As mudanças no jornalismo têm dado brechas para a naturalização da precarização da profissão
por
Milena Camargo
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28/11/2023 - 12h

A 'Pejotização' - contratação em modelo PJ - tem sido um problema enfrentado pelos jornalistas. Com a crise do mercado da comunicação muitas empresas da área vem utilizando esse método como alternativa recorrente. Mas apesar de parecer uma alternativa cabível, para muitos isso significa uma negligência significativa para com os direitos dos empregados contratados nessa condição. 

O surgimento da internet e dos smartphones ocasionou em uma transformação drástica do mercado jornalístico. A população que antes se informava majoritariamente pelos conteúdos das grandes marcas do jornalísticas, atualmente se vê à mercê de uma infinidade de fontes e opiniões que estão disponíveis, livremente e gratuitamente, na internet. Apesar da desinformação advinda das ‘Fake News’ serem uma problemática a ser enfrentada, a democratização e a pluralidade das informações na internet impulsionam a grande maioria da população a consumir produtos dos informantes independentes. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Thiago Tanji: “Quando começou um crescimento da utilização dos dispositivos móveis aliado às redes sociais, a publicidade, não só do Brasil mas do mundo, migrou. Então hoje, o Google - que faz parte da empresa Alphabet - e o Meta – que é a maior empresa do Facebook – concentram 80% da publicidade Global.”

Homem com óculos de grau

Descrição gerada automaticamente

Figura 1Presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo | Thiago Tanji

 

Essa mudança, portanto, estabelece um novo cenário empregatício para jornalistas, muito mais precário e instável. Na terceira semana desse mês a CNN, realizou mais uma sessão de ‘passaralho’, na qual mais de uma dezena de funcionários foram demitidos. Esse tipo de situação tem se tornado cada mais recorrente em decorrência, principalmente, dessa transformação no modelo de comunicação social.

As grandes marcas do jornalismo têm cada vez menos condições de manter seus quadros de funcionários e uma estrutura de trabalho digna e saudável. Diante desse contexto caótico, uma das saídas também utilizadas pelas empresas de comunicação, para além da demissão em massa, é a precarização do trabalho. A jornalista Sueli dos Santos afirmou em entrevista: “Eu não conseguia vagas que fizessem registro em carteira, então eu comecei no mercado de comunicação como PJ.”

A ‘Pejotização’ nada mais é do que a informalização da contratação em benefício do empregador e em detrimento do funcionário. Ao invés de contratar o jornalista - ou qualquer outro funcionário - em modelo CLT, como deve ser feito de acordo com as leis trabalhistas, as empresas vêm naturalizando cada vez mais a contratação via PJ (Pessoa Jurídica). As contratações PJ no Brasil vêm crescendo em larga escala e batendo recordes. Segundo dados do IBGE, somente neste ano, já são as contratações PJ no Brasil vêm crescendo em larga escala e batendo recordes. Segundo dados do IBGE, somente neste ano, já são milhões de trabalhadores inseridos nesta condição de trabalho. Segue abaixo o gráfico de um estudo da fundação Getúlio Vargas sobre com um comparativo em relação a ascensão da contração em PJ em detrimento da contratação em CLT.

                                                 Pejotização: uma análise a partir de dados da PNADC | Blog do IBRE

No modelo PJ o contratado não tem direitos, tais quais: décimo terceiro salário, férias remuneradas, seguro-desemprego, licença maternidade, contribuição junto ao INSS, indenização etc., como teria na contratação CLT. Muitas vezes para encobrir esses benefícios, o empregador acaba oferecendo um valor de salário um pouco mais alto do que o que se oferece no mercado como um todo, mas ele ainda sai em vantagem já que os direitos trabalhistas, ainda sim, são mais custosos. Entretanto, apesar de em alguns casos o empregador oferecer salários altos, essa não é uma regra. E muitas vezes, além da contratação ser informal, os salários oferecidos são equivalentes ou até mais baixos que os oferecidos pelo mercado.

Outro ponto relevante é que quando apresentadas aos candidatos, as vagas PJ vestem uma roupagem de ‘prestação de serviços’ onde o contratado seria um terceirizado da empresa. Entretanto, depois de contratado o empregador acaba exigindo uma habitualidade do empregado onde dele deve satisfações constantes como: pontualidade, subordinação e entregas de atividades regulares e cotidianas. É importante estar atento pois o prestador de serviços faz entregas pontuais e não lhe pode ser exigida uma habitualidade diária como na contratação CLT. “A questão do PJ não é de agora, é de muito tempo. A gente tem que entender que a relação de trabalho mudou, mas infelizmente com o trabalhador tendo desvantagem. Porque não é a contratação no modelo PJ que incomoda, o que de fato incomoda é ser contratado como PJ e ter obrigações de CLT.”, explica Sueli.

 

A mudança do mercado jornalístico apesar de ter sua relevância para o entendimento de todo o contexto empregatício, não deve ser uma justificativa da precarização por parte das empresas jornalísticas. É importante um olhar crítico sobre os novos rumos do mercado para tomadas de decisões mais conscientes, mas o reconhecimento e a luta pelos direitos trabalhistas devem nortear as pautas e decisões de todos os envolvidos na nova estruturação do mercado jornalístico. Thiago Tanji, relembra, portanto, a importância da luta coletiva em prol da defesa dos direitos trabalhistas: “Enquanto a legislação não mudar e continuar mantendo a impunidade às empresas que cometem essa fraude, nós temos que se agrupar e conversar sobre como conseguimos nos unir nessa questão.”

Com um desejo de trabalhar com livros, Julio decidiu seguir o rama da família
por
Leonardo de Sá
Kauã Alves
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21/11/2023 - 12h
Três homens acusam animal local de roubar suas propriedades
por
Artur dos Santos
Lucas Allabi
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21/11/2023 - 12h

Os cidadãos de uma vila estadunidense vivem, há uma semana, em estado de sítio. Os três fazendeiros mais ricos da cidade, Boggis, Bunce e Bean, arregimentaram diversos capangas que aterrorizam as ruas e estabelecimentos do pacato local à procura de uma raposa que eles acusam de roubo.

O primeiro a denunciar o suposto roubo foi Boggis, dono da maior avícola da região. De acordo com ele, o Sr.Raposo, com ajuda de um gambá, roubou cerca de dez galinhas suas para revendê-las aos animais da cidade.

Exasperado pelo sucesso do seu crime, o acusado roubou na mesma semana, e com ajuda do mesmo parceiro, um número desconhecido de gansos do criadouro de Bunce.

Em seguida, os criminosos, que aliciaram Kristofferson, sobrinho do Sr.Raposo e menor de idade, invadiram o armazém da cidra fabricada por Bean. Após nocautear o segurança do local, o Rato, eles fugiram com uma garrafa cada um.

Fontes anônimas revelaram que o Sr.Raposo, ex-escritor da coluna Raposa pela Cidade da Gazeta local, estava insatisfeito com sua situação financeira há algumas semanas e por isso decidiu cometer os roubos.

Os três fazendeiros, depois de perceberem o que tinha ocorrido, fizeram uma reunião na qual decidiram matar a raposa. Eles descobriram onde ele morava e montaram uma tocaia durante a noite em volta da sua casa para pegá-lo.

Os animais, reunidos na casa do Raposo, perceberam a emboscada e se esconderam na hora em que Boggis, Bunce e Bean abriram fogo contra eles. Os fazendeiros, em seguida, decidiram remover a árvore onde eles moravam. 

O Gambá, o Sr.Raposo e sua família, então, cavaram o chão debaixo da sua casa removida e construíram vários túneis subterrâneos. Os fazendeiros, obstinados em pegar quem lhes passou a perna, contrataram operários e máquinas de construção para escavar o local. 

Como não acharam os criminosos, Bunce ordenou que os seus empregados se armassem e montassem vigias e barricadas em toda a cidade para pegar os ladrões.

Já fazem alguns dias que a vila vive na espera pelo aparecimento do Sr.Raposo, e seus cidadãos parecem mais reféns dos fazendeiros que dos animais fugidos.

A polícia local não fez nada até agora e Boggis, Bunce e Bean não esboçam nenhuma vontade de desistir do plano de exterminar todos os animais relacionados com o roubo de suas propriedades.

Como não sabemos o paradeiro do Sr.Raposo, não conseguimos seu depoimento para essa reportagem.

 

Descubra a resposta desse questionamento, conhecendo um pouco mais desses dois times lendários da seleção brasileira.
por
Antônio Valle
Christian Policeno
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16/11/2023 - 12h

Brasil: 1982

A Seleção Brasileira de 1982, também conhecida como "Seleção de Ouro", ficou marcada por seu futebol ofensivo e vistoso. Apesar de ter encantado o mundo, o Brasil foi eliminado na 2° fase da Copa do Mundo para a pragmática Itália, de Zoff e Paolo Rossi, em um dos maiores jogos da história das Copas do Mundo.

A história desse jogo é recheada de bons enredos. Para a Seleção Brasileira, essa história começa a ser contada em 1979, quando Telê Santana assume o cargo de técnico, e, junto à CBF implementa o que é conhecido como "seleção permanente", isso é, os jogadores passaram a se reunir com mais frequência. Então, para o trabalho realizado em campo, não era mais só momento e a continuidade passou a ser chave.

A Seleção deu show e encantou o mundo em suas expedições internacionais, em preparação à Copa. Em 1981, a "Canarinho" bateu a Inglaterra em Wembley, pela primeira vez, assim como fez com a França no Parque dos Príncipes, e derrotou a Alemanha de virada. É muito devido a essa excursão que, ainda hoje, se discute o "time perfeito" e o que aconteceu na "Tragédia de Sarriá".

Entre o time de 1981, e o da estreia da Copa de 1982, o Brasil tinha apenas 2 modificações. Leandro, lateral-direito, entrou no lugar de Edevaldo, e Serginho Chulapa assumiu a 9 da seleção. Inclusive, achar o centroavante perfeito foi a maior dificuldade de Telê Santana, que testou alguns nomes, como: Roberto Dinamite e César, do Vasco, Nunes, do Flamengo, Roberto, do Sport, Baltazar, do Grêmio, e Reinaldo, do Atlético-MG. Telê escolheu Careca, do Guarani, mas o atacante se lesionou na fase final da preparação para o Mundial, e, então a vaga abriu novamente.

Na estreia da Copa do Mundo, contra a União Soviética, o Brasil entrou com Dirceu, no lugar de Paolo Isidoro. O time não funcionou, foi para o intervalo perdendo de 1x0. Com a volta de Isidoro o time melhorou e buscou a virada. Ainda não foi o suficiente para que ele se mantivesse no time titular. Na segunda partida, Telê achou seu quadrado de meio campo ideal: Cerezo, que havia voltado de suspensão, Falcão, primeiro jogador a atuar fora do país a disputar a Copa do Mundo pelo Brasil, Sócrates e Zico. O que chamava a atenção era a ausência de um ponta-direita.

O meio de campo era encantador: trocava passes e rodava a bola perfeitamente. Mas, às vezes, faltava velocidade. Zico e Sócrates revezavam quem caia pela direita, mas nem sempre conseguiam. Com as subidas de Leandro, e a falta de um ponta, criava-se espaços não compensados pelos zagueiros brasileiros.

A Itália reconheceu os erros brasileiros. E, foi subindo pela esquerda, que Cabrini achou o cruzamento perfeito para Paolo Rossi abrir o placar aos 5 minutos de jogo. Além disso, o a marcação individual italiana limitou o poder de criação dos meias brasileiros.

Ainda assim, o Brasil buscou o empate com Sócrates aos 12". Mas Rossi, em noite mágica ampliou, aos 25 minutos. O jogo foi para o intervalo com 2x1 no placar. No começo do segundo tempo, Falcão empatou, mas logo em seguida Rossi fez o terceiro e acabou com a alegria brasileira.

A Seleção Italiana era talentosa e perfeitamente ajustada defensivamente. Além disso, buscava vingança. Além da goleada, por 4x1, na Copa de 1970, o Brasil bateu a "Azzura" em 1978, na disputa pelo terceiro lugar. E, conseguiu.

"Enzo" Bearzot, técnico italiano de 1982, foi muito criticado ao convocar Paolo Rossi para a Copa, mas sua escolha rendeu uma das melhores revira voltas do futebol. O centroavante da Juventus, voltou da Espanha, com, além do troféu de campeão, o prêmio de melhor jogador e a artilharia do campeonato.

Mas, o que muitos não sabem, é que Rossi foi punido por 2 anos após envolvimento com apostas e manipulação de resultados, no esquema Totonero. Antes do Mundial, ele havia disputado apenas três partidas oficiais.

Para se ver como funciona o esporte. A Itália enfrentava um péssimo momento e seu futebol não convencia. A "Azzura" contou, justamente, com o criticado Paolo Rossi, para ganhar de uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos. O camisa 20 fez três gols, na vitória por 3x2, após um começo de campeonato medíocre do atacante.

 

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Seleção Brasileira de 1982. Reprodução: Esquemas táticos.

Brasil 1994:

Falando agora sobre a seleção tetracampeã do mundo, será possível observar se um futebol “feio”, também é capaz de trazer resultados. Ou melhor do que bons resultados, TÍTULO!

A seleção brasileira de 1994 era comandada por Carlos Alberto Parreira, mas antes disto, o técnico da seleção era Zagallo, uma lenda na seleção. Porém, como nem tudo são flores, Zagallo acabou sendo um “problema”, para o melhor jogador da “canarinho” de 1994. Isto, por que, o Baixinho não possuía uma boa relação com o treinador, e afirmou na época que não gostaria de ser convocado para a seleção brasileira caso ficasse no banco de reservas.

Com a chegada de Parreira, o baixinho foi bancado pelo treinador, e não decepcionou. Nas eliminatórias, Romário realizou um campeonato muito bom, e na copa do mundo de 1994, não foi diferente. O baixinho foi o artilheiro da seleção com cinco gols marcados, se firmando como um dos maiores centroavantes da história do futebol, e da “amarelinha”.

Falando um pouco sobre a Copa do Mundo, o Brasil chegou na competição com o pé direito, ganhando da Rússia pelo placar de 2X0, com gols de Romário e Raí, no segundo jogo, vitória sobre Camarões, com gols do “Baixinho”, Márcio Santos e Bebeto, e finalizando a fase de grupos, o Brasil tropeçou com a seleção da Suécia, empatando o jogo em 1X1.

Já no mata-mata, o osso começou a roer, e o Brasil ganhou da seleção norte americana por 1X0, em jogo difícil, com gol de Bebeto. Nas quartas de final, um jogo épico, o Brasil ganhou da ótima seleção da Holanda, por 3X2, em um jogo muito parelho, os gols foram marcados por Romário, Bebeto e Branco. Na semifinal, o Brasil enfrentou novamente a seleção da Suécia, e ganhou o jogo com placar mínimo de 1X0, com gol de Romário aos 35 minutos do 2 tempo.

No ultimo e mais decisivo jogo da competição, dois fatores extremamente relevantes estavam em cena, além é claro, de uma final de Copa do Mundo. Menos de dois meses antes da final competição, o maior ídolo do país na época, Ayrton Senna, morreu em um acidente de carro, durante uma corrida da Formula 1, deixando o país inteiro em lagrimas, outra questão, é que o Brasil passara pelo seu maior jejum de títulos de Copa do Mundo na história, sendo 24 anos sem levantar o troféu. Tudo isto trazia uma sensação de ainda mais apreensão, sobre o possível título da seleção.

O jogo foi extremamente nervoso, e terminou no placar de 0X0, levando a disputa para os pênaltis. Nos chutes ao gol, o Brasil sagrou-se campeão, pelo placar de 3X2, com o último pênalti isolado, pelo então melhor jogador do mundo na época, Roberto Baggio.

Jogar de maneira não tão vistosa, mas levantando o caneco, é sem dúvida mais prazeroso que o contrário.

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Seleção Brasileira de 1994. Reprodução: "é pênalti".

 

Best-seller de Carla Madeira tornou-se um dos livros de ficção mais vendidos do país
por
Bruna Quirino Alves
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14/11/2023 - 12h

“Tudo é rio” é o romance de estreia de Carla Madeira. Publicado pela editora Record, está na seleta lista dos livros brasileiros de ficção mais vendidos. Em 2021 e 2022, a obra vem dividindo com Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (o mais vendido da categoria no Brasil), a atenção de leitores e críticos. Também pela Record, a autora lançou Véspera (2021), o terceiro e inédito romance, e relançou A Natureza da Mordida (2022), o segundo, que havia sido publicado em 2018.

Tudo é rio de Carla Madeira é um livro sobre transbordamento, como a própria autora define. O processo de leitura te leva em uma montanha-russa onde o amor, o ódio e o perdão se misturam em um rio de sentimentos, os quais não se pode controlar.

A história traz três personagens principais: Lucy, prostituta da cidade, e o casal Dalva e Venâncio. Eles, até então muito apaixonados, tiveram o casamento marcado por uma tragédia, que mudou completamente a dinâmica entre eles, a partir desse momento Lucy atravessa a história dos dois e é atravessada por eles com a mesma intensidade.

Carla Madeira constrói camadas sem uma régua moral e seus personagens apresentam complexidade e profundidade, enquanto fogem de maniqueísmos. Ao longo do livro, o leitor se vê em uma posição de confusão constante e a autora provoca essa sensação intencionalmente, e com excelência.

Inventivo na forma, o romance organiza-se por capítulos que desobedecem a ordem cronológica e vão e voltam, tal como uma série televisiva em que a câmera muda a cada cena. O tema do amor e da tragédia não tem nada de original, mas o grande trunfo de Carla Madeira é a forma pela qual sua linguagem poética, suave, nos conta essa história.

A obra é questionadora e provocante em uma essência, mas o principal questionamento gira em torno do perdão: Como perdoar o imperdoável e lidar com o amor que permanece?

Carla não se atém à superficialidade ao narrar detalhadamente o quão excruciante é a dor que Dalva, a personagem principal, vivencia em sua jornada pelo luto, até o perdão. A escolha de repetir certas cenas durante a narrativa é proposital e enfatiza como a dor pode ser paralisante, se manter em um ciclo destrutivo parece ser a única escolha.

A violência doméstica é retratada a partir de uma perspectiva diferente. A autora se afasta do julgamento e demonstra empatia com as mulheres que não conseguem sair desse tipo de situação, o que pode ser visto no seguinte trecho da obra:

“Dalva poderia tantas coisas se pudesse. Mas só pôde o que fez. Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo.”

Após receber críticas por “romantizar” a agressão, a autora afirma que o intuito nunca foi esse. Ela explora a sua própria curiosidade que permeia as motivações que levam uma mulher violentada à escolher ficar.

Tudo é rio é uma investigação sobre a água, ou seja, sobre tudo aquilo que é tão potente que não se pode limitar à qualquer coisa além de seguir o próprio fluxo. O amor, o ódio, a raiva, são sentimentos que, quando represados, tensionam o sujeito que sente e acabam transbordando. Aqui temos uma obra que permanece ressonando no leitor, mas não em sua mente racional, mas nesse intangível lugar onde mora aquilo que não conseguimos traduzir em palavras, só sentir.

Como é o antissemitismo hoje?
por
Ester Czeresnia Taragona
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13/11/2023 - 12h

O judaísmo é uma religião, mas acima de tudo é uma cultura. Há judeus que não praticam a religião judaica, há inclusive judeus ateus. Porque ser judeus engloba uma gama de significados e identidades. A religião pode ser uma delas.

O judaísmo é uma religião, um povo, uma nacionalidade, uma cultura. Há judeus que se identificam somente com algumas cores dessa aquarela e também há antissemitismo para todas elas.

Da mesma maneira que o judaísmo corresponde a uma série de significados , há um antijudaísmo para cada um deles. Esse antijudaísmo é chamado de antissemitismo. Há um antissemitismo religioso, cultural, nacional e racional. E alguns tipos de antissemitismo mais sofisticados que misturam mais de um destes ingredientes.

“A crença ou comportamento hostil aos judeus só porque são judeus. Pode assumir a forma de ensinamentos religiosos que proclamam a inferioridade dos judeus, por exemplo ou de esforços políticos para isola-los, oprimi-los ou feri-los de outra forma. Também pode incluir opiniões preconceituosas ou estereotipadas sobre os judeus”.

Como é o antissemitismo hoje?

Se o judaísmo pode ser uma religião, uma cultura, um povo e uma nação, o antissemitismo pode ter características de intolerância religiosa, racismo e xenofobia.

Em cada país do mundo ele se manifesta de uma maneira distinta, mas suas bases são as mesmas.

O antissemitismo, normalmente, aparece em ofensas direcionadas a uma pessoa ou aos judeus como grupo. Uma manifestação antissemita, inclusive, pode ser direcionada a grupos distintos e até mesmo contra não judeus – usando o “ser judeu” como ofensa até mesmo para pessoas que não estão dentro deste grupo.

As formas mais comuns de expressar o ódio contra judeus são acusações, difamações, discursos de incitação ao ódio em manifestações públicas, redes sociais, sites, plataformas de comunicação e portais de notícias, pichações de símbolos nazistas em espaços públicos e privados, além de violência física, agressões verbais, cerceamento de direitos, assassinatos e perseguições motivadas.

Mas, não estão fora do conjunto de ataques ofensas por meio de charges, supostas piadas, deboches e insinuações corriqueiras. Estas, aliás, são formas de antissemitismo muitas vezes blindadas sob o pretexto de liberdade de expressão artística, e imunidade do humor, supostas prerrogativas para o preconceito.

Por conta da guerra em Gaza, os ataques antissemita no mundo todo aumentaram. Estudantes da faculdade Cornell nos Estados Unidos foram ameaçados de morte, pichações nazistas, gritos em protestos falando para jogar gás nos judeus e que Hitler estava certo, estabelecimento na Turquia falando que judeus não podem entrar, pessoas marcando com estrela de David estabelecimentos e casas de judeus. As pessoas não conseguem distinguir o povo judeu, da religião e do governo. Uma coisa é criticar o governo de Israel outro é desejar a morte dos judeus.

Conheça o método e a trajetória de um dos mais vitoriosos da geração
por
Gabriel Cordeiro
Lucas Tomaz Lopes
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13/11/2023 - 12h

Nascido em Reggiolo no Norte da Itália em 1959, Carlo Michelangelo Ancelotti, apelidado como o “Don Carlo” é um dos técnicos de futebol mais conhecidos do mundo. Atualmente treinador do Real Madrid, Ancelotti é um dos mais vitoriosos da história do esporte.

Carlo Ancelotti Champions

Carlo Ancelotti ao conquistar a UEFA Champions League em 2014 (Foto: Real Madrid CF)

Antes de treinar grandes jogadores, Carlo se acostumou a conviver com eles desde seu período como jogador, onde foi treinado por Arrigo Sacchi em um AC Milan muito vitorioso, e desde esta época o italiano se mostrava um grande tranquilizador de vestiário. Após sua aposentadoria dos gramados, o mesmo Sacchi lhe daria uma nova oportunidade na área técnica, onde começaria como seu auxiliar na seleção italiana na Copa de 1994.  

https://www.youtube.com/watch?v=6OqBwJrzLis

Pós-mundial, iniciaria de fato sua carreira como treinador no pequeno time italiano Reggiana, equipe da região onde foi criado e havia acabado de ser rebaixado para a segunda divisão do campeonato italiano. Era seu primeiro desafio como treinador e ali começou a moldar sua maneira de liderar, valorizando sempre um bom relacionamento com seus atletas, balanceando com sua figura de autoridade. Sua primeira temporada como treinador se iniciou conturbada (com sete derrotas nos sete primeiros jogos), mas após se encontrar em sintonia com o elenco, foi possível uma volta por cima e o acesso a primeira divisão.

Após o sucesso em sua primeira temporada na Reggiana, Carlo passaria pelas equipes Parma e Juventus sem muito destaque, mas onde obteve importantes aprendizados que moldaram seu estilo de jogo e de tratamento com os atletas, começando a valorizar as individualidades e que deveria se adaptar ao material que tem para se chegar as conquistas.

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E é após essas passagens que Ancelotti retorna a sua “família”, chegaria para ser treinador do AC Milan, onde foi multicampeão como jogador e chegaria para comandar a equipe por oito temporadas. Dentre seus primeiros anos, se deparou com “problemas”, lidando com os egos inflados das estrelas e com as competições internas pelas vagas de titular, mas de acordo com o mesmo, era fácil comandar aqueles excelentes jogadores, pois todos eram excelentes. Em seu terceiro ano comandando a equipe, foi vencedor de sua primeira Champions League como treinador, administrando as emoções e sendo muito querido dentre seu elenco.

Dois anos depois, Don Carlo chegaria a sua segunda final da competição europeia, a segunda com sua família. Tudo parecia um sonho quando sua equipe abriu vantagem de 3 gols frente ao time o Liverpool ainda na primeira etapa, porém tudo desmoronou após o intervalo. O adversário empatou a partida e venceu o campeonato nas penalidades máximas, Carlo amargaria um dos vices mais doloridos da história.

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Em sua longa passagem pelo Milan, o treinador conquistou 8 títulos. Duas temporadas após o famoso milagre em Istambul, Ancelotti conquistaria seu segundo troféu da liga dos campeões em cima do mesmo indigesto time inglês que ganhara a competição em 2004-05. Após todos esses anos de conquistas e boa relação com o clube, sua passagem pelos Rossoneri chega ao fim com um saldo mais do que positivo para Carlo que era extremamente querido pelos jogadores e pela direção do Milan, sua saída foi tratada como um novo desafio para ambas as partes. Ao todo, Ancelotti comandou a equipe italiana em 417 jogos, com 237 vitórias, 99 empates, e 81 derrotas.

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Na temporada de 2009/10, Ancelotti deixa o Milan e chega ao Chelsea. Logo em sua primeira temporada na Inglaterra, o treinador conquistou três títulos: a Premier League, a Copa da Inglaterra, e a Supercopa da Inglaterra. Além de toda sua capacidade técnica indiscutível, o fato do técnico ser fluente em inglês ajudou muito em sua contratação.

‘’Uma vez, antes do jogo, Ancelotti chegou em frente a uma mesa tática e perguntou aos jogadores como deveria ser o modelo de jogo. Treinadores muitas vezes têm medo de dar tanta responsabilidade aos jogadores, mas quando o jogo começa, a influência do técnico num estádio cheio é pequena. Não dá para passar informação. Os jogadores precisam tomar decisões em frações de segundos’’ — Paul Clement, auxiliar de Ancelotti no Chelsea

Mesmo com o ótimo ano do Chelsea, a perda da Liga dos Campeões para Mourinho não foi bem digerida por Abramovich, que começava a tecer críticas internas a Ancelotti, o presidente e o treinador não possuíam boa relação e contrastavam bastante. Após a eliminação da liga dos campeões para o United, já estava dada como certa a demissão do técnico italiano no clube inglês.

‘’No último jogo do ano, fomos superados pelo Everton por 1 a 0. Ouvi dizer que o CEO do clube estava indo para casa quando recebeu um telefonema dizendo: 'Dê meia-volta e diga a Carlo que ele está demitido'. Ao menos pude despedir-me dos jogadores. Naquela noite, os jogadores mais experientes — Didier Drogba, John Terry, Frank Lampard e os demais — levaram-me para jantar e beber alguma coisa. Nunca havia presenciado aquilo em minha carreira. Acho que gostavam de mim.’’

— Carlo Ancelotti, no livro Liderança Tranquila

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Carlo Ancelotti se tornou o único treinador a conquistar, ao menos uma vez, os títulos nacionais das cinco principais ligas da Europa. Um deles veio com o Paris Saint-Germain na temporada 2012-13. No entanto, o clima na França nem sempre foi tranquilo. O treinador se entusiasmou com o projeto do poderoso time frances, cujo principal objetivo até hoje é a conquista da Liga dos Campeões, porém no seu segundo ano de PSG, os dirigentes não pareciam estar muito contentes com o italiano, que chegou a sofrer ameaças de demissão ao longo da temporada. Ancelotti se sentiu pressionado demais por resultados o que impossibilitava o crescimento do time a médio longo prazo, foi ai que se deu conta que a direção não confiava em seu projeto e decidiu que sairia do clube em março de 2013, sempre deixando boas relações com seus jogadores.

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Agora em 2014, Carlo aceitaria a proposta de um novo e empolgante desafio: o Real Madrid. Logo em sua primeira temporada, atingiria o Santo Graal com a equipe, a Champions League pela terceira vez, quebrando um jejum de mais de dez anos do time espanhol.

Mas a primeira passagem de Carlo com o Madrid chegaria ao fim pouco após a conquista, logo em sua segunda temporada após sofrer com lesões foi demitido. Como o mesmo define “Não é nada pessoal, são só negócios”, e foi inspirado em “O poderoso chefão” que Carlo define sua relação com o presidente histórico do clube espanhol Florentino Perez, que desde o começo se mostrou admirado por seu estilo apaziguador, mas também sabia que o mesmo Florentino havia conduzido a contratação (e em especial, a demissão) dos últimos nove treinadores, com Ancelotti a história não foi diferente, dada as declarações do presidente, o Real Madrid não era um lugar para fincar raízes

Apesar do excentrico presidente, a relação de Carlo com os jogadores como sempre foi muito boa, sendo a equipe com mais qualidade que já treinou. Se adaptando aos jogadores em mãos, acomodou a maioria em um esquema e como o próprio disse “Com esse time não preciso de muita tatica. Quero marcar gols com estes jogadores”.

https://youtu.be/P5Plct1xzZs?si=UhYLiOCylMjbwd5P

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Carlo Ancelotti foi um dos técnicos mais vitoriosos de seu tempo e ainda assim não criou rivalidades notórias, pelo contrario, gerava e gera até hoje a admiração de seus adversários. Sir Alex Ferguson, lendário ex-técnico do Manchester United, lamenta que o italiano nunca tenha treinado seu ex-time.

Carlo costumava sair para jantar e tomar um bom vinho contra seus adversários em noites que antecediam jogos de Champions League, fazendo assim bons “amigos”.

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Com um jeito peculiar de liderar, entendendo e buscando humanamente chegar a um acordo com seus comandados, Carlo ensina lições de humildade, confiança, lealdade, conciliação e acima de tudo: liderança. O italiano mostra com resultados e desempenho que é mais do que possível ser um bom treinador abdicando da posição de general.

Resultados da “Liderança Tranquila”

Liga dos Campeões: 2003 e 2007 (Milan), 2014 e 2022 (Real Madrid)

Mundial de Clubes: 2007 (Milan), 2014 e 2022 (Real Madrid)

Premier League: 2009/2010 (Chelsea)

Campeonato Espanhol: 2021/2022 (Real Madrid)

Bundesliga: 2016/2017 (Bayern de Munique)

Campeonato Italiano: 2003/2004 (Milan)

Campeonato Francês: 2012/2013 (PSG)

Supercopa da Uefa: 2003 e 2007 (Milan), 2014 e 2022 (Real Madrid)

Copa da Inglaterra: 2009/2010 (Chelsea)

Copa da Itália: 2002/2003 (Milan)

Copa do Rei: 2013/2014 e 2022/2023 (Real Madrid)

Supercopa da Inglaterra: 2009 (Chelsea)

Supercopa da Itália: 2004 (Milan)

Supercopa da Espanha: 2021/2022 (Real Madrid)

Supercopa da Alemanha: 2016 e 2017 (Bayern de Munique)

O aclamado álbum sintetiza a vida de um dos principais artistas de sua geração.
por
Guilherme Gastaldi
Rodolfo Dias
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13/11/2023 - 12h

O que define a grandeza de um artista? Talvez a forma como ele interage com o passado e o presente social criando uma produção que rompa criticamente a forma como vivemos globalmente, ou pela criatividade e renovação que sua arte impõe sobre a indústria, mas também é possível medir esta grandeza pela aceitação desse artista perante o público, como seu trabalho é recebido pelas pessoas e de que forma ele pode ser medido em números.

Kendrick Lamar é o tipo de artista que carrega estes três tipos de grandeza com a sua música que detêm fãs assíduos no mundo todo, música que teve grande repercussão durante o movimento Black Lives Matter um dos acontecimentos mais impactantes dos anos 2010. To Pimp A Butterfly, por exemplo, foi um grande precursor destes acontecimentos, por trazer temáticas que abordam a comunidade e a justiça.

O Álbum que vamos destrinchar hoje é o quarto álbum de estúdio do artista e um dos mais aclamados, conquistando diversos prêmios em academias musicais e sendo considerado por muitos “o álbum do ano”. Lançado no feriado cristão sexta feira Santa do ano 2017, DAMN foi tirado da palavra Damnation, que traduzido significa “maldição” ou, no sentido cristão, um estado de oposição ao amor de Deus, a condição humana que somente com o divino pode ser mediada. Kendrick aparece como este messias que subjuga suas próprias ações e sentimentos. 

 

 

Capa do álbum DAMN.
Capa do álbum DAMN.
Capa do álbum To Pimp A Butterfly.
Capa do álbum To Pimp A Butterfly.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GP Week - (05/11/23)

 

Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.
Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.

 

Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.
Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.
Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.
Kendrick Lamar em sua performance no Allianz Parque no dia 05/11.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POLÍTICA.

Entre os lançamentos de To Pimp A Butterfly e DAMN. (2015 e 2017), o mundo político dos EUA sofreu drásticas mudanças. Nesse período, Barack Obama deixou o cargo de presidente após as eleições de 2016, quando Donald Trump assumiu o posto. Essas alterações na sociedade americana acabaram afetando diretamente a população negra do país, afinal, o novo presidente demonstrou comportamentos, falas e atitudes preconceituosas e racistas, tanto é que em uma pesquisa do Washington Post em junho de 2016, 94% de adultos negros que votaram, se mostraram contrários ao então candidato.

Em seu álbum To Pimp A Butterfly, Kendrick aborda com veemência temas políticos e centrais da sociedade americana. Já em DAMN, o rapper procura trazer à tona temáticas pessoais, no entanto, sem deixar de introduzir pautas políticas do momento que vivia. Um exemplo claro é a 9ª faixa do álbum LUST:
 

“Nós acordamos, tentando sintonizar as notícias do dia

Procurando confirmação, esperando que as eleições fossem mentira

Todos preocupados, todos enterrados, com sentimentos profundos

Nenhum de nós curtiu suas propostas, fazem nos sentirmos inferiores

Tristes, perturbados e loucos, falo com vizinhos sobre isso

Acho que eles concordam, desfilando pelas ruas com sua voz orgulhosa.”

 

Em sua entrevista com Zane Lowe, pela Apple Music, Kendrick Lamar é questionado pela falta de mensagens políticas em seu novo projeto, afinal era algo que seus fãs esperavam bastante. O artista rebateu, dizendo que trouxe, “a mensagem mais nítida no período mais curto de tempo." 

Ele continua dizendo que seu álbum traz uma reflexão essencial para compreendermos e lidarmos com a situação atual do país: "Eu queria uma autoavaliação mais profunda. Porque, com o que está acontecendo agora, nós não estamos focados nele (Trump), estamos focados em nós mesmos, diferentes nacionalidades e culturas estão se unindo e realmente se posicionando por si mesmas, e acho que isso é um reflexo puro deste álbum, antes mesmo de ser lançado. O que podemos fazer agora é nos unir e encontrar nossos próprios problemas e soluções, entende? Eu acredito, eu sei, é isso que este álbum reflete."

 

LINK PARA O SPOTIFY

https://open.spotify.com/intl-pt/album/4eLPsYPBmXABThSJ821sqY

Além da turnê e do grande sucesso de bilheteria, o filme aproxima o público da cantora
por
Giulia Cicirelli
|
13/11/2023 - 12h

Após a grande demanda por ingressos da "The eras tour", a equipe da cantora Taylor Swift resolveu criar uma alternativa que aproximasse os fãs da cantora, o filme, que está sendo exibido em mais de 100 países, faz com que os admiradores da cantora que não conseguyiram ingressos para a tour, tenham a oportunidade de presenciar esse grande marco na carreira da cantora.

Com direito à cantorias ao vivo acompanhando as músicas, pulseiras da amizade e muita emoção, milhares de fãs já se reuniram nos cinemas para ver Taylor nas telonas.

Atualmente o filme já arrecadou cerca de R$ 485 milhões de bilheteria só no Canadá e nos Estados Unidos. 

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https://x.com/herfightandfury/status/1723016184793333802?s=46&t=lKvkS3pcKb9yISM3U587jw

 

 

Augusto Melo e André Negão se enfrentam nas eleições do Corinthians, apesar da gestão desastrosa de Duílio
por
Gustavo Roemro
|
13/11/2023 - 12h

Duílio faz parte de uma família tradicional na história do time alvinegro. Orlando Monteiro Alves, seu avô, foi diretor de futebol do Corinthians no histórico ano de 1977, quando o clube superou a escassez de quase 23 anos sem títulos expressivos e venceu o Campeonato Paulista. Na época do registro, seu pai, Adilson Monteiro Alves, era diretor de futebol do clube e, ao lado de Sócrates, foi precursor de uma gestão inovadora, transparente e democrática. 

Quatro décadas mais tarde, Duílio, agora presidente do Sport Clube Corinthians Paulista, permanece sob atenção dos corinthianos, não por herdar o mérito de seu avô e os valores de seu pai, mas por entregar uma gestão de desconfiança. Em junho deste ano, durante o programa “Posse de Bola” do UOL Esportes, o jornalista Juca Kfouri criticou a falta de transparência dos negócios na gestão de Duílio e considerou seus discursos “nebulosos”, agindo na contramão da fidelidade assumida com a torcida pelo o jogador que o acompanha na foto.

Em 1982, São Paulo foi palco do primeiro processo eleitoral desde 64. Com a aproximação da eleição para governador, os jogadores do Corinthians, conscientes do poder do voto na derrubada do Regime Militar, entraram em campo com a frase “DIA 15 VOTE” estampada no uniforme, censurada em seguida pelo órgão fiscalizador do governo. Como nunca antes na história do Futebol Brasileiro, a política ganhou espaço dentro das quatro linhas e atingiu os verdadeiros interessados: os torcedores.

O Bando de Loucos e a imprensa esportiva cobravam resultados. As falhas nos jogos eram associadas à ideia pejorativa de “Anarquia Corinthiana” e justificadas pelo “erro terrível” de juntar dois elementos que se repelem: futebol e política. No documentário “Democracia em Preto e Branco”, Sócrates, face pública da causa, destacou: “Eu não vejo o resultado em campo preservando o movimento. Vejo o movimento fazendo resultado. A força coletiva conseguiu suplantar os obstáculos”. Para além da contribuição política, a nova organização do clube foi sentida nos gramados. Em 1982 e 83, o Corinthians foi campeão do Campeonato Paulista. “Se não ganhasse, a gente não sobrevivia”, afirmou Adilson Monteiro em um trecho do mesmo documentário.

As eleições nos dias de hoje são completamente diferentes. Nos dias atuais, jogadores participam cada vez menos de atos políticos, tanto para o país quanto nas eleições do clube.

André Negão e Augusto Melo dividem os votos no ano de 2023. André Luiz de Oliveira representa a chapa do atual presidente, Duílio Monteiro Alves, a “Renovação e Transparência”. Ocasionando uma rejeição enorme para o candidato, ainda mais por conta de suas falas antigas.

 

Augusto Melo tem diversas acusações de racismo, tráfico de drogas e gordofobia e mesmo com tudo isso ainda é o favorito para ser o próximo presidente do Sport Club Corinthians Paulista.

 

 

Neste ano, o Corinthians contará com o auxílio  das urnas do TRE, facilitando a apuração e as deixando mais rápidas. Para a imensa torcida, conhecer seu novo presidente no mesmo dia