Considerado uma das franquias mais populares, famosas e bem-sucedidas da história, os jogos da série de videogame Gran Turismo, produzidos pela Polyphony Digital, ganharam o gosto do público mais uma vez, mas desta vez por um motivo diferente. Isso porque no dia 24 de agosto de 2023, estreou nos cinemas um filme baseado numa história real envolvendo o videogame, Gran Turismo: De jogador a corredor. O jogo, exclusivo das plataformas PlayStation, foi concebido para simular a aparência e o desempenho de diversos veículos, quase todos reproduções licenciadas de carros reais. Desde a estreia da série em 1997, já foram vendidas mais de 70 milhões de unidades do game, sendo o mais memorável o terceiro título da franquia, Gran Turismo 3: A-Spec, de 2001, considerado um dos melhores jogos de todos os tempos, além de ter sido o segundo mais vendido da história do Playstation 2. Com tamanho sucesso, a Sony (distribuidora do game) resolveu levar a franquia para o cinema, enfrentando dois grandes obstáculos. O primeiro é o contexto, mesmo com sucessos recentes como Pokémon: Detetive Pikachu e Sonic: The Hedgehog, que agradaram tanto o público (em sua maioria fãs de videogame) quanto a crítica, filmes baseados em jogos possuem um longo histórico de fracassos e desastres no mundo da sétima arte.
O segundo obstáculo é como desenvolver um filme baseado num jogo sem história? Foi aí então que a solução encontrada foi em um evento feito pela própria Gran Turismo. O GT Academy foi um programa de televisão produzido pela Grand Central Entertainment e financiado pela Nissan e Sony Interactive Entertainment de 2008 a 2016. A GT Academy, por exemplo, fornecia a talentosos jogadores de Gran Turismo a oportunidade de conseguir uma carreira profissional de corrida na vida real como piloto de fábrica da Nissan. Em umas das edições do torneio, o vencedor foi o galês Jann Mardenborough, que sonhava em ser piloto profissional desde criança, mas a família não tinha o dinheiro necessário para iniciar a carreira no automobilismo e ele não conhecia ninguém que pudesse patrociná-lo.
Porém, ao vencer a edição de 2011, conseguiu ser o mais jovem e bem sucedido a passar pelo desafio, conquistando o terceiro lugar nas 24h de Le Mans, em 2013. Pronto, eis a história perfeita para um filme. A tecnologia dos jogos chegou ao ponto de permitir que um simples jogador tenha capacidade para pilotar um carro de verdade Apesar disso, existem opiniões divergentes. Alguns profissionais gostam de ter um contato inicial com circuitos, memorizar pontos de freada, etc. Várias equipes de Fórmula 1 têm simuladores, com destaque para os da Mercedes e McLaren. Mas os pilotos também brincam e às vezes aparecem jogando games casuais e disputando ligas online. O multicampeão Michael Schumacher dizia que "a maioria dos pilotos" sofre de cinetose, resultado de uma incompatibilidade entre o movimento que se enxerga e a sensação percebida pelos ouvidos, mais especificamente pelo aparelho vestibular, um grupo de órgãos localizado na área interna do ouvido e responsável pelo equilíbrio corporal, e que a única vantagem era conhecer pistas, o que para ele nunca foi problema.
O campeão de 2007, Kimi Raikkonen, por exemplo, declarou que não gostava de simuladores, nem de videogames, mas quando retornou à Ferrari em 2014, teve que usar o equipamento pois o regulamento restringia testes reais por questão financeira. “Seria muito fácil dizer que só porque você é bom no jogo, vai ser bom na vida real, mas não é tão simples. Precisa ao menos ter um conhecimento e treinamento básico”, diz Thiago Farias, de 20 anos, kartista e entusiasta da franquia. “O filme, a princípio, dá a sensação que seria fácil pegar um carro, correr com ele usando apenas habilidade de videogame, mas quanto mais vai passando o filme, mais vai mostrando que existe um processo por trás, não só sentar e acelerar”, comenta Luís Albuquerque, de 14 anos, fã de carros e espectador da F1.
Um trunfo importante para quem domina as pistas virtuais é a capacidade de desenvolver trabalhos fora da pista. Em uma das cenas do filme, Jack Salter (David Harbour), chefe da equipe Nissan, onde Jann (Archie Madekwe) corre, é surpreendido por uma forma de ultrapassagem desenvolvida pelo jovem através do que aprendeu jogando. Podemos pensar em aceitá-los como um primeiro passo, uma forma conveniente e acessível de aprender o básico antes de chegar de forma inesperada e crua ao volante.
A vida no cemitério é uma combinação de história, memória e contemplação. É um lugar onde a presença dos falecidos é honrada e lembrada, permitindo que os vivos encontrem conforto e conexão espiritual. Além disso, os cemitérios são testemunhas silenciosas da passagem do tempo, contendo obras de arte e monumentos que preservam a cultura e os valores de uma época. É um espaço que convida à reflexão sobre a vida e a mortalidade, oferecendo um refúgio sereno para aqueles que o visitam.
O bairro da Liberdade, conhecido como "Pequeno Japão", é um lugar fascinante e vibrante localizado na região central de São Paulo. Com suas ruas estreitas e coloridas adornadas por arcos tradicionais e lanternas japonesas, o bairro oferece uma atmosfera única que combina tradições japonesas com a agitação urbana da cidade. As ruas da Liberdade são repletas de lojas, restaurantes e mercados que oferecem uma incrível variedade de produtos e alimentos típicos do Japão.
É possível encontrar desde utensílios de cozinha, roupas, acessórios e eletrônicos, tudo com um toque oriental. A gastronomia é outro destaque do bairro, com uma ampla gama de restaurantes e lanchonetes que servem pratos japoneses autênticos. Visitar o bairro da Liberdade é uma verdadeira imersão na cultura japonesa, proporcionando uma experiência única e enriquecedora. Seja para fazer compras, apreciar a gastronomia, participar de eventos culturais ou simplesmente absorver a atmosfera encantadora do local, a Liberdade certamente deixa uma marca duradoura em quem a visita.
"Maré de Cheiro" o segundo disco de estúdio da carioca Amanda Magalhães, conta com 8 faixas e foi lançado na última quarta (10), nas plataformas digitais. O disco transborda as expectativas criadas pelos visuais de divulgação. É escrito e produzido por Amanda e o engenheiro de som Tuto Ferraz. Conta com colaborações de Vico, Assucena, Lurdez da Luz, As Filhas de Baracho e da Banda Black Rio, fundada pelo avô da artista. O projeto é lançado com o selo "Boia Fria Produções" e conta com apoio da 5ª edição do programa de fomento à música do município de São Paulo.
Amanda, 31 anos, ganhou destaque como atriz na série "3%", produção brasileira da Netflix. Formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD-USP), começou sua carreira musical em 2018 com o single “Fazer Valer” com Rincon Sapiência e mais tarde em 2020, lançou “Fragma” seu primeiro disco autoral.
O projeto “Brasil em Brasa” do qual a gravação faz parte, foi contemplado pela 5ª edição do programa de fomento à música do município de São Paulo. Esse programa fomenta a criação de obras musicais, que serão apresentadas em centros culturais, por essa razão, a musicista fez apresentações gratuitas na Casa de Cultura do Campo Limpo e no Teatro Sérgio Cardoso.
Composto por 8 faixas, o álbum é construído por uma produção intimista, com a proposta de apresentar o amadurecimento musical da artista. A gravação busca referências brasileiras de norte a sul, mescladas por elementos de música eletrônica. O repertório tropical tem instrumentação potente e vocais bem trabalhados, cheios de camadas e texturas, descrito por Amanda como "minha mais doce pira de verão" em publicação no seu Instagram.
A faixa “Doce Encanto”, na qual Amanda evoca afetividade, amor e a guia Oxum, rainha das águas doces, inicia o álbum. O lead-single é a faixa principal do projeto e já conta com videoclipe.
Amanda constrói um repertório novo, que fala sobre amor, ancestralidade e religiosidade de forma expressiva, bem construída e fiel a seus próprios sentimentos. A versatilidade encontrada nas canções é surpreendente, a diversidade identitária é construída faixa a faixa, como em “Queria te Ter”, onde os vocais da artista são mais inerentes, ou em “Com Ela Eu Vou”, colaboração com a Banda Black Rio, que encerra o disco em alto-astral.
Por Isadora Verardo Taveira e Laura Melo de Carvalho
"It 's time to Be real”, a notificação que virou febre, principalmente entre os jovens universitários, após o aplicativo chegar a número 1 na App store (Apple) em julho de 2022. O aplicativo francês, criado por Alexis Barreyat e Kevin Perreau, traz uma proposta inovadora e muito diferente do que se vê nas redes sociais atualmente: a exposição da realidade sem filtros e sem montagens.
Com uma notificação diária em horários aleatórios no decorrer dos dias, o aplicativo funciona com uma cronometragem estimada para que o usuário tire uma foto em modelo selfie e na câmera traseira ao mesmo tempo, sem possibilidade de filtros, montagens ou irrealidades. Segundo a estudante universitária Carolina Pioltine, o interesse pelo aplicativo veio após ver alguns amigos aderindo a nova proposta e pela curiosidade de explorar um novo modelo de redes sociais, mais real e sem edições.
Qual o motivo da grande popularidade do Be real?
Durante um período marcado pelo confinamento social, estar mais "próximo" de seus amigos parecia uma ideia interessante. Carência, ansiedade e falta de contato social, a pandemia da Covid-19 trouxe a necessidade do sentimento de relações mais íntimas mesmo em tempos tão distantes. Longe dos filtros e da vida idealizada do Instagram, o Be real cresceu rapidamente e logo se popularizou entre os jovens que sentiam falta de um pertencimento maior nas redes sociais.
As grandes redes, marcadas por um enorme fluxo de marketing e de dinheiro, sempre exigiram um cuidado maior para sua utilização e são vistas atualmente como verdadeiras ferramentas de trabalho. O app francês, distante dessa realidade, oferecia muito mais que os aplicativos como Instagram e Facebook: uma alternativa que prometia mais originalidade e poucas pretensões de lucro. É possível continuar "vivendo" fora do celular depois de usar o aplicativo, trazendo uma ideia interessante aos usuários.
De acordo com estudo da Apptopia, uma plataforma de inteligência de dados, o crescimento de usuários ativos no Be real foi exponencial e subiu em média 315% ao redor do mundo entre dezembro de 2021 e março de 2022. No site oficial do aplicativo, ele é oferecido como algo autêntico “O BeReal desafiará sua criatividade. É sua chance de mostrar aos seus amigos quem você realmente é, pelo menos uma vez” - como uma forma de cutucar seus concorrentes. "Se você quiser se tornar um influenciador, pode ficar no TikTok e no Instagram.”
Seria o Be real o novo Instagram?
Apesar de tamanha repercussão, a ideia contrária às redes sociais que estão na rotina dos usuários trouxe alguns contratempos. Com a influência do Instagram hoje em dia, a realidade sem filtros pode ser um desafio para muitos. A sociedade vive hoje cercada por vidas irreais, cheias de montagens, edições e a propagação de uma realidade muitas vezes inalcançável por muitos.
As redes sociais se tornaram um local para que as pessoas idealizem suas realidades, com isso, uma proposta contrária a essa tende a ter uma queda na adesão, o que têm acontecido atualmente com o Be real. Segundo Carolina, que deixou de usar o Be real recentemente, o aplicativo nunca se tornaria uma rede social como o Instagram, porque as pessoas gostam de mostrar a falsa perfeição da vida, o que não é possível dentro da nova proposta.
Há alguns meses, no período entre agosto e outubro de 2022, o aplicativo ocupava o topo da lista de mais baixados da Apple Store. Dobrando de 10 milhões de usuários para 20 por dia, a febre de se mostrar "real" nas redes sociais teve sua vida curta. Logo em fevereiro de 2023, os usuários voltaram ao patamar dos 10 milhões, e vem decaindo desde então.
A queda do novo estilo de redes sociais
Além do lado pessoal, da desvalorização do real quando se trata de redes sociais, o aplicativo não se adaptou ao meio comercial das mídias. Em uma pesquisa para o Blog Opinion Box, foi relatado que 70% dos usuários do Instagram seguem influenciadores e 44% usam a rede social para conversar com empresas, duas estatísticas que não fazem parte da realidade do Be real, por se tratar de uma rede social difícil para publicidade.
Em entrevista para a revista Glossy, a CMO da marca Peace Out Skincare, de cosméticos, relata que notaram que o aplicativo é limitado, principalmente quando se trata de publicidade, provavelmente por toda proposta anti-social media por trás dele e adiciona que não postam diariamente, mas que veem uma certa dificuldade em aumentar seus seguidores, principalmente pela limitação do aplicativo de 500 seguidores por conta.
Em relação às influenciadoras, Sophia Costa, estudante universitária e usuária do aplicativo, conta não ver adesão pelo lado das blogueiras, mas que entende as limitações da rede social e seu projeto que não condiz com esse nicho da outra rede social.
A necessidade de uma vida ilusória
Com toda discussão acerca da ascensão e queda do Be real e a comparação com os outros aplicativos populares como o Instagram, fica claro que parte da necessidade da geração atual é espetacularizar uma vida inexistente. Falta de filtros, localização em tempo real, inexistência de likes, todos esses pontos são duramente criticados, entretanto fazem parte e são inegociáveis na vida dos jovens atualmente.
Por mais que exista uma série de reprovações e análises negativas, o Instagram e o Tiktok conquistam um espaço cada vez maior entre a geração z por ser justamente como é: um lugar onde as pessoas podem transmitir aquilo que querem, mesmo que isso signifique encher o rosto de filtros e transparecer uma realidade completamente desconexa da verdadeira.
Entender que as pessoas não desejam aparecer de modo completamente real parte do princípio de compreender o lugar complexo que as redes sociais populares tomou na vida das pessoas. O professor e filósofo Luiz Felipe Pondé afirma em participação no Jornal da Cultura que "Praticamente todo que postam que estão bem, estão mentindo. Afinal de contas o Instagram e os semelhantes só servem para mentir."