Depois de “Lobos” representando a terra, “Anti-Herói” o ar e “Pirata” a água, chega a vez de “Super”: o álbum de fogo. João Vitor Romania Balbino (28), mais conhecido como Jão, começou sua carreira com o lançamento de covers na internet, enquanto era graduando de publicidade e propaganda na USP. Com 5 anos de carreira, ele se tornou um nome em ascensão no cenário do pop nacional. Sua última turnê “Pirata”, contou com 40 apresentações — sendo 6 dessas esgotadas no Espaço das Américas. Já a “Super Turnê”, seu novo projeto, começa no dia 10 de Janeiro de 2024, no Allianz Parque, com a proposta de ser uma tour de estádios e arenas. Antes disso, Jão se apresenta no festival The Town no dia 2 de Setembro. “Coisas gigantes estarão presentes”, disse ele durante a audição exclusiva do álbum “Super”.

Seu novo lançamento tem referências oitentistas aparentes em sua sonoridade, trazendo novas histórias de amor nas composições inéditas, que também exploram a vida amorosa do cantor. No “lado a”, o disco busca ser mais leve, com instrumentais mais animados, como forma de revisitar sua juventude no interior, mas também suas histórias na atualidade, finalizando com a sétima faixa “Julho” – sendo também o lado mais comercial do disco. Os destaques deste lado do projeto ficam para “Escorpião”, que cria uma atmosfera intensa que permeia a gravação e “Gameboy”, quando o cantor exibe sua autoestima dentro de um relacionamento e como toda aquela situação parece um jogo que ele está disposto a jogar. Já o “lado b”, abraça composições mais sóbrias e sombrias – como por exemplo sua mudança do interior para a cidade de São Paulo em 2015 – além de muitas referências aos seus lançamentos anteriores. Destaca-se “Eu posso ser como você”, com outro ponto de vista da história da faixa anterior “Julho” e também uma resposta faixa “Eu quero ser como você”, do seu disco de estreia.

O artista disse que já escolheu o single que iniciará a divulgação do álbum, mas que o clipe ainda não foi gravado. A audição exclusiva do “Super” ocorreu no dia 13/08, no Ginásio do Ibirapuera – com 12 mil ingressos distribuídos de forma gratuita pelo cantor. O evento foi apresentado pela jornalista Valentina Pulgarin, amiga pessoal do cantor. Ao fim da apresentação do trailer do disco, a apresentadora iniciou uma contagem regressiva para a 1ª audição do material inédito com vizualizers. Após a escuta do material, o artista agradeceu emocionado a recepção dos fãs e foi entrevistado por Pulgarin. Jão diz não ter tido férias após a última turnê e que “Super” foi sua prioridade, uma vez que o trabalho só faz sentido quando chega à seus fãs. Seu novo trabalho chegou às plataformas digitais na última Segunda (14).

A banda Besouro Mulher, uma das tantas descobertas boas que a cena independente e alternativa da cidade de São Paulo proporciona, agitou a Casa Rockambole na noite do último sábado com o lançamento do álbum “Volto Amanhã”. O som viaja entre o profundo e o cotidiano, brincando com essa dualidade na lírica e na melodia, às vezes mais calmas, que focam nas notas de baixo que se arrastam pelos segundos, e outras vezes com bateria e guitarra rápidos — e que fizeram o público pular junto à banda.
Apesar de só estar nas plataformas de streaming há uma semana, não teve uma música do álbum que não foi acompanhada pelo coro da plateia, que ansiava para cantar junto o que não saia dos seus fones de ouvido nos últimos tempos. Teve versão acústica de “Vamos Indo” e instrumental estendido de ‘Seus Vazios’ — enchendo a energia da Casa durante todo o show.
O local do evento, a Casa Rockambole, também é gravadora da banda e selo que assina outras bandas como O Grilo, PLUMA, Dingo e Daparte, que se apresentam recorrentemente na casa de shows. Você pode saber mais da programação mensal no instagram da Rockambole.

Fotos: Maria Eduarda dos Anjos / AGEMT

Fotos: Maria Eduarda dos Anjos / AGEMT

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Fotos: Maria Eduarda dos Anjos / AGEMT

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Alguns desconfortos são postos no mundo melhor pelo humor, outros, pela música. A banda paulistana Besouro Mulher brinca e mistura essas duas formas tão cotidianas de comunicarmos sentimentos no seu álbum de estreia Volto Amanhã (RKMB), sequência do EP Depois do Carnaval. O projeto estava nos rascunhos de Arthur Merlino (baixo), Bento Pestana (guitarra), Sophia Chablau (voz) e Vitor Park (bateria) e ganhou contorno no meio da pandemia, durante intensivões de criação de um lugar para além daquele do isolamento, algo que existisse apesar do que é possível tocar, mas que ainda acena para o mundo real. “O nome [do disco] traz uma coisa um pouco indecifrável do futuro e de um passado que não aconteceu, tem cara de algo que beira o mundo da imaginação e, ao mesmo tempo, chama pelo real e pela dureza do real” conta Bento.
Apesar de ser o debut da banda, a vocalista não é nem um pouco estranha à cena independente:girou pelas casas noturnas com sua outra banda, Sophia Chablau e Uma Incrível Perda de Tempo. O disco homônimo despontou com produção de Ana Frango Elétrico e arrastou a cena indie pela cidade. A sonoridade dos projetos se conversam na dinâmica dois-lados-da-mesma-moeda: se a Besouro Mulher é mais sentimental sobre amor, Incrível Perda de Tempo foca no ‘delícia, luxúria’ ; a primeira traz uma guitarra mais melódica, enquanto a segunda pesa em sintetizadores e distorções que formem uma parede de som que se arrasta, preenchendo os segundos; ambas carregam um tom descontraído que arranca uma risada do público, às vezes proposital, às vezes não.
‘Torresmo’, faixa emprestada que virou single, encapsula a essência do disco que viria pela frente: “Essa música fala muito sobre imaginação e até uma certa subversão do normal, daquilo que é a nossa sina”, comenta Sophia. A composição de Juliana Perdigão e Arnaldo Antunes íntegra sem ruído a coletânea; “eu sou um Super-Homem submisso” e “Queria estar a sós comigo mesmo/ e ter a eternidade toda em torno” são tão naturais à voz de Sophia que poderiam ser composição própria. “Foi um desafio trazer para uma sonoridade mais nossa, o Bento e eu pensamos pra ‘tirar o blues’ dela, porque tudo que a gente fazia ficava com cara de blues, por causa da harmonia e talvez alguma outra essência inominável que estava na música, mas acabamos conseguindo e ficamos muito felizes com o resultado. Além disso, acabamos ficando sabendo que a própria Juliana e o Arnaldo gostaram da versão, então a satisfação foi grande”, completa Arthur.

Volto Amanhã é um apanhado de como o cotidiano transborda de material para reflexão, uma “crônica que nunca consegue ser completamente captada pelas palavras. O som, assim como a capa e o nome trazem um pouco essa sensação de vertigem, de algo que não tem um começo e que se soma a um real imaginário e que termina voltando para o começo”, define Bento. “Carótida” é uma colagem de questionamentos sobre a essência das pessoas e como é possível o universo interior ser muito maior do que qualquer esqueleto pode ser, tudo em cima de uma guitarra que soa como um relógio, os pensamentos correndo mais rápido que o tempo. “Pão Francês” é mais calma, e salta entre o francês e o português para desenhar um relacionamento tão dessincronizado que chega a parecer que não falam a mesma língua. ‘Curto/Tempo’, um loop ambiente, é sobre “curtir passar o tempo curto com você” - simples assim. A faixa traz um pouco de Mac DeMarco, Homeshake e até Billie Eilish, segundo a banda.
Em “Alguma Coisa”, Sophia Chablau explora o desejo de expressar algo único e original para alguém especial, mas ao mesmo tempo reconhece a dificuldade de encontrar palavras verdadeiramente inéditas. Nesse sufoco, faz graça da sua própria situação no meio da canção, falando “ela não diz nada de original, coitada!” , que arranca um risinho de surpresa de quem ouve. Quanto a esse humor casual, Sophia diz que não é intencional, acaba sendo a forma que escreve músicas, mas é principalmente como o público as lê. “ É constante as pessoas acharem minhas músicas engraçadas. Outro dia estava tocando numa edição do Tranquilo SP e durante “Hello” o pessoal deu muita risada. Eu acho curioso legal, curioso porque não escrevo música pra “ser engraçada”, mas eu acho legal, rir é uma forma das pessoas reagirem. E não é que eu seja uma pessoa séria ou sem senso de humor, eu dou risada o dia todo. Acho rir e chorar duas sensações boas, e fico feliz de despertar alguma emoção. Não me “utilizo do humor” de forma pensada, acho que é uma coisa meio natural, muitas das vezes a minha música soa engraçada porque deve ser diferente ouvir “miojo” numa música séria em português”, Chablau fala enquanto tenta tirar sentido disso.
É fato, pouquíssimas músicas falam dos três minutinhos tão curtos mas tão rotineiros, mas a Besouro Mulher decidiu que até a mais banal das banalidades merece suas cinco notas na. E que bom.
A Besouro Mulher fará seu show de estreia na Casa Rockambole no sábado (12) , com abertura de Uiu Lopes. Volto Amanhã pode ser ouvido todos os grandes streamers e os ingressos podem ser adquiridos pela Sympla.
O longa-metragem “Barbie” (2023), dirigido pela norte-americana Greta Gerwig — conhecida por “Lady Bird: A Hora de Voar” (2017) e “Adoráveis Mulheres” (2019) — foi o primeiro filme de uma diretora solo a arrecadar US$1 bilhão. O recorde — apesar da greve dos roteiristas e de concorrência com outras estreias — consolidou “Barbie” como uma das franquias mais lucrativas da indústria cinematográfica. No Brasil, o filme já atingiu os R$189 milhões de bilheteria e detém a maior arrecadação do ano da Warner Bros. Pictures até o momento.

Mesmo com a greve em Hollywood ainda em andamento, o filme mantém um desempenho estável nos cinemas. O protesto, que começou no dia 2 de maio, já dura mais de dois meses. Recentemente, a categoria dos atores também decidiu aderir à greve, no dia 13 de julho.
As reivindicações envolvem salários mais dignos, revisão de ganhos residuais por streaming, regulamentação do uso da IA, entre outros. Para os atores, o principal motivo da entrada na greve é a utilização da Inteligência Artificial, que prevê substituir os artistas por imagens digitalizadas — com o intuito de baratear o custo das produções e eliminar atores e atrizes de papéis secundários. Esse problema afeta toda a classe, como dubladores e figurantes, por exemplo.

A classe dos diretores não participa ativamente da greve, portanto, podem continuar na divulgação de seus projetos. Porém, durante a pré-estreia de ‘’Barbie’’ em Los Angeles, Greta se posicionou a favor da greve, completando que ‘’nada em Hollywood acontece sem os roteiristas’’. Margot Robbie, a intérprete da boneca, é também uma das integrantes do Sindicato de Atores (SAG-AFTRA) e fez questão de frisar que apoia o movimento quando questionada sobre a sua posição enquanto atendia os admiradores na pré-estreia em Londres.
‘’Barbie’’ quebrou as expectativas em Hollywood – principalmente por disputar sua estreia com ‘’Oppenheimer", de Christopher Nolan. Um detalhe que chamou a atenção do público foram as críticas feitas por sites de renome. Citando o jornal Estadão, o colunista Matheus Mans escreve ‘’ (...) é uma insistência em colocar mulheres em padrões pré-definidos, a constatação do absurdo que é o ‘mansplaining’ e por aí vai’’.
A crítica refere-se à escolha da diretora, que, ao invés de seguir uma linha “Super Mario” — voltada para o público infantil — optou por uma narrativa dedicada ao público adulto e que explorou temas diversos, como a auto-descoberta, o empoderamento e as relações pessoais. E apesar de todas as salas de cinema estarem tomadas pelo barbiecore, o filme acabou causando problemas ao ‘’Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1’’ (2023) — trazendo prejuízos ao sétimo longa da franquia por não arrecadar o que o Skydance Media pretendia alcançar.
A greve e as duras críticas, porém, não foram um empecilho para a bilheteria do filme. Além de divulgações out of home, como vagão de metrô personalizado, houve muito marketing natural, impulsionado pelo frisson do lançamento, com vitrines de lojas em cor de rosa e a comercialização de diversas opções de itens com a marca estampada, que foram desde acarajé rosa até pizza doce rosa com muito glitter. E falando em mídia out of home, é possível também agendar uma visita na mansão rosa da Barbie, montada no Shopping JK Iguatemi. A exposição, intitulada “Barbie Dreamhouse Experience’’, em parceria com a Mattel, ocupa um espaço de 650 metros quadrados e conta com cenários em tamanho real. Até no café vendido na cafeteria montada no local reina o Barbie Pink, além de uma loja com produtos à venda relacionados ao universo da boneca. O evento começou no dia 13 de julho e se estende até 10 de setembro, com ingressos disponíveis no app ou site do Sympla que variam entre R$25 a R$70, a depender do dia da semana escolhido.
O ator, diretor e apresentador de TV Aderbal Freire Filho morreu nesta quarta-feira (9), aos 82 anos, vítima de complicações de um AVC hemorrágico que sofreu ainda em 2020. Ele estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada pela família. Por quase duas décadas, Aderbal manteve uma união estável com Marieta Severo, com quem também partilhou muito de seu trabalho.
Apesar de grande parte de sua vida ter sido dedicada à arte, sua formação inicial é em Direito — que cursou quando ainda residia em Fortaleza, local onde nasceu. Aderbal começou no teatro amador e semiprofissional em 1954 — até que, nos anos 70, mudou-se para o Rio, estreando como ator em “Diário de Um Louco” (Nikolai Gogol). Como diretor, seu primeiro trabalho foi em ‘’O Cordão Umbilical’’ (1972) de Mário Prata. Seu primeiro sucesso emplacado, porém, veio com o monólogo ‘’Apareceu a Margarida’’(1973), de Roberto Athayde.
Produziu diversas peças no cenário brasileiro, como: “A Senhora dos Afogados” (1994) de Nelson Rodrigues, “Hamlet” (2008) de William Shakespeare, “As Centenárias” (2009) de Newton Moreno, “Incêndios” (2014) de Wajdi Mouawad, entre outras. Na TV, atuou no famoso seriado ‘’Tapas & Beijos’’ (2011) — que estrelava Fernanda Torres e Andréa Beltrão — e em ‘’Dupla Identidade’’ (2014), ambas produções da Rede Globo.
Aderbal atuava como curador do Teatro Poeira (espaço cultural em Botafogo, RJ). O artista foi responsável pela recriação de diversos clássicos para o teatro brasileiro, além de ser um grande defensor da integração do teatro na América do Sul. Em 1973, fundou o Grêmio Dramático Brasileiro, e em 1989, o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo (CDCE).
Em entrevista para o Culturadoria, em 2018, o dramaturgo comentou que “o teatro é uma arte do presente e de todos os pontos de vista. O espetáculo em cena é sempre um acontecimento presente, mesmo quando se trata de algo de outra época. É uma arte que fala, ou devia, do que está acontecendo.”
Sua última aparição na televisão foi em 2012, com o programa ‘’Arte do Artista’’ no canal TV Brasil. O programa foi considerado, na época, subversivo, pois mesclava uma linguagem teatral/cinematográfica com a linguagem televisiva.
"O diretor é um animal que nasceu do autor", cita Aderbal para a Folha, "assim como um lagarto que soltou uma... Eu ia dizer uma borboleta, mas é muita frescura pra definir um diretor! É assim como um rato que virou um morcego! De um ser que se dividiu em dois. A minha sensação, cada vez que a gente faz um espetáculo de alguém é de virar esse mesmo bicho.”