Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT, lançou seu plano de governo, e com ele suas propostas exibidas no seu livro Projeto Nacional, condensadas de forma mais concreta. No geral, o grande foco está na área econômica, com suas maiores promessas girando em torno da taxação de grandes fortunas.
Entre os pontos mais importantes, se destacam:
GERAÇÃO DE EMPREGOS
Em seu plano, sua proposta principal para a manutenção da inflação visa uma reforma do sistema tributário, abaixando o imposto sobre consumo e ampliando o imposto sobre heranças e doações, assim como daqueles com um salário mais elevado.
Com essa reforma, o candidato visa direcionar esses fundos para a ampliação de pesquisas científicas e dar sequência em projetos de construção civil engavetados pelo governo, e em conjunto disso, implementação do projeto de uma renda básica universal para os cidadãos das camadas de base que foram negligenciadas durante o último mandato, especialmente durante a pandemia.
PROJETOS SOCIAIS
Em seu plano afirma que os programas criados, principalmente, durante a gestão do PT como o Minha Casa Minha Vida, ProUNI, Bolsa Família e entre outros serão reforçados, ampliados e criados outros projetos em conjunto. Como projetos de captação de jovens nas escolas, gerando um incentivo financeiro caso o estudante se mantenha na escola e demonstre desempenho elevado, também dando oportunidade para os jovens de ensino médio ingressarem no mercado de trabalho. Ou também um projeto de assistência de mães gestantes ou de crianças de até 4 anos, garantindo alimentação nutritiva para eles, especialmente os mais necessitados.
SUS
É reforçado no documento a necessidade do reinvestimento pesado na saúde brasileira, facilitando o acesso para todos, diminuindo a fila de espera e um incentivo financeiro no desenvolvimento científico Brasileiro. Seu foco fica na ampliação da entrega de remédios, em parceria com empresas privadas farmacêuticas, e estruturar o SUS como um sistema acessível para todos.
SEGURANÇA
A segurança pública é um assunto delicado, pois enquanto é uma pauta de extrema importância no país, é difícil orquestrar um plano coerente e efetivo. Em seu plano, é reforçado que a melhora do financiamento de políticas de segurança, tirar as armas da rua e melhorar a prevenção de crimes violentos.
Uma das formas principais que se dá essa mudança é pela base, como citado anteriormente, incentivando o jovem a se manter na escola e dando a ele alternativas além do crime.
Nesta segunda-feira (22) o candidato ao governo de São Paulo Tarcisio de Freitas (Republicanos) abriu a semana de entrevista do portal de notícias G1 na cobertura das eleições. O critério usado pelo portal foi a margem de votos maior que 6%, baseado na última pesquisa do IPEC.
Com 12%, o candidato que tem Jair Bolsonaro como seu principal cabo eleitoral, é o segundo colocado nas pesquisas e disputa com Fernando Haddad (PT), atual líder das pesquisas com 29% e Rodrigo Garcia (PSDB) que é o terceiro colocado com 9%.
Na entrevista, o candidato comentou sobre diversos assuntos, confira as principais respostas:
Inexperiência
Durante a entrevista, Tarcísio começou sendo questionado sobre sua inexperiência como governador, já que passou por diversos cargos técnicos em sua carreira, mas esta seria a sua primeira experiência em cargo de comando. Segundo ele, não seria nenhum tipo de empecilho e ele tem as qualidades necessárias. “Ao longo da minha vida eu me preparei para desafios como esse e quero desafios cada vez maiores.”
Saúde pública
O candidato teve em seguida muitos questionamentos acerca das questões de saúde pública do estado de São Paulo. A principal atuação que o candidato prometeu foi acerca de utilizar um sistema de telemedicina associado a equipes de medicina familiar.
“Você tem que aumentar a eficácia da atenção primária, muitos dos casos que chegam no Pronto-Socorro, na Emergência, poderiam ser resolvidos na atenção primária. Se você monitorar doenças como Diabetes e Pressão Alta elas não se agravam. Temos que usar a tecnologia, já que vivemos na era do 5G, da conectividade, que significa que várias famílias e equipes de medicina da família vão ser atendidas por uma central de médicos para prestar a primeira assistência. Com menos profissionais, você atende mais pessoas.”
Pensando na grande fila para cirurgias eletivas, Tarcísio disse que um dos principais problemas é a gestão da fila, que precisa ser regionalizada e que é necessário um foco em cirurgias pequenas, para que a fila seja reduzida rapidamente.
Primeiro temos que ter certeza do tamanho da fila, fortalecermos a regionalização da saúde, para que tenhamos uma gestão regionalizada. Nós temos que também entender a demanda, nós temos muita espera de cirurgias que são simples, então vamos formar transformar ambulatórios em hospitais capazes de fazer intervenções cirúrgicas pequenas. Temos que ampliar a rede de AMEs e capacitá-las para esse tipo de situação, para podermos zerar a fila.
Via-Mobilidade
No tocante ao transporte, o candidato trouxe como uma das propostas rever contratos de concessões como o com a Via-Mobilidade. Tarcísio se mostrou incomodado com falhas na operação e segundo ele, os contratos precisam ser cumpridos.
"Temos as linhas 8 e 9, que passaram por processo de concessão e estão apresentando muitos problemas, aí temos que revisitar esse contrato, fazer com que ele seja cumprido. Que aqueles indicadores de performance sejam cumpridos, para que possamos melhorar a prestação de serviço”
Meio Ambiente
Ao ser indagado se ocorreria a “passagem da boiada” em seu governo, Tarcísio respondeu que não, uma vez que pretende agir de forma “racional” para que São Paulo seja uma potência verde. O candidato compartilhou seus planos para o futuro do Estado: "A gente vai ser líder no mercado de crédito de carbono, a gente vai ser líder na produção de amônia verde e a gente vai ser líder na produção de hidrogênio verde”.
Educação
Tarcísio disse que sua “meta é triplicar a quantidade de escolas em tempo integral e fazer com que além do ensino profissionalizante [ os jovens] possam ter a primeira experiência profissional como aprendiz”. O candidato comentou sobre a iniciativa que será criada a partir de seu governo para capacitação profissional dos jovens, o programa “Jovem Aprendiz Paulista” será responsável por abrir as primeiras portas do mercado de trabalho.
Aumento da Fome
O republicano alegou que o combate à fome no estado será feito de duas formas: por meio do programa de transferência de renda e pela a “apresentação” de uma porta de saída, que seria o emprego. Para o candidato, “a verdadeira assistência social” está em se entender a raiz da pobreza, para que assim o estado possa atuar na criação de um plano de “desenvolvimento individual” para as pessoas com dificuldade, possibilitando a inserção no mercado de trabalho.
Vacinas
Quando questionado sobre o negacionismo e a recusa das vacinas durante o governo Bolsonaro, Tarcísio tentou mudar de assunto, buscou ressaltar os contratos fechados pelo Brasil com a AstraZeneca, as estratégias utilizada na diversificação das vacinas, o esquema vacinal de “sucesso” da população e os investimentos “feitos” em vacinas nacionais, como a FioCruz e a CoronaVac.
Câmeras na Rota
Tarcísio comentou sobre as câmeras em uniformes policiais, que comprovadamente têm reduzido dados de violência. Segundo ele, as tropas especiais da Polícia Militar de São Paulo como a Rota e Tropa de Choque não devem ter esse tipo de acessório. Para o candidato, há uma deturpação na forma como se enxerga a segurança pública.
“Na minha opinião, não [deve usar câmera], na minha opinião, é incompatível com o tipo de atuação, com a natureza de atuação que ela tem. E quem disse que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera. Por que você não acredita que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera?”
O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, apresentou na última segunda-feira (22) o plano de governo em coletiva com jornalistas na capital do estado. Dentre as promessas, o ex-prefeito destacou o emprego de câmeras nos uniformes de policiais e programas de progressão de carreira à classe.
Ao ser questionado sobre como conciliar a agenda repleta de ideias alinhadas à esquerda e o diálogo com o eleitorado conservador, Haddad pede para que o programa seja avaliado como um todo. Propõe, ainda, a criação de uma polícia moderna. A ideia é promover progressão de carreira e humanização para criar profissionais capacitados e respeitados.
"O que a gente pede é para que o plano seja avaliado em conjunto. Do mesmo jeito que a gente diz que a violência policial não pode ser aceita, a gente tá dizendo que vai valorizar a carreira dos policiais, que vai ter um plano de metas, formação continuada. São Paulo é recordista em furto e roubo de celular, estelionato no Brasil. São coisas inaceitáveis. Nós só vamos conseguir [superar] isso com uma polícia moderna. Polícia com dignidade na carreira, na remuneração, na formação. E também com uma polícia mais comunitária e próxima da população. Uma polícia da qual só o bandido tem medo. Que o cidadão que está lá trabalhando possa contar com ela. Eu não sei como isso pode ofender um espírito mais conservador. Alimento barato não pode ofender ninguém. Polícia responsável não pode ofender ninguém”, destacou o candidato.
Quanto ao piso salarial dos policiais, Haddad respondeu que pretende dialogar com a categoria e checar sua preferência de desenho para a progressão de carreira para então estipular valores.
O candidato também mencionou o fortalecimento da polícia investigativa como meio de desenvolver a segurança. "Só policiamento ostensivo não vai resolver. Combinando policiamento ostensivo com polícia investigativa você vai ver o quadro melhorando".
Câmeras nos uniformes
O petista também visa ampliar a instalação de câmeras nos uniformes policiais. A medida foi adotada durante o governo de João Dória (PSDB). “Adotar câmeras em uniformes de todo o efetivo operacional da Polícia Militar. O uso até o fim do ano será restrito a 33 dos 120 batalhões, com cerca de 10 mil câmeras. Dados oficiais mostraram queda de 85% da letalidade policial nos batalhões que adotaram as câmeras. Ao mesmo tempo, os policiais ganham proteção. Ano passado registrou-se o menor número de policiais mortos em anos. Em casos de litígio, os PMs ainda terão a seu dispor provas técnicas que asseguram que sua ação foi lícita”, elucida Haddad.
Educação
Sobre a reforma do ensino médio, o candidato, que já foi ministro da Educação, aponta que o erro está no descompasso do projeto pedagógico. "Como você está saindo de 5 para 7 horas e a proficiência dos jovens é menor?".
Haddad defende que os Institutos Federais, criados em 2008 pelo governo Lula, deveriam ser tomados como referência. "Se a gente adequar o projeto pedagógico da rede estadual paulista ao padrão de excelência que nós temos no Brasil, acho que vamos colher os resultados disso.", comenta.
Programa de governo feito em conjunto
No evento também estiveram presentes a candidata à vice-governadora Lúcia França (PSB), Marina Silva (Rede), o deputado estadual Emidio de Souza (PT), o presidente do PSOL Juliano Medeiros e Ana Estela Haddad. Vale lembrar que o plano de governo de Haddad é assinado pela coligação Vamos Juntos por São Paulo (PT, PSB, PCdoB, PV, Rede, Psol e Agir).
Segundo Emidio de Souza, um dos grandes idealizadores do plano de governo de Fernando Haddad, o programa foi construído ao longo de um ano por muitas mãos.
"Nós ouvimos mais de 500 especialistas das mais diversas áreas de responsabilidade do estado. Realizamos 8 seminários temáticos, com participação de mais de 3.500 pessoas. Mais de 20 mil acompanharam os seminários online. A plataforma Fala SP recebeu mais de 2.000 propostas", contou.
Desde 1998, o TSE coleta as ocupações dos candidatos. Esta é a primeira vez que os policiais militares aparecem como a sexta profissão mais presente. Houve um aumento significativo de 27% nas candidaturas de profissionais da segurança pública, em relação a 2018. Totalizaram 1.866, sendo 94,9% em partidos de centro-direita ou direita. Já os jornalistas foram de 345 para 449 nessa última pesquisa. O top 10 ficou com Empresário, Advogado, Vereador, Deputado, Administrador, Policial Militar, Comerciante, Aposentado, Servidor Púbico Estadual e, em décimo lugar, médico.
A categoria empresários em primeiro lugar não é nenhuma novidade, a primeira colocada há 4 eleições. O ranking de 2022, contou com mais de 28 mil candidatos e 3.644 deles são desta profissão. De acordo com o cientista político Victor Peixoto, a mudança na nomenclatura explica parte do crescimento, uma vez que comerciantes hoje são denominados empresários, pela criação do cadastro MEI (microempreendedores individuais).
Segundo o analista político da CNN Brasil, Gustavo Uribe, está no senso comum que um empresário gera empregos e faz a economia avançar. Já no caso dos advogados, em segundo lugar com 2.059 candidaturas, há a percepção de que possuem maior conhecimento sobre o código penal e a constituição federal, estando mais aptos a proposta de novas leis no congresso nacional.
O crescimento dos policiais militarem aconteceu pelo destaque maior que foi dado no governo do atual presidente Jair Bolsonaro. Com um discurso de combate à violência e aumento das penalidades, o PL foi o partido que mais lançou candidatos ao Congresso Nacional. As candidaturas de militares e policiais são maiores na região amazônica (11,3%). ‘’São lugares mais distantes, onde o acesso é menor e os militares têm um poder logístico no transporte, logo, são figuras que acabam tendo maior representação na sociedade e tem maior influência por estarem representando o poder público em um lugar que tem ausência. Consequentemente, ganham popularidade’’ diz o analista político Uribe.
A entrevista com o candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro (PL) realizada no Jornal Nacional trouxe os temas Corrupção, Eleições limpas e seguras, Meio Ambiente e preservação, Economia e Pandemia. Bolsonaro, criticado quanto às condutas de seu governo acerca desses assuntos, durante a conversa interrompeu seus entrevistadores e afirmou, nas considerações finais, que “assumi o Brasil em uma situação crítica e fizemos o possível para que o brasileiro não sofresse”.
Os ataques que o atual presidente constantemente faz ao processo eleitoral brasileiro, às urnas e ao atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Ministro Alexandre de Moraes foram os primeiros assuntos tratados pelos entrevistadores William Bonner e Renata Vasconcellos. Bolsonaro, acusado de xingar o atual presidente do TSE de “Canalha”, a primeiro momento negou o ocorrido e afirmou que “a temperatura subiu”, mas que houve “certo contato amistoso [entre ele e o Ministro] durante a posse”. O candidato do Partido Liberal (PL) afirmou que Moraes o persegue pelo inquérito das fake news e interferência na Polícia Federal - alegação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Quanto a eleições seguras e transparentes, Bolsonaro afirmou, em rede nacional, que respeitará os resultados, quais forem, das eleições deste ano: “Seja qual for; eleições limpas devem ser respeitadas”. Para o candidato, entretanto, foi necessário “provocar para que chegasse a esse ponto [de transparência eleitoral]”. O atual presidente ainda defendeu as manifestações de seus apoiadores - as quais defendem golpe militar, fechamento do congresso, ataques a oposições políticas e a minorias - como liberdade de expressão.
As condutas de Bolsonaro também foram questionadas quando o assunto da entrevista virou a Pandemia da Covid-19. O atual presidente, que em 2021 gravou lives semanais nas quais imitou a falta de ar de pessoas infectadas pelo vírus, alegou que não havia para onde as pessoas correrem, pois não havia remédios nem vacinas no país. Se vangloriou do fato de que ao início de 2021 pessoas já estavam sendo vacinadas no Brasil - embora a Pfizer tenha esperado 93 dias pela resposta do mandatário na compra das vacinas - e defendeu que a sua frase “virar jacaré” ao tomar vacina foi uma “figura de linguagem”. A polícia Federal criminaliza o ato de Bolsonaro ligar a vacina contra o SARS-Cov-2 em relação à AIDS. Não só o bastante, o candidato do PL retrucou a CPI da Covid como circo; a comissão parlamentar o acusou de 10 crimes durante a pandemia.
Com 682 mil mortes de brasileiros por Covid - reportadas de maneira extraoficial por um consórcio de veículos de imprensa pois houve um abandono dos cálculos por parte do governo - esse não pode deixar de ser criticado principalmente quando, como é o caso, foi defensor de remédios que comprovadamente não curavam pacientes da doença, quando desestimulou a vacinação da população e quando, ainda, demorou dias para atender às necessidades urgentes de abastecimento de Cilindros de Oxigênio a Manaus em 2021. Bolsonaro justificou suas ações: “não adotei o politicamente correto”.
“Eu sei o que o povo precisa: inflação baixa, taxa de juros menor e dólar menor” - fala do Jair Bolsonaro em 2018 durante sua campanha. Entretanto, o cenário econômico é o oposto do que prometeu. O candidato do PL alegou que uma guerra internacional contínua, um cenário pandêmico e uma grande seca frustraram os seus objetivos governamentais, delegando a causa desses resultados negativos da economia no Brasil apenas a esses fatores externos.
Explicou como o Brasil talvez seja o protagonista mundial em relação a deflação, porém os dados o contrariam. De acordo com o Comprovam, os países com inflação negativa em julho foram: Armênia, Espanha, Grécia e Luxemburgo.
O atual presidente alegou que a grande reforma econômica já foi feita em 2019, e parabenizou a equipe dos seus ministros. Enalteceu o como a criação do Auxílio Emergencial, no primeiro momento de R$600, evitou o colapso nos pequenos municípios embora esse “novo” benefício governamental seja o antigo Bolsa Família - desenvolvido pelo ex-presidente Lula (PT).
Jair Bolsonaro glorificou como os fertilizantes negociados com o Vladimir Putin estabilizaram a segurança alimentar. Porém, sob seu governo, o Brasil voltou ao mapa da fome. “Nós somos o sétimo país mais digital do mundo" - disse Bolsonaro ao Bonner. Esse é um fato distorcido, pois o Banco Mundial reconheceu o Brasil como sétimo líder em governo digital pelo site Gov.br. Logo, não se trata sobre o uso, distribuição e acesso à internet.
Renata Vasconcellos relembrou ao atual presidente que seu ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) quis aproveitar do foco midiático na pandemia a fim de desregulamentar leis ambientalistas e “passar a boiada”. Jair Bolsonaro entrou na defensiva alegando que há queimadas naturais não só no Brasil, mas também na França e em Los Angeles. Entretanto, a entrevistadora abordou a diferença das queimadas naturais e dos incêndios ilegais de garimpeiros - protegidos pelo governo atual. “Acontece” - o candidato do PL explica como é inevitável se lamentar pelo desmatamento na Amazônia.
“É o ribeirinho que toca fogo” - afirmou Bolsonaro, desvirtuando a culpa estatal. Renata relatou que o Brasil é visto como destruidor de florestas, ao contrário do suposto compromisso ambiental expresso em 2018. O presidente contestou a entrevistadora dizendo que a afirmação era mentira e glorificando o fato de países estrangeiros já procurarem o Brasil para saber do Hidrogênio Verde, cujas produções ainda estão em estágio inicial.
O atual presidente enaltece como o Brasil é um exemplo para o mundo. Porém, esqueceu de mencionar não só a morte do Bruno e Dom, mas também o marco temporal nas terras indígenas, assunto também não tratado pelos entrevistadores.
Segundo o fluxo da entrevista, o candidato à reeleição foi questionado quanto a sua recente aproximação ao setor político denominado “Centrão” nos últimos anos. A isso, Bolsonaro respondeu que “você está me estimulando a ser ditador” a William Bonner. Desenvolvendo seu raciocínio, o candidato do Partido Liberal calculou que existem 513 deputados dos quais 300 são do “Centrão” e que, assim, naturalmente haverá uma aproximação dele com esses, já que “não dá pra conversar com os que restam [partidos de oposição]”. Ao final desse setor, Bolsonaro afirmou que “na minha época não existia centrão” e defendeu que, independentemente, “estamos governando o Brasil com competência e sem corrupção”, sendo ambas as afirmações falsas.
Os questionamentos das condutas do governo de Bolsonaro na Educação foram feitos sobre os escândalos até agora presenciados nessa área. Renata Vasconcellos, interrompida durante suas perguntas, ressaltou que foram quatro as trocas de Ministros da Educação - inclusive o caso de Carlos Alberto Decotelli que, em junho de 2020, foi nomeado ao cargo, mas sequer chegou a exercê-lo já que seu currículo era fraudulento - no atual governo. A isso, o candidato respondeu que “as pessoas se revelam quando chegam, acontece!”, delegando a responsabilidade de conduta a cada um desses Ministros da Educação e não a ele mesmo que os recomendou ao cargo.
O escândalo de Milton Ribeiro também foi levantado dentro desse segmento e a sua própria classificação - da participação de pastores sem cargos no governo em um gabinete paralelo que tratava do intermédio de verbas públicas - como escândalo foi questionada por Bolsonaro. Para o atual presidente, esse caso não é classificado dessa maneira; “cadê o duto do dinheiro saindo?” pergunta.
Logo após o quadro de Educação, a temática Corrupção foi introduzida à entrevista. O caso de Ribeiro, de acordo com os entrevistadores, representou uma guinada no comportamento do governo de Bolsonaro em relação a casos de corrupção; após a prisão e o habeas corpus do ex Ministro da Educação, a narrativa de que casos de corrupção “pipocam” no governo passou a ser utilizada.
Entretanto, a narrativa de que o Brasil sob Bolsonaro não tem corrupção é falsa. Nomes como Ciro Nogueira (Ministro da Casa Civil - PP), Ricardo Salles (Ex-titular do Ministério do Meio Ambiente - PL) e Fábio Wajngarten (Ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal do Brasil), todos envolvidos com o atual governo, estão no radar de investigações por corrupção.

