Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
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Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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A busca pelo incentivo público no acesso popular ao cinema.
por
Beatriz Lima
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04/06/2024 - 12h

A democratização da cultura é um assunto muito pautado nos debates atuais, principalmente, no âmbito do audiovisual. Esse é um tópico relevante, visto que a cultura do cinema não se trata apenas de lazer, mas de uma manifestação artística repleta de detalhes e motivações por trás. Contudo, a democratização do cinema em si, visa a distribuição e popularização da arte cinematográfica, de forma que todos tenham acesso a esse meio de maneira igual. 

 O cineasta Ralph Friedericks traz, em entrevista, suas visões sobre a temática a partir de suas experiências na área: “A democratização do cinema brasileiro é muito importante. O cinema sempre esteve nas mãos de uma classe privilegiada e, por isso, precisamos que o cinema, espelho da sociedade, tenha obras dos mais diversos pontos de vista e lugares de fala.” 

Além de Cineasta, Ralph também é sócio-proprietário da produtora Matiz Filmes em São Paulo, além de fazer parte da equipe do projeto PONTOS MIS do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, fazendo Oficinas De Cinema para todas as idades. “O distanciamento da população a cultura audiovisual intensifica a segmentação social pois o acesso à cultura (filmes) é a um senso crítico e identitário acaba não acontecendo aumentando assim a diferença cultural das pessoas.”, relata. 

O acesso restrito à uma parcela da sociedade aos espaços de cultura elitiza as artes, principalmente, o audiovisual, que possui locais específicos e muitas vezes dentro de shoppings. Essa forma elitizada de tratar o cinema vem sendo quebrada ao longo dos anos. Com a diminuição de pessoas indo aos cinemas no período pós-pandemia, a empresa ‘Cinemark’ criou a campanha ‘Semana do cinema’, em que a marca propõe uma semana completa em que os ingressos para os filmes em cartaz ficam por R$10,00; com o intuito de aumentar o público e de certa forma, impulsionar o acesso de toda a população ao mundo cinematográfico. 

Em entrevista a jovem Ana Beatriz Pereira, graduanda em cinema e audiovisual pela PUC-Minas, comenta: “Na minha opinião, o valor dos ingressos e a localização é o que mais afasta as pessoas do cinema. A maioria dos cinemas hoje está localizado nos shoppings - lugares que não são de fácil acesso a toda a população. Além disso, esses cinemas que são de rede possuem um valor de ingresso muito alto, isso dificulta a possibilidade ‘das’ pessoas irem ao cinema com frequência.”, a respeito do afastamento da população a arte do audiovisual. 

 

Fachada Cinemark
(Foto: Divulgação) 

Historicamente, os cinemas começaram a ser explorados cada vez mais pelo sistema capitalista nos anos 80, quando os cines de rua foram substituídos pelas grandes redes de cinema localizadas dentro de shoppings, buscando maior lucro pela grande quantidade de pessoas que circulam no espaço fechado. Hoje em dia, poucos cinemas de rua sobrevivem nas metrópoles, como o CineSala, criado em 1959 e localizado, até hoje, em Pinheiros na grande São Paulo. 

O espaço promove a preservação da memória do local e uma facilidade no acesso com preços menores e estação de metrô próxima. Os cinemas de rua, além de acolherem mais a população por seus diferenciais, também favorecem as produções nacionais e independentes. “O cinema de rua alimenta a cultura audiovisual local. É lá que que os filmes nacionais e independentes ganham espaço, já que as redes preferem os mainstream, que é o que dá dinheiro ‘pra’ eles.”, complementa a Ana.

Fachada Cinesala.
Imagem da fachada do ’cinesala’  
(Foto: franparente/cinesala) 

Enquanto existem algumas medidas para que o acesso ao cinema chegue a todos, grandes empresas buscam maneiras de lucrar cada vez mais com a elitização dos espaços, como com a criação do Kinoplex Diamante pela grande rede Kinoplex. Esse cinema de luxo, localizado no Vale Sul Shopping em São José dos Campos no interior de São Paulo, integrado juntamente a um bar e restaurante em seu interior, possui suas salas compostas por cabines, com dois lugares VIP’S cada. A empresa visa trazer experiências únicas para todos nesse espaço, mas os preços dos ingressos são acima de R$90,00; reforçando a ideia da elitização das vivências culturais. 

fachada Kinoplex Diamante.
Imagem da fachada do ‘Kinoplex Diamante’ 
(Foto: Beatriz Lima) 

Em 2001, a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) foi fundada, com principal objetivo fomentar, desenvolver e regular o setor audiovisual em benefício da sociedade brasileira. Com a criação dessa agência pública, o acesso recorrente da população à essa arte continua restrito à certas classes sociais. “Pequenas cidades dificilmente têm acesso a cinemas ou atividades culturais. De modo geral, essas atividades costumam ser localizadas nos grandes centros urbanos e, ainda assim, não são levadas igualmente a toda a população, seja por meio do custo ou localidade.”, reforça. 

 Além disso, a falta de incentivo estatal na divulgação e no acesso ao cinema no Brasil intensifica ainda mais essa problemática, uma vez que a indústria cinematográfica se mantém controlada pelo monopólio privado. Com o cinema nas mãos de uma parcela rica da sociedade, a elitização dessa arte é certeira. Ana Beatriz afirma: “Cinema é uma indústria que precisa de capital para continuar existindo e, para isso, precisa-se de incentivo do governo e da população. Os cinemas de rua vão fechando cada vez mais, a partir do momento em que não se valoriza os filmes locais.”. 

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A rejeição sofrida pela religiosidade da cantora Anitta vai além de uma ocorrência subjetiva, transparecendo nos milhares de casos de intolerância religiosa pelo país
por
Ana Clara Farias
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03/06/2024 - 12h

“Eu sou Longun Edé. O grande príncipe herdeiro da raça dos meus pais! Tenho a sensibilidade e a inteligência de minha mãe e a bravura e a esperteza de meu pai. Caçador e pescador, sou minha própria natureza. Sou o único capaz de reunir todos os mundos. Sou o equilíbrio entre os homens e as mulheres. Sou cultuado nos axés do Brasil.”

Escreveu Anitta, homenageando o orixá em sua postagem do Instagram que anunciava seu novo clipe musical “Aceita”, no qual ela abrange temas de sua religião afro-brasileira, o Candomblé. Após a divulgação, a cantora perdeu mais de 200 mil seguidores na rede social. Essa não seria a primeira vez que ela mencionou a sua religião para o público, mas foi o primeiro trabalho em que ela a retrata abertamente na música. 

Essa reprovação sofrida pela artista reflete à intolerância religiosa propagada no Brasil, um país majoritariamente cristão, que historicamente repele culturas de origens que não são brancas. Durante o período escravagista, os escravos cultuavam suas religiões e entidades africanas, que eram vistas como bruxaria pelo povo católico, de origem europeia. Entre as religiões originadas na África, estava o Candomblé. Vanderlei Aurora, que é parte do Candomblé há 12 anos, conheceu a religião por meio de uma amiga que o levou para conhecer um terreiro. Ao ser questionado sobre intolerância e preconceito, ele afirma que já ouviu falas discriminatórias a respeito do uso de roupas brancas: “As pessoas olham e falam ‘Olha lá os macumbeiros’” e relata, também os olhares tortos que recebe das pessoas na rua. 

Sua prática do Candomblé é a conhecida como “Jeje”. Ele afirma que existem tipos diferentes de manifestar essa religião, a qual são organizados os terreiros com frequência quando há festas. A religião ainda é confundida com a umbanda por leigos por se assemelharem na origem africana e ambas terem orixás e, ao ser questionado sobre as diferenças, Vanderlei enfatiza que, enquanto a umbanda foi desenvolvida no Brasil, o Candomblé veio direto da África.  

Mulheres de costas abraçadas
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Como alguém que sempre foi alvo de críticas desde o começo de sua carreira, após perder parte dos seguidores, Anitta afirmou em seu perfil do Instagram que não recebe as críticas com negatividade: “Eu não acredito no céu e no inferno, não acredito no diabo... acredito que todos nós temos o poder de manifestar em nós o divino e a diabólico. Quando recebo mensagens de repúdio e intolerância religiosa, não sinto energia divina sendo emanada em minha direção, sinto a energia contrária. Eu tenho fé, não tenho medo.”

Três mulheres vestidas de branco
Foto: Instagram@anitta

 

De acordo com a pesquisa Datafolha de janeiro de 2020, 50% dos brasileiros são católicos e 31% são evangélicos, enquanto 2% da população segue religiões afro-brasileiras, tais como a Umbanda e o Candomblé. As denúncias de intolerância religiosa vêm aumentando desde o ano de 2021, apesar da prática ser proibida por Lei. A maioria desses casos são direcionados a religiosos de origem africana, enfatizando a relação entre intolerância e racismo religioso. As manifestações de intolerância ocorrem desde piadas preconceituosas até atos de violência e vandalismo contra os terreiros e os praticantes. Além dos ataques sofridos pelos negros por seus cultos, o preconceito também é direcionado a religiões islâmicas, que ainda são alvos de muita crítica e desinformação sobre as práticas religiosas. 

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De exposições a coreografias, a cidade oferece lazer com ou sem romantismo
por
Maria Eduarda Camargo
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03/06/2024 - 12h

A chegada de junho vem sempre acompanhada do romântico dia dos Namorados, na quarta-feira, 12, e das celebrações juninas. Entretanto, aos que desejam se aventurar pelo lazer paulistano não é necessário uma companhia para curtir as diversas opções musicais, teatrais, gastronômicas e artísticas que a cidade oferece.

 

Horizonte+, Piedad e Salvaje

Dividido em dois tempos, o espetáculo de coreografia de criação da cubana Judith Sanchéz Ruíz, Piedad e Salvaje, estreia logo após a sessão de Horizonte+, uma remontagem coreográfica realizada pelo Balé da cidade de São Paulo, com direção artística de Alejandro Ahmed. Inspirada na incorporação de práticas corporais asiáticas e na composição humana de comunidade, ativismo, ela entra pela primeira vez no Theatro Municipal de São Paulo no mês de junho.

Balé cidade de São Paulo
Parte da coreografia de Piedad e Salvaje, montada e dirigida por Judith Sanchéz Ruíz para o Theatro Municipal. Foto: Acervo Theatro Municipal

Quando: 7 a 15 de junho

Onde: Theatro Municipal de São Paulo (Praça Ramos de Azevedo, s/n, República, São Paulo, SP)

Ingressos: R$ 12 a R$ 87

Os ingressos podem ser adquiridos pela bilheteria online aqui

 

Estranhos Seres Nebulosos e Ilusórios

O Vão da Praça das Artes exibirá uma interpretação da série de fotografias Escultura do Inconsciente, do fotógrafo Tatewaki Nio, com a Companhia de Artesãos. A apresentação faz parte da 35ª edição do Programa Municipal de Fomento à Arte de São Paulo, e incorporará um diálogo entre a dança e os ideais de demolição, implosão, desconstrução, ocupação, despejo e deslocamento.

Quando: 13 e 15 de maio

Onde: Praça das Artes (Av. São João, 281 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo, SP)

Ingressos: Entrada franca
 

O amor está nas pequenas coisas

A escritora, animadora e ilustradora sul-coreana Puuung leva a exposição de desenhos e ilustrações O amor está nas pequenas coisas para o Centro Cultural Coreano, em seu décimo ano de carreira. O horário de funcionamento será estendido durante o Dia dos Namorados.

Ilustração Puuung
Ilustração da mostra 'O amor está nas pequenas coisas', de Puuung. Foto: Centro Cultural Coreano/Puuung 

Quando: 2 de junho a 1º de setembro

Onde: Centro Cultural Coreano do Brasil (Av. Paulista, 460. Térreo. Bela Vista, São Paulo, SP)

Horário de funcionamento: terça-feira a sábado, das 10h30 às 18h e domingo das 11h30 às 16h30. No dia dos namorados (12/06), a exposição ficará aberta até 22h

Ingressos: Entrada franca

 

São Paulo Coffee Festival

O festival do café chega a São Paulo no Ibirapuera com degustações de safras especiais, além de palestras e cursos para os amantes da arte do café. O evento também conta com comidas e com produtos culinários que movimentam o mercado gastronômico.

Quando: 21 a 23 de junho

Onde: Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana - São Paulo, SP)

Ingressos: R$ 30

 

Hermeto Pascoal e grupo

O músico Hermeto Pascoal tocará seu álbum em homenagem a Ilza, esposa que partiu já 24 anos, com 198 partituras próprias dedicadas a ela, compostas entre 1999 e 2000.

Hermeto Pascoal
Musicista Hermeto Pascoal toca no SESC Vila Mariana em junho. Foto: Gabriel Quintão

Quando: 21 a 23 de junho

Onde: SESC Vila Mariana, Teatro Antunes Filho (R. Pelotas, 141 - Vila Mariana, São Paulo, SP)

Ingressos: R$ 18 a R$ 60

São João de Nóis Tudim

Organizada pelo Centro de Tradições Nordestinas, a 8ª edição da festa de São João traz atrações juninas, como shows e apresentações de quadrilhas e de música ao vivo, brincadeiras típicas do evento e cerca de 25 expositores e quiosques relacionados à gastronomia e ao artesanato local. Veja a programação completa do evento aqui.

Festa Junina CTN
Festa junina do Centro de Tradições Nordestinas, em 2019. Foto: Centro de Tradições Nordestinas

Quando: 1 a 30 de junho

Horário de funcionamento: sextas-feiras das 15h às 23h; aos sábados das 11h às 04h; aos domingos das 11h às 22h

Onde: Centro de Tradições Nordestinas (Rua Jacofer, 615, Limão, São Paulo, Sp)

Ingressos: Entrada franca

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No meio da avenida mais movimentada do país, há arte e cultura espalhadas pela avenida Paulista
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02/06/2024 - 12h

Todo domingo na Avenida Paulista, o destino mais comum para aqueles que querem espairecer do caos do dia a dia paulistano, podemos desfrutar de diversas culturas e entretenimentos. Espalhados pelas ruas ou calçadas, encontramos "gente que faz trabalho de gente". Pessoas que colocam seu dom, seja vocal, corporal ou manual, em exposição à céu aberto e nos dá a honra de prestigiar.

 

Av. Paulista
Dia de domingo na Avenida Paulista, São Paulo | Foto: Beatriz Alencar


As ruas que diariamente são cheias de carros, ônibus, trânsito e fumaça, dão mais cor aos diversos tipos de cultura. Em meio a tantas barracas, encontramos a de Vitor Amra. Ele vende placas pirografadas e além disso, também é tatuador. A arte da pirografia, basicamente é um modo de desenho sob uma madeira, que utiliza uma ponta de metal aquecido para gravar a peça. Para saber mais um pouco desse processo e de como é trabalhar na avenida mais movimentada do país, acesse o vídeo abaixo. "É o trabalho e um pouquinho de festa ao mesmo tempo", de acordo com o Vitor. Venha conferir nesta cobertura no Instagram! 

 

 

 

As pinturas surrealistas do artista finalmente podem ser admiradas pelos fãs brasileiros
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
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02/06/2024 - 12h

A exposição, Francis Bacon: a beleza da carne, traz pela primeira vez ao Brasil as obras do pintor irlandês. A mostra individual teve início em março e vai ficar disponível até agosto deste ano. Ela contou com a curadoria de Adriano Pedrosa, Laura Cosendey e Isabela Ferreira Loures. Localizada no primeiro andar do icônico prédio do MASP, 23 pinturas junto a fotografias e citações do artista compõem a exposição espalhada por cinco salas. 

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Visão da exibição. Foto: Isabelli Albuquerque

“Francis Bacon é uma grande inspiração para o meu trabalho", relata o diretor Anderson Bosh, que conheceu o trabalho do pintor durante a faculdade de Belas Artes e se inspirou em dos quadros de Bacon para a criação de sua peça Poesias do Ar Cênico. “Eu vim conferir de perto, uma vez que eu só conhecia através de vídeos, eu nunca tive a oportunidade de ter Francis Bacon assim tátil a tátil, corpo a corpo, sempre foi através de revistas, através de livros, através de filmes, mas não aqui, corpo a corpo, então eu vim de verdade, fechar um ciclo”, diz Bosh. Logo na primeira sala, as falas de Bacon que originaram o nome da exposição estão impressas na parede. Ditas em uma entrevista ao crítico de arte David Sylvester, em 1966, mostram a admiração do pintor pela beleza das peças de carne encontradas em açougues. Nos quadros é possível encontrar as figuras masculinas características de Bacon, que muitas vezes possuem traços parecidos com os de seus parceiros, Peter Lacy e George Dyer. A exibição foca no teor queer do trabalho do artista, embora esse seja um tema recorrente ao se falar de Francis Bacon, é a primeira vez que é o tema central de uma exposição sobre o pintor.

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Man in Blue I (Homem em azul I), 1954. Foto: Vitória Nascimento

A mostra faz parte da programação anual do MASP que esse ano tem como tema as Histórias da Diversidade LGBTQIA+. “O Masp se define como um museu diverso, inclusivo e plural, e isso reflete na programação”, relatou o diretor artístico Adriano Pedrosa para Veja São Paulo. “É uma figura importante por causa do seu trabalho extraordinário em pintura e também porque dá visibilidade à questão da homoafetividade desde os anos 60” explicou Pedrosa sobre a escolha de Francis Bacon para o acervo. Além de Bacon, a programação conta com nomes como o coletivo Gran Fury e os artistas nacionais, Mário de Andrade e Leonilson.

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Citação do artista na sala 3. Foto: Vitória Nascimento

“Eu não sou de São Paulo então toda vez que venho, procuro o MASP para me atualizar, ver quais são as novidades que tem no museu, quais são os artistas”. Comenta Mar Prado, que diz que achou a mostra interessante, mas confessa que sente falta de trabalhos femininos sendo expostos também. “É um espaço que é muito patriarcal ainda. Eu sinto uma necessidade muito grande de ver obras de artistas femininas", afirma Prado.

"Na última vez que eu vim, a maioria das exposições eram de artistas homens. Então eu sinto falta dessa energia feminina ocupando os espaços de arte.” O desabafo de Prado se conecta com dados de 2022, que mostram que apenas 21,5% das obras apresentadas no museu eram feitas por mulheres, naquele ano foi possível encontrar obras de 1.420 artistas homens no MASP, enquanto apenas 391 artistas mulheres conseguiam ter seus trabalhos expostos em um dos maiores museus do país. 

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Obra do acervo em transformação do MASP. Foto: Vitória Nascimento

 

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