Confira como foram os desfiles do último dia da semana de moda paulistana
por
Pedro da Silva Menezes
Helena Haddad
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23/04/2025 - 12h

Na sexta-feira (11), o último dia da 59ª edição da São Paulo Fashion Week foi marcado por três desfiles de estilos distintos. A capital paulista recebeu as novas coleções da Handred, Patricia Vieira e PIET que encerraram o evento.

Handred

Abrindo o  dia, Handred apresentou uma coleção cheia de referências artísticas brasileiras e inspiradas na tapeçaria. Ponto Brasileiro – nome da coleção assinada pelo estilista André Namitala- traduziu a homenagem desejada pelo artista: “Uma ode ao legado dos grandes mestres tapeceiros”

O desfile ocorreu na galeria Passado Composto, no bairro do Jardins. Enquanto os modelos passavam apresentando a coleção, André narrava o desfile comentando os looks, suas técnicas e seus pensamentos, uma ambientação única e intimista. A  Handred trouxe excelência na necessidade atual de experiências imersivas para a passarela.

A coleção acentua os trabalhos manuais do ateliê e comemora brasilidade – as cores vibrantes, peças inspiradas em obras de Jacques Douchez e na ilustração “Jardim Brasileiro” do artista Filipe Jardim. As técnicas refinadas com ajuda do Apara Studio relembram Genaro de Carvalho, tapeceiro brasileiro que incorporava cores e a cultura brasileira em suas obras.

Uma coleção com bordados, organza, lã, veludo e seda, tudo conversa com as obras. Outro ponto alto foi a beleza assinada por Carla Biriba, a maquiagem dos modelos conversava diretamente com as peças e passavam do corpo para o rosto. A linha transcende a moda e mostra como caminhar junto da arte brasileira.

Modelo no desfile da Handred
Desfile Handred. Fonte: Reprodução/Agfotosite

 

Patricia Viera 

Marca consolidada na SPFW e conhecida pelo trabalho com couro, Patricia Viera apresentou sua nova coleção na Casa Higienópolis, em parceria com o artista Jardel Moura, responsável pelo desenvolvimento do corte tipo richelieu - caracterizado por desenhos vazados, muitas vezes com flores, folhagens ou padrões geométricos . 

Sempre buscando inovação com sustentabilidade, Viera traz uma coleção que reforça seus atributos ao usar tecnologia a laser na construção do couro. Inspirada no Art Déco, a estilista aposta em tons sóbrios, como bordô, marinho e até metálicos, aliados à geometria. Os mosaicos, criados por meio do programa Zero Waste, reutilizam sobras de couro do ateliê, promovendo uma produção mais consciente.

Com uma ambientação clássica, a coleção revisita o passado sem deixar de valorizar o presente, trazendo elementos como um vestido de noiva e o uso de animal print. O trabalho artesanal das peças é único e reafirma o luxo característico da marca. Pela primeira vez, a marca apresentou uma coleção própria de sapatos, expandindo seu portfólio de produtos.

Modelo com vestido de noiva no desfile da Patricia Viera
Vestido de noiva em couro. Fonte: Agfotosite/Zé Takahashi

 

PIET

Com trilha sonora de Marcelo D2 e Nave Beats, Pedro Andrade criou um cenário único no estádio do Pacaembu para apresentar o desfile da PIET. O futebol foi o protagonista da coleção. O estilista explicou à CAPRICHO que a apresentação funciona como uma linha do tempo que começa nas memórias de infância, que ajudam a formar o imaginário coletivo da população sobre o esporte. “O futebol está no nosso DNA”, declarou.

Ele explora diversos personagens nas roupas: do torcedor ao técnico, passando pelo jogador e até mesmo pelo soldado na reserva, que passa a maior parte do tempo jogando bola. Por meio de uma combinação de modelagens justas e oversized, meiões, releituras de camisas de time e estampas camufladas, o estilista traduz essas personas em suas peças.

Modelos no desfile da Piet no campo do estádio do Pacaembu
Desfile da PIET na SPFW N59. Fonte: Agfotosite/Marcelo Soubiha

 

A maquiagem também teve destaque na passarela. Helder Rodrigues foi o responsável pela beleza dos modelos, que apareceram desde apenas com blush, até rostos completamente pintados, que evocaram a paixão dos fanáticos pelo esporte.

Desde 2022, a São Paulo Fashion Week passou a vender ingressos, mas o evento da marca de streetwear foi em contrapartida ao disponibilizar 4 mil entradas gratuitas para o público e reuniu uma comunidade fiel à marca. A escolha foi certeira, já que os torcedores formam parte essencial desse “jogo da moda”.

Estreante na SPFW em 2018, a PIET conquistou reconhecimento internacional ao firmar parcerias com marcas como Oakley, Puma e Levi’s. Com o encerramento da semana de moda, ela trouxe uma atmosfera de final de Copa do Mundo e reafirmou a democratização dos espaços da moda com a coleção “Farmers League”.

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Grandes marcas enfrentam críticas sobre métodos de produção e as reais práticas do mercado de luxo
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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22/04/2025 - 12h

No começo do mês de abril, o jornal americano Women's Wear Daily (WWD) divulgou em suas redes sociais um vídeo que mostrava os bastidores da fabricação da bolsa 11.12, um dos modelos mais populares da histórica francesa Chanel. Intitulado “Inside the Factory That Makes $10,000 CHANEL Handbags” (“Dentro da Fábrica que Produz Bolsas Chanel de US$10.000”), o material buscava justificar o alto valor do acessório, mas acabou provocando controvérsia ao exibir etapas mecanizadas do processo, incluindo a costura.

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Imagem do vídeo postado pelo WWD que foi deletado em seguida. Foto: Reprodução/Tiktok/@hotsy.magazine

Embora o vídeo também destacasse momentos artesanais, como o trabalho manual de artesãs, a revelação de uma linha de produção mais automatizada do que o esperado causou estranhamento entre o público nas redes sociais. A repercussão negativa levou à exclusão do conteúdo poucas horas após a publicação, mas o vídeo continua circulando por meio de republicações. 

Além do material audiovisual, a WWD publicou uma reportagem detalhada sobre o processo de confecção das bolsas. Foi a primeira vez que a maison fundada por Coco Chanel, em 1910, abriu as portas de uma de suas fábricas de artigos em couro. A iniciativa está alinhada ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que visa ampliar a transparência ao oferecer informações claras sobre a origem dos produtos, os materiais utilizados, seus impactos ambientais e orientações de descarte através de um passaporte digital dos produtos.

Em entrevista à publicação, Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, afirmou: “Se não mostrarmos por que é caro, as pessoas não saberão”. Ao contrário do vídeo, as imagens incluídas na matéria priorizam o trabalho manual dos artesãos, reforçando a narrativa de exclusividade e cuidado artesanal.

Para a jornalista de moda Giulia Azanha, a polêmica evidencia um atrito entre a imagem construída pela marca e a realidade do processo produtivo. “Acaba criando um rompimento entre a qualidade percebida pelo cliente e o que de fato é entregue”, afirma. Segundo ela, a reação negativa afeta principalmente os consumidores em potencial, ainda seduzidos pelo imaginário construído pela grife, enquanto os compradores habituais já estão acostumados com o funcionamento e polêmicas do mercado de luxo.

Atualmente, a Chanel administra uma série de ateliês especializados em ofícios artesanais por meio de sua subsidiária Paraffection S.A., reunidos no projeto Métiers d’Art, voltado à preservação de técnicas manuais tradicionais. A marca divulga sua produção feita à mão como um de seus pilares. No entanto, ao longo dos anos, parte da fabricação tornou-se mais automatizada — sem que isso tenha sido refletido nos preços finais.

Em 2019, a bolsa 11.12 no tamanho médio custava US$ 5.800. Hoje, o mesmo modelo é vendido por US$ 10.800 — um aumento de 86%. Para Giulia, não é o produto em si que mantém o caráter exclusivo, mas sim a história da marca, a curadoria estética e seu acesso extremamente restrito: “No final, essas marcas não vendem bolsas, roupas, sapatos, mas sim a sensação de pertencimento, de sofisticação e inacessibilidade, mesmo que seja simbólico”.

A jornalista de moda acredita que grande parte das outras grifes também adota um modelo híbrido de produção, que combina processos artesanais e mecanizados. Isso se justifica pela alta demanda de modelos como as bolsas 11.12 e 2.55, os mais vendidos da Chanel, o que exige uma produção em escala. No entanto, Giulia ressalta que a narrativa em torno do produto é tão relevante quanto sua fabricação: “O conceito de artesanal e industrial no setor da moda é uma linha muito mais simbólica do que técnica”, afirma.

Na mesma reportagem da WWD, Pavlovsky afirmou que a Chanel pretende ampliar a divulgação de informações sobre o processo de fabricação de seus produtos. A iniciativa acompanha a futura implementação do passaporte digital, que será exigido em produtos comercializados na União Europeia. A proposta é detalhar como os itens são produzidos, incluindo dados voltados ao marketing e à valorização dos diferenciais que tornam as peças da marca únicas. A matéria da WWD foi uma primeira tentativa nesse sentido, mas acabou não gerando a repercussão esperada.

“O não saber causa um efeito psicológico e atiça o desejo por consumo, muito mais rápido do que a transparência”, observa Giulia, destacando o papel do mistério no universo do luxo. Para ela, as marcas enfrentam o dilema de até que ponto devem revelar seus processos sem comprometer a aura de exclusividade. Embora iniciativas como a da Chanel pareçam valorizar aspectos como a responsabilidade ambiental e o trabalho manual — atributos bem recebidos na era das redes sociais, a jornalista acredita que a intenção vai além da educação do consumidor: “A ideia é parecer engajado e preocupado com a produção e seus clientes, mas a intenção por trás está muito mais ligada a humanizar a grife do que, de fato, educar o público”.

 

Até onde as práticas de fabricação importam?

 

Também no início de abril, diversos perfis chineses foram criados no aplicativo TikTok. Inicialmente, vídeos aparentemente inocentes mostrando a fabricação de bolsas e outros acessórios de luxo foram postados. Porém, com o aumento das taxas de importação causada pelo presidente americano, Donald Trump, estes mesmos perfis começaram a postar vídeos comprovando que produtos de diversas grifes de luxo são fabricados na China.

Estes vídeos se tornaram virais, arrecadando mais de 1 milhão de visualizações em poucos dias no ar. Um dos perfis que ganharam mais atenção foi @sen.bags_ - agora banido da plataforma -, usado para expor a fabricação de bolsas de luxo. Em um dos vídeos postados no perfil, um homem mostra diversas “Birkin Bags” - bolsas de luxo fabricadas pela grife francesa Hermés, um dos itens mais exclusivos do mercado, chegando a custar entre US$200 mil e US$450 mil - que foram produzidas em sua fábrica.

As bolsas Birkin foram criadas em 1981 em homenagem à atriz Jane Birkin por Jean-Louis Dumas, chefe executivo da Hermés na época. O design da bolsa oferece conforto, elegância e praticidade, ganhando rapidamente destaque no mundo da moda.

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Jane Birkin usando a bolsa em sua homenagem. A atriz era conhecida por carregar diversos itens em sua Birkin, personalizando a bolsa com penduricalhos e chaveiros. Foto:Jun Sato/Wireimage.

A Hermés se orgulha em dizer que as Birkin são produtos exclusivos, principalmente devido ao lento processo de produção. De acordo com a marca, todo o processo de criação de uma Birkin é artesanal e o produto é fabricado com couros e outros materiais de difícil acesso. Porém, com a revelação do perfil @sen.bags_, o público começou a perceber que talvez a bolsa não seja tão exclusiva assim.

No mesmo vídeo mencionado anteriormente, o homem diz que tudo é fabricado na China, com os mesmos materiais e técnica, mas as bolsas são enviadas à Europa para adicionarem o selo de autenticidade da marca. Essa fala abriu um debate on-line, durante todo esse tempo, as pessoas só vêm pagando por uma etiqueta e não pelo produto em si?

Para Giulia, polêmicas desse nível não afetam de forma realmente impactante as grandes grifes de luxo, já que “A elite não para de consumir esses produtos, porque como já possuem um vínculo grande [com as marcas] não se trata de uma polêmica que afete sua visão de produto, afinal além de venderem um simples produto, as grifes vendem um estilo de vida compatível com seu público.

A veracidade destes vídeos não foi comprovada, mas a imagem das grifes está manchada no imaginário geral. Mesmo que a elite, público alvo destas marcas, não deixe de consumi-las, o resto dos consumidores com certeza se deixou afetar pelo burburinho.

Nas redes sociais, diversos internautas brincam dizendo que agora irão perder o medo de comprar itens nos famosos camelôs, alguns até pedem o nome dos fornecedores, buscando os prometidos preços baixos.

Financeiramente, a Chanel e outras marcas expostas, podem ter um pequeno baque, mas por conta de suas décadas acumulando capital, conseguiram se reequilibrar rapidamente. “Elas podem sentir um impacto imediato, mas que em poucos anos são contidos e substituídos por novos temas, como a troca repentina de um diretor criativo ou um lançamento de uma nova coleção icônica.”, acrescentou Giulia.

Outras grandes grifes já enfrentaram escandâlos, até muito maiores do que esse como menciona Giulia “A Chanel, inclusive passou por polêmicas diretamente ligadas a sua fundadora, até muito mais graves do que seu processo produtivo”, se referindo ao envolvimento de Coco Chanel com membros do partido nazista durante a Segunda Guerra. Porém, como apontado anteriormente, essas marcas conseguiram se reerguer divergindo a atenção do público a outro assunto impactante.

Esse caso foi apenas um de muitos similares na história da indústria da moda, mas, como apontado por Giulia: “A maior parte das grifes em questão tem ao menos 100 anos de história e já se reinventaram diversas vezes em meio a crises, logo a transformação será necessária.”

 

Tendências para próxima estação marcam presença na passarela em meio a referências inusitadas
por
Bruna Quirino Alves
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14/04/2025 - 12h


Weider Silveiro  

Weider Silveiro iniciou a sequência de desfiles da  quarta-feira (9) no Shopping JK Iguatemi. A inspiração de sua coleção de inverno foi a deusa do amor e da beleza, Vênus.

Além de trazer um estudo de várias versões da figura mitológica, previamente retratadas na história, o estilista também se aprofundou nas representações humanas da divindade, ao aclamar artistas femininas conhecidas por, tanto por seus talentos, como suas belezas físicas, como Madonna, Cher e Joelma.

As peças da coleção trazem uma nova versão dos caimentos clássicos de busto, quadril e cintura, incorporando novos formatos e silhuetas para os cortes. Com paletas em tons pastéis, elementos que estão em alta no mundo da moda também foram incluídos nos looks, como a saia balonê e a modelagem assimétrica.

Modelo com vestido vinho desfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo de vestido rosa vdesfilando na passarela
Weider Silverio SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reptilia

O segundo desfile do dia foi da marca Reptilia. A coleção “Tectônica” se inspira em falhas e deslocamentos geológicos, apresentando peças com tons terrosos e estampas que remetem ao solo. 

As peças foram pensadas a partir de uma proposta agênero e tal pluralidade ficou evidente  passarela. A cartela de cores predominante no desfile ficou estacionada nos  tons marrons, com leves toques de azuis, verdes e cinzas, remetendo  a pedras minerais.

A estamparia chamou atenção por um  detalhe particular da diretora criativa, Heloisa Strobel. As estampas foram feitas a partir de fotos tiradas pela própria designer com uma câmera analógica de 35mm durante uma viagem ao Oriente Médio.

A composição de looks conta com sobreposições, peças modulares, tecidos fluídos e alfaiataria que é característica da marca. Além disso, o processo de produção inova ao combinar corte a laser com bordado manual e uso de retalhos. O reaproveitamento de tecidos reafirma o compromisso da marca com a moda sustentável.

Modelo desfilando com vestido estampado
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando na passarela com roupa preta e branca
Reptilia SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Led

O desfile da marca Led foi o terceiro do dia, com a irreverência de ser inspirado em novelas brasileiras.

LED apresenta a sua coleção “BR SHOW”, ambientada como um programa de televisão. A trilha sonora contava com um remix de bordões icônicos da teledramaturgia brasileira, falas de apresentadores e aberturas de programas famosos.

O estilista, Celio Dias, disse em entrevista à Globo que aproveitou a estreia da nova versão de “Vale Tudo” para embarcar na atmosfera das novelas brasileiras, sob a perspectiva de alguém que acompanhou o surgimento de tendências que vieram dessas produções.

As peças da coleção são maximalistas e contam com mistura de estampas: animal print, listras e bolinhas, além de ornamentos como franjas e pelúcia, também incorporando pontos de tricô e crochê em alguns modelos.

O streetwear teve grande destaque no desfile, com a presença de calças cargo, casacos esportivos, moletons, camisetas gráficas com trocadilhos e tênis de corrida.
 

Modelo desfilando com macacão listrado
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando com vestido listrado preto e branco
LED SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

À La Garçonne

O último desfile da noite foi da marca À La Garçonne, com sua coleção mesclada entre streetwear e alfaiataria.

O estilista Fábio Souza não pensou em nenhum tema específico para basear a sua coleção, seu foco era criar peças usáveis prezando o conforto acima da estética.

O vestuário apresentado chamou atenção pela mistura de estampas, com destaque para o xadrez, que é a tendência da estação. Silhuetas bem estruturadas, uso de pregas, caimento oversized e tênis esportivos compuseram os looks.

A paleta de cores é sóbria em tons de verde militar, marrom e grafite, com o contraste de alguns relances em tons de vermelho e roxo.

O processo de produção da coleção foi realizado a partir do upcycling de tecidos vintage da própria marca e garimpado de outras. O estilista reforça o conceito de moda consciente e reuso de materiais têxteis, criando novas peças customizadas e sustentáveis.

Modelo desfilando com terno xadrez
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite
Modelo desfilando vestido e calça de terno
À La Garçonne SPFW N59. Foto: Zé Takahashi/ @agfotosite


 

 

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Com grandes nomes da moda brasileira, evento chega ao seu penúltimo dia
por
Gustavo Oliveira de Souza
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14/04/2025 - 12h
Foto de desfile
Modelo durante desfile da Dendezeiro. Foto: Mauricio Santana, Getty Images
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Na quinta-feira (10), o quinto dia de desfiles na São Paulo Fashion Week  trouxe aos holofotes marcas fundamentais ao cenário nacional, pilares do reconhecimento da moda brasileira país a fora.

João Pimenta 

O primeiro desfile do dia foi do estilista João Pimenta. O já consagrado artista, que por alguns anos misturou elementos da moda voltada aos dois gêneros decidiu apostar em um conceito quase todo concentrado  no vestuário masculino. O desfile aconteceu na estação Júlio Prestes do metrô, com o nome “Em Construção”. Sua obra buscou questionar os rumos da tecnologia na moda e valorizar o trabalho manual.

Dendezeiro

No JK Iguatemi, a Dendezeiro foi a segunda grife do dia a desfilar. A marca baiana da dupla Hisan Silva e Pedro Batalha trouxe um conceito que homenageava a região Norte do Brasil, com muito destaque à Amazônia. Chamada de “Brasiliano 2: A Puxada para o Norte”, o desfile destacou a fauna, com estampas de peixe e bolsas em formato de capivara, além de camisetas com frases exaltando a cultura local.

MNMAL

O penúltimo desfile do dia foi da estreante MNMAL. Fundada em 2022, a marca tem seu conceito baseado no minimalismo, e na passarela não foi diferente. Assinada pelo estilista Flávio Gamaum, as peças têm como principal destaque o conforto, pensada para o cotidiano no lar e home-office. Mesmo com todo o conforto, a elegância não é deixada de lado.

Walério Araújo 

Fechando o dia 10, o importante estilista Walério Araújo trouxe seu conceito usualmente impactante. Já tendo sido considerado um dos maiores estilistas do mundo, o pernambucano traz, novamente, a ousadia. Com diversas homenagens às mulheres trans, a bandeira de arco-íris apareceu em vestidos e peças mais casuais. Como novidade, a alfaiataria esteve presente, com peças que mostram a diferença na manifestação de gênero em locais públicos e privados.

Todos os desfiles marcaram, novamente, uma nova trajetória na moda brasileira. Sendo dos mais novos aos mais veteranos, quem esteve presente pôde acompanhar mais um capítulo da história do fashion no Brasil. 

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Tecnologia auxilia na análise de tendências, preferências do público e desempenho de vendas, otimizando a criação de coleções mais assertivas e sustentáveis
por
Larissa Pereira José
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24/03/2025 - 12h

A moda sempre foi um reflexo do comportamento humano, e nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na forma como as coleções são criadas. No segmento fashion, que exige inovação constante para atender a um público cada vez mais exigente, a Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta essencial. Desde a pesquisa de tendências até a análise de dados de vendas, a tecnologia vem revolucionando o processo criativo e estratégico.  

Para entender melhor essa transformação, conversamos com Nayara Graziela do Lago, estilista responsável pelo desenvolvimento de roupas fitness femininas para um grande magazine. Com anos de experiência no setor, ela destaca como a IA tem otimizado seu trabalho e impactado positivamente as coleções. “Antes, a pesquisa de tendências era um processo muito manual e baseado na intuição. Hoje, conseguimos usar IA para analisar um grande volume de informações e identificar padrões com muito mais precisão”, explica Nayara.  

Ferramentas de inteligência artificial são capazes de cruzar dados de redes sociais, desfiles internacionais, comportamento de busca na internet e até avaliações de clientes em e-commerce. Isso permite que a equipe de estilo tenha uma visão mais clara do que está em alta e do que realmente pode funcionar para o público-alvo. “No segmento fitness, por exemplo, percebemos que há uma crescente demanda por peças multifuncionais, que possam ser usadas tanto na academia quanto no dia a dia. A IA nos ajuda a confirmar essa tendência analisando o comportamento dos consumidores em tempo real”, acrescenta a Nayara.  

Além de prever tendências futuras, a inteligência artificial também tem um papel fundamental na análise de coleções passadas. A tecnologia permite avaliar quais peças tiveram melhor desempenho de vendas, quais cores e modelagens foram mais aceitas e até quais tecidos proporcionaram mais conforto ao consumidor.  

“A cada nova coleção, conseguimos acessar relatórios detalhados sobre o que funcionou e o que precisa ser ajustado. A IA cruza dados de vendas com feedbacks dos clientes e nos mostra, por exemplo, se determinada peça foi muito devolvida por problemas de caimento ou se uma estampa específica teve alta aceitação. Isso nos dá uma base muito mais sólida para criar novos produtos”, explica Nayara.  

Esse tipo de análise evita desperdícios e ajuda a direcionar melhor os investimentos na produção. Em um mercado cada vez mais competitivo, entender as preferências do público-alvo é essencial para criar coleções assertivas e bem-sucedidas. Outro aspecto revolucionário do uso da inteligência artificial na moda está na criação de estampas e modelagens. Hoje, já existem softwares que geram prints exclusivos baseados em combinações de cores e texturas identificadas como tendências. Além disso, ferramentas de simulação virtual permitem testar digitalmente o caimento das peças antes mesmo da confecção dos primeiros protótipos físicos.  

“Isso reduz drasticamente o desperdício de materiais e encurta o tempo de desenvolvimento das coleções. Antes, fazíamos diversos testes com tecidos e modelagens diferentes, o que demandava tempo e custos. Agora, conseguimos visualizar um look completo de forma digital e fazer ajustes antes de costurá-lo”, explica Nayara. 

Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve peças sem costura.
Maquinário de fábrica têxtil que desenvolve produtos sem costura.

Apesar das inúmeras vantagens proporcionadas pela IA, Nayara faz questão de ressaltar que a tecnologia não substitui a criatividade humana. “A moda tem emoção, identidade e precisa criar conexão com o consumidor. A IA é uma ferramenta poderosa, mas o toque final ainda é do estilista. Somos nós que interpretamos os dados e transformamos essa informação em coleções que realmente conversam com o público.”  

Para a estilista, o futuro da moda passa pela combinação entre tecnologia e sensibilidade humana. “O uso da IA no desenvolvimento de coleções já é uma realidade e tende a crescer cada vez mais. Mas a essência da moda continua sendo a criatividade e a capacidade de contar histórias por meio das roupas”.  

Com um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, a inteligência artificial se consolida como um diferencial estratégico para marcas que desejam inovar, reduzir desperdícios e entregar produtos alinhados às expectativas do consumidor moderno. E, como Nayara bem pontua, quando aliada ao olhar criativo do estilista, a tecnologia se torna uma poderosa ferramenta para transformar dados e estatísticas em coleções de sucesso.

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O evento de moda direcionado para pessoas plus size fez no dia 2 e 3 a sua 35 edição com mais de 50 marcas participando
por
Felipe Assis Pereria da Silva
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11/09/2023 - 12h

Em São Paulo, na sua avenida mais conhecida e cartão postal da cidade, a Avenida Paulista, ocorreu um grande evento de moda importante que nesta edição comemora com sucesso a sua 35 edição. O Pop Pluz size é um grupo que oferece moda e cultura plus size, dando espaço inclusivo e democrático para todos que frequentaram o evento, tanto para as marcas que participaram do mesmo. Criando um local acolhedor e importante para pessoas que a "grande moda" sempre olhara com desdém.

FELIPE
Feira Pop Plus Foto: Felipe Assis
FELIPE
Feira Pop Plus-Felipe Assis
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Feira Pop Plus - Foto: Felipe Assis
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Feira Pop Plus Foto: Felipe Assis
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Feira Pop Plus - Foto: Felipe Assis
FELIPE
Feira Pop Plus - Foto: Felipe Assis

 

Diversidade de estilos e looks marca a moda cotidiana no bairro da capital paulista
por
Kauã Alves
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11/09/2023 - 12h

Fotografias feitas para a disciplina de "Fotografia: Projetos". O tema proposto foi moda e estética, e o Bairro da Liberdade, em São Paulo, é referência e polo cultural quando se trata do assunto. O bairro reúne diversas gerações através da cultura asiática, com as famosas lanternas vermelhas e muita culinária japonesa, as roupas se alternam em visual oriental e os clássicos "cosplays".

Mãe e filha com roupas de estilo oriental
Mãe e filha pousam com roupas de estilo oriental. Autor: Kauã Alves
Homem pousa com óculos escuros na principal avenida do bairro
Homem pousa com óculos escuros na principal avenida do bairro. Autor: Kauã Alves 
Homem e mulher com cosplays de personagens de anime
"Cosplays" pousam com roupas de personagens de anime. Autor: Kauã Alves
Detalhes de tatuagem
Homem pousa com tatuagem colorida à mostra. Autor: Kauã Alves
Mãos com anel no parque da liberdade
Mãos com anel no parque da liberdade. Autor: Kauã Alves
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Amigos se alimentam no parque da liberdade com roupas de animes. Autor: Kauã Alves

 

Além da forte presença da cultura japonesa, a Liberdade conta com um diferencial: A moda
por
Fabrizio Delle Serre
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11/09/2023 - 12h

Na última terça-feria (03), realizei uma atividade da universidade da matéria de "Fotografia: Projetos". A pauta da tarefa foi moda. Foi então, que fui até o bairro da Liberdade, localizado no centro de São Paulo. Por lá, encontrei pessoas vestidas de "cosplay", quando a vestimenta é fiel a de um personagem.

Mas, quem mais me chamou a atenção foi Hugo, um turista vindo da Colômbia, personagem principal e que por mais vezes aparecerá neste trabalho.

Hugo, posando para ser fotografado Autor: Fabrizio Delle Serre
Hugo, posando para ser fotografado | Autor: Fabrizio Delle Serre

 

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Hugo, posando para ser fotografado | Autor: Fabrizio Delle Serre
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Hugo, posando para ser fotografado | Autor: Fabrizio Delle Serre
Homens conversando vestidos com trajes de anime Autor: Fabrizio Delle Serre
Homens conversando vestidos com trajes de anime | Autor: Fabrizio Delle Serre
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Homens conversando vestidos com trajes de anime | Autor: Fabrizio Delle Serre
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Homens conversando vestidos com trajes de anime | Autor: Fabrizio Delle Serre
Coturno de um homem que trabalha na Liberdade Autor: Fabrizio Delle Serre
Coturno de um homem que trabalha na Liberdade | Autor: Fabrizio Delle Serre

 

Basta fazer um passeio pela Avenida Paulista aos domingos para mergulhar em uma diversidade de estilos
por
Maria Eduarda Jussiani
|
11/09/2023 - 12h

Quando decidimos dar um passeio pela Avenida Paulista domingo à tarde, nos deparamos com uma variedade de personalidades que se expressam através de seus estilos. A moda é uma forma de expressão pessoal e social que muitas vezes reflete as influências culturais, históricas, econômicas e sociais de uma época. Ao caminharmos pela avenida, temos a experiência de estar em contato com essas influências através da forma que tais personalidades se expressam ao escolher uma roupa, cabelo, acessórios, maquiagem etc.

Além do contato com diversas personalidades, vemos que falar sobre moda não é apenas considerar marcas de luxo e tudo relacionado ao mundo de alta-costura. A moda não se limita apenas às roupas, mas também abrange a maneira como as pessoas se apresentam, se comportam e se relacionam com o mundo ao seu redor. Cada peça escolhida determina a forma que o sujeito se vê no mundo e como deseja que o mundo o veja. 

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

 

Autor: Maria Eduarda Jussiani
Autor: Maria Eduarda Jussiani

 

Reconhecimento da estética periférica: como a moda se torna um ato político para reivindicar a liberdade de ser e de estar
por
Thainara Sabrine
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31/08/2023 - 12h

Loyal é um movimento de moda periférica que surgiu no extremo sul da periferia de São Paulo e vem transformando olhares para a moda desde 2017. O movimento une narrativas diversas e vivências marginalizadas, permitindo o reconhecimento do eu através da estética e da representatividade. 


A subversidade, neste caso, é se opor a padronização e vestir o que se é. Possibilitar encontrar em si próprio, ser a sua principal referência e, a partir disso, construir narrativas singulares que permitam reconhecimento. Neste caso, a moda está além da estética, mas principalmente como uma expressão em diversos sentidos.

No último sábado (26), aconteceu mais uma ação do movimento, desta vez, através do fomento à cultura periférica no “Estéticas das Periferias”, sediado na Organização não governamental (ONG) Núcleo de Acolhimento e Valorização da Educação (N.A.V.E) Capão Redondo. A ação propõe a coletivos independentes a oportunidade para a realização de atividades artísticas e culturais em seus próprios domínios.

                           

Mulher negra de cabelos longos e lisos desfilando com empoderamento. Veste uma peça de roupa que possui fendas por todo corpo
Desfile Loyal: 1000 trutas 1000 tretas. Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine

                
Movimentos que surgem e permanecem na periferia

O Loyal tem como parte de seu fundamento a seguinte condição: que as ações sejam sempre realizadas na periferia. “O Loyal surge na quebrada com público da quebrada, com os produtores, com os artistas, com os modelos de quebrada. A gente não quer se vender enquanto mercadoria da indústria, então o Loyal não é pra galera da ponte pra lá, é pra galera da quebrada”, comenta a idealizadora do movimento, Jaqueline Leal (Loyal).

Jaqueline também explicita que poucas pessoas se viam como criadoras ou modelos, mas a partir de seu primeiro desfile foi nítido o aumento do empoderamento individual e coletivo. 


Hoje podemos encontrar diversas marcas periféricas que surgem em decorrência da experiência no movimento e, como exemplo disso, temos as próprias marcas que participaram do último desfile  (Apolod, IURI e Loyal). Loyal reitera:  “Nós somos um movimento, não é algo isolado [...] nos promover entre a gente, fazer acontecer pra gente.” 
 

Homem negro desfilando empoderado, vestindo um casaco branco cheio de fendas
Desfile Loyal "1000 trutas 1000 tretas". Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine

                                   
1000 trutas 1000 tretas

Todo o espetáculo carrega uma temática a ser abordada e debatida entre os participantes e espectadores, pois reencontramos propostas que possam sugerir a discussão em torno da cultura ou estética periférica. Por isso, a proposta do movimento Loyal é também trazer para suas ações, discussões e celebrações que se relacionam com o cotidiano e as vivências de pessoas da periferia, viabilizando um sentimento real de pertencimento. 

Para o último desfile realizado, o movimento decidiu se inspirar na comemoração “50 Anos do Movimento Hip Hop”, Jaqueline Loyal explica: “A gente resolveu abraçar essa temática do Estéticas e de fato trazer essas intervenções sobre o Hip Hop e algumas informações que normalmente a gente não conhece como quem foram os pioneiros aqui, e lá fora”. 


Outras intervenções também tomaram conta dos palcos da última edição, como shows de Rap, Breaking, DJ Set e o Graffiti.

mulher negra com tranças longas, sorrindo, segurando um microfone, vestindo um cropped
Apresentação da cantora Afreekassia durante o desfile "1000 trutas 1000 tretas" do Loyal. Foto por Thainara Sabrine

                                       
O Loyal é um movimento coletivo, é um empoderamento da quebrada

Existem outros movimentos de moda acontecendo em paralelo ao Loyal, cada um em sua especificidade e com seus princípios. Quando questionada sobre o que o move  “O Loyal” Jaqueline comentou: “Não é só sobre a roupa, é o modelo que tá ali, é o público que tá na platéia, é o artista que tá se apresentando. A roupa é só um plus, um adereço. O que faz as coisas acontecerem são as pessoas e essa autoestima. Às vezes elas não se enxergam no dia a dia, mas quando vestem uma roupa do Loyal, Apolod ou IURI, se sentem empoderadas”. 


“É um movimento muito coletivo, então quando eu vejo alguém da minha família modelando, um vizinho desfilando, um vizinho que nunca vi cantar e ele tá lá no Loyal cantando, isso nos empodera energeticamente. Muitas pessoas ao meu redor se empoderam entre elas [...] é um empoderamento da quebrada, um movimento da quebrada e tudo muito coletivo. Para nós não importa muito o que ta rolando da ponte pra lá. Acho que quando fazemos esse contra-moda, esse movimento, nós nos empoderamos entre a gente.”

                                         

foto do corpo de uma mulher negra vestindo um top e uma saia de upcycling
Desfile Loyal "1000 trutas 1000 tretas". Modelo está vestindo "IURI". Foto por Thainara Sabrine


Durante sua trajetória, o Loyal também contou com a abertura de um Núcleo de Moda na Fábrica de Cultura do Jd. São Luís, dando início a mais uma atividade que propoẽ o saber sobre o moda e a valorização da criação periférica. 


No desfile, conversamos com LIZI (@cherodejasmim) que além de estudante do núcleo de moda, também é modelo e desfilou na Loyal nesta última ação. LIZI comentou sobre sua experiência: “O meu sentimento de desfilar na Loyal foi de grandeza, como um mulher quilombola eu represento muitas pessoas que infelizmente hoje não puderam estar aqui, mas é um privilégio enorme pra mim desfilar na quebrada, com 3 estilistas muito monstros [...] Loyal não é especificamente sobre as peças, mas sim sobre os modelos, sobre corpos, sobre identidade visual, identidade própria, e é muito gostoso se sentir representada por marcas assim.”

                                           

Mulher negra com a cabeça baixa mostrando penteado "bantu", enquanto segura correntes douradas
 LIZI mostra seus acessórios, correntes e penteado "Bantu Knots" que completaram sua éstetica no desfile "1000 trutas 1000 tretas". Foto por Thainara Sabrine

                                   
A subversidade de vestir o que se é está principalmente no ato de se enxergar enquanto potencialidade e representante da sua própria história. Loyal é um movimento que permite esse encontro através da coletividade e afirmação da própria identidade. 

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