Conhecido como o evento em que Lady Gaga utilizou um vestido de carne ou o palco no qual Kanye West retirou o prêmio de Taylor Swift para dedicar a Beyoncé, o VMA (Video Music Awards) é uma premiação que ocorre todos os anos na MTV e prestigia artistas do mundo todo por suas performances, músicas e principalmente videoclipes.
Criado no ano de 1984, o evento é um dia no qual os fãs torcem por seus artistas favoritos, assistindo, comentando e claro, votando muito. O VMA 2023 acontecerá no dia 12 de setembro e conta com indicações de Doja Cat, Sam Smith, Karol G, e muito mais. Separamos aqui alguns dos melhores momentos da história do programa.
É do Brasil!

Anitta fez história ao ser a primeira brasileira a se apresentar no palco do evento, além de ter recebido o prêmio na categoria de melhor música latina na edição do ano passado com a canção "Envolver” — lançada em 11 de novembro de 2021.
Neste ano, além de ter sido indicada pela segunda vez consecutiva na categoria "Best Latin" com a sua recém lançada "Funk Rave", a cantora também foi confirmada como uma dos artistas que se apresentarão no evento, ao lado de Demi Lovato Karol G e Maneskin.
Anitta concorre com nomes de peso como Bad Bunny e seu sucesso "WHERE SHE GOES", Rosalía e a viciante "DESPECHÁ" e Shakira, indicada duas vezes com "Acróstico" e junto à Karol G com o smash hit "TQG". Se ela vai levar o prêmio ainda não se sabe, mas com certeza a rainha do funk já marcou os corações dos fãs.
VMA Taylor's Version

Taylor Swift possui a fama de ser uma das mais indicadas do MTV Video Music Awards desde sua primeira indicação em 2007. A cantora possui 14 prêmios, incluindo o principal do evento: artista do ano.
Em 2022, Taylor ganhou três das 5 indicações com o clipe de "All too Well" (10 Minute Version - Taylor's Version), sendo elas a de vídeo do ano, melhor vídeo de longo formato e por fim, melhor direção.
Durante a edição de 2009, após a cantora receber o prêmio de Melhor Clipe Feminino pela música "You Belong With Me", o rapper Kanye West subiu ao palco, afirmando que o prêmio deveria ser de Beyoncé.
O rapper discursou que o clipe "Single Ladies (Put a Ring on It)" era o melhor de todos os tempos e por isso merecia ganhar. Após esse episódio, Beyoncé, ao receber o prêmio de Vídeo do Ano, cedeu seu espaço para que Taylor Swift finalizasse seu discurso corretamente.
Na edição deste ano, tanto Taylor quanto Beyoncé estão indicadas: a primeira em sete categorias e a última em quatro. Ambas concorrem diretamente nas categorias de Artista do Ano e Álbum do Ano, com "Midnights" e “Renaissance”, respectivamente.
O Foguete K-Pop

Outro grande ponto a se destacar é a ascensão do Kpop no cenário internacional da música. Desde o ano de 2019, os grupos disputam as principais categorias da premiação e ainda concorrem em categorias exclusivas do gênero musical.
Antes mais conhecido por causa do hit "Gangnam Style" de 2012, o Kpop só passou a ter mais reconhecimento em sua 2° e 3° geração. No VMAs, o primeiro grupo sul coreano a participar foi o BTS (Bangtan Boys) que performou"Boy With Luv" em parceria com a cantora Halsey, marcando o ano de 2019 como o estopim para o pop coreano nas premiações mundiais.
O grupo concorreu a quatro categorias e foi o primeiro vencedor da categoria Melhor Música de K-pop em 2019, até então nunca realizada. BTS é, até hoje, o grupo mais indicado e mais premiado do evento. Outros artistas do gênero passaram a concorrer também, como BLACKPINK, EXO, Monsta X e NCT 127.
Neste ano, o grupo Stray Kids - indicado na categoria de Melhor Clipe de Kpop - promete um momento histórico. Os debutantes do evento performaram com Anitta, o que está criando muita expectativa no público pela mescla de culturas e comprova o aumento da diversidade que o VMAs vem trazendo cada vez mais forte.
Ascensão Latina
Sempre entre as artistas com as performances mais marcantes, Shakira por um bom tempo representou os latinos no cenário internacional da música, antes tão restrito ao cenário musical estadunidense e europeu. Mas isso vem mudando, e hoje o número de artistas latinos no topo das paradas e em premiações só aumenta.
O VMAs 2023 contará com apresentações de Anitta, Karol G e Shakira. Além disso, as duas últimas foram indicadas à principal categoria do evento, Artista do Ano, juntamente com Beyoncé, Doja Cat, Nicki Minaj e Taylor Swift — categoria que pela primeira vez na história conta apenas com mulheres.
Um dos momentos icônicos da premiação da MTV é a apresentação de Shakira no ano de 2006, com seu sucesso “Hips Don’t Lie” junto a Wyclef Jean, entregando vocais e coreografia impecáveis.
A colombiana, além de se apresentar, será a homenageada da noite na edição deste ano ao receber o Video Vanguard, prêmio concedido a artistas consagrados na música. Shakira é a primeira artista sul americana a receber tal honraria.
Miley what's good?
Destaques nesse ano com cinco indicações cada, Miley Cyrus e Nicki Minaj já proporcionaram ao público um dos momentos mais marcantes da história do evento em 2015. A rapper, ao receber seu prêmio de melhor clipe de hip hop do ano, insultou Miley, a apresentadora daquela edição, após receber críticas dela em uma entrevista ao New York Times.
Tudo começou com uma troca de tweets entre Minaj, que criticava o evento, e Taylor Swift — que entendeu como uma indireta a ela. As duas acabaram se resolvendo após algumas interações, mas Miley, quando questionada sobre a discussão na entrevista, chamou Nicki de mal educada e não muito gentil, comentário que motivou o shade ao vivo.Taylor e Nicki apresentaram juntas na edição daquele ano. Miley hoje diz que muitos dos seus comportamentos do passado se devem ao fato de que ela era jovem e rebelde, como revela no seu último single “Used To Be Young” — e que hoje é uma pessoa diferente.
Cyrus concorre neste ano com seu hit “Flowers” e Minaj com “Super Freaky Girl” — ambas com fortes chances de ganharem ao menos algumas estatuetas do astronauta mais famoso da música.
O segundo dia do festival The Town aconteceu neste domingo (3), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, com Alok, Luisa Sonza, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Matuê, Bebe Rexha e o aguardado Bruno Mars.
A primeira data esgotada do evento continuou falhando na organização. Pelo segundo dia seguido, as filas para entrada estavam enormes e desorganizadas. Apesar disso, o metrô, transporte indicado pela organização, funcionou de forma mais eficaz, mesmo cheio.
As instalações de patrocinadores e stands de alimentação funcionaram bem e sem filas. Já os banheiros, um investimento entre a produção e a prefeitura de São Paulo, foi mais um ponto de frustração, com filas mal organizadas e falta de manutenção da limpeza.
A média de tempo para entrar quem está chegando agora é de 40/60 minutos pic.twitter.com/r93Pwrhvhr
— Igor Rogh (@igorogh) September 3, 2023
Matuê começou os trabalhos com quarenta minutos de atraso por problemas de áudio, causando um efeito cascata no festival, mas que conseguiu ser revertido para Bruno Mars iniciar sua performance às 23h05. A apresentação do trapper foi uma homenagem a sua avó e a sua cidade natal, Fortaleza. O artista trouxe a animação que duraria todo o segundo dia do The Town. Dono dos hits Conexões de Máfia e Kenny G, mostrou sensibilidade com discursos de outros artistas nordestinos, como Belchior, durante a performance. Também demonstrou relevância no cenário musical, já que tinha plateia muito cheia, diferentemente da primeira apresentação de sábado.

Logo depois, inaugurando o palco principal Skyline, Luísa Sonza levou coreografias ensaiadas, trocas de figurino e vocais impressionantes, principalmente em Penhasco e Penhasco2, sendo esta de seu álbum Escândalo Íntimo, lançado na última semana. Os sucessos Braba, Sentadona, Cachorrinhas e Modo Turbo também fizeram parte da setlist, animando o público.
A artista aproveitou o espaço para homenagear Marília Mendonça com Melhor Sozinha e seu novo romance, Chico Veigas (conhecido como Chico Moedas), foi destacado pelas câmeras, sorrindo enquanto ela cantava Chico, canção escrita para ele. Em Lança Menina - homenagem a Rita Lee -, Sonza desceu do palco e foi carregada nas costas enquanto interagia com o público para o encerramento de seu show.
Simplesmente Chico Moedas vendo Luísa Sonza performar “Chico” pra ele no The Town. ❤️
— Infos Luísa Sonza (@infosluisasonza) September 3, 2023
pic.twitter.com/Ya8rY0PzkY
Ney Matogrosso levou seu bloco para rua em um show com figurino dourado e uma verdadeira performance artística, aos 82 anos. Com energia de sobra, Ney colocou o público para dançar com Homem com H e Sangue Latino.

Nos palcos Skyline e Factory, se apresentaram simultaneamente Alok e Teto, grandes nomes da música brasileira. O primeiro trouxe para o Skyline seus maiores sucessos, como Fuego e Hear Me Now, convidando o parceiro Zeeba para a performance. Foram anunciados também lançamentos inéditos como Nossos Dias, para novembro, além de uma parceria com The Chainsmokers e outra com Bebe Rexha. O segundo, apesar da performance bem produzida, causou estranhamento ao ser alocado no palco Factory e não ter seu show transmitido em nenhum veículo oficial.
Teto tem hoje mais de seis milhões de ouvintes mensais no Spotify, sucesso refletido no mar de pessoas que foram vê-lo no festival. Sua alocação em um palco secundário fez com que seus espectadores ficassem desconfortáveis. O público que acompanhou de casa também ficou desapontado, já que nem o Multishow, Canal BIS ou GloboPlay transmitiram sua apresentação.
O discurso de inclusão de artistas do estilo trap feito pela organização pareceu então superficial, já que no dia anterior também não foi televisionada a performance de KayBlack, artista em ascensão com quase 10 milhões de ouvintes mensais.
Veigh passou mal durante sua apresentação no The Town… pic.twitter.com/UjU25STe5X
— rap out of context (@rapoutcontext) September 4, 2023
A headliner internacional Bebe Rexha iniciou sua apresentação com a emocionante Me Myself & I. O carisma da cantora americana carregou a multidão, além de seus vocais excepcionais e presença de palco. Apresentou seus hits que misturam pop, eletrônico e rock como I'm a Mess, Sacrifice e Meant To Be.
Uma grande surpresa foi a participação ao vivo de Luísa Sonza em I Got You, cantada por ambas como Só Dá Tu, versão brega da canção concedida pela Banda Favorita. Repetindo ainda o que fez no Rock In Rio de 2019, chamou ao palco alguns fãs durante Hey Mama. Bebe fechou sua apresentação com I'm Good (Blue) e foi para a galera, com uma bandeira do Brasil em mãos, interagindo muito com os fãs.
Seu Jorge transformou o palco The One em um salão de samba rock, entoando com animação seus sucessos Carolina, Mina do Condomínio, Amiga da Minha Mulher e Quem Não Quer Sou Eu. Chamou Edi Rock, do Racionais MC's, para reprisar That's My Way, apresentada pelo grupo de hip hop no dia anterior, sob forte chuva. O público acompanhou o cantor no refrão de Alma de Guerreiro, saudando São Jorge, e a saideira foi com a famosa Burguesinha. "Salve São Paulo! Salve a música brasileira!", pediu ao encerrar a apresentação.

Com a apresentação mais antecipada da noite, Bruno Mars não desapontou os fãs brasileiros e entregou um show animado, sedutor e nostálgico. Mostrou o alcance de seu talento com solos de guitarra, dançando com sua banda igualmente multi-talentosa e xavecando o público em português.
Iniciando o show com dança me 24K Magic, que dá nome ao seu último álbum, logo avisou em português: "tô aqui, São Paulo!". Essa foi a primeira de muitas declarações em nossa língua ao longo da noite. A intimidade foi crescendo com os hits de sua coletânea mais recente. Bruninho - como pediu para ser chamado, no palco - se dedicou na coreografia com sua banda em Finesse e Treasure enquanto a plateia retribuía com coro. Abrindo brecha para em qualquer momento de silêncio do palco, o público clamar "Bruninho! Bruninho!" ou "Bruno! Bruno!" .
Após Calling All My Lovelies, quando tocou solos de guitarra em uma Fender Stratocaster dourada, Bruninho trocou o instrumento por um telefone sem fio dos anos 1980, também dourado, e levou a plateia à loucura com a declaração em nosso idioma, durante Pick Up The Phone: "Eu quero você, gatinha".

A romântica Marry You veio em seguida e o grupo voltou para a coreografia em Runaway Baby. Quando alguém já poderia se perguntar se Bruno não tocaria piano, uma de suas especialidades, ele enfim se sentou ao teclado para um pot-pourri de canções mais antigas, pedindo para o público acompanhá-lo na voz.
Desde músicas que compôs para outros artistas até hits como Talking To The Moon e Leave The Door Open, do projeto em parceria com Anderson .Paak, o Silk Sonic, Bruninho trouxe nostalgia e emoções aos fãs, que não o deixaram só em nenhuma canção.
A intimidade do showman com seu público brasileiro foi aumentando conforme o tempo e foi utilizada para performar When I Was Your Man. Ele relatou ter sido uma canção difícil de compor e que era difícil de cantar. Se ele não quisesse, não precisaria entoar uma palavra, pois o público cantou toda a letra, do início ao fim.
Surpreendendo a todos, o tecladista John Fossitt teve seu momento de brilhar tocando Evidências, de Chitãozinho e Xororó. Bruno, então, apresentou toda sua carismática banda, de extrema qualidade, e estendeu a bandeira do Brasil no alto. A finalização do seu show parecia precoce mesmo depois de 1h30 de duração.
O bis era inevitável, e Bruninho tocou um de seus maiores sucessos, Uptown Funk, deixando a dança para a plateia e reservando a energia para o próximo domingo (10), onde Bruno Mars retorna ao palco Skyline para encerrar o The Town.

A versão brasileira do clássico dos anos 1960 estreou no dia 18 de agosto, no Teatro Porto, em São Paulo. Essa é a primeira vez que o show vem aos palcos brasileiros e traz consigo inovações que não estão presentes em sua versão original.
A peça é protagonizada por Giulia Nadruz, no papel de Fanny Brice, e por Eriberto Leão, interpretando Nicky Arnstein. O ator é conhecido por sua atuação em diversas novelas, filmes e até no teatro. Contudo, essa é sua primeira vez em um musical da Broadway. Já Nadruz tem mais de 20 performances em peças ao longo de sua carreira e atuou em grandes clássicos como “O Fantasma da Ópera” de 2019, com direção de Miguel Briamonte.
Intitulado de “Funny Girl – A Garota Genial”, o espetáculo mistura aspectos da versão cinematográfica de 1968 com algumas referências à cultura brasileira, algo pelo qual o diretor Gustavo Barchilon é conhecido. Ele já trabalhou em adaptações brasileiras de musicais, como “Barnum, O Rei do Show”, estrelado em 2022 por Murilo Rosa.
A nova versão busca se aproximar mais da nossa realidade atual, com modificações em alguns pontos da época que hoje seriam considerados problemáticos.
A trilha sonora original foi produzida por Jule Styne e Bob Merril, com versão brasileira de Bianca Tadini e Luciano Andrey, este também responsável pela coreografia. Diferente da original, formada por dois atos, a peça é feita em um ato só, sem intervalos e tem 1h40 de duração.
O elenco conta com mais de 20 atores e além de Nadruz, Vania Canto também atua como Fanny – o papel está sendo alternado entre as duas atrizes. Além delas, participa da produção Stella Miranda, da série “Toma La Da Cá”, como a mãe da personagem principal, repaginada para ter uma relação mais próxima com a filha.

A trama é baseada na história da atriz judia Fanny Brice, que fez muito sucesso em Nova York no início do século XX, ao participar dos espetáculos “Ziegfeld Follies”. Fanny era julgada por diversas pessoas, inclusive por sua família, que diziam que ela não se encaixava nos padrões de beleza, principalmente por seu “nariz grande”, característica associada negativamente à comunidade judaica, e era desencorajada sobre buscar seu sonho de se apresentar no palco. A jovem conhece o galanteador Nicky Arnstein, por quem se apaixona e com quem se casa. Fanny conquista o coração do público com seu talento à medida que sua carreira progride, mas, por outro lado, Arnstein passa a demonstrar um comportamento arrogante, além de ser um apostador compulsivo.
“Funny Girl” estreou nos teatros de Nova York em 1964. A primeira a dar vida à personagem foi a atriz e cantora Barbra Streisand, que também estrelou na adaptação para os cinemas, quatro anos depois. Vencedora do Oscar de 1969 por sua performance, Streisand carrega um legado por suas grandes habilidades vocais e seu sucesso em várias áreas do entretenimento.
A música “Don’t Rain On My Parade” se tornou a marca do musical e da personagem, além de ser uma das canções mais populares da Broadway. A composição já teve inúmeros covers de diversos artistas americanos.
A obra está sendo apresentada no Teatro Porto, na capital paulista, com sessões às sextas-feiras, às 20h, aos sábados, às 16h30 e às 20h e aos domingos, às 15h30 e às 19h. A atração ficará em cartaz até o dia 8 de outubro e, em seguida, se direciona para o Rio de Janeiro, no Teatro Casa Grande. Os ingressos estão disponíveis no site da Sympla (sympla.com.br).
O filme Besouro Azul, baseado nos quadrinhos da DC Comics, estreou no dia 17 de agosto nos cinemas brasileiros. A história segue a vida do jovem mexicano Jaime Rayes, interpretado por Xolo Maridueña, que volta recém-graduado para a casa de sua família em Palmera City, mas deve ajudá-los a enfrentar problemas financeiros. Em meio ao propósito de ajudar sua família e seguir sua carreira, ele esbarra com uma relíquia, o Escaravelho, que tem o poder de transformá-lo em super herói.
Durante o desenrolar da trama, o protagonista descobre que o objeto pertence a Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças para combatê-lo. O herói recém transformado tem a ajuda de Jenny Kord (Bruna Marquezine), sobrinha da vilã, para salvar a cidade do poder das Indústrias Kord.
O longa-metragem já era esperado por muitos mesmo antes do anúncio de Bruna Marquezine como coadjuvante, que está mais para personagem principal e gerou o que falar sobre sua participação em seu primeiro filme fora do Brasil.
Seguindo a fórmula clássica de filme herói, a trama não é muito diferente dos outros títulos da DC/Warner, mas o que tornou a obra mais especial, e surpreendentemente destacou o longa entre os outros títulos do estúdio, foi a “latinidade”, que o diretor e o roteirista puderam colocar como central na trama.
A questão étnica não é um tema que foge do gênero herói e recentemente se tornou combustível para a produção de filmes representativos e que, se bem feitos, são bem avaliados pelo público. Porém, mesmo com a questão étnico-racial fortemente presente no longa-metragem, ele se diferencia muito de Pantera Negra, da Marvel Studios, por exemplo, que se ancora na cultura e em símbolos africanos.
Em Besouro Azul, a cultura latina é superficialmente explorada em detalhes como “piadas” e amor familiar, que se sobressaem na maioria das cenas. O grande problema foi a exibição de latinos como escandalosos e deslumbrados, um estereótipo batido que acaba impressionando negativamente, já que o diretor, Angel Manuel Soto, é porto-riquenho.
A maior revelação do filme foi Bruna Marquezine, que em sua estreia em produções internacionais, deu um “chega pra lá” nos haters com sua atuação digna de prêmios. Com um bom molho latino e uma química explícita com o protagonista, Bruna demonstrou a importância de uma brasileira atuar em Hollywood e causou impacto ao redor do mundo.
Assim como na vida real, a personagem dela também é brasileira, o que contribui mais um pouco com a narrativa latina da obra. Esse fato garante que a história seja muito mais que só mais um filme de herói em que o salvador é branco, e acaba mostrando um sentimento de comunidade e pertencimento que vem do diretor e também do roteirista, Gareth Dunnet Alcocer, de origem mexicana.
A construção do diálogo e do desenrolar da narrativa acabam por convencer o público de que o filme é bom, mesmo que Besouro Azul não venha a ser o novo grande “salvador” da DC - promessa feita pelo estúdio a cada lançamento.
Eles capricham nas piadas, mas não deixam com que elas carreguem o filme, combinando outros elementos que também complementam o roteiro. Os efeitos especiais não desapontam, mas não são perfeitos — algumas gafes são facilmente percebidas na armadura do herói ou nas lutas entre os personagens.
Apesar das fortes críticas da imprensa, o longa também surpreende e entrega aventura, diversão e bons momentos de tensão. No entanto, poderia ter dado mais atenção aos detalhes e à forma com que aborda os personagens latinos. O protagonista, Xolo Maridueña, é um colírio para os olhos que buscam um herói obstinado a ser um bom salvador do mundo, ou melhor, de Palmera City.
Bruna Marquezine entrega tudo e mais um pouco e mostra que seu talento é digno, sim, de um filme melhor e mais bem avaliado em Hollywood.
Vale mencionar que o longa teve 82% de aprovação do Rotten Tomatoes, plataforma que reúne críticas para avaliar filmes, e só não conseguiu mais engajamento por conta da greve de roteiristas e atores de Hollywood, que paralisou ações de marketing e divulgações de filmes.
O mundo consome diariamente as famosas produções “Hollywoodianas” e pode-se dizer que elas são uma das maiores fontes de cultura e entretenimento atualmente. Muitos fãs de séries e filmes ficaram sabendo dos protestos, por verem seus atores favoritos em meio a esse movimento, mas acabaram não tendo um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto. O tão comentado SAG-AFTRA (Screen Actors Guild American Federation of Television and Radio Artists), é conhecido no Brasil e traduzido como “Sindicato dos Atores de Hollywood”, uma organização que acomoda e representa atores de cinema, televisão, jornalistas, personalidades televisivas, cantores, dubladores e outros profissionais da mídia que podem se encaixar nessa lista, podendo ser de dentro ou de fora dos Estados Unidos.
Inicialmente, o sindicato começou apenas com o SAG, em 1933, com a função de melhorar as condições de trabalho e pagamento dos atores da época, sendo assim, desde sua fundação, uma federação que lutava pelos direitos dos artistas. Já o AFTRA, foi criado em 1935, com a aprovação das leis trabalhistas, tendo inicialmente o intuito, abranger personalidades de rádio e da indústria fonográfica. Em 2012 ambas as associações se fundiram, criando o SAG-AFTRA. Hoje em dia eles unem cerca de 160 mil pessoas das áreas de filme, rádio e televisão.

Imagem/reprodução: Chris Pizzello/AP Photo
As greves que ocorreram em 2023 nos Estados Unidos, foram promovidas pela Associação dos Atores, que protestaram contra o uso da inteligência artificial em produções de Audiovisual, fazendo com que os artistas acabem tendo uma certa preocupação com o uso indevido ou não remunerado de suas imagens. “Os protestos são extremamente importantes, mostrando perseverança e construindo uma base melhor para todos na indústria e para as futuras gerações de criadores”, afirma Giulianna Gasparotto, atriz atualmente situada na Califórnia.
O crescimento e a promoção do uso da inteligência artificial (IA) só aumenta e consegue reproduzir a pessoa exatamente como ela é na vida real, sem que ela esteja presente no set de gravações, usando imagens sem uma autorização prévia e até mesmo sem pagar um centavo pela sua “participação” em um projeto. O uso da IA no cinema tem o intuito de promover as suas produções, tendo a colaboração de um ator, sem pagá-lo, o que faz com que um estúdio economize um bom dinheiro, afinal, o cachê de um ator normalmente é bem alto, mesmo por uma breve participação, ainda mais se o artista for uma A-list celebrity (Celebridade de Classe A), que seria uma personalidade conhecida amplamente no mundo do cinema.
Esses protestos foram relevantes para o mundo do cinema, já que produções foram adidas, roteiristas, atores e produtores aderiram ao movimento, alguns até mesmo boicotando projetos que estavam envolvidos. Em entrevista com a atriz e estudante de cinema brasileira, Giulianna Gasparotto, que atualmente reside em Los Angeles, ela conta um pouco sobre a sua experiência vivenciando esse momento e qual a sua visão sobre tudo isso.

Imagem/reprodução: Instagram/@gaspgiu
Em relação ao movimento, Giulianna afirma: “Poder estar presente durante as manifestações foi muito importante para aprender mais sobre opiniões diferentes durante os acordos que estão sendo feitos. Poder ouvir em primeira mão a experiência de atores, escritores e diversas pessoas em áreas diferentes da indústria do cinema aqui em Los Angeles” . Diversos outros artistas também vieram a público para dar o seu apoio e suporte para o movimento em si e outros colegas que estavam presentes nas manifestações", diz Giulianna.
Além disso, muitas figuras vieram à público comentar sobre o uso de IA, não necessariamente como algo negativo, mas sim como algo que usado de maneira correta, pode ser benéfico. “IA pode ajudar na organização e preparações antes de uma gravação, também pode ajudar a melhorar a qualidade dos efeitos especiais e eficiência das produções. Esse é o ponto onde devemos chegar, onde IA complementa o nosso trabalho mas não interfira nas áreas onde podemos mostrar o nosso talento e humanidade”, afirma Giulianna.
O cenário dos protestos ainda continua vivo e causou um enorme impacto no mundo do cinema, possuindo até mesmo uma página na Wikipédia sendo totalmente dedicada ao evento. Tendo apoio de diversos atores, como Wagner Moura, Jennifer Lawrence, Amy Adams, Daniel Radcliffe e Ariana Grande, alguns deles marcaram presença nas manifestações, outros deram seu apoio via redes sociais. O movimento também contou com o apoio do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Imagem/reprodução: Cultura/UOL