O prazer efêmero da compra logo dá lugar a um vazio crescente
por
Giovanna Montanhan
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12/11/2024 - 12h

Por Giovanna Montanhan

 

Abrir o TikTok é como piscar e ver o mundo mudar em uma fração de segundos. Em uma rolagem veloz, surgem truques para uma maquiagem glow, táticas para uma “pele de porcelana”, segredos para esconder as olheiras com batom vermelho e até dicas para um contorno "ideal" feito com utensílios de cozinha. Uma técnica “nunca antes vista” de delineado usando apenas um grampo de cabelo, uma máscara capilar líquida que permanece nos fios por míseros segundos e que “repara até a alma” — tudo parece essencial, urgente. De um lado, surge uma técnica viral que promete lábios mais volumosos usando apenas corretivo e gloss, aplicados estrategicamente para criar a ilusão de lábios carnudos e esculpidos; do outro, alguém massageia o rosto com um Gua Sha, uma técnica tradicional de origem chinesa que utiliza uma pedra para esculpir a face, de quartzo rosa recém-adquirida, prometendo desinchar o rosto em poucos minutos. A tela se enche de novas promessas a cada hora em que o aplicativo é aberto, como o colágeno em pó que, misturado na água, garante uma dose de juventude pelas próximas décadas, ou a aplicação de blush no nariz para dar aquela falsa sensação de que se esteve na praia e se queimado, e até mesmo o sérum coreano feito de mucina de caracol para uma pele supostamente mais firme e hidratada. Cada dica desponta como um raio no feed, iluminando tudo ao seu redor por um instante, apenas para ser engolida pela próxima febre que chega avassaladora, tornando a moda anterior esquecida antes mesmo de ser assimilada.

No território implacável das redes sociais, onde promessas de uma pele impecável e uma beleza reluzente se espalham como um feitiço, mulheres de todas as idades deslizam os dedos na tela em busca de um brilho que pareça emanar de dentro para fora. Cada toque, cada deslizar, aproxima as compradoras de um ideal escorregadio, um reflexo de perfeição, sintetizado na imagem da pele viçosa perfeita — tão brilhante e lisa quanto um donut vitrificado, idealizada pela marca Rhode, da modelo Hailey Bieber.

Mas essa busca pela beleza aparentemente simples não é tão doce como parece. As consumidoras, atraídas pelos vídeos de influenciadoras, são envolvidas por um mercado que promove o “Glazing Milk” e os “Peptides Lip Tints” como a chave para a pele e os lábios dos sonhos. Não se trata apenas de hidratar, de cuidar ou de valorizar o que já existe, mas de transformar, de reconstruir, de alcançar um brilho irreal que reflete expectativas impossíveis. Para muitas, o desejo por essa pele vitrificada é como um chamado, uma chance de fazer parte de um ideal estético que atravessa culturas, idades e contextos, porém inacessível para a maioria.

No Brasil esse sonho assume ares de luxo proibido. Sem distribuição oficial, os produtos da Rhode se transformam em verdadeiros tesouros a serem caçados em mercados paralelos, frequentemente repletos de riscos. Para experimentá-los, os brasileiros precisam superar o desafio da importação, enfrentando preços inflacionados e longas esperas. Quanto mais distante o sonho, mais intensamente ele é desejado. Em um contexto onde a estética perfeita é exaltada acima de tudo, esses itens de design minimalista tornam-se uma espécie de Santo Graal — símbolos de um ideal que poucos conseguem vivenciar diretamente, mas que muitos cobiçam com olhares ávidos.

Não são apenas os hidratantes e lip tints da Rhode que repousam nesse altar de desejo inatingível. O Lip Glow Oil da Dior, envolto em promessas de lábios irresistíveis, reflete um brilho de glamour que atiça os corações, enquanto a Rare Beauty de Selena Gomez, com seus blushes e iluminadores, embriaga o imaginário dos mais jovens. Há algo mágico, quase sedutor, nesses frascos delicados, como se cada camada de produto pudesse transformar a pele em uma tela de sonhos, oferecendo uma beleza que parece brotar sem esforço algum. Cada uma dessas embalagens repousa no nécessaire com uma falsa simplicidade, promovido com tamanha precisão que passa a impressão de que esses pequenos luxos são mais que desejos — são quase como amuletos, indispensáveis no ritual silencioso de buscar, no reflexo, um toque de perfeição que talvez nunca se alcance.

A obsessão pelo "glazed look" transcende o próprio produto. Não se trata de um efeito milagroso na pele ou da suavidade nos lábios; é uma busca por alinhamento com um ideal, uma concepção vendida como pura, mas que, na verdade, carrega o peso do consumo incessante. Influenciadores, com seus vídeos cuidadosamente editados, se tornam os arautos dessa estética quase mítica, revelando apenas fragmentos do que os produtos prometem, sem expor o verdadeiro custo envolvido. Enquanto isso, do outro lado da tela, um exército de seguidores desliza, em busca do próximo vídeo, da nova promessa — na esperança de transformar um sonho distante em uma realidade tangível, ainda que efêmera.

O TikTok, com seu algoritmo hipnotizante, tornou-se uma vitrine onde milhares de consumidoras mergulham em tutoriais e resenhas, investindo tempo e dinheiro na promessa de uma pele reluzente. Entre elas, há quem se pergunte até que ponto esse ritual em frente ao espelho reflete uma busca legítima pela autoestima ou se é apenas mais uma ferramenta do capitalismo que usa o desejo por aceitação e inclusão para alimentar o consumo excessivo.

É como uma trilha de pequenas confissões, uma corrente de desejos transformados em mercadoria. Em cada vídeo, em cada review impulsionado por essas marcas silenciosas, há mulheres que, ao deslizar a tela e ceder ao apelo das tendências, começam a ver suas rotinas, seus sonhos e até seu próprio reflexo se curvarem a um padrão escorregadio e volátil.

Júlia, Helena e Rayssa são alguns exemplos de meninas que compram de acordo com a tendência do momento no TikTok. Cada uma mora em um estado diferente, mas, enquanto falavam, era como se compartilhassem uma mesma inquietação, algo que transcende a distância e parece habitar um espaço comum entre elas. Com apenas 13 anos, Júlia, mais tímida, confessou que, para ela, comprar os produtos da moda trazia uma sensação de pertencimento que era difícil de encontrar em outros lugares. Ao adquirir aquele item desejado, sentia-se mais próxima das meninas que possuíam o mesmo, como se o produto fosse um passaporte invisível para um mundo onde todas compartilham os mesmos desejos e sonhos de consumo. Com um brilho tímido no olhar, contou sobre seu exemplo mais recente: um kit de pinceis da marca Real Techniques — algo que, segundo ela, todas no TikTok pareciam ter e que, de alguma forma, a fazia sentir-se parte de algo maior.

Com 15 anos, Helena, um pouco mais falante, descreveu a experiência de outra forma, embora a sensação de efemeridade fosse a mesma. Para ela, o ato de consumir a aproximava de suas amigas e da comunidade online, mas logo após a compra surgia um vazio incômodo, como se a satisfação fosse rapidamente substituída por uma nova tendência, já à espreita. "É um ciclo sem fim," disse ela, quase resignada, enquanto mencionava sua última aquisição: o pó facial rosa da influenciadora Karen Bachini, um item que ela não parava de ver nos vídeos e que parecia indispensável — até o próximo lançamento roubar a cena.

Com 17 anos, Rayssa, em silêncio até então, finalmente desabafou. Revelou que, todas as vezes que se olhava no espelho, sentia-se como se tentasse capturar o brilho das influenciadoras do TikTok. Mesmo quando conseguia comprar o que tanto desejava, o resultado nunca parecia corresponder ao ideal que via na tela. Em momentos assim, questionava-se se a falha estava nela — como se algo em sua pele, no olhar, ou até em sua própria essência não fosse suficiente para refletir a promessa vendida pelos produtos. Esse sentimento de cobrança, explicou, era quase constante, uma frustração que a fazia sentir-se cada vez mais distante de um ideal inatingível. Sua última compra foi o sérum bronzeador da marca Drunk Elephant, o D-Bronzi Anti-Pollution Sunshine Drops, um item que, como tantos outros, prometia uma transformação que parecia sempre escapar ao seu alcance.

Para elas, o ato de comprar não é apenas um impulso passageiro; traz um alívio momentâneo em uma busca que nunca se completa. Mas logo vem o vazio, uma percepção incômoda de que estão presas a um ritual estranho, onde o consumo é apenas uma dança repetitiva, uma tentativa de tocar algo que escapa. Muitas se encontram no eco numa pergunta inevitável sobre o motivo de não conseguir o mesmo resultado. Como se o erro fosse delas, como se algo na pele, no olhar, ou na própria essência falhasse em alcançar o brilho prometido — um ideal cuidadosamente desenhado para permanecer fora de alcance.

É nesse cenário tentador que se ergue o submundo da Internet, uma espécie de mercado paralelo onde a pressa e o desejo encontram uma nova morada. Para aqueles que não podem ou não querem esperar, marketplaces como a Shopee e a Shein surgem como atalhos — labirintos digitais onde os produtos cobiçados aparecem como ofertas tentadoras, à mercê de vendedores anônimos que se escondem atrás de telas e avatares. Ali, a ansiedade dos consumidores é alimentada com preços reduzidos, porém envoltos em uma névoa de incerteza se o brilho do produto é real, ou apenas uma sombra de autenticidade. Entre o clique e a compra, uma escolha silenciosa é feita — e talvez, para muitos, a necessidade de pertencer ao momento sobrepuje o valor da própria verdade.

Capitalismo

Em uma conversa descontraída o colunista do site Steal the Look, Fábio Monnerat, falou sobre o frenesi que envolve a busca pela beleza idealizada, uma obsessão que, segundo ele, vai além do simples desejo por bons produtos. Ele acha que há uma necessidade de pertencimento, um desejo de aceitação que se esconde por trás de cada nova compra, como se cada aquisição trouxesse consigo um pouco mais de identidade, um passo a mais em direção a um grupo invisível e desejado. Fábio disse enxergar essa ilusão de exclusividade como uma corrente invisível, prendendo o público em um ciclo sem fim, onde o limite entre querer e precisar se desfaz. Nas redes sociais, o ideal de beleza está sempre ali, próximo e sedutor, mas estranhamente fora de alcance, criando um desejo que se mantém sempre vivo. E vai além.

Ele aponta que conter essa maré de consumo desenfreado soa quase como um desafio impossível. A falta de consciência coletiva torna difícil que as pessoas reflitam sobre o impacto de cada compra. Assim, o consumo se transforma em um reflexo do próprio desejo não resolvido, uma repetição constante que nunca traz a satisfação esperada. Para ele, cada nova compra parece inofensiva, mas se transforma em uma onda crescente, que passa despercebida e segue reverberando.

No coração do capitalismo contemporâneo, o TikTok se agiganta, não mais como uma simples distração, mas como um palco onde o desejo se torna espetáculo e o consumo, um ato quase hipnótico. Em cada deslizar de dedo, as consumidoras são lançadas em um torvelinho de tendências, onde as promessas de beleza cintilam como fogos de artifício — intensas, passageiras, inescapáveis. A cada nova febre, o rosto de uma influenciadora parece sussurrar segredos que as espectadoras querem acreditar: uma pele mais luminosa, lábios mais aveludados, o toque de algo quase mágico. Mas é tudo tão fugaz. Produtos que ontem eram o desejo do momento, hoje já perderam o brilho, substituídos por algo "ainda mais revolucionário".

Para essas mulheres, não há descanso. A lógica do hiperconsumo, essa engrenagem que o filósofo Gilles Lipovetsky descreveu, as engole em um ciclo em que o desejo pesa mais que a necessidade, onde o impulso de possuir é atiçado mais pelo medo de perder a novidade do que por uma vontade verdadeira. A cada nova compra, um ritual se repete — uma sensação de satisfação que evapora rápido, cedendo espaço à expectativa do próximo lançamento. E enquanto os frascos se acumulam, um vazio começa a se insinuar, como se, no fundo, soubessem que a próxima tendência também virá, seduzindo-as mais uma vez.

No universo hiperacelerado do TikTok, onde as tendências surgem e desaparecem como reflexos fugidios, as consumidoras são arrastadas para um ciclo quase frenético. Cada novo "must-have" carrega uma data de validade invisível, um convite ao consumo antes que o encanto se esgote. No olho desse furacão está o Carmed, um bálsamo labial produzido pela farmacêutica Cimed, que, embora conhecido por sua hidratação modesta, encanta com suas edições limitadas e colaborações astutas, como a recente parceria com a marca de doces Fini. Versões do bálsamo com sabores de balas de gelatina — banana, dentadura, "Beijos" — evaporaram das prateleiras antes mesmo de alcançarem todas as farmácias, deixando na esteira um rastro de desejo insatisfeito.

Para Helena, que também é uma consumidora voraz de Carmed, a eficácia do produto é apenas um detalhe insignificante. O que realmente importa para Júlia e para quem o consome, é o prazer de possuir um fragmento de algo efêmero, um pedaço da tendência que logo será substituída por outra. Cada lançamento deste produto traz consigo uma promessa de exclusividade, uma sensação de escassez calculada que intensifica o impulso de compra. Nesse jogo de aparências, o Carmed não é apenas um bálsamo; é um lembrete de que, no turbilhão da moda passageira, às vezes o que vale é a experiência fugaz de ser parte de algo que logo deixará de existir.

No emaranhado dos desejos modernos, o consumo de beleza se torna um ritual de encantamento, uma busca ansiosa que reflete mais do que o desejo de uma pele perfeita ou de lábios macios. Fábio Monnerat vê esse cenário com inquietação, especialmente quando o alvo do consumo se desloca para o público infantil. Ele observa, com ceticismo, como produtos de beleza direcionados a crianças e adolescentes, como é o caso do fenômeno do Carmed, onde eles são estrategicamente moldados para enraizar o consumo desde cedo. Com sabores açucarados e colaborações com personagens conhecidos, o Carmed, em suas múltiplas versões, deixa de ser apenas um hidratante labial; ele se torna um emblema de um consumo precoce, uma porta de entrada para um ciclo interminável de desejos e substituições.

Fábio acredita que essa introdução ao consumo desenfreado desde a infância reflete um problema profundo. A indústria da beleza, segundo ele, soube capturar o conceito de autocuidado e transformá-lo em uma sequência constante de compras — não mais um momento pessoal, mas uma dança coreografada pelo mercado. O Carmed e outros produtos semelhantes simbolizam uma sociedade onde o consumo é enaltecido como valor intrínseco, e cada nova edição limitada, cada parceria com um ícone infantil, se torna um capítulo dessa fábula consumista. A ilusão de exclusividade atiça o desejo, e o autocuidado se converte em um ato repetitivo, sem substância.

Enquanto isso, o TikTok acelera essa espiral. Para Júlia, Helena e Rayssa, a plataforma de vídeos é uma vitrine que converte produtos de beleza em pequenos troféus de pertença, um portal onde cada novo sérum, cada nova máscara promete um vislumbre de perfeição. Como no filme  A Substância (2024), onde Elizabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, injeta um líquido espesso e denso na pele na esperança de capturar a juventude que lhe escapa, os jovens de hoje se entregam a promessas tão tentadoras quanto fugazes. A cada nova fórmula, a cada sérum, máscara ou creme milagroso, há uma promessa de transformação que parece deslizar entre os dedos. Eles se lançam nessas poções modernas, cada frasco prometendo que, desta vez, o reflexo no espelho será o que sempre desejaram.

Mas, assim como Elizabeth, que corre atrás de uma ilusão que nunca a satisfaz, esses jovens podem estar caminhando para um abismo de expectativas vazias. A cada compra, um breve relâmpago de satisfação — um brilho que logo se desfaz, um encanto que desaparece com a mesma rapidez com que veio. E então, a necessidade renasce, mais urgente, mais insistente. Em um ciclo que se auto alimenta, o ideal de beleza se mantém distante, quase ao alcance das mãos, mas sempre escorregadio. E nessa busca, a frustração não desaparece; apenas se recalca, pronta para surgir com força renovada a cada nova promessa que o mercado lança na tela.

Fábio acredita veementemente que o verdadeiro papel do TikTok não é conectar, mas vender — impulsionando um consumo desenfreado que atinge até os mais jovens, seduzidos pela promessa de uma juventude prolongada e de uma beleza idealizada.

No fim, a trilha do consumo se revela como uma corrida sem destino, onde o autocuidado se dissolve em promessas e expectativas. Para Fábio, a verdadeira prática de bem-estar foi sequestrada pela lógica de mercado, que transforma cada novo produto em mais um ponto de partida, mais um item na lista de desejos insaciáveis. O autocuidado, nesse cenário, se torna uma pista de corrida onde o consumidor, sempre em busca da última novidade, esquece de parar, de respirar e de redescobrir o que realmente importa. Talvez, sugere ele, o verdadeiro bem-estar exija uma saída dessa trajetória imposta, uma pausa para recobrar o equilíbrio, para lembrar que cuidar de si não precisa ser uma sequência de compras, mas uma escolha pessoal, guiada por um ritmo próprio, alheio às urgências e apelos do mercado. Afinal, os verdadeiros delírios de consumo da Geração Z não estão em cada frasco ou nova tendência, mas na ilusão de que a satisfação virá com o próximo produto.

 

A execução precisa dos códigos de cada etiqueta trouxe um frescor revigorante para as grifes renomadas
por
Giovanna Montanhan
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30/10/2024 - 12h

A São Paulo Fashion Week (SPFW) ocorreu entre os dias 14 e 21 de outubro, com quase o dobro  do número de desfiles, em comparação à edição anterior, passando de 27 para 42. O evento trouxe de volta às passarelas marcas como a homônima Alexandre Herchcovitch, À La Garçonne e Salinas, além de  grifes vanguardistas, presentes em todas as edições, como Lino Villaventura.

Lino Villaventura

Quem acredita que a alta-costura no Brasil se encerrou com o estilista paraense Dener Pamplona - pioneiro na moda brasileira,  introduzindo esse conceito no país - certamente nunca assistiu a um desfile de Lino Villaventura. 

Conhecido por suas peças com nervuras elaboradas, Lino trouxe nesta edição vestidos e blusas assimétricas, bordados minuciosos, saias em formato de pétalas, além de modelos com volumes, drapeados e tecidos que simulavam plástico, em cores vibrantes como azul piscina e verde claro. Desta vez, além dos neutros — o branco que abriu o desfile, seguido pelo bege e preto —, a paleta se expandiu para tons multicoloridos, como roxo e vermelho, alternando entre peças fluidas e modelos mais estruturados. A modelo Silvia Pfeifer encerrou  o espetáculo visual concebido pela mente fértil  de Lino, desfilando um modelo transparente azul-marinho com brilhos, acompanhado de um robe preto de cetim e luvas arroxeadas que deixavam os dedos à mostra.

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Reprodução: @agfotosite

 

 

 

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O estilista Lino Villaventura na passarela após o final do desfile - Reprodução: @agfotosite

À La Garçonne

À La Garçonne comemorou 15 anos de marca e 20 anos de carreira de seu diretor criativo Fábio Souza  Após sua separação profissional de Alexandre Herchcovitch, Souza decidiu redefinir os códigos da marca, que anteriormente destacava o conceito de upcycling e trazia cordas trançadas como logotipo. Agora, com controle total sobre as direções, códigos costumeiros da etiqueta  aparecem de forma pontual em algumas peças, enquanto o principal destaque neste primeiro desfile foi a cartela de cores em preto e branco, combinada com variações de design, ternos de alfaiataria e lurex, que abrilhantaram a passarela ao lado de estampas quadriculadas. Vale destacar as saias de tule com poás, uma tendência atemporal, a presença do personagem Snoopy, que apareceu em moletons e casacos, e os laços.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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O estilista Fábio Souza na passarela após seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

 

Salinas

Salinas, uma marca tradicional de beachwear, retornou ao maior evento de moda da América Latina após seis anos longe das passarelas, apresentando a coleção "Sol, Sal e Sonhos". Com uma paleta predominantemente neutra e atemporal, a coleção trouxe peças que se adequam tanto ao momento praia quanto ao pós-praia. Entre os destaques estão minissaias, chapéus compridos de palha desfiada, bolsas de crochê, camisas de linho e biquínis assimétricos. Uma seção da coleção, com peças em tons de cinza claro, com calças soltinhas, maiôs e casaquinhos leves com brilhinhos prateados sutis. Os acessórios incluíam braceletes dourados e belly chains (cordões para adornar a barriga) com o nome da marca, além de chinelos de dedo com plataforma e tamancos prateados.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Alexandre Herchcovitch

E por fim, Alexandre Herchcovitch com sua etiqueta homônima e conhecida por trazer designs inovadores, dessa vez em parceria com a marca alimentícia de queijos Catupiry, apresentou  bolsas e moletons com seu logo, uma produção com a estilista Fábia Bercsek, que o ajudou a criar estampas feitas à mão.

Os recortes assimétricos moldaram-se abaixo dos seios, deixando a barriga à mostra e chegando ao ponto final: a virilha, trazendo à tona uma estética fetichista. Para aqueles que preferem não arriscar e se manter dentro de estilos mais convencionais, também há opções que beiram o óbvio e comercial, como moletons felpudos listrados, regatas, calças de alfaiataria e jeans. Mas, como era de se esperar de Alexandre Herchcovitch, foi possível observar um mergulho profundo nos códigos dos anos 70, trazendo consigo toda a purpurina que remete à Era Disco, além de tecidos como jacquard, lurex, paetê em padronagem xadrez e lamê.



 

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Reprodução: @agfotosite

 

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O estilista Alexandre Herchcovitch na passarela após o seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

A mostra celebrou as contribuições de Regina Guerreiro na moda
por
Giovanna Montanhan
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29/10/2024 - 12h

A exposição realizada entre os dias 14 e 21 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera — mesmo espaço que recebeu os desfiles da 58ª edição da São Paulo Fashion Week — homenageou a jornalista Regina Guerreiro, destacando a importância do seu legado na comunicação fashion como a conhecemos hoje

 Os itens exibidos desmembraram sua carreira e vida pessoal  desde a carteirinha de imprensa da Vogue Brasil, até fotos antigas e objetos pessoais, como vestidos e acessórios diretamente retirados de seu guarda-roupa, além de quadros adornando as paredes  do  espaço que continham suas famosas críticas ácidas. Destacava-se, por exemplo, o convite do desfile da grife Comme des Garçons, no qual Regina, certa vez, chegou a comparar os modelos da marca parisiense a moradores de rua, envoltos em cobertores e sacos de lixo, da Avenida Paulista.

 

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Entrada da exposição ''As Joias da Rainha'' - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Carteira de imprensa da Vogue Brasil - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Convite do desfile da marca parisiense, Comme des Garçons - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Figurinos retirados do guarda-roupa de Regina Guerreiro - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Fotos e itens pessoais da jornalistas - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Reprodução: Giovanna Montanhan

 

Regina Guerreiro debutou no mundo no dia 18 de maio de 1940, em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e começou sua trajetória nos anos 1970. Trabalhou em veículos como o Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, revista Manequim, Interview e O Estado de São Paulo. Além disso, passou por diversas publicações de moda, incluindo a Harper 's Bazaar, onde estagiou, e a Vogue, onde atuou como editora por 14 anos. Também dirigiu a revista Elle por 9 anos, além de ter contribuído para a revista Claudia. Na década de 1960, fundou a agência Choc!, que unia sofisticação e irreverência em seus trabalhos. Ela é tradicionalmente conhecida por seu “sincericídio” e sua crítica de moda atrevida. 

No release publicado, o curador da exposição Renato de Cara destacou a importância de uma ambientação fidedigna: “Procuramos reproduzir parte do seu ambiente doméstico, cheio de climas, entre a sofisticação internacional e a intimidade sombria que toda alma carrega.” Ele também exaltou o papel fundamental do diretor Paulo Borges na criação dessa homenagem.

Para Paulo Borges, retratar a memória de Regina Guerreiro foi uma forma de eternizar parte da história do jornalismo de moda brasileiro. “Essa exposição é uma homenagem e o reconhecimento ao trabalho pioneiro e incontestável desta jornalista, editora e diretora criativa. Uma imagem é, entre outras coisas, uma mensagem, uma forma de tempo que nos leva a outro lugar. Como crítica de seu tempo, com seu olhar exigente e humor afiado, Regina Guerreiro ajudou a validar e posicionar o universo criativo da moda brasileira”, afirmou no release divulgado à imprensa.

Regina, por sua vez, manifestou-se em um comunicado, dizendo estar muito feliz com a exposição e revelou estar com o “coração explodindo de tanta emoção”. Em entrevista à AGEMT, a jornalista deixou um conselho para aspirantes à profissão: " ter autenticidade’’, um fator essencial para conquistar o que se almeja. E não poderia ser diferente, já que Regina Guerreiro utilizou esse trunfo para pavimentar seus caminhos e os das próximas gerações, tanto as que já chegaram quanto as que estão a caminho.

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Trechos de suas famosas críticas - Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Maximalismo, representação cultural e provocação sofisticada preenchem as passarelas na capital paulista
por
Bianca P. Athaide
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21/10/2024 - 12h


No final da última semana deu início a maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week. Com um line-up recheado de marcas e projetos nacionais, a programação do desfile continua a cumprir seu propósito histórico de reafirmar a criatividade e cultura nacional na indústria da moda. Etiquetas como Catarina Mina, Artemisi e Bold Strap trouxeram a vanguarda fashion brasileira para suas apresentações. Confira esses e outros destaques abaixo.

Martins e o maximalismo da cultura pop

Com a ambientação nas mãos do som inglês subversivo big-beat da banda Prodigy, o desfile da Martins trouxe a paixão de seu criador por cultura pop para as passarelas. Com uma mescla entre "Matrix" (1999) e a estética futurista de Thierry Mugler e Rick Owens, Tom Martins construiu a inspiração para sua criação cheia de babados, ilusões de ótica, xadrez e muitas sobreposições.

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Martins para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com um mergulho também na cultura hippie das décadas de 1960 e 1970, a coleção contou com uma colaboração com a marca clássica de jeans Levi's, por isso a presença de muitas calças amplas, jaquetas e coletes estruturados e composições em camadas — característica carimbada da Martins.

O sonho artesanal de Catarina Mina

A coleção "Herdeiras do Futuro", produzida pela estilista Celina Hissa, em conjunto com mais de 30 artesãs nordestinas, trouxe o habitual e magnífico frescor do trabalho manual, com crochê, macramê, bordado e renda de bilro, e a novidade da borracha da Amazônia — material que remete ao neoprene, em colaboração com a marca paraense Da Tribu, e ajudou a compor franjas que foram aplicadas em tops, vestidos e bolsas da coleção.

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Catarina Mina na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Marcelo Soubhia 

Os 35 looks que brilharam na passarela estavam baseados na paleta de cores predominada pelo vermelho, off-white, dourado e por alguns tons de azul. Para completar visual e adicionar ainda mais brasilidade para a estética, no pés, modelos usavam Havaianas de diversas cores.

Provocação sofisticada com a Bold Strap

Assinada por William Cruz, a coleção apresentada pela Bold Strap nesta edição do SPFW trouxe o marcante DNA da marca mais uma vez: com correntes, cordas e muitos brilhos, a etiqueta ofereceu uma abordagem mais refinada ao fetichismo. 

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Bold Strap para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com sua musa Camila Queiroz presente, a marca brincou com a tensão entre sensual e prático, e desfilou peças para além do underwear. Vestidos, calças, jaquetas e camisetas também reafirmaram a estética provocadora da marca.

Artemisi caminha pela fronteira entre moda e arte

Vinte e seis looks defendem a caracterização de high fashion da Artemisi. A coleção apresentada na quinta-feira (17) na SPFW mostrou o porquê da etiqueta tradicionalmente passear despreocupadamente entre a fina linha que separa moda e arte.

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Artemisi na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Zé Takahashi 

“Não faço roupa para loja, faço roupa que tem um quê de arte.", afirmou a diretora criativa da marca, Mayari Jubini, depois do encerramento de uma apresentação de uma coleção que aborda desde do movimento da arte cinética, oriunda da década de 1950, até a obsessão pelo futurismo atual. Mas, se engana quem pensa que os looks super tecnológicos não necessitaram de mãos humanas em sua produção. Algumas peças precisaram de muito trabalho manual — os efeitos de vidro quebrado ou de água pingando em bustos e casacos, são pinturas feitas à mão — e de meses de confecção. 

A brincadeira com efeitos visuais, texturas tridimensionais e formas surrealistas proporcionaram ao público um espetáculo aplaudido de pé.

O Pará viaja para São Paulo com a Normando

Estreante na SPFW, a Normando levou a coleção "Vândalos do Apocalipse", uma interpretação da cultura paraense com tempero urbano para a passarela paulista. 

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Normando para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Estampas de escamas de tucunaré e pirarucu foram aplicadas em vestidos de seda, juntamente de um bustiê feito de cuias de tacacá e camisa de smoking com jabô, toda indumentária necessária para refletir a visão que inspirou Marco Normando: os filósofos modernistas que se reuniam no mercado Ver-O-Peso, em Belém, nos anos 1920. 

 

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Nova edição aposta na inclusão e modernidade para reconquistar o público e redefinir padrões de beleza
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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16/10/2024 - 12h

Após um hiato de cinco anos, o icônico Victoria’s Secret Fashion Show está de volta, prometendo uma edição renovada. O evento, que aconteceu no dia 15 de outubro, marca uma nova fase para a famosa marca de lingerie, que vem enfrentando desafios nos últimos anos. Além de reunir supermodelos consagradas, o desfile contará com performances musicais de destaque, incluindo Cher, Lisa do grupo Blackpink, e a cantora sul-africana Tyla.

Pela primeira vez transmitido ao vivo em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, o show ocorrerá em Nova York  promete uma audiência global. A decisão de expandir o alcance digital do desfile reflete a estratégia da Victoria 's Secret em modernizar seu formato e reconquistar o público. Em um vídeo divulgado pela marca no início de setembro , várias veteranas da passarela, como Gigi Hadid e Tyra Banks, foram convidadas para participar deste retorno, reforçando o apelo nostálgico do evento.

A edição de 2024, além de um espetáculo visual, também traz novidades no elenco. A modelo brasileira Valentina Sampaio, de 27 anos, faz história ao se tornar a primeira trans brasileira a participar do desfile. Ela expressou sua felicidade em um post nas redes sociais, compartilhando com seus seguidores a emoção de fazer parte deste momento icônico. Valentina, que já foi a primeira modelo trans a ser contratada pela marca, comentou que se sente orgulhosa por representar a diversidade e a inclusão na moda.

O desfile deste ano, segundo a diretora criativa da marca, Janie Schaffer, foi cuidadosamente pensado para refletir as mudanças e o crescimento da Victoria 's Secret nos últimos seis anos. Schaffer afirmou que o novo formato será uma "celebração do glamour e da moda", mas sob uma "lente moderna". As famosas asas de anjo, tradicionalmente feitas de penas, agora serão produzidas com materiais sustentáveis, em resposta às críticas de ativistas ambientais e pela crescente demanda por responsabilidade social no mundo da moda.

Sofia Malamute/Victoria's Secret
Sofia Malamute/Victoria´s Secrets

 Essa nova fase da Victoria 's Secret também responde a controvérsias passadas que abalaram a imagem da marca, como a queda de audiência e as críticas sobre a falta de diversidade. Além disso, um documentário detalhou as conexões da marca com Jeffrey Epstein, um escândalo que manchou sua reputação. A empresa, agora liderada por mulheres como Sarah Sylvester e Janie Schaffer, promete que esta edição vai ressaltar os avanços da marca, tanto em termos de inclusão quanto de sustentabilidade.

O desfile incluirá um elenco diversificado de modelos, seguindo a tendência já iniciada em setembro de 2023, quando a marca lançou o documentário “The Tour ’23” na Prime Video. O filme destacou a colaboração com designers independentes de cidades como Lagos, Bogotá, Londres e *Tóquio, e trouxe supermodelos como Naomi Campbell e Adriana Lima ao lado de novas estrelas da moda, incluindo Adut Akech eWinnie Harlow.

Outro destaque desta edição é a inclusão de Ashley Graham, modelo e defensora da positividade corporal, marcando uma mudança significativa na tradicional seleção da Victoria's Secret. Ao lado de veteranas como Gigi Hadid, Lais Ribeiro e Behati Prinsloo, Graham simboliza a evolução da marca rumo a um padrão mais inclusivo de beleza.

Com essas mudanças, o Victoria’s Secret Fashion Show 2024 busca reafirmar seu lugar como um dos maiores eventos de moda do mundo, trazendo consigo uma nova era de glamour, inclusão e representatividade.

 

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O movimento brasileiro retorna à 58ª edição do São Paulo Fashion Week com uma coleção que celebra a diversidade do algodão, destacando a importância das fibras naturais em um mercado dominado por sintéticos.
por
Liz Ortiz Fratucci
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19/09/2024 - 12h

 

  Falta menos de um mês para a 58º edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontecerá de 16 a 21 de outubro, no Pavilhão das Artes, no Parque Ibirapuera e no Shopping Iguatemi São Paulo, além de outras locações onde acontecerão desfiles externos. Neste ano, o evento homenageará a primeira editora de moda do Brasil, Regina Guerreiro. Além das marcas tradicionais, o calendário da SPFW incluirá projetos e movimentos sociais, como o Sou de Algodão que irá apresentar sua coleção dia 18 de outubro às 19h30.

 Muitas vezes confundida como uma marca de roupas devido seus desfiles, a Sou de Algodão é na verdade uma iniciativa nacional que foi lançada em 2016, cujo objetivo é promover o consumo consciente da fibra e fortalecer a união de todos os elos da cadeia do algodão. O movimento tem como objetivo conscientizar o consumidor sobre a importância do uso de fibras naturais, em vez de fibras sintéticas, já que essas apresentam diversos impactos ambientais negativos.

 O primeiro desfile que o projeto apresentou na semana de moda de São Paulo, foi em 2022 e contou com a colaboração de 18 estilistas brasileiros. A produção ficou a cargo de Paulo Borges, idealizador do SPFW e embaixador da iniciativa, enquanto o styling foi assinado por Paulo Martinez, renomado editor de moda. A proposta da apresentação da coleção foi provocar uma reflexão sobre a moda sustentável e mostrar a versatilidade do algodão e como ele pode ser explorado além do estilo básico. A coleção contou com alfaiataria, aplicações manuais e uma diversidade de tipos de tecido feitos do material têxtil natural, como: malha, tricoline, jacquard, sarja, gaze e denim.

Modelos na passarela do desfile de 2022 da Sou de Algodão
Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

 

Na edição de 2023, o Sou de Algodão voltou a marcar presença no SPFW, novamente com a colaboração de Paulo Borges e Paulo Martinez. Desta vez, o foco foi no denim, com nove designers explorando sua versatilidade em peças desconstruídas, bordadas, com silhuetas marcantes e utilizando a técnica de patchwork.

Modelo desfilando look jeans na SPFW de 2023
Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite

 

Para este ano, é esperado pelo público mais uma coleção colaborativa com estilistas brasileiros, possivelmente incluindo nomes já parceiros, como: Amapô, Dendezeiro, Heloísa Faria, Korshi 01, Ronaldo Silvestre e Thear.

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O penúltimo dia da semana de moda britânica trouxe para suas passarelas ancestralidade, romantismo e relembrou estilos dos anos 90 de forma inovadora.
por
NINA JANUZZI DA GLORIA
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18/09/2024 - 12h

O London Fashion Week é conhecido por ser a mais excêntrica e descolada entre as semanas de moda europeias.  No dia 15 de setembro, alguns dos destaques vieram de grandes nomes e propostas ousadas tanto na moda quanto na beleza. Entre os designers que passaram pela passarela nesse dia, se destacaram Simone Rocha, Ahluwalia e KNWLS. 

Simone Rocha

A designer de moda irlandesa, Simone Rocha, mais uma vez trouxe para suas criações uma abordagem romântica, apresentando uma coleção inspirada em casamentos, com foco em silhuetas volumosas, florais e exageradas, acompanhadas de grandes laços. A estilista apresentou suas criações em um cenário delicado, utilizando uma beleza discreta, que destacava o natural e suave, complementado por tecidos leves e tons pasteis.

Vestido da Designer Simone Rocha  Foto: Filippo Fior/Gorunway.com

Simone ainda incorporou toques artísticos nas roupas, inspirados pela natureza e tradições familiares, que foram trazidos por ela a partir de detalhes rendados, detalhes que refletem sua estética única de misturar moda e arte. Outro detalhe que chamou a atenção durante seu desfile, foram as aplicações de pétalas nos rostos das modelos.

Aplicação de pétalas no rosto   Foto: Getty Images

KNWLS

A marca KNWLS, dos designers Charlotte Knowles e Alexandre Arsenault, também chamou a atenção durante os desfiles do dia 15. A coleção da grife britânica apresentou a estética "quiet grunge"- estilo inspirado na moda grunge dos anos 1990 - explorando maquiagens de tons terrosos e neutros, com sobrancelhas raspadas​. Essa beleza exibida durante o desfile, foi marcada por um estilo cru e desarrumado, destacando a partir da maquiagem, o aspecto vivido e natural que se misturava combinando com a estética rebelde das roupas repletas de corsets e rendas, remetendo fortemente o estilo dos anos 1980. 

Peça que desfilou pela grife KNWLS  Foto: Daniele Oberrauch/Gorunway.com

Ahluwalia

Passou pela passarela ainda nesse dia, a marca Ahluwalia, da designer Priya Ahluwalia. Sua coleção intitulada "Home Sweet Home”, era focada na ancestralidade e pertencimento, influenciada por raízes culturais e referências pessoais, utilizando tecidos texturizados e cores vibrantes. 

Criação da marca Ahluwalia apresentada no desfile  Foto: Umberto Fratini/Gorunway.com

Priya procurou dar ênfase em elementos como os tapetes persas e indianos, utilizados no cenário. A beleza utilizada no desfile incluía perucas trançadas e maquiagens em tons terrosos, além de unhas que eram trabalhadas em designs inspirados pela ancestraliade. 

Os desfiles dessas marcas, durante o London Fashion Week, não apenas trouxeram inovação para a passarela em termos de design, mas também ressaltaram o poder da maquiagem e da beleza, como penteados, para contar por meio visual, histórias. 

 

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O estilista, com mais de 30 anos de carreira, é amplamente conhecido por sua excentricidade e criatividade, que se renova a cada nova coleção
por
Giovanna Montanhan
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18/09/2024 - 12h

Walério Araújo, um dos nomes mais emblemáticos da moda brasileira, está nos preparativos para lançar sua mais nova leva de peças no domingo (22/10), penúltimo dia da maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week Sempre se espera que ele entregue ousadia, irreverência e peças únicas, como só ele consegue criar.

Nesta edição do evento, serão 40 desfiles ao total, e terá como palco principal o Pavilhão das Culturas Brasileiras, localizado dentro do Parque Ibirapuera, além de locações externas como o Shopping Iguatemi, o Museu do Ipiranga e o Pavilhão Japonês. O tema, ‘As Joias da Rainha’, retrata uma forma grandiosa de homenagear a jornalista Regina Guerreiro - a mulher que ditou regras e deu uma nova roupagem ao jornalismo de moda brasileiro.

Trajetória de Walério Araújo

Com uma carreira que transcende décadas, Walério Araújo é celebrado por romper barreiras e trazer uma nova narrativa ao mundo da moda. Nascido nos anos 1970 na cidade pernambucana de Lajedo, Walério cresceu em uma família de costureiras e bordadeiras, e iniciou sua carreira na moda em 1987, após realizar um curso por correspondência. Mesmo sem uma formação acadêmica convencional em moda, seu talento se consolidou rapidamente.

Sua habilidade prática se evidenciou quando transformou um abadá da marca de cerveja Devassa em um vestido bordado com cristais Swarovski para a socialite americana Paris Hilton. A peça que se tornou um dos figurinos mais comentados do carnaval de 2010.

 

paris hilton
Reprodução: PurePeople

No ano seguinte, ele viajou para São Paulo pela primeira vez para fazer um curso presencial de desenho de moda. Em 1990, retornou à sua cidade natal e foi contratado por uma loja de tecidos na Bahia, onde trabalhou por dois anos em Paulo Afonso e Salvador. Em 1992, mudou-se definitivamente para a capital paulista, começando a trabalhar na Rua das Noivas e, posteriormente, na 25 de Março, como desenhista em lojas de tecidos.

A partir de 1994, sua carreira ganhou força ao participar do Mercado Mundo Mix -  evento alternativo que destacava novos talentos e tendências no cenário da moda nacional. Foi por meio dessa plataforma que Walério chamou a atenção de Paulo Borges, idealizador e diretor executivo da São Paulo Fashion Week. Convidado a integrar o time de estilistas do extinto evento Amni Hot Spot, Walério apresentou cinco edições de suas coleções irreverentes e criativas, com temáticas ousadas.

Desde então, ele conquistou um espaço único na indústria da moda brasileira. Seu estilo reflete suas raízes, combinando elementos da cultura pop e da cena underground. Walério sempre foi apaixonado por criar peças que contam histórias e provocam sensações. Seu talento para misturar texturas, cores vibrantes e cortes arrojados o tornou uma figura icônica, desejada por celebridades como Glória Maria, Sabrina Sato, Ivete Sangalo, Elke Maravilha, Elza Soares, Rita Lee, Dercy Gonçalves e até mesmo Hailey Bieber, firmando sua posição como um dos grandes mestres do glamour brasileiro.

 

gloria maria
A jornalista Glória Maria veste Walério Araújo para o Baile da Vogue - Reprodução: Instagram

 

 

 

sabrina sato
A apresentadora Sabrina Sato veste um look carnavalesco por Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

 

 

 

ivete sangalo
A cantora Ivete Sangalo veste uma jaqueta jeans bordada de Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

 

 

ehlke maravilha
A modelo Ehlke Maravikha com um adorno de cabeça repleto de perólas criado por Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

 

 

elza soares
A cantora Elza Soares com um visual montado por Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

 

 

rita lee walerio
A cantora Rita Lee usa um acessório de cabeça feito por Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

 

dercy gonçalves
A humorista Dercy Gonçalves usa um look de Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

haileybieber
A modelo Hailey Bieber com look Walério Araújo - Reprodução: Instagram

 

Momentos memoráveis no SPFW

Walério Araújo tem uma longa história com o SPFW, e a cada edição desafia o público e a crítica com coleções que são verdadeiras obras de arte.

Para quem acha que o estilista só cria roupas multicoloridas, o desfile da edição 54, em 2022, provou o contrário. Naquele ano, o gótico dominou as passarelas com tons de preto e roxo, mas sem perder seu DNA de excentricidade. Correntes prateadas, caveiras, cruzes e assimetrias, junto a ornamentos inspirados no movimento barroco, deram vida à coleção, que foi também marcada por experiências pessoais de Walério. Ele comentou, em entrevista à Vogue Brasil, que já havia feito uma coleção com estética dark há 15 anos, mas que essa tinha um peso especial.

 

walerio araujo
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

gotico walerio
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

 

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Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

gotico wa
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

Na edição 55, em 2023, a homenageada foi Elke Maravilha. Inspirado pela extravagância e liberdade de sua musa, Walério criou um desfile que trouxe à cena toda a expressividade que ambos compartilhavam. Em entrevista ao Gshow, o estilista comentou que escolheu elementos do cotidiano de Elke, que, embora não fossem minimalistas, eram mais usáveis. Assim, recriou um look feminino criado há 16 anos, complementado por uma peruca. O desfile foi marcado por excessos, como era típico de Elke, com túnicas, vestidos, capas e acessórios de cabeça, além de referências às cores da bandeira LGBTQIAP+ e muito paetê.

 

ehllke walerio
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

 

walerio araujo ehlke
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

ehlke
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

ehlke
Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

A coleção "Signos", apresentada na edição 56, em 2023, celebrou a astrologia de forma criativa. Walério interpretou os doze signos do zodíaco com looks cheios de metáforas visuais e uma estética maximalista. O estilista, que se autodefine como "lúdico", relatou à Vogue que mergulhou nos signos e no universo do cosplay para criar a coleção.

 

gemeos
A representação do signo de Gêmeos - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

LIBRA
A representação do signo de Libra - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

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A representação do signo de Áries - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

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A reprodução do signo de Leão - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

E em 2024, na edição 57, Walério homenageou sua mãe, Maria do Carmo, carinhosamente chamada de Dona Neném, de 94 anos. A coleção trouxe referências nostálgicas da infância do estilista, como estampas de ovo frito e porquinhos, além de molduras com fotos de família e balões coloridos adornando as peças. Um vestido amarelo opulente representava o cuscuz, um prato tradicional nordestino. Nos bastidores, Walério contou ao portal Elas no Tapete Vermelho que seu maior objetivo era retratar os hobbies de sua mãe e mostrar seu orgulho das raízes pernambucanas.

 

ovo
Vestido ovo frito - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

porta retrasto
Vestido longo com porta retratos - Reprodução: Agência Foto Site/ Zé Takahashi

 

 

porcos
T-shirt com estampa de porquinho - Reprodução:Andy Santana/Brazil News

 

baloes
Vestido com balões - Reprodução: Andy Santana/Brazil News

 

cuscuz
Vestido ''cuscuz'' - Reprodução: Andy Santana/Brazil News

 

E a conclusão a que se chega é que Walério Araújo nunca trilha caminhos previsíveis, e a edição N58 do SPFW será mais uma prova de sua capacidade de surpreender o público. A expectativa é sempre esperar pelo inesperado e audacioso.

 

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A maior semana de moda da América Latina vai acontecer entre os dias 14 e 21 de outubro e contará com a presença de grandes etiquetas da moda brasileira
por
Bianca Athaide
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18/09/2024 - 12h

Era 1993, o Brasil tinha acabado de passar por uma crise política com o Impeachment do então presidente, Fernando Collor, e estava mergulhado em uma crise econômica feroz, cenário nem um pouco agradável para o florescimento de um movimento fashion brasileiro. Em contrapartida, nesse ambiente hostil, estava nascendo o embrião do que seria a maior semana de moda da América Latina.
 

O produtor Paulo Borges em conjunto com a empresária Cristiana Arcangeli, deram um grande passo para que a moda brasileira conquistasse espaço nos cenários nacionais e internacionais, quando criaram o Phytoervas Fashion - evento que em sua primeira edição contou com apenas nove desfiles, durante 3 dias, em um galpão na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo.

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Primeira edição Phytoervas Fashion, em 1993 - Foto: Jum Nakao/reprodução/site oficial Jum Nakao

 

Grandes nomes atuais da moda nacional usaram a primeira edição do evento como um espécie de incubadora, entre eles Fause Haten, Glória Coelho e Alexandre Herchcovitch - que apresentou pela primeira vez na passarela do Phytoervas sua clássica estampa de caveiras, hoje conhecida internacionalmente. 

Até aquele ano, não existia nenhuma semana de moda que expandisse a produção brasileira e grande parte do vestuário nacional como majoritário, dependendo diretamente de pequenas aparições no calendário europeu. O objetivo da empreitada de Borges e Arcangeli era fomentar as criações nacionais. O êxito foi tão grande que o Phytoervas Fashion se desdobrou em oito edições, sendo a última em 1996. 

Posteriormente, houve a cisão entre a dupla de idealizadores. Cristiana manteve o nome Phytoervas, enquanto Paulo, em parceria com o Morumbi Shopping, deu início ao Morumbi Fashion Week. 

Os dois eventos conviviam em perfeita harmonia. Enquanto o primogênito enveredou mais para o lado do entretenimento - em formato de competição, o Phytoervas Fashion Award, que premiava estilistas, publicitários, jornalistas e outros profissionais da área. A modelo Gisele Bündchen, por exemplo, ganhou o prêmio de melhor modelo em 1998 - o novato se manteve forte em seu caráter mercadológico e fortalecedor da indústria nacional e foi estabelecido como o calendário oficial da moda brasileira.

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Gisele Bündchen no SPFW para Triton (2000) — Foto: Getty Images
 

 

O final da década de 90 marcou o ápice do Morumbi Fashion Week com a presença de casas internacionais na semana, como Gucci, Chanel e Versace, que além de legitimarem o evento no calendário internacional, também projetaram mais confiança para investidores, fomentando assim, indiretamente, a indústria brasileira, cada vez mais.

SPFW no novo milênio

O ano de 2001 marca a reinvenção da semana de moda brasileira como a conhecemos até hoje. Junto com o novo batismo, de São Paulo Fashion Week, veio também a primeira transmissão ao vivo, pelo site oficial do evento, com a intenção de alcançar o Brasil todo e derrubar as barreiras da elite paulistana. 

A SPFW sempre carregou em seu DNA um caráter relacionado à identidade cultural nacional. Em sua primeira edição, o estilista Ronaldo Fraga produziu uma coleção em homenagem a Zuzu Angel, que ganhou fama ao questionar, em seus desfiles, as violências do período da Ditadura Militar no Brasil. No ano seguinte, o tema de uma das duas edições foi “Moda Brasileira por Brasileiros”. Pulando para 2009, o evento homenageou o centenário de Carmen Miranda. 

Assim, a semana conquistou renome e se consagrou como a quinta maior semana de moda do calendário, atrás apenas de Paris, Milão, Nova York e Londres. O impacto da SPFW na indústria da moda brasileira é imensurável e sempre renovando suas temáticas, colocando pautas sociais importantes em foco - agora alarmando para o lado sustentável, de preocupação com o consumo e com responsabilidade social - o evento se mantém concretizado no posto de maior semana de moda da América Latina.

O que esperar da edição n58?

A próxima edição acontecerá entre os dias 14 e 21 de outubro, no Parque Ibirapuera e no Shopping Iguatemi. Com um total de 39 desfiles, divididos entre as duas localidades, a edição de número 58 do SPFW contará com o retorno de Alexandre Herchcovitch ao calendário, a apresentação externa, no Museu do Ipiranga, do projeto social Ponto Firme e a celebração dos 70 anos do Pavilhão Japonês, com o desfile de Fernanda Yamamoto. 

A semana também será palco de estreias aguardadas no cenário da moda brasileira, como Normando e Dario Mittmann​​.

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O último dia da semana de moda nova-iorquina foi marcado pela desapego da estética neutra, com o renascer do colorido
por
Isabelle Rodrigues
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17/09/2024 - 12h

 

O dia de encerramento da NYFW não deixou nem pouco a desejar. As marcas escolhidas para o dia deixaram a sensação de que todos os estilos se juntaram para a bagunça de cores mais linda possível.

Segundo rumores, a era das roupas estampadas morreu após 2006, mas os designers parecem pensar o contrário e a aposta da vez em trazer de volta o estampado foi um acerto sem igual. É inegável que as estampas mais escandalosas como zebra, cobra e onça são coisa do passado. Neste dia final, ficou perceptível que a nova moda para 2025 será o floral. Todas as marcas parecem estar sedentas pela possibilidade de revolucionar o estilo.

Talvez possamos considerar esse retorno como uma consequência da estética clean, que no início do ano era tendência entre famosos e anônimos. Contrário ao esperado pela crítica, muitas pessoas ainda adotam este estilo, com algumas ressalvas e padrões.

Algumas das marcas que se destacaram no evento foram:

 

Lost pattern 

A marca apostou, principalmente, em tons como branco e bege com sutis toques coloridos, como padrões e estampas, principalmente florais, que são sua marca registrada. O destaque fica para a leveza apresentada por cada peça, sendo em sua maioria similares a roupas praianas.

A estética clean, citada antes, faz seu retorno principalmente por ser um estilo querido pela marca, que tem diversas coleções focadas nesse visual.

Vestido floral rosa de cetim com gola alta
Vestido floral rosa com gola alta
Foto/Reprodução por Cristian Paez/Instagram

 

African fashion council 

Investindo em padrões e cores fortes, as peças da coleção trazem diversos tons de vermelho, laranja e marrons. Todo o conjunto possui cortes e aberturas que aumentam o movimento das peças de forma fenomenal, valorizando os diferentes biotipos apresentados.

É necessário dar destaque para as composições feitas, diversos acessórios como colares grandes e brincos maiores ainda chamam a atenção de qualquer espectador, montando um produto final de tirar o fôlego, e culturalmente muito significativo.

A música usada no desfile também mereceu destaque, a trilha escolhida complementa perfeitamente o tom escolhido para o desfile, sendo em alguns momentos possível sincronizar o andar das modelos com seu toque.

Melitta Baumeister

 

A marca apostou em diferentes formas, testando os limites da criatividade da Designer, o estilo extremamente oversized também é uma das características mais marcantes, além de ser uma coleção focada no estilo esportivo não casual . Vale ressaltar que a marca segue o modelo de desfile criativo, suas peças não tem pretensão de funcionar fora da passarela ou de serem necessariamente confortáveis.

Casaco de couro oversized, sob conjunto de moletom
Casaco de couro oversized, sob conjunto de moletom
Foto/ Reprodução por Isidiore Montag/Vogue

 

Kallmeyer

A coleção, tem em sua totalidade peças elegantes e com uma tabela de cores relativamente neutras, focando em jeitos de renovar o que já temos como elegante, a variação de caimentos e tecidos torna o produto final um refresco para o estilo. É visto que a marca já tem um histórico de manter suas coleções com elementos da estética clean e a dita Old Money, que consiste em demonstrar poder aquisitivo familiar, o estilo ficou bem popular por famosas como Sofia Richie e Julia Roberts.

 Vestido de seda bege, fluido Foto/ Reprodução por Filippo Flores/Vogue
Vestido de seda bege, fluido
Foto/ Reprodução por Filippo Flores/Vogue

 

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