do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que analisou a porcentagem de jovens em nível de aprendizagem certa no Ensino médio, nas redes públicas e estaduais, os números não chegam a 40% em português, e em matemática o cenário é ainda mais preocupante, o dado mais alto é 5,8% na rede pública.

 

Na área da alfabetização, o objetivo é alfabetizar 100% das crianças na idade certa, até os 7 anos, com prioridade ao letramento em português e matemática e implantar um programa de acompanhamento personalizado para alunos que não alcançarem o nível necessário de aprendizagem. A chapa também informou a intenção de implementar o aumento do horário de atendimento das creches infantis das 17h para às 19h, além de adotar um novo sistema de indicadores de qualidade para o serviço.

 

O plano de governo cita diferentes medidas de combate a violência contra mulher, como recriar a Secretaria Municipal da Mulher, a ampliação e melhoria na capacitação do efetivo da Controladoria Geral do Município destinado ao Programa Guardiã Maria da Penha, implementação de um serviço de corpo de delito na Casa da Mulher Brasileira, ampliação do valor do auxílio aluguel para as vítimas e ampliação do projeto “Abrigo Amigo” e os centros de defesa da mulher. 

 

Para a saúde dos paulistanos, a deputada propõe a criação do programa “Saúde nos Trilhos”, que promete ampliar o horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) em áreas próximas de sistemas de transporte de alta capacidade. A candidata tem como meta a universalização dos serviços de telemedicina - o atendimento de saúde virtual - aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), na capital paulista.

 

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As propostas incluem a utilização de Inteligência Artifical para gerir as filas das unidades de saúde no município - Foto: Prefeitura de São Paulo/Reprodução

O plano de governo reserva um bloco de propostas exclusivamente para o tema saúde mental, com ideias como: fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), ampliar o número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e implantar equipes especializadas nas UBS’s para aumentar os cuidados com a saúde mental.

 

A candidatura do PSB também sugere redesenhar as linhas de ônibus para, de acordo com a chapa, reduzir o tempo das viagens e evitar a sobreposição com outros meios de transporte. Além disso, o plano de governo planeja aumentar a velocidade de circulação dos ônibus de São Paulo em corredores e faixas exclusivas, elevando a quilometragem atual.

 

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Tabata planeja remodelar o sistema de bilhetagem, viabilizando o pagamento de passagem com cartão de crédito e débito e aplicativo de celular - Foto: Getty Images/Reprodução

Ainda há a previsão de expansão da rede de ônibus elétricos na cidade de São Paulo e modificação do sistema de remuneração de empresas concessionárias.

 

De acordo com levantamento do SEADE(Sistema Estadual de Análise de Dados), entre maio e junho deste ano, houve a criação de 48 mil postos de trabalho no estado em razão de 656 mil admissões e 608 mil desligamentos. 

 

Na área econômica, a campanha cita a criação de Distritos de Desenvolvimento Econômico nas zonas norte, leste e sul e no centro da cidade, com a intenção de fomentar a economia local por meio de incentivos fiscais e identificar potenciais vocações de cada região. 

 

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Mapa sobre a quantidade de empregos formais em 2923 por região - Foto: Governo de São Paulo 

A chapa do PSB é a única 100% feminina na corrida eleitoral, tendo como candidata à vice-prefeita a professora Lúcia França. Casada com o ministro Márcio França há quase 40 anos, Lúcia é formada em pedagogia e pós-graduada em Direito Educacional.

 

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Lúcia França foi anunciada como vice de Tabata em um evento realizado no último dia 5 de agosto - Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

A professora de 62 anos, foi primeira-dama de São Vicente entre os anos 1997 e 2005, e do estado de São Paulo em 2018. Nas eleições de 2022, Lúcia foi candidata à vice-governadora na chapa de Fernando Haddad (PT), chegando a disputar o segundo turno.