Por Rafael Monteiro
A prótese dentária não se trata de uma invenção atual, pois em 2016, uma escavação arqueológica, na região da Toscana na Itália, foi descoberta o que seria a prótese mais antiga que se tem registro, até porque a estimativa é de que ela tenha sido feita nos séculos XIV ou XVII. Além disso há indícios mostrando que na antiguidade a perda de um ou mais dentes já era um grande motivo de desconforto.
Com o passar dos anos, obviamente, foi ocorrendo uma evolução por parte das próteses. Seja para ajudar em problemas de mastigação, fala ou até mesmo por questões estéticas, a necessidade das próteses ainda não foi totalmente eliminada, por mais que tenha ocorrido grandes avanços no quesito de tratamentos dentários.
Hoje em dia as próteses dentárias podem ser divididas em 5 tipos: A totalmente removível ou dentadura, parcialmente removível, parcialmente fixa, flexível e os implantes dentários (que podem ser considerados próteses também).
A totalmente removível ou dentadura, é para o uso de que perdeu todos os dentes. Os dentes são feitos de resina, que como o aprimoramento de novas tecnologias se torna cada vez mais parecido com dentes de verdade, em relação a seu formato, cor e tamanho, mas bem mais resistentes.
A parcialmente removível é utilizada por pessoas que possuem uma certa quantidade de dentes ainda, o que acabam servindo de apoio para ela. Nela deve ser levado em consideração a saúde dos dentes naturais de quem for implantada, pois é usada uma estrutura metálica feita de cobalto e cromo para prender ela aos dentes naturais.
A parcialmente fixa também utiliza dos dentes naturais como apoio, então ela é bem parecida com a parcialmente removível, o que muda entre as duas é mais em sua estrutura, pois ela é feita de metal e porcelana, porém hoje já é possível dela ser confeccionada por estruturas não metálicas como a zicrônia (pedras sintéticas produzidas em laboratórios, porém ela também pode ser encontrada na forma natural).

A flexível é uma alternativa para quem tem receio de usar a parcialmente removível, por conta de todos os cuidados que têm que ser tomadas com ela. Ela é feita de uma resina mais flexível e não necessita da utilização de uma estrutura para se prender nos dentes naturais da pessoa que irá utilizá-la.
Os implantes dentários são presos diretamente no osso do maxilar ou da mandíbula, funcionando como suporte para a prótese, sendo essa fixa, então ela é cimentada ou parafusada na estrutura presa ao osso, mas ela pode ser removida também, se ela for encaixada sobre retentores parafusados aos implantes.
“Algumas próteses possuem contraindicações, uma delas é o bruxismo que deve ser tratado com a eliminação da causa do mesmo (estresse, ansiedade etc) utilizando uma placa miorrelaxante e realizando os tratamentos corretamente antes de utilizar a prótese.” diz Julia Livia Teixeira Paiva, estudante de odontologia da Universidade municipal de São Caetano (USCS).
Para cada prótese tem que tomar um cuidado específico. “Para a parcial Fixa não existem muitas contra-indicações, desde que o cirurgião dentista saiba fazer todos os ajustes corretamente de acordo com a mordida do paciente para que não gere complicações na ATM, por exemplo” diz Paiva.
Já em relação à totalmente removível e a parcialmente removível os cuidados devem ser maiores diz a estudante de odontologia. “A higienização da prótese todos os dias é essencial; o paciente não deve, de maneira alguma, dormir com a prótese caso a mesma esteja larga, pois existe um grande risco de asfixia; a prótese não deve ser utilizada por mais de 5 anos, pois pode causar inchaço na mucosa, grande desgaste nos dentes, disfunções e lesões; caso a prótese esteja mal adaptada, pode trazer ao paciente problemas periodontais, cárie, disfunção na ATM, trinca nos dentes, etc.”
E por fim têm os implantes que apesar de ser a alternativa que mais se assemelha aos dentes naturais e oferece mais segurança aos pacientes, quem sofre de doenças sistêmicas deve ter cuidado redobrado durante o tratamento. Males como diabetes, HIV, osteoporose e a hipertensão podem prejudicar o processo de coagulação e cicatrização e deixam o corpo mais exposto a infecções.
Custos
Segundo o IBGE, em 2017, 39 milhões de brasileiros utilizavam algum tipo de prótese dentária. Atualmente, o número de brasileiros que vivem sem nenhum dente na boca é de 16 milhões (11% da população adulta). Entre as pessoas com mais de 60 anos, 41,5% já perderam todos os dentes.
Os preços de uma prótese podem variar bastante dependendo do tipo e número de próteses, os materiais utilizados e o tratamento escolhido. Para um paciente que fará uma prótese suportada pelo osso, por exemplo, normalmente os custos são maiores pela instalação dos implantes, ainda mais se for necessário realizar procedimentos prévios, como o enxerto ósseo.
“De modo geral, o preço médio unitário de uma prótese provisória varia entre R$600 e R$1.300. Quanto à prótese definitiva, é aquela utilizada na conclusão do tratamento, para proporcionar o resultado desejado pelo paciente e geralmente ela tem um valor entre R$ 1.300 e R$ 1.600. A Prótese Protocolo (sobre 6 implantes) custa R$ 6.500,00, a Overdenture (dentadura de encaixe sobre implantes): R$ 2.200,00, a Prótese Parcial Removível Provisória: R$ 631,00 e a Prótese Parcial Removível com Grampos PPR (Esquelética): R$ 1.341,00 ", afirma.

No Brasil, já existem tecnologias digitais para a confecção das próteses, porém, a tecnologia mais utilizada ainda é o processamento laboratorial convencional. “Normalmente utilizamos modelo de gesso e articulador para a moldagem das próteses; os dentes (coroas) são confeccionados em resina ou porcelana, a porcelana mais utilizada hoje em dia é a EMAX, por ser mais fina e aderente, exigindo menos preparação do dente e dispensando a remoção profunda da estrutura dentária, apesar de terem tido uma grande evolução tecnológica. Com a descoberta de novos materiais estéticos, em alguns casos, é possível confeccioná-las com estruturas não metálicas como as da zircônia. No caso das próteses sobre implante, os parafusos normalmente utilizados são de titânio", finaliza.
Por Maria Luiza Oliveira
O ex-editor da revista Wired, Chris Anderson, afirmou em uma entrevista para o jornal The New York Times que a tecnologia se aproxima mais da cocaína do que de um doce para as crianças e adolescentes. Um discurso distinto de outros profissionais da mídia, que vendem a ideia de que a tecnologia está sendo transformadora para a geração dos chamados “nativos digitais”, sendo eles mais espertos e melhores do que pessoas mais velhas.
De acordo com o livro “A Fábrica de Cretinos Digitais: os perigos das telas para as nossas crianças”, escrito pelo neurocientista Michel Desmurget, há um uso excessivo da tecnologia: até os 18 anos estimasse que as crianças e adolescentes tenham ficado o equivalente a 30 anos letivos ou a 15 anos de um emprego em tempo integral em frente às telas.
A geração que mais está sendo afetada por isso é a que foi apelidada como “alfa”, que vai de 2010 até 2024, cuja primeira criança nasceu no ano de criação do IPad, elas correspondem a cerca de 30 milhões no Brasil. É um grupo que desde o nascimento já tem contato direto com o Youtube, por exemplo, recurso que está sendo utilizado como babás, evitando a interação física.
A questão que fica e precisa ser questionada é de como isso está afetando essa geração? Como a exposição desde cedo à tecnologia como celulares, tablets e computadores interfere no aprendizado e comportamento dos nativos digitais?
Existem muitos livros, estudos, como o Programme for International Student Assesment (PISA) e documentários (“Geração Telas”) que traçam o perfil desse grupo: uma geração solitária, lenta, sem criatividade, inapta às experimentações e que não gostam do trabalhos coletivos. Além disso, mostram vários riscos à saúde psíquica deles, déficit de atenção, TDAH e qualidade do sono podem ser uma das consequências.

A psicopedagoga e neuropsicóloga Célia Beatriz (55), afirma que “a infância é uma época de mudanças significativas, na estrutura anatômica e nas conexões cerebrais. Uma maior exposição nas telas pode influenciar no comportamento e consequentemente na saúde mental das crianças e adolescentes". Contudo, isso pode ser diferente para cada pessoa.
Adriana Rafael (51), mãe de Theófilo Leite, de 9 anos, conta que percebe um comportamento irritado e agitado do filho quando ele está longe do vídeo game ou de qualquer outro tipo de tela. Além disso, percebe nele uma maior dificuldade para concentração.
Theófilo passa em média 6 horas por dia jogando vídeo game ou em ligação com os amigos – “para mim é divertido para passar o tempo, porque com a Covid-19 isso foi um alívio para eu não ficar com depressão”. Mas a mãe diz que se preocupa com isso “me incomoda muito, mas hoje é um grande aliado meu no sentido de cuidar, pois não tenho condições de pagar atividades extras para ele além da escola. Mas tento desassociar o uso da tecnologia com leitura e outras atividades.”
Célia explica que a tecnologia é programada para manter o usuário conectado por mais tempo possível. Os jogos e as redes sociais estimulam a dopamina no cérebro, um neurotransmissor que irá diminuir a ação da área cerebral responsável pelo autocontrole, decisões e julgamentos. Ela traz uma sensação de recompensa instantânea, estimulando o indivíduo a repetir aquele processo, o que pode gerar o vício.
Não é à toa que os gurus da tecnologia do Vale do Silício têm regras bem claras em relação ao uso de celulares e tablets na educação de seus filhos: evitar ao máximo. Bill Gates, criador da Microsoft, só vai dar um smartphone ao filho quando ele completar 14 anos.

Em 2016, a Academia de Pediatras dos Estados Unidos fez algumas recomendações aos pais: não usar celulares ou similares antes dos 18 meses; entre 18 e 24 meses, uma hora por dia e a partir dos seis anos colocar limites coerentes na utilização. Uma pesquisa publicada em 2019 pela revista médica JAMA Pediatrics aponta que uma maior exposição às telas por crianças entre dois e três anos pode levar a um atraso no desenvolvimento. Contudo, a psicopedagoga faz um alerta: “os pais são grandes influências para os filhos, não adianta tentar falar para o filho diminuir, se os próprios não conseguem regular esse uso.”
Mas como famílias que precisam trabalhar e não tem condições de pagar atividades extras ou uma babá irá fazer esse controle em um mundo cada vez mais digital, que, inclusive, facilitou o cuidado?
Dados da pesquisa Commom Sence Media, que tem como objetivo “ajudar as crianças a se desenvolverem em um mundo de mídia e tecnologia”, mostram a grande diferença no uso entre as famílias de alta, média e baixa renda: as crianças de famílias de alta renda costumam passar 1h50 min por dia; já a de média 2h25 min e de baixa renda, uma média de 3h 39 min.
Ainda não existe uma conclusão exata para todas essas questões, de quão mal o excesso das telas podem fazer para o desenvolvimento humano, pois não existe pesquisas suficientes. Apesar disso, é necessário prestar atenção ao uso das telas, independentemente da idade. Viver fora do ambiente digital e respirar o mundo real é importante para o desenvolvimento de todos.
Imagem da capa: Foto de Amina Filkins no Pexels
Por Leornardo Cavazana Nunes
A popularização das apostas online começou discretamente por desconfiança da população nesse mundo de jogos de azar. Mas com a sanção da “lei de apostas” em 2018, esses sites conquistaram multidões de adeptos no País, movimentando cerca de R$ 12 bi por ano, segundo o governo federal.
Considerado no exterior por muitos como um hobby os “apostadores” já são sinônimo de profissão. Os motivos para isso são vários: comodidade, praticidade, diversão e baixo custo de investimento inicial, que pode gerar ganho a longo prazo. O cadastro é feito de maneira remota. Requer um email e senha, além da declaração de ter mais de 18 anos, e as transações são feitas por cartão de crédito, boleto ou Pix. Atualmente, mais de 400 empresas atuam no Brasil, todas elas com sede no exterior.
Entre esses muitos apostadores está Jonathan Eike Harano, 20 anos, Estudante de engenharia de produção da UTFPR. Ele relata que aposta faz dois anos, e que gosta da adrenalina. “faço, pois, é um tipo de investimento de alto risco, gosto da adrenalina, a sensação de estar correndo risco e principalmente no final quando tenho um resultado positivo”, afirma.
Fonte: acervo pessoal do Jonathan Eike Harano (print do celular no site de apostas, bet365)
Segundo o estudante ele não está correndo risco de perder dinheiro e se viciar nesse mundo. “nunca perdi dinheiro em geral, uma vez em uma conta que eu entrei com 60 reais consegui retirar 1000, hoje em dia nesses últimos meses já ganhei uns 60 % do investimento inicial. Sobre o medo de se viciar, não tenho, pois, vejo como um emprego onde eu estudo e analiso minhas opostas, não faço nenhuma loucura”, garante.
Para aumentar suas chances nesse mercado em constante crescimento, os sites de apostas investem com vigor em patrocínio, principalmente no mundo do futebol, mas existem outros tipos de apostas como de basquete, entre outros esportes.
Harano diz como é o processo para apostar. “Entrando no mercado de apostas esportivas seja qual for, eu por exemplo uso o bet365, só por hobby será muito difícil você ganhar dinheiro a longo prazo, por isso eu não aposto com as minhas intuições e sim probabilidades obtidas por um grupo vip que assino por mês, eles possuem um lucro de +800% em 17 messes considerado hoje um dos melhores grupos de consultoria de apostas do Brasil”, conta.
O mesmo termina, alertando como apostar de maneira segura. “No campo das apostas, regras e fiscalização são essenciais. Com controle rígido e de forma ponderada, esse mercado pode ser muito bem explorado", considera.
Na manhã desta quinta-feira 04/10, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) iniciou a sessão destinada ao leilão de quatro frequências do 5G, a nova geração de internet móvel. Quinze empresas estão disputando lotes da tecnologia. O leilão acontece com a análise das propostas de quatro frequências (700 MHz (megahertz); 2,3 GHz (gigahertz); 3,5 GHz; e 26 GHz) divididas em blocos nacionais e regionais. Além disso, cada faixa tem uma finalidade específica.
As operadoras Claro, Vivo e Tim arremataram as principais faixas, ficando com as frequências de 3,5 GHz (gigahertz), que permite uma velocidade 100 vezes mais rápida que o 4G, porque trabalha com ondas mais curtas e rápidas, levando maior quantidade de dados. A Claro conseguiu o primeiro lote (B1) por R$ 338 milhões, a Vivo adquiriu o segundo lote (B2) por R$ 420 milhões e a Tim arrematou o terceiro lote (B3) por R$ 351 milhões. Não houve proposta para o quarto lote.
A Winity II Telecom Ltda , associada ao Fundo Pátria, ganhou a disputa pelo primeiro lote da faixa de 700 MHz (megahertz), que possibilita o oferecimento do serviço em todo o território nacional. Desse modo, o Brasil contará com uma nova operadora de serviço móvel autorizada a oferecer serviço em todo o país. De acordo com as obrigações previstas no edital, ela terá que levar internet a 31 quilômetros de rodovias federais e aos locais que não tem 4G.
Outra nova operadora é a Brisanet, que levou o lote C4 do Nordeste de 3,5 GHz por R$ 1,25 bilhão e o lote C5 por R$ 105 milhões. Com isso, ela se compromete a levar o 5G a todos os municípios com menos de 30 mil habitantes nos nove estados do Nordeste.
Com a ação, o governo espera levantar cerca de R$ 49,7 bilhões, sendo que do total, R$ 3,06 bilhões vão para o pagamento de outorgas, R$ 7,57 serão destinados a garantia de internet nas escolas básicas e o restante deverá ser utilizado nas demais obrigações de investimento do edital.

O que muda com essa tecnologia?
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O 5G promete conexão extremamente rápida, estabilidade e tempo de resposta ágil. Isso porque trabalha com ondas mais curtas e rápidas, levando maior quantidade de dados. Porém o fato de serem curtas traz a necessidade de haver mais antenas instaladas.
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A latência, que causa atraso em videochamadas, irá diminuir, uma vez que a informação percorrerá a rede mais rápido.
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Conexão entre vários dispositivos ao mesmo tempo, pets com coleira conectadas, semáforos, drones, relógios, etc, pois o 5G suporta mais dispositivos ligados juntos
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Possibilita a operação de carros autônomos e linhas de produção automatizadas, além do avanço da telemedicina devido a menor quantidade de atrasos na transmissão de dados
Por Julia Nogueira
Entre os virais da Internet desse ano surgiu uma menina de menos de 2 anos, Alice, que ficou conhecida por “falar palavras difíceis”. Em entrevista à BBC Brasil, sua mãe, Morgana Secco, afirma: “ela não vê nada de televisão e nem usa nada de celular, ela nem sabe que isso existe.” Mariana Fraga, estudiosa no assunto sobre o impacto das telas na vida das crianças, conta que percebeu que “as crianças estavam perdendo sua infância”, e a preocupação resultou na sua atuação como profissional ajudando famílias com o problema da dependência de telas enfrentado por muitos.
Pela visão da maioria, o cenário atual, com os chamados Nativos Digitais (crianças que já nasceram imersas nesse mundo conectado), criou-se uma lenda de que essas crianças seriam como ninjas digitais e os pontos positivos representados pelas telas seriam muito maiores que os malefícios, ideia que contraria a maioria dos estudos que vêm sendo realizados constatando os problemas de desenvolvimento infantil, como problemas na fala, no sono, emocionais, cognitivos, entre outros.
Em 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria atualizou as recomendações do uso de telas na infância, para crianças de 0 a 2 anos, por exemplo, a recomendação é de que não devem ser usadas. Mariana afirma que “não há nada que substitua a interação humana, as telas representam uma relação passiva, unilateral”. Ela ainda alerta sobre “o uso de telas como babá, que faz com que a criança perca a oportunidade de se desenvolver emocionalmente.”
Dados mostram que nos países ocidentais, entre 2 e 8 anos de idade, a média em frente às telas é de 2h45min diariamente; entre 13 e 18 anos, essa média chega perto de 7h15min. Fraga ainda avisa que o propósito não é demonizar as telas, elas existem e deve-se saber lidar com isso. O grande problema está em como elas são utilizadas. “Quem apresentou as telas para as crianças foi um adulto”, atenta ela, “e cabe a esse mesmo adulto tornar o brincar interessante também”, avalia.
Essa relação passiva com as telas traz outro problema: “Todo momento de criação certamente foi precedido pelo tédio. Ele é importante para a criança observar seu entorno, inventar, imaginar e usar a criatividade”, assegura a especialista em telas. A maior parte do conteúdo virtual consumido pelas crianças é ‘pronto’, se até adultos sofrem com o vício em telas, a criança com o cérebro em formação não consegue perceber esses problemas, como tem alertado os estudos.
Para além disso, mesmo com a supervisão dos pais, muitas crianças acessam conteúdos inapropriados nas plataformas que costumam utilizar. Mesmo o Youtube Kids recomenda vídeos que aparentam inofensivos, mas o algoritmo não percebe que é um conteúdo adulto. Cada vez mais os estudiosos vêm afirmando que quanto mais tempo puder afastar as telas das crianças, melhor. Afinal, ela terá muito tempo quando for adulta para lidar com elas.
Mariana também sustenta a importância do diálogo, e que a criança deve entender que o celular ou o computador é uma ferramenta para o adulto, que não deve ser entendido como forma de punição ela não ter esse acesso. E que o tempo fora das telas, dos pais com a criança, deve ser aproveitado ao máximo, como relembra ela do isolamento social causado pela Covid-19: “A pandemia veio para piorar uma situação que já não estava boa”, afirma. A falta de rede de apoio na quarentena, sem avós ou tios, com as famílias trabalhando em home office só acabou aumentando a demanda dos eletrônicos para as crianças.
Fraga também ressalta que “não existe uma idade em consenso de quando uma criança pode ter um celular, existe se o cuidador está ou não preparado para orientar o filho a ter um celular”, e que a dependência infantil das telas “é reversível, mas os pais precisam querer mudar”, apesar das sequelas no desenvolvimento, tratadas pelos estudos, serem um mistério para o futuro adiante. “Uma criança sem telas é até mais feliz, eu diria”, reflete.