Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
por
Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
por
Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Evento promoveu inclusão e debates sobre direitos de pessoas em situação de rua
por
Sônia Xavier
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28/08/2023 - 12h

Levantando o debate sobre o acesso à cultura pela população em situação de rua, o Museu da Língua Portuguesa e o Sesc São Paulo realizaram, entre os dias 16 e 18 de agosto, o primeiro Festival Internacional de Cultura e Pop Rua, afinal, como disse Titãs “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte".  A iniciativa foi apoiada  pela prefeitura municipal, por ONGs e entidades ligadas ao movimento pela garantia dos direitos das pessoas em situação de rua e aconteceu no centro da cidade.  

O evento proporcionou debates sobre ações culturais para população de rua com experiências nacionais e internacionais. Além disso, contou também com estruturas para serviço veterinário, corte de cabelo e embelezamento, testes rápidos de saúde, tenda de alimentação e, é claro, muita apresentação artística. 

Palco montado para o Festival Pop Rua em frente ao Museu da Língua Portuguesa
Foto: Sônia Xavier

 

Palestrantes no festival
Nessa roda estavam presentes Daniela Camozzi, Florencia Montes Paez (No Tan Distantes - Argentina), José Alberto Arroyo e Arley Buitrago Landázuri (Programa Crea/ Idartes - Colômbia), Patrick Chassignet (C'est Pas du Luxe - França) Walter Atilio Ferreira (Coletivo Ni todo Está Perdido/ Programa Urbano - Uruguai) e João Doescher (mediador). Foto: Sônia Xavier

 

 

Serviço de embelezamento
Foto autoral.
Serviço de saúde
Foto: Sônia Xavier

 

Serviço de embelezamento
Foto: Sônia Xavier
Serviço de saúde

 

 

 

Alimentação
Foto: Sônia Xavier

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Palco montado para o Festival Pop Rua em frente ao Museu da Língua Portuguesa
Estrutura montada em frente ao museu para apresentações livres. Foto: Sônia Xavier

 

Artista
Foto: Sônia Xavier

 

 

 

Artista
Foto: Sônia Xavier

 

 

 

 

Integrante do coral cênico cidadãos cantantes
Foto: Sônia Xavier
Integrante do coral cênico cidadãos cantantes
Foto: Sônia Xavier

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Coral cidadãos cantantes
Apresentação do Coral Cênico Cidadãos Cantantes. Foto: Sônia Xavier

 

 

Aristas de rua
Foto: Sônia Xavier
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Quadros decorativos na tenda de reifeção
Foto: Sônia Xavier

 

 

 

 

 

Homem que esperava na fila de serviço de corte de cabelo
Foto: Sônia Xavier
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Quadro decorativo na tenda de reifeção
Foto autoral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Crianças brincando
Foto: Sônia Xavier
Nesta quinta-feira (24), Kim Cattrall reprisou seu papel na série ‘’And Just Like That’’.
por
Giovanna Montanhan
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28/08/2023 - 12h

Os fãs da série ‘’Sex and the City " (1998-2004) e dos filmes homólogos (2008 e 2010), estavam empolgados para assistir a atriz britânica trazer de volta à vida a personagem Samantha Jones. Era sabido que seria apenas uma pequena participação no último episódio da segunda temporada, mas que já causava uma certa ansiedade nos espectadores, visto que Samantha sempre foi considerada a “queridinha” do público. 

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Reprodução: Getty Images

No capítulo, Carrie (interpretada por Sarah Jessica Parker) recebe uma ligação de Samantha (vivida por Kim Cattrall) - que se tornou a primeira aparição física da personagem no revival da série. Anteriormente, houve apenas uma pequena interação entre as duas — com mensagens de texto trocadas e uma coroa de flores mandada, de surpresa, no velório de Mr. Big (Chris Noth), na primeira temporada. 

Kim, por sua vez, decidiu seguir outros rumos. Após ter revelado, em 2017, durante uma entrevista, para o jornalista britânico Piers Morgan, que ela e as protagonistas - Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis) nunca foram amigas, fez questão de frisar que Sarah não se esforçava em ser gentil e que a relação não era boa. Já em 2019, para o jornal ‘’The Guardian ", Cattrall afirmou “não quero estar em uma situação em que não me divirta nem por uma hora.” A atriz acabou não sendo convidada para reproduzir sua personagem no reboot de ‘’Sex and the City’’. 

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Reprodução: HBO

Neste ano, a série completou 25 anos, aumentando a pressão dos fãs para que a atriz repetisse seu papel  — eram incontáveis tweets e hashtags diários implorando pela volta da personagem mais amada. 

No final de junho/23, Kim participou do programa de televisão “The View” revelando que sua aparição especial de fato aconteceria e que estava programada para ser uma surpresa, mas que infelizmente a informação sigilosa foi vazada na internet meses antes de ir ao ar. Falou também sobre como recebeu o convite: “é muito interessante receber uma ligação do chefe da HBO dizendo: ‘O que podemos fazer?’”. E revelou as exigências que fez antes de aceitar, sendo uma delas ter a estilista de ‘’Sex and the City’’, Patricia Field, vestindo-a. Cattrall alegou que se fosse voltar teria que retornar com o estilo característico de Samantha. 

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Reprodução: GC Images

Durante a cena de um minuto, alguns fãs notaram um easter egg — expressão usada para descrever uma referência inserida em jogos, filmes, e outros produtos de entretenimento. Samantha, num dado momento, quando questionada por Carrie se estaria falando com sotaque britânico (foi dito que a personagem estaria morando em Londres, por isso estaria ausente na vida das protagonistas) responde, em tom de sarcasmo, que não é a Samantha quem está falando, mas sim Anabelle Bronstein! A referência se dá por conta do alter-ego que a personagem vivida por Cattrall adotou na 6ª temporada de ‘’Sex and the City’’, quando Samantha se passa pela mulher britânica, cujo cartão de membro ela encontra no banheiro do Soho House - um clube exclusivo. A astúcia misturada ao sotaque britânico de Samantha funciona até que a verdadeira Annabelle informa ao clube que ela está em Londres há uma semana e não na cidade de Nova Iorque. 

Nesta quinta-feira (24), a internet foi tomada por comentários elogiando a sua participação, pedindo por um spin-off de Samantha vivendo em Londres, ou para que a personagem retorne para a terceira temporada de ‘’And Just Like That’’ — que foi confirmada essa semana pelo autor e produtor executivo Michael Patrick King. O fato é que não sabemos que rumo a vida de Samantha terá na próxima temporada, mas existe uma certeza: que essa cena foi feita para acalentar os corações dos fãs fiéis da franquia, que pediram por muito tempo para que Cattrall pudesse reviver a personagem novamente.

 

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Com direção de Christopher Nolan, Oppenheimer estreou nos cinemas brasileiros no dia 20 de julho deste ano com 96% de aprovação da crítica
por
Mohara Ogando Cherubin
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25/08/2023 - 12h

O filme “Oppenheimer”, sobre o “pai” da bomba atômica lançada pelos EUA nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki, estreou no último mês de julho e, apesar de dividir a data com o sucesso de marketing “Barbie”, já acumula uma bilheteria global de US$ 174 milhões.

Reprodução - Oppenheimer

Reprodução Oppenheimer

Conquistando cada vez mais o público interessado no homem que se tornou o "destruidor de mundos" após sua invenção, o longa-metragem foi inspirado na obra biográfica “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer" (“Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu americano”, em português), de Kai Bird e Martin Sherwin, publicada em 2006, que conta a história do homem responsável por mudar os rumos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Quem foi Robert Oppenheimer? 

Natural de Nova Iorque, Julius Robert Oppenheimer nasceu em 22 de abril de 1904 e pertencia a uma família judia com posses nos Estados Unidos. Em razão disso, ele e seu irmão Frank foram criados em ótimas condições financeiras.

Brilhante desde a juventude, Oppenheimer ingressou na Universidade de Harvard, na qual se formou em 1925 com especialização em química. Dois anos mais tarde, aos 23 anos, ele já era doutor pela Universidade de Göttingen, localizada na Alemanha, onde ficou conhecido por sua contribuição no estudo da física quântica.

Sentindo saudades de casa e a fim de expandir seus conhecimentos, Oppenheimer retornou aos Estados Unidos em meados de 1930 e passou a dar aulas focadas em física teórica na Universidade de Berkeley, na. Califórnia.

Eclosão da 2º Guerra Mundial e a criação do Projeto Manhattan

O ano era 1939 e Adolf Hitler havia invadido a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos só ingressaram oficialmente no conflito dois anos depois, em 1941, sob o governo do presidente Franklin D. Roosevelt. Com receio de que os países inimigos tivessem uma maior abundância bélica, os Estados Unidos encomendaram o desenvolvimento de uma arma até então nunca presenciada pela humanidade: o país iria construir sua própria arma nuclear.

Em 1942, a notícia de que os alemães haviam descoberto a fissão nuclear se espalha pelo mundo, aumentando ainda mais o medo dos Estados Unidos pela derrota. É neste momento que Oppenheimer recebe o convite para assumir a direção do Projeto Manhattan, criado para desenvolver a bomba atômica.

Com uma forte equipe de cientistas reunidos para auxiliá-lo, Oppenheimer inicia o projeto no deserto de Los Alamos, um polígono das Forças Armadas dos Estados Unidos localizado no estado do Novo México, onde foram construídos centros de pesquisa.

Depois de anos de trabalho, o físico e sua equipe realizam a primeira explosão de uma bomba atômica, no dia 16 de julho de 1945, nomeando a experiência de Trinity.

Após a explosão atômica, ocorreu no local um fenômeno chamado precipitação radioativa, que representa uma grave ameaça às pessoas, podendo contaminar a água e as plantas com partículas radioativas. Aqueles que ingeriram alimentos contaminados, sofreram as decorrências da contaminação na saúde, especialmente através do desenvolvimento de câncer, aborto espontâneo e deformidades nos fetos.

As consequências causadas pelo teste no deserto de Los Alamos não representaram uma preocupação para os Estados Unidos e, como o teste não havia sido um fracasso do ponto de vista militar, se tornou questão de tempo até o governo estadunidense usar a arma nuclear para atacar seus inimigos.

Segunda Guerra encerrada: "vitória americana"

Os dias seis e nove de agosto de 1945 ficaram marcados para sempre na história: apenas três semanas após a execução do teste Trinity, duas bombas atômicas foram lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. A primeira foi nomeada de Little Boy e a segunda de Fat Man.

Reprodução - bombas em Hiroshima e Nagasaki (1945)

Reprodução - Explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945).

Em entrevista para a AGEMT, a historiadora e professora de filosofia e sociologia Adriana Felice aborda os desfechos do conflito. "A intenção inicial do Projeto Manhattan era atingir a Alemanha com as bombas atômicas, mas como o país já havia assinado a rendição no mês de maio e o conflito ainda persistia na Ásia por resistência dos japoneses, o Japão acabou se tornando uma alternativa mais fácil para os Estados Unidos", afirma.

Os ataques resultaram na morte de mais de 200 mil pessoas nas duas cidades. Em contrapartida, os cidadãos americanos e aqueles que haviam contribuído para a invenção de Oppenheimer gritavam de felicidade pela “vitória” do país na Segunda Guerra Mundial.

Após o fim do conflito, os Estados Unidos se autodenominavam vencedores da guerra, com seu território intacto. A nação acabou se tornando a grande potência mundial que conhecemos atualmente. "Ao termos uma visão humanitária, percebemos que em nenhum conflito existem vencedores, todos saem destruídos", pontua Adriana.

A explosão das bombas Little Boy e Fat Man marcaram o fim da guerra, mas segundo Adriana, mesmo se elas nunca tivessem existido, o conflito não perduraria por muito mais tempo. "A guerra já estava em seu marco final. As bombas foram lançadas como uma represália ao Japão por mágoas guardadas desde o ataque à base naval de Pearl Harbor [1941]. Os judeus estavam sendo libertados e os países que foram invadidos pelos nazistas já estavam retomando suas atividades, as bombas foram a ‘cereja do bolo’ do conflito".

Após o ataque contra o Japão, Oppenheimer se revelou arrependido de sua própria invenção, tendo como principal fator as consequências irreparáveis das bombas atômicas. "Ele sempre teve conhecimento das consequências que sua invenção poderia causar, mas não tinha noção de como os Estados Unidos iria utilizá-la”, diz Adriana.

O físico se desligou do Projeto Manhattan e passou a lutar fortemente contra o uso das bombas nucleares e da corrida armamentista iniciada entre os Estados Unidos e a União Soviética.

"Companheiro de viagem" do partido comunista

A situação de Oppenheimer se tornou complicada quando ele passou a ser taxado como comunista pelo governo estadunidense.

Desde o seu retorno aos Estados Unidos, na década de 1930, Oppenheimer passou a apoiar financeiramente algumas instituições de esquerda e acreditava que a ideologia de direita, tão fortemente apoiada no país, era estúpida. Porém, mesmo com esse posicionamento político, o físico nunca foi membro do Partido Comunista, como estava sendo afirmado pelo governo estadunidense, mas sim apenas um simpatizante da causa.

Com as crescentes acusações contra o físico e pelo fato de não apoiar o uso de novas bombas atômicas, Oppenheimer começou a ser taxado como traidor do governo dos EUA, mesmo tendo servido ao país durante a guerra.

Subitamente, toda a admiração voltada ao físico se transformou em decepção e desconfiança, já que o governo tinha em mente que esse posicionamento de Oppenheimer contra o uso de novas bombas atômicas era uma forma de ceder "vantagens" à União Soviética. O grande problema em questão era a ideologia seguida pelo físico.

"Esse esforço em pintar o Oppenheimer como traidor da nação foi uma tentativa dos Estados Unidos de tirar o foco negativo do país após os ataques". A historiadora ainda pontua que os EUA foram os grandes articuladores dos conflitos, tanto da Primeira quanto da Segunda Guerra Mundial, e que não mediriam esforços para manter a imagem de "grande salvador" do mundo.

“Sabíamos que o mundo jamais seria o mesmo. Algumas pessoas riam, outras choravam… A maioria estava em silêncio. Agora, eu me tornei a morte. O Destruidor de Mundos. Acredito que todos nós, de uma forma ou de outra, nos sentimos assim.” Essas foram algumas das falas do físico durante o documentário "The Decision to Drop the Bomb" ( “A decisão de lançar a bomba”, em português), exibido em 1965.

Julius Robert Oppenheimer faleceu em 18 de fevereiro de 1967. O físico passou seus últimos anos de vida lecionando física, porém devido a um câncer na garganta e sem sucesso com tratamentos médicos, morreu aos 62 anos.

O filme se empenha em expor como a invenção da bomba atômica impactou a vida de Oppenheimer e do mundo, e é interessante acompanhar a forma como os Estados Unidos conseguiram reduzir o problema a uma questão ideológica e transformar o físico em um traidor da nação, não por suas ações, mas sim pelos seus ideais. As críticas positivas só aumentam e muitos já apostam na indicação de Cillian Murphy para o Oscar de melhor ator.

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Primeiro grafite para cegos do mundo explora o tátil
por
Helena Maluf
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21/08/2023 - 12h

No mundo da arte urbana, o grafite é uma forma de expressão que geralmente se revela em imagens visualmente impactantes e cores vibrantes. E no Beco do Batman, local conhecido exatamente pelos grafites, surge o primeiro grafite para cegos e deficientes visuais do mundo. O local foi cuidadosamente escolhido para que tanto pessoas com visão quanto cegas pudessem interagir com a obra. Os artistas utilizaram tintas táteis especiais, que criam texturas reconhecíveis ao toque.

A concepção dessa inovadora forma de arte surgiu da mente de Laura Mendes, artista e grande amiga de Devanir de Lima, deficiente visual e consultor de Braille. Ela ficou intrigada com a ideia de como ele poderia experimentar a beleza das obras de arte em espaços urbanos. Laura reuniu um grupo diversificado de artistas e especialistas em acessibilidade para dar vida a essa visão.

A peça em si é uma interpretação abstrata do mundo urbano, com linhas e formas que se desdobram em relevos e sulcos. Para garantir a acessibilidade, o grafite é acompanhado por descrições em braille, permitindo que pessoas cegas entendam o significado por trás das texturas.

Desde a sua criação, o grafite para cegos tem atraído a atenção e o carinho da comunidade local e internacional. Pessoas com deficiência visual têm visitado o local, muitas vezes acompanhadas por amigos e familiares, para experimentar a obra com as mãos. A reação tem sido emocionante, com muitos descrevendo a sensação de tocar a arte como uma experiência profundamente enriquecedor.

Textura
Foto: Helena Maluf / AGEMT                                                                                                                                                                                                                                       
Graffiti finalizado
Foto: Helena Maluf / AGEMT                                                                                                                                                                                                                  

Artistas como Laura estão abrindo novas portas para a inclusão no mundo da arte urbana. A equipe envolvida está ansiosa para expandir essa iniciativa e criar mais obras acessíveis em todo o mundo. A esperança é que isso inspire outros grafiteiros e comunidades a considerarem a acessibilidade em suas criações, permitindo que a beleza da arte seja apreciada por todos, independentemente de sua capacidade visual. “Você como VIDENTE consegue ver o Graffiti, gostar, detestar, achar lindo, achar feito, se emocionar, mas o CEGO não. Mesmo através da Audiodescrição é impossível captar a magnitude de uma parede ou de uma empena, de arte cobrindo o espaço público em uma cidade. Graffiti é grande, é muralismo.”

O grafite é a prova viva de como a arte pode transcender as fronteiras da visão e tocar os corações e mentes de pessoas de todas as habilidades. Ela representa um passo significativo em direção a um mundo mais inclusivo e criativo, em que a beleza da arte pode ser apreciada por todos. Este é apenas o começo de uma jornada emocionante em direção a um futuro mais acessível e igualitário na arte urbana.

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Putin oprime e censura literatura em seu país
por
Artur Maciel Rodrigues
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21/08/2023 - 12h

(Criador da série de livros e jogos Metro, foto: divulgação)

O escritor e jornalista Dmitry Glukhovsky (Metro 2033,Dusk, Futur.re), foi condenado em 7 de agosto a revelia – quando o réu não possui o direito de defesa –  pela juíza Natalia Dudar, por "Espalhar notícias falsas e promover ódio político baseado em criação artificial de provas", após um post em suas redes sociais no qual denunciava crimes das forças militares moscovitas na Ucrânia. Apesar da decisão do governo, o literário, que hoje mora fora da Rússia, está livre.

O  autor já foi investigado anteriormente pelo Kremlin (governo da federação russa) por suas críticas ao governo Putin e à guerra da Ucrânia. Diante disso, em 2022, Dmitry entrou na lista de procurados do país, ganhando o título de “agente estrangeiro”. Sobre o decreto, o jornal independente russo Media zone afirma que "As provas contra Glukhovsky foram fornecidas por Yulia Lozanova, funcionária da News font, bem como a editora do Mouthpiece of Moscow e do ANO (Analytical Center for Security Problems), Ivan Klimov". Ambos os veículos citados são de propaganda, sendo patrocinados pelas forças militares da Federação russa para desinformar a população sobre ofensivas militares.

No Telegram, o escritor postou: “Putin consegue o que quer: um país que ele pode governar enquanto estiver de pé. Sim, será pobre e atrasado, mas seus cidadãos serão silenciosos e obedientes, porque este reino encantado será confiavelmente isolado no mundo inteiro.” 

Os livros de Dmitry foram retirados das bibliotecas russas junto de nomes como Mikhail Zygar (Todos os homens do Kremlin) e George Orwell (1984). A partir de 2014, devido à invasão da Crimeia e posteriormente em 2022, junto ao início da guerra da Ucrânia. A mídia do país é censurada e seu povo preso por qualquer produção artística contrária ao governo, como por exemplo Marsha Moskaleava, que foi separada de seu pai por um desenho e um poema

O tradutor Irineu Franco Perpétuo afirmou em entrevista para o estado de Minas: “A Rússia, ao longo dos séculos, não foi exatamente um modelo de liberdade. Toda a literatura russa que lemos, foi criada à sombra da censura" . A supressão de livros reforçam a violência intelectual causada pela ditadura de Putin. Como dito pelo poeta russo Osip Mandelstam, “Em nenhum lugar do mundo se dá tanta importância à poesia: é somente em nosso país que se mata por causa de um verso”.

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