No evento última quinta-feira (04), o Palácio dos Trabalhadores abrigou a convenção do Partido Democrático dos Trabalhadores, onde foi dado o palco para o lançamento da candidatura de Elvis Cezar.
O evento contou com a presença do atual candidato à presidência da República, Ciro Gomes, Aldo Rebelo, que disputa o cargo de Senador por São Paulo e Victor Marques, que concorre ao cargo de deputado.
A campanha do partido procura se aproximar das causas sociais, acenando para grupos pouco escutados pela política no geral. Com o resgate continuo da imagem perdurada por Leonel Brizola, suas políticas também procuram resgatar o sentimento do mesmo.
A exaltação da imagem do trabalhador imigrante árduo e destemido esteve na boca de todos os prenunciadores. “Este estado foi construído com a mão de obra do povo nordestino” disse o candidato ao governo de São Paulo, Elvis Cezar.
Embora o partido em geral consiga se posicionar muito bem com aqueles que já os escutam, e sua movimentação sobre abraçar causas sociais sejam bem-vindas, elas ainda aparentam ser muito insuficientes. De acordo com membros do partido, a grande dificuldade encontrada é, principalmente, furar a bolha da grande mídia, se espelhando sempre na postura e políticas do já citado Brizola.
Apelando para uma força política mais jovem, o partido lança membros novos na política como Victor Marques que surgiu como ex-assessor Major Olimpo, que veio combatendo a postura da gestão do PSDB, criticando principalmente o governo Doria. que é um governo que “[...] aumentou o imposto do ICMS, da carne, e do remédio no meio da pandemia [...] Não trabalha para população, trabalha para ter superávit dentro do governo, mas governo estadual não tem que ter lucro, tem que trabalhar para população”
A comunicação é algo sempre mutável, e em um cenário de constante mudança, o PDT aparenta ter dificuldade de pegar o ritmo e adotar a mesma postura de sempre, mesmo com substância em seus planos. O antagonismo pedetista faz com que a mídia hegemônica boicote os seus discursos, como exemplo o pronunciamento do candidato ao rádio Jangadeiro BandNews, onde afirmou que uma aliança PDT-PT é frágil pois “[...]não vou me submeter a um lado corrupto do PT que também existe no Ceará”.
Enquanto isso, no meio digital se predomina a posição pró Bolsonaro, que dissemina notícias falsas cotidianamente, e caso não seja encontrada outra forma de chegar ao público, ficará mais difícil de ser escutado o quão mais perto chegar no dia do voto.

Elvis Cezar e o governo de São Paulo
Além disso, o PDT lançou a candidatura de Elvis Cezar ao Bandeirantes. Nascido em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, Cezar é advogado, ex-prefeito de Santana de Parnaíba (por dois mandatos) e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo – que reúne as cidades de Barueri, Bom Jesus, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Pirapora e Santana de Parnaíba. Concorrendo a governador de São Paulo, o candidato, filiado ao PSDB por 19 anos, deixou o partido em março deste ano e migrou para o PDT.
Cezar conta com 1% das intenções de voto na última pesquisa do Data Folha, em 30 de julho, sem Márcio França no cenário, que, filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), desistiu da candidatura de governador para concorrer ao senado.
Após a convenção, Elvis se posiciona dizendo que pretende "recuperar a economia de São Paulo, combater e eliminar a miséria e a fome e fazer o estado se reestruturar, em curto, médio e longo prazo. Reindustrialização e crédito para o empreendedorismo e fazer um processo de aceleração da economia paulista"
Em Brasília, o Partido dos Trabalhadores (PDT), anunciou a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, como candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes. Com 44 anos, Ana Paula é advogada e funcionária concursada da Petrobras. Tem pós-graduação em finanças e mestrado em administração.
O anúncio foi feito na sede do PDT em Brasília, no dia 5 de agosto. Estavam presentes o presidente do partido, Carlos Lupi, o candidato à Presidência, Ciro Gomes, e a agora candidata a vice. Ciro destacou o papel de Ana Paula na luta contra a discriminação.
“Nós estamos escolhendo uma mulher negra, de origem humilde. Ela transformou o seu esforço, a sua luta, o valor que ela dá ao trabalho, o seu esforço contra tudo e contra todos, numa sociedade que discrimina de verdade, seja por machismo estrutural, seja por racismo estrutural. Ela é uma vencedora”, disse Ciro Gomes.
Ana Paula começou na vida pública em 2013, como diretora-geral de Educação na prefeitura de Salvador. Foi secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza e secretária de Governo da capital baiana. Em 2020, se filiou ao PDT, seu único partido, e foi eleita vice-prefeita de Salvador na chapa com Bruno Reis, do Democratas.
Mais uma vez, o PDT vai para a disputa presidencial com uma chapa pura, formada apenas por pessoas do partido. A decisão mostra uma dificuldade de Ciro Gomes em atrair outros apoiadores.
“Ana Paula vem para me ajudar a coordenar o programa de governo, para circular o país representando uma enorme fidelidade por si mesma e pela estreita confiança que eu tenho na capacidade que ela tem (...), mas vem especialmente para me ajudar a fazer do meu governo um governo feminino“, expôs Ciro Gomes.
Na última sexta-feira (5 de agosto), Dia Nacional da Saúde, aconteceu a Etapa Nacional da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, na cidade de São Paulo. O evento organizado pela Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e outras entidades de saúde coletiva, que propõe melhorias na política de saúde contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu uma Carta Compromisso pelo SUS e pelo Fortalecimento do SUS do movimento Frente pela Vida.
O ex-presidente ressaltou a importância do debate para haver melhorias nas políticas do governo e fez uma divisão da saúde pública em dois momentos: um anterior à pandemia e outro após. Além disso, teceu elogios à classe, ressaltando o êxito dos trabalhadores da área durante a pandemia da covid-19, apesar do esforço do presidente Jair Bolsonaro (PL) em negar a magnitude da doença e ajudar o setor, pedindo uma reestruturação do programa nacional de imunização.

“E é por conta disso que nós precisamos, neste instante, fazer muitas lutas e muitas para que a gente coloque o (SUS) no patamar em que ele precisa estar”, disse com veemência, lembrando que o sistema é referência mundial.
O petista também relacionou saúde com a promoção de qualidade de vida, falando sobre a necessidade de garantir acesso aos serviços de “saúde, mas priorizando também o direito à alimentação de qualidade, moradia, transporte, renda, educação e lazer”.
“Nós não podemos continuar usando a palavra ‘gasto’ quando se trata de cuidar da saúde do povo brasileiro, é um equívoco”, afirmou. “A gente tem que avaliar quanto custa para um país uma pessoa saudável [...], a capacidade produtiva e a capacidade intelectual cresce muito, e se cresce muito, melhora a capacidade produtiva do país, o país ganha com isso. Não é possível então que a gente trate a questão da saúde e a educação como gasto.”
Durante seu discurso, deu destaque ao fato das populações pobres e negras serem as que mais sofrem com a falta de políticas no setor. “Sem isso a gente não pode falar de saúde, e nesse instante, com o povo na fila do osso, da carcaça de frango, e com 125 milhões de pessoas não podendo comer proteínas”, disse, afirmando a necessidade de fortalecer o sistema de saúde para controlar o índice de insegurança alimentar e frisou que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
“O problema da fome no Brasil não é falta de produção, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país, que não tem sentimento contra a fome”
O petista enfatizou sua experiência governando o país e a de Geraldo Alckmin (PSD) governando São Paulo. “Não falta ao presidente e ao vice experiência para tentar tirar esse país do lamaçal em que ele se encontra e colocar esse país outra vez no berço da democracia”.
O petista também afirmou ter “muita energia” para fazer mais do que foi feito durante suas duas gestões e falou contra o teto de gastos. “Não espere de mim ficar chorando que não tem dinheiro, nós vamos ter que arrumar dinheiro[...] não terá teto de gastos em lei no nosso país”, reforçou.
Por fim, Lula se comprometeu a fortalecer o Prouni, Fies e a acatar as críticas da população.
“Vocês estejam vigilantes, porque eu não acredito em governo que dê certo se o povo não estiver cobrando. Eu quero, pela nossa amizade, dizer a vocês: eu não quero vocês deixando de criticar o governo quando ele erra [...] os governantes não podem ver a crítica como ofensa, a crítica é um direito democrático”, disse. “Se preparem, porque vocês irão ajudar a gente a governar.”
Propostas de políticas na área da saúde

Representando a aliança de partidos que apoiam o ex-presidente Lula (PT, PSB, PCdoB, PSOL, SOLIDARIEDADE, REDE, PV, Avante), o senador Humberto Costa (PT) relembrou a política adotada pelo governo Lula durante a pandemia do h1n1 entre 2009 e 2010, que vacinou 80 milhões de pessoas em apenas três meses, e assumiu o compromisso de elevar o índice de imunização infantil.
“É uma vergonha que o brasil tenha o melhor programa mundial de imunização e hoje o bolsonaro deixou que a cobertura vacinal caísse para índices inaceitáveis”
Costa afirmou que a covid foi apenas uma de uma série de emergências sanitárias que devem voltar ao nosso país e salientou a necessidade de montar um sistema nacional que trabalhe um acompanhamento permanente.
Segundo ele, as propostas de políticas na área de saúde serão divididas em cinco eixos.
Saúde como direito
Acesso universal, aumentando o financiamento da área da saúde e resgatando o papel do Brasil na área da saúde, levando o país de volta ao protagonismo nesse meio.
Articulação das redes considerando integralidade e equidade
Continuação do programa de saúde à família, retomada do programa Brasil Sorridente - programa de ações em saúde bucal desmontado por Bolsonaro - garantia do programa Mais Médicos em áreas mais remotas, aumento do índice de imunização infantil, aumento de atenção às doenças crônicas e cardiovasculares, criação de um sistema nacional que acompanhe pessoas que tiveram covid e ficaram com sequelas, assistência à saúde mental que garanta a "atenção com liberdade, respeito aos direitos humanos" e retomada da farmácia popular
Complexo econômico industrial da saúde
Conciliação de saúde com desenvolvimento econômico e fortalecimento dos laboratórios públicos.
Gestão compartilhada e controle social do SUS
Participação popular
Gestão do trabalho e a educação em saúde
Desprivatização da gestão da saúde
Saúde como direito
Acesso universal, aumentando o financiamento da área da saúde e resgatando o papel do Brasil na área da saúde, levando o país de volta ao protagonismo nesse meio.
Articulação das redes considerando integralidade e equidade
Continuação do programa de saúde à família, retomada do programa Brasil Sorridente - programa de ações em saúde bucal desmontado por Bolsonaro - garantia do programa Mais Médicos em áreas mais remotas, aumento do índice de imunização infantil, aumento de atenção às doenças crônicas e cardiovasculares, criação de um sistema nacional que acompanhe pessoas que tiveram covid e ficaram com sequelas, assistência à saúde mental que garanta a "atenção com liberdade, respeito aos direitos humanos" e retomada da farmácia popular
Complexo econômico industrial da saúde
Conciliação de saúde com desenvolvimento econômico e fortalecimento dos laboratórios públicos.
Gestão compartilhada e controle social do SUS
Participação popular
Gestão do trabalho e a educação em saúde
Desprivatização da gestão da saúde
O ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Clube Atlético Mineiro Alexandre Kalil, teve nome confirmado pelo PSD na manhã do dia 24 de julho, durante convenção partidária, que ocorreu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
André Quintão (PT) foi confirmado vice da chapa por Reginaldo Lopes, líder do partido na Câmara dos Deputados, em maio e oficializado na convenção.
Kalil, belo-horizontino, interrompeu o curso de engenharia civil e entrou nos negócios da família, para a Erkal Engenharia. A empresa teve falência decretada em 2016 e inapta desde abril do ano passado. Foi presidente do Atlético de 2008 a 2011.
Foi registrado candidato como deputado estadual pelo PSB em 2014, porém desistiu logo após a morte de Eduardo Campos - candidato à presidência da república pelo partido, que morreu com a queda do jato que o levava do Rio de Janeiro ao Guarujá, em agosto daquele ano. Concorreu à prefeitura de Belo Horizonte em 2016 pelo PHS com Paulo Lamac (Rede) como vice. Foi reeleito em primeiro turno pelo PSD em 2020. Renunciou em março para concorrer ao governo do estado.
O então prefeito conseguiu aprovar o Plano Diretor pendente desde 2015 após articulação. Durante a pandemia, Kalil adotou medidas de isolamento e suspensão de atividades não essenciais na capital mineira, em oposição ao governo mineiro, que não se prontificou a adotá-las, em concordância e proximidade com o governo Jair Bolsonaro. Em junho, o Tribunal de Contas do Estado aprovou as contas da Prefeitura de Belo Horizonte referentes a 2019, após contestação do Ministério Público.
O atual candidato tem o apoio do ex-presidente Lula, com quem já esteve em palanque em agenda no estado.
A campanha de reeleição do atual presidente Jair Messias Bolsonaro realizou movimentos que visaram minimizar os efeitos gerados pela “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!” no Brasil nos últimos dias. O candidato do Partido Liberal (PL) ainda recusou participar de encontros com empresários no próximo dia 11 - no qual a carta será lida - além de um jantar na Fiesp no mesmo dia.
Os esforços também foram direcionados ao bicentenário da independência, o qual está sendo usado por Bolsonaro para engajar seu eleitorado, o que consequentemente aumenta os rumores de autogolpe. Na segunda-feira, inclusive, convidou chefes de estado estrangeiros e lusófonos a comparecer ao ato.
Já na terça-feira, o atual presidente indicou Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues - juízes federais de segunda instância - para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ação que representa uma derrota do Ministro Gilmar Mendes. Na quarta-feira (3), Bolsonaro afirmou ser alvo de inquéritos os quais poderiam prender não só a ele, como aos seus filhos também. Em seguida, confirmou a sua presença no desfile do Comando Militar do Leste e do Ministério da Defesa no Rio de Janeiro, e, no dia seguinte, além de sancionar o piso salarial dos enfermeiros, técnicos, parteiros e auxiliares de enfermagem - a dois meses das eleições - exclamou que está sofrendo chantagem por indicações de ministros do STF e STJ.
Nesta sexta- feira (5), Jair Bolsonaro lamentou a morte do apresentador Jô Soares, mesmo notificando as suas divergências ideológicas; o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de arquivar os inquéritos que perpetuam uma intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal, e, por fim, o presidente confirmou a entrevista para o Jornal Nacional que será realizada no dia 22/08 (segunda-feira).