Com o desenvolvimento da tecnologia, muitas ferramentas vêm surgindo e transformando os nossos métodos de trabalho. Um dos mais recentes debates acerca do assunto é o uso da Inteligência Artificial (IA). Esse campo da tecnologia é responsável por estudar o comportamento humano e desenvolver máquinas que se assemelham a tal, tornando-as capazes de desenvolver tarefas de forma independente.
O tema tem sido amplamente discutido, aprovado por uns e criticado por muitos. O recurso já chegou nos mais diversos campos da sociedade, e não foi diferente no jornalismo. Sistemas são capazes de escrever reportagens, transcrever textos e até mesmo definir o melhor método de publicação. Notícias que antes passavam por um sério rigor de apuração, escrita e publicação, agora são facilmente criadas por máquinas e espalhadas pela população. Algoritmos de IA podem processar grandes quantidades de dados e identificar padrões para apoiar a pesquisa jornalística e a escrita de histórias.
O debate se tornou ainda mais fervoroso em 2022, no período eleitoral onde apoiadores políticos eram responsáveis por criar “bots” (robôs capazes de executar diversas vezes tarefas automatizadas e pré definidas) que escreviam e disseminavam repetidamente notícias criadas favoráveis ao lado que defendiam. Essas notícias, publicadas normalmente no WhatsApp ou no Twitter e compartilhadas milhares de vezes, gerando uma teia de desinformação, uma vez que essas pessoas compartilham os links somente pelo título e muitas vezes não chegavam nem a ler e muito menos checar a veracidade da informação. Por isso, a incorporação de IA no jornalismo gera preocupações sobre a precisão e imparcialidade das notícias.
Os direitos de propriedade intelectual e a privacidade são dois pontos principais de discórdia no que diz respeito ao uso ético de ferramentas de IA. Muitos protótipos são alimentados por conteúdo criado por pessoas reais. Por exemplo, quais são as restrições à edição de textos, fotos ou ilustrações jornalísticas? Ou onde esses dados são armazenados e quem tem acesso a eles?
Por outro lado, muitos criadores de conteúdo acreditam que se usada de maneira correta, a IA pode se conectar com o jornalismo promovendo os debates sobre inclusão e direitos digitais e otimizando os processos de produção de conteúdo. Para a jornalista Monique Caroline, que atua com o jornalismo transmídia, a ferramenta pode ser benéfica se regulada, mas caso contrário, pode trazer prejuízos ao jornalismo. “Se tiver regulação, eu sou a favor. O ganho ilustrativo e até educativo de quem assiste seria enorme. A gente teria imagens feitas com inteligência artificial realistas para passar uma mensagem positiva. Porém, se não regulamentada, a IA poderá modificar um vídeo, texto ou foto sem princípios éticos", pontuou.
Uma outra preocupação dos produtores e conteúdo gira em torno de como ficaria a empregabilidade dos profissionais caso a automatização seja efetivamente implantada nas redações. “Eu acredito que no futuro a gente corre o risco de ter uma diminuição de profissionais nessa área. Por isso, a importância de regulamentar. Principalmente, porque não é tudo que está ali, que é 100% verdade. O nome já diz, né? Inteligência artificial não é humana, então pode acontecer muitas falhas com quem usa esse tipo de recurso”, afirmou Monique.
“Tendo uma visão bem realista, eu acho que esse debate para regulamentar essas ferramentas, ele acontece, mas ele está longe de ser colocado em prática. Então, logo a gente pode começar a ter perdas de emprego e muito espaço para fake news. Por mais que seja benéfico nos casos que eu citei acima, é uma ferramenta que pode ir para a mão de qualquer um, tanto para o bem quanto para o mal. Eu acredito, que as reportagens televisivas, por exemplo, vão ter um ganho imagético, mas, por exemplo, na internet, a gente terá perda e uma distorção de tudo que acontece ali, com fake news, deep fake (vídeo falso) e muito mais”, concluiu a jornalista.
Desde os primórdios da humanidade, as invenções sempre mudaram o dia a dia da vida humana. Foi assim com a eletricidade, a aviação, a chegada da internet, só para citar três exemplos. Atualmente, o uso da tecnologia facilita, e muito, a convivência humana, seja ela para trabalho, pesquisa ou entretenimento. A recente popularização do uso de inteligência artificial (IA) como ferramenta marca um novo avanço na história. Mas, como essa ferramenta pode afetar o futuro das profissões que conhecemos atualmente?
Apesar de recente, já é possível presenciar diversas ferramentas que utilizam a inteligência artificial para funcionar. Por exemplo, o restaurante Kentaro Yoshifuji, inaugurado em Tóquio em 2021, utiliza uma maneira diferente e inusitada de atender seus clientes. O estabelecimento contrata apenas pessoas com problemas de saúde, que não podem sair de suas casas. Logo, uma questão vem na sua cabeça: como eles podem atender os clientes se estão em casa? A resposta é simples e inovadora. Os funcionários controlam robôs, que anotam os pedidos e servem as mesas. O local ficou conhecido no Brasil depois da reportagem do programa Globo Repórter.
A forma mais conhecida de utilizar a IA são através de plataformas como o Chat GPT. Nele, é possível perguntar sobre diversos assuntos, pedir receitas e até mesmo, um roteiro de novela. Uma das profissões que mais pode sofrer no futuro é a de arquitetura e design. Com a utilização das novas ferramentas de inteligência artificial, é possível criar modelos, paisagens e até mesmo, adicionar ou remover elementos de uma foto em poucos cliques. Por exemplo, o Remodeled.AI é uma plataforma construída com inteligência artificial voltada para o design de interiores. A plataforma, por enquanto, só está disponível na língua inglesa, mas tem um funcionamento simples: basta utilizar uma foto de um cômodo o qual você deseja decorar. Em poucos segundos, o Remodeled.AI irá montar uma nova releitura ao cômodo de acordo com suas preferências, pré-definidas antes da criação da imagem.
Em entrevista, o designer Willian Luz comentou sobre como ele enxerga o futuro das profissões e se ele tem medo de ser substituído por uma inteligência artificial: “Com relação à tecnologia e com o que anda acontecendo (introdução da IA ao dia a dia), isso é um ato natural do próprio desenvolvimento humano. Como exemplo, ninguém imaginaria que os CDs tomariam o lugar dos discos de vinil. Depois, foi lançado o MP3 foi lançado e tomou o lugar do CD. O Uber tomou o lugar do táxi e por aí vai. As coisas são modernizadas. Não tem como isso não acontecer, é um ato natural do ser humano porque as coisas vão avançando.” comentou William, que acrescenta. “Com relação a inteligência artificial, o meu receio é que uma hora as encomendas vão diminuir, porém, eu acredito que as pessoas vão ter que entender que irão existir novos trabalhos, então eu vou ter que me adequar com a necessidade do mercado.” prossegue.
“No meu caso, a inteligência artificial é uma aliada hoje. Eu a utilizo para criar imagens, designs e outras coisas. O meu trabalho é muito mais manual. Pode ser que um dia exista uma máquina que já produza, por exemplo, adesivos que são feitos direto na parede, ou que envelope uma geladeira sem a necessidade de o profissional ir até o local, tirar as medidas e criar o modelo. Acho que trabalhos manuais podem ser substituídos num futuro próximo.” conclui William.
A inteligência artificial tende, nas próximas décadas, a “dominar” e fazer ainda mais parte do dia a dia da população. Este aliado, que em muitas vezes é um grande facilitador, futuramente poderá ser utilizado para mudar o patamar da humanidade em áreas pouco exploradas, como um “mapeamento” do fundo dos oceanos ou a possibilidade de explorar novos planetas.
Sendo um dos mais tradicionais eventos da indústria automotiva mundial, responsável por grandes novidades das principais marcas, a IAA Mobility, antigo Salão do Automóvel de Frankfurt, acontece a cada dois anos. Em sua segunda edição, ela abrirá as suas portas no próximo dia 5 de setembro, com um novo formato focado em mobilidade.
O evento contará com 39 marcas de automóveis ao todo, como BMW, Ford, Honda, Mercedes e Renault, mas ausências importantes foram notadas como Fiat, Nissan, Peugeot e Toyota. Apesar disso, o que mais chama atenção é o aumento de marcas chinesas, que duplicou quando comparado a 2021, dando destaque a BYD, que apresentará os seus próximos passos na conquista do mercado europeu e mundial.
Além das fabricantes de veículos, a feira também contará com empresas como LG, Samsung e CATL, importantes fabricantes de baterias, reforçando o foco nos elétricos da exposição. Fornecedoras como Bosch e Continental, e as últimas novidades em relação a condução autônoma e inteligência artificial também estarão presentes.
BMW
A marca alemã, após o i Vision Circular e o i Vision Dee, apresentará o conceito Vision Neue Klasse. O protótipo, que completa a trilogia de conceitos que guiarão o futuro da marca bávara em relação a design e abordagem, será a estrela do stand.
Tal importância se deve pois ele será o responsável por apresentar a nova plataforma modular da marca, muito mais eficiente que a atual, que será usada a partir de 2025 em modelos totalmente elétricos de todos os tamanhos e formatos.
A empresa também usará o evento para lançar novas versões de modelos já vendidos, como o novo Série 5 Sedã com motorizações híbridas plug-in de última geração, o novo iX5 movido a hidrogênio, e uma versão blindada do novo i7, chamada Protection.
Além disso, a MINI, marca pertencente ao grupo BMW, fará o lançamento mundial de dois novos modelos muito aguardados: o novo Cooper em sua versão elétrica e o SUV Countryman, – com uma versão a combustão e uma totalmente elétrica – agora medindo 4.5m sob a mesma base do novo X1 e iX1, para disputar mercado no segmento C de SUVs premium, o mesmo do Volvo XC40 e Audi Q3 por exemplo.
BYD
Como já destacado, a presença chinesa está garantida e a BYD será a principal representante do país asiático em terras germânicas. A gigante já confirmou que apresentará a versão europeia do hatch elétrico Dolphin, que sacudiu o mercado brasileiro recentemente.
Também acontecerá o lançamento do novo sedã do segmento D, Seal, que disputará mercado com o Tesla Model 3, e sua versão SUV chamada Seal U, rival do Tesla Model Y, ambos totalmente elétricos com uma autonomia estimada de 500km.
Além disso, estarão presentes marcas como Avatr, uma colaboração entre as chinesas Changan e Haweii, Hiphi, Hongqui, Seres, Xpeng e Denza, uma submarca premium da própria BYD.
Honda
A única marca japonesa que estará no evento se restringirá a trazer apenas os seus modelos já anunciados, começando pelo novo e:ny1, versão elétrica do HR-V. Outros dois modelos recém-lançados no mercado europeu, e que serão também vendidos no brasil segundo a montadora são o ZR-V, o SUV do Civic, e a nova geração do CR-V.
Mercedes
Outra grande construtora alemã que vai se destacar tanto com carros conceitos e carros de produção será a Mercedes. Seu lançamento mais importante será um sedã conceito 100% elétrico que prevê a próxima geração dos carros de entrada da marca.
Em relação aos modelos de produção, o novo Classe E All-Terrain, uma versão aventureira do novo Classe E em carroceria perua será apresentada. O evento será palco dos SUVs reestilizados EQA e EQB, e da van EQV, os quais contam com melhorias na eficiência, mudanças estéticas sutis, e melhorias nos equipamentos.
Quem também marcará presença será a smart, agora 50% da Mercedes e 50% da Geely, dona da Volvo. A empresa apresentará o #3 para o mercado europeu, que nada mais é que uma versão em estilo cupê do seu SUV #1.
Renault
Única representante da aliança Renault-Mitsubishi-Nissan na feira, a marca francesa fará a revelação da versão de produção do aguardado Scenic, agora não mais um monovolume, mas um crossover elétrico para o segmento C.
O modelo faz parte do programa de transformação da marca chamado Renaulution, o qual tem como foco a eletrificação da marca nos próximos anos, de forma sustentável. Além do novo Scenic, é esperado que o Renault 5 e o Renault 4L, ainda como concept cars, também estejam presentes, ambos elétricos.
Tesla
Uma grande surpresa no evento será a marca americana, que quase nunca participou de salões de automóveis. A empresa de Elon Musk não disse quais modelos estarão presentes, mas especula-se que serão as versões reestilizadas do Model 3 e Model Y, já que dificilmente o novo Model 2 está em um ponto tão avançado de desenvolvimento para ser apresentado e há dúvidas se a Cybertruck será vendida no velho continente, devido a sua estrutura, incompatível com os padrões de segurança do Euro Ncap.
Grupo Volkswagen
Apesar da grande importância do evento, as marcas do grupo que estarão presentes, não apresentarão grandes novidades. A Audi confirmou sua participação, mas não quais modelos irá levar a feira, no entanto, espera-se que o tão aguardado Q6 e-tron finalmente seja revelado integralmente, assim como as suas especificações finais.
A mais nova marca independente do grupo, separada da Seat em 2021, a Cupra, marcará presença com o Tavascan. O SUV elétrico com autonomia de mais de 500km, estilo cupê e tração integral, é o modelo mais potente já produzido na plataforma MEB, a mesma dos Volkswagen ID.3 e ID.4.
A Porsche também confirmou sua presença, mas não apresentará o novo Macan elétrico, que apesar de usar a nova plataforma do Audi Q6 e-tron teve seu lançamento adiado para novembro, no salão de Las Vegas (EUA). Porém, trará o conceito Mission X para ser apreciado pelo público, modelo que prevê o futuro elétrico da marca.
Por fim, a Volkswagen irá revelar o novo ID.7 GTX, versão esportiva do sedan elétrico que além de adereços estéticos, contará com um aumento de potência. Ainda trará o recém revelado Passat Estate, agora apenas em carroceria perua.
Por Maria Clara Alcântara (texto) e Laura Boechat (audiovisual)
Lais Bonfim é uma estudante de jornalismo. Ela sempre se preocupou com sua segurança, sobretudo quando estava em uma rua lotada ou um bairro que sabia quer era perigoso. Sempre segurou firme o seu celular, um objeto caro e tinha medo de que roubassem o aparelho pelo valor dele, ela só não imaginou que o bem de maior valor não estavam protegidos, os seus dados seriam vazados.
Em dezembro do ano passado Laís ganhou duas câmeras digitais idênticas do seu pai, por isso eles resolveram vender uma delas, em uma plataforma online conhecida, chamada enjoei “Um dia depois que eu coloquei o anúncio já apareceu uma pessoa interessada, eu fiquei feliz porque ela já concordou com o preço e já fechou o negócio”
A câmera que Laís tentou vender na plataforma enjoei, ainda em suas mãos. "Eu fiquei com medo (...) Sempre achava que era mentira, que eu não estava comprando ou estavam me vendo na internet", conta a vítima.
Porém, Laís nem imaginava que ali começava um pesadelo que envolveria até a polícia “Eu vendi, então me mandaram e-mail com o logo do site, fingindo que eram o site, e falavam as etapas que eu tinha que fazer pra receber o meu dinheiro, pra terminar de ser concluído. Então na verdade a pessoa que comprou fazia parte do esquema. Aí eles ficavam falando que eu tinha que pagar taxa de vendas, de garantia do dinheiro”
Ela transferiu em torno de mil reais, porém como no email dizia que era uma garantia do dinheiro, não pensou muito sobre isso porque acreditava que esse dinheiro voltaria e ainda receberia o valor da venda. Mas nem tudo foi bem. Ela começou a perceber uma demora para efetuar a venda, não recebeu mais nenhum email, o comprador deixou de responder “essa enrolação pra terminar o processo que fez eu pensar que eu fui vítima de roubo de dados.”
De acordo com Samuel Tovo, engenheiro de dados, essa ação é cada vez mais comum, porém a legislação brasileira já a considera um crime. “No Brasil, temos a LGPD, que é a lei de proteção geral de dados. A partir desse momento você passa a ter punições para pessoas que vazam informações pessoais. No momento que você tem um CPF ali, você tem uma informação pessoal, você acaba tendo definições do que é um dado sensível, não só pessoal mas também sensível…”Você tem esse grande avanço que acaba protegendo a população e acaba garantindo que, caso alguém use de forma ruim esse dado, ele será punido por isso”, conta .
Como se proteger
O engenheiro relata formas de cuidar desses dados para evitar que situações como essa aconteçam “A primeira melhor prática é você indicar no seu banco de dados que aquela é uma informação pessoal”, isso ajuda com que as empresas que vão usar seus dados saibam que aquela informação é confidencial e não pode ser compartilhada.
O contrário ocorreu com a Lais, todas as informações pessoais dela e de sua família estão nas mãos de criminosos “Meu email, CPF, endereço, RG, o nome dos meus pais… Basicamente tudo o que a pessoa precisa pra abrir uma conta, por exemplo. Se não tivesse reconhecimento facial ou aquele negócio de tirar foto com seu documento, porque eles não pediram foto do meu documento, eles conseguiriam facilmente abrir uma conta no meu nome, ou fingir que sou eu em uma outra plataforma. “
Na hora Laís ficou desesperada e decidiu tomar medidas legais que a ajudassem nessa hora “Eu fiz um B.O. Fiz um boletim de ocorrência, que é feito no site da polícia militar, e aí eles enviam falando que vão analisar o caso e pediram pra eu ir na delegacia descrever o crime lá. Quando você faz o B.O. você põe por escrito. Só que eu não quis ir, desisti de fazer o B.O. e não fiz ele. Mas assim que eu percebi que fui roubada, fiz pela Internet.”
O roubo de dados de pessoas físicas vem sendo cada vez mais comum, essa prática já era comum no meio empresarial “Você teve por exemplo, atualmente, um grande roubo de dados da Rockstar, que é uma grande produtora de jogos. A pessoa roubou e vazou horas de desenvolvimento do jogo e quis buscar ali um retorno financeiro” .
Por isso, diversas empresas alertam seus funcionários sobre possíveis fraudes, os aconselha a não salvar senhas pessoais ou da empresa no computador, mudar a senha do computador pelo menos uma vez a cada 100 dias. A troca constante de senhas também é uma prática importante para pessoa física “Nunca ter a mesma senha repetida para tudo o que tem. Até porque se a pessoa consegue uma senha ali, vai testar pra tudo que você tem. O que normalmente as pessoas fazem é ter a mesma senha para todos os sistemas que elas usam.”
A questão emocional também é afetada em situações como essa, nossos dados são algo que é só nosso e quando estes são invadidos nós também nos sentimentos invadidos “. Eu fiquei com medo. Muito medo de tudo. Eu sempre achava que tinha alguém no meu celular, sempre achava que tipo, era mentira, que eu não estava comprando ou me vendo na Internet, eu realmente fiquei com muito medo.”
A confiança cibernética da estudante também foi afetada. "Eu fiquei com medo porque meus dados foram abertos para esse tipo de gente, que até hoje eu não sei se é homem ou mulher, se é mais de uma pessoa, enfim. Eu mudei meu email, resetei meu celular, tive que resetar meu celular, mudei todas as minhas senhas. Mas é claro, ainda assim eu fiquei com medo, porque você nunca sabe quem tá por trás”, revela.
Para evitar o crescimento desse tipo de crime, a vítima de roubo de dados deixa também um conselho para que esse fato não ocorra mais: “Sempre olhem o site oficial. Sempre vai ter uma dica de como não cair em golpes. Então: identificação de email, identificação de processos… A OLX nunca manda e-mail, por exemplo. Então, se a OLX te mandar um email, desconfie. Também os bancos estão muito falando sobre isso, porque as pessoas pegam números aleatórios e mandam falando que você tem cartão, que tem uma dívida. O Banco nunca manda SMS. Sempre entra em contato direto”.
Por Rafaela Guazzelli Dionello
O desfile da marca francesa Corpeni gerou o momento mais falado da temporada primavera-verão 2023, a modelo Bella Hadid fechou o desfile com um vestido que foi feito ao vivo na frente da plateia através de um spray. Por 10 minutos Manel Torres, junto de dois cientistas aplicaram um líquido nebuloso que se transformou, quase instantaneamente, em um material usável, esse líquido foi patenteado por Manel que criou essa tecnologia patenteada spray-on Fabrican, um tecido aerossol, que pode ser borrifado na pele, criando roupas sem costuras e no formato do corpo da pessoa que vai usá-las, o tecido pode ser lavado em máquinas sem problema algum. Para finalizar o vestido, a chefe de design da grife, Charlotte Raymond, subiu ao palco e deu os toques finais.
“Você pode usar este vestido, guardá-lo como um vestido e colocá-lo em um cabide. Mas se você não quiser mais, você pode colocar o vestido de volta no líquido e pode borrifar-lo imediatamente novamente”, disse o diretor criativo da Coperni e cofundador, Sébastien Meyer ao ser entrevistado pela CNN. Embora o vestido não esteja à venda, Meyer disse que é importante ultrapassar os limites da tecnologia e do design e criar um momento que possa entrar na história da moda.
“Além de um momento que vai ficar marcado na história da moda, isso também marca uma nova era aonde a possibilidade de criar moda de uma maneira sustentável é muito grande…a estreia Fabrican está sendo apontada como o auge do integração da moda com a tecnologia, que vem florescendo há tempos” diz a estudante de moda Lívia Lira
O spray geralmente é utilizado para uso médico, pode ser utilizado, por exemplo, como bandagem médica ou no mundo da construção, justamente por sua capacidade de se solidificar imediatamente na forma desejada. Pensando no mundo da moda, onde 30% das roupas produzidas acabam nunca sendo vendidas e a alta produção causada pelas fast fashions e o descarte de peças de roupas pela velocidade que as tendências saem de moda graças a Internet, a sustentabilidade que essa tecnologia oferece é um mar cheio de possibilidades para o mundo da moda.
O material foi desenvolvido em parceria com Paul Luckan, especialista em tecnologia de partículas, com o Fabrican Spray-on é possível mudar a textura das roupas, basta escolher outro tipo de fibra para ser aplicado. As opções são lã, linho e acrílico, a forma de aplicação também pode resultar em tecidos diferentes ao toque. "No século 21 devemos fazer com que seja a primeira vez que a ciência e o design realmente caminhem juntos, ilustrando assim sua interdependência", diz o CEO da marca.