Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Peça de Antônio Fagundes e Christiane Torloni tem temporada prevista até dezembro
por
Giovanna Montanhan
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01/10/2024 - 12h

A estreia da peça ‘Dois de Nós’ ocorreu no dia 05 de setembro, no Teatro TUCA. O elenco reúne grandes nomes do teatro e da televisão brasileira, como Christiane Torloni, Antônio Fagundes, Thiago Fragoso e Alexandra Martins. É dirigido por José Possi Neto, e concebido e escrito por Gustavo Pinheiro, jornalista que também assinou os textos de ‘Antes do Ano que Vem’ e ‘A Lista’. O palco do Teatro TUCA foi escolhido para ser a primeira casa do espetáculo, que ficará em cartaz até dia 15 de dezembro.

A premissa é de um mesmo casal, retratado em dois momentos distintos de suas vidas - na juventude, sendo interpretados por Alexandra e Thiago e na velhice, por Christiane e Antônio. Em um determinado momento, ambas as versões se encontram em um mesmo quarto de hotel, onde o passado e o futuro se entrelaçam, revelando segredos, frustrações e sonhos. O choque entre duas perspectivas de si mesmos desencadeia uma série de revelações e questionamentos. 

elenco
Elenco da peça 'Dois de Nós' - Reprodução: Instagram @doisdenosteatro

 

A química e o entrosamento entre os atores é um ponto de destaque na peça. Alguns membros do elenco da peça já haviam trabalhado juntos anteriormente, como Torloni e Fagundes, que contracenaram juntos em ‘Amizade Colorida’ (1981), ‘Besame Mucho’ (1987) ‘Louco Amor’ (1983),  ‘A Viagem’ (1994) e ‘Velho Chico’ (2016).

Alexandra Martins explicou, em entrevista à AGEMT, que o texto foi escolhido pelo próprio Gustavo Pinheiro, e escrito especificamente no elenco atual. Ela se apaixonou imediatamente pela obra assim que teve o primeiro contato com o roteiro, que discute a questão geracional nos relacionamentos. 

Antonio Fagundes afirmou, também para a AGEMT, que o texto é “perfeito para o momento atual, em um período em que tantas pessoas estão se afastando umas das outras em meio à polarização”.

Para ele, a peça traz uma mensagem importante de união. Ao comentar sobre suas contribuições ao personagem, mencionou que “todo ator sempre contribui para além do que está no texto de alguma forma”. 

Já Thiago Fragoso explicou que, embora o texto normalmente seja o primeiro fator a atrair um ator, foi o convite de Fagundes que o motivou para o trabalho. Segundo ele, que já havia trabalhado com o ator na televisão, a parceria no teatro seria um próximo passo. Rasgou elogios a Antônio, o reverenciando como “uma lenda do ofício”, como alguém que “continua a se superar”.

Por fim, mencionou que o encontro é uma honra e uma experiência muito especial, e, também fez questão de reafirmar a genialidade do texto. 

A peça utiliza do recurso da metalinguagem e leva o público para uma reflexão sobre as relações humanas e suas imperfeições, mostrando como elas são, na verdade, perfeitas em sua complexidade.Ao contrário das idealizações trazidas pelas comédias românticas norte-americanas, o espetáculo confronta o espectador com a realidade.

O espetáculo é recheado de momentos de gargalhadas intensas e emoções profundas, proporcionados por uma escrita atual e sagaz, que retrata os desafios da modernidade de maneira leve e divertida. O humor, aliado à reflexão, faz também com que o público não apenas se divirta com as situações cotidianas encenadas no palco, mas também se enxergue nelas, como um autorretrato. 

Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro TUCA e também no site/app do Sympla. Os valores começam a partir de R$80. Entretanto, docentes e discentes da PUC-SP pagam R$20. 

Também é possível adquirir uma visita guiada pelos próprios atores aos bastidores, camarins e coxias por R$100 a mais. 

Ao fim de cada sessão, há um bate-papo onde os atores interagem com a plateia e respondem respectivas dúvidas e impressões sobre o espetáculo apresentado.

 

Evento marca importância para os escritores brasileiros autônomos na divulgação das obras e fidelização do público
por
Victória da Silva
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01/10/2024 - 12h

 

A 27° edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo proporcionou um ambiente acolhedor para aqueles que lançam ou desejam lançar livros de forma independente. Diversos artistas tiveram a oportunidade de publicizar as suas obras e editoras como a Autora Mila Cassins, All Print Editora, Conejo, Proverbo e UICLAP contaram com estandes no evento.

Como exemplo, no dia 13 (sexta-feira) a Amazon fez um encontro de autores independentes que publicam suas obras no Kindle. Em seu estande, a palestrante fazia perguntas sobre o Kindle e presenteava com brindes aqueles que acertavam as respostas. A arena estava repleta de escritores e foi um momento de compartilhamento de experiências, networking e debates sobre os gêneros que escrevem. 

Segundo o professor de jornalismo da PUC-SP, Fábio Fernandes, o evento teve um recorde de escritores independentes que tiveram seus livros publicados por algumas editoras também independentes que estavam na Bienal.

 

Pessoas andando pelos corredores da Bienal
Corredores da 27° Bienal de São Paulo estavam repletos de visitantes. Foto: Victória da Silva / Arquivo pessoal

Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi um dos visitantes do evento. Cantarim conversou com a escritora Kai Sodré e comprou seu livro “Sonata de Pólvora”, que foi lançado no último dia de Bienal (15) pela editora Lura, uma empresa de autopublicação de livros. 

O estudante conta: “Uma assistente dela abordou a gente, uma das funcionárias da editora, falou conosco e depois apresentou para a autora, que nos explicou melhor sobre o livro. Falamos, compramos e ela até autografou pra gente. Então foi super legal essa experiência, de conversar realmente com a autora, pegar o autógrafo dela logo de cara assim.”

Mikaela Serur também foi uma das autoras que estiveram na Bienal na sexta-feira (13). A ilustradora, que também é youtuber e está escrevendo seu primeiro livro, participou de uma mesa da Arena Podcast Skeelo junto de Pedro Rhuas, autor de “O Mar me levou a Você” e Natalia Avila, escritora de “Não Direi que é Amor”. 

Assim como muitas outras pessoas que aspiram publicar seus livros, Mika (como é chamada nas redes sociais) tem o desejo de publicar sua obra sobre Luca e Julian, dois meninos que se conhecem em Roma e vivem um romance italiano. Seu livro está somente no Wattpad - plataforma digital de leitura que permite a interação através de comentários - intitulado como “Livro da Mika”, mas a influenciadora já pronunciou seu interesse em lançar o livro físico.

Essa vontade foi realizada por Bruno Rodrigues, autor da série de livros “Essência e Cosmos”, e sua ilustradora Vitória. Sendo a primeira vez com um estande na Bienal, Bruno promoveu seu primeiro lançamento como escritor independente, o livro “Desejo Petrificado”, obra de romance e fantasia que narra a história de Lisa, protagonista que sofre de transtorno dissociativo de identidade e busca um amor verdadeiro.

Segundo Rodrigues, “a personalidade dominante dela é de uma moça gentil, recatada e calma, mas em outra ela é uma mulher forte, cruel e exasperada que intimida os pretendentes que ela pode ter”.

No decorrer da história, Lisa participa de um exame proposto pelo rei para fazê-lo realizar seu desejo mais profundo: o de viver uma verdadeira paixão. Assim, ela se apaixona pelo vilão da trama e entra em uma jornada de auto-aceitação, enquanto aprende a se relacionar com outras pessoas.

 

Lugar para tirar fotos na Bienal
Além dos estandes, vários locais ‘instagramáveis’ chamaram atenção do público. Foto: Victória da Silva / Arquivo pessoal

Ainda para Lucca, esse acesso que autores brasileiros independentes possuem é fundamental para que as pessoas passem a consumir mais livros nacionais e não permaneçam somente no monopólio norte-americano. “É muito difícil bater de frente com autores que já dominam a mídia, sabe? Como o Rick Riordan de ‘Percy Jackson’, o George Martin de ‘Game of Thrones’, e até os que já faleceram, mas ainda mantém um legado como Tolkien de ‘O Senhor dos Anéis’.”, afirma ele.

Demonstrando seu interesse em criar outros universos, já que além das matérias jornalísticas Lucca também escreve outros gêneros de texto, ele finaliza: “É muito importante que a Bienal realmente dê espaço para autores independentes brasileiros crescerem. Eu acredito que fazer isso é uma forma de dar um empurrão neles”.

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Com duas indicações, o cantor pop alcança novo marco em sua carreira
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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01/10/2024 - 12h

2024 tem sido um ano especial para o cantor Jão, que celebra mais duas indicações ao Grammy Latino. Depois de conquistar o público com seu álbum “SUPER”, o artista concorre em duas categorias: Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, com “SUPER”, e Melhor Canção em Língua Portuguesa, com o hit Alinhamento Milenar, em parceria com Pedro Tófani e Zebu. O anúncio foi feito na terça-feira (17), consolidando mais uma fase de sucesso em sua trajetória.

Capa do álbum 'Super', de Jão — Foto: Gabriel Vorbon / Divulgação
Capa do álbum 'Super', de Jão — Foto: Gabriel Vorbon / Divulgação

“SUPER”, lançado no final de 2023, combina pop, ballad, e quebrou recordes no Spotify Brasil. O álbum alcançou 8,5 milhões de streams nas primeiras 24 horas, e se tornou a estreia mais ouvida do país. A faixa Me Lambe, um dos destaques do disco, já ultrapassou 26 milhões de reproduções. A turnê do álbum, intitulada de “SUPERTURNÊ”, também fez história, com Jão se tornando o primeiro artista a esgotar dois dias de show seguidos no Allianz Parque, e uma arrecadação de mais de R$49 milhões. O cantor também esteve presente no Rock In Rio, tanto em Lisboa quanto no Brasil, no Palco Mundo, considerado o mais importante do festival.

Além do álbum, a canção Alinhamento Milenar se destaca pelo lirismo. No refrão, a música explora a ideia de uma relação única entre dois amantes, como se suas almas estivessem predestinadas a se encontrar. O conceito de "alinhamento milenar" sugere uma conexão profunda e rara, marcada pelo destino: "Tão estranho, nós estamos vivos / Nesses mesmos dias, nesses mesmos anos / Mesmo plano, hora exata / Você me ama e eu te amo, alinhamento milenar / Você não acha? Você não acha?", canta o refrão.

Nas redes sociais, Jão compartilhou sua empolgação: “Mais duas indicações ao Grammy latino! Alinhamento milenar e Super! Muito obrigado! Foi um ano muito especial. Nos vemos em Miami!”.

A cerimônia do Grammy Latino acontecerá no dia 14 de novembro de 2024, no Kaseya Center, em colaboração com o Condado de Miami-Dade e o Greater Miami Convention & Visitors Bureau. O evento celebrará as gravações lançadas entre 1º de junho de 2023 e 31 de maio de 2024, e o cantor Jão estará mais uma vez entre os grandes nomes da música latina.

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Uma análise profunda do caso Eliza Samudio, revelando novas vozes e perspectivas sobre um crime que chocou o Brasil
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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01/10/2024 - 12h

A obra “A Vítima Invisível: O Caso Eliza Samudio” estreou na quinta-feira (26) na Netflix, trazendo à tona um dos crimes mais impactantes do Brasil. O documentário revisita o assassinato da jovem modelo Eliza Samudio de 25 anos, ocorrido em 2010, e o envolvimento do ex-goleiro Bruno, que foi condenado há 11 anos atrás.

Reprodução Netflix

Reprodução/Netflix

Dirigido por Juliana Antunes, a produção se destaca por revelar dados inéditos que foram deixados de lado na cobertura midiática do caso. Com acesso a mensagens e conversas pessoais de Eliza, o documentário apresenta sua perspectiva, mostrando suas angústias e temores durante o relacionamento conturbado com Bruno. 

Em uma das gravações, Eliza, que estava grávida, expressa seu desejo de voltar a estudar, ao mesmo tempo em que relata o medo das ameaças que recebia do ex-atleta.

A narrativa também traça os eventos que levaram ao desaparecimento de Eliza, retratando a investigação que resultou na condenação de Bruno e de mais sete pessoas por sequestro e assassinato. Embora a sentença tenha ocorrido, o corpo de Eliza nunca foi encontrado, perpetuando o mistério e a dor da família.

Além de revisar os detalhes do crime, o longa busca ampliar a discussão sobre a violência de gênero e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na sociedade brasileira, ressaltando a importância de dar voz às vítimas em casos de abusos e crimes violentos, assim gerando uma reflexão sobre os direitos das mulheres e a urgência de combater a impunidade dos agressores.

Assista o trailer: 

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Festival divulga a programação diária para a edição do ano que vem
por
Gabriel Lourenço Schiavoni
Lucas Rossi
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26/09/2024 - 12h

Marcado para os dias 28, 29 e 30 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a 12ª edição do Lollapalooza já anunciou sua programação e abriu vendas de ingressos para os três dias de festival.  Os valores variam de R$ 500,00 no primeiro lote meia-entrada pista do Lolla Day, até R$ 4.850,00 no Lolla Lounge Pass, ingresso VIP para os três dias. Nesta edição do festival, os organizadores apostam em trazer artistas de diversos estilos musicais diferentes, alguns que fazem sucesso com o público mais jovem e outros que fizeram parte de uma geração anterior.

Um line-up bastante focado no pop inclui nomes populares no gênero como Olivia Rodrigo, Shawn Mendes, Alanis Morissette, Justin Timberlake, Tate McRae, Jão. O indie/alternativo também está bem representado no festival, com apresentações de Foster the People, Wave to Earth, Jovem Dionisio, The Marías e Artemas. Para fãs de música eletrônica, nomes como San Holo, Rüfüs du Sol, Zeed e Charlotte de Witte. Entretanto, gêneros como o rap acabaram sendo pouco representados na programação como destaque para o americano JPEGMafia.

Banda americana Blink-182 na ultima edição do Lollaloza Brasil Foto: Adriano Vizoni/Reprodução/Folhapress
Banda americana Blink-182 na ultima edição do Lollaloza Brasil Foto: Adriano Vizoni/Reprodução/Folhapress

Na sexta-feira (28) ocorrerão os shows da americana Olivia Rodrigo, cantora de sucessos como “vampire" e "drivers licence", e do trio de música eletrônica australiano Rüfüs du Sol que já se apresentou no festival na edição de 2019. Também se apresentaram no dia Jão, Girl in Red, JPEGMafia e Jovem Dionísio e outros mais.

Já no sábado (29), estão marcados os shows dos headliners canadenses Shawn Mendes, que esteve recentemente no Brasil para o Rock in Rio, e Alanis Morissete conhecida por músicas como "Ironic", “You Ougtha Know” e “Hand in my Pocket". The Marias, Tate McRae, Wave to Earth e Benson Boone complementam o dia.

No domingo (30), último dia de festival, irão se apresentar o cantor americano Justin Timberlake, dono de hits como “Can’t Stop the Feeking”, “Rock Your Body”, “Mirror” e outros mais, além da banda de metal progressivo Tool que se apresentará no país pela primeira vez no festival. Bandas como Foster the People, Sepultura, Parcels também farão seus shows neste dia.

A venda do pacote Lolla Pass, que dá direito a presença nos três dias de festival, está aberta desde o dia 20 de agosto. Já as modalidades Lolla Day, que dá acesso a um dia de festival, e o Lolla Double, que permite a presença em dois dias, também já estão à venda. Os ingressos podem ser comprados tanto online pelo site Ticketmaster, quanto presencialmente pela bilheteria do Shopping Ibirapuera. Os ingressos comprados online têm um acréscimo de 20%, sendo a taxa de serviço do site.




 

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