Entre ocupações e assembleias, universitários fazem da moda um instrumento de protesto
por
Maria Julia Malagutti.
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26/06/2025 - 12h

Nas ruas e universidades, a moda afirma-se como linguagem política: um código visual capaz de expressar ideologias, indignações e identidades coletivas. Em um Brasil marcado por tensões sociais, reações conservadoras e a articulação de movimentos progressistas, o corpo torna-se campo de disputa simbólica.

Esse uso da estética como resistência não é novo. Nos anos 1960 e 1970, movimentos como o feminismo, o black power e o punk já faziam do vestuário uma ferramenta de contestação. Hoje, esse gesto se atualiza: a camiseta da seleção brasileira, antes símbolo nacional, virou objeto de disputa ideológica, enquanto outras peças se consolidam como marcas visuais de protesto, como os keffiyehs em atos pró-Palestina ou camisetas com frases como “Estado laico já”.

Em entrevista à AGEMT, a estilista Isadora Barbozza afirma que “o vestuário é essencial para transmitir mensagens sociais, culturais, ideológicas e políticas”. Para ela, é possível reconhecer, à primeira vista, a filiação a uma causa, crença ou identidade coletiva. “Você consegue, num olhar, identificar uma roupa de matriz africana. É muito expressivo”, destaca. Ela lembra que religiões, culturas e instituições sempre usaram a roupa como marcador simbólico — mostrando que o corpo vestido participa da construção de sentidos sociais.

Na universidade, esse fenômeno se intensifica. Na PUC-SP, onde o movimento estudantil voltou a se articular em 2025, com assembleias e protestos pela democratização interna e contra retrocessos nos direitos humanos, o vestir passou a compor o ato político. Camisetas com símbolos de partidos e movimentos sociais — como o PT, o MST e coletivos feministas — tomaram os corredores, transformando o corpo dos estudantes em suporte de convicções. A escolha da roupa deixa de ser neutra e se torna apoio ao debate.

A relação entre vestuário e engajamento também aparece na fala de Martim Tarifa, estudante de Jornalismo da PUC-SP. Em entrevista à AGEMT, ele conta que escolheu sua roupa com intenção ao participar da assembleia da ocupação estudantil. “Não fazia sentido ir com qualquer roupa. Vesti minha camiseta antifascista porque, da minha casa até lá, queria deixar claro meu apoio à mobilização”, explica. Para ele, mesmo quando não há uma intenção explícita, o modo de se vestir carrega significados. “Só de olhar para o estilo de uma pessoa, já dá pra perceber uma possível posição política. É uma forma de se posicionar e também de se identificar”, acrescenta.

 

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Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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A semana de moda italiana de 2023 aconteceu entre os dias 20 e 25 de setembro e contou com 62 desfiles, além da estreia da designer brasileira Karoline Vitto.
por
Giovanna Montanhan
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05/10/2023 - 12h

A Semana de Moda de Milão (MFW) acontece anualmente desde 1958, nos meses de fevereiro e setembro. Antigamente, o evento era apresentado pela associação da Camera Sindacale della Moda Italiana, que mudou de nome para Camera Nazionale della Moda Italiana. Na época, o evento se resumia a exibir desfiles de moda e exposições que apresentavam a indústria da moda italiana, hoje em dia, tem como objetivo promover estilistas italianos tanto na Itália quanto internacionalmente. 


Primeiro dia (20/09)

Destaques:

Fendi: fundada em 1925 por Adele e Edoardo Fendi. A marca começou como uma pequena boutique no coração de Roma, especializada em bolsas e peles. O designer britânico Kim Jones assumiu o cargo de diretor artístico da alta costura em 2020, ao lado das diretoras artísticas Silvia Venturini Fendi e Delfina Delettrez Fendi, respectivamente, a terceira e a quarta geração da família Fendi. A grife ficou conhecida por seu modelo icônico de bolsa baguette.

Na passarela, Kim apresentou uma coleção refinada para mulheres elegantes e modernas, misturando tons neutros aos pastéis e multicoloridos para criar seus visuais. Peças que carregavam o monograma da marca também estavam presentes, além do uso de tecidos leves, como a seda, e alfaiataria. 

Os acessórios combinados foram desde bolsas - bolsas-cargo repletas de compartimentos,  mini bolsas e as clássicas baguette com o logo aparente - até luvas de couro, usadas por todas as modelos. 

Segundo o diretor artístico da marca, ‘’Há uma elegância na facilidade e no fato de não se importar com o que os outros pensam - esse é o verdadeiro luxo. Nessa coleção, eu queria refletir isso".

 

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Foto: Getty Images

 

Roberto Cavalli: criada em 1970 pelo designer de nome homônimo da marca. Conhecido por suas peças com estampa animal em couros e em tecidos e o estilo prêt-à-porter (expressão francesa que significa “pronto para vestir”) , o conceito de Cavalli reflete nas roupas fabricadas em tamanhos padrão, acessórios - incluindo bolsas, óculos, relógios, sapatos, perfumes - e joias.

O desfile foi capaz de traduzir a essência do conceito de primavera na passarela. Muitas plumas, recortes e transparências, além do uso exacerbado de cores vívidas, que remetem à próxima estação. 

 

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Foto: NOWFASHION

 

 

Diesel: estabelecida em 1978 por Renzo Rosso. A escolha do nome da marca foi pela pronúncia, pois se mantém a mesma em todo o mundo. É especializada em jeans de alta qualidade, além de acessórios para mulheres, homens e crianças de todas as idades. 

O desfile chamou a atenção quando a marca enviou câmeras analógicas como forma de convite. 

O desfile aconteceu a céu aberto, debaixo de chuva, no qual os convidados precisaram usar guardas-chuva para assistir. As peças em jeans, tie dye (técnica de tingimento de tecidos), látex, couro e casacos puffer (modelo acolchoado) foram itens que tiveram destaque. 

 

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Foto: Getty Images

 


 

Segundo dia (21/09)

Destaques:

Prada: fundada em 1913 por Mario Prada e por seu irmão Martino. A grife, inicialmente era chamada “Fratelli Prada” (Prada Brothers), e vendia acessórios para viagem como baús, malas e produtos de couro. 

Em 1978, a neta de um dos fundadores, Miuccia Prada, passou a comandar a marca ao lado de seu esposo, Patrizio Bertelli.

O desfile foi marcado por looks que transitaram entre o delicado e o ousado. As modelos usaram toucas justas o tempo todo, além de exibir peças bem construídas, como jaquetas com mangas largas, lenço de seda no pescoço formando uma espécie de capa, shorts de cintura alta, vestidos transparentes em cor pastel, saias douradas e prateadas com franjas, cintos de couro e camisas florais com franjas. 

 

 

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Foto: Isidore Montag


 

MM6 Maison Margiela: é uma segunda linha da marca, criada em 2012, na França, pelo designer Martin Margiela. Foi lançada por Maison Margiela, que anteriormente era chamada de Maison Martin Margiela (1988). 

O fundador é considerado uma das personalidades mais misteriosas do mundo da moda, cuja principal característica é o anonimato, e até hoje, nunca se viu uma foto dele sequer. 

O desfile foi marcado pela presença de looks que remetem aos anos 90, mantendo os trajes elegantes em destaque, com foco no estilo clássico por meio de tecidos brancos e cinza escuro listrados, além das camisas sem manga prateadas, combinadas com bodys e decote profundo, calças oversized, casaco sobretudo de couro, coletes e shorts modelo vintage. 

 

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Foto: Getty Images

 

 

 

MOSCHINO: criada em 1983 por Franco Moschino. Suas coleções são caracterizadas por serem extravagantes, ousadas e excêntricas, sempre fazendo o uso de muitas cores. Desde 2013, o designer norte-americano Jeremy Scott comandava a direção criativa, mas deixou o cargo em março deste ano. 

O desfile celebrou os 40 anos da grife e convidou as estilistas Carlyne Cerf de Dudzeele, Gabriella Karefa-Johnson, Katie Grand, e Lucia Liu para montarem dez looks cada. 

A inspiração para esta coleção foram as décadas de 80 e 90, marcadas por modelos com silhueta bem definida. As peças criadas por Carylne trouxeram a marca de volta às origens de seu criador (Franco Moschino), com ternos brancos de dois botões, junto a calças cinza plissadas e golas altas pretas. Os acessórios exibidos foram bolsas em formato de coração, brincos e colares. 

Gabriella, por sua vez, estilizou os clássicos chapéus de cowboy, apresentou vestidos de crochê e joias marcantes, além de apresentar seus visuais ao som da música PURE/HONEY da cantora norte-americana Beyoncé. 

Katie, tinha o intuito de montar suas peças em cima de slogans chamativos. 

Alguns bodys que estampavam pontos de interrogação, outros que delineavam o corpo nas cores preto e branco, outras peças continham, em letras garrafais, a frase Loud Luxury ( que remete a ideia de fácil identificação da marca de luxo pelo público geral).

Por fim, Lucia, que adotou uma abordagem mais romântica e conceitual. E Liu, que usou muito ouro, ferragens em forma de coração e bordados florais em silhuetas delicadas. 

 

 

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Foto: Getty Images

 

 

Emporio Armani: é a segunda marca da família ‘’Armani’’, estabelecida em 1975 por Giorgio Armani e Sergio Galeotti

Na passarela, foram apresentados conjuntos organizados por cor - permitindo uma fusão de nuances, estilos e tons. A coleção começou com tons neutros de prata, bege, preto e cinza antes de passar para tons de verde, azul, roxo e rosa. Além disso, foram exibidos conjuntos formados por duas peças, blazers, vestidos, saias fluidas, shorts, tops de soutiens e blusas transparentes. E tudo isso, claro, sem perder a elegância tradicional da grife. 

 

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Foto: Getty Images

 

Tom Ford: fundada em 2005 pelo designer de nome homônimo.

Em 1990, Tom foi contratado no cargo de designer prêt-à-porter feminino da grife italiana Gucci. Em 1994, tornou-se diretor criativo da marca. Sob seu comando, o grupo Gucci adquiriu a Yves Saint Laurent - grife francesa - fazendo com que ele também assumisse os papéis de diretor de criação e diretor de comunicação da nova marca adquirida, enquanto exercia sua função na Gucci. 

Em 2004, pediu demissão e iniciou sua própria marca. 

O desfile marcou a estreia de Peter Hawkings como diretor criativo da grife, que apresentou looks em tons neutros e vibrantes, que iam de ternos despojados a peças em couro, decotes exagerados, metalizados, vestidos transparentes, franjas e alfaiataria.

 

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Foto: Getty Images



Terceiro dia  (22/09)

Destaques: 

Gucci: estabelecida em 1921 por Guccio Gucci. O fundador da marca veio de uma família simples, trabalhava como porteiro em um hotel em Londres e após muitos anos observando malas de viagem, decidiu criar seu próprio negócio para vender bolsas e malas. 

Em um primeiro momento, o foco da marca era artigos feitos em couro de alta qualidade por artesãos. Depois de um tempo, a Gucci passou a ampliar sua fabricação, e começou a produzir luvas, bolsas, cintos e sapatos. 

O desfile foi marcado pela estreia do novo diretor criativo, Sabato de Sarno, que entregou um show que não agradou os amantes da moda! Os espectadores disseram que a nova coleção não parecia uma grife, mas sim peças de fast fashion, como da Zara, por exemplo. Uma das reclamações foi a falta de criatividade e originalidade de Sabato para esta coleção, alegando que o trabalho feito pelo antigo diretor criativo Alessandro Michele (que durou sete anos) foi muito mais memorável e ousado. 

Foi possível observar na passarela, muitas peças em alfaiataria, como: os micro shorts-saia e casacos compridos, aplicações de franjas, camisetas brancas e regatas, mocassins de plataforma, vestidos brancos de cetim e muitos visuais estampados com o monograma da grife, como coletes oversized  e bolsas já conhecidas pelo público. Foram desfilados também blazers e terninhos com pele à mostra, jaquetas de couro rígidas, túnicas cintilantes, lapelas de cristal. Os acessórios que mais chamaram atenção foram as joias volumosas douradas e os óculos de sol. 

 

 

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Foto: Getty Images

 

 

Versace: fundada em 1978 por Gianni Versace. Suas peças sempre foram conhecidas por explorarem a sensualidade feminina por meio do uso do couro, com recortes e modelagem que marcaram a silhueta, além de cores vibrantes e estampas que não passavam despercebidas. 

Em 1997, Gianni foi brutalmente assassinado em frente à sua mansão, em Miami. A partir de então, Donatella Versace, sua irmã, que já dividia tarefas com ele, assumiu o comando como diretora criativa e permanece no cargo até hoje. 

O logotipo traz a imagem da Medusa - figura mítica grega que exala sensualidade, teatralidade e classe, conceitos que, de acordo com a grife, são essenciais para a representação que ela deseja transmitir. 

Donatella trouxe os anos 60 para a passarela! Apresentou vestidos sem mangas curtos e botas até o joelho, que remetem à estética retrô e cores pastéis na maioria dos looks. As modelos usavam cabelos volumosos e rabos de cavalo altos, com faixas de cabelo. Além disso, foi possível observar vestidos evasê adornados com mangas bufantes, conjuntos comportados em alfaiataria fluida e peças floridas em crochê. Modelos em seda, couro, tweed, bem como tricô e tecido transparente compuseram a maior parte da coleção.

 

 

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Foto: Getty Images

 

Boss: criada em 1924 por Hugo Ferdinand Boss, na Alemanha, após o fim da Primeira Guerra. 

A marca, inicialmente, ficou conhecida por produzir fardas militares e uniformes para o partido nazista, no qual era associado. 

Hugo faleceu em 1953 e foi substituído por seu genro, que mudou a imagem da marca. O foco continuou no estilo masculino, mas na produção de ternos que ficaram conhecidos como “ternos Hugo Boss”. 

Em 1967, passou a ser comandada por seus netos que transformaram o conceito da marca para um estilo mais moderno e autêntico. Nas décadas de 70 e 80, a grife apostou no estilo esportivo e na elite, investindo na Fórmula 1, no golfe e no tênis. Em 1998, entrou para o universo feminino, com peças minimalistas e elegantes. 

Marco Falcioni apresentou uma coleção clássica, seguindo os moldes tradicionais. Com saias lápis, casacos estruturados, blusas drapeadas e com decotes, cores neutras e maletas adornadas como acessórios. 

 

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Foto: Getty Images

 

Quarto dia (23/09)

Destaques:

Ferragamo: fundada em 1927 por Salvatore Ferragamo. Marca conhecida por criar modelos memoráveis de sapatos feitos à mão. Nos dias de hoje, também produz acessórios e perfumes. Algumas atrizes como Marilyn Monroe, Greta Garbo e Sophia Loren já usaram pelo menos um dos modelos de suas criações, nessa perspectiva, passou a ser conhecido como “sapateiro das estrelas”. 

Nesta coleção, o diretor criativo britânico Maximilian Davis, tirou a cor vermelha do destaque e deu espaço para os tons neutros brilharem! A paleta girava em torno do preto, branco, um pouco de verde e sutis detalhes de vermelho.

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Foto: Getty Images

 

Dolce & Gabbana: criada em 1985 por Stefano Gabbana e Domenico Dolce. A dupla de designers faz questão de exaltar seu país de origem (Itália) sempre que podem. A marca tem como característica o uso de símbolos religiosos na grande maioria de suas peças, além de abusar de estampas florais. 

A grife já se envolveu em algumas polêmicas, como em 2013, quando Domenico (que se considera homossexual) se posicionou contra a adoção de crianças por casais homoafetivos, alegando que o modelo tradicional (mulher + homem) de família seria o correto.

Um tempo depois, a marca fez uma coleção que exaltava o culto à magreza extrema, exibindo tênis e bolsas com as seguintes palavras: “magra e maravilhosa”.

Em 2018, se envolveu em mais um escândalo. Antes de apresentar um desfile na China, a grife divulgou um vídeo no qual uma modelo chinesa, vestida com trajes típicos, tentava comer pizza usando hashis. O motivo do “humor" se concentrava na tentativa falha. O vídeo foi acusado de carregar xenofobia e sofreu boicote. 

Nesta coleção, os tons neutros tiveram destaque! O desfile fez uso do preto e branco, que acabou dominando a passarela, chegando até a receber o nome  de ‘’Woman’’ (Mulher). Vestidos assimétricos de chiffon preto com poás de renda e transparente, junto de laços amarrados no pescoço, smokings desconstruídos, micro shorts, babados e estampas florais foram algumas das peças desfiladas. Algumas roupas tinham colarinhos brancos ou detalhes em camisas sociais brancas. Além de uma seleção de ternos, jaquetas e vestidos completamente brancos. As modelos carregavam pequenas bolsas de mão e usavam saltos agulha ou botas pretas de cano alto.

Sem esquecer de mencionar a icônica estampa animal da marca em capas de chuva brilhantes. 

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Foto: Getty Images

 

 

The Attico: estabelecida em 2016 por Gilda Ambrosio e Giorgia Tordini. As inspirações da dupla para criar suas coleções se baseiam nos palácios e casas de Lago, abordando a proposta vintage que a marca deseja transmitir.

A The Attico fez sua estreia na Semana de Moda de Milão nesta edição e apresentou 42 looks, dentre eles tecidos transparentes (com vestidos) e lantejoulas espelhadas, calças cargo, jaquetas oversized, calças prateadas, sobretudos oversized, blazer com ombreiras, meias adornadas com penas, echarpes, sapatilhas cravejadas com cristais e bolsas brilhantes. 

 

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Foto: Getty Images

 

Bottega Veneta: fundada em 1966 por Michele Taddei e Renzo Zengiaro. Sua especialidade sempre foi criar peças refinadas de couro usando o método intrecciato - couro trançado que vem do trabalho artesanal. A marca vai na contramão da ideia de luxo ostentação e parte do princípio do ‘’Quiet Luxury’’ - termo adotado por pessoas da alta sociedade que desejam utilizar peças de grife de maneira discreta. 

O conceito do desfile foi uma verdadeira ‘’floresta fashion’’ - na qual o diretor criativo da marca, Matthieu Blazy, transportou os convidados para o distrito de Bovisa, que foi todo colorido com mapas pintados à mão e convites em formato de relógios de bússola de couro. As peças iam de casacos de tweed a bolsas de mão brilhantes, malhas em patchwork, casacos de franja, camisas listradas e gravatas de couro, além de exibirem jornais como se fossem acessórios. 

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Foto: Getty Images

 

 

Quinto dia (24/09)

Destaques:

Giorgio Armani: criada em 1975 pelo estilista de nome homônimo e por Sergio Galeotti. A marca não está somente no mercado do vestuário, mas também nos perfumes, acessórios, itens de decoração, coleções esportivas e itens dedicados a crianças. A grife é famosa por produzir peças elegantes de alfaiataria, como blazers e ternos, em tons neutros, roupas com a silhueta feminina marcada e vestidos modelo ‘’sereia’’ e paetês, considerados o carro-chefe da grife. 

Armani intitulou esta coleção como ‘’Vibes’’ e se inspirou em cores, texturas e movimentos que remetem à água, como por exemplo, o uso de tecidos fluídos em tons de azul e verde. 

 

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Foto: Getty Images

Karoline Vitto: fundada em 2019, em Londres, pela estilista brasileira de nome homônimo da marca. Para vir a Milão desfilar sua primeira coleção solo, teve o apoio da italiana Dolce & Gabbana. Sua intenção sempre foi divulgar os corpos reais e curvilíneos, deixando de lado os estereótipos de beleza convencionais. 

Vitto costuma investir em peças que contém recortes e várias numerações. Na passarela, foi possível observar modelos mid-size e plus-size usando vestidos tubinhos, saias lápis, transparências, calça cintura baixa e muitos decotes, sendo a maioria das peças adornadas com aplicações de metais. 

 

 

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Foto: Gorunaway.com

 

 

 

 

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Até hoje marcas utilizam símbolos nazistas em coleções, ignorando a história e gerando polêmica
por
Bianca Athaide
Helena Cardoso
|
22/11/2023 - 12h

Por Bianca Athaíde (texto) e Helena Cardoso (audiovisual)

Não é a primeira vez que um caso como esse acontece, e infelizmente não será a última. No dia 10 de setembro de 2023, Maria Eugênya Pacioni, entrou em uma loja de departamento e encontrou peças um tanto quanto controversas: um conjunto formado por uma camisa e calça listradas, com a combinação de branco e azul acinzentado, que foi motivo de polêmica nas redes sociais. 

Vendido pela Riachuelo, a roupa foi comparada com o uniforme usado nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O episódio serviu para o renascimento de uma já conhecida história entre a indústria fashion e o nazifascismo. Se na atualidade as referências da estetica nazista ecoam na moda, na época do regime as relações eram estreitamente diretas e inquestionáveis.

A publicação feita pela especialista em Cultura Material, Consumo e Semiótica Psicanalítica pela Universidade de São Paulo (USP), com uma foto da peça, viralizou no X (antigo Twitter). No post, que hoje tem mais de 6 milhões de visualizações e 100 mil curtidas, Pacioni escreveu que está faltando conhecimento histórico e noção para os estilistas da rede. 

 

A pesquisadora completou, em outra postagem, sobre o uso do estética do holocausto e da escravidão, como uma das formas de marketing, já que ao gerar a polêmica, você consegue ser visto. Mas também criticou a falta da construção de um pensamento crítico, da preservação da memória e reforçou o déficit em estudos da história. O argumento proposto por ela, é de que a criação ou uso estético de uma peça, é colocado acima da crítica, do respeito e da memória histórica; quando, na verdade, a moda deveria se lembrar da história da humanidade e de seus símbolos. 

holocausto
Judeus em Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial - Foto: Domínio Público via Wikimedia Commons 

 

Utilizados durante a Segunda Guerra Mundial, os uniformes tinham como principal objetivo apagar a individualidade dos judeus que estavam dentro dessas peças e tornar a questão ainda mais impessoal – e como forma de humilhar ainda mais as vítimas. Além disso, as estampas tinham um baixo valor de produção e as listras eram fáceis. 

A loja de departamento se pronunciou, em nota, sobre o caso e chamou de “infelicidade”. Além disso, todas as peças foram retiradas das lojas físicas e do e-commerce. Porém, essa não é a primeira vez que uma situação assim acontece no mundo da moda, mexendo com questões históricas e simbólicas, causando polêmica. 

OUTROS CASOS: LANÇA PERFUME, CHANEL E HUGO BOSS

Em 2018, a marca Lança Perfume lançou uma coleção cápsula intitulada "Noite em Berlim", com peças que uniam cores e referências de inspiração militar. O militarismo rebelde era o tema mais quente no mundo da moda na época, com releituras para cultura jovem contemporânea de maneira que questionava ao mesmo tempo que remetia as históricas vestimentas militares. Mas a Lança Perfume foi em contrapartida - propositalmente ou não - a essa onda. Suas peças eram claramente guiadas pelo ambiente nazista, principalmente nos uniformes do Terceiro Reich (1933-1945). 

Gabrielle Bonheur Chanel (Coco Chanel), um dos nomes mais importantes da história da costura francesa, que denomina a maison dona de um gigantesco renome até hoje, teve sua trajetória como espiã nazista exposta em sua biografia, lançada em 2011, nos Estados Unidos. A obra "'Sleeping with the Enemy: Coco Chanel’s Secret War" relata como a estilista realizou inúmeras missões em nome do serviço de inteligência nazista, principalmente em cidades como Madrid e Berlim. 

Acompanhada - alguns dizem até influenciada - por seu amante, o oficial Hans Gunther Von Dincklage, Coco usou de sua posição de espiã para recebimento de favores, como apropriação dos bens de sócios judeus de sua marca.  

A marca alemã Hugo Boss, também é outro exemplo do impacto da ideologia antissemita na moda. O laço entre seu fundador, Hugo Ferdinand Boss, foi desenterrado em 2011, quando uma auditoria financiada pela própria empresa expôs o passado da grife, que já chegou a ser chamada de "alfaiataria de Hitler", no livro "Uma Fábrica de Roupas entre a República de Weimar e o Terceiro Reich". A marca, hoje sinônimo de luxo e elegância, fabricava uniformes para diversas instituições nazistas, como a Juventude Hitlerista e a implacável e criminosa.

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Confira alguns dos looks que ganharam holofotes nesta edição da premiação
por
Helena Maluf
Gabriela Jacometto
|
23/09/2023 - 12h

Aconteceu esta terça-feira, a 39ª edição do Video Music Awards (VMA)  em New Jersey, EUA. A premiação da MTV tem como foco os videoclipes e músicas de maior sucesso dos últimos meses. Como de costume, várias estrelas da música e artistas renomados do ramo estiveram presentes.

Composta por visuais que saíram de “archive” das marcas e modelos diretamente da semana de moda de Nova York, as aparições marcaram a noite com ousadia e elegância. Veja alguns dos looks que passaram pelo Pink Carpet, o tapete vermelho da premiação:

Anitta

A cantora brasileira foi indicada na categoria “Melhor Videoclipe Latino” por seu trabalho "Funk Rave". Anitta apostou em um look exibido nas passarelas de Paris em  julho deste ano. Com um recorte que lembra uma fechadura, o vestido da marca Schiaparelli foi acompanhado por maxibrincos de cores vibrantes e uma faixa de cabelo para incorporar o look. Segundo a cantora, o intuito da escolha polêmica foi para que ela representasse a chave do cadeado na composição.

Anitta
 Anitta no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                     

Lil Nas X

O ícone do rap americano desfilou pelo tapete vermelho usando Palomo Spain, marca do designer de moda espanhol Alejandro Gómez Palomo, que veio diretamente da edição 24 da semana de moda de Nova York. Lil postou na tendência de rendas, plumas e transparência para acompanhá-lo na premiação. 

lil nas x
Lil Nas X no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Ayra Starr

A cantora nigeriana dona do hit “Rush”, lançado em 2021, participou da premiação usando um vestido curto de veludo preto. A peça do “archive”, do estilista Thierry Mugler, era composta por babados de seda retorcidos cor salmão, além de uma gargantilha de brilhantes e um scarpin nas cores da peça principal.

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Ayra Starr no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Megan Thee Stallion

A rapper que estourou no mundo da música com o hit “Savage”, usou um modelo exclusivo da marca Brandon Blackwood, o vestido com modelagem justa ao corpo esbanjava transparência. Megan também investiu em acessórios e maquiagem que realçaram os pontos de luz da combinação.

megan
Megan Thee Stallion no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

Olivia Rodrigo

A princesa do pop brilhou no tapete da premiação usando um vestido exclusivo da marca Ludovic De Saint Sernin, feito inteiro de cristais Swarovski prateados. Os únicos acessórios usados foram os anéis escrito “GUTS”, promovendo o novo álbum da artista.

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Olivia Rodrigo no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Bebe Rexha

Indicada a categoria “Melhor Colaboração” e após se apresentar no segundo dia do festival “The Town”, em São Paulo, Bebe compareceu na premiação de forma deslumbrante, com um vestido de couro sexy da marca The Uncommonist. A peça era composta por recortes ousados na parte traseira e um aplique que simulava um rabo de cavalo.

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Bebe Rexha no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Coco Jones

A atriz e cantora, arrasou no look que couro feito exclusivamente pela Moschino. Ela apostou na tendência da cintura baixa e da fivela como top.Coco usou jóias grandes na composição que se casaram perfeitamente com os metais maximizados do look, os brilhantes nos levam a uma futura tendência de jóias ousadas no mundo da moda. 

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Coco Jones no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

Sabrina Carpenter

A cantora pop e ex-atriz da Disney, que abrirá a turnê “The eras tour”, da cantora Taylor Swift, na américa latina, andou pelo tapete vermelho usando um vestido exclusivo da grife Vera Wang. O look entregou muita transparência e brilho, deixando a artista com uma estética angelical.

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Sabrina Carpenter no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

Doja Cat

A rapper estreou no tapete vermelho sua nova fase de rock alternativo. Doja pôs fim a era do pop em sua carreira e marcou presença na premiação usando um vestido com recortes da marca Monse. A peça branca com transparências remete ao efeito de “teia de aranha”.

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Doja Cat no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

Selena Gomez

A cantora, atriz e empresária, que esteve afastada dos holofotes por um tempo, usou nessa edição do VMA um vestido vermelho vibrante, composto por recortes de folhas, flores, bordados e uma saia desconstruída da marca  Oscar de La Renta, designer dominicano também conhecido como o mestre da Prêt-à-Porter (movimento “pronto para vestir”).

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Selena Gomez no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                

Nick Minaj

A rainha do rap também apostou na tendência da transparência e tecidos leves. Com um look pink composto de rendas, tule e alguns detalhes de seda, Nick fez uma referência ao seu próximo álbum intitulado “Pink Friday 2” com a peça custom-made  Dolce&Gabanna.  

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Nick Minaj no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Shakira

A homenageada da noite que recebeu o prêmio “Video Vanguard”, e diva dos hits do pop latino “Hips don't lie” e “TGQ”, foi a premiação usando um look metálico da Versace. O vestido ousado tinha recortes na laterais, um ultra decote na parte traseira, fenda e uma cauda curta.

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Shakira no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

Taylor Swift

A cantora que apresentará no brasil com a turnê  “The eras tour” no mês de novembro e dona dos principais hits do pop atual, Taylor apostou em um look sexy e ousado para a cerimônia do VMA desse ano. O vestido da grife Versace era composto por recortes drapeados, assimetria e detalhes dourados, clássicos da marca. 

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Taylor Swift no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Demi Lovato 

Apostando na tendência do couro, a cantora usou um look gótico da marca Buerlangma esbanjando sua nova fase de mulher mais madura e, segundo a própria, “retornando às raízes”. Demi causou bastante impacto ao anunciar a transição pelos estilos musicais. Deixando o pop para investir na carreira do rock, a cantora mudou seu estilo e anunciou que gravaria novamente alguns de seus maiores sucessos versão rock.

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Demi Lovato no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

Cardi B

Com o look mais autêntico da noite, a rapper usou um vestido metálico composto por mais de 1000  clipes de cabelo, da designer de moda turca-britânica Dilara Findikoglu. A marca de Dilara ganhou destaque no mundo da moda a partir de 2022, por inovar suas criações as compondo de objetos fora do tradicional.

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Cardi B no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

Nelly Furtado

Ícone pop dos anos 2000 e dona dos hits “Maneater” e “Promiscuous”, a cantora marcou presença no tapete vermelho com um vestido sensual de textura lisa e decote na parte traseira, algo bem característico da marca Dundas, do designer norueguês Peter Dundas. A marca, que foi lançada em 2017, é conhecida por ser audaciosa e por valorizar as mulheres e seus próprios corpos.

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Nelly Furtado no tapete vermelho. Foto: Getty Images                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Flo Milli

O recente sucesso do rap americano com o hit “Rodeo”, Flo Milli  usou no tapete vermelho um look rosa extravagante, composto por um top e uma mini saia feitos de recortes assimétricos e franjas da marca AREA, fundada em 2014 pelas designers Piotrek Panszczyk e Beckett Fogg. A marca americana é especializada em designs feitos a mão, tornando a peça uma verdadeira obra de artesanato. AREA também é especialista em desenvolvimento têxtil, o que explica a utilização de materiais que vão além dos clichês, tornando a marca uma das principais referências em inovação no mundo da moda. 

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Flo Milli no tapete vermelho. Foto: Getty Images 

 

O evento promoveu a arrecadação de fundos para o museu em parceria com a grife Chanel, prestando homenagem às histórias indígenas junto da presença de Vanessa da Mata
por
Giulia Fontes Dadamo
|
22/09/2023 - 12h

Na última terça-feira (19), aconteceu a 9ª edição da MASP Festa, celebração anual do museu que foi criada com a missão de arrecadar fundos e garantir verbas para a instituição. O tema deste ano, "Histórias Indígenas", foi o centro de diversas oficinas, exposições, cursos e palestras durante 2023.

A organização, em parceria com a Chanel, contou com a presença de empresárias, modelos, atrizes e amantes do mundo da moda. "É uma festa que é muito ligada à valorização da arte e da cultura brasileira, o MASP fomenta e incentiva artistas brasileiros há muitos anos, então é uma ode à cultura e essa conexão entre cultura e moda." disse a atriz Carla Salle em entrevista, convidada pela marca para participar do evento. 

Carla Salle
Carla Salle. Imagem: Helena Maluf

A noite começou com um jantar assinado pela chef Manu Ferraz, do restaurante A Bananeira, que possui um espaço no subsolo do museu. Como entrada, foram servidos grandes montes de manteiga temperada com flor de sal posicionados bem ao centro da mesa, cobertos por formigas da Amazônia para comer com pães. Já o prato principal foi peixe no molho de tucupi, purê de banana e salada de feijão. Apesar da escolha extravagante, a chef buscou valorizar a cultura brasileira nos seus pratos.

Após o jantar, o professor pesquisador Ibã Huni Kuin do Acre, integrante do “Movimento dos Artistas Huni Kuin” (Mahku), fez uma apresentação na língua nixi pae. Ibã cobriu a icônica rampa do museu com pinturas do coletivo que está em exposição no MASP. "É uma primeira experiência que nós indígenas que estamos chegando no museu mostrando a cultura de língua, de cura e de admiração. Eu estou muito feliz compartilhando esse conhecimento, encontrando vários artistas e mais informações."
 

Carmo Johnson, Mytara Karaja Rare Huni Kuin e Ibã Huni Kuin
Da esquerda para a direita: Carmo Johnson, Mytara Karaja Rare Huni Kuin e Ibã Huni Kuin. Imagem: Helena Maluf
 

As atrizes globais convidadas pela Chanel, Sophie Charlotte (que estrela o filme "Meu Nome é Gal" no dia 19/10) e Isabelle Drummond (que possui rumores de participar numa novela na HBO Max futuramente) demonstraram seu apoio à causa do tema principal da noite. "A moda que movimenta tanto a opinião pública pode ajudar nessa luta de colocar a questão indígena no Brasil no centro da conversa. Demarcação é importantíssima, demarcação já!" disse Sophie. "Todo tipo de manifestação dá voz à causas, às esferas e aos povos. Essa movimentação e o fato das pessoas estarem aqui em prol disso já dá voz e traz conscientização." acrescentou Isabelle, que manifestou sua intensa identificação com o assunto após contar sobre suas visitas à terras indígenas. 

 

Sophie Charlotte e Isabelle Drummond
Da esquerda pra direita: Sophie Charlotte e Isabelle Drummond. Imagem: Helena Maluf

O evento contou com outros convidados famosos para prestigiar o evento. Além do curador do museu Adriano Pedrosa, a festa estava repleta de patronos do MASP, art advisors e empresários — como Paula Mageste (CEO da Globo Condé Nast), Carol Bassi (dona da marca que carrega seu nome), Maria Laura Neves (redatora-chefe da Vogue Brasil) e Sandra Annenberg (jornalista).

Sandra Annenberg, Igi Ayedun e Carol Bassi.
Da esquerda para a direita: Sandra Annenberg, Igi Ayedun e Carol Bassi. Imagem: Helena Maluf

Igi Ayedun, jovem patrona do MASP, artista e dona da galeria de arte Hoa, manifestou muito orgulho em apoiar todas as atividades do museu ao contar sobre ser uma das responsáveis pelo envolvimento da Chanel com a festa. "É muito bom que o MASP se responsabilize por fazer a história dos povos originários parte da cronologia da arte brasileira."

A vantagem dessa relação entre os patronos e a marca foi ressaltada por Taciana Veloso, convidada do Iguatemi. "É muito interessante ter a Chanel, uma marca tão importante no universo de moda e luxo, apoiar essa causa não é? A cultura faz parte do nosso país de uma forma muito relevante e essa é uma oportunidade de a gente estar aqui e prestigiar a arte brasileira e o museu que conta uma história linda pra gente", expôs a profissional de RP e uma das criadoras da Index.

Apesar de já possuir oito edições anteriores a essa, a MASP Festa teve pela primeira vez "sold-out" nos ingressos do show, segundo afirmação de Vanessa da Mata no seu Instagram. A empresária, patrona do museu e dona da grife de beachwear Jo De Mer esteve na festa desde a primeira edição e comentou sobre sua evolução ao longo dos anos: "O evento está ficando cada vez maior com mais adesão tanto da classe artística quanto de pessoas que apoiam o museu e a Chanel abre o caminho para outros patrocínios, para que em algum momento outros brands brasileiros possam estar envolvidos em eventos com fim de divulgar arte, cultura e nossas raízes."

Após o jantar, a noite seguiu com a apresentação de Vanessa da Mata, indicada ao Latin Grammy Award por melhor álbum de MPB pelo seu novo disco "Vem doce", e de DJ Dani Vellocet, que tocou até o fim da festa.

Vanessa da Matta e DJ Dani Vellocet
Da esquerda para a direita: Vanessa da Matta e DJ Dani Vellocet. Imagem: Helena Maluf
 

 

A temporada foi marcada por muitas peças fluídas de alfaiataria, rendas, transparências, metalizados e mais!
por
Giovanna Montanhan
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15/09/2023 - 12h

Os eventos intitulados fashion weeks surgiram com uma espécie de peças-chave na indústria da moda, são eles os agentes capazes de promover as últimas tendências e coleções de estilistas renomados. Paris, Milão, Tóquio e São Paulo, assim como Nova Iorque, são cidades que sediam essas semanas e se destacam nesse cenário fashionista

A norte-americana e publicitária na área da moda, Eleanor Lambert, foi a responsável por organizar a primeira semana de moda na década de 40. No período em que a Segunda Guerra Mundial estava em vigor, criou o ‘’Press Week’’ (Semana da Imprensa) -  reuniu jornalistas especializados no ramo e designers norte-americanos para divulgar suas coleções sazonais. Este evento surgiu em virtude das consequências deixadas pela guerra, quando a França, por exemplo, estava profundamente envolvida no conflito e não podia se concentrar em apresentações de grandes grifes.

Após a realização da primeira Semana da Imprensa, a revista Vogue (fundada nos Estados Unidos, em 1894) dedicou suas páginas às tendências norte-americanas, e não apenas às francesas.

Com o cessar da guerra, essa ocasião intitulada como Semana da Imprensa, veio a ser o que conhecemos hoje pela Semana de Moda de Nova Iorque. 

Nesta edição, várias tendências chamaram a atenção. Designs ousados e inovadores, tecidos leves e com transparências que refletiam a sensualidade feminina, as clássicas camisas brancas, os looks brilhosos e metalizados com certeza ocuparão grande parte do nosso guarda-roupa nesta estação, além de muita alfaiataria oversized, quebrando as regras tradicionais de se usar a peça com corte ajustado e apresentando-a em proporções mais exageradas.

As coleções apresentaram uma fusão de estilos retrô misturados a abordagens futuristas, criando um equilíbrio entre o nostálgico e o vanguardista. A moda sustentável também desempenhou um papel significativo, com muitas marcas que incorporaram materiais e práticas ecologicamente conscientes em suas criações. 

Foram seis dias repletos de glamour na cidade da Big Apple. Entre os dias 08 e 13 de setembro, 71 marcas desfilaram, majoritariamente de forma presencial - com a mostra virtual de apenas duas delas (Maisie Wilen e Et Ochs). 

Primeiro dia (08/09):

Destaque para:

Helmut Lang - fundada em 1986, na França, por um estilista de nome homônimo da marca, Helmut atingiu o ápice do sucesso entre os anos 90 e 2000, e agora quem assume sua direção criativa é o vietnamita Peter Do. O que se destacou durante o desfile foi a forte presença de ternos - do smoking aos de alfaiataria - camisetas com frases do poeta Ocean Vuong, peças de couro e o estilo esportivo como base para os visuais. 

Christian Siriano - fundada em 2008 nos Estados Unidos, pelo estilista de nome homônimo da marca. Ficou conhecido, por ter vencido o reality show ‘’Project Runaway’’ -  um programa de televisão de competição de moda em que aspirantes a estilistas competem em desafios semanais para criar roupas criativas e inovadoras, são julgados por estilistas renomados do ramo, com o objetivo de ganhar visibilidade e uma oportunidade na indústria da moda.

Christian sempre se mostrou preocupado em incluir todos os tipos de corpos na passarela, além de brincar com diferentes texturas e formas, apresentou tecidos fluídos que transmitem leveza, muitas camadas e designs únicos.

 

chris
Foto: Divulgação

 

 

Ralph Lauren - fundada em 1964 nos Estados Unidos, pelo próprio Ralph Lauren. A grife surgiu de forma inóspita. Ralph chamava atenção por ter o costume de usar gravatas estreitas, até que um dia, ele decidiu criar sua própria marca de gravatas. Este desfile foi um dos principais da noite e considerado um dos mais esperados pelos amantes da moda, visto que fazia quatro anos que a marca não participava da semana de moda de Nova Iorque, pois a empresa vinha tendo dificuldades para se adequar às demandas dos consumidores e do mercado. E o resultado não foi nada positivo. 

A razão do retorno talvez parta de uma tendência que viralizou recentemente nas redes sociais intitulada “Old Money” -  um estilo de vida associado a famílias de longa data com riqueza e status social estabelecidos ao longo de várias gerações. No caso da moda, esse estilo de roupa é caracterizado e almejado pelos jovens, como algo elegante que valoriza a qualidade e os cortes da peça. A partir disso, a marca teve a oportunidade de voltar a ativa, pois sempre fez o seu nome em cima de padrões mais clássicos, atemporais e tradicionais. 

Foi possível observar nas passarelas peças em jeans com estampas, bordados, corsets, saias compridas, muita alfaiataria mesclada com o estilo esportivo, além de cores neutras e listras.

 

Coach - fundada em 1941 nos Estados Unidos, por um grupo de artesãos. Começou com a produção de artigos de couro (como carteiras e bolsas). 

Mais adiante, foi comprada pelo grupo americano Tapestry (que também comanda a americana Kate Spade). O ponto alto da noite (e da marca) foi o uso do couro sustentável, além de peças que resgatam essa essência dos anos 90, com vestidos colados, transparência com renda, e tecidos reutilizados de outras coleções antigas. 

 

Prabal Gurung - fundada em 2009, pelo estilista nepalês-americano de mesmo nome, seu foco foi na tendência de peças metalizadas, no uso abundante de cores vibrantes, e roupas que remetem ao frescor do verão, além de apostar em maxi acessórios (com destaque para os brincos).

 

Collina Strada - fundada em 2008, nos Estados Unidos, por Hillary Taymour, é uma marca que possui ideais sustentáveis e utiliza materiais reciclados para criar suas coleções. A ideia que a estilista quis transmitir com esse desfile, aconteceu a partir de uma reflexão sobre o futuro em virtude dos inúmeros desastres ambientais causados pela crise climática. Com o auxílio de uma ferramenta de IA, Hillary junto de sua equipe, construíram os looks dessa temporada. E o resultado pode ser visto a partir de peças maximalistas, assimétricas, com espartilhos, sobreposições, mix de texturas, cetim e rendas. 

 

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Segundo dia (09/09): 

Destaque para: 

Proenza Schouler - fundada em 2002, nos Estados Unidos, pelos sócios Jack McCollough e Lazaro Hernandez. Trouxeram a atmosfera dos anos 90 de volta para a passarela, em um desfile repleto de peças de alfaiataria, sobreposições e tecidos leves. 

PatBo - foi a única marca brasileira inserida na programação. Fundada em 2012, pela estilista mineira Patrícia Bonaldi, a coleção vibrante, inspirada nos anos 70, apostou em modelos com bastante movimento, franjas, aplicações de pedrarias e peças que não escondem a sensualidade da mulher. 

 

patbo
Foto: Divulgação

 

Com a presença da transparência, corpos reais na passarela, cores fortes, como as características da bandeira do Brasil (verde e amarelo), cores neutras (como branco e bege) e as cores que remetem o estilo jovial (como pink e lilás), a beleza do desfile foi assinada pela marca homônima da jornalista e empresária Bruna Tavares. 

Khaite - fundada em 2016 nos Estados Unidos, por Catherine Holstein. Seu estilo é baseado nas típicas mulheres nova-iorquinas, com a cintura e ombros bem marcados. A modelagem oversize toma conta da grande maioria dos looks, os modelos drapeados e com transparência também estão presentes. 

As cores transitam do neutro (preto e branco) para o metalizado (dourado), ao verde militar, vermelho e laranja.

Eckhaus Latta - fundada em 2012 nos Estados Unidos, por Mike Eckhaus e Zoe Latta. Para criar seus visuais, a marca utilizou uma tecnologia de tecelagem em 3D chamada Vega, que inclusive foi lançada nesse desfile e inserida no mundo da moda. Esse feito contribui para a redução de resíduos, o que faz com que a marca alcance um potencial sustentável. Os looks, em sua maioria, eram peças em jeans reconstruídos, tops de malha, tecidos translúcidos e metalizados. 

 

Palomo Spain - fundada em 2015 na Espanha, por Alejandro Gómez Palomo. Seu objetivo era fazer uma coleção andrógina que mostrasse a dualidade do ser humano. Parte do desfile focou no desejo carnal e na sensualidade (representada pela cor vermelha), enquanto a outra parte mais romântica teve foco na pureza (representada pela cor branca), com calças de penas, blazers croppeds, shorts, vestidos transparentes e conjuntos cobertos de flores. 

O uso da renda  contrastava com as peças feitas em jeans e em couro. ‘’Jardim das Rosas‘’ foi o título escolhido para nomear essa coleção, por isso, até as bolsas tinham formato de rosas com hastes que quase alcançavam o chão, além de tecidos rosa claro, que exibiam ilustrações florais por meio de vestidos com gola, calças esvoaçantes e corsets. 

Dion Lee, fundada em 2009 na Austrália, pelo designer homônimo ao nome da marca. O designer saiu de sua zona de conforto, que costuma ser monocromática nesta temporada, e abraçou os tons mais vibrantes. 

O desfile apresentou um encontro entre o atelier e a oficina, onde peças como chaves de fenda foram transformadas em corsets, ferramentas viraram cintos e andaimes se tornaram inspiração para joias. 

Calças jeans volumosas laminadas e peças em couro foram destaque, além dos tons metálicos muito presentes nas saias, vestidos texturizados, tanto em preto quanto em vermelho.

 

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Terceiro dia (10/09):

Destaques para: 

FFORME - lançada em setembro de 2022, pelas sócias Nina Khosla e Laura Vazquez. Foi apresentada uma coleção focada em peças de alfaiataria como calças, saias e blazers, túnicas, vestidos midi que modelam o corpo, peças de couro maleável e uma grande aposta na tendência do chinelo de dedo, que promete ser o hit da próxima estação.

Jason Wu Collection - fundada em 2007 em Taiwan, pelo designer de mesmo nome. Sua coleção intitulada ‘’Solstício’’, teve como base peças feitas com artesanato e apresentou looks em tom off-white - com a aparência de roupas comidas por traças - estampas inspiradas na natureza em casacos e camisas, uma variedade de tecidos translúcidos, silhuetas afinadas e cores monocromáticas.

 

jason wu
Foto: Divulgação

 

Phillip Lim - fundada em 2005 nos Estados Unidos, pelo designer homônimo e por Wen Zhou. Apresenta uma coleção baseada no estilo urbano esportivo, com peças em jeans, e uso abundante da cor cáqui. Construiu modelos em silhuetas feitas de náilon, muita alfaiataria, transparência, texturas e bordados.

 Area - fundada em 2014 nos Estados Unidos, pelos estilistas Piotrek Panszczyk e Beckett Fogg. A marca forneceu um toque de excentricidade para o desfile, com a ideia inicial de contar uma história a partir do homem pré-histórico, além da presença de peles (feitas por jeans estampado de cores variadas) e ossos (de resina) para representar os visuais - tudo de maneira sustentável. Além da enorme quantidade de cristais utilizados. 

Ulla Johnson - fundada em 1998 nos Estados Unidos, pela estilista de nome homônimo. Seu estilo característico é o maximalista. Suas peças, em geral, são marcadas pelas estampas animal print, psicodélicas, muitos modelos em xadrez, plissados, bordados, drapeados e tecidos leves. Algumas peças foram inspiradas na arte excêntrica da pintora Shara Hughes. 

 

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Quarto dia (11/09):

Destaque para: 

Michael Kors - fundada em 1981 nos Estados Unidos, pelo estilista homônimo. Michael trouxe à tona as décadas de 60 e 70 para este desfile. Peças rendadas nas cores neutras (caramelo, preto e branco) foram destaque, além de blazers e tricôs. Os vestidos variavam de tamanho, indo desde os mais curtinhos até os mais longos. 

Altuzarra - fundada em 2008 nos Estados Unidos, por Joseph Altuzarra. Inspirou-se na Nouvelle Vague - movimento cinematográfico francês das décadas de 50 e 60, conhecido por sua abordagem criativa e pela ruptura com as convenções tradicionais do cinema, com foco na experimentação narrativa e visual. Para esta coleção criou uma atmosfera que transparecia o estilo romântico, com a presença de cetim, poás e peças bufantes.

 

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Foto: Divulgação

 

Tory Burch - fundada em 2004 nos Estados Unidos, pela estilista de nome homônimo. Uma coleção minimalista, com foco nas curvas, sapatos com bordas arredondadas, óculos de sol em formatos não tradicionais e coloridos, além do cetim como protagonista em vestidos, túnicas e casacos. 

 

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Quinto dia (12/09): 

Destaque para: 

Carolina Herrera - fundada nos anos 80, pela venezuelana de mesmo nome. O desfile foi assinado pelo diretor criativo Wes Gordon, que atua há cinco anos no cargo. 

O show foi aberto com a icônica camisa branca da marca, junto de vestidos longos e midis florais, que dispunham de muito volume. Croppeds, saia lápis, peças brilhosas e vestidos de renda com transparência foram destaque. O encerramento ficou por conta da mesma versão da camisa famosa, só que na cor preta. Uma coleção que mostrou que a marca sempre permanecerá com os mesmos valores tradicionais, apresentando modelos que ilustram a classe e a elegância da mulher moderna.

 

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Foto: Divulgação

 

 

Gabriela Hearts - fundada em 2015, pela uruguaia de mesmo nome. Gabriela foi diretora criativa da grife Chloé por três anos. Agora, a estilista volta às raízes com sua marca própria. 

Para esta coleção, usou do trabalho do haitiano Levoy Exil, para criar peças artesanais feitas em macramê e bordados. Modelos de alfaiataria foram a peça chave para compor os looks, além de calças largas e saias midi, Gabriela fez uso da transparência por meio de vestidos, e também exibiu visuais de paetês feitos de material reciclado e couro de descarte. 

Elena Vélez - fundada em 2018 nos Estados Unidos, pela designer de nome homônimo da marca. Ela fez da passarela convencional um verdadeiro lamaçal para as modelos desfilarem suas criações. De tênis Nike a chinelos e saltos altos, os calçados afundavam na lama. 

Peças em linho e algodão, látex, tons de marfim, vestidos com corsets, camadas de lingerie, jaquetas, calças com cintos e costuras aparentes, saia com modelo assimétrico, casacos alongados, calças jeans e roupas térmicas fizeram o desfile da estilista memorável. 

O conceito estipulado por ela para esta coleção foi representar uma espécie de ‘’heroína anti-moda’’, além de criticar a estética feminina moderna. 

 

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Sexto dia (13/09): 

Destaque para: 

Puppets and Puppets - fundada em 2019 nos Estados Unidos, pelos sócios Carly Mark e Ayla Argentina. O desfile começou ao som da canção ‘’Careless Whisper’’ de George Michael, interpretada por um saxofonista conhecido por tocar nas estações de metrô de Nova Iorque, chamado John Ajilo. As peças transitavam entre vestidos de tafetá cáqui com mangas curtas a camisetas e calças largas cáqui,com bolsos fundos. A coleção também apresentou vestidos de lantejoulas drapeados e peças com franjas. Os acessórios considerados surrealistas incluíam uma banana pendurada na transversal - como se fosse uma bolsa- uma bolsa com uma colher gigante de prata como alça e uma nova colaboração entre a marca Keds com tênis de lona, cobertos de boquinhas de batom. 

 

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Foto: Divulgação

 

Luar - fundada em 2017 nos Estados Unidos, por Raul Lopez. A marca apresentou uma coleção repleta de peças bem estruturadas em alfaiataria, peças sem distinção de gênero, com formas futuristas e acessórios excêntricos. Também foi visto na passarela, óculos de sol anexados a blusas, camisas acolchoadas, pulseiras de cristal nos punhos e saias longas com contas. 

 

PH5 - fundada em 2014 na China, pelos sócios Wei Lin e Zoe Champion. 

O foco do desfile foram peças de malha feitas à mão, coletes de tricô, golas assimétricas, e acessórios descolados. Além do clássico chinelo com meia que faz parte do estilo casual. As cores que predominaram foram as de tons pastéis. 

 

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