
A pichação é uma forma que grupos que muitas vezes são marginalizados encontraram para se expressar, serem ouvidos e deixarem a sua marca. Na Roma Antiga, nos muros e paredes se encontravam frases e desenhos de cunho político e satírico, declarações de amor e insultos. Já as pichações no Brasil ganharam força em uma das épocas mais repressivas do país, a Ditadura Militar. Os pichadores manifestavam suas ideias nos muros em que escreviam “Abaixo a ditadura” ou pediam a prisão de torturadores.
Nos anos 80, o punk influenciou a pichação com as grafias presentes nas capas dos discos de banda de rock, que por sua vez se inspiraram na escrita Futhorc, alfabeto antigo dos anglo-saxões. E ainda mantinham seu teor político e de denúncia.
Muitos pichadores fazem suas assinaturas, sejam elas as iniciais de seus nomes, logotipos ou siglas, e colocam a data em que foi feita para ver quanto tempo irá durar. A intenção dos pichadores é denunciar os problemas sociais e afrontar a sociedade.







Na correria do dia-a-dia ou envoltos por uma multidão que domina o metrô de São Paulo nos horários de pico, não é comum prestar atenção nos funcionários e nas figuras que movem a cidade. Possivelmente são essas algumas das pessoas que fazem acontecer seu deslocamento até o trabalho, faculdade, de volta pra casa ou pro passeio do final de semana.







Vagando sem dono, esses felinos desenvolvem uma notável autonomia, navegando pelas esquinas da cidade com destreza. Apesar da aparente solidão, encontram apoio inesperado nas comunidades locais. Os "stray cats" referem-se a gatos que vivem nas ruas sem um lar fixo ou proprietário. Esses felinos, muitas vezes, são abandonados ou nasceram nas ruas, adotando uma vida independente. Diferentemente dos gatos de rua, que podem ser alimentados e cuidados por comunidades locais, eles geralmente não têm uma fonte consistente de apoio humano.
Moradores generosos, ao longo de seus trajetos, oferecem abrigo improvisado e alimentação, tecendo uma rede silenciosa de cuidado para esses seres independentes. O paradoxo da liberdade nas ruas encontra, assim, um contraponto afetuoso nos gestos compassivos daqueles que compartilham seus espaços urbanos com esses misteriosos companheiros de quatro patas. Sua independência notável é evidenciada pela habilidade de buscar alimento e abrigo nas ruas, refletindo uma adaptação única ao ambiente urbano. Os "stray cats" desenvolvem estratégias próprias para sobreviver, destacando sua autonomia felina. Além disso eles desempenham um papel vital no controle de pragas urbanas, mantendo populações de roedores em cheque, sua presença destaca a necessidade de conscientização sobre o abandono animal e a importância da adoção responsável.








A 15° Retomada Indígena teve início na segunda-feira (30), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento, que acontece anualmente, é organizado pelo Programa Pindorama, que atua como frente de apoio ao acesso e permanência dos estudantes indígenas na universidade. A programação inicial se estendia do dia 30/10 a 10/11, no entanto, devido a queda de energia no campus Monte Alegre, todas as atividades acadêmicas foram suspensas e a Retomada contemplou somente parte de seu cronograma.
O evento coloca as demandas indígenas à luz do debate. Para além da questão fundiária, o Programa Pindorama chama atenção para a presença indígena nos espaços de produção acadêmica, reivindicando o ingresso e a permanência de seus alunos nas instituições de ensino, sobretudo na universidade. “É preciso pensar como cuidamos dos estudantes indígenas que querem, minimamente, ter acesso à educação. Muitos alunos desistem durante o percurso. A faculdade, o ensino fundamental e médio não estão aptos para receber as comunidades originárias”, destacou Hans Remberto Quelca Yanique, indígena da cultura Aymara, mestre em Serviço Social pela PUC-SP.


Jaci Martins (36), do povo Guarani Mbya, é uma estudante indígena do curso de Ciências Socio-ambientais, que vive em contexto de aldeia na ‘Terra Indígena Jaraguá’ e atua como liderança pelo seu povo. A aluna contou que sua trajetória na educação sempre foi marcada pela resistência contra a ‘xenofobia racializada’ que a desmotivou por várias vezes.
“Eu entrei na PUC para descolonizar o pensamento acadêmico porque a realidade das comunidades é muito diferente do que é contado dos livros didáticos e antropológicos. Jovens e lideranças indígenas devem ocupar os espaços que nos são negados, justamente, para lutarem pela garantia dos nossos direitos e para que a nossa verdadeira história seja contada.”, contou Jaci.
“Eu não tenho que aguentar o espaço, o espaço que tem que me aguentar e entender a minha verdadeira história, desconstruir e começar a alicerçar um conhecimento que seja deseuricentrado e descolonizador. Como podemos nos ver em um espaço que não tem nenhum resquício da nossa cultura e história? Por essa razão, não consigo me considerar um filho da PUC. Eu sou filho da coluna vertebral que é chamada Cordilheira do Andes, de uma cultura milenar que tem muito o que ensinar”, ressaltou Yanique.
A estudante de Ciências Socio-ambientais falou sobre a importância da espiritualidade na cultura indígena: “nós temos um cordão umbilical invisível que nos liga com a terra, temos conexão com todos os seres que aqui habitam. Muitos indígenas que vivem em contexto urbano foram vítimas da pior violência que se pode imaginar: tiveram sua identidade roubada, foram expulsos de suas terras e obrigados a deixarem sua ancestralidade.”
Arte Indígena: espiritualidade, respeito e reconexão
Gabriel Telys (19) é um indígena pernambucano, do povo Pankararé, que participou da Feira de Arte Indígena promovida pela Retomada. Yabitu (filho dos ventos), como é chamado em Guarani, explicou como é a produção de suas artes: “quando eu faço meus artesanatos, respeito muito minha espiritualidade. Primeiro, eu sinto o que eu devo fazer. Quando extraio o bambu, peço licença para os donos da mata. Todo ‘cantinho’ da mata tem um dono, desde as fontes até as pedras. A produção é como uma conversa com Deus, é preciso se conectar com a arte que está fazendo.”






Apesar de ser uma das cidades mais ricas do Brasil, São Paulo também possui grandes níveis de desigualdade social entre os habitantes. Essa informação pode ser observada a partir das regiões nobres que se encontram próximas a bairros de baixa renda.
A Zona Sul é uma região composta por diversas paisagens e monumentos que realçam a beleza da cidade. No entanto, também é conhecida por um vasto número de regiões periféricas.
Além dos bairros como o Brooklin, Morumbi ou Itaim Bibi, também existem as favelas e localidades com baixa infraestrutura. Alguns dos mais conhecidos são o bairro do Capão Redondo e região de Paraisópolis.
Alguns desses bairros nobres são localizados próximos às favelas e comunidades mais pobres e isso traz uma perspectiva mais focada na discrepância socioeconômica desses dois grupos.

