Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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Evento acontece no dia 12 de setembro em Nova Jersey, EUA.
por
Victória da Silva
Vitor Nhoatto
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06/09/2023 - 12h

Conhecido como o evento em que Lady Gaga utilizou um vestido de carne ou o palco no qual Kanye West retirou o prêmio de Taylor Swift para dedicar a Beyoncé, o VMA (Video Music Awards) é uma premiação que ocorre todos os anos na MTV e prestigia artistas do mundo todo por suas performances, músicas e principalmente videoclipes.

Criado no ano de 1984, o evento é um dia no qual os fãs torcem por seus artistas favoritos, assistindo, comentando e claro, votando muito. O VMA 2023 acontecerá no dia 12 de setembro e conta com indicações de Doja Cat, Sam Smith, Karol G, e muito mais. Separamos aqui alguns dos melhores momentos da história do programa.

 

É do Brasil!

Cantora Anitta vestindo um vestido vermelho com detalhes de transparência, ela está sorrindo e segurando a estatueta de astronauta prata em um palco com fundo azul e luzes refletindo.
Anitta durante seu discurso após receber estatueta no VMA 2022 na categoria Melhor Música Latina - Foto: Getty Images/Reprodução

Anitta fez história ao ser a primeira brasileira a se apresentar no palco do evento, além de ter recebido o prêmio na categoria de melhor música latina na edição do ano passado com a canção "Envolver” — lançada em 11 de novembro de 2021. 

Neste ano, além de ter sido indicada pela segunda vez consecutiva na categoria "Best Latin" com a sua recém lançada "Funk Rave", a cantora também foi confirmada como uma dos artistas que se apresentarão no evento, ao lado de Demi Lovato Karol G e Maneskin.

Anitta concorre com nomes de peso como Bad Bunny e seu sucesso "WHERE SHE GOES", Rosalía e a viciante "DESPECHÁ" e Shakira, indicada duas vezes com "Acróstico" e junto à Karol G com o smash hit "TQG". Se ela vai levar o prêmio ainda não se sabe, mas com certeza a rainha do funk já marcou os corações dos fãs.

 

VMA Taylor's Version

Kanye West, vestido com uma camisa preta, óculos escuros e calça jeans, segurando um microfone com a mão direita e com o corpo inclinado para Taylor Swift que está vestida com um vestido prata com detalhes brilhantes, segurando a estatueta de astronauta prata e com a expressão de constrangimento. O fundo está com algumas pessoas na plateia.
Kanye West após interromper discurso de Taylor Swift no VMA de 2009 - Foto: GettyImages/Reproduçāo

Taylor Swift possui a fama de ser uma das mais indicadas do MTV Video Music Awards desde sua primeira indicação em 2007. A cantora possui 14 prêmios, incluindo o principal do evento: artista do ano. 

Em 2022, Taylor ganhou três das 5 indicações com o clipe de "All too Well" (10 Minute Version - Taylor's Version), sendo elas a de vídeo do ano, melhor vídeo de longo formato e por fim, melhor direção.

Durante a edição de 2009, após a cantora receber o prêmio de Melhor Clipe Feminino pela música "You Belong With Me", o rapper Kanye West subiu ao palco, afirmando que o prêmio deveria ser de Beyoncé.

O rapper discursou que o clipe "Single Ladies (Put a Ring on It)" era o melhor de todos os tempos e por isso merecia ganhar. Após esse episódio, Beyoncé, ao receber o prêmio de Vídeo do Ano, cedeu seu espaço para que Taylor Swift finalizasse seu discurso corretamente.

Na edição deste ano, tanto Taylor quanto Beyoncé estão indicadas: a primeira em sete categorias e a última em quatro. Ambas concorrem diretamente nas categorias de Artista do Ano e Álbum do Ano, com "Midnights" e “Renaissance”, respectivamente.

 

O Foguete K-Pop

Integrantes do grupo sul coreano BTS, vestidos de smokings pretos, dançando junto com a cantora Halsey, vestida de um smoking dourado.
Grupo de Kpop BTS em performance com Halsey no VMAs de 2019 - Foto: John Shearer/Reprodução

Outro grande ponto a se destacar é a ascensão do Kpop no cenário internacional da música. Desde o ano de 2019, os grupos disputam as principais categorias da premiação e ainda concorrem em categorias exclusivas do gênero musical. 

Antes mais conhecido por causa do hit "Gangnam Style" de 2012, o Kpop só passou a ter mais reconhecimento em sua 2° e 3° geração. No VMAs, o primeiro grupo sul coreano a participar foi o BTS (Bangtan Boys) que performou"Boy With Luv" em parceria com a cantora Halsey, marcando o ano de 2019 como o estopim para o pop coreano nas premiações mundiais.

O grupo concorreu a quatro categorias e foi o primeiro vencedor da categoria Melhor Música de K-pop em 2019, até então nunca realizada. BTS é, até hoje, o grupo mais indicado e mais premiado do evento. Outros artistas do gênero  passaram a concorrer também, como BLACKPINK, EXO, Monsta X e NCT 127. 

Neste ano, o grupo Stray Kids - indicado na categoria de Melhor Clipe de Kpop - promete um momento histórico. Os debutantes do evento performaram com Anitta, o que está criando muita expectativa no público pela mescla de culturas e comprova o aumento da diversidade que o VMAs vem trazendo cada vez mais forte.

 

Ascensão Latina 

Shakira com traje rosa e correntes douradas em um palco com fundo azul. As demais dançarinas que estão no fundo com trajes laranjas com detalhes dourados.
Shakira na performance de "Hips Don't Lie" no VMA de 2006 - Foto: GettyImages/Reprodução

Sempre entre as artistas com as performances mais marcantes, Shakira por um bom tempo representou os latinos no cenário internacional da música, antes tão restrito ao cenário musical estadunidense e europeu. Mas isso vem mudando, e hoje o número de artistas latinos no topo das paradas e em premiações só aumenta. 

O VMAs 2023 contará com apresentações de Anitta, Karol G e Shakira. Além disso, as duas últimas foram indicadas à principal categoria do evento, Artista do Ano, juntamente com Beyoncé, Doja Cat, Nicki Minaj e Taylor Swift — categoria que pela primeira vez na história conta apenas com mulheres.

Um dos momentos icônicos da premiação da MTV é a apresentação de Shakira no ano de 2006, com seu sucesso “Hips Don’t Lie” junto a Wyclef Jean, entregando vocais e coreografia impecáveis.

A colombiana, além de se apresentar, será a homenageada da noite na edição deste ano ao receber o Video Vanguard, prêmio concedido a artistas consagrados na música. Shakira é a primeira artista sul americana a receber tal honraria. 

 

Miley what's good?

Nicki Minaj vestida com um vestido dourado com decote, segurando a estatueta de astronauta em um fundo azul com luzes refletindo e com a expressão de deboche.
Nicki Minaj ao receber o prêmio de melhor clipe de hip hop no VMA de 2015 - Foto: GettyImages/Reprodução

Destaques nesse ano com cinco indicações cada, Miley Cyrus e Nicki Minaj já proporcionaram ao público um dos momentos mais marcantes da história do evento em 2015. A rapper, ao receber seu prêmio de melhor clipe de hip hop do ano, insultou Miley, a apresentadora daquela edição, após receber críticas dela em uma entrevista ao New York Times.

Tudo começou com uma troca de tweets entre Minaj, que criticava o evento, e Taylor Swift — que entendeu como uma indireta a ela. As duas acabaram se resolvendo após algumas interações, mas Miley, quando questionada sobre a discussão na entrevista, chamou Nicki de mal educada e não muito gentil, comentário que motivou o shade ao vivo.Taylor e Nicki apresentaram juntas na edição daquele ano. Miley hoje diz que muitos dos seus comportamentos do passado se devem ao fato de que ela era jovem e rebelde, como revela no seu último single “Used To Be Young” — e que hoje é uma pessoa diferente. 

Cyrus concorre neste ano com seu hit “Flowers” e Minaj com “Super Freaky Girl” — ambas com fortes chances de ganharem ao menos algumas estatuetas do astronauta mais famoso da música.

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Com show sedutor e agitado, o cantor manteve plateia empolgada do início ao fim; problemas de organização continuaram no segundo dia de evento
por
Bianca Novais
Luana Galeno
Vitor Nhoatto
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05/09/2023 - 12h

O segundo dia do festival The Town aconteceu neste domingo (3), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, com Alok, Luisa Sonza, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Matuê, Bebe Rexha e o aguardado Bruno Mars. 

A primeira data esgotada do evento continuou falhando na organização. Pelo segundo dia seguido, as filas para entrada estavam enormes e desorganizadas. Apesar disso, o metrô, transporte indicado pela organização, funcionou de forma mais eficaz, mesmo cheio. 

As instalações de patrocinadores e stands de alimentação funcionaram bem e sem filas. Já os banheiros, um investimento entre a produção e a prefeitura de São Paulo, foi mais um ponto de frustração, com filas mal organizadas e falta de manutenção da limpeza. 

 

 

Matuê começou os trabalhos com quarenta minutos de atraso por problemas de áudio, causando um efeito cascata no festival, mas que conseguiu ser revertido para Bruno Mars iniciar sua performance às 23h05. A apresentação do trapper foi uma homenagem a sua avó e a sua cidade natal, Fortaleza. O artista trouxe a animação que duraria todo o segundo dia do The Town. Dono dos hits Conexões de Máfia e Kenny G, mostrou sensibilidade com discursos de outros artistas nordestinos, como Belchior, durante a performance. Também demonstrou relevância no cenário musical, já que tinha plateia muito cheia, diferentemente da primeira apresentação de sábado.

 

Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue
Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue

 

Logo depois, inaugurando o palco principal Skyline, Luísa Sonza levou coreografias ensaiadas, trocas de figurino e vocais impressionantes, principalmente em Penhasco e Penhasco2, sendo esta de seu álbum Escândalo Íntimo, lançado na última semana. Os sucessos Braba, Sentadona, Cachorrinhas e Modo Turbo também fizeram parte da setlist, animando o público.

A artista aproveitou o espaço para homenagear Marília Mendonça com Melhor Sozinha e seu novo romance, Chico Veigas (conhecido como Chico Moedas), foi destacado pelas câmeras, sorrindo enquanto ela cantava Chico, canção escrita para ele. Em Lança Menina - homenagem a Rita Lee -, Sonza desceu do palco e foi carregada nas costas enquanto interagia com o público para o encerramento de seu show.

 

 

 

 

Ney Matogrosso levou seu bloco para rua em um show com figurino dourado e uma verdadeira performance artística, aos 82 anos. Com energia de sobra, Ney colocou o público para dançar com Homem com H e Sangue Latino.

 

Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival
Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival

 

Nos palcos Skyline e Factory, se apresentaram simultaneamente Alok e Teto, grandes nomes da música brasileira. O primeiro trouxe para o Skyline seus maiores sucessos, como Fuego e Hear Me Now, convidando o parceiro Zeeba para a performance. Foram anunciados também lançamentos inéditos como Nossos Dias, para novembro, além de uma parceria com The Chainsmokers e outra com Bebe Rexha. O segundo, apesar da performance bem produzida, causou estranhamento ao ser alocado no palco Factory e não ter seu show transmitido em nenhum veículo oficial.

Teto tem hoje mais de seis milhões de ouvintes mensais no Spotify, sucesso refletido no mar de pessoas que foram vê-lo no festival. Sua alocação em um palco secundário fez com que seus espectadores ficassem desconfortáveis. O público que acompanhou de casa também ficou desapontado, já que nem o Multishow, Canal BIS ou GloboPlay transmitiram sua apresentação. 

O discurso de inclusão de artistas do estilo trap feito pela organização pareceu então superficial, já que no dia anterior também não foi televisionada a performance de KayBlack, artista em ascensão com quase 10 milhões de ouvintes mensais. 

 

 

 

 

A headliner internacional Bebe Rexha iniciou sua apresentação com a emocionante Me Myself & I. O carisma da cantora americana carregou a multidão, além de seus vocais excepcionais e presença de palco. Apresentou seus hits que misturam pop, eletrônico e rock como I'm a Mess, Sacrifice e Meant To Be

Uma grande surpresa foi a participação ao vivo de Luísa Sonza em I Got You, cantada por ambas como Só Dá Tu, versão brega da canção concedida pela Banda Favorita. Repetindo ainda o que fez no Rock In Rio de 2019, chamou ao palco alguns fãs durante Hey Mama. Bebe fechou sua apresentação com I'm Good (Blue) e foi para a galera, com uma bandeira do Brasil em mãos, interagindo muito com os fãs.

Seu Jorge transformou o palco The One em um salão de samba rock, entoando com animação seus sucessos Carolina, Mina do Condomínio, Amiga da Minha Mulher e Quem Não Quer Sou Eu. Chamou Edi Rock, do Racionais MC's, para reprisar That's My Way, apresentada pelo grupo de hip hop no dia anterior, sob forte chuva. O público acompanhou o cantor no refrão de Alma de Guerreiro, saudando São Jorge, e a saideira foi com a famosa Burguesinha. "Salve São Paulo! Salve a música brasileira!", pediu ao encerrar a apresentação.

 

Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.
Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.

 

Com a apresentação mais antecipada da noite, Bruno Mars não desapontou os fãs brasileiros e entregou um show animado, sedutor e nostálgico. Mostrou o alcance de seu talento com solos de guitarra, dançando com sua banda igualmente multi-talentosa e xavecando o público em português. 

Iniciando o show com dança me 24K Magic, que dá nome ao seu último álbum, logo avisou em português: "tô aqui, São Paulo!". Essa foi a primeira de muitas declarações em nossa língua ao longo da noite. A intimidade foi crescendo com os hits de sua coletânea mais recente. Bruninho - como pediu para ser chamado, no palco - se dedicou na coreografia com sua banda em Finesse e Treasure enquanto a plateia retribuía com coro. Abrindo brecha para em qualquer momento de silêncio do palco, o público clamar "Bruninho! Bruninho!" ou "Bruno! Bruno!" .

Após Calling All My Lovelies, quando tocou solos de guitarra em uma Fender Stratocaster dourada, Bruninho trocou o instrumento por um telefone sem fio dos anos 1980, também dourado, e levou a plateia à loucura com a declaração em nosso idioma, durante Pick Up The Phone: "Eu quero você, gatinha".

 

Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.
Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.

 

A romântica Marry You veio em seguida e o grupo voltou para a coreografia em Runaway Baby. Quando alguém já poderia se perguntar se Bruno não tocaria piano, uma de suas especialidades, ele enfim se sentou ao teclado para um pot-pourri de canções mais antigas, pedindo para o público acompanhá-lo na voz. 

Desde músicas que compôs para outros artistas até hits como Talking To The Moon e Leave The Door Open, do projeto em parceria com Anderson .Paak, o Silk Sonic, Bruninho trouxe nostalgia e emoções aos fãs, que não o deixaram só em nenhuma canção.

A intimidade do showman com seu público brasileiro foi aumentando conforme o tempo e foi utilizada para performar When I Was Your Man. Ele relatou ter sido uma canção difícil de compor e que era difícil de cantar. Se ele não quisesse, não precisaria entoar uma palavra, pois o público cantou toda a letra, do início ao fim.

Surpreendendo a todos, o tecladista John Fossitt teve seu momento de brilhar tocando Evidências, de Chitãozinho e Xororó. Bruno, então, apresentou toda sua carismática banda, de extrema qualidade, e estendeu a bandeira do Brasil no alto. A finalização do seu show parecia precoce mesmo depois de 1h30 de duração.

O bis era inevitável, e Bruninho tocou um de seus maiores sucessos, Uptown Funk, deixando a dança para a plateia e reservando a energia para o próximo domingo (10), onde Bruno Mars retorna ao palco Skyline para encerrar o The Town.

Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.
Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.

 

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Musical “Funny Girl”, da Broadway, debuta pela primeira vez no teatro paulistano
por
Ana Clara Farias
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05/09/2023 - 12h

A versão brasileira do clássico dos anos 1960 estreou no dia 18 de agosto, no Teatro Porto, em São Paulo. Essa é a primeira vez que o show vem aos palcos brasileiros e traz consigo inovações que não estão presentes em sua versão original.

A peça é protagonizada por Giulia Nadruz, no papel de Fanny Brice, e por Eriberto Leão, interpretando Nicky Arnstein. O ator é conhecido por sua atuação em diversas novelas, filmes e até no teatro. Contudo, essa é sua primeira vez em um musical da Broadway. Já Nadruz tem mais de 20 performances em peças ao longo de sua carreira e atuou em grandes clássicos como “O Fantasma da Ópera” de 2019, com direção de Miguel Briamonte.

Intitulado de “Funny Girl – A Garota Genial”, o espetáculo mistura aspectos da versão cinematográfica de 1968 com algumas referências à cultura brasileira, algo pelo qual o diretor Gustavo Barchilon é conhecido. Ele já trabalhou em adaptações brasileiras de musicais, como “Barnum, O Rei do Show”, estrelado em 2022 por Murilo Rosa.

A nova versão busca se aproximar mais da nossa realidade atual, com modificações em alguns pontos da época que hoje seriam considerados problemáticos.

A trilha sonora original foi produzida por Jule Styne e Bob Merril, com versão brasileira de Bianca Tadini e Luciano Andrey, este também responsável pela coreografia. Diferente da original, formada por dois atos, a peça é feita em um ato só, sem intervalos e tem 1h40 de duração.

O elenco conta com mais de 20 atores e além de Nadruz, Vania Canto também atua como Fanny – o papel está sendo alternado entre as duas atrizes. Além delas, participa da produção Stella Miranda, da série “Toma La Da Cá”, como a mãe da personagem principal, repaginada para ter uma relação mais próxima com a filha.

Atores Giulia Nadruz e Eriberto Leão em cena do musical.
Giulia Nadruz e Eriberto Leão em cena do musical. Foto: Caio Galluci/Divulgação

A trama é baseada na história da atriz judia Fanny Brice, que fez muito sucesso em Nova York no início do século XX, ao participar dos espetáculos “Ziegfeld Follies”. Fanny era julgada por diversas pessoas, inclusive por sua família, que diziam que ela não se encaixava nos padrões de beleza, principalmente por seu “nariz grande”, característica associada negativamente à comunidade judaica, e era desencorajada sobre buscar seu sonho de se apresentar no palco. A jovem conhece o galanteador Nicky Arnstein, por quem se apaixona e com quem se casa. Fanny conquista o coração do público com seu talento à medida que sua carreira progride, mas, por outro lado, Arnstein passa a demonstrar um comportamento arrogante, além de ser um apostador compulsivo.

Funny Girl” estreou nos teatros de Nova York em 1964. A primeira a dar vida à personagem foi a atriz e cantora Barbra Streisand, que também estrelou na adaptação para os cinemas, quatro anos depois. Vencedora do Oscar de 1969 por sua performance, Streisand carrega um legado por suas grandes habilidades vocais e seu sucesso em várias áreas do entretenimento.

A música “Don’t Rain On My Parade” se tornou a marca do musical e da personagem, além de ser uma das canções mais populares da Broadway. A composição já teve inúmeros covers de diversos artistas americanos.

A obra está sendo apresentada no Teatro Porto, na capital paulista, com sessões às sextas-feiras, às 20h, aos sábados, às 16h30 e às 20h e aos domingos, às 15h30 e às 19h. A atração ficará em cartaz até o dia 8 de outubro e, em seguida, se direciona para o Rio de Janeiro, no Teatro Casa Grande. Os ingressos estão disponíveis no site da Sympla (sympla.com.br).

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A DC seguiu sua fórmula batida, mas tentou entregar outro resultado ao adicionar latinidade
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Catarina Pace
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04/09/2023 - 12h

O filme Besouro Azul, baseado nos quadrinhos da DC Comics, estreou no dia 17 de agosto nos cinemas brasileiros. A história segue a vida do jovem mexicano Jaime Rayes, interpretado por Xolo Maridueña, que volta recém-graduado para a casa de sua família em Palmera City, mas deve ajudá-los a enfrentar problemas financeiros. Em meio ao propósito de ajudar sua família e seguir sua carreira, ele esbarra com uma relíquia, o Escaravelho, que tem o poder de transformá-lo em super herói.

Durante o desenrolar da trama, o protagonista descobre que o objeto pertence a Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças para combatê-lo. O herói recém transformado tem a ajuda de Jenny Kord (Bruna Marquezine), sobrinha da vilã, para salvar a cidade do poder das Indústrias Kord.

O longa-metragem já era esperado por muitos mesmo antes do anúncio de Bruna Marquezine como coadjuvante, que está mais para personagem principal e gerou o que falar sobre sua participação em seu primeiro filme fora do Brasil. 

Seguindo a fórmula clássica de filme herói, a trama não é muito diferente dos outros títulos da DC/Warner, mas o que tornou a obra mais especial, e surpreendentemente destacou o longa entre os outros títulos do estúdio, foi a “latinidade”, que o diretor e o roteirista puderam colocar como central na trama.

A questão étnica não é um tema que foge do gênero herói e recentemente se tornou combustível para a produção de filmes representativos e que, se bem feitos, são bem avaliados pelo público. Porém, mesmo com a questão étnico-racial fortemente presente no longa-metragem, ele se diferencia muito de Pantera Negra, da Marvel Studios, por exemplo, que se ancora na cultura e em símbolos africanos.

Em Besouro Azul, a cultura latina é superficialmente explorada em detalhes como “piadas” e amor familiar, que se sobressaem na  maioria das cenas. O grande problema foi a exibição de latinos como escandalosos e deslumbrados, um estereótipo batido que acaba impressionando negativamente, já que o diretor, Angel Manuel Soto, é porto-riquenho.

A maior revelação do filme foi Bruna Marquezine, que em sua estreia em produções internacionais, deu um “chega pra lá” nos haters com sua atuação digna de prêmios. Com um bom molho latino e uma química explícita com o protagonista, Bruna demonstrou a importância de uma brasileira atuar em Hollywood e causou impacto ao redor do mundo.

Assim como na vida real, a personagem dela também é brasileira, o que contribui mais um pouco com a narrativa latina da obra. Esse fato garante que a história seja muito mais que só mais um filme de herói em que o salvador é branco, e acaba mostrando um sentimento de comunidade e pertencimento que vem do diretor e também do roteirista, Gareth Dunnet Alcocer, de origem mexicana.

A construção do diálogo e do desenrolar da narrativa acabam por convencer o público de que o filme é bom, mesmo que Besouro Azul não venha a ser o novo grande “salvador” da DC - promessa feita pelo estúdio a cada lançamento.

Eles capricham nas piadas, mas não deixam com que elas carreguem o filme, combinando outros elementos que também complementam o roteiro. Os efeitos especiais não desapontam, mas não são perfeitos — algumas gafes são facilmente percebidas na armadura do herói ou nas lutas entre os personagens.

Apesar das fortes críticas da imprensa, o longa também surpreende e entrega aventura, diversão e bons momentos de tensão. No entanto, poderia ter dado mais atenção aos detalhes e à forma com que aborda os personagens latinos. O protagonista, Xolo Maridueña, é um colírio para os olhos que buscam um herói obstinado a ser um bom salvador do mundo, ou melhor, de Palmera City.

Bruna Marquezine entrega tudo e mais um pouco e mostra que seu talento é digno, sim, de um filme melhor e mais bem avaliado em Hollywood.

Vale mencionar que o longa teve 82% de aprovação do Rotten Tomatoes, plataforma que reúne críticas para avaliar filmes, e só não conseguiu mais engajamento por conta da greve de roteiristas e atores de Hollywood, que paralisou ações de marketing e divulgações de filmes. 

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Como as manifestações contra a IA impactaram diretamente nas produções nos Estados Unidos
por
Giulia Cicirelli
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04/09/2023 - 12h

O mundo consome diariamente as famosas produções “Hollywoodianas” e pode-se dizer que elas são uma das maiores fontes de cultura e entretenimento atualmente. Muitos fãs de séries e filmes ficaram sabendo dos protestos, por verem seus atores favoritos em meio a esse movimento, mas acabaram não tendo um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto. O tão comentado SAG-AFTRA (Screen Actors Guild American Federation of Television and Radio Artists), é conhecido no Brasil e traduzido como “Sindicato dos Atores de Hollywood”, uma organização que acomoda e representa atores de cinema, televisão, jornalistas, personalidades televisivas, cantores, dubladores e outros profissionais da mídia que podem se encaixar nessa lista, podendo ser de dentro ou de fora dos Estados Unidos. 

Inicialmente, o sindicato começou apenas com o SAG, em 1933, com a função de melhorar as condições de trabalho e pagamento dos atores da época, sendo assim, desde sua fundação, uma federação que lutava pelos direitos dos artistas. Já o AFTRA, foi criado em 1935, com a aprovação das leis trabalhistas, tendo inicialmente o intuito, abranger personalidades de rádio e da indústria fonográfica. Em 2012 ambas as associações se fundiram, criando o SAG-AFTRA. Hoje em dia eles unem cerca de 160 mil pessoas das áreas de filme, rádio e televisão. 

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Protestos que ocorreram na frente dos estúdios da Paramount
Imagem/reprodução: Chris Pizzello/AP Photo

 

As greves que ocorreram em 2023 nos Estados Unidos, foram promovidas pela Associação dos Atores, que protestaram contra o uso da inteligência artificial em produções de Audiovisual, fazendo com que os artistas acabem tendo uma certa preocupação com o uso indevido ou não remunerado de suas imagens. “Os protestos são extremamente importantes, mostrando perseverança e construindo uma base melhor para todos na indústria e para as futuras gerações de criadores”, afirma Giulianna Gasparotto, atriz atualmente situada na Califórnia. 

O crescimento e a promoção do uso da inteligência artificial (IA) só aumenta e consegue reproduzir a pessoa exatamente como ela é na vida real, sem que ela esteja presente no set de gravações, usando imagens sem uma autorização prévia e até mesmo sem pagar um centavo pela sua “participação” em um projeto. O uso da IA no cinema tem o intuito de promover as suas produções, tendo a colaboração de um ator, sem pagá-lo, o que faz com que um estúdio economize um bom dinheiro, afinal, o cachê de um ator normalmente é bem alto, mesmo por uma breve participação, ainda mais se o artista for uma A-list celebrity (Celebridade de Classe A), que seria uma personalidade conhecida amplamente no mundo do cinema. 

Esses protestos foram relevantes para o mundo do cinema, já que produções foram adidas, roteiristas, atores e produtores aderiram ao movimento, alguns até mesmo boicotando projetos que estavam envolvidos. Em entrevista com a atriz e estudante de cinema brasileira, Giulianna Gasparotto, que atualmente reside em Los Angeles, ela conta um pouco sobre a sua experiência vivenciando esse momento e qual a sua visão sobre tudo isso. 

 

 

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Atriz Giulianna em suas redes sociais
Imagem/reprodução: Instagram/@gaspgiu 

Em relação ao movimento, Giulianna afirma: “Poder estar presente durante as manifestações foi muito importante para aprender mais sobre opiniões diferentes durante os acordos que estão sendo feitos. Poder ouvir em primeira mão a experiência de atores, escritores e diversas pessoas em áreas diferentes da indústria do cinema aqui em Los Angeles” . Diversos outros artistas também vieram a público para dar o seu apoio e suporte para o movimento em si e outros colegas que estavam presentes nas manifestações", diz Giulianna. 

 Além disso, muitas figuras vieram à público comentar sobre o uso de IA, não necessariamente como algo negativo, mas sim como algo que usado de maneira correta, pode ser benéfico. “IA pode ajudar na organização e preparações antes de uma gravação, também pode ajudar a melhorar a qualidade dos efeitos especiais e eficiência das produções. Esse é o ponto onde devemos chegar, onde IA complementa o nosso trabalho mas não interfira nas áreas onde podemos mostrar o nosso talento e humanidade”, afirma Giulianna.

O cenário dos protestos ainda continua vivo e causou um enorme impacto no mundo do cinema, possuindo até mesmo uma página na Wikipédia sendo totalmente dedicada ao evento. Tendo apoio de diversos atores, como Wagner Moura, Jennifer Lawrence, Amy Adams, Daniel Radcliffe e Ariana Grande, alguns deles marcaram presença nas manifestações, outros deram seu apoio via redes sociais. O movimento também contou com o apoio do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. 

 

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Daniel Radcliffe em meio aos protestos
Imagem/reprodução: Cultura/UOL

 

 

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