
Denise Fraga trás de volta aos palcos a peça Eu de Você, sendo um sucesso de bilheteria. No site Sympla, local de compra os ingressos virtualmente, Denise diz que o desafio é ressignificar a peça após o tempo de pandemia. “Voltar a promover os encontros, com afeto e segurança. Contando histórias reais, rompendo a fronteira entre palco e plateia, fato e ficção, pedaços de vida embalados pela arte, pretendendo ampliar o nosso Teatro para uma real experiência de empatia”
A peça é um compilado de histórias relatadas para sua composição trazem tons de humor e drama, desde um romance com um ladrão a uma funcionária sobrecarregada com o trabalho e a vida pessoal. É extremamente difícil você não se reconhecer, ou lembrar de alguém. O enredo foi feito para todos.
O ápice da apresentação é quando Denise conta a história de uma mulher que vivia um relacionamento tóxico, no qual era agredida e manipulada para acreditar que tudo era sua culpa, e, logo após a encenação, mostra um vídeo dela falando como conseguiu se libertar e seu sentimento após ir embora, e fechar a porta sem olhar para trás.
A atriz entrega tudo de si em sua performance, canta músicas como Suspicious Mind e É o Amor, dança, grita, interage com a plateia, gira, sai do palco, volta. Ainda assim, ela consegue passar a mensagem de cada relato com maestria.
A peça está em cartaz desde 15 de setembro e sairá no dia 15 de outubro, todas a apresentações serão feitas no TUCA de sexta a domingo. Os ingressos ficam entre R$100,00 (inteira) e R$50,00 (meia-entrada), nos sábados e domingos, e R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia-entrada) nas sextas, podendo comprar tanto online quanto presencial, na bilheteria do TUCA
Esta reportagem foi produzida como atividade extensionista do curso de Jornalismo da PUC-SP
Nos dias 13 a 15 de setembro, foi organizada a Semana do Belo pela Igreja Messiânica do Brasil.
Com entrada gratuita houve uma exposição voltada para a cultura e arte japonesa na unidade da Vila Mariana que contou com pinturas de pinturas, objetos, comidas típicas e o principal: Ikebanas.
A palavra japonesa para arranjo floral, tem conceitos e princípios próprios se tornando uma arte por si só.







“O Meu nome é Maximilian Campani da Costa Souza, meu vulgo é SD9 e eu faço Grime”, esse é o começo da entrevista que Maximilian deu para Wesley Brasil em 2022, disponível no Youtube. Na entrevista que ele deu para nós, SD estava na “Reprezent Radio” rádio londrina que foi uma das pioneiras em tocar o estilo musical Grime, naquele periodo o MC havia viajado para Londres, o berço do Grime para conhecer algumas rádios e ver alguns amigos de lá.
Maximinian, o SD9, apelidado como O Fenômeno, em referência ao Ronaldo, o que também explica o 9 no seu nome, é um MC de Grime, estilo que surgiu nas periferias londrinas e mistura as batidas pesadas da eletrônica com rimas aceleradas do Rap. Referência dentro do gênero, o artista afirma que junto com o programa Brasil Grime Show foram peças chaves para difundir o estilo. Disponível no youtube o BGS é um canal fomentador da cultura Grime, fazendo Grime shows, que são sets de Dj’s com um ou mais Mc que rimam em cima das batidas, SD participou de inúmeros programas, inclusive do primeiro onde cantou com JXNVS e com ANTCONSTANTINO na controladora, na nossa conversa o artista comentou sem muito peso sobre como ele é o número um dentro do Grime nacional e que é impossível falar do gênero sem falar dele e do Brasil Grime Show.

Ainda falando sobre o BGS, ele afirma que o programa é muito importante para a cena, apesar de a maioria dos participantes não serem dentro da esfera do Grime, diz que o estilo no Brasil é muito pequeno mas que apesar de ter grandes nomes da música inglesa que tocam Grime, como Skepta, Stormzy e AJ Tracey a cena londrina também não é muito grande.
Seguindo a conversa, Maximilian demonstrou todo seu conhecimento de Grime, ele aprendeu a formula através de Grime shows gringos, porém o primeiro Grime que ele ouviu foi em 2006, Kickback do Lethal Bizzle, do Fifa street 2, ainda sem saber que era Grime. Em 2015, um amigo dele mostrou um som do Skepta, onde a partir daí, SD passou a procurar, aprender e querer fazer o estilo, ele afirma ter diversas referências, dentro e fora do Grime, o que é perceptível em sua obra, onde ele mistura Grime e funk proibidão.
Após falar sobre suas referências, perguntamos a ele sobre o seu último trabalho 40°.40 Deluxe, já que durante as pesquisas para a entrevista achamos uma matéria onde Maximilian explica a história da versão base do álbum, que é um álbum conceitual inspirado em Good Kid, M.A.A.D City, do Kendrick Lamar, queríamos saber qual seria a ideia dessa nova versão, sua resposta é que a versão deluxe foi lançado para falar de coisas que ele não havia falado, “eu não queria assustar tanto”, ele usa de exemplo a faixa Hediondo da versão deluxe, que conta a história de um menino que entra para o tráfico e descobre que sua irmã foi estuprada, a vingando ao matar o seu agressor, “as pessoas precisavam ouvir o papo reto e minha vivência mas sem assustar, chocar sem assustar”.

‘’No deluxe eu já não me segurei, eu taquei o fodase, eu preciso falar as paradas e o povo já conhece meu pique’’. Segundo ele o 40°.40 é mais eletrônico também, para ele o original tem 6 Grimes, 2 Drill e isso faz com que ele tenha um cara mais rap como estamos acostumados, são dois álbuns diferentes, um é a história dele e de seu bairro, enquanto o segundo é mais pesado em letras e sonoridade.
“Hoje em dia você não vê nenhum MC falar do Rio de Janeiro da forma que eu falo, pessoal fala de Grime Br e tal, mas antes disso sou carioca”, Max diz se considerar bairrista e que parte da imagem do álbum, a construção e o conceito do álbum passar por essa vivência, segundo ele, há áudios no disco de amigos que foram mortos pouco tempo depois, de exes e isso forma suas vivências e por isso para ele o Pitchfork fez uma resenha do seu trabalho, este site pega diversos lançamentos e fazem um review sobre o álbum, além de uma nota que vai de 0 a 10, 40°.40 recebeu nota 7.8 no site. Seguindo adiante passamos a conversar sobre como foi o trabalho para misturar o Grime e o Funk e como o estilo brasileiro, muito forte na cidade do Rio de Janeiro com os proibidões, fizeram Maximilian ter um trabalho tão plural, “Eu peguei o Funk e peguei o Grime e juntei, isso eu bato no peito pra falar e ninguém pode tirar isso de mim, foi um negócio que pensei na Bad Boy, que foi a primeira de todas, eu quero fazer Grime mas a sonoridade tem que ser diferente”, porém sua frase seguinte que mostra a sua relação com a cidade, “eu tinha que fazer diferente até porque eu não moro em Londres, eu moro no Rio”, para ele o proibidão é muito marginalizado, então se ele só fizesse proibidão, a indústria e a massa não dariam atenção ao seu trabalho.
SD continuou comentando sobre o funk, afirmando que o que ele faz é funk proibidão, pois foi onde ele teve referências, mas se ele só fizesse funk ele ficaria “pixado” pela polícia, por outras favelas, o que é comum neste meio, visto que ao entrar no proibidão muitos cantores passam a defender a bandeira da facção do lugar em que mora e por conta da discriminação que fazem com os funkeiros ele não teria o reconhecimento também, como por exemplo o MC Poze do Rodo, que era um MC de proibidão e só ficou realmente famoso quando saiu do estilo e passou a produzir funks convencionais, além da perseguição, Poze aparecia no jornal como um criminoso segundo Maximilian, “se eu parar de cantar o crime vai acabar? As meninas vão parar de engravidar cedo? Vai melhorar a saúde? A polícia vai parar de bater em nois, matar nois, querer dá tapa na nossa cara? não vai, entendeu mano, nois retrata o que acontece desde sempre”, após essa frase indaguei ele se talvez não falar tornava tudo pior por não colocar a debate e ele respondeu que se talvez ele não tivesse ouvido Racionais, Mv Bill, Cidinho e Doca talvez ele fosse querer ser bandido ao invés de MC.
Como última pergunta, questionamos em quanto tempo ele achava que o Grime conseguiria chegar no nível do Plug e do Trap, gêneros novos do Hip-Hop que fazem muito sucesso hoje em dia e SD9 respondeu na lata “Não vai, as pessoas subestimam muito o Grime, percebi isso aqui aqui em Londres, a cena aqui é pequena e surgiu aqui, o Drill engoliu o Grime, só faz grime mesmo quem ama, eu sempre bati nessa tecla, o Grime vai ficar para sempre como um gênero underground, artistas de Grime podem sim ser grandes, mas o gênero nunca vai ser, é difícil fazer e ser um bom MC de Grime, precisa estudar a parada, Grime não vai ser um trap, não vai ser um drill e vai continuar sendo subestimado, é animador mas vai ser subestimado, mas infelizmente ou felizmente o gênero não vai ser de chegar nesse nível”.
Para entender melhor a história do SD9 e consequentemente do Grime no Brasil, gravamos a entrevista na íntegra e disponibilizamos ela no SoundCloud, deixaremos o incorporado abaixo, para que possam ouvir no durante da leitura, ou para que entrem no app
Na última terça-feira (19), aconteceu a 9ª edição da MASP Festa, celebração anual do museu que foi criada com a missão de arrecadar fundos e garantir verbas para a instituição. O tema deste ano, "Histórias Indígenas", foi o centro de diversas oficinas, exposições, cursos e palestras durante 2023.
A organização, em parceria com a Chanel, contou com a presença de empresárias, modelos, atrizes e amantes do mundo da moda. "É uma festa que é muito ligada à valorização da arte e da cultura brasileira, o MASP fomenta e incentiva artistas brasileiros há muitos anos, então é uma ode à cultura e essa conexão entre cultura e moda." disse a atriz Carla Salle em entrevista, convidada pela marca para participar do evento.
A noite começou com um jantar assinado pela chef Manu Ferraz, do restaurante A Bananeira, que possui um espaço no subsolo do museu. Como entrada, foram servidos grandes montes de manteiga temperada com flor de sal posicionados bem ao centro da mesa, cobertos por formigas da Amazônia para comer com pães. Já o prato principal foi peixe no molho de tucupi, purê de banana e salada de feijão. Apesar da escolha extravagante, a chef buscou valorizar a cultura brasileira nos seus pratos.
Após o jantar, o professor pesquisador Ibã Huni Kuin do Acre, integrante do “Movimento dos Artistas Huni Kuin” (Mahku), fez uma apresentação na língua nixi pae. Ibã cobriu a icônica rampa do museu com pinturas do coletivo que está em exposição no MASP. "É uma primeira experiência que nós indígenas que estamos chegando no museu mostrando a cultura de língua, de cura e de admiração. Eu estou muito feliz compartilhando esse conhecimento, encontrando vários artistas e mais informações."
As atrizes globais convidadas pela Chanel, Sophie Charlotte (que estrela o filme "Meu Nome é Gal" no dia 19/10) e Isabelle Drummond (que possui rumores de participar numa novela na HBO Max futuramente) demonstraram seu apoio à causa do tema principal da noite. "A moda que movimenta tanto a opinião pública pode ajudar nessa luta de colocar a questão indígena no Brasil no centro da conversa. Demarcação é importantíssima, demarcação já!" disse Sophie. "Todo tipo de manifestação dá voz à causas, às esferas e aos povos. Essa movimentação e o fato das pessoas estarem aqui em prol disso já dá voz e traz conscientização." acrescentou Isabelle, que manifestou sua intensa identificação com o assunto após contar sobre suas visitas à terras indígenas.

O evento contou com outros convidados famosos para prestigiar o evento. Além do curador do museu Adriano Pedrosa, a festa estava repleta de patronos do MASP, art advisors e empresários — como Paula Mageste (CEO da Globo Condé Nast), Carol Bassi (dona da marca que carrega seu nome), Maria Laura Neves (redatora-chefe da Vogue Brasil) e Sandra Annenberg (jornalista).

Igi Ayedun, jovem patrona do MASP, artista e dona da galeria de arte Hoa, manifestou muito orgulho em apoiar todas as atividades do museu ao contar sobre ser uma das responsáveis pelo envolvimento da Chanel com a festa. "É muito bom que o MASP se responsabilize por fazer a história dos povos originários parte da cronologia da arte brasileira."
A vantagem dessa relação entre os patronos e a marca foi ressaltada por Taciana Veloso, convidada do Iguatemi. "É muito interessante ter a Chanel, uma marca tão importante no universo de moda e luxo, apoiar essa causa não é? A cultura faz parte do nosso país de uma forma muito relevante e essa é uma oportunidade de a gente estar aqui e prestigiar a arte brasileira e o museu que conta uma história linda pra gente", expôs a profissional de RP e uma das criadoras da Index.
Apesar de já possuir oito edições anteriores a essa, a MASP Festa teve pela primeira vez "sold-out" nos ingressos do show, segundo afirmação de Vanessa da Mata no seu Instagram. A empresária, patrona do museu e dona da grife de beachwear Jo De Mer esteve na festa desde a primeira edição e comentou sobre sua evolução ao longo dos anos: "O evento está ficando cada vez maior com mais adesão tanto da classe artística quanto de pessoas que apoiam o museu e a Chanel abre o caminho para outros patrocínios, para que em algum momento outros brands brasileiros possam estar envolvidos em eventos com fim de divulgar arte, cultura e nossas raízes."
Após o jantar, a noite seguiu com a apresentação de Vanessa da Mata, indicada ao Latin Grammy Award por melhor álbum de MPB pelo seu novo disco "Vem doce", e de DJ Dani Vellocet, que tocou até o fim da festa.

No dia 7 de Setembro, quinta-feira, Danny Masterson, estrela de programas como “ The Ranch" e “That 70' s show”, foi condenado a 30 anos de prisão por estuprar duas mulheres em Los Angeles. Apesar de ter sido sentenciado por dois casos, há mais de três acusações contra o ator. Os crimes ocorreram em sua casa, entre os anos de 2001 e 2003, momento auge de sua carreira.
O movimento “Me Too” ocorreu em 2017 e foi marcado pela exposição e acusação de crimes sexuais de diversos nomes de Hollywood como Kevin Spacey (ator) e Harvey Weinstein (produtor). Após a repercussão dessas denúncias, as vítimas de Masterson se sentiram encorajadas em expor o que tinham sofrido entre 2001 e 2003. As investigações começaram em 2017 pela polícia de Los Angeles e concluíram um Modus Operandi do agressor, que drogava e ameaçava com armas suas vítimas durante a violência sexual. Após as acusações, o ator foi afastado da série “ The Ranch” na qual atuava ao lado de Ashton Kutcher.
No início quatro mulheres acusaram o ator, porém apenas três delas foram a julgamento e ele foi sentenciado apenas por duas. Todas as suas vítimas o conheceram na igreja da Cientologia, a qual Masterson faz parte desde sua infância. Antes de irem a público, as mulheres avisaram a igreja de tudo que ocorreu, mas a instituição acabou as culpabilizando.
Em entrevista para a revista People, o vice-procurador distrital de Los Angeles, Reinhold Muller, afirmou que as vítimas demoraram para conseguir justiça e que a decisão do júri foi correta. Além disso, explicou que Masterson acreditava que não seria preso: “ ele sempre pensou que iria se safar”. Durante o julgamento, as mulheres que o acusaram depuseram e explicitaram a importância de sua condenação: “ Você é patético, perturbado e extremamente violento e o mundo fica mais seguro com você na prisão” afirmou uma delas.

Após a divulgação da sentença de Danny Masterson, cartas feitas por colegas do ator vieram à tona. Nelas, artistas como Mila Kunis e Ashton Kutcher – que participaram de That 70’s Show em 1998 com Danny – apoiavam o agressor, afirmando que ele possui uma boa índole e que nunca cometeria os crimes que estava sendo acusado. Os documentos foram pedidos pela defesa e entregues ao juiz do caso, visando uma pena mais branda. Além de Kunis e Kutcher, Will Baldwin, Debra Jo Rupp e Kurtwood Smith também enviaram cartas.
Em 2019, Danny Masterson e seu advogado deram uma entrevista à revista People e afirmaram que “ Isso [as acusações] é mais que ridículo.” Além de descredibilizar o movimento “Me too” dizendo que as mulheres estariam utilizando holofotes para se manterem na mídia