Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
por
Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
por
Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Conhecida por boa parte do público como a Cassandra de "Sai de Baixo", Aracy contava com mais de 50 anos de carreira.
por
Mohara Ogando Cherubin
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07/08/2023 - 12h

A atriz Aracy Balabanian morreu nesta segunda-feira (7) na clínica São Vicente, localizada no Rio de Janeiro. Aracy foi diagnosticada com câncer de pulmão no fim do ano passado e desde então vinha lutando contra a doença. A atriz não tinha filhos e a notícia foi confirmada por sua assistente pessoal e pela TV Globo.

Reprodução Ag. News

Reprodução Ag. News

Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Aracy nasceu em 22 de fevereiro de 1940 e era filha dos imigrantes armênios Rafael Balabanian e Ester Balabanian, descobrindo seu amor pela arte ainda criança. 

Em 1955, Aracy se mudou para São Paulo com a família e ingressou no grupo de Teatro Paulista do Estudante com o intuito de realizar seu sonho de ser atriz. Cerca de 3 anos depois, aos 18 anos, a atriz prestou vestibular e passou para a Escola de Arte Dramática de São Paulo, na qual decidiu se dedicar à carreira de atriz, mais especificamente ao teatro.

Após concluir o curso, a atriz encenou peças notáveis no Teatro Brasileiro de Comédia, como a primeira montagem brasileira de "Hair", que teve sua estreia em 1969. Alguns anos depois Aracy fez sua grande estreia na TV Globo, em 1972, na novela "O Primeiro Amor", de Walter Negrão.

Entre os trabalhos mais notórios da atriz estão as atuações nas novelas "O Casarão" (1976) como Violeta, "Guerra dos Sexos" (1983) como Greta, "Ti Ti Ti" (1985) como Marta e "Rainha da Sucata" (1990) como Armênia. 

Além de encenar em novelas, Aracy fez história na televisão brasileira como a personagem Cassandra, uma socialite acomodada e fascinada por dinheiro, no seriado "Sai de Baixo" (1996).

Reprodução UOL

Reprodução UOL

Seus últimos trabalhos foram "Sai de Baixo - o filme", exibido durante a sessão da tarde de hoje (7),  e o especial de fim de ano "Juntos a Magia Acontece" da TV Globo. Ambos os trabalhos foram exibidos em 2019.

"Obrigado pela honra de ter estado ao seu lado exercendo nosso ofício, obrigado pelo afeto, pelos conselhos, pelas gargalhadas e pela vida que você tão delicadamente me ofereceu", publicou o ator e amigo pessoal de Aracy, Miguel Falabella, em sua página oficial no Instagram.


 


 

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A agenda conta com shows, exibições, peças de teatro e mais!
por
Iris Martins
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03/08/2023 - 12h

Shows

 

Jazz Mansion

 

Nos dias 19 e 20 de agosto, acontece a 27ª Edição da Jazz Mansion, no Nacional Club, mansão construída no Pacaembu. O evento contará com a apresentação de vários artistas, com drinks e comidas típicas.

 

-Data: 19 e 20/8

-Local: Nacional Club

-Horário: 15h às 22h

 

Jazz Mansion
Jazz Mansion - divulgação/ Grupo Cuco

 

Brunch Electronik

 

Já com o gênero da eletrônica, o Brunch Electronik chega na cidade. O evento acontece no dia 19 de agosto, no Parque Villa-Lobos, e as crianças são bem-vindas. Além de música, terá comidas diversas, inclusive veganas e vegetarianas no local.

 

-Data: 19/8

-Local: Parque Villa-Lobos

-Horário: 11h

 

Dellarte Concertos

 

A música clássica vem representada na Dellarte Concertos. Com músicos renomados e em um espaço tradicional da cidade, no Teatro B32, neste mês há apresentação disponível no dia 25 de agosto.

 

-Data: 25/8

-Local: Teatro B32

-Horário: 20h

 

Concertos Candlelight

 

Os concertos à luz de velas mais famosos da cidade continuam e neste mês o repertório inclui Queen, Pink Floyd e mais!

 

-Data: 11 e 16/8

-Local: Galeria do Rock e Teatro Bradesco

-Horário: 19h e 18h30/21h

 

Shows no Terra SP

 

Sertanejo, pagode e outros gêneros você encontra na casa de shows Terra SP! Maurício Manieri, BK, Péricles e outros artistas se apresentarão no espaço neste mês.

 

-Data: várias datas

-Local: Terra SP

-Horário: vários horários

 

CHIII - Festival de Música Criativa

 

Evento gratuito que acontece na cidade em lugares diversos, entre os dias 1 e 6 de agosto. Celebra a arte e explora a pluralidade dos sons com shows e oficinas.

 

-Data: entre 1 e 6/8

-Local: vários locais

-Horário: vários horários

 

Divulgação do CHIII -Festival de Música Criativa
Festival CHIII - divulgação

 

Exposições

 

Os Mundos de Leonardo da Vinci

 

A exposição sobre o famoso Leonardo da Vinci é imersiva, com projeções, maquetes e inteligência artificial e continua neste mês no MorumbiShopping.

 

-Data: até 22/10

-Local: MorumbiShopping

-Horário: a partir das 10h

 

MasterChef Imersão & Sentidos

 

A exposição sobre o famoso reality MasterChef acontece no Shopping Vila Olímpia e o público se sente parte do programa, com espaços imersivos, utensílios utilizados e mais.

 

-Data: várias datas

-Local: Shopping Vila Olímpia

-Horário: a partir das 10h

 

Barbie Dreamhouse Experience

 

Conheça a casa da boneca mais famosa do mundo na exposição que acontece no Shopping JK Iguatemi.

 

-Data: até 10/9

-Local: Shopping JK Iguatemi

-Horário: das 14h às 21h (segunda a sexta), 10h às 21h (sábados) e 11h às 20h (domingos e feriados)

 

Marta Minujín: Ao Vivo

 

Confira a exposição da artista argentina, Marta Minujín na Pinacoteca de São Paulo! Como o próprio site do evento relata, as intervenções urbanas ganham evidência.

 

-Data: até 28/1/24

-Local: Pinacoteca de São Paulo

-Horário: de quarta a segunda, das 10h às 18h (quintas-feiras estendidas: das 10h às 20h, com entrada gratuita a partir das 18h)

 

Exposição Marta Minujín
Obras de Marta Minujín - Levi Fanan, Sofia Ungar, Beto Assem

 

Gilberto Mendes 100

 

Em comemoração ao centenário do músico e compositor Gilberto Mendes, o Sesc Consolação recebe até dezembro a exposição Gilberto Mendes 100, com entrada franca.

 

-Data: até 3/12

-Local: Sesc Consolação

-Horário: 10h às 21h30 (terça a sexta), 10h às 20h (sábados) e das 10h às 18h

 (domingos e feriados)

 

Essa Nossa Canção

 

A exposição no Museu da Língua Portuguesa revela ligações entre a língua e a canção brasileira. Conta com participações de artistas como Carlinhos Brown, Tom Zé, entre outros artistas de renome brasileiros.

 

-Data: até março de 2024

-Local: Museu da Língua Portuguesa

-Horário: 9h às 16h30 (terça à domingo)

 

Teatro

 

O Mágico de Oz

 

A famosa história do Mágico de Oz chegou a São Paulo com o musical que promete entreter toda a família, no Teatro Procópio Ferreira.

 

-Data: até 17/9

-Local: Teatro Procópio Ferreira

-Horário: vários horários

 

Bob Esponja, O Musical

 

O clássico desenho vem para os teatros com uma super produção no Teatro Sérgio 

Cardoso!

 

-Data: até 1/10

-Local: Teatro Sérgio Cardoso

-Horário: vários horários

 

Bob Esponja O Musical
Bob Esponja, O Musical - divulgação/Mateus Ribeiro

 

O Rei Leão

 

O filme que fez parte da infância de muitos agora chega em São Paulo. Aprecie o musical fenômeno da Broadway no Teatro Renault.

 

-Data: até 1/10

-Local: Teatro Renault

-Horário: 19h30 (quintas e sextas), 15h e 19:30 (sábados e domingos)

 

O Pai

 

Uma filha e seu pai idoso que começa a perder a memória. Esta é a comédia dramática que ocorre no Teatro UOL estrelada por Fulvio Stefanini.

 

-Data: até 26/8

-Local: Teatro UOL

-Horário: 21h (sextas) e 20h (sábados)

 

Mutações

 

No Sesc Consolação também ocorre a peça Mutações, sobre 3 personagens em um jogo de transformações que nada parece ser o que aparenta.

 

-Data: até 20/8

-Local: Sesc Consolação

-Horário: 20h (sextas e sábados) e 18h (domingos)

 

Lazer e diversão

 

Paint in the Dark

 

Pintura e bebidas: essa é a premissa do Paint in the Dark. Entre os dias 6 e 10 de agosto, desfrute de um ambiente com luz negra e muita diversão no Teatro da Rotina.

 

-Data: 6 a 10/8

-Local: Teatro da Rotina

-Horário: vários horários

 

Paint in the Dark
Paint in the Dark - divulgação/Fever

 

Feira Cultural Leste Europeia

 

Aproveite a gastronomia artesanal autêntica do leste europeu e a cultura regional sem sair do país. A feira acontece na Vila Prudente no dia 6 de agosto.

 

-Data: 6/8

-Local: Rua Aracati Mirim, ao lado do Parque Ecológico de Vila Prudente

-Horário: 10h às 17h

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Ator enfrentava a morte do pai há uma semana; causa da morte é desconhecida
por
Maria Eduarda Camargo
Bianca Novais
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31/07/2023 - 12h

 

Foto do ator Angus Cloud na série Euphoria
Fezco, interpretado por Angus Cloud em Euphoria. Foto: Eddy Chen/HBO.

Angus Cloud, ator conhecido por interpretar Fezco no seriado Euphoria da HBO, morreu em casa, em Oakland, Califórnia (EUA), de acordo com o site TMZ. 

A família do artista declarou nas redes sociais que “é com o coração pesado que temos que dizer adeus a um ser humano incrível hoje. Como artista, amigo, irmão e filho, Angus era especial para todos nós de diversas maneiras. Semana passada ele enterrou seu pai e lutou intensamente com a perda. O único conforto que temos é saber que Angus está reunido com seu pai, que era seu melhor amigo. Angus falava abertamente sobre sua batalha com a saúde mental e esperamos que seu falecimento possa ser um lembrete para outros de que não estão sozinhos e de que não devem lutar contra isso por conta própria ou em silêncio”.

No final da nota, os familiares de Cloud pedem privacidade neste momento de luto e esperam "que o mundo se lembre de seu bom humor, sua risada e amor por todos”.

Cloud estreou seu primeiro grande papel em 2019, como o traficante Fezco, para a série Euphoria da HBO. Havia também especulações de que estivesse escalado para o remake de "A filha de Drácula", da Universal Studios, segundo o site Omelete. 

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Evento contou com espaço gamer, presenças de figuras do cinema, música e games e show de rap exclusivo
por
Maria Eduarda Camargo
Kawan Novais
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31/07/2023 - 12h

 

Pela primeira vez na Zona Leste, a terceira edição da Perifacon ocorreu no último domingo (30), no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Entre shows de rap e exposições de ícones dos quadrinhos nacionais, como o painel comemorativo de 60 anos da Turma da Mônica, o evento trouxe a potência da cultura periférica para o mundo geek — e vice-versa. A equipe Agemt, presente no evento, traz um pouco do que rolou por lá.

No palco Potência Tech, aconteceu a competição de poesias (o "Perifageek Slam"), concurso e desfile de cosplays e mesa de conversa sobre "Pantera Negra e seu impacto na Cultura" — seguido pelo pocket show das gêmeas Tasha&Tracie — que também participaram da conversa. Mc Rashid também esteve presente com show exclusivo no fim da noite.

Tasha e Tracie se apresentando no palco da Perifacon
Tasha e Tracie no Palco Potência Tech da Perifacon. Foto: Perifacon.

No mesmo palco, rolou também promoção do lançamento da próxima série musical da Globoplay: Vicky e a Musa, trazendo Cris Vianna, Jean Paulo Campos e Cecília Chancez no elenco. Cris contou, durante o bate papo, sobre ter aceitado a personagem (Fafá) “nossa carreira é uma eterna escola, a cada trabalho nasce uma nova atriz — aceitei a personagem por esse motivo. E depois ela ganhou nome, namorado, pai, casa. Ganhou camadas.”

 

A convenção também reafirmou o Aranhaverso, muito presente não só no palco com Cadu Paschoal, atual dublador de Miles Morales, como também em grande parte dos cosplays do evento  — teve Gwen Stacy, Miles Morales, Hobie Brown e até Cindy Moon. E falando em Marvel, a IronStudios chegou com tudo na exposição de diversas action figures exclusivas e também um painel com o lançamento de Residiuum, seu novo jogo de IP (Propriedade Intelectual) própria.

Cosplay vestido de Hobie Brown
Cosplay de Hobie Brown, personagem do filme Homem Aranha no Aranhaverso. Foto: Kawan Novais.
Dois cosplays em posição imitando o personagem Homem Aranha
Cosplays de Cindy Moon e Peter Parker. Foto: Kawan Novais
Cadu Paschoal segurando microfone na mesa de conversa da Perifacon
Cadu Paschoal, dublador de Miles Morales, na Perifacon 2023. Foto: Thiago Moreira.

Além das atrações, o evento disponibilizou duas praças de alimentação aos visitantes. Cachorros-quentes, churros recheados, hambúrgueres, mini pizzas, cookies e pastéis foram algumas das opções disponíveis aos visitantes. A hamburgueria Vassoura Quebrada, com temática referente à saga Harry Potter, foi destaque.

A Warner também marcou o evento com seu painel de comemoração de 100 anos: “Personagens favoritos da Quebrada” e bate papo com o elenco de Besouro Azul (DC Comics) — composto por Bruna Marquezine e Xolo Maridueña, que responderam de forma remota algumas perguntas da plateia. A dupla se encontra neste momento fazendo as divulgações do filme

Pela primeira vez, houve uma mostra de cinema, que exibiu curtas feitos por jovens da periferia e soltou um pequeno trecho de “Nosso Sonho”, cinebiografia que conta a história de Claudinho e Buchecha. O filme, interpretado por Lucas Penteado — presente na convenção — e Juan Paiva, retrata os bastidores da fama e os dramas pessoais da dupla. A estreia está prevista para 21 de setembro.

Além das atrações da Warner, a Netflix investiu pesado na divulgação de “Sintonia”, série brasileira produzida em parceria com o Kondzilla. No tapete vermelho, os visitantes puderam posar ao lado do logo da gigante do streaming no primeiro mural e, em seguida, em frente a um ‘paredão’ de som, com correntes de ouro e óculos de sol modelo ‘Juliet’. Havia também um mural para a adaptação live-action do mangá "One Piece" — o que reuniu muitos cosplays de personagens da trama.

Cosplays do personagem Luffy de One Piece reunidos em frente ao cartaz do anime
Cosplays do personagem Luffy. Foto: NetflixBrasil.

A Perifacon nasceu em 2019, com o objetivo de facilitar o acesso à cultura pop e geek dentro da periferia. Suas outras duas edições foram no Capão Redondo e na Brasilândia (2022). Andreza Delgado, uma das fundadoras do evento, contou em entrevista para o site Omelete que “a cada ano mostramos a força da periferia quando se trata de cultura. Seguimos construindo pontes e derrubando muros. Ficamos felizes com o resultado da última edição e agora estamos trabalhando muito para que a terceira seja ainda melhor. Sabemos da força e dos valores que existem nas favelas de São Paulo, então será um grande espetáculo”.

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Diretor estava internado desde terça-feira (04) com queimaduras. Zé foi revolucionário nas artes cênicas no Brasil e fundador do Teatro Oficina
por
Bianca Novais
Maria Eduarda Camargo
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06/07/2023 - 12h

O dramaturgo, ator e diretor José Celso Martínez Corrêa, ou “Zé Celso”, faleceu na manhã de quinta-feira (6), aos 86 anos. O ator estava internado na UTI do Hospital das Clínicas com queimaduras desde terça-feira (04), após um incêndio atingir seu apartamento na Zona Sul de São Paulo. A morte por falência múltipla dos órgãos foi confirmada pelo Teatro Oficina.

Zé Celso, ator, diretor, dramaturgo e artista fundador do Teatro Oficina. Foto: Divulgação/Christina Rufatto.
Zé Celso, ator, diretor, dramaturgo e artista fundador do Teatro Oficina. Foto: Divulgação/Christina Rufatto.

Natural de Araraquara, interior de São Paulo, Zé Celso se mudou para a capital em 1955, para cursar Direito na Universidade de São Paulo (USP), que não chegou a finalizar. Enquanto ainda integrava a faculdade, em 1958, Celso e outros colegas criaram a Companhia de Teatro Oficina — na época amadora. Desde 1961, a Companhia se profissionalizou e hoje integra o famoso nome de Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona.

O dramaturgo foi o precursor do movimento tropicalista e modernista no país — considerado em muitas de suas encenações como antropofágico e sensorial — e consagrado em 1967 com a peça "O Rei da Vela", escrita por Oswald de Andrade, no mesmo ano em que reconstruiu a Companhia de Teatro Oficina, um ano após um incêndio. A encenação é uma de suas mais famosas até hoje. A última exibição foi em 2018, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre.

Outra peça de destaque é "Roda Viva", com texto de Chico Buarque, que estreou em 1968. Priorizando a experimentação e provocação, Zé Celso estava em ascensão no meio artístico quando foi exilado em 1974, devido a perseguições da Ditadura Militar. 

Nesse período, vivendo em Portugal, o diretor trocou os palcos pela câmera e fez dois documentários: “O parto”, sobre a Revolução dos Cravos, e “Vinte e cinco”, sobre a independência de Moçambique.

Zé Celso após retornar do exílio, em 1978. Foto: Silvio Correa/Agência O GLOBO
Zé Celso após retornar do exílio, em 1978. Foto: Silvio Correa/Agência O GLOBO.

Retornou a São Paulo em 1978 e se dedicou a manter o espaço do Teatro Oficina aberto, localizado no bairro da Bela Vista. Com projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi, a construção foi tombada em 1982. O terreno do Teatro foi protagonista de muitas disputas judiciais entre Zé Celso e o apresentador e empresário Silvio Santos, este que pretendia construir um shopping center no local.

Desde que voltou ao Brasil, Zé escreveu, dirigiu, produziu, contracenou e traduziu diversas peças de teatro, além de publicar um livro em 1998, "Primeiro Ato - cadernos, depoimentos, entrevistas (1958-1974)", e atuar na telenovela "Cordel Encantado" em 2011, da TV Globo. Venceu mais de vinte premiações nacionais e internacionais, entre elas o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1961, como Diretor Revelação.

Em 2023, Zé Celso se casou com seu namorado Marcelo Drummond, após um relacionamento de 36 anos. Apesar de morarem no mesmo edifício, mas em apartamentos separados, Marcelo também foi acometido pelo incêndio no apartamento de seu esposo ao inalar monóxido de carbono e recebeu alta da internação nesta quinta-feira.

Zé Celso e Marcelo Drummond em 2009. Foto: Celso Tavares/G1.
Zé Celso e Marcelo Drummond em 2009. Foto: Celso Tavares/G1.

"Tudo é tempo e contra-tempo!", publicou o Teatro Oficina em sua página oficial no Instagram.

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