A conexão entre a vida e a arte se dá justamente pelo fato de que a criação artística é uma manifestação da experiência humana. As obras são reflexo da cultura e da história de cada artista, um fragmento da sua vivência.
Em um museu, diversos fragmentos de arte são expostos a pessoas de diferentes origens e histórias que se encontram no espaço comum da apreciação e reflexão artística. Na Pinacoteca de São Paulo, em uma quarta feira nublada. As histórias dos visitantes se une com a dos artistas.





No novo episódio do podcast "Renascimento Psicodélico", sobre as características variadas dessas substâncias e as discussões na sociedade, entrevistamos a jornalista Anita Krepp, ex-repórter da Folha de S.Paulo e da Exame, hoje escrevendo para o portal Poder360, em reportagens focadas na cannabis medicinal, social e industrial no mundo. Também contamos com a participação do Carlos Minuano, jornalista há 20 anos, editor-chefe da revista digital Psicodelicamente. Perguntamos para ambos sobre o avanço das pesquisas científicas nesse contexto? E a aprovação de alguns estados dos EUA e mais recentemente da Austrália para o uso medicinal? O que impede o avanço do uso atualmente no Brasil? A descriminalização do uso pessoal influencia positivamente ou negativamente, entre outras perguntas? Confira em vídeo a entrevista.
"A moda, no meu ponto de vista, é um reflexo da sociedade, ela vai muito além das roupas e acessórios. Moda é comunicação, cultura, economia, política. É por meio dela que conseguimos criar diálogos, nos conectamos com as pessoas ao nosso redor e expressamos nossa personalidade ao mundo", diz Luisa Masson, entrevistada do podcast. Com o avanço das redes sociais o mundo fashionista sofreu alterações. As influenciadoras comentam sobre o crescimento de conteúdos no TikTok.
Finalizada neste domingo (28), Succession foi criada por Jesse Armstrong e estreou no canal de streaming HBO Max em 2018. A série conta a história da família Roy, proprietária da WayStar Roy, um dos maiores conglomerados de mídia dos Estados Unidos.
O início da primeira temporada é marcada pelo adoecimento de Logan Roy (Brian Cox), patriarca da família e comandante da empresa. Esse acontecimento faz com que seus filhos Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin), Connor (Alan Ruck) e Kendall (Jeremy Strong) comecem a disputa pelo poder.
Divulgação da primeira temporada/ reprodução: HBO Max
Quando lançada, a série não teve tanta adesão do público como em suas temporadas finais. Com termos técnicos e diálogos difíceis, seu roteiro prometia uma trama bastante conhecida pelo público: ricos disputando por negócios. A genialidade da série aos poucos foi se mostrando quando ela atualizou o tema batido e complexificou os personagens com muitos acontecimentos inspirados na vida real. Succession consegue mostrar ao público os bastidores, momento que a burguesia faz de tudo para a manutenção do poder.
Apesar de se passar nos Estados Unidos, Succession cativou fãs em todo o mundo, inclusive no Brasil. O delírio coletivo de que bilionários tinham vidas fora do comum e eram pessoal a cima da média foi desmontado pela série. Além disso, por ser uma trama de bastidores de uma família rica, as curiosidades que as pessoas têm vai além dos EUA . A critica de cinema Isabela Boskov afirmou ser um dos finais mais bem construidos da historia da TV, podendo ser comparada com outros sucessos da HBO como Os Sopranos. Outros veículos brasileiros como o Omelete Tv também viram a série como uma obra prima contemporânea, extrapolando as fronteiras norte americanas.
Tudo começa com os filhos ansiosos pela retirada do pai do cargo de CEO na empresa. Enquanto Logan Roy passa dias difíceis no hospital, Kendall Roy planeja tomar seu lugar e ser o mais novo magnata das mídias dos EUA. O comportamento supostamente transgressor de Kendall é bastante recorrente em todas as temporadas, mas em momentos de crise, o personagem se mostra bastante infantil, buscando a aprovação do pai e que ele resolva tudo quando as coisas dão completamente errado.
No mesmo momento do adoecimento do patriarca, outro evento importante acontece. Tom Wambsganss (Matthew Macfadyen) pede Shiv em casamento, sendo mais um a disputar um pedaço do poder. Junto com o primo Greg (Nicholas Braun), Tom cumpre o papel de alguém de fora da família que aos poucos vai adentrando, assim como o público que assiste. Pouco a pouco, os dois também são corrompidos pelo capital, uma vez que na quarta temporada ambos já pensam como um Roy e fazem a sujeira que é necessária para permanecerem ali.
Na segunda temporada, Logan já está recuperado e volta ao comando com seu filho, Kendall, que obedece ao pai como um cachorro, após fracassar na escalada ao trono. Além disso, escandalos envolvendo assédio sexual, moral, assasinatos e ocultação de cadáver vêm à tona contra executivos da área de cruzeiros da empresa, articulando todos os interessados a salvá-la. É importante ligar esse momento da ficção com a realidade, já que o ator Nicholas Braun, que interpreta o primo Greg, foi acusado de assédio sexual por diversas mulheres do ramo do entretenimento dos EUA em 2023.
O escândalo dos cruzeiros faz com que a família debata um possível CEO que não seja Roy, a fim de minimizar o caso. A temporada é encerrada com Kendall mais um vez indo contra o pai, tentando novamente chegar ao poder e, de novo, falhando. A terceira temporada é marcada pela disputa entre Logan e o filho, além de uma possível compra da WayStar Roy por uma empresa focada em tecnologia, a GoJo. Na série, ela representa as bigtechs como Meta e Tesla, que são comandadas por jovens bilionários supostamente brilhantes, que incorporam empresas mais tradicionais.
Em 26 de março de 2023 foi lançada a última e mais bem avaliada temporada de Succession, a qual encerra de maneira brilhante a corrida ao trono e mostra como a dinâmica de meritocracia não existe, tudo é decidido com base na persuasão. A média de avaliação de sites como IMDB e Rotten Tomatoes, crítica especializada, varia de 9 a 10, sendo uma das melhores avaliações já vistas na história da TV.
Tom e Shiv/ fonte: HBO
Na última fase da trama, personagens como Greg e Tom começam a colher os frutos plantados no primeiro episódio lançado em 2018, demonstrando que aprenderam o suficiente com os Roy, inclusive manipulando-os para ganharem a disputa do poder. Outro importante personagem dos episódios finais é o dono da bigtech GoJo, Lucas Matsson, sueco que brinca o tempo todo com a família, ao mesmo tempo que mostra ter comportamentos totalmente contraditórios e até criminosos. Em certa altura é dito, inclusive, que o mérito da longevidade da bigtech pouco tem a ver com seu dono e sim com a construção de homem genial que foi feita em volta dele.
As eleições americanas são destaque na temporada, quando é possível que os espectadores tenham dimensão da importância da mídia nesse momento, pois uma trama que aconteceu na vida real é retratada.
Durante as eleições presidenciais de 2020, disputadas entre Joe Biden e Donald Trump, o canal americano Fox News declarou a vitória para Trump e, quando o resultado oficial saiu, contrário ao republicano, a emissora usou essa declaração falsa para articular o golpe antidemocrático que ficou conhecido como o ataque ao Capitólio, no dia 6 de Janeiro de 2021.
Em Succession, o jornal ATN - pertencente à WayStar Roy - se coloca a favor do candidato de extrema direita, Jerryd Mencken (Justin Kirk), que inclusive afirma que mesmo se perder, quer começar ganhando. O paralelo com a realidade vem quando o jornal declara a vitória ao republicano, em um discurso logo após a suposta vitória, Mencken afirma que não irá aceitar resultado diferente, usando a importância da ATN como argumento. O final da série não aborda uma tentativa de golpe, mas deixa subentendido que algo parecido pode estar prestes a acontecer.
Kendall Roy/ fonte: HBO
O terceiro episódio da temporada foi eleito o melhor de toda a série, com avaliação máxima pela crítica. Um acontecimento desse episódio faz com que a família tenha que lidar com o mais democrático acontecimento da humanidade: a morte. Por quatro anos Succession brinca com uma dualidade da burguesia, que se entende como superior quando na realidade não é, todos os seres possuem o mesmo fim. A morte parece fazer com que os Roy percebam isso, por toda a última temporada os jogos de poder vão ficando mais fracos e Connor, Kendall, Roman e Shiv entendem que eles, no final das contas, não são tão relevantes e excêntricos quanto o mundo faz parecer que eles sejam. Os irmãos percebem que são totalmente substituíveis. O décimo e último episódio encerra esse ciclo e demonstra que quem chega no trono não é o mais apto e sim o que mais soube jogar o jogo do poder.
O Brasil é o segundo país que mais consome serviços de streaming, de acordo com o relatório de adoção de Streaming Global do Finder de 2021, ficando apenas atrás da Nova Zelândia. O estudo da companhia australiana leva em conta os 18 principais mercados de streaming do mundo, dentre eles estão: Netflix, Amazon Prime Video, HBO MAX, entre outras. A pesquisa mostrou que pelo menos 65% dos adultos brasileiros possuem um serviço de streaming, enquanto a média global é de 56%. Foram considerados 28.547 adultos de 18 países, e o Brasil ficou em segundo por uma diferença de 0,26%.
Este é exemplo claro da popularização dos serviços de filmes e séries online é o evento Tudum da Netflix. Sua primeira edição, realizada em 2020, contou com experiências imersivas e novidades para os amantes das produções da plataforma, contabilizando mais de 50.000 pessoas durante os quatro dias de evento. Já a segunda e terceira edições do festival tiveram que ser realizadas de maneira remota dada à pandemia de COVID-19. A atriz Maisa Silva, é a apresentadora oficial da Tudum, estratégia inteligente para cativar o público jovem fã de cultura pop. O sucesso do streaming e do evento se comprovou em 2023 com o esgotamento de ingressos em apenas uma hora após sua liberação.
Isadora Pinho, de 21 anos, consumidora assídua dessas plataformas e estudante de psicologia, relata: “Hoje tem a possibilidade de assistir de qualquer dispositivo, seja ele uma televisão, um computador ou celular, e às vezes trazer um pouco de entretenimento para um momento estressante independente do lugar.” De acordo com a NordVPN, especializada em cibersegurança, o brasileiro gasta cerca de 92 horas por semana na internet, mas a atividade que mais toma seu tempo é assistir streaming, com 13 horas semanais. A jovem conta que não foge das estatísticas: “Acho que passo em média umas 4 horas por dia, porque eu adoro descansar assistindo filme ou série sozinha enquanto faço alguma coisa, tipo pintar as unhas ou fazer alguma maquiagem. Mas também porque eu gosto muito de ver filmes sobre alguns assuntos da faculdade, muitas vezes recomendados pelos meus professores, pra poder me inteirar da matéria."

A fuga da realidade é um fator bem atrativo para as pessoas. A antropóloga Milena Leão conta mais sobre o assunto em entrevista para a AGEMT: “Uma das características mais marcantes dos brasileiros é o caráter "descolado". Do malandro, brincalhão que tem seu tom pejorativo em muitos contextos de xenofobia, mas que reflete uma característica do brasileiro de estar aberto ao novo, ao entretenimento. E sim, muitas vezes na busca pelo escapismo, denotando um certo descompromisso com a realidade, nem que seja pelo período de um episódio.”
Com os serviços de streaming cada vez mais populares, outra questão levada em conta é: o acesso ao entretenimento. É de se imaginar que quando com preços acessíveis para a população há um maior público e o mesmo acontece com os streamings. “É importante deixar claro que não devemos generalizar, tão pouco esquecer que apesar de acessível para muitos, há uma parcela da população que não tem acesso, uns devido a índices de pobreza e outros por não conseguirem se comprometer com uma mensalidade regular, o que acredito ter gerado uma nova dinâmica de atendimento para esse público, onde muitos serviços abriram mão de termos de fidelidade permitindo uma certa fluidez de entrada e saída de assinantes”, relata Milena.
Porém, no caminho contrário, a Netflix pretende taxar seus assinantes que compartilham a senha. Na última terça-feira, 23 de maio, a multinacional passou a cobrar R$12,90 mensais para o compartilhamento de senha da plataforma com pessoas de fora da residência principal do assinante. Segundo a empresa, a assinatura permanece liberada para os residentes de uma mesma casa - compartilhadores da mesma internet. Porém, caso você queira utilizar o streaming fora dessa conexão será necessário a assinatura extra limitada a uma assinatura no plano padrão e duas no extra. Tal decisão deve impactar no acesso às mídias oferecidas pela plataforma. O conteúdo passa a ficar cada vez mais restrito por esse aumento no preço e limitação de compartilhamento. Internautas têm expressado seu descontentamento com a decisão, mas a empresa não se posicionou a respeito.