O prazer efêmero da compra logo dá lugar a um vazio crescente
por
Giovanna Montanhan
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12/11/2024 - 12h

Por Giovanna Montanhan

 

Abrir o TikTok é como piscar e ver o mundo mudar em uma fração de segundos. Em uma rolagem veloz, surgem truques para uma maquiagem glow, táticas para uma “pele de porcelana”, segredos para esconder as olheiras com batom vermelho e até dicas para um contorno "ideal" feito com utensílios de cozinha. Uma técnica “nunca antes vista” de delineado usando apenas um grampo de cabelo, uma máscara capilar líquida que permanece nos fios por míseros segundos e que “repara até a alma” — tudo parece essencial, urgente. De um lado, surge uma técnica viral que promete lábios mais volumosos usando apenas corretivo e gloss, aplicados estrategicamente para criar a ilusão de lábios carnudos e esculpidos; do outro, alguém massageia o rosto com um Gua Sha, uma técnica tradicional de origem chinesa que utiliza uma pedra para esculpir a face, de quartzo rosa recém-adquirida, prometendo desinchar o rosto em poucos minutos. A tela se enche de novas promessas a cada hora em que o aplicativo é aberto, como o colágeno em pó que, misturado na água, garante uma dose de juventude pelas próximas décadas, ou a aplicação de blush no nariz para dar aquela falsa sensação de que se esteve na praia e se queimado, e até mesmo o sérum coreano feito de mucina de caracol para uma pele supostamente mais firme e hidratada. Cada dica desponta como um raio no feed, iluminando tudo ao seu redor por um instante, apenas para ser engolida pela próxima febre que chega avassaladora, tornando a moda anterior esquecida antes mesmo de ser assimilada.

No território implacável das redes sociais, onde promessas de uma pele impecável e uma beleza reluzente se espalham como um feitiço, mulheres de todas as idades deslizam os dedos na tela em busca de um brilho que pareça emanar de dentro para fora. Cada toque, cada deslizar, aproxima as compradoras de um ideal escorregadio, um reflexo de perfeição, sintetizado na imagem da pele viçosa perfeita — tão brilhante e lisa quanto um donut vitrificado, idealizada pela marca Rhode, da modelo Hailey Bieber.

Mas essa busca pela beleza aparentemente simples não é tão doce como parece. As consumidoras, atraídas pelos vídeos de influenciadoras, são envolvidas por um mercado que promove o “Glazing Milk” e os “Peptides Lip Tints” como a chave para a pele e os lábios dos sonhos. Não se trata apenas de hidratar, de cuidar ou de valorizar o que já existe, mas de transformar, de reconstruir, de alcançar um brilho irreal que reflete expectativas impossíveis. Para muitas, o desejo por essa pele vitrificada é como um chamado, uma chance de fazer parte de um ideal estético que atravessa culturas, idades e contextos, porém inacessível para a maioria.

No Brasil esse sonho assume ares de luxo proibido. Sem distribuição oficial, os produtos da Rhode se transformam em verdadeiros tesouros a serem caçados em mercados paralelos, frequentemente repletos de riscos. Para experimentá-los, os brasileiros precisam superar o desafio da importação, enfrentando preços inflacionados e longas esperas. Quanto mais distante o sonho, mais intensamente ele é desejado. Em um contexto onde a estética perfeita é exaltada acima de tudo, esses itens de design minimalista tornam-se uma espécie de Santo Graal — símbolos de um ideal que poucos conseguem vivenciar diretamente, mas que muitos cobiçam com olhares ávidos.

Não são apenas os hidratantes e lip tints da Rhode que repousam nesse altar de desejo inatingível. O Lip Glow Oil da Dior, envolto em promessas de lábios irresistíveis, reflete um brilho de glamour que atiça os corações, enquanto a Rare Beauty de Selena Gomez, com seus blushes e iluminadores, embriaga o imaginário dos mais jovens. Há algo mágico, quase sedutor, nesses frascos delicados, como se cada camada de produto pudesse transformar a pele em uma tela de sonhos, oferecendo uma beleza que parece brotar sem esforço algum. Cada uma dessas embalagens repousa no nécessaire com uma falsa simplicidade, promovido com tamanha precisão que passa a impressão de que esses pequenos luxos são mais que desejos — são quase como amuletos, indispensáveis no ritual silencioso de buscar, no reflexo, um toque de perfeição que talvez nunca se alcance.

A obsessão pelo "glazed look" transcende o próprio produto. Não se trata de um efeito milagroso na pele ou da suavidade nos lábios; é uma busca por alinhamento com um ideal, uma concepção vendida como pura, mas que, na verdade, carrega o peso do consumo incessante. Influenciadores, com seus vídeos cuidadosamente editados, se tornam os arautos dessa estética quase mítica, revelando apenas fragmentos do que os produtos prometem, sem expor o verdadeiro custo envolvido. Enquanto isso, do outro lado da tela, um exército de seguidores desliza, em busca do próximo vídeo, da nova promessa — na esperança de transformar um sonho distante em uma realidade tangível, ainda que efêmera.

O TikTok, com seu algoritmo hipnotizante, tornou-se uma vitrine onde milhares de consumidoras mergulham em tutoriais e resenhas, investindo tempo e dinheiro na promessa de uma pele reluzente. Entre elas, há quem se pergunte até que ponto esse ritual em frente ao espelho reflete uma busca legítima pela autoestima ou se é apenas mais uma ferramenta do capitalismo que usa o desejo por aceitação e inclusão para alimentar o consumo excessivo.

É como uma trilha de pequenas confissões, uma corrente de desejos transformados em mercadoria. Em cada vídeo, em cada review impulsionado por essas marcas silenciosas, há mulheres que, ao deslizar a tela e ceder ao apelo das tendências, começam a ver suas rotinas, seus sonhos e até seu próprio reflexo se curvarem a um padrão escorregadio e volátil.

Júlia, Helena e Rayssa são alguns exemplos de meninas que compram de acordo com a tendência do momento no TikTok. Cada uma mora em um estado diferente, mas, enquanto falavam, era como se compartilhassem uma mesma inquietação, algo que transcende a distância e parece habitar um espaço comum entre elas. Com apenas 13 anos, Júlia, mais tímida, confessou que, para ela, comprar os produtos da moda trazia uma sensação de pertencimento que era difícil de encontrar em outros lugares. Ao adquirir aquele item desejado, sentia-se mais próxima das meninas que possuíam o mesmo, como se o produto fosse um passaporte invisível para um mundo onde todas compartilham os mesmos desejos e sonhos de consumo. Com um brilho tímido no olhar, contou sobre seu exemplo mais recente: um kit de pinceis da marca Real Techniques — algo que, segundo ela, todas no TikTok pareciam ter e que, de alguma forma, a fazia sentir-se parte de algo maior.

Com 15 anos, Helena, um pouco mais falante, descreveu a experiência de outra forma, embora a sensação de efemeridade fosse a mesma. Para ela, o ato de consumir a aproximava de suas amigas e da comunidade online, mas logo após a compra surgia um vazio incômodo, como se a satisfação fosse rapidamente substituída por uma nova tendência, já à espreita. "É um ciclo sem fim," disse ela, quase resignada, enquanto mencionava sua última aquisição: o pó facial rosa da influenciadora Karen Bachini, um item que ela não parava de ver nos vídeos e que parecia indispensável — até o próximo lançamento roubar a cena.

Com 17 anos, Rayssa, em silêncio até então, finalmente desabafou. Revelou que, todas as vezes que se olhava no espelho, sentia-se como se tentasse capturar o brilho das influenciadoras do TikTok. Mesmo quando conseguia comprar o que tanto desejava, o resultado nunca parecia corresponder ao ideal que via na tela. Em momentos assim, questionava-se se a falha estava nela — como se algo em sua pele, no olhar, ou até em sua própria essência não fosse suficiente para refletir a promessa vendida pelos produtos. Esse sentimento de cobrança, explicou, era quase constante, uma frustração que a fazia sentir-se cada vez mais distante de um ideal inatingível. Sua última compra foi o sérum bronzeador da marca Drunk Elephant, o D-Bronzi Anti-Pollution Sunshine Drops, um item que, como tantos outros, prometia uma transformação que parecia sempre escapar ao seu alcance.

Para elas, o ato de comprar não é apenas um impulso passageiro; traz um alívio momentâneo em uma busca que nunca se completa. Mas logo vem o vazio, uma percepção incômoda de que estão presas a um ritual estranho, onde o consumo é apenas uma dança repetitiva, uma tentativa de tocar algo que escapa. Muitas se encontram no eco numa pergunta inevitável sobre o motivo de não conseguir o mesmo resultado. Como se o erro fosse delas, como se algo na pele, no olhar, ou na própria essência falhasse em alcançar o brilho prometido — um ideal cuidadosamente desenhado para permanecer fora de alcance.

É nesse cenário tentador que se ergue o submundo da Internet, uma espécie de mercado paralelo onde a pressa e o desejo encontram uma nova morada. Para aqueles que não podem ou não querem esperar, marketplaces como a Shopee e a Shein surgem como atalhos — labirintos digitais onde os produtos cobiçados aparecem como ofertas tentadoras, à mercê de vendedores anônimos que se escondem atrás de telas e avatares. Ali, a ansiedade dos consumidores é alimentada com preços reduzidos, porém envoltos em uma névoa de incerteza se o brilho do produto é real, ou apenas uma sombra de autenticidade. Entre o clique e a compra, uma escolha silenciosa é feita — e talvez, para muitos, a necessidade de pertencer ao momento sobrepuje o valor da própria verdade.

Capitalismo

Em uma conversa descontraída o colunista do site Steal the Look, Fábio Monnerat, falou sobre o frenesi que envolve a busca pela beleza idealizada, uma obsessão que, segundo ele, vai além do simples desejo por bons produtos. Ele acha que há uma necessidade de pertencimento, um desejo de aceitação que se esconde por trás de cada nova compra, como se cada aquisição trouxesse consigo um pouco mais de identidade, um passo a mais em direção a um grupo invisível e desejado. Fábio disse enxergar essa ilusão de exclusividade como uma corrente invisível, prendendo o público em um ciclo sem fim, onde o limite entre querer e precisar se desfaz. Nas redes sociais, o ideal de beleza está sempre ali, próximo e sedutor, mas estranhamente fora de alcance, criando um desejo que se mantém sempre vivo. E vai além.

Ele aponta que conter essa maré de consumo desenfreado soa quase como um desafio impossível. A falta de consciência coletiva torna difícil que as pessoas reflitam sobre o impacto de cada compra. Assim, o consumo se transforma em um reflexo do próprio desejo não resolvido, uma repetição constante que nunca traz a satisfação esperada. Para ele, cada nova compra parece inofensiva, mas se transforma em uma onda crescente, que passa despercebida e segue reverberando.

No coração do capitalismo contemporâneo, o TikTok se agiganta, não mais como uma simples distração, mas como um palco onde o desejo se torna espetáculo e o consumo, um ato quase hipnótico. Em cada deslizar de dedo, as consumidoras são lançadas em um torvelinho de tendências, onde as promessas de beleza cintilam como fogos de artifício — intensas, passageiras, inescapáveis. A cada nova febre, o rosto de uma influenciadora parece sussurrar segredos que as espectadoras querem acreditar: uma pele mais luminosa, lábios mais aveludados, o toque de algo quase mágico. Mas é tudo tão fugaz. Produtos que ontem eram o desejo do momento, hoje já perderam o brilho, substituídos por algo "ainda mais revolucionário".

Para essas mulheres, não há descanso. A lógica do hiperconsumo, essa engrenagem que o filósofo Gilles Lipovetsky descreveu, as engole em um ciclo em que o desejo pesa mais que a necessidade, onde o impulso de possuir é atiçado mais pelo medo de perder a novidade do que por uma vontade verdadeira. A cada nova compra, um ritual se repete — uma sensação de satisfação que evapora rápido, cedendo espaço à expectativa do próximo lançamento. E enquanto os frascos se acumulam, um vazio começa a se insinuar, como se, no fundo, soubessem que a próxima tendência também virá, seduzindo-as mais uma vez.

No universo hiperacelerado do TikTok, onde as tendências surgem e desaparecem como reflexos fugidios, as consumidoras são arrastadas para um ciclo quase frenético. Cada novo "must-have" carrega uma data de validade invisível, um convite ao consumo antes que o encanto se esgote. No olho desse furacão está o Carmed, um bálsamo labial produzido pela farmacêutica Cimed, que, embora conhecido por sua hidratação modesta, encanta com suas edições limitadas e colaborações astutas, como a recente parceria com a marca de doces Fini. Versões do bálsamo com sabores de balas de gelatina — banana, dentadura, "Beijos" — evaporaram das prateleiras antes mesmo de alcançarem todas as farmácias, deixando na esteira um rastro de desejo insatisfeito.

Para Helena, que também é uma consumidora voraz de Carmed, a eficácia do produto é apenas um detalhe insignificante. O que realmente importa para Júlia e para quem o consome, é o prazer de possuir um fragmento de algo efêmero, um pedaço da tendência que logo será substituída por outra. Cada lançamento deste produto traz consigo uma promessa de exclusividade, uma sensação de escassez calculada que intensifica o impulso de compra. Nesse jogo de aparências, o Carmed não é apenas um bálsamo; é um lembrete de que, no turbilhão da moda passageira, às vezes o que vale é a experiência fugaz de ser parte de algo que logo deixará de existir.

No emaranhado dos desejos modernos, o consumo de beleza se torna um ritual de encantamento, uma busca ansiosa que reflete mais do que o desejo de uma pele perfeita ou de lábios macios. Fábio Monnerat vê esse cenário com inquietação, especialmente quando o alvo do consumo se desloca para o público infantil. Ele observa, com ceticismo, como produtos de beleza direcionados a crianças e adolescentes, como é o caso do fenômeno do Carmed, onde eles são estrategicamente moldados para enraizar o consumo desde cedo. Com sabores açucarados e colaborações com personagens conhecidos, o Carmed, em suas múltiplas versões, deixa de ser apenas um hidratante labial; ele se torna um emblema de um consumo precoce, uma porta de entrada para um ciclo interminável de desejos e substituições.

Fábio acredita que essa introdução ao consumo desenfreado desde a infância reflete um problema profundo. A indústria da beleza, segundo ele, soube capturar o conceito de autocuidado e transformá-lo em uma sequência constante de compras — não mais um momento pessoal, mas uma dança coreografada pelo mercado. O Carmed e outros produtos semelhantes simbolizam uma sociedade onde o consumo é enaltecido como valor intrínseco, e cada nova edição limitada, cada parceria com um ícone infantil, se torna um capítulo dessa fábula consumista. A ilusão de exclusividade atiça o desejo, e o autocuidado se converte em um ato repetitivo, sem substância.

Enquanto isso, o TikTok acelera essa espiral. Para Júlia, Helena e Rayssa, a plataforma de vídeos é uma vitrine que converte produtos de beleza em pequenos troféus de pertença, um portal onde cada novo sérum, cada nova máscara promete um vislumbre de perfeição. Como no filme  A Substância (2024), onde Elizabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, injeta um líquido espesso e denso na pele na esperança de capturar a juventude que lhe escapa, os jovens de hoje se entregam a promessas tão tentadoras quanto fugazes. A cada nova fórmula, a cada sérum, máscara ou creme milagroso, há uma promessa de transformação que parece deslizar entre os dedos. Eles se lançam nessas poções modernas, cada frasco prometendo que, desta vez, o reflexo no espelho será o que sempre desejaram.

Mas, assim como Elizabeth, que corre atrás de uma ilusão que nunca a satisfaz, esses jovens podem estar caminhando para um abismo de expectativas vazias. A cada compra, um breve relâmpago de satisfação — um brilho que logo se desfaz, um encanto que desaparece com a mesma rapidez com que veio. E então, a necessidade renasce, mais urgente, mais insistente. Em um ciclo que se auto alimenta, o ideal de beleza se mantém distante, quase ao alcance das mãos, mas sempre escorregadio. E nessa busca, a frustração não desaparece; apenas se recalca, pronta para surgir com força renovada a cada nova promessa que o mercado lança na tela.

Fábio acredita veementemente que o verdadeiro papel do TikTok não é conectar, mas vender — impulsionando um consumo desenfreado que atinge até os mais jovens, seduzidos pela promessa de uma juventude prolongada e de uma beleza idealizada.

No fim, a trilha do consumo se revela como uma corrida sem destino, onde o autocuidado se dissolve em promessas e expectativas. Para Fábio, a verdadeira prática de bem-estar foi sequestrada pela lógica de mercado, que transforma cada novo produto em mais um ponto de partida, mais um item na lista de desejos insaciáveis. O autocuidado, nesse cenário, se torna uma pista de corrida onde o consumidor, sempre em busca da última novidade, esquece de parar, de respirar e de redescobrir o que realmente importa. Talvez, sugere ele, o verdadeiro bem-estar exija uma saída dessa trajetória imposta, uma pausa para recobrar o equilíbrio, para lembrar que cuidar de si não precisa ser uma sequência de compras, mas uma escolha pessoal, guiada por um ritmo próprio, alheio às urgências e apelos do mercado. Afinal, os verdadeiros delírios de consumo da Geração Z não estão em cada frasco ou nova tendência, mas na ilusão de que a satisfação virá com o próximo produto.

 

A execução precisa dos códigos de cada etiqueta trouxe um frescor revigorante para as grifes renomadas
por
Giovanna Montanhan
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30/10/2024 - 12h

A São Paulo Fashion Week (SPFW) ocorreu entre os dias 14 e 21 de outubro, com quase o dobro  do número de desfiles, em comparação à edição anterior, passando de 27 para 42. O evento trouxe de volta às passarelas marcas como a homônima Alexandre Herchcovitch, À La Garçonne e Salinas, além de  grifes vanguardistas, presentes em todas as edições, como Lino Villaventura.

Lino Villaventura

Quem acredita que a alta-costura no Brasil se encerrou com o estilista paraense Dener Pamplona - pioneiro na moda brasileira,  introduzindo esse conceito no país - certamente nunca assistiu a um desfile de Lino Villaventura. 

Conhecido por suas peças com nervuras elaboradas, Lino trouxe nesta edição vestidos e blusas assimétricas, bordados minuciosos, saias em formato de pétalas, além de modelos com volumes, drapeados e tecidos que simulavam plástico, em cores vibrantes como azul piscina e verde claro. Desta vez, além dos neutros — o branco que abriu o desfile, seguido pelo bege e preto —, a paleta se expandiu para tons multicoloridos, como roxo e vermelho, alternando entre peças fluidas e modelos mais estruturados. A modelo Silvia Pfeifer encerrou  o espetáculo visual concebido pela mente fértil  de Lino, desfilando um modelo transparente azul-marinho com brilhos, acompanhado de um robe preto de cetim e luvas arroxeadas que deixavam os dedos à mostra.

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Reprodução: @agfotosite

 

 

 

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O estilista Lino Villaventura na passarela após o final do desfile - Reprodução: @agfotosite

À La Garçonne

À La Garçonne comemorou 15 anos de marca e 20 anos de carreira de seu diretor criativo Fábio Souza  Após sua separação profissional de Alexandre Herchcovitch, Souza decidiu redefinir os códigos da marca, que anteriormente destacava o conceito de upcycling e trazia cordas trançadas como logotipo. Agora, com controle total sobre as direções, códigos costumeiros da etiqueta  aparecem de forma pontual em algumas peças, enquanto o principal destaque neste primeiro desfile foi a cartela de cores em preto e branco, combinada com variações de design, ternos de alfaiataria e lurex, que abrilhantaram a passarela ao lado de estampas quadriculadas. Vale destacar as saias de tule com poás, uma tendência atemporal, a presença do personagem Snoopy, que apareceu em moletons e casacos, e os laços.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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O estilista Fábio Souza na passarela após seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

 

Salinas

Salinas, uma marca tradicional de beachwear, retornou ao maior evento de moda da América Latina após seis anos longe das passarelas, apresentando a coleção "Sol, Sal e Sonhos". Com uma paleta predominantemente neutra e atemporal, a coleção trouxe peças que se adequam tanto ao momento praia quanto ao pós-praia. Entre os destaques estão minissaias, chapéus compridos de palha desfiada, bolsas de crochê, camisas de linho e biquínis assimétricos. Uma seção da coleção, com peças em tons de cinza claro, com calças soltinhas, maiôs e casaquinhos leves com brilhinhos prateados sutis. Os acessórios incluíam braceletes dourados e belly chains (cordões para adornar a barriga) com o nome da marca, além de chinelos de dedo com plataforma e tamancos prateados.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Alexandre Herchcovitch

E por fim, Alexandre Herchcovitch com sua etiqueta homônima e conhecida por trazer designs inovadores, dessa vez em parceria com a marca alimentícia de queijos Catupiry, apresentou  bolsas e moletons com seu logo, uma produção com a estilista Fábia Bercsek, que o ajudou a criar estampas feitas à mão.

Os recortes assimétricos moldaram-se abaixo dos seios, deixando a barriga à mostra e chegando ao ponto final: a virilha, trazendo à tona uma estética fetichista. Para aqueles que preferem não arriscar e se manter dentro de estilos mais convencionais, também há opções que beiram o óbvio e comercial, como moletons felpudos listrados, regatas, calças de alfaiataria e jeans. Mas, como era de se esperar de Alexandre Herchcovitch, foi possível observar um mergulho profundo nos códigos dos anos 70, trazendo consigo toda a purpurina que remete à Era Disco, além de tecidos como jacquard, lurex, paetê em padronagem xadrez e lamê.



 

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Reprodução: @agfotosite

 

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O estilista Alexandre Herchcovitch na passarela após o seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

A mostra celebrou as contribuições de Regina Guerreiro na moda
por
Giovanna Montanhan
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29/10/2024 - 12h

A exposição realizada entre os dias 14 e 21 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera — mesmo espaço que recebeu os desfiles da 58ª edição da São Paulo Fashion Week — homenageou a jornalista Regina Guerreiro, destacando a importância do seu legado na comunicação fashion como a conhecemos hoje

 Os itens exibidos desmembraram sua carreira e vida pessoal  desde a carteirinha de imprensa da Vogue Brasil, até fotos antigas e objetos pessoais, como vestidos e acessórios diretamente retirados de seu guarda-roupa, além de quadros adornando as paredes  do  espaço que continham suas famosas críticas ácidas. Destacava-se, por exemplo, o convite do desfile da grife Comme des Garçons, no qual Regina, certa vez, chegou a comparar os modelos da marca parisiense a moradores de rua, envoltos em cobertores e sacos de lixo, da Avenida Paulista.

 

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Entrada da exposição ''As Joias da Rainha'' - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Carteira de imprensa da Vogue Brasil - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Convite do desfile da marca parisiense, Comme des Garçons - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Figurinos retirados do guarda-roupa de Regina Guerreiro - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Fotos e itens pessoais da jornalistas - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Reprodução: Giovanna Montanhan

 

Regina Guerreiro debutou no mundo no dia 18 de maio de 1940, em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e começou sua trajetória nos anos 1970. Trabalhou em veículos como o Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, revista Manequim, Interview e O Estado de São Paulo. Além disso, passou por diversas publicações de moda, incluindo a Harper 's Bazaar, onde estagiou, e a Vogue, onde atuou como editora por 14 anos. Também dirigiu a revista Elle por 9 anos, além de ter contribuído para a revista Claudia. Na década de 1960, fundou a agência Choc!, que unia sofisticação e irreverência em seus trabalhos. Ela é tradicionalmente conhecida por seu “sincericídio” e sua crítica de moda atrevida. 

No release publicado, o curador da exposição Renato de Cara destacou a importância de uma ambientação fidedigna: “Procuramos reproduzir parte do seu ambiente doméstico, cheio de climas, entre a sofisticação internacional e a intimidade sombria que toda alma carrega.” Ele também exaltou o papel fundamental do diretor Paulo Borges na criação dessa homenagem.

Para Paulo Borges, retratar a memória de Regina Guerreiro foi uma forma de eternizar parte da história do jornalismo de moda brasileiro. “Essa exposição é uma homenagem e o reconhecimento ao trabalho pioneiro e incontestável desta jornalista, editora e diretora criativa. Uma imagem é, entre outras coisas, uma mensagem, uma forma de tempo que nos leva a outro lugar. Como crítica de seu tempo, com seu olhar exigente e humor afiado, Regina Guerreiro ajudou a validar e posicionar o universo criativo da moda brasileira”, afirmou no release divulgado à imprensa.

Regina, por sua vez, manifestou-se em um comunicado, dizendo estar muito feliz com a exposição e revelou estar com o “coração explodindo de tanta emoção”. Em entrevista à AGEMT, a jornalista deixou um conselho para aspirantes à profissão: " ter autenticidade’’, um fator essencial para conquistar o que se almeja. E não poderia ser diferente, já que Regina Guerreiro utilizou esse trunfo para pavimentar seus caminhos e os das próximas gerações, tanto as que já chegaram quanto as que estão a caminho.

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Trechos de suas famosas críticas - Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Maximalismo, representação cultural e provocação sofisticada preenchem as passarelas na capital paulista
por
Bianca P. Athaide
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21/10/2024 - 12h


No final da última semana deu início a maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week. Com um line-up recheado de marcas e projetos nacionais, a programação do desfile continua a cumprir seu propósito histórico de reafirmar a criatividade e cultura nacional na indústria da moda. Etiquetas como Catarina Mina, Artemisi e Bold Strap trouxeram a vanguarda fashion brasileira para suas apresentações. Confira esses e outros destaques abaixo.

Martins e o maximalismo da cultura pop

Com a ambientação nas mãos do som inglês subversivo big-beat da banda Prodigy, o desfile da Martins trouxe a paixão de seu criador por cultura pop para as passarelas. Com uma mescla entre "Matrix" (1999) e a estética futurista de Thierry Mugler e Rick Owens, Tom Martins construiu a inspiração para sua criação cheia de babados, ilusões de ótica, xadrez e muitas sobreposições.

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Martins para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com um mergulho também na cultura hippie das décadas de 1960 e 1970, a coleção contou com uma colaboração com a marca clássica de jeans Levi's, por isso a presença de muitas calças amplas, jaquetas e coletes estruturados e composições em camadas — característica carimbada da Martins.

O sonho artesanal de Catarina Mina

A coleção "Herdeiras do Futuro", produzida pela estilista Celina Hissa, em conjunto com mais de 30 artesãs nordestinas, trouxe o habitual e magnífico frescor do trabalho manual, com crochê, macramê, bordado e renda de bilro, e a novidade da borracha da Amazônia — material que remete ao neoprene, em colaboração com a marca paraense Da Tribu, e ajudou a compor franjas que foram aplicadas em tops, vestidos e bolsas da coleção.

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Catarina Mina na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Marcelo Soubhia 

Os 35 looks que brilharam na passarela estavam baseados na paleta de cores predominada pelo vermelho, off-white, dourado e por alguns tons de azul. Para completar visual e adicionar ainda mais brasilidade para a estética, no pés, modelos usavam Havaianas de diversas cores.

Provocação sofisticada com a Bold Strap

Assinada por William Cruz, a coleção apresentada pela Bold Strap nesta edição do SPFW trouxe o marcante DNA da marca mais uma vez: com correntes, cordas e muitos brilhos, a etiqueta ofereceu uma abordagem mais refinada ao fetichismo. 

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Bold Strap para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com sua musa Camila Queiroz presente, a marca brincou com a tensão entre sensual e prático, e desfilou peças para além do underwear. Vestidos, calças, jaquetas e camisetas também reafirmaram a estética provocadora da marca.

Artemisi caminha pela fronteira entre moda e arte

Vinte e seis looks defendem a caracterização de high fashion da Artemisi. A coleção apresentada na quinta-feira (17) na SPFW mostrou o porquê da etiqueta tradicionalmente passear despreocupadamente entre a fina linha que separa moda e arte.

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Artemisi na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Zé Takahashi 

“Não faço roupa para loja, faço roupa que tem um quê de arte.", afirmou a diretora criativa da marca, Mayari Jubini, depois do encerramento de uma apresentação de uma coleção que aborda desde do movimento da arte cinética, oriunda da década de 1950, até a obsessão pelo futurismo atual. Mas, se engana quem pensa que os looks super tecnológicos não necessitaram de mãos humanas em sua produção. Algumas peças precisaram de muito trabalho manual — os efeitos de vidro quebrado ou de água pingando em bustos e casacos, são pinturas feitas à mão — e de meses de confecção. 

A brincadeira com efeitos visuais, texturas tridimensionais e formas surrealistas proporcionaram ao público um espetáculo aplaudido de pé.

O Pará viaja para São Paulo com a Normando

Estreante na SPFW, a Normando levou a coleção "Vândalos do Apocalipse", uma interpretação da cultura paraense com tempero urbano para a passarela paulista. 

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Normando para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Estampas de escamas de tucunaré e pirarucu foram aplicadas em vestidos de seda, juntamente de um bustiê feito de cuias de tacacá e camisa de smoking com jabô, toda indumentária necessária para refletir a visão que inspirou Marco Normando: os filósofos modernistas que se reuniam no mercado Ver-O-Peso, em Belém, nos anos 1920. 

 

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Nova edição aposta na inclusão e modernidade para reconquistar o público e redefinir padrões de beleza
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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16/10/2024 - 12h

Após um hiato de cinco anos, o icônico Victoria’s Secret Fashion Show está de volta, prometendo uma edição renovada. O evento, que aconteceu no dia 15 de outubro, marca uma nova fase para a famosa marca de lingerie, que vem enfrentando desafios nos últimos anos. Além de reunir supermodelos consagradas, o desfile contará com performances musicais de destaque, incluindo Cher, Lisa do grupo Blackpink, e a cantora sul-africana Tyla.

Pela primeira vez transmitido ao vivo em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, o show ocorrerá em Nova York  promete uma audiência global. A decisão de expandir o alcance digital do desfile reflete a estratégia da Victoria 's Secret em modernizar seu formato e reconquistar o público. Em um vídeo divulgado pela marca no início de setembro , várias veteranas da passarela, como Gigi Hadid e Tyra Banks, foram convidadas para participar deste retorno, reforçando o apelo nostálgico do evento.

A edição de 2024, além de um espetáculo visual, também traz novidades no elenco. A modelo brasileira Valentina Sampaio, de 27 anos, faz história ao se tornar a primeira trans brasileira a participar do desfile. Ela expressou sua felicidade em um post nas redes sociais, compartilhando com seus seguidores a emoção de fazer parte deste momento icônico. Valentina, que já foi a primeira modelo trans a ser contratada pela marca, comentou que se sente orgulhosa por representar a diversidade e a inclusão na moda.

O desfile deste ano, segundo a diretora criativa da marca, Janie Schaffer, foi cuidadosamente pensado para refletir as mudanças e o crescimento da Victoria 's Secret nos últimos seis anos. Schaffer afirmou que o novo formato será uma "celebração do glamour e da moda", mas sob uma "lente moderna". As famosas asas de anjo, tradicionalmente feitas de penas, agora serão produzidas com materiais sustentáveis, em resposta às críticas de ativistas ambientais e pela crescente demanda por responsabilidade social no mundo da moda.

Sofia Malamute/Victoria's Secret
Sofia Malamute/Victoria´s Secrets

 Essa nova fase da Victoria 's Secret também responde a controvérsias passadas que abalaram a imagem da marca, como a queda de audiência e as críticas sobre a falta de diversidade. Além disso, um documentário detalhou as conexões da marca com Jeffrey Epstein, um escândalo que manchou sua reputação. A empresa, agora liderada por mulheres como Sarah Sylvester e Janie Schaffer, promete que esta edição vai ressaltar os avanços da marca, tanto em termos de inclusão quanto de sustentabilidade.

O desfile incluirá um elenco diversificado de modelos, seguindo a tendência já iniciada em setembro de 2023, quando a marca lançou o documentário “The Tour ’23” na Prime Video. O filme destacou a colaboração com designers independentes de cidades como Lagos, Bogotá, Londres e *Tóquio, e trouxe supermodelos como Naomi Campbell e Adriana Lima ao lado de novas estrelas da moda, incluindo Adut Akech eWinnie Harlow.

Outro destaque desta edição é a inclusão de Ashley Graham, modelo e defensora da positividade corporal, marcando uma mudança significativa na tradicional seleção da Victoria's Secret. Ao lado de veteranas como Gigi Hadid, Lais Ribeiro e Behati Prinsloo, Graham simboliza a evolução da marca rumo a um padrão mais inclusivo de beleza.

Com essas mudanças, o Victoria’s Secret Fashion Show 2024 busca reafirmar seu lugar como um dos maiores eventos de moda do mundo, trazendo consigo uma nova era de glamour, inclusão e representatividade.

 

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O ateliê carioca transforma tecidos naturais em peças atemporais, unindo conforto e sustentabilidade
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
Natália Matvyenko
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20/09/2024 - 12h

A Handred, marca nacional, estará na 58º edição do São Paulo Fashion Week, que neste ano homenageará Regina Guerreiro - editora que fez história no cenário da moda brasileiro. Situado no vibrante cenário carioca, o ateliê Handred, fundado em 2012 por André Namitala, destaca-se por traduzir a leveza e a estética da praia em um vestuário contemporâneo e confortável. A marca é conhecida por sua abordagem cuidadosa na seleção de materiais, utilizando tecidos naturais como linho, seda, algodão e lã. Cada um desses materiais é escolhido não apenas por sua beleza, mas também por suas propriedades que proporcionam uma sensação de bem-estar ao usuário, criando peças que remetem a memórias afetivas e desejos pessoais.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

O espaço do ateliê é projetado para ser acolhedor e intimista, refletindo um profundo compromisso com a produção artesanal. Desde o início do processo criativo, há uma valorização significativa dos detalhes. Cada textura é considerada e cada forma cuidadosamente elaborada. O resultado são cortes amplos e designs fluidos que caracterizam as coleções, permitindo liberdade de movimento e conforto. As criações são versáteis, adaptando-se a diferentes estilos e ocasiões, e transcendem as limitações de estações e gêneros.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

A grife se destaca pelo seu compromisso inabalável com a produção local, mantendo toda a fabricação dentro do Brasil. Atualmente, a marca conta com três lojas que servem como espaços não apenas de venda, mas também de interação e troca com os clientes. A produção artesanal e a qualidade das peças continuam a ser prioridades, mesmo em um mercado que muitas vezes prioriza a produção em massa e a velocidade. O modelo de negócios da Handred é sustentado por práticas que respeitam o meio ambiente e as comunidades locais, promovendo um ciclo de consumo consciente.

Recentemente, a marca expandiu sua presença com a abertura de uma nova loja em São Paulo, no shopping Pátio Higienópolis. Além disso, a etiqueta  lançou a linha 'Reconstrução', uma iniciativa que representa seu forte compromisso com a sustentabilidade. Essa coleção é composta por peças criadas a partir de materiais excedentes do ateliê, resultantes de um processo de reaproveitamento que ganhou força durante a pandemia. A 'Reconstrução' não apenas minimiza o desperdício, mas também celebra a criatividade ao transformar sobras de tecidos e materiais não utilizados em peças únicas e limitadas.

A marca também adota diversas práticas sustentáveis, como a confecção de sacolas feitas a partir de restos de tecido e a reutilização de embalagens. Essas ações visam reduzir o impacto ambiental da marca e demonstram um compromisso com a responsabilidade social. Sua clientela é diversificada, composta por pessoas que valorizam a autenticidade e a qualidade das peças, atraindo tanto aqueles que buscam uma estética limpa e atemporal, quanto clientes mais velhos que possuem memórias afetivas ligadas a tecidos clássicos e que apreciam a durabilidade e o cuidado na confecção das roupas.

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

(Foto: Reprodução Instagram @handredstudio)

Com um enfoque que harmoniza estética, funcionalidade e responsabilidade ambiental, Handred se estabelece como uma referência no cenário da moda. Suas criações vão além do simples ato de vestir; são expressões de histórias que respeitam o planeta e as pessoas, demonstrando que é possível unir estilo e consciência em cada peça.

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A grife paraense fará sua estreia no dia 16, com uma coleção de materiais sustentáveis e forte vínculo com a Amazônia.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
Maria Luiza Costa
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20/09/2024 - 12h

 

Acontece em outubro, do dia 14 a 21 a 58ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW N58). Ao todo, a semana de moda paulista contará com 40 desfiles, distribuídos entre o Parque Ibirapuera, o Shopping Iguatemi e outras locações externas, como o Pavilhão Japonês e o Complexo Cultural Júlio Prestes. 

Essa edição prestará homenagem à jornalista e editora Regina Guerreiro, com uma exposição intitulada "As Joias da Rainha" no Pavilhão das Culturas Brasileiras. No dia 14, Alexandre Herchcovitch fará seu retorno, abrindo o evento com seu desfile no Complexo Cultural Júlio Prestes. O encerramento ficará por conta de Fernanda Yamamoto, no Pavilhão Japonês, celebrando os 70 anos desse espaço.

Entre as marcas que irão passar pela São Paulo Fashion Week, está a grife paraense Normando, que irá estrear nas passarelas no dia 16 de outubro (quarta-feira) no Pavilhão das Culturas Brasileiras, às 19h30.

Normando

A marca que surgiu na Amazônia, foi criada pelos paraenses Marco Normando, que é diretor criativo da grife, e Emídio Contente, artista visual e publicitário, responsável pela concepção das coleções e da apresentação delas aos consumidores.  

Lançada em 2020, a Normando construiu sua base de clientes online, porém em 2024 abriu sua primeira loja física em São Paulo. Com o conceito “slow fashion” - que busca equilibrar narrativas, qualidade e o uso de matéria-prima - seus designs conquistaram o coração do público. 

 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

Dois anos após sua criação, foi uma das marcas celebradas na primeira edição do "Vogue Celebra", evento que enaltece nomes nacionais que geram impacto positivo na sociedade, promovido pela Vogue Brasil/Globo Condé Nast.

A grife já vestiu diversos nomes importantes, como Xuxa, Rebeca Andrade e Claudia Raia. Além disso, um ponto alto para a visibilidade do trabalho dos artistas, foi o início de setembro, quando a cantora Luísa Sonza vestiu peças Normando para a abertura do jogo da NFL no Brasil.

A marca paraense apresentará sua coleção no Pavilhão das Culturas Brasileiras, o que encaixa perfeitamente com a promessa do designer de trazer para suas criações a forte conexão que tem com suas raízes amazônicas. 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

 

Conhecida por sua alfaiataria refinada e pela utilização de materiais orgânicos, que refletem uma fusão entre a tradição e inovação, a coleção irá destacar o uso de matérias-primas sustentáveis como o látex amazônico e a jarina, uma semente que substitui o marfim animal. 

A apresentação da grife no SPFW será uma oportunidade para ampliar sua visibilidade no cenário nacional e mostrar ao público o resultado de suas pesquisas sobre a cultura da Amazônia e da moda sustentável. 

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Alexandre Herchcovitch retorna ao SPFW com desfile de abertura
por
Carolina Johansen Saraiva de Carvalho
Julia Cesar Rangel
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19/09/2024 - 12h

A 58a edição da São Paulo Fashion Week anunciou nesta segunda-feira (16) o calendário que contará com o retorno do designer Alexandre Herchcovitch como abertura da temporada. Pioneiro das semanas de moda no Brasil, o desfile da ‘Herchcovitch; Alexandre’ ocorrerá no dia 14 de outubro, às 11h, na Secretaria Estadual de Cultura no Complexo Cultural Júlio Prestes, no centro da cidade. 

Alexandre  Herchcovitch ficou conhecido por criar suas peças pensando na atemporalidade e não se curvar ao modelo de produção fast-fashion. Tanto em qualidade quanto em design, o estilista se afasta dos produtos efêmeros e de curto ciclo de vida, ao optar por materiais de boa qualidade e consumo consciente. Em entrevista para o programa ‘Roda Viva’, o designer afirma sobre a qualidade e durabilidade de suas coleções: “As minhas roupas são slow-fashion. É uma roupa que você paga mais caro, porém ela irá durar cerca de seis anos.  Se for menos de seis anos, eu irei achar o meu trabalho um desserviço.”

No ano de 2016 o designer vendeu a sua marca ‘Alexandre Herchcovitch’ para o grupo InBrand. Seis anos mais tarde, ele retorna a marca como o diretor de criação. Durante uma conversa com a plataforma ‘Steal the Look’, Herchcovitch declara: “Não aceitei a proposta de renovação. Quem não aceitou continuar trabalhando lá fui eu, porque era uma proposta muito unilateral e que não permitia o meu avanço em outros cenários como a sustentabilidade”.

Alexandre Herchcovitch na SPFW
Alexandre Herchcovitch (Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite)

Herchcovitch apresentou suas coleções diversas vezes na SPFW – conhecida como a maior semana de moda da América Latina. Por conta do seu afastamento da marca, atualmente ele diz desconhecer o seu público, contudo acredita que este seja composto por pessoas que gostam da moda duradoura. “Para se produzir a moda do Brasil, basta você ser brasileiro.” afirma Alexandre na mesma entrevista citada anteriormente. Ele afirma que recentemente os estilistas brasileiros deixaram de fazer moda europeia ou americana, quando perceberam que o nosso país tem muita cultura a ser utilizada no mundo fashion. O ato de enxergar o talento nas nossas raízes, fez com que houvesse uma procura pela cultura brasileira e como fruto dessas ações surge o Brazil Core, estilo inspirado no país que teve muito sucesso no mundo todo no ano passado, através do impulso das redes sociais.

Para Alexandre, a moda é uma forma de expressão, uma maneira de viver e acredita que consegue transmitir para as pessoas através da roupa dele seus pensamentos e sentimentos. Quanto às críticas, para o programa ‘Roda Viva’ ele afirma que elas o ajudam a crescer e que sempre buscava ler o que falavam sobre suas coleções. Entretanto, o designer disse que as críticas de moda se esvaziaram e hoje em dia são apenas elogios, afirmando que isso não contribui em nada para o crescimento dos artistas. Alexandre Herchcovitch é um dos designers mais aclamados do Brasil, conhecido por suas coleções únicas e ousadas e seu modo de produção consciente e slow-fashion. Seu retorno ao SPFW como “Herchcovitch; Alexandre” promete ser um dos destaques do evento, incitando altas expectativas no público para seu comeback com uma coleção que promete impressionar e inspirar. 

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Design feito por jovem estilista inova ao trazer sustentabilidade como foco
por
Davi Garcia
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19/09/2024 - 12h

 

Na última terça-feira (17), foi apresentado, na Fashion Week de Milão, a nova camisa nº3 da Udinese, clube italiano que disputa a Serie A, principal divisão do país. Feito pela estilista italiana Flora Rabitti, de 32 anos, em conjunto com a Macron, o uniforme inova ao ser produzido de maneira 100% sustentável. 

Com design em cor lilás e chamas brancas por toda a camisa, Flora se inspirou nos raios de sol presentes no relógio da praça principal da cidade de Udine, a ‘Piazza della Libertà’ (Praça da Liberdade). Além disso, o elemento faz parte de um grande significado cultural para a cidade, presente em obras e peças da região.

Nova camisa nº 3 da Udinese. (Foto: Instagram/Udinese)
Nova camisa nº 3 da Udinese. (Foto: Instagram/Udinese)

 

A Udinese tem a tradição de ser um time ecologicamente sustentável, se intitulando como o “mais verde da Itália”. Os uniformes da equipe já são derivados de plástico reciclado, porém, a nova camisa do time de Udine terá todos os detalhes feitos a partir desse material, algo nunca feito na história.

O clube italiano exibiu seu uniforme durante uma mesa sobre a união do futebol com a sustentabilidade na Fashion Week de Milão, que começou no dia 17 de setembro e vai até o dia 23 do mesmo mês.

Modelo exibe novo uniforme da Udinese no Museu Casa Cavazzini. (Foto: Instagram/Udinese)
Modelo exibe novo uniforme da Udinese no Museu Casa Cavazzini. (Foto: Instagram/Udinese)

 

Em entrevista no evento, Magda Pozo, diretora comercial da Udinese, valorizou o trabalho de Flora Rabitti, e ressaltou os valores do clube de Udine: “O desenho do nosso uniforme de 2024/25 reflete perfeitamente nossos valores de inovação e sustentabilidade. Está em linha com nosso compromisso comum de apoiar os jovens, o que nos levou a trabalhar ao lado de Flora Rabitti, que é um talento emergente no mundo da bola”.

 

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Afeto, design e estética entre linhas
por
Gabriela Jacometto
Helena Haddad
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19/09/2024 - 12h


  Conhecido por seus looks “handmade” - "feito à mão" em português -  o projeto Ponto Firme surgiu em 2015 a partir da iniciativa voluntária de seu criador Gustavo Silvestre, ao fazer um workshop de crochê na Penitenciária II Desembargador Adriano Marrey localizada em Guarulhos.  A penitenciária é apenas masculina, o que fez  Gustavo se surpreender com o interesse dos detentos. 

   O estilista, que buscava por técnicas contrárias ao fast fashion, encontrou no crochê exatamente o que queria. A técnica envolve o slow fashion e o artesanal, conceitos e aspectos de moda que Silvestre sempre trouxe em suas criações. 

    Na penitenciária, alguns dos detentos já sabiam fazer crochê, porém tinham pouco repertório para desenvolver as peças, mas isso não foi problema para Gustavo e nem para os detentos. Conforme o projeto foi crescendo, mais e mais alunos foram entrando na oficina e aprendendo.

 

     O processo de criação das peças é feito inteiramente dentro da penitenciária, contando com a ajuda de ex -detentos, que, agora em liberdade, ajudam o projeto.  E claro, é fundamental que todos os participantes do Ponto Firme tenham a oportunidade de ver o resultado final. Por isso, Gustavo organiza um desfile dentro da penitenciária, completo com modelos, maquiagens, passarela e com as famílias dos detentos como convidados.

    Após chegarem a um acordo, os participantes da iniciativa  decidiram que o lucro das peças seria dividido igualmente entre os membros do projeto que já estão em liberdade. 

     A estreia do projeto foi em grande estilo na passarela do SPFW de 2018, suas peças emocionaram os presentes. A maestria no trabalho de crochê enriqueceu o evento, destacando a importância contínua de valorizar o feito à mão. O trabalho artesanal, aliado à precisão de cada look desfilado, trouxe ainda mais força ao universo da moda, fazendo com que em 2020 o projeto participasse novamente do evento.

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Imagem: Gustavo Silvestre Brasil

     

 Cruzando fronteiras, o projeto chegou a apresentar um desfile em Nova York. E fez parceria com a marca do designer sueco GERMANIER no desfile SS23. 

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Imagem: Gustavo Silvestre Brasil

     São Paulo Fashion Week N58

   A 58 edição da SPFW será realizada nos dias 14 a 21 de outubro. A semana é considerada a maior da moda da América Latina e contará com 40 coleções. Com o tema “Jóias da Rainha”, homenagem para a jornalista Regina Guerreiro, busca uma forma de “destacar o valor da memória como um instrumento para as novas gerações da moda brasileira”.

  O Projeto Ponto Firme, diferente de outras marcas, terá um desfile externo no Museu do Ipiranga, será a segunda marca a desfilar, fechando o primeiro dia da semana de moda brasileira. Conhecido pelo crochê, podemos esperar originalidade nos looks artesanais. Gustavo Silvestre, coordenador da marca, preza pela beleza da ancestralidade do crochê, casando perfeitamente com o tema da edição. A última coleção apresentada contou com roupas de paetês, feitas por crochê à mão, com certeza o novo acervo a ser apresentado irá marcar a moda brasileira novamente.

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