Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
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Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
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Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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Em discurso na Academia Brasileira de Letras, a escritora homenageou Lima Barreto, com reflexões e críticas sociais
por
Beatriz Brascioli
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25/06/2024 - 12h

A historiadora e antropóloga, Lilia Moritz Schwarcz,  tomou posse no dia 14 de junho da cadeira número 9, após a morte do diplomata e também historiador, Alberto Costa e Silva, em novembro de 2023, considerado por ela um “segundo pai”.

 

"Foi Alberto da Costa e Silva quem me levou pela mão para muitos lugares e, de certa maneira, para essa Cadeira [...] Ele que era, para mim, uma espécie de pai ancestral. Foram quase 30 anos preenchidos com uma intensa troca de cartas, reuniões, almoços, projetos, viagens e telefonemas semanais. Tudo que alimenta uma amizade, regada para durar.” Relata a escritora.

 

Quem é Lilia Schwarcz?

Lilia Moritz Schwarcz, 66, é formada pela Universidade de São Paulo (USP) no curso de Ciências Sociais e tem mestrado e doutorado em antropologia. Hoje é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e leciona como visitante da Universidade de Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos. Lilia é autora de mais de 30 livros, com traduções para outros idiomas e vencedora de dois Prêmios Jabuti pelas obras “As Barbas do Imperador” e “A Enciclopédia Negra”. 

Super engajada nas redes sociais, ela faz publicações no Instagram sobre as notícias, sempre trazendo informações e história com muita reflexão. Tem também um podcast chamado “Oi, Gente”, onde traz semanalmente análises e opiniões.  Lilia, junto de seu marido Luiz Schwarcz, fundaram a editora Companhia de Letras, com foco inicial em literatura e ciências humanas e hoje sendo a maior editora do país. 

Cerimônia: 

A imortal Rosiska Darcy de Oliveira, foi responsável pelo discurso de apresentação de Schwarcz. Em sua fala, disse que Lilia “é uma paulistana de pele branca, é uma grande intelectual presente na luta antiracial”. O colar, parte da cerimônia, foi entregue pelo ex-chanceler Celso Lafer. 

O evento aconteceu no Palácio Petit Trianon, sede da academia das letras localizada no centro do Rio de Janeiro. Entre os presentes estavam o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a ministra do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia.  

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Acadêmicos celebram a chegada de Lilia Schwarcz na Academia Brasileira de Letra. Foto: ABL/Reprodução

A votação para escolher quem iria suceder a cadeira número 9 aconteceu em março de 2024 e Schwarcz foi eleita com 24 dos 38 acadêmicos. A primeira mulher a tomar posse foi a escritora moderna Rachel de Queiroz. Agora, a professora se torna a 11ª mulher a fazer parte da acadêmica. Atualmente, dentre os 40 imortais, contam apenas com 5 mulheres - Fernanda Montenegro, Rosiska Darcy de Oliveira, Ana Maria Machado, Heloisa Teixeira e a recém chegada Lilia Schwarcz. 

"As instituições públicas e privadas têm o papel de encampar lutas da sociedade brasileira. Uma luta muito forte é pela diferença. Entro na ABL no momento em que a Academia dá vários sinais de abertura para as populações negras que são maioria, mas minorizadas na representação, abertura para a população LGBTQIA +, para indígenas, para mulheres" disse a antropóloga em seu discurso de posse.

Seguindo a fala, Lilia homenageou o escritor Lima Barreto, que tentou entrar na academia três vezes e não conseguiu:

 "Lima Barreto tentou três vezes entrar na Academia e desistiu. Depois, dois de seus biógrafos, Francisco de Assis Barbosa e eu mesma, aqui estamos. Penso que não será coincidência, tampouco, sermos brancos. Em mais cem anos de República não conseguimos modificar as desigualdades que interseccionam."

Ela continua sua reflexão voltada ao seu papel na academia: “A biografia que escrevi sobre ele, e que intitulei ‘Lima Barreto triste visionário’, de alguma maneira sedimenta uma trajetória de estudos voltada a entender não só o fenômeno do racismo, a maior contradição nacional, como o papel da sociedade branca nesse perverso processo histórica [...] A maneira como a população negra, majoritária no país, é constantemente transformada em uma “maioria minorizada” na representação.”

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Thrash Metal: o estilo rebelde e o desejo de desafiar as normas estabelecidas
por
Beatriz Alencar
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25/06/2024 - 12h

A cultura underground é aquela que se opõe a cultura pop e as demais disseminadas pela grande mídia. Esse estilo influenciou e foi influenciado pelos movimentos góticos, new wave, rap e heavy metal. Incluindo todos esses, temos o Thrash Metal, caracterizado pelas notas brutas e rápidas.

Neste foto documentário, você poderá acompanhar ensaios de bandas de Thrash metal e Metal Punk.

A versão brasileira do sucesso dos anos 80 é uma ode à alegria e resiliência do universo drag
por |
25/06/2024 - 12h

No dia 7 de junho estreou em São Paulo a versão brasileira da peça musical “Priscilla - A Rainha do Deserto”. Em sua terceira semana de exibição, o musical tem sido um sucesso de bilheteria, embalado pelas participações dos atores Reynaldo Gianecchini e Diego Martins que vivem os personagens Athony “Tick” Belrose, e Adam Whiteley. Já as atrizes Verónica Valenttino e Wallie Ruy irão se revezar para interpretar o papel de Bernadette Bassenger.

Abertura Priscilla Rainha do Deserto
   Espetáculo está em cartaz de quinta a domingo         FOTO: Luiza Fernandes /Divulgação / AGEMT

Sob a direção de Mariano Detry, o espetáculo é baseado no filme de 1994 de Stephan Elliott. A trama gira em torno de duas drag queens e uma mulher transexual, que são contratadas para realizar um show no meio do deserto australiano. Para chegar ao local, elas embarcam no ônibus chamado Priscilla e enfrentam inúmeros desafios e aventuras ao longo da jornada. A aceitação e o peso da homofobia na vida das personagens é tema durante todo o espetáculo e ganha destaque com o drama vivido pelo personagem de Gianecchini, que precisa lidar com a dificuldade de ser aceito por seu filho de 6 anos, Benjamin.

Priscilla é acima de tudo, uma representação da alegria e da importância da cultura LGBTQIA+. A peça consegue transportar o público para o vibrante e potente universo drag queen. Através de cenários e figurinos marcantes, o público é embalado por coreografias energéticas e uma trilha sonora repleta de hits como “I Will Survive” e “True Colors”, que trazem emoção a cada cena.

O equilíbrio entre humor e momentos de vulnerabilidade é possível por conta da atuação dos protagonistas. Diego Martins e Verônica Valenttino entregam performances intensas e, ao mesmo tempo, super divertidas e apaixonantes. Reynaldo Gianecchini também impressiona ao dar vida a Mitzi Mitosis e entregar ao público uma versão de si até então pouco conhecida. 

Priscilla Rainha do Deserto
Atores são ponto alto da peça e criam ambiente imersivo 
      FOTO: Luiza Fernandes /Divulgação / AGEMT

"Priscilla - A Rainha do Deserto”  segue em cartaz no Teatro Bradesco, localizado em na Rua Palestra, número 500, até setembro com sessões de quinta a domingo. O convite é para a celebração da diversidade e resiliência da comunidade LGBTQIAP+. Para saber mais informações acesse o site (clique aqui) 

 

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Dia 19 de junho homenageia o ítalo-brasileiro Afonso Segreto, primeiro a registrar imagens aqui
por
Beatriz Alencar
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19/06/2024 - 12h

O cinema brasileiro completa 126 anos nesta quarta-feira (19). A cinematografia das telas nacionais começou em 1898, com o cinegrafista ítalo-brasileiro Affonso Segreto (1875-1919).

Considerado o pioneiro na área dos cineastas, a data homenageia o primeiro registro de imagens em movimento no território brasileiro, realizado por ele. A vista da entrada da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a bordo do navio francês Brésil, foi o cenário para a primeira filmagem brasileira de Segreto.

No início, o cinema brasileiro contava apenas com pequenos cortes de cenas cotidianas, como visto em "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí”, que ainda não continha som. O filme, dirigido por Vittorio Di Maio, é um curta do tipo documentário que mostra cenas de jovens dançando na escola, com um som que só eles tiveram a chance de ouvir.

O mundo das ficções chegou no início do século 20, baseado em crimes noticiados pela televisão, como "O crime da mala", de Francisco Serrador, em 1908. Porém, com a Primeira Guerra Mundial, o universo hollywoodiano dominou o mercado e produções norte-americanas aterrizavam no país sem burocracia, o que enfraqueceu os filmes locais.

O ano de 1909 foi marcado pela chegada dos filmes cantados. Mas não do tipo “High School Musical”: os atores ficavam atrás da tela dublando a si mesmos ao vivo.

O perrengue de trás das cortinas passou em 1929, quando "Acabaram-se os otários", de Luiz Barros, foi produzido. Mas não foi algo fácil de se desenvolver. Isso porque os equipamentos nacionais de filmagens e projeção sonora ainda não existiam no Brasil, teriam de ser construídos. Em apenas três meses de investimento e apoio de Tom Bill (ator e mecânico), José Del Picchia (cinegrafista) e das oficinas cinematográficas de Gustavo Zieglitz para a produção, os aparelhos para filmagem e exibição sonora, batizados de Sincrocinex, vieram ao mundo.

Apesar de já contar com tantos momentos, o primeiro grande estúdio do Brasil só foi surgir em 1930: o Cinédia, responsável pelo lançamento da insubstituível Carmem Miranda.

A partir de então, outros foram criados, como a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que produziu o primeiro filme brasileiro ganhador do Festival de Cannes, na categoria aventura, com "O Cangaceiro",de Lima Barreto.

Contudo, a valorização do cinema nacional atual passa por dificuldades. Para Jane de Almeida, pesquisadora e curadora com especialização em psicologia e cinema, “o cinema brasileiro não consegue a projeção internacional devida. Ele é muito diverso, mas fica difícil ser compreendido com uma identidade aos olhos estrangeiros”, declarou.

Cinema Novo

Considerada a melhor época do cinema nacional para Jane, O Cinema Novo (1955-1970) foi quando a produção do país ficou reconhecida internacionalmente no meio intelectual, apesar de não obter sucesso de público. Esse movimento teve seu auge após a ditadura militar e, diferente do cinema tradicional, propunha trazer preocupações sociais enraizadas e visibilizadas após o golpe, na cultura brasileira.

 

Para apreciar ou conhecer o cinema brasileiro, as recomendações são “Amor, Sublime Amor (1961) ” e “O Paciente Inglês (1996) ”. Outras indicações de Jane passeiam por clássicos e contemporâneos. Faça sua pipoca e se prepare para a maratona:

• Limite (Mário Peixoto)
• São Paulo, Sinfonia da Metrópole (Adalberto Kemeny e Rudolf Lustig);
• Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha);
• Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade);
• Marcado Para Morrer (Eduardo Coutinho);
• Bye Bye Brasil (Cacá Diegues);
• Carandiru (Hector Babenco);
• O Som ao Redor (Kleber Mendonça Filho);
• O Invasor (Beto Brant);
• Bacurau (Kleber Mendonça Filho);
• Amor Divino (Gabriel Mascaro);
• Morcego Negro (Claisson Vidal).

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Saiba onde curtir o clima junino na capital paulista
por
Barbara Ferreira
Marina Laurentino
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14/06/2024 - 12h

O mês de junho chega e com ele uma das celebrações mais aguardadas do calendário brasileiro: as festas juninas! Com suas bandeirinhas coloridas, danças típicas, comidas deliciosas e muita música, a festa traz consigo a tradição para todos os cantos do país. Em São Paulo, não é diferente. Há uma infinidade de opções para quem quer aproveitar ao máximo essa época festiva. Desde quermesses em bairros históricos até grandes eventos com atrações imperdíveis, há diversão garantida para toda a família. Prepare o traje caipira, arrume o chapéu de palha e descubra onde encontrar os arraiás mais animados da cidade.

1. Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora da Consolação


Foto: Alberto Rocha

O arraial da Paróquia Nossa Senhora da Consolação acontece há muitos anos e já virou uma tradição paulistana. Além das barraquinhas com comidas típicas, os visitantes podem curtir muita música, com shows ao vivo para arrasar no arrastapé! Toda a renda da festa é revertida em obras sociais que a igreja realiza. A entrada é livre.

Local: Rua da Consolação, 585 - Consolação
Datas: 15, 16, 22 e 23 de junho 
Horário: A partir das 18h
Atrações: Barracas de comidas típicas, quadrilhas, shows ao vivo, brincadeiras populares e bingo.

2. Festa Junina da Paróquia do Calvário

Foto: Divulgação - Paróquia do Calvário.

Há 44 anos, a Comunidade da Paróquia São Paulo Cruz – popularmente conhecida como Igreja do Calvário – se organiza para promover uma das maiores festas beneficentes da cidade de São Paulo. Reunindo cerca de 20 barracas que contam desde pratos tradicionais da época até pratos típicos de outros países, além de brincadeiras, bingos e shows. O valor da entrada é de R$30 para adultos e R$15 idosos (60+). Idosos 80+ e crianças até 10 anos não pagam entrada.

Local: Rua Cardeal Arcoverde, 950 - Pinheiros
Datas: Todos os sábados e domingos de junho e da primeira semana de julho
Horário: A partir das 17h30.
Atrações: Comidas típicas, quadrilhas, shows de forró, brincadeiras e barracas de artesanato.

3. Festa Junina do Memorial da América Latina

Foto: Rafa Guirro

O Memorial da América Latina se transformará em um animado arraial para receber típicas danças de quadrilha, músicas animadas e uma festança gastronômica, incluindo o Festival do Milho Verde e o Festival de Sopas. Ao todo serão mais de 80 barracas oferecendo uma ampla variedade de pratos típicos, petiscos e guloseimas para toda a família. A entrada é gratuita.

Local: Av. Mário de Andrade, 664, Barra Funda - São Paulo
Datas: 15 e 16 de junho. 
Horário: Das 11h às 21h
Atrações: Além das barracas, food trucks estarão presentes oferecendo sanduíches, tacos, burritos, pastéis, hambúrgueres, crepes e uma variedade de pratos doces. Para acompanhar, haverá também cervejas artesanais, drinques, refrigerantes, sucos naturais e água.

4. São João de Nóis Tudim

Foto: Danielle Felix

A popular festa do Centro de Tradições Nordestinas é uma das maiores e mais vibrantes festas juninas de São Paulo! Este ano, o evento está repleto de atrações para todos os gostos e idades. Desfrute das quadrilhas, com dançarinos animados e coreografias encantadoras, e assista a shows ao vivo de forró, sertanejo e outros ritmos que farão todos dançarem a noite toda. A festa conta com deliciosas comidas típicas, como pamonha, canjica, quentão e muitas outras iguarias juninas. A entrada é gratuita. 

Local: Centro de Tradições Nordestinas – Rua Jacofer, 615
Datas: 01 a 28 de junho. 
Horário: 11h às 22h
Atrações: Atrações musicais, interação artística, performances de quadrilha e gastronomia nordestina e junina.

5. Arraiá de Moema

Foto: Divulgação - Arraiá de Moema. 

As festas de rua de Moema têm ficado cada vez melhores, e para a 6ª edição haverá uma ótima celebração  na Praça Nossa Sra. Aparecida, ao lado do metrô Moema. O evento promete unir música e barraquinhas de comida. A entrada é gratuita e a programação completa será divulgada em breve.

Local: Praça Nossa Sra. Aparecida – Moema – SP
Datas: 22 e 23 de junho
Horário: A partir das 10h 
Atrações: Comidas típicas, música ao vivo, brincadeiras juninas e, claro, muita quadrilha. 

Dicas para Aproveitar as Festas Juninas:

Chegue cedo: Para aproveitar ao máximo as atrações e evitar filas nas barracas de comidas.

Vista-se a caráter: Trajes típicos como vestidos de chita, chapéus de palha e camisas xadrez fazem parte da diversão.

Traga dinheiro em espécie: Algumas barracas podem não aceitar cartões.

Verifique a programação: Consulte as redes sociais ou sites das festas para conferir a programação detalhada e atualizações.

Com opções para todos os gostos, desde os bairros de origem caipira até espaços urbanos que celebram a tradição com muita criatividade, as festividades trazem à tona o espírito comunitário e a experiência cultural, cheia de música, dança, sabores e tradições. 

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