Uma análise sobre a passagem do físico e teórico alemão pelo Brasil e o apagamento das mulheres na ciência
por
Natália Matvyenko Maciel Almeida
Joana Grigório
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16/11/2025 - 12h

Em 1925, Albert Einstein desembarcou na américa do sul, na cidade do Rio de Janeiro, para uma sequência de palestras e nesse vídeo exploramos uma parte dos relatos escritos em seu diário e a falta de registros de pessoas racializadas e também de mulheres nas conferências.

Referências utilizadas para esse vídeo: 

1. Tolmasquim, Alfredo Tiomno. Einstein, o Viajante da Relatividade na América do Sul (2003)
Este livro oferece um olhar detalhado sobre a visita de Albert Einstein à América do Sul, incluindo sua passagem pelo Brasil. O autor explora a recepção do cientista e seu impacto no cenário científico da época.

2. Haag, Carlos. "Tropical Relativity" (2004)
Artigo publicado na revista Pesquisa FAPESP, que aborda os diários de viagem de Einstein na América do Sul, com destaque para suas observações sobre o Brasil e suas interações com a ciência local.

3. Moreira, Ildeu de Castro. Entrevista: Visita de Einstein ao Rio de Janeiro promoveu valorização da ciência pura (2025)
Entrevista com Ildeu de Castro Moreira, que discute o impacto da visita de Einstein ao Rio de Janeiro, enfatizando a valorização da ciência fundamental e os desdobramentos para a pesquisa no Brasil.

4. Fundação Oswaldo Cruz. Museu tem atrações em homenagem aos 100 anos da visita de Einstein (2025)
A Fundação Oswaldo Cruz celebra o centenário da visita de Einstein ao Brasil com exposições e atividades que relembram a importância histórica dessa passagem do cientista.

5. Observatório Nacional. 100 Anos de Einstein no Brasil (2025)
O Observatório Nacional comemora o centenário da visita de Einstein ao Brasil com uma série de palestras e reflexões sobre o impacto de sua passagem no campo científico brasileiro.

6. Rosenkranz, Ze'ev (org.). The Travel Diaries of Albert Einstein (2018)
Esta coletânea organiza os diários de viagem de Einstein, incluindo suas observações sobre diferentes regiões do mundo, com destaque para seus comentários sobre a América do Sul, e apresenta uma análise crítica sobre seus pontos de vista racializados.

7. Artigos de divulgação histórica sobre os diários de Einstein e racismo
Diversas publicações, como matérias da History.com e do The Guardian, discutem as anotações de Einstein sobre suas viagens à Ásia e outros lugares, destacando seus comentários sobre raça e cultura.

Nota de Checagem de Fatos
As informações sobre a visita de Einstein ao Brasil e seu impacto no país, incluindo o papel de Carlos Chagas e a análise dos diários de viagem, foram baseadas em fontes como Fiocruz, Observatório Nacional, e pesquisas de Ildeu de Castro Moreira. As reflexões sobre os comentários racializados de Einstein seguem a análise crítica adotada por estudiosos como Tolmasquim, Haag e Rosenkranz.

Releitura transmídia da estadia do físico no Rio de Janeiro em 1925
por |
03/11/2025 - 12h

Em maio de 1925, Albert Einstein visitou o Rio de Janeiro por uma semana hospedando-se no Hotel Glória, quarto 400. Apesar da recepção calorosa como celebridade, sua passagem foi um desastre cômico. A comitiva que o cercava não tinha um único físico ou matemático - apenas médicos, advogados, políticos e militares da elite social brasileira. No Clube de Engenharia, falou para uma plateia lotada que não entendia alemão nem suas ideias, em uma sala barulhenta e sem acústica. Na Academia de Ciências, teve que ouvir três discursos vazios em francês mal falado, incluindo um sobre "a influência da Relatividade na Biologia". O ápice foi quando o jurista Pontes de Miranda tentou desafiá-lo em alemão com considerações sobre metafísica e direito. Einstein levou de presente um papagaio que repetia "Data venia, Herr Einstein", lembrando-o sempre, com humor, da "ciência" dos doutores brasileiros.

“Einstein: visualize o impossível” é um projeto dos estudantes do quarto semestre de jornalismo da PUC-SP, da disciplina de jornalismo transmídia. O projeto aborda, de diferentes maneiras, uma releitura da icônica visita do físico ao Brasil em 1925. Todos os relatos estão em um site especial. Além de produções visuais e sonoras, o especial propõe uma narrativa em quadrinhos que conecta ciência, história e imaginação, tendo como cenário o Observatório Nacional (espaço que recebeu Albert Einstein). 

A produção contou com a colaboração de Bruno Matos, vice-diretor da Escola Estadual Professor Walter Ribas de Andrade. Já o vídeo “Os impactos de Albert Einstein na educação brasileira explicado por doguinhos” apresenta as contribuições das teorias do cientista para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a partir da entrevista com o professor de física Dediel Oliveira.  

Em “Diário do Einstein”, o leitor encontra coletânea de depoimentos em formato de diário sobre a passagem de Albert Einstein pelo Rio de Janeiro no ano de 1925, comentando ao longo de cada dia, pontos turísticos e palestras presenciadas por ele. No podcast "A carta que revolucionou a corrida armamentista", discute carta assinada pelo físico Albert Einstein em agosto de 1939, que alertava o presidente dos EUA, Franklin D.Roosevelt, sobre o potencial da Alemanha nazista em desenvolver uma bomba atômica.

O vídeo vertical “Einstein no Brasil” narra o encontro do físico com Carlos Chagas, marcando um momento científico crucial. A produção destaca a troca intelectual entre os dois grandes nomes da época. Por fim, é possível compreender uma sutil crítica sobre a omissão de um encontro com cientistas mulheres consagradas, como Bertha Lutz. Em “Einstein: uma análise de sua trajetória política”, as cartas de Einstein e seus discursos que expressavam preocupação com a violência e os conflitos no Oriente Médio são revisitadas. Nas declarações, o físico defende uma convivência justa entre judeus e árabes, e o projeto analisa como suas palavras ecoam no contexto atual da guerra entre Israel e Palestina, mostrando que o tempo passa, mas as perguntas sobre humanidade e coexistência continuam urgentes. 

Finalmente, o livro "Os Sonhos de Einstein", de Alan Lightman, pela Cia das Letras, apresenta uma série de sonhos imaginários que o jovem Albert Einstein teria tido enquanto desenvolvia a Teoria da Relatividade, em 1905. Em cada um deles, o tempo funciona de um jeito diferente, às vezes para, volta ou corre mais rápido e essas variações servem para refletir sobre a vida, as lembranças e as escolhas humanas. "Neste mundo, a textura do tempo parece ser pegajosa. Porções de cidades aderem a algum momento na história e não se soltam. Do mesmo modo, algumas pessoas ficam presas em algum ponto de suas vidas e não se libertam".
 

O uso excessivo do celular está moldando comportamentos e lucros empresariais das Big Techs
por
Julia Cesar Rangel
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27/10/2025 - 12h

Por Julia Cesar

 

O som começa suave, quase hipnótico. A vinheta colorida anuncia: “Cocomelon!”. Em segundos, os olhos se fixam na tela, o corpo se acalma e o mundo ao redor desaparece. Por trás dessa inocente animação infantil, há uma equipe bilionária que lucra com cada clique, cada minuto de atenção e cada vídeo que não para de rodar.

Nos últimos anos, o uso excessivo do celular tem preocupado especialistas, pais e educadores. Plataformas e canais, especialmente os voltados para o público infantil, estão sendo desenhados para capturar e reter o olhar humano o máximo possível. No caso das crianças, os efeitos são ainda mais intensos, já que seus cérebros ainda não estão totalmente formados para compreender o que é viciante e prejudicial.

A mãe Bianca Rangel, por exemplo, percebeu esse impacto em casa. O pequeno Gael, de 3 anos, começou a reconhecer a música do Cocomelon apenas pelo primeiro segundo de som. Ele largava qualquer brinquedo para correr até o celular. No início, Bianca achava a cena fofa, mas com o tempo notou que o filho ficava irritado e chateado quando o aparelho era desligado.

Preocupada, ela tentou limitar o tempo de tela, mas enfrentou forte resistência. Foi então que decidiu buscar orientação profissional e entendeu que substituir o tempo de tela por atividades com “dopamina boa” não era apenas uma escolha, e sim uma necessidade.

De acordo com a psicóloga Mayara Contim, formada pela USP e atualmente atuando na escola St. Nicholas, esse tipo de comportamento é resultado de mecanismos psicológicos cuidadosamente estudados pelas plataformas. Ela explica que não se trata apenas do Cocomelon: hoje, vídeos são planejados para ativar o sistema de recompensa do cérebro. As músicas, as cores e o ritmo acelerado são pensados para liberar dopamina, o hormônio ligado ao prazer imediato. Isso cria um ciclo de dependência semelhante ao que ocorre com jogos e redes sociais entre adultos e adolescentes.

A psicóloga ressalta que o problema não está apenas nas crianças. Segundo ela, os adultos também são vítimas desse design, já que as redes sociais funcionam com a mesma lógica de manter o usuário rolando infinitamente. No entanto, o impacto é mais grave nas crianças, pois seus cérebros ainda estão em desenvolvimento.

Um estudo recente da Common Sense Media apontou que, em média, crianças de até cinco anos passam quase três horas por dia em frente a telas. O dado assusta, mas reflete uma realidade cotidiana: celulares se tornaram babás digitais, distrações práticas para pais cansados e ferramentas de lucro para empresas que vendem publicidade a cada visualização.

Bianca admite que o uso do celular facilitava sua rotina. Enquanto o filho assistia aos vídeos, ela conseguia trabalhar ou realizar tarefas domésticas. Com o tempo, porém, percebeu que estava trocando momentos de qualidade com o filho por alguns minutos de silêncio.

Para Mayara Contim, o primeiro passo é não culpar os pais, e sim compreender o contexto. Ela destaca que vivemos em um mundo hiperconectado e que o caminho está na consciência e nos limites. O ideal, segundo a psicóloga, é que os pais assistam junto com as crianças, conversem sobre o conteúdo e ofereçam outras formas de estímulo — como brincadeiras, leitura e contato com a natureza.

Enquanto isso, a indústria continua explorando cada segundo de atenção possível. Canais como Cocomelon acumulam bilhões de visualizações e lucros altíssimos com publicidade, licenciamento e produtos derivados. O looping digital virou negócio, e nós, espectadores, nos tornamos o produto.

Mayara resume a lógica de forma direta: a atenção é a nova moeda. E, no fim, essa frase ecoa como um alerta — quanto mais tempo passamos presos às telas, mais alguém, do outro lado, está lucrando com isso.

O Brasil é pioneiro na criação de um medicamento que regenere a medula óssea de pacientes
por
manuela schenk scussiato
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03/11/2025 - 12h

Por Manuela Schenk

 

Não fora uma sexta-feira qualquer para Júlia. A caminho do ponto de ônibus para voltar para sua casa após um dia de aula na faculdade um motorista embriagado atropelou-a e fugiu sem prestar socorro que mudou sua vida para sempre quando tinha apenas 19 anos. Júlia teve lesões nas vértebras T8, T9 e T10 que a deixaram paraplégica depois de cinco dias em coma quando recebeu a notícia de que jamais andaria novamente.

Hoje Júlia tem 22 anos e teve que reaprender a viver. Coisas que jamais imaginou ter dificuldades agora são grandes conquistas, como quando conseguiu tomar banho sozinha pela primeira vez ou quando pode se deitar na própria cama sem auxílio. Escadas se tornaram rampas, seu restaurante favorito virou delivery, já que não possui acessibilidade para que ela consiga entrar na cadeira de rodas. As festas que frequentava semanalmente agora são eventos anuais, pois a locomoção dentro de uma balada é quase impossível para alguém que não consegue usar as próprias pernas.

No início se adaptar parecia impossível, noites mal dormidas quando chorava no travesseiro até seus olhos cederem. Depois de receber alta do hospital ela foi encaminhada para terapia, consultas três vezes por semana que depois de dois anos se tornaram duas. A fisioterapia que antes era uma tortura aos poucos se tornou um momento divertido.

Nos anos que se passaram Júlia conheceu mais pessoas na mesma situação que ela e de pouco a pouco sua nova vida se tornou mais tolerável, mas mesmo depois de quase 4 anos do acidente ela ainda tem dias ruins, sua autoestima nunca mais foi a mesma já que por muito tempo não conseguia se arrumar como antes. Júlia conta que o momento mais difícil da vida dela foi descobrir que seu caso não tinha cura. Sem possibilidade de tratamento ou cirurgia, uma menina que antes era ativa, amava se exercitar, sair com suas amigas, passear com sua cachorrinha, agora se vê forçada a reaprender a viver.   

É possível perceber as dificuldades que marcam a vida das pessoas que são afetadas pela paraplegia. Infelizmente muitos casos não são reversíveis, mas graças a estudos de um grupo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o mundo pode estar mais próximo de encontrar uma cura para uma deficiência que interrompe a vida de tantas pessoas.

A pesquisa, desenvolvida no Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, representa um marco para a medicina brasileira. O medicamento experimental chamado Polilaminina foi criado a partir de uma proteína natural da placenta humana, capaz de estimular a regeneração das células nervosas. Em estudos com animais, especialmente cães que haviam perdido os movimentos, o tratamento apresentou resultados impressionantes: alguns conseguiram voltar a andar mesmo após anos de paralisia. Esse avanço chamou a atenção da comunidade científica internacional e fez com que o Ministério da Saúde e a Anvisa classificassem o estudo como de prioridade absoluta no País.

A equipe liderada por Tatiana Sampaio começou o estudo da eficiência polilaminina para promover a regeneração de fibras nervosas/axônios e reconectar áreas lesadas da medula espinhal começou em 2007, embasado em outro estudo da faculdade que iniciou em 1998. São quase três décadas de trabalho árduo que trouxeram a equipe ao sucesso que é exposto para o mundo hoje, com seis dos oito pacientes humanos recuperando, parcial ou completamente, os movimentos que lhes foram tomados. 

Além dos testes clínicos em andamento, o projeto da UFRJ tem recebido apoio de instituições públicas e privadas, como o Laboratório Cristália, que colabora na etapa de desenvolvimento farmacêutico e produção em larga escala da substância. O próximo passo dos pesquisadores é a realização de estudos em uma quantidade maior de voluntários, o que permitirá avaliar com mais precisão a segurança e a eficácia do medicamento. Caso os resultados se confirmem, o Brasil poderá ser o primeiro país a oferecer um tratamento realmente regenerativo para lesões medulares, uma conquista inédita na história da ciência.

Para Júlia e milhares de pessoas que convivem com a paraplegia, essa descoberta reacende uma esperança que parecia perdida. Mesmo que o caminho até a cura ainda seja longo, cada passo da pesquisa representa uma vitória contra a limitação imposta pela lesão medular. A história de Júlia mostra a força de quem se reinventa diante da adversidade. O que a ciência da UFRJ faz agora é provar que o impossível pode estar mais perto do que se imagina. Aquilo que antes era apenas sonho, agora começa a ganhar forma nas mãos de pesquisadores brasileiros dedicados a devolver o movimento e com ele a liberdade a tantas vidas interrompidas.

Especialista alerta para riscos do uso acrítico de plataformas de IA na educação
por
Thomas Fernandez
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04/10/2025 - 12h

A inteligência artificial (IA) ganhou rapidamente espaço em diferentes setores da sociedade, e a educação não ficou de fora dessa tendência. Plataformas capazes de corrigir redações, recomendar atividades personalizadas e até mesmo substituir parte das tarefas do professor estão em alta.

A promessa, vendida por empresas de tecnologia e gestores entusiasmados, é de que a IA pode democratizar o ensino, personalizar a aprendizagem e aliviar a carga de trabalho docente. Não por acaso, de acordo com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), sete em cada dez estudantes do Ensino Médio já utilizam ferramentas de IA generativa em trabalhos escolares, mas apenas 32% afirmam ter recebido orientação na escola sobre como usar esses recursos de forma pedagógica. 

Há quem veja nesse movimento um risco de precarização do trabalho dos professores, transformando a inovação em mais uma engrenagem de uma lógica de cortes de custos e desvalorização profissional. Afinal, a inteligência artificial na educação é realmente uma aliada do professor ou pode acabar sendo um instrumento de substituição e perda de direitos? 

Em entrevista à AGEMT, Pedro Maia, cientista de dados e pesquisador em ética e tecnologia, alerta para o risco de que a IA seja utilizada como justificativa para reduzir a presença e a importância dos professores. Para ele, é preciso estar atento à lógica de mercado que move grande parte das inovações tecnológicas aplicadas à educação: “O risco é que as escolas passem a enxergar a inteligência artificial não como apoio, mas como substituição. Se uma plataforma consegue corrigir automaticamente atividades e sugerir trilhas de estudo, a tentação de reduzir o quadro docente e cortar custos é enorme”, explica. 

Segundo Maia, isso poderia levar a uma precarização ainda maior do trabalho docente, em um cenário no qual professores já enfrentam baixos salários, excesso de carga horária e falta de condições adequadas de trabalho. “A promessa de eficiência pode esconder a intenção de enxugar gastos. É a lógica neoliberal aplicada à educação: menos investimento em pessoas, mais aposta em soluções padronizadas”, acrescenta.

Pedro Maia, cientista de dados.
Pedro Maia, cientista de dados. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Maia também chama atenção para o risco de aprofundar desigualdades: “Nesse cenário, a IA não democratiza, mas acentua a exclusão. O aluno da periferia continua com menos oportunidades que o de elite, ainda que ambos usem supostamente a mesma tecnologia”. Esse alerta encontra respaldo nos números. Em 2023, 69% dos estudantes já conheciam a IA; em 2024, esse índice subiu para 80%, segundo levantamento nacional feito pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES).

No entanto, nem todos têm acesso à mesma qualidade de ferramentas ou de acompanhamento pedagógico. Enquanto escolas privadas de ponta conseguem incorporar plataformas sofisticadas, parte da rede pública depende de versões limitadas, com pouco ou nenhum suporte docente.

Mesmo assim, o cenário não é apenas de resistência. Pesquisas feitas pela SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), mostram que 74,8% dos professores acreditam que a IA pode ser aliada no processo de ensino, e 39,2% já utilizam a tecnologia regularmente em sala de aula. Esses dados revelam uma categoria dividida, mas que enxerga potencial na tecnologia quando aplicada como ferramenta de apoio, não como substituição. 

Além disso, iniciativas públicas começam a surgir. O governo federal, em parceria com a UNESCO e a Huawei, lançou o projeto “Open Schools” na Bahia e no Pará. Ambos locais foram escolhidos pela falta de infraestrutura educacional, conectividade e recursos tecnológicos. A iniciativa foca na formação de professores em competências digitais e uso de IA, além de investimentos em conectividade e infraestrutura. O objetivo é reduzir desigualdades e preparar a rede pública para essa transição.

A coexistência desses dois pontos de vista - o risco de precarização e a promessa de apoio pedagógico - evidencia o dilema atual: A IA pode ser tanto aliada quanto algoz, dependendo da forma como for implementada. Se o objetivo for cortar custos, há risco de enfraquecer a profissão docente. Mas se, por outro lado, houver investimento em formação, infraestrutura e regulação, ela pode abrir espaço para práticas pedagógicas mais ricas e inclusivas.

O que está em jogo, portanto, não é apenas a chegada de uma nova tecnologia, mas o modelo de educação que o país pretende construir. A questão central permanece: a inteligência artificial será um recurso a serviço de professores e alunos ou mais um instrumento de precarização do trabalho em nome da eficiência econômica?

Enquanto não há consenso, cresce a urgência em debater publicamente os rumos dessa transformação. O futuro da escola não depende apenas das máquinas, mas das escolhas políticas, sociais e econômicas que definirão como, para quem e com quais propósitos a tecnologia será utilizada.

Entenda como está o cenário desta subcultura na capital paulista
por
João Bueno, Fernando Amaral e Bruno Elias
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24/03/2025 - 12h

Em São Paulo, da capital as regiões metropolitanas, campos de terra batida às quadras improvisadas, uma evolução absurda está acontecendo no futebol de várzea. Em entrevista à AGEMT, o diretor do time da Zona Norte, Associação Desportiva Guarani, nos contou  sobre a vivência e a atual realidade da várzea. Assista ao vídeo

 

Entenda a ascensão e queda rápida do Governo Trump
por
Manuela Schenk Scussiato
Gabriela Blanco
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24/03/2025 - 12h

Donald Trump está enfrentando uma queda de popularidade desde que assumiu seu segundo mandato em 20 de janeiro deste ano. As razões em torno dessa rejeição estão ligadas a maneira em que tem lidado com as questões socioeconômicas do país. Em entrevistas à AGEMT, Caio Sabbag e Euclides Cunha explicam os fatores que podem ter influenciado sua impopularidade. A eleição de 2024 entre Donald Trump (Republicanos) e Kamala Harris (Democratas) foi discutida em todo o mundo devido às polêmicas envolvendo ambos candidatos e problemas socioeconômicos do país.

Até meados de agosto, os Democratas programavam tentar uma reeleição de Joe Biden, entretanto a idade e a impopularidade do ex-presidente implicou na mudança de estratégia. Kamala era a vice-presidente naquele momento e possuía uma melhor imagem que seu colega de partido, sendo uma boa substituta para o cargo. Mesmo assim, isso não foi suficiente e perdeu para o candidato Republicano. A economia no governo Biden foi um dos fatores que respingaram na candidatura de Kamala. A qualidade de vida estadunidense tem diminuído devido a desindustrialização crescente. Muitas fábricas e indústrias dos Estados Unidos foram desmontadas e reabertas em outros países para baratear o custo de produção, implicando numa alta taxa de desemprego. Outro fator foi a maneira em que o ex-presidente se posicionou em relação à guerra no Oriente Médio ao apoiar financeiramente Israel e ser contra o cessar-fogo.

A postura de Donald Trump em relação aos eleitores tenta passar proximidade, utilizando discursos populistas que trazem uma legião de eleitores fieis. Durante esses 4 anos, desde que saiu da presidência, se manteve afastado de cargos políticos, o que contribuiu para que sua imagem política se tornasse distante da memória nacional. Isso, em conjunto com sua legião fiel de eleitores que o seguem desde o primeiro mandato, o impulsionando-o para sua segunda vitória.

Trump junto a sua filha Tiffany e esposa Melania ao assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. Foto: Reprodução/Jim Bourg.
Trump junto a sua filha Tiffany e esposa Melania ao assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. Foto: Reprodução/Jim Bourg.

A rejeição do segundo mandato de Trump é de uma agilidade histórica. Em menos de 2 meses de mandato, pesquisas realizadas pelo site RealClear apontam que cerca de 48.5% da população estadunidense está insatisfeita com o trabalho de seu novo presidente. Pela primeira vez na história dele no cargo, esse número é maior do que o de aprovação a suas ações. Caio Sabbag, formado em Relações Internacionais, falou um pouco sobre motivos possíveis para essa queda repentina de Trump nas pesquisas. “Ele é um businessman, é um showman, ele gosta de fazer esse personagem que está ali fazendo um show para os votantes e para a parcela da comunidade política que está ali apoiando ele, acrescentando: "quando a parcela de eleitores republicanos que não são os fanáticos MAGA (Make America Great Again) começa a enxergar que, esses discursos que fazia durante o período eleitoral não passavam de ideias sem embasamento real, isso acaba com o personagem criado por ele para seu público”, ressalta. 

Medidas autoritárias

A história estadunidense é regada por segregação social em que discursos de “nós contra eles” são absorvidos com muita facilidade. A retomada de discursos de ódio contra imigrantes e minorias étnicas propagada pelo presidente está refletindo diretamente na economia estadunidense e na opinião pública sobre ele. Seus posicionamentos sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, comunidade LGBT e imigrantes são fatores fundamentais para entender a queda de sua impopularidade. Em seu último encontro na Casa Branca, Donald Trump e Volodimir Zelensky discutiram a guerra Russoucraniana. O presidente estadunidense teve falas polêmicas direcionadas ao ucrâniano, chegando a chamar Zelensky de ditador e dizer que ele não estava em posição de exigir que Trump influenciasse Vladimir Putin, presidente russo, a aceitar um cessar-fogo imediato. Após o acontecimento, Trump anunciou o fim da ajuda monetária americana para Ucrânia e se encontrou com o presidente Putin.

Trump e Zelensky em seu último encontro na Casa Branca, antes do presidente estadunidense anunciar fim do patrocínio dos EUA na guerra Rússia X Ucrânia. Foto: Reprodução/Saul Loeb.
Trump e Zelensky em seu último encontro na Casa Branca, antes do presidente estadunidense anunciar fim do patrocínio dos EUA na guerra Rússia X Ucrânia. Foto: Reprodução/Saul Loeb.

Euclides Cunha, historiador e colunista da Revista Ópera, relembra que o primeiro mandato de Trump não fez tantas políticas contra imigrantes quanto deixa transparecer em sua campanha. Governos como de Joe Biden e Barack Obama, ambos democratas, tiveram estatísticas de deportação maiores que as do atual presidente. “ a diferença é que Trump eleva isso a uma bandeira de governo e de mobilização, ele faz disso um fato político e um fato de marketing também.”, exemplifica o historiador. 

A WHCA (White House Correspondents Association) no dia 24 de fevereiro passou para a equipe de Trump o poder de escolher a Press Pool - grupo de comunicadores que acompanha o presidente durante suas comitivas de imprensa e compartilhar os acontecimentos com os demais colegas de profissão. A mudança de setor pode implicar numa cobertura com viés político ao invés de informativo. “Eu acho que essa decisão é como o terceiro ou quarto dominó caindo, estamos vendo uma rejeição muito rápida do governo dele e essa decisão não passa de mais um ato fascista do presidente”, opina Caio.

O contraste do crescimento e queda do governo Trump reflete a crise sociopolítica dos Estados Unidos. Enquanto parte dos seus apoiadores incentivam as ações do governo, suas atitudes autoritárias trazem questionamentos sobre sua maneira de governar.

Como o mundo das redes sociais se tornou um mercado de exposição infantil
por
Isabelle Rodrigues
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21/03/2025 - 12h

Nos últimos anos, o conceito de influenciadores já se tornou corriqueiro para boa parte da sociedade atual, mas, a moda nunca deixa de nos surpreender, os nomes antes líderes da internet foram aos poucos se dissipando e abrindo as portas para novas gerações cada vez mais novas. Não é preciso procurar por muito tempo, para encontrar diversos influenciadores menores de idade em plataformas como TikTok, Instagram, Youtube, alguns até produzindo conteúdos como forma de trabalho formal, com propagandas e agendas lotadas. 

Essa prática se popularizou principalmente entre os filhos de celebridades norte-americanas, sempre vistas nas redes sociais dos pais como, por exemplo, a influenciadora Kylie Jenner e sua primeira filha Stormi, a qual já possui até linha própria de produtos infantis, além de claro ser presença confirmada no Instagram da mãe. No Brasil os exemplos mais famosos seriam os filhos da youtuber ViiTube, onde ambos os filhos já possuem redes sociais, as crianças que possuem menos de três anos têm uma vida midiática mais ativa que muitos jovens com o triplo de sua idade.

redes sociais
Todos os dias, crianças e adolescentes são apresentados a novas plataformas digitais sem controle parental. Foto / Freepik

A internet é uma terra quase que sem lei, porém, segundo o projeto apresentado pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), crianças menores de 12 não devem ter permissão para criação de contas em redes sociais. Em entrevista à AGEMT, a assistente Social do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Familiares e Comunitários, Daniela Barbosa afirma: “De acordo com o Art. 4º do ECA: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. 

Porém, na prática, muitos responsáveis não pensam assim, expondo de forma indevida os filhos e tutelados por dinheiro, criando um mercado milionário, a partir dessa situação muitos pequenos influencers estão se envolvendo em polêmicas relacionadas a BETS, sexualização e até campanhas de ideologias políticas. Para crianças facilmente impressionáveis, a ideia da internet parece fascinante, mas esse tipo de exposição pode causar danos permanentes na vida social e principalmente afeta a segurança do menor.  

Com base em sua experiência de campo em casos de denúncia de exposição indevida, Daniela complementou “Para as crianças e adolescentes essa sensibilização acontece diariamente quando exposição nas redes sociais é postada de modo público, além das consequências de estarem expostas a situações humilhantes e vexatórias ao ter uma foto ou vídeo postado, caracterizando o cyberbullying, como chamamos. Além disso, há agravantes como o uso compartilhamento de vídeos e imagens que atraem predadores”. 

Na psicologia infantil já existem estudos relacionados aos efeitos da exposição infantil na internet, alguns deles sendo, ansiedade, acréscimo de bullying, estresse e distorção de moral, todos já comentados pela profissional entrevistada, curiosamente os mesmos efeitos foram vistos na geração passada em atores mirins. A série da Netflix “Adolescência” traz, entre outras discussões, a questão do bullying em sala de aula, por exemplo. 

É de se pensar como a cada geração, o tipo de exposição a qual menores são expostos está evoluindo, demonstrando o como é falha a nossa comunicação e legislação ainda são sobre o assunto, para os familiares e responsáveis, resta apenas a necessidade de discernimento e pensamento critico para a proteção e beneficio das futuras gerações.

Como uma produção brasileira encontrou eco no cenário cinematográfico mundial, tocando plateias de diferentes culturas.
por
Eduarda Gonçalves Amaral
Emily de Matos
Luis Henrique Oliveira
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21/03/2025 - 12h

Ainda estou aqui, filme brasileiro que mesmo após o fim da temporada de premiações continua conquistando o público e levando pessoas do mundo inteiro as salas de cinema, além do fato de ter se destacado em festivais e conquistado também a crítica especializada. O longa se tornou um símbolo do potencial do cinema brasileiro de conseguir dialogar com públicos diversos, rompendo barreiras culturais e ampliando sua presença no cenário global. Para entender o fenômeno e o grande alcance e impacto da obra, conversamos com Alexandre Almeida, crítico do site Omelete, e Kelvin Andrade, cineasta, que falaram sobre a obra e como ela refletiu no momento atual do audiovisual brasileiro. Como destaca um dos entrevistados, "o coração da obra, vamos chamar assim, é afeto, memória, resistência" — elementos universais que ajudaram a levar o filme a novos territórios e a sensibilizar diferentes culturas.

Elenco de “Ainda Estou Aqui” durante as filmagens
Elenco de “Ainda Estou Aqui” durante as filmagens. Foto: Reprodução/Instagram/@valentinaherszage

A adaptação cinematográfica dirigida por Walter Salles conquistou 39 prêmios e recebeu três indicações ao Oscar, levando pela primeira vez um filme brasileiro ao prêmio de Melhor Filme Internacional. Ainda Estou Aqui está sendo exibido em 25 países e no dia 18 de março de 2025 o longa arrecadou mundialmente US$36 milhões, conforme dados divulgados pelo site Collider. De acordo com o Box Office Mojo, nos Estados Unidos o filme teve uma arrecadação de US$ 6 milhões e alcançou a posição de terceiro filme com maior bilheteria mundial entre as produções brasileiras, ficando atrás de Minha mãe é uma peça 2 (2016), com US$ 39 milhões, e Tropa de Elite 2: O inimigo Agora é Outro (2010), com US$63 milhões.

Segundo Andrade, o longa-metragem teve uma grande expansão de salas em diversos países porque “o filme já vinha com o ‘burburinho’ gerado pela premiação em Veneza e por ser dirigido pelo Walter Salles, que é conhecido internacionalmente”. Além disso, destaca a estratégia da indústria cinematográfica e o investimento da Sony Classics ao expandir o filme ao público geral a partir da campanha do Oscar, que incluiu a indicação de Fernanda Torres como melhor atriz e de Ainda Estou Aqui como melhor filme.

“O festival de cinema é uma vitrine”, afirma Alexandre. “Festivais como Cannes, que é muito fechado para imprensa e para convidados, funcionam pelo glamour.” mas de acordo com o crítico, Cannes é importante para filmes que estão em busca de distribuição internacional. “Outros festivais por exemplo, Toronto é um evento aberto para o público e funciona como burburinho”

O crítico argumenta que a qualificação de um filme é moldada tanto pelo reconhecimento de festivais de cinema que premia filmes selecionados por júris qualificados quanto pela busca do público por validação externa. “A gente adora um rótulo, adoramos uma legitimação que não é propriamente a nossa, é de outra, de alguma esfera de fora que vai dizer para a gente que aquilo é bom para a gente poder ver.”

A película foi baseada na autobiografia de mesmo nome escrita por Marcelo Rubens Paiva, na qual conta sobre sua infância enquanto lidava com o exílio de seu pai na ditadura. Na trama, acompanhamos Eunice Paiva (Fernanda Torres), matriarca da família que vê sua vida mudar drasticamente após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), enquanto luta pela verdade sobre seu paradeiro. 

“O aspecto principal é a família, é essa mãe. Se você for pegar todas as críticas e entrevistas, sempre se é falado da mãe, o relacionamento, a dor e o luto dela para segurar essa família. Além de ser uma situação que qualquer um pode se identificar, porque todo mundo pode pensar sobre estar com a sua família um dia e no outro um regime opressivo  vir e tirar o seu pai ou sua mãe e você nunca mais vê-los” explica Almeida sobre como a representação da  família foi o que gerou reconhecimento e comoção do grande público, elevando a fama do filme.

Kelvin ressalta que a forma como a ditadura foi abordada na obra também resultou na identificação do público, principalmente aqueles provenientes de países latino americanos que também enfrentaram governos autoritários como o Brasil. “Outros países da América Latina passaram por períodos de ditadura semelhantes a gente, e isso foi um ‘apelo’ muito forte internacionalmente, ainda mais para esses países em volta do nosso, que passaram por esses períodos horríveis. Acho que nesses países deve ter tido uma certa identificação por esse fato”.

A universalidade da história fez com que o público estrangeiro conseguisse compreender a narrativa e o que se passava no país durante os anos 1970, ajudando a propagar cada vez mais o filme. Alexandre Almeida explica que, quanto mais universal o filme é, mais chances de quebrar as barreiras entre culturas pela identificação. “O Parasita, por exemplo, que foi o último filme internacional realmente badalado no Oscar e nas premiações, é um filme sobre família e sobre questões sociais que não são só da Coreia do Sul. A mesma coisa acontece em Ainda Estou Aqui, a história da família Paiva também é muito universal para outros lugares. Em qualquer lugar do mundo você pode ter histórias em que a violência de uma ditadura tira o pai ou a mãe ou algum membro da família”.

Em um cenário cinematográfico cada vez mais globalizado, Ainda estou aqui se destacou não só pela sua narrativa sensível sobre a família Paiva, mas também pela sua veracidade sobre a realidade do Brasil, Andrade reforça que o que impulsiona as audiências internacionais é o jeito, que o filme retrata o período da ditadura no Brasil, e isso ressoa muito na sociedade, por gerar identificação e também a realidade da história do país. O filme conseguiu tocar o público com uma história que mesmo sendo brasileira, continua tendo uma linguagem universal, que reflete a originalidade e a identidade de um país que por muitas vezes é marginalizado em obras de grande alcance.

Essa autenticidade, aliada a uma abordagem inovadora e realista não é o único fenômeno nacional cinematográfico isolado. “Central do Brasil, Cidade de Deus e Que horas ela volta? A gente pode falar que não teve essa mesma expansão Internacional, mas para mim tem, independentemente dos números de bilheteria, tem uma relevância cultural bem semelhante e, esses filmes que citei não tiveram só o impacto nacional, mas Internacional também. Foram filmes que retratam outras realidades e momentos do Brasil e a relevância cultural indiscutível.” afirma Andrade. 

Marjorie Estiano e Isabél Zuaa como Ana e Clara, respectivamente, no filme “As Boas Maneiras”
Marjorie Estiano e Isabél Zuaa como Ana e Clara, respectivamente, no filme “As Boas Maneiras”. Foto: Divulgação/Reprodução/O Globo

O entrevistado também ressalta sobre nossa diversidade audiovisual, com o investimento em gêneros como terror e comédia que levaram as pessoas para a sala de cinema, usando de exemplo Lobo Atrás da Porta e Minha mãe é uma peça que são memoráveis. 

“Essas obras vão influenciar também outros filmes, já se tem os filmes de terror, tipo Boas Maneiras, então são filmes que vão influenciar culturalmente as obras e ter a atenção do público. É fácil a gente apontar a Tropa de Elite, Cidade de Deus, Central do Brasil como as grandes influências na cultura, sendo que eles na verdade são os nossos blockbusters”.

Descubra como a criação legal de animais selvagens pode contribuir para a preservação da biodiversidade
por
Francisco Barreto Dalla Vecchia
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18/03/2025 - 12h

O Brasil tem um dos maiores mercados de pets do mundo. A  Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) estima que o mercado atingiu um faturamento de R$ 77,3 bilhões em 2024, representando um crescimento de 12,6% em relação a 2023. Neste cenário, o mercado de animais silvestres e exóticos é o que mais cresce proporcionalmente a cada ano.

Entre 2022 e 2024, o mercado brasileiro de aves ornamentais apresentou um crescimento significativo. O faturamento aumentou de R$ 41 milhões para R$ 47 milhões, representando um incremento de R$ 6 milhões, ou aproximadamente 14,6% no período. No mesmo intervalo, o segmento de animais não convencionais, que inclui pequenos mamíferos, répteis e anfíbios, registrou um aumento de faturamento de R$ 10 milhões para R$ 14 milhões. Isso equivale a um crescimento de R$ 4 milhões, ou 40% no período. Ezequiel Dutra é biólogo, responsável técnico e gerente do Galpão Animal, loja de animais exóticos mais tradicional de São Paulo. Com mais de 16 anos de experiência no local, ele acompanha de perto a evolução do mercado e o crescente interesse por esses animais. Assista a entrevista completa em vídeo