O feminismo negro surgiu a partir de mulheres que não se sentiam representadas dentro das pautas do feminismo hegemônico. O movimento feminino existente em meados da década de 1980 era representado majoritariamente por mulheres brancas e de classe média. As populações femininas negras e periféricas se encontravam marginalizadas tanto da sociedade como do movimento das mulheres. Visto que tanto o feminismo hegemônico não pensava nestas mulheres negras, como as próprias pautas do movimento se mostravam insuficientes para a emancipação de mulheres que além de serem oprimidas pelo patriarcado também sofreram racismo.
O “hip-hop” abraçou de sua maneira este novo feminismo; todavia, como o machismo é onipresente na sociedade, ate mesmo em um movimento negro as mulheres precisaram e precisam lutar parra se fazerem ouvidas.
A cena do rap foi construída com bases masculinas, entretanto mulheres ocupam este espaço para mostrar realidade questões de gênero que não são abordadas pelo patriarcado. O cenário nacional ganhou as primeiras vozes femininas no final da década de 1980, quando surgiu Dina Di, nome artístico de Viviane Lopes Matia, ela afirmava que o homem pode ver, mas não pode sentir o medo que cada mulher sente durante sua vida. Além disso a rapper comentava sobre a forma como os homens definem as mulheres no rap, com palavras que questionam a imagem do sexo feminino, fazendo com que as artistas se sentissem obrigadas a se vestirem com roupas largas ou masculinas.
Nos anos 2000 o Rappers MV Bill se juntou com Kamila CDD, e lançaram a música “estilo vagabundo” que retrata uma discussão de um casal, onde ela não se cala e afronta as ações e argumentos machistas e misóginos masculinos dentro do relacionamento. “tu tá muito confiante, me tratando tipo Amelia. Cansei de ser boba e me vestir tipo uma velha.”
Alguns anos depois as irmãs gêmeas Tasha e Tracie Okereke surgiam na cena do Hip-Hop nacional com o blog e movimento Expensive shit, que tinha como intenção valorizar a autoestima e autonomia de jovens periféricos e negros pelo conhecimento, moda e cultura.
Em 2019 a dupla lançou o EP Rouff, em parceria com a cantora Ashira. O trabalho tem 6 músicas compostas por diversos produtores famosos da cena do rap, como Mu540, Devasto, CESRV e Pizzol, além da direção artística do rapper DonCesão e ser lançado pelo selo Ceia Ent.
O trabalho seguinte delas, “Diretoria'', é um EP feito em parceria com Pizzol, onde as cantoras falam sobre conquistas e empoderamento, que se relaciona com toda a trajetória delas como ativistas e cantoras. No portal popline, Tasha e Tracie afirmam que apesar de ser um álbum mais denso, Diretoria foi mais divertido, apesar de tudo o que alguém marginalizado dizer ser politizado, segundo elas o álbum traz uma proposta mais leve do que Rouff.
Ainda na entrevista as duas se dizem se considerar ativistas periféricas, não querendo se limitar dentro de um grupo ou área de atuação, já que seus trabalhos giram em prol da luta das pessoas negras.
Quando falamos sobre o papel da mulher na sociedade, inúmeros padrões e estereótipos vem à mente de maneira automática. Mesmo com os avanços acerca da existência feminina em uma sociedade extremamente patriarcal, o machismo ainda segue atrás de cada passo em direção à emancipação das mulheres, que precisam se reafirmar a cada minuto diante de um país que resiste em renunciar ao conservadorismo. Atualmente, com o sucesso de cantoras do pop e funk brasileiro como “Anitta” e “Luísa Sonza", o debate sobre o tema da sexualização dos corpos femininos veio à tona e divide opiniões nas redes sociais: empoderamento ou objetificação?
A relação de poder com o próprio corpo mudou de acordo com as conquistas femininas, assim como o aumento da representatividade e o crescimento do número de mulheres nos espaços de poder. Em entrevista para o GNT, a cantora e produtora musical Larissa Luz afirma que alcançar o poder financeiro é um passo enorme para a liberdade: "Se para isso a mulher escolhe sensualizar e vender a sua sensualidade, isso não é legítimo? A diferença agora está nesse lugar, elas escolhem” - completa. Entretanto, a linha entre conquistar espaços que nunca foram alcançados por figuras femininas e servir ao patriarcado e a uma indústria que sempre lucrou com mulheres é extremamente tênue. A historiadora e criadora de conteúdo digital Amanda Maia aborda a pauta com ênfase no processo histórico: “Existe um movimento, a terceira onda feminista, que vai dizer justamente que a beleza é um sistema monetário, além de patriarcal. Foi instaurado a questão da mulher padrão, no sentido de as mulheres competirem entre si, em vias de conquistarem os espaços que os homens já tinham adquirido”.
Com a ascensão do capitalismo e a ditadura da beleza, a imagem feminina e o estereótipo do “corpo violão” da mulher brasileira - primeiramente indígena matriz da miscigenação, e depois negras, descendentes das africanas escravizadas - viraram produtos. A colonização do Brasil ressalta a objetificação e erotização do corpo das mulheres brasileiras, e como coloca Amanda, os homens europeus vieram e iniciaram o processo de miscigenação, abusando das mulheres indígenas. E hoje, é documentada a visão que eles tinham sobre o corpo da mulher, com esse arquétipo da brasileira e de sua hipersexualização. A imagem das mulheres com corpos estruturais, garota de Ipanema do corpo dourado, ou Anitta e Luísa são alguns dos exemplos que a mídia machista transformou em produtos, como posiciona Amanda, “Eu acho que é uma questão de como o capitalismo afeta a mulher em si, eu vendo pro público masculino uma ideia erótica e para as mulheres uma ideia de meta a ser atingida porque cria um padrão inalcançável”.
Diferente do inalcançável, na cena do funk e pop nacional surge com a tomada dos lugares predominantemente masculinos o empoderamento da imagem feminina. Entretanto, é necessário destacar que mesmo ocupando espaços que sempre foram dos homens, as mulheres que estão nessas posições são, em sua maioria, brancas e se encaixam nos padrões estéticos que a sociedade estabelece. A sexualização do corpo da mulher nasceu junto com a miscigenação no brasil e hoje está interligada com a cultura do país. Mulheres negras, mesmo com os grandes avanços obtidos ao longo dos anos e com o crescimento da representatividade, ainda são alvos de racismo e muitas vezes colocadas em posições de subalternidade, além da notória hipersexualização sobre os corpos pretos. A historiadora afirma que é necessário, no recorte brasileiro, separar as questões étnicas e sociais, “A mulher preta vai ser mais erotizada que a mulher branca, se a gente fosse datar uma época em que começou essa sexualização seria a colonização, com os homens europeus que vieram e iniciaram o processo de miscigenação, abusando das mulheres indígenas”.
Nessa mesma linha de discussão, é possível estabelecer um paralelo comparativo com a obra de Paul B. Preciado, “Testo Junkie”. O filósofo espanhol afirma que dado em certo momento histórico, com a criação de medicamentos como Viagra e os anticoncepcionais, o surgimento da indústria pornográfica e o feminismo liberal, o sexo se tornou um produto audiovisual e mercantilizado, e desde então, o mundo vive em uma "era famarcopornopolítica". Na atualidade somos nós mesmos que transformamos nossos corpos em produtos comerciáveis e mercadológicos, que são vendidos de forma naturalizada em plataformas digitais e muitas vezes camuflado por trás de um falso empoderamento. Para além da questão de gênero, esse fenômeno vai mais adiante do machismo, e questiona o uso da nossa própria identidade em prol de um esquema de lucratividade do sistema capitalista. Nessa lógica é válido pontuar que, mesmo que de maneira disfarçada, a sociedade sempre segue a lógica da indústria e daquilo que vende. Independente de mulheres estarem no topo, as estruturas da sociedade patriarcal ainda permanecem estabelecidas, ainda que estejam se adaptando às demandas da geração atual. “Eu entendo que esse processo sexual de cantoras do pop é uma questão monetária, por mais que exista um empoderamento, uma questão do feminismo liberal, eu me posiciono contra porque elas estão vendendo a imagem delas, isso não contaria como um movimento social, uma luta de fato feminista.” - complementa Amanda.
Fica claro que, como na colonização, tanto quanto com Anitta e Luísa Sonza, o capitalismo na sociedade patriarcal usa das mulheres e de seus corpos para seus benefícios, em lucro, em prazer ou em prol do sistema. Hoje, algumas mulheres, como no feminismo liberal que Amanda cita, viram na exposição de seus corpos o empoderamento e a sororidade. Logo, se instaurou na sociedade um paradoxo dentro da questão da sexualização do corpo feminino, as vítimas indígenas do colonialismo não negam que houve violência, objetificação e erotização no processo de miscigenação do país. Entretanto, apesar de ainda ferir, principalmente corpos pretos, mulheres lucrando com sua própria imagem pode ser visto como empoderamento e uma maneira de ‘passar por cima’ de uma sociedade estruturada no patriarcalismo. Assim, mesmo que de algum modo a sexualização do corpo feminino - que atualmente parte das próprias mulheres – seja problemática, é importante valorizar a conquista do movimento feminista, uma vez que as mulheres agora possuem a chance de escolher sua própria narrativa, além de ser estritamente necessário questionar a sociedade e a indústria audiovisual, que é moldada em referências de um Brasil extremamente conservador, patriarcal e misógino.
“As pessoas confiam mais nos homens” afirma a professora de educação física, Vanessa Rodrigues, criadora do projeto “Envelheça Forte”, mesmo com alto índice de contratação, a desigualdade em relação aos profissionais homens da área da saúde é gritante, assunto que foi alvo de pesquisas da SEBRAE, mostram que mulheres empreendedoras conseguiram guardar muito menos dinheiro do que os homens em 2021, sendo 47% abaixo; o que explica a diferença entre os gêneros nesse sentido é a hipótese de que, quem fatura menos, guarda menos, sendo resultado da altíssima diferença de salários entre homens e mulheres – pessoas do sexo feminino chegam a ganhar até 34% a menos do que os homens ganham. As mulheres negras são ainda mais inferiorizadas nesse sentido. “Uma das minhas maiores metas é poder contribuir com o desenvolvimento financeiro de outras mulheres negras no país”, diz Alyne Campos, criadora da loja Iwosan e do projeto Jaleco com História.
“Não queria depender de ninguém, queria tomar todas as atitudes e resoluções do meu jeito sem nenhuma interferência, principalmente masculina”, diz Márcia Fernandes, criadora da “Love Lettering” que nasceu durante a pandemia. Pesquisas realizadas pelo G1 apontam que, com o avanço da Covid-19, mulheres foram as mais impactadas pela crise; porém, pôde-se perceber que a insegurança financeira do ano pandêmico fez com que se tornasse grande o número de novas microempreendedoras no país.
Segundo dados da SEBRAE do ano de 2021, o número de mulheres donas de negócios na pandemia têm renda média menor do que a de empresários homens e suas empregabilidades reduziram em 15% em anos pandêmicos. Dessa forma, fica clara a existência de dificuldades financeiras ao desenvolver novos empreendimentos. Fernandes, afirma que teve que passar por muitos momentos difíceis, "a maior dificuldade foi pagar aluguel, condomínio e impostos altos” e que “a solução foi trabalhar mais e vender mais''. A empresária pontua também que mesmo já trabalhando como empresária há 32 anos, seu objetivo segue sendo “pagar com tranquilidade todas as contas e ter uma vida mais tranquila e agora com a presença do seu próprio negócio.”
Por outro lado, Campos e Rodrigues ressaltam que o desenvolvimento desses projetos resultou num avanço muito grande em suas vidas profissionais, pois garantiu independência e conforto no caos da pandemia. Mesmo assim, a professora não deixa de enfatizar que seu maior obstáculo foi conseguir cobrar o real valor do seu trabalho num período de insegurança financeira, principalmente feminina do país.
A maternidade e os cuidados com a infância têm sido discussões recorrentes dentro do movimento feminista - materialista. No entanto, dentro da agenda política são pautas pouco mencionadas por aparentar ser uma discussão que diz respeito única e exclusivamente às mulheres, portanto, secundárias, de menor importância. Brisa Kamulenge, formada em ciências sociais pela USP, mãe, feminista e ativista, aponta um descaso vigente em relação as pautas relacionadas à maternidade, "Como a gente tem um processo de atomização dos movimentos políticos organizados, essas pautas são vistas como especificamente de mulheres, quando na verdade não são’’. A inviabilização das discussões em relação à infância causa um impacto direto na vida das mulheres e na sua autonomia e liberdade individual, afetando sua inserção no mercado de trabalho e, consequentemente, sua ascensão financeira.
Em 2017, uma pesquisa levantada pelo IBGE detectou que em 2015, mais de 11 milhões de mulheres criavam seus filhos sozinhas. Em 2019, o Conselho Nacional de Justiça revelou dados levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) que apontam para um número de 5.494.267 milhões de crianças que não possuem o nome do pai nos seus registros. Os dados que ressaltam o número alarmante de mães solos, têm uma relação direta com a pobreza feminina. O IBGE aponta que 63% das famílias chefiadas por mulheres estão abaixo da linha da pobreza. No terceiro trimestre de 2020, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, informa que 8,5 milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho comparado ao mesmo período do ano anterior.
Brisa explica que a romantização da maternidade é uma ideologia fundamental para frear o avanço das mulheres nos espaços de poder. "Foi um processo paralelo, no momento em que as mulheres começam a ter aspirações de poder a resposta vai ser atar a mulher à maternidade, aí [a maternidade] se torna a razão de ser da vida das mulheres’’. Ela acrescenta que não há possibilidade de construir mudanças efetivas que possam beneficiar mulheres, mães e crianças sem mexer nas estruturas. "Me parece um pouco fantasioso ou ilusório pensar que tem como existir uma sociedade mais acolhedora para mães e crianças sem mexer em tudo, porque está tudo estruturado sobre a exploração do trabalho não remunerado das mulheres’’, e complementa, "o neoliberalismo está intrinsecamente relacionado às formas mais intensas de exploração do trabalho feminino’’.
O problema não está apenas na dificuldade de inserção no mercado de trabalho, mas ele é, em grande parte, resultado da falta de políticas públicas para a socialização dos trabalhos de cuidados. ‘’Apesar de todos os esforços dessas mulheres, elas são admitidas por conta da maior ou menor, em geral maior, conformidade delas às regras masculinas, e uma dessas regras é elas se comportarem como se não tivessem filhos’’, coloca Brisa, ‘’se a mulher perder oportunidades de crescimento dentro de alguma empresa ou ter o emprego ameaçado porque teve que exercer a maternidade, então esse é um espaço hostil às mães’’.
Associada à falta de políticas públicas de socialização do trabalho de cuidar, a desigualdade salarial faz com que as mulheres tenham que abdicar do emprego para cuidar dos filhos, ‘’se a mãe ganha X e o marido ganha 2X, quem é que vai sair do trabalho para cuidar da criança? Obviamente a mãe. Então pagar mais para os homens não é um acaso. Os dados mostram que no Brasil, mulheres brancas têm mais tempo de estudos e mais qualificação do que homens brancos, no entanto, elas ganham menos que os homens. Mesmo que tenham vantagens sobre homens negros e mulheres negras, tendo em vista os homens de sua própria raça, elas estão em desvantagem’’, contextualiza a cientista social.
A criação de creches públicas de qualidade e em quantidade suficiente é uma política pouco implementada mas que seria imprescindível para as mães não abandonarem os estudos ou desistir da carreira, ‘’Quando meu filho nasceu, eu estudava na USP e lá tinha um sistema de amparo social muito bom naquela ocasião. Então a creche [da USP], por exemplo, era um lugar que as crianças podiam ficar até 12 horas. A creche foi a mãe que eu não tive, a rede social que eu não tive e foi fundamental para que eu pudesse me dedicar quase integralmente ao meu curso. E quando eu saí estava capacitada para entrar no mercado de trabalho’’, enfatiza Brisa.
A pandemia, e o consequente fechamento das creches e escolas, dificultou demasiadamente a vida das mães que não podem, sob hipótese alguma, abrir mão do trabalho, "’especialmente às mulheres empobrecidas, negras, indígenas e racializadas, em geral, ainda tem a questão de conciliar trabalho e os cuidados com os filhos. Porque nem sempre elas têm para quem delegar, então essas crianças vão ficar numa situação de vulnerabilidade, de precariedade, tendo, muitas vezes, que contar com a sorte’’, adverte Brisa.
A maternidade compulsória é um debate que está começando a ganhar alguma visibilidade, "a gente é muito manipulada afetivamente. Pensando no contexto brasileiro, a mulher não tem incentivo nenhum para ser mãe em vista da quantidade de prejuízos que a maternidade traz para a mulher trabalhadora. Ela reduz as oportunidades de trabalho, as chances de crescimento na carreira, reduz as possibilidades de aperfeiçoamento e qualificação’’, mas ainda assim existe uma pressão social que empurra as mulheres à ideia romantizada de criar uma criança.
Outro exemplo de dificuldade de exercer a maternidade é a falta de espaços receptivos para crianças na vida pública cotidiana, "’é tudo muito mais difícil. Se você resolve entrar num banco e precisa ficar ali uma hora esperando, normalmente não tem nada ali que pode ser usado para distrair uma criança. Não tem nenhum cantinho da infância’’, coloca a cientista.
"Outro dia eu fui comprar esses óculos e aconteceu uma coisa muito interessante. Fui numa ótica que era administrada por uma mulher e tinha um cantinho muito bonitinho com livros, brinquedos. Eu fiquei provavelmente o dobro ou o triplo de tempo que eu teria ficado para escolher meus óculos se não tivesse nenhum espaço ali para minha filha se entreter, se sentir acolhida’’, e acrescenta, "o espaço público, se ele vai ser frequentado por mães, ele precisa estar adequado para crianças de alguma maneira’’.
Apesar da maternidade compulsória e dos cuidados com a infância serem pautas cada vez mais discutidas entre mulheres, criar a consciência de que essas são pautas coletivas poderá viabilizar políticas que beneficiem não apenas as mulheres e as crianças, mas toda a sociedade. ‘’O menosprezo às crianças, visível na falta de espaços seguros e adequados para elas na vida pública, é reflexo do menosprezo à mulher’’, pontua Brisa. "O cuidado das crianças é uma responsabilidade de todos os adultos. A culpa que insufla nas mães advém justamente da impossibilidade de darmos conta sozinhas desse trabalho numa sociedade que segrega as crianças”.
A cientista social ainda destaca a importância do pensar criticamente a maternidade, "eu defendo muito o pensar criticamente a maternidade. Ponderar seriamente sobre o não-lugar das crianças na sociedade e optar por exercê-la apenas como expressão do amor às crianças, sabe?
Com quantas crianças uma mulher conviveu antes de optar por ser mãe? Por quanto tempo conviveu com elas após se tornar adulta? A candidata a mãe perceberá que crianças são tratadas como propriedade privada, portanto, como um problema privado. Amar crianças pressupõe libertá-las da condição de ‘negócio privado’ e isso exige a transformação de toda a sociedade para recebê-las como agentes sociais plenos e livres’’.
Estes testes encontram as cores que melhor se comportam com o tom de pele de cada pessoa, possibilitando que todos saibam quais opções de cabelo, maquiagem e roupa lhe valorizam mais, são 16 tipos de cartelas de cor. Essa ferramenta, que pode ser feita de forma presencial ou online, é nova para o público em geral e surpreendeu tanto que está sendo registrada e compartilhada em todas as redes sociais.
O principal objetivo desse teste é ajudar as pessoas a entenderem o que realmente funciona para elas e com essa informação elas se tornam mais confiantes, sua autoestima melhora e elas conseguem comunicar ao mundo qualquer impressão que elas desejem através do seu próprio visual.
“O resultado da coloração traz uma segurança para a mulher que ela sempre precisou e nunca teve, a tal história de mudar o cabelo... fazendo o teste a pessoa sabe qual mudança ela pode fazer porque já sabe que vai ficar bom” Comenta a especialista em imagem e autoconhecimento Amanda Moretti.
A pandemia também teve grande influência nesse sucesso, em meio a um momento no qual só era possível se comunicar a distância e todos foram obrigados a se ver em frente
as câmeras e a cuidar mais de si mesmos, a aparência passou a ser mais importante do que nunca e tudo relacionado a imagem própria e autocuidado ganhou mais relevância.
Para aqueles que não possuem condições financeiras para fazer essa análise com um profissional, a internet também oferece testes simples e feitos em casa, que prometem chegar em um resultado tão eficiente quanto. Mas Moretti alerta:
“Precisa de um profissional, a grande roubada de fazer sozinha em casa é ser tendenciosa, eu amo prata e durante o meu teste achei que estava lindo, porque eu queria que estivesse. Mesmo conhecendo a técnica foram as minhas alunas que me mostraram que o dourado ficava bem melhor em mim”. E completa: “Esse negócio de ver a cor da veia, ver se fica bronzeada ou rosada no sol não existe.”
Outro ponto importante é o papel da coloração no movimento de moda sustentável, visto que no Brasil são descartadas 170 toneladas de resíduos têxteis por ano. O conhecimento sobre o que fica bom ou não é extremamente importante para que o consumidor faça uma compra consciente e fique satisfeito com suas peças, sem precisar comprar várias vezes e se desfazer das peças que se arrependeu de adquirir. Além de ajudar também a clientela que possui uma renda baixa a comprar somente o necessário e mesmo assim se sentir bem consigo mesma.
A coloração pessoal também gerou alguns questionamentos, muitas pessoas se preocuparam com a possibilidade de ser algo limitante por definir apenas alguns tons como adequados para cada pessoa, podendo dificultar ao invés de auxiliar, mas a consultora de imagem e estilo Jessica Dearo explica que:
“Sempre tem solução, todos meus clientes saem sabendo quais cores mais harmonizam com a beleza deles, mas todos saem sabendo usar todas as cores. A ideia não é trazer limitação, e sim, conhecimento para que a pessoa saiba compensar quando for usar uma cor que não cai tão bem”.
Tanta visibilidade não despertou interesse apenas em quem pretende melhorar a sua imagem, mas também em pessoas que desejam se aprofundar no assunto para empreender nesse mercado. Vale a pena ressaltar que a coloração pessoal é apenas um braço do ramo de Consultoria de imagem que possui vários tipos de especialização e que existem muitos cursos para a profissionalização nessa área.