A historiadora e antropóloga, Lilia Moritz Schwarcz, tomou posse no dia 14 de junho da cadeira número 9, após a morte do diplomata e também historiador, Alberto Costa e Silva, em novembro de 2023, considerado por ela um “segundo pai”.
"Foi Alberto da Costa e Silva quem me levou pela mão para muitos lugares e, de certa maneira, para essa Cadeira [...] Ele que era, para mim, uma espécie de pai ancestral. Foram quase 30 anos preenchidos com uma intensa troca de cartas, reuniões, almoços, projetos, viagens e telefonemas semanais. Tudo que alimenta uma amizade, regada para durar.” Relata a escritora.
Quem é Lilia Schwarcz?
Lilia Moritz Schwarcz, 66, é formada pela Universidade de São Paulo (USP) no curso de Ciências Sociais e tem mestrado e doutorado em antropologia. Hoje é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e leciona como visitante da Universidade de Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos. Lilia é autora de mais de 30 livros, com traduções para outros idiomas e vencedora de dois Prêmios Jabuti pelas obras “As Barbas do Imperador” e “A Enciclopédia Negra”.
Super engajada nas redes sociais, ela faz publicações no Instagram sobre as notícias, sempre trazendo informações e história com muita reflexão. Tem também um podcast chamado “Oi, Gente”, onde traz semanalmente análises e opiniões. Lilia, junto de seu marido Luiz Schwarcz, fundaram a editora Companhia de Letras, com foco inicial em literatura e ciências humanas e hoje sendo a maior editora do país.
Cerimônia:
A imortal Rosiska Darcy de Oliveira, foi responsável pelo discurso de apresentação de Schwarcz. Em sua fala, disse que Lilia “é uma paulistana de pele branca, é uma grande intelectual presente na luta antiracial”. O colar, parte da cerimônia, foi entregue pelo ex-chanceler Celso Lafer.
O evento aconteceu no Palácio Petit Trianon, sede da academia das letras localizada no centro do Rio de Janeiro. Entre os presentes estavam o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a ministra do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia.

A votação para escolher quem iria suceder a cadeira número 9 aconteceu em março de 2024 e Schwarcz foi eleita com 24 dos 38 acadêmicos. A primeira mulher a tomar posse foi a escritora moderna Rachel de Queiroz. Agora, a professora se torna a 11ª mulher a fazer parte da acadêmica. Atualmente, dentre os 40 imortais, contam apenas com 5 mulheres - Fernanda Montenegro, Rosiska Darcy de Oliveira, Ana Maria Machado, Heloisa Teixeira e a recém chegada Lilia Schwarcz.
"As instituições públicas e privadas têm o papel de encampar lutas da sociedade brasileira. Uma luta muito forte é pela diferença. Entro na ABL no momento em que a Academia dá vários sinais de abertura para as populações negras que são maioria, mas minorizadas na representação, abertura para a população LGBTQIA +, para indígenas, para mulheres" disse a antropóloga em seu discurso de posse.
Seguindo a fala, Lilia homenageou o escritor Lima Barreto, que tentou entrar na academia três vezes e não conseguiu:
"Lima Barreto tentou três vezes entrar na Academia e desistiu. Depois, dois de seus biógrafos, Francisco de Assis Barbosa e eu mesma, aqui estamos. Penso que não será coincidência, tampouco, sermos brancos. Em mais cem anos de República não conseguimos modificar as desigualdades que interseccionam."
Ela continua sua reflexão voltada ao seu papel na academia: “A biografia que escrevi sobre ele, e que intitulei ‘Lima Barreto triste visionário’, de alguma maneira sedimenta uma trajetória de estudos voltada a entender não só o fenômeno do racismo, a maior contradição nacional, como o papel da sociedade branca nesse perverso processo histórica [...] A maneira como a população negra, majoritária no país, é constantemente transformada em uma “maioria minorizada” na representação.”
A cultura underground é aquela que se opõe a cultura pop e as demais disseminadas pela grande mídia. Esse estilo influenciou e foi influenciado pelos movimentos góticos, new wave, rap e heavy metal. Incluindo todos esses, temos o Thrash Metal, caracterizado pelas notas brutas e rápidas.
Neste foto documentário, você poderá acompanhar ensaios de bandas de Thrash metal e Metal Punk.
No dia 7 de junho estreou em São Paulo a versão brasileira da peça musical “Priscilla - A Rainha do Deserto”. Em sua terceira semana de exibição, o musical tem sido um sucesso de bilheteria, embalado pelas participações dos atores Reynaldo Gianecchini e Diego Martins que vivem os personagens Athony “Tick” Belrose, e Adam Whiteley. Já as atrizes Verónica Valenttino e Wallie Ruy irão se revezar para interpretar o papel de Bernadette Bassenger.

Sob a direção de Mariano Detry, o espetáculo é baseado no filme de 1994 de Stephan Elliott. A trama gira em torno de duas drag queens e uma mulher transexual, que são contratadas para realizar um show no meio do deserto australiano. Para chegar ao local, elas embarcam no ônibus chamado Priscilla e enfrentam inúmeros desafios e aventuras ao longo da jornada. A aceitação e o peso da homofobia na vida das personagens é tema durante todo o espetáculo e ganha destaque com o drama vivido pelo personagem de Gianecchini, que precisa lidar com a dificuldade de ser aceito por seu filho de 6 anos, Benjamin.
Priscilla é acima de tudo, uma representação da alegria e da importância da cultura LGBTQIA+. A peça consegue transportar o público para o vibrante e potente universo drag queen. Através de cenários e figurinos marcantes, o público é embalado por coreografias energéticas e uma trilha sonora repleta de hits como “I Will Survive” e “True Colors”, que trazem emoção a cada cena.
O equilíbrio entre humor e momentos de vulnerabilidade é possível por conta da atuação dos protagonistas. Diego Martins e Verônica Valenttino entregam performances intensas e, ao mesmo tempo, super divertidas e apaixonantes. Reynaldo Gianecchini também impressiona ao dar vida a Mitzi Mitosis e entregar ao público uma versão de si até então pouco conhecida.

FOTO: Luiza Fernandes /Divulgação / AGEMT
"Priscilla - A Rainha do Deserto” segue em cartaz no Teatro Bradesco, localizado em na Rua Palestra, número 500, até setembro com sessões de quinta a domingo. O convite é para a celebração da diversidade e resiliência da comunidade LGBTQIAP+. Para saber mais informações acesse o site (clique aqui)
O cinema brasileiro completa 126 anos nesta quarta-feira (19). A cinematografia das telas nacionais começou em 1898, com o cinegrafista ítalo-brasileiro Affonso Segreto (1875-1919).
Considerado o pioneiro na área dos cineastas, a data homenageia o primeiro registro de imagens em movimento no território brasileiro, realizado por ele. A vista da entrada da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, a bordo do navio francês Brésil, foi o cenário para a primeira filmagem brasileira de Segreto.
No início, o cinema brasileiro contava apenas com pequenos cortes de cenas cotidianas, como visto em "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí”, que ainda não continha som. O filme, dirigido por Vittorio Di Maio, é um curta do tipo documentário que mostra cenas de jovens dançando na escola, com um som que só eles tiveram a chance de ouvir.
O mundo das ficções chegou no início do século 20, baseado em crimes noticiados pela televisão, como "O crime da mala", de Francisco Serrador, em 1908. Porém, com a Primeira Guerra Mundial, o universo hollywoodiano dominou o mercado e produções norte-americanas aterrizavam no país sem burocracia, o que enfraqueceu os filmes locais.
O ano de 1909 foi marcado pela chegada dos filmes cantados. Mas não do tipo “High School Musical”: os atores ficavam atrás da tela dublando a si mesmos ao vivo.
O perrengue de trás das cortinas passou em 1929, quando "Acabaram-se os otários", de Luiz Barros, foi produzido. Mas não foi algo fácil de se desenvolver. Isso porque os equipamentos nacionais de filmagens e projeção sonora ainda não existiam no Brasil, teriam de ser construídos. Em apenas três meses de investimento e apoio de Tom Bill (ator e mecânico), José Del Picchia (cinegrafista) e das oficinas cinematográficas de Gustavo Zieglitz para a produção, os aparelhos para filmagem e exibição sonora, batizados de Sincrocinex, vieram ao mundo.
Apesar de já contar com tantos momentos, o primeiro grande estúdio do Brasil só foi surgir em 1930: o Cinédia, responsável pelo lançamento da insubstituível Carmem Miranda.
A partir de então, outros foram criados, como a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que produziu o primeiro filme brasileiro ganhador do Festival de Cannes, na categoria aventura, com "O Cangaceiro",de Lima Barreto.
Contudo, a valorização do cinema nacional atual passa por dificuldades. Para Jane de Almeida, pesquisadora e curadora com especialização em psicologia e cinema, “o cinema brasileiro não consegue a projeção internacional devida. Ele é muito diverso, mas fica difícil ser compreendido com uma identidade aos olhos estrangeiros”, declarou.
Cinema Novo
Considerada a melhor época do cinema nacional para Jane, O Cinema Novo (1955-1970) foi quando a produção do país ficou reconhecida internacionalmente no meio intelectual, apesar de não obter sucesso de público. Esse movimento teve seu auge após a ditadura militar e, diferente do cinema tradicional, propunha trazer preocupações sociais enraizadas e visibilizadas após o golpe, na cultura brasileira.
Para apreciar ou conhecer o cinema brasileiro, as recomendações são “Amor, Sublime Amor (1961) ” e “O Paciente Inglês (1996) ”. Outras indicações de Jane passeiam por clássicos e contemporâneos. Faça sua pipoca e se prepare para a maratona:
• Limite (Mário Peixoto)
• São Paulo, Sinfonia da Metrópole (Adalberto Kemeny e Rudolf Lustig);
• Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha);
• Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade);
• Marcado Para Morrer (Eduardo Coutinho);
• Bye Bye Brasil (Cacá Diegues);
• Carandiru (Hector Babenco);
• O Som ao Redor (Kleber Mendonça Filho);
• O Invasor (Beto Brant);
• Bacurau (Kleber Mendonça Filho);
• Amor Divino (Gabriel Mascaro);
• Morcego Negro (Claisson Vidal).
O mês de junho chega e com ele uma das celebrações mais aguardadas do calendário brasileiro: as festas juninas! Com suas bandeirinhas coloridas, danças típicas, comidas deliciosas e muita música, a festa traz consigo a tradição para todos os cantos do país. Em São Paulo, não é diferente. Há uma infinidade de opções para quem quer aproveitar ao máximo essa época festiva. Desde quermesses em bairros históricos até grandes eventos com atrações imperdíveis, há diversão garantida para toda a família. Prepare o traje caipira, arrume o chapéu de palha e descubra onde encontrar os arraiás mais animados da cidade.
1. Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora da Consolação
Foto: Alberto Rocha
O arraial da Paróquia Nossa Senhora da Consolação acontece há muitos anos e já virou uma tradição paulistana. Além das barraquinhas com comidas típicas, os visitantes podem curtir muita música, com shows ao vivo para arrasar no arrastapé! Toda a renda da festa é revertida em obras sociais que a igreja realiza. A entrada é livre.
Local: Rua da Consolação, 585 - Consolação
Datas: 15, 16, 22 e 23 de junho
Horário: A partir das 18h
Atrações: Barracas de comidas típicas, quadrilhas, shows ao vivo, brincadeiras populares e bingo.
2. Festa Junina da Paróquia do Calvário
Foto: Divulgação - Paróquia do Calvário.
Há 44 anos, a Comunidade da Paróquia São Paulo Cruz – popularmente conhecida como Igreja do Calvário – se organiza para promover uma das maiores festas beneficentes da cidade de São Paulo. Reunindo cerca de 20 barracas que contam desde pratos tradicionais da época até pratos típicos de outros países, além de brincadeiras, bingos e shows. O valor da entrada é de R$30 para adultos e R$15 idosos (60+). Idosos 80+ e crianças até 10 anos não pagam entrada.
Local: Rua Cardeal Arcoverde, 950 - Pinheiros
Datas: Todos os sábados e domingos de junho e da primeira semana de julho
Horário: A partir das 17h30.
Atrações: Comidas típicas, quadrilhas, shows de forró, brincadeiras e barracas de artesanato.
3. Festa Junina do Memorial da América Latina
Foto: Rafa Guirro
O Memorial da América Latina se transformará em um animado arraial para receber típicas danças de quadrilha, músicas animadas e uma festança gastronômica, incluindo o Festival do Milho Verde e o Festival de Sopas. Ao todo serão mais de 80 barracas oferecendo uma ampla variedade de pratos típicos, petiscos e guloseimas para toda a família. A entrada é gratuita.
Local: Av. Mário de Andrade, 664, Barra Funda - São Paulo
Datas: 15 e 16 de junho.
Horário: Das 11h às 21h
Atrações: Além das barracas, food trucks estarão presentes oferecendo sanduíches, tacos, burritos, pastéis, hambúrgueres, crepes e uma variedade de pratos doces. Para acompanhar, haverá também cervejas artesanais, drinques, refrigerantes, sucos naturais e água.
4. São João de Nóis Tudim
Foto: Danielle Felix
A popular festa do Centro de Tradições Nordestinas é uma das maiores e mais vibrantes festas juninas de São Paulo! Este ano, o evento está repleto de atrações para todos os gostos e idades. Desfrute das quadrilhas, com dançarinos animados e coreografias encantadoras, e assista a shows ao vivo de forró, sertanejo e outros ritmos que farão todos dançarem a noite toda. A festa conta com deliciosas comidas típicas, como pamonha, canjica, quentão e muitas outras iguarias juninas. A entrada é gratuita.
Local: Centro de Tradições Nordestinas – Rua Jacofer, 615
Datas: 01 a 28 de junho.
Horário: 11h às 22h
Atrações: Atrações musicais, interação artística, performances de quadrilha e gastronomia nordestina e junina.
5. Arraiá de Moema
Foto: Divulgação - Arraiá de Moema.
As festas de rua de Moema têm ficado cada vez melhores, e para a 6ª edição haverá uma ótima celebração na Praça Nossa Sra. Aparecida, ao lado do metrô Moema. O evento promete unir música e barraquinhas de comida. A entrada é gratuita e a programação completa será divulgada em breve.
Local: Praça Nossa Sra. Aparecida – Moema – SP
Datas: 22 e 23 de junho
Horário: A partir das 10h
Atrações: Comidas típicas, música ao vivo, brincadeiras juninas e, claro, muita quadrilha.
Dicas para Aproveitar as Festas Juninas:
Chegue cedo: Para aproveitar ao máximo as atrações e evitar filas nas barracas de comidas.
Vista-se a caráter: Trajes típicos como vestidos de chita, chapéus de palha e camisas xadrez fazem parte da diversão.
Traga dinheiro em espécie: Algumas barracas podem não aceitar cartões.
Verifique a programação: Consulte as redes sociais ou sites das festas para conferir a programação detalhada e atualizações.
Com opções para todos os gostos, desde os bairros de origem caipira até espaços urbanos que celebram a tradição com muita criatividade, as festividades trazem à tona o espírito comunitário e a experiência cultural, cheia de música, dança, sabores e tradições.