Como um autodidata ousado desafiou a lógica e transformou a cidade de pedra
por
Catharina Morais
|
06/12/2024 - 12h

A Rua Maranhão, em Higienópolis, é como um refúgio dentro de São Paulo, cheia de histórias para contar em cada esquina. Com suas árvores sombrias e prédios de tirar o fôlego, como o icônico Vila Penteado da FAU-USP, a rua já foi endereço de gente famosa, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É  só chegar na esquina com a Rua Sabará que tudo muda: o Edifício Cinderela simplesmente rouba a cena.

 

Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais
Edifício Cinderela, inaugurado em 1956 - por Catharina Morais

 

De longe, ele parece uma obra única, e é. Em uma São Paulo historicamente cinzenta e funcional, o Cinderela é uma explosão de cores, criatividade e formas. Não é um simples prédio construído para abrigar pessoas - só a beleza de sua arquitetura que chama atenção; há algo mais ali - características visionárias que antecipavam o futuro da vida urbana. Era um sonho do "American way of life", ajustado à realidade brasileira.

Mas quem ousaria conceber um prédio tão peculiar? Conhecido como o "arquiteto maldito", João Artacho Jurado era uma figura à margem da elite arquitetônica. Nascido em 1907, no bairro do Brás, filho de imigrantes espanhois, ele começou a carreira como letrista, desenhando cartazes e estandes para feiras industriais. Apesar de nunca ter cursado arquitetura, Jurado demonstrava um talento inato para transformar ideias em construções. 

 

Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais
Edifício Parque das Hortênsias na Avenida Angélica - por Catharina Morais

 

Na São Paulo das décadas de 1940 e 1950, dominada pelo rigor do modernismo — com suas linhas retas, geometrias simples e desprezo por adornos —, Artacho parecia um transgressor. Seus prédios eram uma celebração do que se recusava a ser discreto. Inspirados pelo glamour de Hollywood e pela opulência europeia, eles misturavam o clássico e o kitsch, sem medo de causar estranhamento.

 

Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais
Edifício Viadutos localizado no bairro Bela Vista - por Catharina Morais

 

Edifícios como o Bretagne, o Viadutos, o Louvre, o Planalto e, claro, o Cinderela se tornaram símbolos dessa visão. Vibrantes, ornamentados e quase teatrais, eles destoavam do rigor técnico da arquitetura predominante. Não à toa, sua obra era amada pelo público, mas odiada por muitos arquitetos da época.  

A controvérsia em torno de Artacho ia além do estilo. Por ser autodidata, ele não tinha licença para assinar seus projetos, dependendo de engenheiros formados para legitimar suas obras. Esse fato era visto como uma afronta pela elite acadêmica, que o apelidou de "arquiteto maldito".  

 

Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais
Fachada do Edifício Piauí construído entre 1948 e 1952 - por Catharina Morais

 

Além disso, seus prédios eram frequentemente criticados como "bregas" e "excessivos". Contudo, essas críticas pouco afetaram Artacho, que usava sua visão como combustível para inovar. Ele fazia de suas inaugurações verdadeiros espetáculos, com bandas, celebridades e políticos. Eram eventos tão grandiosos quanto os edifícios que celebravam.  

Artacho não só projetava prédios; ele os desenhava por completo, dos cobogós aos gradis, dos lustres à tipografia das fachadas. Cada detalhe era pensado para oferecer uma experiência que ia além da funcionalidade. Ele também foi pioneiro em incluir áreas comuns de lazer, como piscinas e salões de festa, em uma época em que essas comodidades eram raras.  Seu público-alvo, a classe média emergente, via nos edifícios de Artacho um sonho acessível. Eram mais que lares; eram convites para uma vida moderna e comunitária.  

 

Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais
Edifício Bretagne, um marco arquitetônico com sua planta em ‘L’- por Catharina Morais

 

Apesar das críticas em vida, o trabalho de Artacho foi reavaliado nas décadas seguintes, sendo hoje considerado um marco do modernismo tropical. Seus edifícios, antes tidos como aberrações, tornaram-se símbolos de uma São Paulo mais vibrante e humanizada.  

O Edifício Cinderela, com sua paleta de cores e seu charme cinematográfico, continua a ser um lembrete do que Artacho buscava: romper padrões, acolher o inesperado e dar à cidade algo que ela não sabia que precisava. 

Mais do que o “arquiteto maldito”, Artacho Jurado foi um visionário que se recusou a ser limitado pela lógica ou pelas convenções. Sua obra é um testemunho da coragem de colorir o cinza e de transformar o banal em extraordinário.

 

Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais
Edifício Louvre no bairro da República, tombado desde 1992 pelo Conpresp - por Catharina Morais

 

Importante área de preservação e pesquisa ambiental é também um lugar a se visitar e descobrir em São Paulo
por
Pedro Bairon
João Pedro Stracieri
Vítor Nhoatto
|
28/11/2024 - 12h

Localizado na zona sul da capital paulista, entre os portões 6 e 7 do Parque Ibirapuera, eis um berço da vida. Criado formalmente em 1928 após a transferência do bairro Água Branca para onde está até hoje, o Viveiro Manequinho Lopes é um dos três administrados pela cidade e o maior deles. São ali produzidas milhares de espécies para a cidade e também a todos os interessados em arborizar suas propriedades. 

Seu nome faz alusão ao diretor da então recém-criada Divisão de Matas, Parques e Jardins, Manoel Lopes de Oliveira Filho, conhecido como Manequinho Lopes. A homenagem foi dada após ele plantar eucaliptos na região até então pantanosa e aos seus esforços contínuos para manter o viveiro de pé após o pedido de remoção em 1933 para a construção do parque. 

A reivindicação da prefeitura na época não foi para frente também pela necessidade cada vez maior de produção de mudas para a cidade, e foi Manequinho um dos responsáveis por essa mudança de perspectiva. Após a sua morte em 1938 o viveiro municipal enfim recebeu o seu nome atual, e segue hoje sendo de extrema importância para a cidade e meio ambiente, apesar de pouco conhecido e divulgado.

1
Com uma área de 4,8 hectares e uma imensidão de plantas o Viveiro Manequinho Lopes pertence ao Parque do Ibirapuera, e seu acesso pode ser feito direto do parque pelo portão 7, ou pelo portão 6 - Foto: Vítor Nhoatto
2
Adentrando no complexo com certeza muitas espécies serão familiares, afinal, o local é responsável por fornecer as mudas que são plantadas pela cidade como esta, conhecida popularmente como Coração Magoado - Foto: Vítor Nhoatto
3
São ao todo 10 estufas (casas de vegetação), 97 estufins (canteiros suspensos), 3 telados como o da foto (estruturas cobertas com tela de sombreamento) e 39 quadras (mudas envasadas) - Foto: Vítor Nhoatto
4
O Viveiro ainda é um laboratório da flora, onde são feitas pesquisas para o aprimoramento e desenvolvimento de novas variações de plantas como na estufa 5 na imagem - Foto: Vítor Nhoatto
5
Cada lote de plantas possui a sua identificação científica, quantidade, data de cultivo e um técnico responsável, que rega e anota diariamente a temperatura máxima e mínima atingida em cada estufa - Foto: Vítor Nhoatto
6
A instituição também é um importante centro de preservação de espécies nativas, pela reprodução e manutenção de exemplares como este no meio do Viveiro - Foto: João Pedro Stracieri
7
Para além de todas as descobertas sobre a flora, muitos pássaros frequentam o viveiro, tal qual esse Sabiá Laranjeira, a ave símbolo do Brasil - Foto: João Pedro Stracieri
8
Espécies que requerem mais cuidados como as orquídeas, exóticas como as suculentas e variações menos comuns como esta da foto também são produzidas no Viveiro - Foto: Vítor Nhoatto
9
Tal qual um parque, o Viveiro possui áreas de convivência, bebedouros e lixeiras para os seus visitantes, sempre com entrada gratuita, apenas pets nao sao permitidos devido ao cuidado exigido com as mudas - Foto: Vítor Nhoatto
10
São disponibilizados ao longo do caminho mapas, avisos sobre os cuidados exigidos e placas informativas sobre a função e funcionamento das estruturas - Foto: Vítor Nhoatto
11
Apesar de ficarem na maior parte do tempo fechadas para visitação, pelo menos duas vezes ao dia os técnicos abrem para rega e checagem, possibilitando a apreciação dos visitantes sortudos - Foto: Vítor Nhoatto
12
E para os que quiserem é possível agendar visitas guiadas pelo número do Viveiro entre às 7h e 16h de segunda a sexta e até mesmo adquirir mudas mediante solicitação no portal 156 da prefeitura - Foto: Vítor Nhoatto

 

Situado no histórico bairro de Higienópolis, o lugar é testemunho vivo da evolução da cidade
por
Leticia Alcântara
Sophia Razel
|
28/11/2024 - 12h

Localizado no coração do bairro de Higienópolis, o Parque Buenos Aires é um refúgio no meio da rotina agitada de São Paulo. Construído em 1913, com a finalidade de ser um espaço de lazer para elite paulistana, o local foi inspirado nos parques europeus. O terreno, que inicialmente foi projetado para ser um loteamento residencial de casas de alto padrão, hoje é símbolo de tranquilidade e calmaria para os moradores da região.  

Antigo mirante do parque
Mirante da Praça Buenos Ayres, com a vista do Vale do Pacaembu - Reprodução / Acervo /  Estadão Conteúdo / Laboratório Buenos Ayres 

 

Pessoas passeando no parque
Família caminhando em pequena trilha do Parque Buenos Aires - Foto: Letícia Alcântara
Pessoas a anos atrás tirando fotos no parque
1919, pessoas diante da obra Anfritite e Tritão. Foto: Reprodução / Facebook/ São Paulo Antiga
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara
Fonte no Parque Buenos Aires atualmente, um dos destaques do espaço - Foto: Leticia Alcântara

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo em 1992, o Parque Buenos Aires foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Bouvard. Com o passar do tempo, o local foi se transformando e modernizando. Atualmente o parque possui cerca de 22 mil metros quadrados, repletos de muita vegetação e áreas de lazer, com espaço para pets e parquinho para as crianças. 

Área para animais de estimação
Cercado para cães próximo a entrada do Parque, localizado na Av. Angélica - Foto: Letícia Alcântara
Área para crianças
Crianças brincando no playground, cercado pela vegetação do Parque Buenos Aires - Foto: Sophia Razel
Crianças brincando na fonte no passado
Vista da Praça Buenos Aires, no bairro de Higienópolis em 1958 - Reprodução / Folhapress / Gazeta SP 

O local também dialoga com a arte e possui algumas esculturas emblemáticas, como “O Tango”, de Roberto Vivas, em bronze e granito, 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, esculpida num só bloco de mármore, além de uma cópia em bronze da escultura “Emigrantes”, de Lasar Segall. 

Monumento do parque
Escultura, em bronze, “Emigrantes”, de Lasar Segall - Foto: Sophia Razel  

Mesmo com as inegáveis raízes alicerçadas em um contexto de elitização, a importância cultural e histórica do local é inegável. Sua existência é um símbolo da memória urbana que deve ser preservada, entretanto, tendo em vista a necessidade da democratização do espaço, que permanece cheio de memórias e significado ao longo das décadas. 

Estatua do parque
Estátua 'Mãe' de Caetano Fraccaroli, localizada no Parque Buenos Aires, simboliza proteção e acolhimento, homenageando a maternidade - Foto: Letícia Alcântara

Com sua localização privilegiada e ambiente sereno, o Parque Buenos Aires é um dos grandes patrimônios verdes da cidade, oferecendo aos paulistanos uma verdadeira pausa no cotidiano urbano.

 

Com 70 anos de carreira, se consagra como o maior fotojornalista do país
por
Majoí Costa
Nicole Conchon
|
21/11/2024 - 12h

Neste mês de novembro, o Brasil perdeu um grande fotógrafo. Ao longo de sete décadas, o fotojornalista Evandro Teixeira se tornou uma referência na fotografia documental brasileira, capturando momentos cruciais do país e imortalizando, com suas imagens, as transformações sociais, políticas e culturais.

Teixeira não foi apenas um fotógrafo, mas um contador de histórias. Durante 70 anos de carreira, seu trabalho transcendeu a simples captura de imagens, tornando-se uma ferramenta essencial na compreensão de momentos decisivos para o Brasil.

 

A lente do compromisso

         O fotojornalismo, como área profissional, exige mais do que a técnica fotográfica; exige comprometimento com a verdade e com a representação fiel dos fatos. Teixeira deixou isso bem claro durante toda a sua vida, ao se dedicar nesse trabalho durante um período de grandes transformações políticas e sociais, desde a ditadura militar até hoje.

         Suas fotos não apenas documentam, mas também provocam reflexões sobre o papel da imagem no campo jornalístico e no impacto de uma fotografia na construção da memória coletiva.

 

Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968
Passeata dos Cem Mil. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O início da jornada

         Natural da Bahia, de Irajuba, um povoado a 307 quilômetros de Salvador, saiu de sua terra para fotografar o Brasil. Em quase 70 anos de atividade, 47 deles no Jornal do Brasil, registrou o golpe de 1964 e as manifestações estudantis de 1968.

Ao longo da década de 1970, ele se tornou um dos principais fotógrafos da revista Realidade, uma das publicações mais inovadoras do período. Foi nesse momento que Evandro fotografou suas fotos mais conhecidas, em que aprendeu a trabalhar sob pressão, capturando a tensão e os conflitos da ditadura militar.

         Além de sua atuação no Brasil, Teixeira teve uma carreira internacional, cobrindo grandes eventos como a Revolução Nicaraguense (1979) e a guerra civil em El Salvador. Fotografou a Rainha Elizabeth e eternizou imagens icônicas de Ayrton Senna e Pelé. É difícil dissociar seu trabalho de qualquer evento no país que ocorreu durante a segunda metade do século XX.

Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968
Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta. Rio de Janeiro, 1968. Reprodução: Acervo IMS

 

O fotógrafo foi alvo de perseguição, sendo várias vezes ameaçado e perseguido pelos militares. Mesmo com os riscos, ele continuou a registrar a realidade do regime, contribuindo de maneira significativa para a memória histórica do período.

 

Legado e reconhecimento

O trabalho de Evandro Teixeira foi amplamente reconhecido, com exposições em museus e galerias ao redor do mundo. Ele também foi premiado diversas vezes por sua contribuição ao fotojornalismo, consolidando seu nome como um dos mais importantes do Brasil.

Em um dos seus maiores feitos, em 2013, Teixeira foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog, uma das maiores honrarias da área, por sua contribuição ao jornalismo e ao combate à censura e à opressão.

Seu legado vai além das inúmeras fotos que tirou, mas uma documentação completa dos principais momentos do Brasil. Retratou lutas e vitórias de um povo em busca de liberdade e justiça Suas imagens retratam isso, não apenas registrar a realidade, mas também as emoções que a história carrega consigo. 

 

Novos dados do IBGE revelam como o êxodo rural transforma as paisagens do Brasil
por
Catharina Morais
|
21/11/2024 - 12h

A manhã no Sítio São João - também conhecido como “a roça”-, em Muzambinho, Sul de Minas Gerais, começou lenta. O céu carregava nuvens espessas, como um teto cinza sobre a paisagem. A chuva fina deixava pequenas trilhas na terra vermelha, enquanto o aroma das folhas de café se misturava com o perfume de terra molhada. O mundo parecia suspenso num silêncio, quebrado apenas pelo sopro do vento e o canto tímido dos pássaros.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Paisagem de Muzambinho, inteiror do Sul de Minas Gerais - por Catharina Morais


No horizonte, o verde dos cafeeiros se estendia como um tapete irregular. Urubus, com suas asas abertas, ficavam como vigilantes sobre aquele espaço amplo e quase intocado. Ali, a vida segue em um ritmo que parece imutável, mas, na realidade, carrega as marcas de profundas transformações. Dados recentes do Censo Demográfico do IBGE escancaram uma realidade em que o Brasil se afasta das zonas rurais, cada vez mais engolido pelas grandes cidades.
 

Sítio São João- por Catharina Morais
                     Urubus pousados na cerca do Sítio - por Catharina Morais

 

Divulgado em novembro de 2024, o Censo Demográfico 2022 aponta que, do total de 203,1 milhões de brasileiros, 177,5 milhões (87,4%) vivem em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) permanecem em áreas rurais. A nova metodologia do IBGE, que classifica as áreas de acordo com sua morfologia e funcionalidade, expõe um êxodo silencioso que esvazia espaços como o Sítio São João.  

 

Sítio São João- por Catharina Morais
      Vista do interior do cafezal no Sítio São João - por Catharina Morais 

 

Mas, ali, o tempo parece ter sua própria lógica, um compasso que desafia as pressões urbanas. O pé de café, despido após a colheita, parecia revigorado pela água que escorria lenta pelas folhas. Na simplicidade daquele lugar, o Brasil profundo ainda respirava, resistindo ao avanço do tempo. Cada cheiro, cada som, cada sombra projetada na terra carregava memórias de um passado que se recusa a desaparecer.  

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
             Plantação de café do Sítio São João - por Catharina Morais

Naquela região, a "mineirice" se revela em cada gesto, em cada palavra arrastada, no cuidado com a terra e nas memórias que ela preserva. A simplicidade do lugar ganha força na conexão íntima com a natureza. Ali, não se vê o vazio de um latifúndio sem alma, mas uma roça onde há harmonia de um espaço onde o trabalhador, dono da terra, é parte de sua essência.  
Mas o que é viver numa roça? No caso do Sítio São João, é a história de Carlinho Tuka e sua esposa, Terezinha, que respiram essa realidade desde que nasceram. Ela, natural de Monte Belo, cidade vizinha, nasceu na fazenda e cresceu trabalhando para a terra e cuidando da vida que ali florescia. Hoje, cultiva sua horta e cuida dos animais com carinho, como aprendeu desde a infância. Eles vivem com uma autonomia que mais de 170 milhões de brasileiros sequer imaginam.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
Casa Principal do Sítio São João - por Catharina Morais


Enquanto muitos , moradores da “cidade grande”, temem as transformações do tempo e as exigências de um mundo moderno, ali, o silêncio esconde um outro tipo de vida. A conexão com a natureza e a noção do tempo, ditado pelo sol de cada dia, revelam uma existência que transcende o capitalismo voraz que domina as cidades e devastam os solos do Brasil.
Este agro não é Pop. Ele é Minas, é orgânico. Carlinho, com a pele marcada pelo sol e pelo trabalho árduo que faz desde os 13 anos, caminha entre os cafezais, mostrando suas conquistas. Plantas com 30, 40, até 50 anos de idade. Tradição que é herança de seu pai João, que antes vendia leite, mas se dedicou à colheita de café, transmitindo a cultura ao filho. 
 

Sítio São João- por Catharina Morais
    Paisagem e uma das casas do Sítio São João - por Catharina Morais

 

Hoje, com mais de 60 anos, Carlinho sente o peso do cansaço, mas seu amor pela roça permanece inabalável. A música 'Canção do Sal', de Milton Nascimento, preenche o ambiente de forma metafórica, marcando o ritmo de um trabalho que combina esforço físico e uma profunda entrega emocional: 'Trabalho o dia inteiro, pra vida de gente leve; Trabalhando o sal, é o amor, o suor que me sai'.
No Sítio São João, há silêncio, há céu preenchido por vida, há cheiro de mato e terra vermelha, há um mar verde que se estende à vista. A vida na roça segue como uma coreografia silenciosa: bois pedindo carinho enquanto ruminam sob o açude. Cada árvore de café, cada passo sobre a terra batida, carrega histórias que teimam em não ser esquecidas.

 

Sítio São João- por Catharina Morais
               Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais

 

O Brasil urbano cresce em números, mas o Brasil rural, com suas chuvas, seus silêncios e seus personagens, continua vivo. Mesmo em meio à industrialização e à degradação do agro, o Sítio São João mantém sua resistência silenciosa. Ele é um microuniverso mineiro, onde a simplicidade das paisagens e a profundidade dos silêncios escondem uma complexidade que o tempo não pode apagar. Afinal, enquanto houver chuva que cai, haverá vida. E enquanto houver vida, o Sítio São João continuará a ser o lar das histórias que persistem na memória da roça.

 

 

Sítio São João- por Catharina Morais
                Animais no pasto do Sítio São João - por Catharina Morais


 

as histórias que são contadas antes e após do apito do juiz
por
Pedro José de Oliveira Zolési
|
03/05/2024 - 12h

Estar em torno do estádio do Palmeiras é entrar em um mundo onde as histórias se unem através do amor ao futebol. Entre as paredes luminosas decoradas com as cores do clube, existe um mosaico de experiências que vão além dos jogos em si. Famílias de todo o mundo se reúnem aqui com sorrisos brilhantes e tradições profundas. Desde jovens imersos na alegria do campo até idosos que compartilham memórias de décadas. E nesse espetáculo, o vendedor de salgadinhos e camisetas se destaca não só como marqueteiro, mas também como contador de histórias. Eles não apenas alimentam corpos famintos, mas também mantêm as conversas e os laços ficam mais fortes cada vez que nos encontramos.

 

 

1
Pessoa caminhando perto de uma viatura. Foto: Pedro José
2
Homem correndo perto do estádio em dia de jogo. Foto: Pedro José
3
Vendedores ambulantes fazendo seus respectivos trabalhos. Foto: Pedro José
4
Homem tentando vender camisas para um torcedor. Foto: Pedro José
5
Venda de camisas do Palmeiras. Foto: Pedro José
6
Torcedores passando pela primeira sessão de segurança. Foto: Pedro José
7
Agrupamento de torcedores pronto para entrar no estádio. Foto: Pedro José
8
Torcedores na fila para comprar um lanche. Foto: Pedro José
10
Torcedores no caminho do estádio. Foto: Pedro José
11
Venda de bonés e camisas do Palmeiras. Foto: Pedro José

 

Inaugurado em 1954, o Parque Ibirapuera é um marco da cidade de São Paulo
por
Julia da Justa Berkovitz
|
03/05/2024 - 12h

Reunindo lazer, história e cultura, o Parque Ibirapuera conta com uma área de aproximadamente 1.584.000 metros quadrados. Seu projeto foi encomendado em 1951 pelo governador Lucas Nogueira Garcez para a comemoração do IV Centenário da Cidade de São Paulo.

Para além da área verde, o Parque Ibirapuera abriga um conjunto de edifícios culturais e artísticos planejados por Oscar Niemeyer. Dentre as principais construções do arquiteto estão: a Oca, o Pavilhão da Bienal, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e o Auditório Ibirapuera.

O projeto arquitetônico dos espaços conta com traços e proporções inovadoras, além de formas curvas e orgânicas que revelam o modernismo de Niemeyer.

Auditório Ibirapuera
O Auditório Ibirapuera, também conhecido como Auditório Oscar Niemeyer, foi planejado na década de 1950 mas sua inauguração ocorreu em 2005. O espaço é destinado para apresentações musicais. Foto: Julia Berkovitz

 

Detalhe - Auditório Ibirapuera.
A escultura vermelha que marca a entrada do Auditório e se estende por seu interior foi concebida pela artista Tomie Ohtake. Foto: Julia Berkovitz

 

Oca
O Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, popularmente conhecido como Oca reúne exposições, eventos e atividades culturais. O edifício de planta circular é como uma fina casca acomodada no chão. Foto: Julia Berkovitz

 

Detalhe - Oca
A Oca conta com 33 janelas que podem ser utilizadas para se sentar e apreciar a vista do Parque Ibirapuera. Foto: Julia Berkovitz

 

MAM
O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) foi construído por Niemeyer nos anos 1950 e adaptado por Lina Bo Bardi em 1982. Seu acervo contém mais de 5 mil obras. Foto: Julia Berkovitz

 

MAM
O MAM se integra com o Jardim das Esculturas, projetado em 1993 por Roberto Burle Marx. O espaço é inteiramente acessível para pessoas com deficiência. Foto: Julia Berkovitz

 

MAM e Parque
Por entre as esculturas e os edifícios, pode se ver diversas espécies de árvores e plantas que colorem o ambiente, mesclando cultura e natureza. Foto: Julia Berkovitz

 

Escultura e Bienal
Caminhando pelo Jardim das Esculturas, o Pavilhão da Bienal vai se tornando cada vez mais visível, revelando seu comprimento de 250 metros. Foto: Julia Berkovitz

 

Escultura e Bienal
A Caçadora, de Lélio Coluccini se refere à deusa grega Artêmis. Foi realizada em 1944 e foi transferida para o Parque Ibirapuera na década de 1970. Foto: Julia Berkovitz

 

Bienal
O Pavilhão da Bienal é a sede da Bienal Internacional de Arte de São Paulo. O edifício também recebe outras exposições e eventos, como a SP-Arte. Foto: Julia Berkovitz

 

Conhecido pela estética e cultura oriental, o bairro renomeado em 2023 para Liberdade África-Japão carrega história ainda desconhecida
por
Vinícus Evangelista
|
08/05/2024 - 12h

Famoso por suas icônicas luminárias japonesas e por abrigar a maior comunidade asiática do Brasil, o bairro da Liberdade, em São Paulo, atrai cerca de 20 mil visitantes todos os fins de semana, conforme dados da APECC (Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras). Muitos, cativados pela culinária, produtos e atmosfera oriental que permeia as ruas, desconhecem a origem negra do bairro e pouco têm acesso a essa história quando caminham sob a região próxima ao centro da cidade.

 

Foto 1
Os dias mais movimentados do bairro são sábado e domingo, quando acontece a "Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Praça da Liberdade", popularmente conhecida como "feirinha da Liberdade", criada em 1975, que percorre toda a rua Galvão Bueno. Foto: Vinícius Evangelista.
​​
Foto 2
A estética do bairro tal qual conhecemos hoje começou a se moldar em 1970, quando foram instaladas as primeiras famosas lanternas japonesas. Foto: Vinícius Evangelista

 

Foto 2
Em meio ao movimento da feira na atual Praça da Sé, antes Largo da Forca, está a "igreja de Santa Cruz das Almas dos Enforcados", fundada em 1891, no local onde antes se erguia uma cruz em memória das execuções de Joaquim José Cotindiba e Francisco José das Chagas, militares negros condenados a enforcamento por liderarem um motim que exigia, durante o governo Imperial, igualdade salarial entre soldados brasileiros e portugueses, além do pagamento atrasos remuneratórios. Joaquim foi morto, porém Francisco, conhecido como Chaguinhas. sobreviveu por três vezes à forca e foi morto a paulada. A cruz e a mesa com velas postas no local, foram sendo deslocadas conforme a região foi sendo habitada, até parar onde hoje está a igreja. Foto: Vinícius Evangelista.
​​​​​
Foto 3
Antes de ser considerado centro, na então Vila de São Paulo, o bairro era denominado de "bairro da pólvora", uma simples periferia afastada o suficiente para ser construída ali, num dos largos, em 1754, a "Casa da Pólvora", um depósito de explosivos projetado para minimizar danos em caso de acidentes. Apesar da demolição do armazém, o local manteve o mesmo nome e foi transformado em um jardim oriental. Foto: Vinícius Evangelista.
Foto 4
Monumento instalado, em 2018, rememorando os então 110 anos da imigração japonesa ao bairro e saudando a neta mais velha do então imperador japonês, Akihito, "sua alteza imperial Princesa Mako", que em 2021 abriu mão de seu título real para se casar com um plebeu e ir morar em Nova York. Foto: Vinícius Evangelista.

 

Foto 4
No jardim, rodeado por bustos, estátuas e monumentos que contam a história da ocupação asiática no bairro, esta é a única placa que rememora o que era o largo antes da imigração. Foto: Vinícius Evangelista
Foto 5
Antes chamado de "Largo do Pelourinho", o Largo de 7 Setembro foi renomeado em 1865, até quando havia um pelourinho no local, um poste de madeira para açoitamento público de escravizados, previstos no “Código Criminal do Império” de 1830, e na famigerada “Lei da Morte” de 1835. Os escravizados condenados a morte eram açoitados no pelourinho e iam caminhando até o Largo da Forca para a execussão. Foto: Vinícius Evangelista.
Foto7
Foi apenas em 2019 que uma pequena placa foi instalada na região memorando o fato. Foto: Vinícius Evangelista
Foto 8
Apesar das poucas lembranças institucionais, os grafites e expressões populares tratam de lembrar a história de Chaguinhas e a resistência negra, em meio aos vislumbres da estética japonesa que compõe o bairro. Foto: Vinícius Evangelista.

 

Arquivo histórico desde o descobrimento é exposição permanente no Itaú Cultural.
por
Carolina Almeida
|
03/05/2024 - 12h

 

Inaugurado em dezembro de 2009, os espaços Olavo Setúbal e Herculano Pires, 5º e 6º andares do prédio do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, apresenta as exposições permanentes Brasiliana (2014) e Numismática (2023), que mostram um Brasil Colônia sem incertezas ou contestações. De documentos e livros originais a moedas, medalhas e selos datados desde o século XVII, as coleções marcam não somente a história do país, mas também a restauração e a conservação de objetos de valor inestimável.

O Itaú Cultural é uma instituição de incentivo à pesquisa e às mais variadas produções artísticas, fundada por Olavo Setúbal em 1987. Tanto Setúbal quanto Herculano Pires foram pioneiros na preservação do acervo. O acesso é gratuito e totalmente aberto ao público.

 

 

A cultura está presente desde a entrada. Com cerca de 1,5 milhão de pessoas circulando por dia, a Avenida Paulista faz parte do triângulo histórico-cultural da cidade.
A cultura está presente desde a entrada. Com cerca de 1,5 milhão de pessoas circulando por dia, a Avenida Paulista faz parte do triângulo histórico-cultural da cidade. Foto: Carolina Almeida

 

 

Adentrando o primeiro corredor, o público vislumbra estados do Brasil antes e durante o Império, tendo pinturas, mapas e documentos originais e reproduziduções.
Adentrando o primeiro corredor, o público vislumbra estados do Brasil antes e durante o Império sob a perspectiva de pinturas, mapas e documentos originais e reproduziduções. Foto: Carolina Almeida

 

 

Hnery Chamberlain, oficial da Artilharia Britânica veio ao Brasil no século XVII em prol da administração do país. Em um ano, fez pinturas do cotidiano brasileiro no Rio de Janeiro, formando a coleção 'Views and Costumes of the City and Neighbourhood of Rio de Janeiro [Vistas e Costumes da Cidade do Rio de Janeiro e Arredores]. Foto: Carolina Almeida
Hnery Chamberlain, oficial da Artilharia Britânica veio ao Brasil no século XVII em prol da administração do país. Em um ano, fez pinturas do cotidiano brasileiro no Rio de Janeiro, formando a coleção 'Views and Costumes of the City and Neighbourhood of Rio de Janeiro' [Vistas e Costumes da Cidade do Rio de Janeiro e Arredores]. Foto: Carolina Almeida 

 

 

Os exemplares dos mapas de Willem Blaeu mostram o território brasileiro considerando os demais territórios do mundo. O Brasil passa a ser reconhecido geograficamente. Foto: Carolina Almeida
Os exemplares dos mapas do cartógrafo Willem Blaeu mostram o território brasileiro considerando os demais territórios do mundo. O Brasil passa a ser reconhecido geograficamente. Foto: Carolina Almeida


 
--a
​Os 'Atlas de Blaeu' contém representações cartográficas do país e do mundo. Com seis mapas do Brasil no volume VII, estão dispostos no espaço apenas para visualização. Foto: Carolina Almeida

 

O estilo dos mapas de Blaeu é amplamente reconhecido até hoje. As cores em destaque compõe os desenhos na coloração parda do papel. Foto: Carolina Almeida
O estilo dos mapas de Blaeu é amplamente reconhecido até hoje. As cores em destaque compõe os desenhos na coloração parda do papel. Foto: Carolina Almeida

 

 

Dos três imperadores, as medalhas dispostas no espaço, assim como as moedas, possuem marcações próprias de D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II. O busto esculpido é de D. Pedro I. 'Brasiliana' e 'Numismática' complementam-se. Foto: Carolina Almeida
Dos três imperadores, as medalhas dispostas no espaço, assim como as moedas, possuem marcações próprias de D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II. O busto esculpido é de D. Pedro I. 'Brasiliana' e 'Numismática' complementam-se. Foto: Carolina Almeida

 

 

Objetos da corte foram resgatados e restaurados para a composição do acervo. Foto: Carolina Almeida
Objetos da corte foram resgatados e restaurados para a composição do acervo. Foto: Carolina Almeida

 

 

Medalhas cunhadas a partir da independência do Brasil têm alterações de acordo com a nova política da época, assim como as moedas. A aprovação de D. Pedro I era necessária para que fossem utilizadas.
Medalhas cunhadas a partir da independência do Brasil têm alterações de acordo com a nova política da época, assim como as moedas. A aprovação de D. Pedro I era necessária para que fossem utilizadas. Foto: Carolina Almeida

 

 

A entrada da exposição 'Numismática' recebe o público com moedas de diferentes períodos, que fizeram parte das mudanças econômico-sociais do país e foram o ponto de partida para governos distindos. Foto: Carolina Almeida
A entrada da exposição 'Numismática' recebe o público com moedas de diferentes períodos, que fizeram parte das mudanças econômico-sociais do país e foram o ponto de partida para governos distindos. Foto: Carolina Almeida

 

 

A escravidão é o penúltimo módulo da exposição. A lógica temporal permite que o público perceba sua extensão quando chega ao último módulo. Foto: Carolina Almeida
A escravidão é o penúltimo módulo da exposição. A lógica temporal permite que o público perceba sua extensão quando chega ao último módulo. Foto: Carolina Almeida

 

 

'Brasil para os Brasileiros' é o último módulo. O objeto principal é a literatura, no século XX, com autores que fundamentaram o Brasil. É possível ver exemplares únicos de grandes autores, como Monteiro Lobato. Foto: Carolina Almeida
'Brasil para os Brasileiros' é o último módulo. O objeto principal é a literatura do século XX, com autores que fundamentaram o Brasil. É possível ver exemplares únicos de grandes autores, como Monteiro Lobato. Foto: Carolina Almeida

 

Conheça a feira que funciona como escape para moradores de Barueri na grande São Paulo
por
Giulia Fontes Dadamo
|
03/05/2024 - 12h

Viver em um local seguro com um conceito de urbanismo sustentável é algo desejado por muitos paulistanos, e é exatamente nisso que Yojiro Takaoka e Renato Albuquerque pensaram quando criaram Alphaville em 1973. O conceito que já se espalhou pelos quatro cantos do país atrai o público por sua conexão com a natureza combinada simultaneamente ao desenvolvimento econômico dos polos comerciais.

Um exemplo disso é a Feira de Artes, Decoração e Artesanato sediada das quartas-feiras aos sábados das 10h às 22h na Praça Oiapoque, localizada no coração da parte apelidado "industrial" do bairro. A feira representa uma oportunidade de passeio tranquilo às famílias, com opções de comida, doces, salgados e bebidas de alta qualidade. Atualmente ela reúne 80 tendas, 16 food trucks e brinquedos infláveis para as crianças.

barracas vazias
As barracas são montadas na noite anterior à feira. Foto: Giulia Dadamo
Carro send descarregado
Os pequenos empresários normalmente trazem seus produtos em carros próprios. Foto: Giulia Dadamo
Cadeiras empilhadas
A feira possui um local de alimentação para os clientes dos food trucks. Foto: Giulia Dadamo
Dois cachorros
A Praça Oiapoque é um destino perfeito para as famílias com pets. Foto: Giulia Dadamo
árvores vistas de baixo
O local possui temperatura amena pela sua arborização. Foto: Giulia Dadamo
mulher olhando roupas em uma barraca
As barracas possuem uma considerável variedade de produtos à venda. Foto: Giulia Dadamo
crianças em um pula-pula
Além de brinquedos infláveis, a praça também é próxima de um parquinho para crianças de todas as idades. Foto: Giulia Dadamo
Duas pessoas se abraçando
Os food trucks não acumulam filas e possuem rápido atendimento. Foto: Giulia Dadamo
Senhora comendo um pastel
Além de oferecer opções gourmet de comidas, a feira também oferece o clássico pastel de feira com caldo de cana. Foto: Giulia Dadamo
bebê dormindo no colo
A praça preza pela acessibilidade de todos os públicos e possui acesso com rampas. Foto: Giulia Dadamo
Mulheres dobrando lona
Toda a organização é feita pelos próprios comerciantes. Foto: Giulia Dadamo