A maioria das pessoas ao pensar na cidade de São Paulo imaginam um lugar caótico e lotado de prédios – o que não deixa de ser verdade, mas a cidade tem muito mais a oferecer além de edifícios e mais edifícios. Mesmo sendo uma grande metrópole, a capital paulista é a sexta cidade mais arborizada do país, contando com 113 parques e áreas verdes espalhadas por seu território.
O ensaio fotográfico a seguir mostra apenas uma pequena parcela da natureza encontrada em São Paulo, focando no centro da cidade, onde é possível encontrar diversas árvores dobrando uma esquina.







Por Laura Paro (texto) e Yasmin Solon (audiovisual)
Montanhas e montanhas de lixo, mais especificamente de materiais recicláveis. Pessoas trabalhando incessantemente, separando cada reciclável com suas próprias mãos e colocando em sacos grandes. Mais oito toneladas de lixo chegam para continuar o trabalho do dia. Essa é a rotina da Associação Vinte e Oito, uma das quase trinta cooperativas de reciclagem habilitadas em São Paulo. Localizada em um galpão atrás de uma viela na Avenida Sapopemba do bairro Jardim Adutora, no extremo da zona leste da capital paulista, a cooperativa surgiu há cerca de 10 anos. O caminho até lá, partindo do centro da capital, é longo: um ônibus, um trajeto de metrô, um trajeto de monotrilho e depois uma viagem de 20 minutos de carro, totalizando aproximadamente uma hora e meia até o destino final. Ao chegar lá, o que se vê primeiro são pilhas de lixo reciclável em um local amplo, quase todo a céu aberto, e pessoas separando manualmente, em sacos grandes, cada variedade de material.

Marlene, a presidente da entidade, lida diariamente com essas montanhas de lixo. Ela conta que a organização surgiu não só para promover melhorias no meio ambiente, mas também para ajudar pessoas necessitadas: a maioria dos funcionários é composta por mulheres que antes estavam desempregadas, com filhos e em situações difíceis. Ela conta que o trabalho na cooperativa funciona a partir da reciclagem e os funcionários, ao receberem mais de oito toneladas de lixo por dia, separam os materiais por categoria (plástico, papel, papelão, metal, entre outros). Depois de passar por muitos outros processos, o material é vendido a várias empresas, que compram por quilo e por um preço absurdamente barato comparado ao trabalho árduo, pesado e braçal que é realizado ali, por pouco mais de 70 pessoas. Quando fundou a cooperativa, o que ela mais queria era ajudar a situação do bairro e empregar as pessoas que necessitavam de ajuda, e foi exatamente isso o que foi feito – essa é a principal função da associação por trás de “somente” separar o lixo. É no sentido de que, por trás de toneladas de papelões e plásticos das mais diversas especificidades e estados, pessoas vulneráveis encontram uma forma de renda para sustentar a família e ainda de poder manter o forte compromisso com o meio ambiente.
A questão é que a invisibilidade de uma atividade importante como essa é a realidade atual da cooperativa e das pessoas que trabalham lá. Ao passarem horas embaixo de um sol escaldante ou na chuva intensa para analisar o que de fato é material reciclável e o que é lixo, dão alguma dignidade merecida para o meio ambiente – uma ação que deveria ser feita juntamente com todos os habitantes do Planeta, mas que na verdade preocupa apenas alguns cidadãos que são os que se propõem a fazer. E mesmo assim, essas pessoas não têm o reconhecimento merecido e digno, algo que faz parte do mínimo para viver bem.
Uma dessas pessoas é Patrícia, de 31 anos, que tem duas filhas pequenas e começou a trabalhar na entidade depois de se sentir na necessidade de ter uma renda mínima para sustentar suas filhas. Ela conta que, em lugares como este, as pessoas não têm valor e são tratadas como lixo; mas que mesmo assim, ela aprecia o que faz. Patrícia encontrou não só uma forma de ajudar financeiramente a família, mas também de ajudar a natureza em que ela e toda a sociedade vivem.

Além disso, ao reforçar ser possuidora de um trabalho digno como qualquer outra pessoa, Patrícia conta que não sabe como seria a vida e o ambiente caso não existissem as cooperativas. Uma atividade que deveria ser feita por todos dentro de suas próprias casas, na realidade, é um trabalho considerado invisível pela sociedade. E é com esse descuido das pessoas que vivem os catadores, com uma vida difícil e muitas vezes mínima. Patrícia diz que eles cuidam de algo que, na verdade, deveria ter sido cuidado por todas as pessoas em todos esses anos de vida; não é somente sobre as oito toneladas que a associação recebe por dia, mas sim, sobre o acúmulo de lixo e descuido que tem transformado o ambiente em um lugar quase que inabitável.
Na verdade, aqueles que lidam com o que a maioria pensa ser um problema do governo, sequer são assistidos por este. Marlene contou e Patrícia criticou o corte na distribuição das cestas básicas que contribuem para a renda e subsistência de famílias que eram fornecidas pela prefeitura. Além disso, a presidente relata que o problema principal reside nas condições que os recicladores se encontram, devido ao baixo retorno financeiro da associação, que até final do ano passado era melhor. Este ano, o preço dos materiais baixou muito e, consequentemente, a renda mensal dos trabalhadores sofreu uma grande queda. Isso tudo porque a cooperativa se mantém de forma independente, não possuindo nenhum auxílio do governo ou qualquer patrocínio, sendo o dinheiro escasso até para comprar materiais de trabalho (como luvas que seriam usadas no manuseio do lixo) ou para comprar as cestas básicas aos trabalhadores, que atualmente estão suspensas.

Marlene conta que, mesmo sendo difícil e mesmo sem o amparo necessário do governo, a entidade se mantém funcionando. De acordo com a presidente e a Patrícia, a atividade de reciclagem é feita por amor e força de vontade, pois financeiramente a entidade não obtém muito retorno. A associação tem dificuldades em manter os seus compromissos financeiros e, segundo Marlene, a situação fica ainda mais complicada com os funcionários, que precisam desse dinheiro para sobreviver.
A reciclagem deveria ser reconhecida por todas as pessoas de uma sociedade e praticada individualmente e diariamente por todos. As cooperativas, que se envolvem na pauta ambiental e executam esse trabalho indispensável ao ecossistema, não possuem o apoio e o reconhecimento que deveriam ter. É um trabalho árduo em prol de um ambiente mais saudável, mas os envolvidos não possuem sequer uma vida digna. É nesse sentido em que, infelizmente, com uma pauta tão importante e necessária como essa, se perpetua a negligência por parte do governo, o que é também uma forma de desprezar os trabalhadores envolvidos que são considerados invisíveis.
O reflorestamento feito por um dos vizinhos da Avenida Paulo Azzini em Mairinque (cidade do interior de São Paulo) é exemplo bem sucedido de uma alternativa para reverter a desertificação causada pelo desmatamento. Neste local, a duplicação da via e a retirada dos eucaliptos para venda causaram a degradação da vegetação local. O desmatamento e a perda de solo fértil e produtivo intensificam os efeitos da crise climática que o planeta enfrenta, recentemente classificada como fase de “ebulição global” pelo secretário-geral da ONU (União das Nações Unidas), pois a redução do número de árvores é uma das causas do efeito estufa. Iniciativas de reflorestamento como essa servem de inspiração para a construção de uma consciência ambiental, necessária para a desaceleração de um dos maiores problemas ambientais da atualidade.


Na última semana de setembro, dia 28, foi inaugurado o primeiro Centro de Hidrogênio Verde do Brasil, na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em Minas Gerais.
As expectativas são de que o novo centro ajude na pesquisa do uso de hidrogênio verde como uma energia limpa alternativa para reduzir a poluição.

O investimento de quase R$ 25 milhões do governo alemão no projeto promove a análise do uso de hidrogênio em processos industriais, na produção de energia elétrica e como uma fonte alternativa sustentável para a mobilidade urbana. O Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) será gerado exclusivamente por energia renovável (painéis fotovoltaicos) e abrigará laboratórios destinados a diferentes frentes de pesquisa focadas no uso do hidrogênio para reduzir a emissão de carbono.
Além disso, a CH2V também contará com a inserção de disciplinas ligadas à UNIFEI com foco no hidrogênio verde, com o objetivo de promover mais conhecimento, troca de experiências e qualificação profissional na área.
O professor de Engenharia Elétrica e de Controle e Automação da UNIFEI, Rondineli Rodrigues, contou que com o CH2V espera-se não apenas o fomento da pesquisa, mas também novas áreas de estudo.
O docente explica que as pesquisas não se restringem aos laboratórios do centro. Na verdade, o objetivo é ampliar o ensino para alunos da graduação, inicialmente em EAD, contemplando também outros cursos e níveis de formação, com os cursos de pós-graduação e especialização.
Para além desse leque que se abre, Rodrigues também acredita que o Brasil possa se tornar um dos “grandes players mundiais em relação à produção de hidrogênio verde e, consequentemente, no desenvolvimento da tecnologia no país”, destaca.
Repercussão local e expectativas dos estudantes
Apesar do orgulho em relação ao pioneirismo da universidade, a estudante de Engenharia Ambiental da IUNIFEI, Bárbara Novaes, comenta que o evento de inauguração “poderia ter tido um pouco mais de repercussão local”.
Na visão de Bárbara, o tema ainda se encontra fechado na “bolha da universidade”, já que a informação permanece no “boca a boca”. Para ela, “seria interessante democratizar mais essa informação e fazê-la chegar em todo mundo”, tendo em vista a relevância do assunto em escala nacional.
Como estudante, Bárbara compartilha, com orgulho, a expectativa de que seja possível obter mais oportunidades de pesquisa e parcerias com universidades nacionais e internacionais a partir dessa visibilidade.
Rodrigues, por sua vez, acrescenta que a UNIFEI poderá ser pioneira no desenvolvimento energético sustentável a partir do CH2V. O projeto ajudará na produção do hidrogênio e em seu uso cotidiano, impactando âmbitos como a mobilidade urbana e as grandes indústrias nacionais.
Com a urgência do aquecimento global e a busca por soluções aos efeitos da crise climática, o hidrogênio verde (H2V) pode entrar no mercado como uma peça-chave na descarbonização da indústria.
Não à toa, ele vem sendo chamado de combustível do futuro.
Mas, afinal, o que é o Hidrogênio Verde?
O hidrogênio verde apresenta vantagens significativas para a economia global e para o meio ambiente, tais como:
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Uma fonte totalmente sustentável, que não emite gases poluentes durante sua produção ou combustão;
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Capacidade de armazenamento que possibilita o uso em diversos setores;
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Sua versatilidade permite a conversão em eletricidade ou em combustíveis sintéticos, atendendo a demandas comerciais, industriais e de mobilidade.
No Brasil, esse projeto encontra um terreno fértil para prosperar, isso porque, segundo um estudo da Enerdata, o País se encontra em segundo lugar no ranking mundial de produção de energia renovável, com 89,2%, atrás apenas da Noruega, que lidera com 98,5%.
Parceria com a Alemanha e o futuro do Brasil
Atualmente, a Alemanha é um dos países que mais tem investido na produção de H2V, segundo o Portal Hidrogênio Verde, sendo acompanhada por Austrália, Países Baixos, China, Arábia Saudita e Chile.
A aliança Brasil-Alemanha existe desde 2020, com o objetivo de promover oportunidades de negócios entre empresas e instituições brasileiras e alemãs.
Fato é que a vantagem competitiva no setor, alinhada a investimentos de pesquisa, posiciona o País em um ponto estratégico para o cumprimento dos planos de descarbonização e mitigação dos efeitos climáticos no planeta. Conforme retificado no Acordo de Paris, em 2016, a meta brasileira propõe reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em 37%, comparado aos níveis de 2005, até 2025.
Em paralelo a isso, o professor Rondineli conclui que o Centro de Hidrogênio Verde vem como uma oportunidade para que o Brasil ganhe notoriedade no assunto, tornando-se mais forte no setor e entrando efetivamente no debate ambiental "como um grande protagonista”, finaliza.
O senso comum é de que os carros elétricos não poluem o meio ambiente, mas a produção e descarte de baterias é um dos fatores de maior impacto ambiental na atualidade.
A Porsche é uma marca de automóveis alemã que foi fundada em 25 de abril de 1931, tem modelos de carros a combustão, como por exemplo: 911 GT3RS e carros elétricos, como por exemplo: Taycan TurboS
Porsche 911GT3RS Foto: NetCarShow/Reprodução
Segundo o Inmetro, o modelo da Porsche 911 GT3RS emite pelo escapamento 43 mg/km de gases orgânicos não metano e de óxidos de nitrogênio (NMOG, NOx), 78 mg/km de monóxido carbônico (CO) e 3 mg/km de aldeídos (CHO), segundo o programa brasileiro de etiquetagem veicular (PBEV), o modelo em questão emite 231 g/km de dióxido de carbono (CO2), usando como combustível a gasolina.
Foto: Nota verde/PBEV
Segundo a nota verde, que é uma classificação de quanto às Emissões de Poluentes relativas aos limites vigentes do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE - Fase L7, existe uma classificação que vai da nota A até a nota E, sendo a nota “A” os menores níveis de emissão de poluentes, a nota “E” os maiores níveis de emissão de poluentes os, o modelo Porsche 911 GT3RS tem a nota “B”.
Segundo Boris Feldman, jornalista automotivo, engenheiro elétrico e escritor do AutoPapo da UOL “A poluição do carro elétrico é bem mais simples, rápida e barata pois dispensa montar vários componentes (caixa, escapamento, alternador, filtros, etc) e o do motor elétrico muito mais leve e menor que o motor a combustão”.
Porsche Taycan GTS / Foto: NetCarShow/Reprodução
O modelo também da Porsche Taycan TurboS, segundo o inmetro emite 0 mg/km de gases orgânicos não metano e de óxidos de nitrogênio (NMOG, NOx), 0 mg/km de monóxido carbônico (CO) e 0 mg/km de aldeídos (CHO). Referente nota verde o modelo Taycan TurboS tem a nota “A”, para o inmetro o modelo Taycan TurboS não emite de dióxido de carbono (CO2).
Porsche baterias Taycan / Foto: Divulgação/Porsche
Para Feldman, uma das coisas que podem ser feitas para a diminuição da poluição é "substituir o combustível fóssil nos carros a combustão". Para os elétricos a substituição tem que ser nas baterias. Para combustíveis mais sustentáveis e baterias menos poluentes.
O Brasil é um país continental, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) o tamanho do território é de 8.510.417,771 km² ,segundo o ministério dos transportes o brasil tem 75,8 mil km, dos quais 65,4 mil km correspondem a rodovias pavimentadas e 10,4 mil km são de rodovias não pavimentadas, segundo o escritor do AutoPapo Boris Feldman esse é um dos problemas para aumentar a popularidade dos carros elétricos no país “dimensões continentais que dificultam instalar pontos de recarga.”
CAOA Chery iCar / Foto: Divulgação
Segunda a MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.172, DE 1º DE MAIO DE 2023 o salário mínimo é de R$ 1.320,00 (mil trezentos e vinte reais) e o preço de um carro elétrico mais em conta, segundo o AutoPapo é Caoa Chery iCar, com preço de R$ 119.990. Para o Feldman o Brasil somente terá mais carros elétricos circulando quando os preços diminuírem “quando eles baixarem de preço e aumentarem o alcance.”











