Na última sexta-feira (30), Taylor Swift anunciou em carta aberta para os fãs que readquiriu o direito de suas músicas, expressando a felicidade de ter a posse de suas gravações após seis anos de disputa.
"Tenho chorado de alegria em intervalos aleatórios desde que descobri que isso está realmente acontecendo. [...] Toda música que eu já fiz… agora pertence… a mim ", escreveu a artista.

Swift havia perdido os direitos autorais dos primeiros seis discos (o autointitulado “Taylor Swift”, “Fearless”, “Speak Now”, “Red”, “1989” e “Reputation”, em ordem de lançamento) em 2019, quando a gravadora Big Machine Records, que detinha suas masters, foi vendida para o empresário Scooter Braun.
Na época, Taylor disse que não teve a chance de comprar o próprio catálogo e descreveu a situação como “o pior cenário possível”. Um ano depois, em 2020, Braun revendeu os direitos para a Shamrock Holdings por cerca de US$300 milhões. A cantora alegou que, novamente, não houve a possibilidade de compra e declarou em comunicado oficial que essa foi a segunda vez em que sua arte foi vendida sem o seu conhecimento.
A lide pela recuperação de suas masters influenciou outros cantores a exigirem contratos que deixem o controle de seus catálogos para si mesmos, como por exemplo Olivia Rodrigo. “É tão libertador poder dizer o que você quer, se expressar e poder controlar sua vida e sua arte”, disse em entrevista para o Today Show.
A luta de artistas pelo direito de suas canções não é um caso isolado. Nos anos 1990, Prince travou uma batalha pelo controle de suas masters contra a Warner Bros. Records, chegando a escrever a palavra “escravo” em seu rosto como forma de protesto e a mudar seu nome artístico por um símbolo inominável, que misturava os sinais dos gêneros feminino e masculino, sendo chamado de “O Artista Anteriormente Conhecido Como Prince” durante sete anos.
No Brasil, Gilberto Gil ganhou um processo contra a mesma gravadora, reivindicando para si o direito de assumir a gestão de seu catálogo musical.
A volta por cima
Taylor Swift aproveitou uma brecha contratual que permitia a regravação de seus primeiros álbuns e começou a relança-los como meio de dominar sua discografia. Intitulados Taylor’s Version – ou “versão da Taylor”, em tradução livre, o projeto se iniciou em 2021 com o disco “Fearless”, que garantiu o álbum do ano para a cantora em 2008.
Além das faixas já conhecidas pelo público, a regravação ainda contou com seis músicas inéditas, originalmente descartadas na primeira versão, apelidadas de “From The Vault” (“Direto do Cofre”, em tradução livre) pela artista.
Em novembro do mesmo ano, Swift lançou o “Red (Taylor’s Version)” e alavancou a qualidade das regravações, dirigindo um curta-metragem para a versão de 10 minutos da canção All Too Well, um clipe para a faixa From The Vault “I Bet You Think About Me” e fechando uma parceria com a rede de cafés Starbucks. A possibilidade de reviver as eras antigas da cantora animou os fãs, que ficaram ávidos pelas regravações posteriores, criando teorias sobre quando sairiam as próximas.

O relançamento dos álbuns “Speak Now” e “1989” só vieram depois, em 2023. Nesse intervalo de tempo, Taylor lançou os CDs inéditos “Midnights” e “The Tortured Poets Department” sob a gravadora Republic Records, além de entrar em turnê com a bilionária The Eras Tour, que celebrava cada fase da carreira.
“Reputation” e o debut “Taylor Swift” não chegaram a ver a luz do dia, uma vez que a cantora conseguiu comprar o catálogo novamente com a Shamrock. Na carta divulgada, ela explica que já regravou todo o álbum de estreia e gosta de como ele soa agora. Em contrapartida, não chegou a trabalhar em um quarto do Reputation.
“O álbum foi tão específico para aquele momento da minha vida, e eu continuava esperando reencontrar aquele apoio emocional para recriá-lo. Toda aquela postura desafiadora, aquele espírito inquebrável – eu precisava reencontrar isso para fazer o Rep TV.”, escreveu. Ela não desanima sobre a possibilidade de relançar eles e diz que “esses dois álbuns ainda poderão ter seus momentos de renascimento, quando a hora certa chegar, se isso for algo que vocês [fãs] ficariam animados em ver. Mas se acontecer, não será mais a partir de um lugar de tristeza e saudade do que eu gostaria de ter”.
Os 13 membros do grupo de K-pop, Seventeen, comemoraram dez anos de sucesso com um álbum que combina as palavras em inglês 'birthday' (aniversário) e 'burst' (estouro) para expressar a energia única do grupo. Lançado na última segunda-feira (26), “Happy Burstday”, expõe o desejo contínuo do grupo de se reinventar e se aventurar em novos estilos, sem perder a essência.
Dez anos atrás, em 26 de maio de 2015, o recém formado “Seventeen”, até então administrado pela pequena empresa Pledis Entertainment, fez seu debut com o hit "Adore U” (아낀다). Apesar de serem muito novos - o membro mais velho, S.Coups, tinha apenas 19 anos na época - o grupo sempre fez questão de produzir suas próprias músicas.
Woozi, principal produtor do grupo, carrega até hoje o recorde de artista mais novo a se tornar parte da Associação de Copyright Musical Coreana (KOMCA) com créditos em composição, arranjo e produção em quase 200 canções.
Burst Stage, um show sem igual
Para comemorar uma década da formação do grupo, o Seventeen preparou um show especial gratuito nomeado como “B-Day: Party Burst Stage” que aconteceu no domingo (25). De forma inédita para um grupo de K-pop, toda a estrutura para o show foi montada na ponte Jamsu sobre o rio Han, ponto central da metrópole de Seul, na Coreia do Sul.
A performance de quase 2 horas contou com músicas marcantes do grupo, fogos de artifício e a primeira apresentação ao vivo das novas músicas do álbum, que só seria lançado no dia seguinte. As autoridades sul-coreanas estimam que o evento reuniu cerca de 60 mil Carats, nome dado aos fãs do grupo. O show também foi transmitido online de maneira simultânea pelos canais oficiais do grupo.
“Performar aqui é realmente impressionante”, comentou o integrante DK durante a apresentação. “É tudo graças às nossas Carats. Nada disso seria possível sem vocês”, completou.
Mesmo após uma década de carreira juntos, os membros reafirmam o compromisso de manter o grupo unido. "Seventeen desafiará a eternidade", declarou o membro Hoshi durante o fanmeeting do grupo em Osaka, ocorrido em março. A frase foi tão marcante que se tornou adorno do exterior do prédio da sede da HYBE, atual empresa do grupo no centro de Seul.
Além do palco, outras áreas no entorno da ponte foram preparadas para receber os fãs, como o parque Banpo Hangang que transmitiu o show por grandes telões. Alguns fãs foram além, assistindo a apresentação em barcos alugados no rio.
Durante o fim de semana, um espaço chamado “Seventeen History Zone” funcionou como uma espécie de museu da trajetória do Seventeen, colocando em exibição os aneis de grupo de cada um dos membros, que se reúnem em uma cerimônia de troca de aneis a cada novo álbum completo lançado.
Mensagem para o Brasil
A jornalista Isabela Gadelha, da CNN Brasil, conseguiu uma entrevista exclusiva com o Seventeen para o quadro “K-tudo CNN” e um vídeo especial para os fãs brasileiros. Em live na última terça-feira (27), foi ao ar uma matéria completa sobre os dez anos de carreira e o lançamento do novo álbum, com perguntas e respostas que explicam como é a convivência entre os membros do grupo e mostram um pouco da singularidade de cada um deles. De acordo com DINO, o integrante mais novo da formação, todos convivem como irmãos, sem formalidade.
Isabela, que já é jornalista de Kpop há 3 anos, contou à Agemt que conseguiu unir sua paixão ao profissionalismo nas perguntas da entrevista e aproveitou para tirar dúvidas pessoais sobre o grupo, que é um dos seus favoritos da indústria.
“Eu sinto que ainda não caiu a ficha porque foi tudo muito rápido. Imagina quantos veículos no mundo todo estão tentando? Tive a oportunidade de tirar dúvidas minhas como fã, como a questão da linguagem informal deles e as reuniões mensais que eles fazem. É meio surreal porque ser fã de um grupo que é muito famoso torna tudo mais difícil de conseguir”, relatou.
“Isa” conta que sempre fica um pouco nervosa antes de ouvir um álbum de um artista que ama e sempre se questiona: “e se, dessa vez, eu não gostar?”. Apesar disso, ela afirma que o Seventeen sempre a surpreende positivamente. Para ela, o “Happy Burstday” chamou a atenção especialmente pelos solos, que foram uma maneira dos fãs conhecerem melhor cada integrante. “Alguns até me surpreenderam com o gênero que escolheram cantar. Wonwoo, por exemplo, eu não esperava uma música tão doce”, disse.
De acordo com a jornalista, ser um grupo autoproduzido e com liberdade criativa é o grande diferencial. “Eles se inspiram na vida pessoal, na amizade, nas interações com os fãs e nas fases de vida que vivem. Canções como 'Kidult', 'Circles' e 'I don't understand but I love you' nasceram assim e se tornam ainda mais especiais para nós fãs.”
Responsável pela entrevista e por trazer a mensagem em vídeo de 4 membros do grupo aos fãs brasileiros, Isabela disse que ficou muito feliz ao ter a possibilidade de aproximá-los do Brasil. “Em 10 anos de carreira eles nunca vieram ao Brasil e uma mensagem como essa dá uma esperança de que ‘vem aí’, sabe? Espero que mais interações venham no futuro! Queria eles no Brasil, dançando Super versão Forró, tomando uma caipirinha”, finaliza.
Faixa a faixa: uma análise de Happy Burstday
Com um conceito ousado e inspirações artísticas visuais e musicais que remetem a um estilo mais alternativo, o single promocional “THUNDER” tem um refrão chiclete e um instrumental um pouco mais barulhento do que o estilo de música que o Seventeen costuma apresentar.
Embora ainda não chegue a ser considerado um “panelaço”- maneira como os fãs se referem a canções mais energéticas do Kpop - nota-se um fundo mais marcante e eletrônico em sua composição, que é viciante e cativante.
A ideia de comemoração está presente em todo o disco. Um conceito que não é assim tão novo, uma vez que o grupo já trouxe a ideia de celebrar os maiores hits e composições mais importantes de toda a sua carreira no álbum “Seventeen is Right Here”, lançado em 29 de abril de 2024. Apesar disso, é visível que eles não vivem apenas de passado e sempre incorporam novidade e criatividade às suas obras.
O “Happy Burstday” é composto por 16 faixas, sendo três delas gravadas em conjunto (com exceção de Jeonghan que já cumpria serviço militar quando as gravações se iniciaram). As outras 13músicas são solos de cada um dos integrantes, incluindo as canções de Wonwoo e Jeonghan, que terminaram de gravá-las antes do alistamento.
“HBD” parece uma canção de aniversário pensada exatamente para o Seventeen. Seu instrumental, no entanto, lembra um pouco o Pop-Rock de Avril Lavigne e 5 Seconds of Summer, mas sem deixar de lado as características exclusivas do pop coreano. A terceira música do álbum, com todos os integrantes e produzida por Pharrell Williams, “Bad Influence”, é menos alegre e divertida e brinca com um ritmo mais sedutor. A faixa foi trilha sonora do desfile da Louis Vuitton na Paris Fashion Week na França, em janeiro deste ano.
As produções solo são bem autênticas e distintas umas das outras, provando mais uma vez que eles são um grupo versátil e que sabe trabalhar com diferentes gêneros musicais e manifestações artísticas. “Shake if off”, primeira música solo de Mingyu, um dos rappers do grupo, se inspira no estilo tech house, uma evolução da música eletrônica. A canção foi classificada como inapropriada para transmissão na KBS (Korean Broadcasting System), um dos principais canais do país. O motivo é a letra, que segundo a emissora, possui “expressões sexualmente sugestivas”.
“Skyfall (THE 8 solo)” também traz influências eletrônicas, mas com uma forte identidade pessoal que já é conhecida de outras composições, como “Orbit”, faixa de seu projeto solo “Stardust” lançado em dezembro de 2024.
As batidas aceleradas e divertidas de “Gemini” de Jun e “Trigger” de Dino reforçam a estética de comemoração. Já Hoshi, apesar de ser visto sempre como a presença mais elétrica do grupo nos shows e apresentações, retomou um pouco da estética teatral e sensual na nova canção “Damage”, que foi co-produzida por Timbaland, um ícone dos anos 2000.
“Happy Virus” traz a voz inconfundível de DK como centro da composição, que como de costume, transmite a sensação de conforto. “Jungle”, de S.Coups, é o que era esperado do líder da unit de Hip Hop do Seventeen, com uma batida mais forte, que acompanha sua autenticidade ao cantar. Vernon trouxe mais um pouco do “Pop rock” em “Shining Star” com um instrumental mais pesado e a forte presença da guitarra em uma faceta mais romântica do gênero.
“Destiny”, do principal compositor do grupo e líder da vocal line, Woozi, é uma das músicas mais emocionantes do álbum. De acordo com Bumzu, um dos principais nomes por trás de diversas canções do Seventeen ao longo da carreira, “foi uma música feita através de muito pensamento”.
No mesma linha musical estão “Raindrops” de Seungkwan, “Fortunate Change” de Joshua e “Coincidence” de Jeonghan, esta que emociona os fãs com um instrumental mais clássico, somado a maneira sensível de cantar, a qual já não é executada ao vivo desde que o integrante iniciou o serviço militar em 26 de setembro do ano passado.
Por fim, 99,9% do membro Wonwoo segue com a inspiração tradicional e clássica, com o piano e instrumentos de sopro em evidência, colocando a emoção como ponto central da composição, diferentemente do que costuma ser apresentado por ele, que também é parte da unit de Hip Hop do grupo.
Recordes nos Charts
A expectativa pelo mais novo comeback do Seventeen foi visível já na liberação do pré-salvamento de “Happy Burstday”. O Spotify, por exemplo, divulgou no dia 21 de maio que o álbum estava entre os dez mais aguardados do mês na plataforma, ao lado de nomes como Lorde, Ed Sheeran e Green Day.
Segundo a SVT Billboard, logo nas primeiras horas de lançamento, a faixa principal do álbum, “THUNDER”, alcançou o primeiro lugar em 22 países - inclusive no Brasil no ITunes. A música também se tornou a primeira no TOP 100 da MelOn, principal plataforma de streaming musical coreana. Ao longo do primeiro dia, as 16 faixas do álbum atingiram o topo do ranking da plataforma. Poucas horas depois, o Seventeen estabeleceu um recorde como o primeiro grupo idol no país a ocupar simultaneamente as 16 primeiras posições do ranking com todas as músicas de um mesmo álbum.
Além disso, a plataforma Hanteo registrou mais de 2.260.000 cópias vendidas nas primeiras 24 horas. O número não só é o maior de 2025 até o momento, como também coloca “Happy Burstday” entre os dez mais vendidos no dia de estreia em toda a história da plataforma, ranking que já contava com a presença de outros cinco álbuns do Seventeen: FML (2023); Seventeen Heaven (2023); Spill The Feels (2024) e 17 is Right Here (2024). Os dois primeiros citados, respectivamente, ocupam o primeiro e segundo lugar com mais de 3.200.000 cópias vendidas nas primeiras 24 horas de lançamento.

Imagem: Raph_PH
A banda Coldplay cancelou a turnê que faria no Brasil em novembro deste ano, que incluiria cerca de dez apresentações. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o grupo decidiu fazer uma pausa na carreira e, por isso, suspendeu toda a agenda na América do Sul.
No entanto, não houve pronunciamento ou qualquer confirmação oficial até agora. A banda era aguardada para uma apresentação na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA).
Em 2022 a banda passou pelo festival Rock in Rio e em 2023 esteve no Brasil pela última vez para 11 shows. A apresentação na COP30 seria a primeira vez da banda no Pará, algo que Chris Martin, vocalista do grupo, já demonstrava interesse.
No ano de 2021, em uma postagem no X (antigo twitter) sobre ações climáticas, o cantor mencionou o governador do Pará, Helder Barbalho, convidando-o para assistir ao show deles no Global Citizen.
Durante a passagem da banda no Brasil em 2023, os integrantes tiveram um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que o convite para a COP30 foi feito.

De acordo com o colunista, a apresentação em Belém ainda deve acontecer, informação garantida pelo governo paraense. A dúvida que resta é se Chris Martin estará sozinho ou acompanhado pelo grupo.
Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos da história, morreu aos 81 anos nesta sexta-feira (23). A informação foi confirmada em nota pelas redes sociais do projeto ambiental, Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, a ambientalista Lélia Wanick.
A causa da morte foi leucemia grave decorrente de complicações da malária que contraiu na Indonésia, em 2010, quando trabalhava no seu ensaio “Gênesis”.
Nascido em 1944, em Aimorés (MG), formou-se em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Com mestrado pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado pela Universidade de Paris, trabalhava na Organização Internacional do Café (OIC) quando em 1973 deixou o emprego para se dedicar exclusivamente à fotografia, o que até o momento era apenas um hobbie incentivado por sua esposa que, em 1970, o presenteou com a câmera Pentax Spotmatic 2.

Além de percorrer 120 países, ser reconhecido mundialmente, ter livros publicados, documentários e exposições eternizando seus feitos fotográficos, assumiu, com o Instituto Terra, uma autorresponsabilidade ativa abrindo frentes de ação prática para o reflorestamento da Mata Atlântica, educação ambiental e promoção do desenvolvimento sustentável da bacia do Rio Doce.
Suas obras buscam elevar a dignidade humana com um olhar sensível para os povos originários, as raízes da Amazônia e a dura vida dos trabalhadores rurais. Com esse objetivo, registrou diferentes realidades ao redor do mundo com um foco voltado à pobreza, às injustiças e à beleza humana, retratadas em seus ensaios mais reconhecidos nos livros “Trabalhadores” (1993), “Terra” (1997), “Êxodos” (2000), “Gênesis” (2013) e “Amazônia” (2021).

Conhecido pela sua marca registrada com fotos em preto e branco, contou histórias do Brasil e de outros países através dos seus ensaios fotográficos documentais, sendo o mais emblemático deles o da Serra Pelada, a maior mina de ouro a céu aberto do mundo, localizada no leste do Pará. Salgado a visitou em 1986 e capturou com maestria um cenário brutal em termos sociais, ambientais e econômicos.
Em “Trabalhadores”, seu registro histórico mundialmente conhecido, ele retrata trabalhadores industriais e agrícolas oprimidos da América do Sul, buscando reconhecer homens e mulheres em condições precárias de trabalho e má remuneração, na obra é exposta a resistência dessas pessoas contra as probabilidades ao seu redor.

“Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma” o fotógrafo relatou em entrevista ao jornal Zero Hora, no ano de 2014.
Foi membro da Academia de Belas-Artes de Paris, embaixador da Boa Vontade do UNICEF, membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992, recebeu a Medalha do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society (HonFRPS) em 1993, e a Comenda da Ordem do Rio Branco no Brasil.
Sebastião morava em Paris, na França, com sua esposa, com quem teve dois filhos, Juliano e Rodrigo. Juliano Salgado é cineasta e foi codiretor do documentário “O Sal da Terra”, premiado no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, a obra retrata a trajetória de Salgado desde seus primeiros ensaios até “Gênesis”.
Chegou à França com a esposa, no final da década de 1960, como exilado político. Fugindo da repressão imposta pela ditadura militar no Brasil, o casal teve seus passaportes cassados pelo regime. Para permanecer legalmente no país, precisaram recorrer a uma liminar na Justiça. “Nós nos tornamos refugiados aqui na França, e depois imigrantes”, relembrou Salgado em postagem no Instagram, ao falar sobre seus sentimentos em relação à situação de imigrantes refugiados.
Sebastião Salgado construiu um dos mais importantes legados para a história do fotojornalismo e deixa documentada em suas fotografias uma vida de luta através do ativismo humanitário e ambiental.
O C6 Fest 2025, que acontece entre os dias 22 e 25 de maio no Parque Ibirapuera, em São Paulo, chega à sua quarta edição neste ano. O festival busca em sua curadoria, focar na diversidade de estilos e valorizar nomes tanto do cenário nacional, quanto do internacional.
Nesta edição, o evento mantém o mesmo formato: dois dias dedicados ao jazz e a uma programação de shows em palcos tanto ao ar livre quanto em espaços fechados.
Apesar do nome recente, a história do C6 Fest começou há exatos 40 anos, com o famoso Free Jazz Festival, formado pelas irmãs Sylvia e Monique Gardenberg, fundadoras da Dueto Produções. Nos anos 2000 o projeto assumiu o nome de Tim Festival, e ressurgiu em 2023 com apoio da agência C6 Bank.
A curadoria continua ainda sob a supervisão de Monique Gardenberg, que aposta em um formato mais intimista e artístico. O festival se destaca por promover shows baseados no contexto mais artístico do que no entretenimento de massa.
A expectativa para esse ano é de que o público alcance mais de 27 mil visitantes, número superior ao da edição anterior(2024).
Para acomodar melhor as atrações e facilitar a parte técnica, o festival ampliou a programação para quatro dias. Os shows ao ar livre acontecem em diferentes áreas do parque, como a Arena Heineken (em frente ao auditório) e a Tenda Metlife, próxima ao edifício Pacubra.
Entre os nomes internacionais confirmados estão os franceses do Air, que apresentam o icônico “Moon Safari” na íntegra, além da lenda do funk Nile Rodgers acompanhado da banda Chic. O festival também traz Wilco, referência do rock alternativo norte-americano, e os britânicos do Pretenders. Outros destaques incluem o retorno explosivo do Gossip, liderado por Beth Ditto, e o pop de Perfume Genius.
O produtor britânico A.G. Cook, conhecido pelo trabalho com Charli XCX no disco “Brat”, representa a vanguarda da música eletrônica, enquanto o grupo The Last Dinner Party, revelação do art pop britânico, marca presença com um show bastante aguardado.
Completam a seleção internacional nomes como Stephen Sanchez, jovem norte-americano que resgata o charme retrô das baladas dos anos 50, a cantora Cat Burns com seu soul pop intimista, a paquistanesa Arooj Aftab fundindo tradição e jazz contemporâneo, Brian Blade com sua Fellowship Band, a inventiva Meshell Ndegeocello, e o coletivo ganês SuperJazzClub, trazendo uma visão afro-futurista da música urbana.
Já entre os artistas brasileiros, destaca-se o show especial de Seu Jorge, intitulado “Baile à La Baiana”, o pianista Amaro Freitas, um dos maiores nomes do jazz nacional, a cantora Agnes Nunes, com sua nova MPB, o bandolinista Hamilton de Holanda, o multi-instrumentista Mestrinho, além dos DJs Marky e Della Juices, representantes da cena eletrônica nacional.
