Peça de Antônio Fagundes e Christiane Torloni tem temporada prevista até dezembro
por
Giovanna Montanhan
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01/10/2024 - 12h

A estreia da peça ‘Dois de Nós’ ocorreu no dia 05 de setembro, no Teatro TUCA. O elenco reúne grandes nomes do teatro e da televisão brasileira, como Christiane Torloni, Antônio Fagundes, Thiago Fragoso e Alexandra Martins. É dirigido por José Possi Neto, e concebido e escrito por Gustavo Pinheiro, jornalista que também assinou os textos de ‘Antes do Ano que Vem’ e ‘A Lista’. O palco do Teatro TUCA foi escolhido para ser a primeira casa do espetáculo, que ficará em cartaz até dia 15 de dezembro.

A premissa é de um mesmo casal, retratado em dois momentos distintos de suas vidas - na juventude, sendo interpretados por Alexandra e Thiago e na velhice, por Christiane e Antônio. Em um determinado momento, ambas as versões se encontram em um mesmo quarto de hotel, onde o passado e o futuro se entrelaçam, revelando segredos, frustrações e sonhos. O choque entre duas perspectivas de si mesmos desencadeia uma série de revelações e questionamentos. 

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Elenco da peça 'Dois de Nós' - Reprodução: Instagram @doisdenosteatro

 

A química e o entrosamento entre os atores é um ponto de destaque na peça. Alguns membros do elenco da peça já haviam trabalhado juntos anteriormente, como Torloni e Fagundes, que contracenaram juntos em ‘Amizade Colorida’ (1981), ‘Besame Mucho’ (1987) ‘Louco Amor’ (1983),  ‘A Viagem’ (1994) e ‘Velho Chico’ (2016).

Alexandra Martins explicou, em entrevista à AGEMT, que o texto foi escolhido pelo próprio Gustavo Pinheiro, e escrito especificamente no elenco atual. Ela se apaixonou imediatamente pela obra assim que teve o primeiro contato com o roteiro, que discute a questão geracional nos relacionamentos. 

Antonio Fagundes afirmou, também para a AGEMT, que o texto é “perfeito para o momento atual, em um período em que tantas pessoas estão se afastando umas das outras em meio à polarização”.

Para ele, a peça traz uma mensagem importante de união. Ao comentar sobre suas contribuições ao personagem, mencionou que “todo ator sempre contribui para além do que está no texto de alguma forma”. 

Já Thiago Fragoso explicou que, embora o texto normalmente seja o primeiro fator a atrair um ator, foi o convite de Fagundes que o motivou para o trabalho. Segundo ele, que já havia trabalhado com o ator na televisão, a parceria no teatro seria um próximo passo. Rasgou elogios a Antônio, o reverenciando como “uma lenda do ofício”, como alguém que “continua a se superar”.

Por fim, mencionou que o encontro é uma honra e uma experiência muito especial, e, também fez questão de reafirmar a genialidade do texto. 

A peça utiliza do recurso da metalinguagem e leva o público para uma reflexão sobre as relações humanas e suas imperfeições, mostrando como elas são, na verdade, perfeitas em sua complexidade.Ao contrário das idealizações trazidas pelas comédias românticas norte-americanas, o espetáculo confronta o espectador com a realidade.

O espetáculo é recheado de momentos de gargalhadas intensas e emoções profundas, proporcionados por uma escrita atual e sagaz, que retrata os desafios da modernidade de maneira leve e divertida. O humor, aliado à reflexão, faz também com que o público não apenas se divirta com as situações cotidianas encenadas no palco, mas também se enxergue nelas, como um autorretrato. 

Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro TUCA e também no site/app do Sympla. Os valores começam a partir de R$80. Entretanto, docentes e discentes da PUC-SP pagam R$20. 

Também é possível adquirir uma visita guiada pelos próprios atores aos bastidores, camarins e coxias por R$100 a mais. 

Ao fim de cada sessão, há um bate-papo onde os atores interagem com a plateia e respondem respectivas dúvidas e impressões sobre o espetáculo apresentado.

 

O grupo de super-heróis, expondo assuntos como genocídio e preconceito, é elevado a outro patamar
por
Matheus Henrique
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14/06/2024 - 12h

A Marvel, após enfrentar recepções mornas em longas como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) e As Marvels (2023), e experimentar séries igualmente rejeitadas pelo público e crítica, como Invasão Secreta (2023) e She-Hulk (2022) conseguiu oferecer em X-Men '97 uma visão madura e consciente da sociedade, redimindo-se de suas últimas produções frequentemente criticadas pelo tom infantil e despolitizado.

A história se inicia um ano após o fim da quinta temporada da série clássica dos anos 90, na qual Charles Xavier supostamente morreu devido a um atentado de Henry Peter Gyrich, um dos vilões clássicos da série. Simultaneamente, o grupo ainda lida com extremistas que visam o extermínio da raça mutante. O ódio anti-mutante adquire aqui um pano de fundo político, simbolizando a aversão a qualquer minoria. Com a quase morte de Xavier, Scott Summers, o Ciclope, assume a liderança da equipe, que posteriormente é transferida para Erik Magnus Lehnsherr, o Magneto.

A repulsa, que também é o principal fio condutor da série, se demonstra nessa sociedade fictícia como algo brutal, em que visões de mundo, mesmo desejando o melhor para sua espécie, se chocam, convidando o público a tomar um lado. Em um polo, temos a ideologia de Magneto, que aposta na segregação de sua espécie mutante para cessar o ódio contra eles, enquanto Xavier, pacifista, idealizava a coexistência da raça evoluída com os seres humanos. Magneto, ao ser posto como líder do grupo, tenta assumir uma postura próxima à de Xavier, mesmo sendo recebido com desconfiança por líderes mundiais e pelos próprios X-Men.

No quinto episódio da temporada, intitulado "Lembre-se Disso", ocorre o genocídio mutante em Genosha, um evento devastador que resultou na morte de Gambit, um dos X-Men, e de milhares de outras vítimas. Genosha, originalmente apresentada na série clássica dos anos 90 como uma base para trabalho escravo, foi reinterpretada em X-Men '97 como uma criação de Magneto, destinada a ser um lar acolhedor para milhares de mutantes de diversas origens e habilidades.

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Vampira chora abraçada ao corpo de Gambit, que morreu após o massacre - Fonte: Disney

Além disso, os vilões da série também contribuem para a alegoria explorada. Bastion é retratado como o responsável pelo massacre de mutantes, incluindo crianças, que ocorreu com o aval da ONU. Paralelamente, há a presença de um lunático eugenista, cujo discurso se assemelha ao do nazismo, personificado na figura do Dr. Sinistro. Esses elementos reforçam a temática complexa da série e instiga os espectadores a refletirem sobre questões étnicas.

A animação faz questão de apresentar os problemas que essa sociedade enfrenta, desde um médico que se recusa a realizar um parto mutante por aversão a raça, até uma comunidade conservadora que rejeita a inclusão dos mutantes na sociedade, com medo de perder seus empregos, já que eles são vistos como superiores devido aos seus poderes, e representam uma ameaça ao estado de bem-estar dessa população, numa clara metáfora à xenofobia estadunidense. Este é um dos maiores acertos da Marvel, que nesta produção não teme criticar temas como conservadorismo e reacionarismo.

Personagens como Tempestade, que perde seus poderes no início da temporada e parte em uma jornada de autodescoberta, ou Madelyne Pryor, que reflete preocupações com o preconceito que sua prole mutante enfrentaria, simbolizam, respectivamente, questões ligadas à negritude, ao feminismo e à maternidade. Aqui, os X-Men são pensados não apenas como um coletivo, mas também através de histórias individuais, com suas nuances.

A primeira temporada da saga está completa no Disney+, e é criada e roteirizada por Beau DeMayo (The Witcher: A Lenda do Lobo). Nessa primeira leva de episódios, se mostra melhor amarrada em comparação à série original, em que o estilo de aventura procedural, com conflitos resolvidos em cada episódio, é deixado de lado para entregar uma narrativa coesa e muito bem construída, desenvolvida ao longo de toda a temporada.

A animação em si é um dos pontos altos da série, extremamente colorida, enérgica e com uma excelente trilha sonora inspirada em Michael Jackson e na banda Radiohead, com presença marcante de sintetizadores, que demarca bem a trilha de cada um dos personagens. As referências de época são outro ponto de destaque, como no quarto episódio, em que a série brinca com a estética noventista, referenciando jogos de 8 e 16 bits, populares na época, oferecendo uma experiência agradável e nostálgica de assistir.

Comparada a outras séries, X-Men '97 se destaca por seu enfoque crítico e principalmente político, no qual se alegoriza aos mutantes questões minoritárias integrado de forma coesa à narrativa, sem parecer forçado. É fácil perceber que a série dialoga com o que ocorre na realidade, como o próprio criador e roteirista da série fez questão de mencionar. DeMayo escreveu em uma postagem no X, antigo Twitter, que se inspirou em eventos reais, como os ataques em Tulsa, na boate Pulse e às Torres Gêmeas, para criação do quinto episódio.

A série, através de personagens complexos e temas relevantes, estabelece um novo padrão para animações de super-heróis. Ao utilizar os personagens como metáfora para temas como autoaceitação e preconceito, demonstra não temer uma experiência provocativa e que leve seu público à reflexão. A segunda temporada do seriado está em estágio de produção, com uma terceira confirmada pela Marvel Studios.

Pabllo Vittar celebra suas raízes no tecnobrega e forró ao resgatar hinos que fizeram parte da sua formação musical.
por
Pedro da Silva Menezes
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11/04/2024 - 12h

Na tarde desta terça-feira (09) Pabllo Vittar realizou uma listening party para mais de 300 pessoas, em parceria com a Apple Music, para iniciar a divulgação de “Batidão Tropical Vol. 2”, novo álbum da artista. Ingressos foram distribuídos através da sua central no X para os fãs ouvirem o álbum horas antes do lançamento oficial no Cinema Marquise junto a Drag Queen.

Fãs com Pabllo Vittar no cinema após a audição do álbum.
Fãs com Pabllo Vittar após a audição do álbum. FOTO: Divulgação /Central Pabllo Vittar

O álbum é a sequência do “Batidão Tropical”, obra lançada durante a pandemia, que surpreendeu os fãs ao trazer músicas com características das sonoridades do norte e nordeste do país. Estão presentes ritmos como o tecnobrega com a energética “Triste com T” e regravações de canções de bandas locais, como a de “Zap Zum” da Companhia do Calypso. Música que viralizou durante as Olimpíadas de Tóquio em 2021 através de vídeos feitos pelo jogador Douglas Souza do time brasileiro de vôlei, chegando até a tocar durante um dos jogos da seleção.

Eleito um dos melhores álbuns de 2021 pela APCA, o disco agradou público e crítica e iniciou um movimento nas redes pedindo sua continuação. Após dois anos do lançamento do original, o volume dois chegou e os vittarlovers conferiram as 11 faixas, incluindo duas já conhecidas pelo público, “Pede Pra Eu Ficar (Listen To Your Heart)” e “Ai Ai Ai Mega Príncipe”, uma inédita, “Idiota” e a gravação ainda conta com 3 músicas bloqueadas.

Na audição Vittar se mostrou alegre com resultado dos vídeos que ilustram a atmosfera construída pela sonoridade e resgata visuais dos anos 2000, época em que as composições repaginadas no volume dois se popularizaram. A Queen afirmou, em uma rodada de perguntas dos fãs durante o evento, que as 3 canções bloqueadas são colaborações. O cantor Nattanzinho já confirmou por meio de seu Instagram que irá lançar algo com a drag gerando expectativas sobre sua participação em uma das canções. Além disso, ela disse que seu visualizer favorito de gravar foi “Me Usa”, originalmente da Banda Magníficos.

O ponto alto do álbum é a nova “Idiota”. Em entrevista ao Papel Pop, Pabllo conta que a faixa está pronta a dois anos, contudo, a produção inicialmente era um sertanejo, mas teve um trecho vazado a um ano atrás. O que foi sua motivação para mudar o ritmo e transformá-la em um melancólico e ao mesmo tempo energético forró que fez todos os ouvintes levantarem de suas poltronas durante a audição no cinema para apreciar finalmente - e oficialmente - o que os fãs chamaram de hino.

A artista demonstra sua originalidade e visão em “Não Desligue o Telefone”, originalmente de Tony Guerra. Na sua versão, ela não se limita em reproduzir o original e imprime sua identidade fundindo suas referências pop eletrônicas com o forró. Uma excelente regravação que evoca os trabalhos de Charli XCX, se esta tivesse nascido no Maranhão nos anos 90, assim como a cantora pop brasileira.

O “Batidão Tropical vol. 2” cumpre uma função cultural ao preservar ritmos populares brasileiros e composições que já foram regravadas anteriormente. Como é o caso de “Rubi”, da Banda Ravelly que ficou famosa em todo Brasil na voz da Banda Djavu e agora ressurge para uma nova geração pela voz de Pabllo Vittar. Com o álbum, Vittar mantém viva a memória sem abdicar da sua assinatura pessoal, mostrando seu poder ao reinventar clássicos, seja em suas performances vibrantes, sonoridades únicas ou clipes inovadores.

Best-seller de Carla Madeira tornou-se um dos livros de ficção mais vendidos do país
por
Bruna Quirino Alves
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14/11/2023 - 12h

“Tudo é rio” é o romance de estreia de Carla Madeira. Publicado pela editora Record, está na seleta lista dos livros brasileiros de ficção mais vendidos. Em 2021 e 2022, a obra vem dividindo com Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (o mais vendido da categoria no Brasil), a atenção de leitores e críticos. Também pela Record, a autora lançou Véspera (2021), o terceiro e inédito romance, e relançou A Natureza da Mordida (2022), o segundo, que havia sido publicado em 2018.

Tudo é rio de Carla Madeira é um livro sobre transbordamento, como a própria autora define. O processo de leitura te leva em uma montanha-russa onde o amor, o ódio e o perdão se misturam em um rio de sentimentos, os quais não se pode controlar.

A história traz três personagens principais: Lucy, prostituta da cidade, e o casal Dalva e Venâncio. Eles, até então muito apaixonados, tiveram o casamento marcado por uma tragédia, que mudou completamente a dinâmica entre eles, a partir desse momento Lucy atravessa a história dos dois e é atravessada por eles com a mesma intensidade.

Carla Madeira constrói camadas sem uma régua moral e seus personagens apresentam complexidade e profundidade, enquanto fogem de maniqueísmos. Ao longo do livro, o leitor se vê em uma posição de confusão constante e a autora provoca essa sensação intencionalmente, e com excelência.

Inventivo na forma, o romance organiza-se por capítulos que desobedecem a ordem cronológica e vão e voltam, tal como uma série televisiva em que a câmera muda a cada cena. O tema do amor e da tragédia não tem nada de original, mas o grande trunfo de Carla Madeira é a forma pela qual sua linguagem poética, suave, nos conta essa história.

A obra é questionadora e provocante em uma essência, mas o principal questionamento gira em torno do perdão: Como perdoar o imperdoável e lidar com o amor que permanece?

Carla não se atém à superficialidade ao narrar detalhadamente o quão excruciante é a dor que Dalva, a personagem principal, vivencia em sua jornada pelo luto, até o perdão. A escolha de repetir certas cenas durante a narrativa é proposital e enfatiza como a dor pode ser paralisante, se manter em um ciclo destrutivo parece ser a única escolha.

A violência doméstica é retratada a partir de uma perspectiva diferente. A autora se afasta do julgamento e demonstra empatia com as mulheres que não conseguem sair desse tipo de situação, o que pode ser visto no seguinte trecho da obra:

“Dalva poderia tantas coisas se pudesse. Mas só pôde o que fez. Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo.”

Após receber críticas por “romantizar” a agressão, a autora afirma que o intuito nunca foi esse. Ela explora a sua própria curiosidade que permeia as motivações que levam uma mulher violentada à escolher ficar.

Tudo é rio é uma investigação sobre a água, ou seja, sobre tudo aquilo que é tão potente que não se pode limitar à qualquer coisa além de seguir o próprio fluxo. O amor, o ódio, a raiva, são sentimentos que, quando represados, tensionam o sujeito que sente e acabam transbordando. Aqui temos uma obra que permanece ressonando no leitor, mas não em sua mente racional, mas nesse intangível lugar onde mora aquilo que não conseguimos traduzir em palavras, só sentir.

Jão reúne 12 mil fãs em uma audição exclusiva do seu novo álbum que busca referências oitentistas e exalta sua versatilidade.
por
Romulo Santana
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15/08/2023 - 12h

Depois de “Lobos” representando a terra, “Anti-Herói” o ar e “Pirata” a água, chega a vez de “Super”: o álbum de fogo. João Vitor Romania Balbino (28), mais conhecido como Jão, começou sua carreira com o lançamento de covers na internet, enquanto era graduando de publicidade e propaganda na USP. Com 5 anos de carreira, ele se tornou um nome em ascensão no cenário do pop nacional. Sua última turnê “Pirata”, contou com 40 apresentações — sendo 6 dessas esgotadas no Espaço das Américas. Já a “Super Turnê”, seu novo projeto, começa no dia 10 de Janeiro de 2024, no Allianz Parque, com a proposta de ser uma tour de estádios e arenas. Antes disso, Jão se apresenta no festival The Town no dia 2 de Setembro. “Coisas gigantes estarão presentes”, disse ele durante a audição exclusiva do álbum “Super”.

Um homem branco de cabelos platinados veste uma regata branca e uma calça jeans azul e está sentado em cima de uma cerca de madeira
Tracklist do álbum "Super". Imagem: Gabriel Vorbon. Reprodução Instagram

 

Seu novo lançamento tem referências oitentistas aparentes em sua sonoridade, trazendo novas histórias de amor nas composições inéditas, que também exploram a vida amorosa do cantor. No “lado a”, o disco busca ser mais leve, com instrumentais mais animados, como forma de revisitar sua juventude no interior, mas também suas histórias na atualidade, finalizando com a sétima faixa “Julho” – sendo também o lado mais comercial do disco.  Os destaques deste lado do projeto ficam para “Escorpião”, que cria uma atmosfera intensa que permeia a gravação e “Gameboy”, quando o cantor exibe sua autoestima dentro de um relacionamento e como toda aquela situação parece um jogo que ele está disposto a jogar. Já o “lado b”, abraça composições mais sóbrias e sombrias – como por exemplo sua mudança do interior para a cidade de São Paulo em 2015 – além de muitas referências aos seus lançamentos anteriores. Destaca-se “Eu posso ser como você”, com outro ponto de vista da história da faixa anterior “Julho” e também uma resposta faixa “Eu quero ser como você”, do seu disco de estreia.


 

Na imagem há um banner vermelho com os dizeres "Jão Super, audição" à frente do Ginásio do Ibirapuera
Entrada da audição exclusiva no Ginásio do Ibirapuera. Imagem: Romulo Santana

 

O artista disse que já escolheu o single que iniciará a divulgação do álbum, mas que o clipe ainda não foi gravado. A audição exclusiva do “Super” ocorreu no dia 13/08, no Ginásio do Ibirapuera – com 12 mil ingressos distribuídos de forma gratuita pelo cantor. O evento foi apresentado pela jornalista Valentina Pulgarin, amiga pessoal do cantor. Ao fim da apresentação do trailer do disco, a apresentadora iniciou uma contagem regressiva para a 1ª audição do material inédito com vizualizers. Após a escuta do material, o artista agradeceu emocionado a recepção dos fãs e foi entrevistado por Pulgarin. Jão diz não ter tido férias após a última turnê e que “Super” foi sua prioridade, uma vez que o trabalho só faz sentido quando chega à seus fãs. Seu novo trabalho chegou às plataformas digitais na última Segunda (14).

Em um telão, Jão, um homem branco de cabelos platinados secando os olhos
Jão emocionado, após a audição de "Super". Imagem: Romulo Santana

 

Comentário da crônica "Acabou a Censura" de Augusto Boal
por
Artur dos Santos
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09/06/2022 - 12h

No simbólico dia 7 de Junho, data na qual é comemorada a liberdade de imprensa no Brasil, faço o resgate de uma crônica de Augusto Boal (presente em seu livro Crônicas de Nuestra América) chamada “Acabou a Censura”. Antes de me ater à crônica propriamente dita, vou tratar da apresentação do livro. 

 

Boal escreve que são todas crônicas verdadeiras: “histórias que o povo andou me contando, aqui e ali, nestas viagens que eu, errante, ando fazendo desde que saí do Brasil em 1971”. O autor, acrescento, não apenas “saiu” do Brasil e foi para a Argentina como escreve; em 1971, foi preso e torturado pelo governo federal e na Argentina buscou exílio.

 

A crônica em questão é justamente sobre o fim da censura; trata de um dia especial no qual Toríbio, chefe da redação de um jornal, recebe a informação da Censura Federal que o censor não iria mais fazer seu “trabalho preventivo”. 

 

“Liberdade de Imprensa! Jornalismo responsável! Nação civilizada no concerto das nações livres e adultas!” pensa Toríbio. Nunca mais a figura sinistra do Censor atrapalharia as publicações… a imprensa estava enfim livre.

 

Sai pela redação pedindo manchetes bombásticas para celebrar a nova fase do jornalismo agora livre. “Quero alguma coisa sensacional! Explosiva! Detonante!” Vendo que nenhuma lhe agradava (por não condizer com a realidade eufórica do presente dia), chama todos os redatores para uma reunião para decidir tal manchete. 

 

Na reunião, um jovem jornalista sugere uma pauta necessariamente sobre o fim da censura: “VERDADEIRO PLEBISCITO: O POVO MOSTROU SEU VIOLENTO REPÚDIO À DITADURA, VOTANDO MACIÇAMENTE NOS CANDIDATOS DA OPOSIÇÃO”. Toríbio se assusta… a imprensa é agora livre, mas… seria tão livre assim dentro de sua própria cabeça? “É… felizmente… acabou a censura… mas, afinal de contas, como diz você… somos gente responsável” gaguejou. 

 

Vão ter que mudar a manchete, várias palavras ali são muito subversivas… não se pode sair de uma censura e ir para o caos da liberdade de maneira tão rápida. A redação se põe a mudar a manchete; a censura atua dentro de cada velho jornalista naquela presente. 

 

Muda não só uma vez, mas várias e várias vezes… cada mudança evidencia que o Censor ainda ocupa seu lugar na redação. O jovem protesta e os antigos reformulam: “ditadura”, “plebiscito”, “repúdio”, “oposição” (termos muito subversivos) são alterados para “governo vigente”, “democracia”, “preferências”, “candidatos de sua preferência”, respectivamente.

Mas o clima era de festa! Acabou a Censura; liberdade de imprensa, finalmen… afinal! (finalmente é meio subversivo, não acha?)

 

O novo disco de Miley Cyrus traz covers, sucessos e músicas inéditas.
por
Maria Ferreira dos Santos
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04/06/2022 - 12h

Lançado no dia primeiro de abril, o álbum “ATTENTION: MILEY LIVE” já é um marco para a carreira de Miley Cyrus, isso porque essa é a sua primeira coletânea ao vivo. Nela a cantora traz covers de clássicas canções e relembra seus sucessos, é como se fossem as mesmas músicas de antes só que cantadas pela Miley de agora, além de homenagens e recordações Cyrus também apresenta duas faixas inéditas.

  • Covers e referências.

Por ser filha de Billy Ray Cyrus e afilhada de Dolly Parton, ambos cantores do gênero country com toques do rock, a artista esteve desde pequena inserida nesse meio musical. Desse modo, Miley decidiu homenagear grandes nomes desse tipo musical através de covers mais ousados com a presença de sua voz mais forte, grave e definida.

Uma dessas honras é o medley (junção de mais de uma canção em única faixa) com a música “Where Is My Mind?”, da banda de rock Pixies que fez sucesso nos anos 80. É dessa mesma época e estilo o grupo Blondie que tinha como vocalista Debbie Harry, foi na vez dela que “Heart of Glass” foi originalmente difundida e agora retorna no timbre de Miley. 

“Maybe”, de Janis Joplin, “Like a Prayer", de Madonna, Nothing Compares 2 U”, de Sinéad O'Connor e “Jolene”, de Dolly Parton, são os outros covers do disco. Nota-se a presença não só do rock de eras distantes como também a presença de personalidades femininas nessas escolhas.

Debbie Harry, Janis Joplin, Madonna, Sinéad O’Connor e Dolly Parton.
Debbie Harry, Janis Joplin, Madonna, Sinéad O’Connor e Dolly Parton.
  • Sucessos.

Ao longo de sua trajetória Miley colecionou diversos sucessos, polêmicas e rumores, sendo que muitas vezes uma coisa puxava à outra, muitas das discussões acerca da figura da cantora estão atreladas à sua personagem Hannah Montana no seriado de mesmo nome da Disney, essa produção marcou a infância e adolescência da geração Z (nascidos entre 1990 e 2010).

A música “The Climb", por exemplo, foi lançada em 2009 como parte da trilha sonora de “Hannah Montana: O Filme”. Ainda em sua época Disney a estadunidense também lançou “7 things”, composição que os fãs afirmam ser sobre seu ex Nick Jonas, astro da série “Jonas Brothers” da mesma produtora . Já “Party In The USA” demonstra a transição da jovem, diferentemente de “We Can’t Stop Now”, “SMS Bangerz”, “Doo It”, “23” e "Wrecking Ball” que demonstram a total ruptura de Cyrus com a imagem criada pela Disney, uma vez que nos clipes desses sons temos elementos carregados de sexualidade e menção ao uso de drogas, resultando em polêmicas até hoje lembradas.

Apesar da sonorização de “ATTENTION: MILEY LIVE” contar com elementos do country, pop e eletrônica, sua característica marcante é o rock. Tem-se forte presença da guitarra, bateria, timbre grave e sua voz mais madura do que das gravações anteriores. A associação de Miley com o rock’n’roll não é novidade para quem a acompanha, pois ela já flertava com o gênero desde a coletânea “Plastic Hearts" (2020), é desse álbum, inclusive, o resgate para o novo projeto a música homônima e “Never Be Me”, “High” e “Midnight Sky”. Além das supracitadas, há “4x4” e “ See You Again”.

  • Novidades

As duas músicas inéditas são “ATTENTION” e “You”, sendo que a primeira foi utilizada para divulgação do álbum nas redes sociais da artista. Entretanto, as maiores novidades do disco não são as músicas novas e, sim, as adicionadas dia 29/04. As últimas seis faixas foram gravadas durante a sua turnê de divulgação pela América do Sul, Miley declarou que essa era a forma de agradecer aos seus fãs por todo carinho e dedicação.

Em sua conta no Twitter, Miley escreveu “Eu aprecio a dedicação de vocês a mim e minha música é mais do que posso expressar. Para mostrar minha gratidão, eu quero dar a vocês um gostinho da turnê ATTENTION na América do Sul, lançando essas seis músicas adicionais”.
Em sua conta no Twitter, Miley escreveu “Eu aprecio a dedicação de vocês a mim e minha música é mais do que posso expressar. Para mostrar minha gratidão, eu quero dar a vocês um gostinho da turnê ATTENTION na América do Sul, lançando essas seis músicas adicionais”.
Versão deluxe do álbum ‘’ATTENTION: MILEY LIVE” chegou às plataformas digitais com mais seis faixas.
Versão deluxe do álbum ‘’ATTENTION: MILEY LIVE” chegou às plataformas digitais com mais seis faixas.

As recém-adicionadas são “WTF Do I Know”, “Mother’s Daughter X Boys Don’t Cry”, “You (Take 2)", "Nothing Breaks Like a Heart”, “Angels Like You” e “Fly On The Wall”. Dessas, as que mais ganharam notoriedade foram a 22º e a 25º, a primeira delas foi registrada no Brasil, durante a sua apresentação no festival Lollapalooza 2022. Na ocasião Cyrus dividiu o palco com Anitta, juntas as cantoras fizeram um medley com “Boys Don’t Cry”, recém sucesso da brasileira, essa é a única faixa do álbum com participação. Já “Angels Like You”, tornou-se número 01 na Colômbia depois que os fãs da antiga estrela da Disney passaram a madrugada cantando-a enquanto aguardavam pelo show do dia seguinte.

Em sua conta no Twitter, Miley escreveu “No dia 29/04 vou adicionar MAIS músicas ao álbum ao vivo #ATTENTION! Incluindo Angels Like You que foi adicionada ao set na noite anterior inspirado pelos fãs abaixo do meu quarto de hotel em Bogotá cantando A NOITE INTEIRA! Acordei com Angels sendo o número 1 na Colômbia”.

Em sua conta no Twitter, Miley escreveu “No dia 29/04 vou adicionar MAIS músicas ao álbum ao vivo #ATTENTION! Incluindo 'Angels Like You' que foi adicionada ao set na noite anterior inspirado pelos fãs abaixo do meu quarto de hotel em Bogotá cantando A NOITE INTEIRA! Acordei com 'Angels' sendo o número 1 na Colômbia”.
Anitta escreveu em sua conta do Twitter: “ Que noite! Celebrando esse momento inacreditável da minha carreira com a maior energia de todas @mileycyrus… Eu sou tão grata. Uau. Miley, sua mãe, seus amigos, meus fãs, seus fãs, meu país. Jesus eu estou tão feliz. Ai meu Deus”.
Anitta escreveu em sua conta no Twitter: “Que noite! Celebrando esse momento inacreditável da minha carreira com a maior energia de todas @mileycyrus… Eu sou tão grata. Uau. Miley, sua mãe, seus amigos, meus fãs, seus fãs, meu país. Jesus eu estou tão feliz. Oh Deus”.

 

Miley Cyrus: “Eu te amo muito @anitta. Obrigada por estar comigo durante o meu @lollapaloozaBr! Estou tão feliz por você e seu mega sucesso! Você merece isso! Você trabalha duro e é absolutamente a mais gentil! Você me deu um tempo tão bom no Brasil! Amigas para vida!”. Reprodução: Twitter.
Miley Cyrus: “Eu te amo muito @anitta. Obrigada por estar comigo durante o meu @lollapaloozaBr! Estou tão feliz por você e seu mega sucesso! Você merece isso! Você trabalha duro e é absolutamente a mais gentil! Você me deu um tempo tão bom no Brasil! Amigas para vida!”. Reprodução: Twitter.
  • Fãs

“ATTENTION: MILEY LIVE” é, acima de tudo, um ato de gratidão por parte da cantora para com os seus fãs. Através de suas redes sociais a artista, mais de uma vez, agradeceu e afirmou que tudo devia aos seus admiradores. A imediata aceitação do disco pelo público demonstra essa conexão de Miley com os seus fãs, muitos deles a acompanham pelos seus 18 anos de carreira tanto como atriz quanto como cantora-compositora.

Reprodução: Instagram. “Este não é apenas o MEU álbum ao vivo, este é o NOSSO álbum! Meus fãs e eu colaboramos nesse set list! Perguntei a VOCÊS o que vocês queriam ouvir e montei um show tentando atender o maior número de pedidos possível! Eu te amo muito! Obrigado por toda a sua lealdade e apoio ao longo dos últimos 16 anos! Esse registro é o mínimo que posso fazer para tentar mostrar meu apreço pela sua dedicação! Estamos nisso juntos para sempre”.
 “Este não é apenas o MEU álbum ao vivo, este é o NOSSO álbum! Meus fãs e eu colaboramos nesse set list! Perguntei a VOCÊS o que vocês queriam ouvir e montei um show tentando atender o maior número de pedidos possível! Eu te amo muito! Obrigado por toda a sua lealdade e apoio ao longo dos últimos 16 anos! Esse registro é o mínimo que posso fazer para tentar mostrar meu apreço pela sua dedicação! Estamos nisso juntos para sempre”. Reprodução: Instagram.

 

Com a liberação de eventos, dúvidas e questionamentos surgem sobre seu retorno ser precipitado ou não.
por
João Pedro Pires da Costa
Rodolfo Soares Dias
|
05/05/2022 - 12h

Em novembro do ano passado o estado de São Paulo divulgou o decreto que libera a realização de eventos com 100% do público, esse retorno se tornou um fato necessário para investidores e comerciantes, que por sua vez, querem entregar o melhor conteúdo para um público ávido, que por muito tempo manteve uma distância social indesejada.

 A quarentena causou uma série de impactos na vida dos brasileiros, e um dos fatores determinantes para manter a saúde mental de todos, foram os tipos de contatos sociais possíveis na quarentena, ligações entre amigos e familiares se tornaram algo comum no dia a dia, Shows de artistas através de lives gratuitas era o mais perto que se podia chegar de um grande evento. Já com a chegada das primeiras doses da vacina contra a Covid-19 pequenos encontros foram possíveis, para “matar a saudade” de pessoas mais próximas e queridas.

Com a recente liberação para os eventos de grande porte e a liberação do uso de máscara, muitas questões se mostraram pertinentes sobre os cuidados a serem tomados para evitar a proliferação do vírus.

Para entendermos melhor como está sendo encarada a abertura do mercado, entrevistamos um dos promotores da casa de shows Honey Club localizada em São José dos Campos, João Peraccini, jovem que trabalha no ramo de eventos há mais de três anos relatou que no período pós pandemia houve um aumento significativo na procura por festas e eventos sociais em geral, o promotor pensa que o tempo perdido dentro de casa fez com que as pessoas valorizassem mais a vida e os encontros sociais.

Ao ser questionado sobre a volta precipitada dos eventos, João admitiu que houve sim uma cobrança para a volta dos shows, tanto do público quanto dos organizadores. “Na Honey Club, por exemplo, essa pressão existiu, e fez com que houvesse um retorno precipitado e até desorganizado, levando em conta que os protocolos de saúde não foram seguidos corretamente, diversos casos de Covid-19 foram registrados por lá” complementa João.

Como parte do público, Helena Souza vê a volta de grandes eventos como um “mal necessário", acha que a liberação não foi um erro, mas da forma que aconteceu, pode causar problemas que poderiam ser evitados. “É claro que eu queria voltar a ir em festas, mas não do jeito que tá agora, sem fiscalização ou cuidado, não me sinto confortável pra ficar no meio de um monte de gente” e ainda complementou “A Covid ainda tá por aí, mas parece que todo mundo esqueceu do que passamos”.

 


Texto produzido por Rodolfo Dias e João Pedro Pires.

Elifas Andreato, entrelaçado à PUC-SP em uma das últimas obras.
por
Maria Eduarda dos Anjos
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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29/03/2022 - 12h

Com tristeza icônica, nos desligamos essa semana do ponto colorido de convergência entre várias pessoas, Elifas Andreato. O artista gráfico, presente em mais de 360 capas de discos de artistas nacionais, teve como foco na carreira dar traços à cultura popular brasileira, constituindo a ponte viva entre figuras como Criolo e Chico Buarque. Expressivo, Andreato é peça chave na frente artística de oposição do período militar e modelo na integração da imagem nacional, abraçando com uma corda só a beleza e as mazelas da nação ao lado de contemporâneos como Gilberto Gil e Paulinho da Viola.

Elifas Andreato
Créditos da arte: Elifas Andreato
Reprodução: PUC-SP

Nas primeiras semanas de março, o reencontro do corpo docente e alunos da PUC-SP foi ilustrado pelo caloroso abraço desse velho irmão de luta. O casamento da instituição com o artístico é, primeiramente, de gigante simbolismo da relação política na sociedade civil. A faculdade combateu à base de subversão ideológica os avanços militares, virando símbolo da oposição durante o período. Elifas fez o mesmo à base de canetas, lápis e papel. Assim como a universidade carrega orgulhosa essa herança, sua pós-vida não foge de igual importância.

A arte espalhada pelas vias principais representou o abraço metafórico do campus Monte Alegre, que mesmo privado do toque físico pelas restrições sanitárias, teve sua cultura de troca social revivida pelas vozes nos corredores e olhares deslumbrados com a nova fase da vida que começa à sua frente. As cores vivas e concretas do abraço compartilhado em contraste às paredes cinzas e amareladas dos corredores alude perfeitamente à vida no campus, a base da identidade tradicional da Pontifícia. Assim como no desenho, este é um lugar onde mentes se intercalam e a união se mostra presente à base da cultura brasileira. Assim como os traços da arte, a vida é fluida, feita de contato e palco para encontros, reencontros e, infelizmente, despedidas.

Sua última obra em vida, a cenografia da peça ‘Morte e vida severina’ dirigida pelo irmão Elias Andreato, também habita sob teto puquiano, no TUCA. O entrelaçamento de duas figuras tão emblemáticas na história do Brasil, da cultura e entre si não poderia ter fim mais apropriado e familiar. 
 

Obra de Érico Veríssimo aborda temas atemporais que podem ser relacionados aos dias de hoje
por
Isabela Lago, Ramon de Paschoa e Tabitha Ramalho
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01/06/2021 - 12h
Livro Incidente em Antares, capa roxa
Foto divulgação do livro Incidente em Antares.

 

No episódio de hoje comentamos um pouco sobre o livro “Incidente em Arantes” do escritor Érico Veríssimo. Publicado na década de 1970, durante a ditadura militar, a obra é, ao mesmo tempo, um drama e um romance. Para comemorar os 50 anos do livro, a obra ganhou debate para relembrar sua narrativa repleta de realismo fantástico e críticas contundentes ao autoritarismo e ditadura do contexto histórico, temas que podem ser relacionados com nosso contexto atual.

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