Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
por
KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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O festival aconteceu no Allianz Parque, nos dias 19 e 20 de outubro
por
Juliana Mello
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06/11/2024 - 12h

 

Após dois anos de preparação e um adiamento, a segunda edição do Knotfest Brasil abriu suas portas para dois dias de shows. O festival é idealizado pelo Slipknot e reuniu, nos dias 19 e 20 de outubro, uma multidão de mais de 60 mil pessoas no Allianz Parque, em São Paulo.
 
Bandas como Ratos de Porão, Black Pantera, BabyMetal, P.O.D e Bad Omens também tocaram no evento. O festival teve dois palcos: o KnotStage, maior e dedicado às atrações principais, e o Maggot Stage, voltado para as bandas nacionais. As apresentações começaram com pontualidade.
 
No primeiro dia, algumas bandas brasileiras tiveram problemas técnicos, como falta de som e de luz no palco. João Gordo, vocalista do Ratos de Porão, reclamou no microfone para a produção sobre a situação, mas tocaram normalmente em seguida.
 
O Slipknot tocou nos dois dias do festival com setlists diferentes. No sábado (19), fizeram um repertório só de hits de sua carreira. Entre as músicas escolhidas, estavam “Wait and Bleed”, “Eyeless”, “Duality”, “Psychosocial”, e “Before I Forget”.

Foi a primeira vez que Eloy Casagrande, novo baterista do grupo, tocou com em solo brasileiro: aclamado do início ao fim por um coro de um estádio enlouquecido. O musicista é conhecido por seu trabalho no Sepultura, e completa a equipe do Slipknot desde abril de 2024.

Eloy Casagrande durante apresentação com o Slipknot. Foto: Reprodução/Anderson Carvalho/89FM

Já no domingo (20), os integrantes transportaram o Allianz diretamente para 1999. Em comemoração aos 25 anos de seu álbum de estreia, “Slipknot”, a banda tocou apenas as músicas do álbum. Corey Taylor, vocalista, disse, durante o show: “Quero que vocês se sintam em 1999”. Músicas como “Spit it Out”, “Liberate” e “(sic)” tiveram sua versão em solo brasileiro.


 Corey Taylor - foto: Anderson Carvalho - 89FM


No fechamento da última noite, Corey demonstrou carinho aos fãs brasileiros quando beijou a bandeira do país com o símbolo do Slipknot. Ele declarou que o Brasil é um presente para a banda.

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Dj e etnomusicólogo, Felipe Maia comenta sobre o sucesso de “Brat” e do gênero
por
Nicole Conchon
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06/11/2024 - 12h
Primeiro show da turnê BRAT. Reprodução: Henry Redcliffe
Primeiro show da turnê BRAT na Inglaterra. Reprodução:Henry Redcliffe

 

 

O dicionário inglês Collins anunciou na última sexta-feira (28) que a palavra do ano é “brat”. O termo em tradução livre, significa “pirralho” ou “mimada” e foi usado pela cantora britânica Charli XCX em seu último álbum, reafirmando sua contribuição na música e volta do gênero hyperpop

Dúvidas sobre maternidade, consumo de drogas, inseguranças, autoestima, garotas malvadas, festas frenéticas, mensagens de texto e redes sociais: essa é a pista de dança na cor verde que Charli XCX lançou em seu oitavo disco de estúdio. A chamada “Era Brat” trouxe um retorno da estética “party girl” de Lady Gaga, e marca um ponto chave para o hyperpop, tipo musical caracterizado pela extravagância e abordagem maximalista da música pop

A cor verde que estampa o álbum esteve presente nas mais variadas críticas da indústria da música, memes, sites, trends e até no meio político, como na campanha de Kamala Harris, nos Estados Unidos, e na de Guilherme Boulos, que concorreu para prefeito de São Paulo. O título "Brat" se destaca por sua abordagem experimental e impacto significativo na cultura pop.

A cantora e DJ Charlotte, cujo nome artístico é Charli XCX, se propõe a trazer uma alternativa para o pop, moldada a partir de uma perspectiva britânica voltada à cultura clubber e à música eletrônica feita por sintetizadores. É nesse submundo britânico que o álbum abraça um pop "frenético" e plástico, nomeado hyperpop.

E isso só foi possível porque Charli ousou em trazer produtores que aceitaram o desafio experimental, o que acabou se tornando um dos principais e mais influentes discos do ano de 2024. Nessa era de avanços tecnológicos cada vez mais presentes na indústria da música, "a cultura digital não vira só uma ferramenta, mas também um arcabouço estético e discursivo", explica o DJ e etnomusicólogo, Felipe Maia, para a AGEMT.

Com timbres constantes e uma estética festiva, o hyperpop nunca de fato parou, mas voltou com tudo após o lançamento do álbum.“O hyperpop talvez nunca tenha saído de moda ao longo dos anos desde que se configurou. Ele foi se transformando em uma linguagem, vai ser explorado ora como um gênero, ora como referencial", completa ele.

Felipe conta que entrevistou Charli em seu primeiro show no Brasil, em meados de 2012. A música "I Don´t Care" havia completado poucos meses de lançamento, uma composição da artista que ficou conhecida pelas vozes da dupla Icona Pop. 

Após ser questionada por Felipe sobre o sucesso da música que ganhou os charts da Billboard em outra interpretação, ela respondeu que não se importava: "Eu gosto dessa música assim. Eu gosto de escrever, eu gosto de gravar". 

"Nessa época ela já destoava muito de seus pares, como uma grande compositora e que tinha sacado isso na geração dela", ele conclui.  

Em de carreira, Charli XCX construiu sua imagem como uma diva pop não convencional, mas frenética, irônica e misteriosa. Junto de seus amigos e também de artistas como Sophie e Danny Harle, a DJ se colocou  sempre como uma figura que desafia as normas esperadas das cantoras pop. 

 

Capa do álbum de Charli XCX. Reprodução: Spotify
Capa do disco de Charli XCX. Reprodução: Spotify 

 

Com sua cor verde e letras simples, o disco se tornou um fenômeno pop evidente. "Brat" é um disco que percorre caminhos diversos, mas também subjetivos e particulares de uma mulher cansada, um pouco esquecida pela indústria da música, mas que ainda está na capa da Vogue, fazendo a pista de dança tremer. 

A artista faz esse elo entre o pop e a cultura cluubber que cria um movimento "disruptivo" e de grande sucesso, e que influenciou de forma irreversível a forma de fazer música, com outros lançamentos como as participações especiais do próprio e em outros artistas que se voltaram para o gênero. 

"Brat" é uma marca, não só musical, mas também estética. A cor verde neon, que agora recebe o nome de “verde brat”, se torna também parte da comunicação global. Muito mais do que um adjetivo, “brat” agora é parte da cultura pop internacional.  

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Caçadas Arriscadas e o passado Secreto de JJ, marcam a primeira parte da temporada
por
Annanda Deusdará
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06/11/2024 - 12h

A primeira parte da quarta temporada de Outer Banks chegou à Netflix no dia 10 de outubro de 2024, com cinco episódios. A série trata sobre um grupo de adolescentes que vivem em uma ilha e se tornam caçadores de tesouros perdidos, como El Dorado e Barba Negra. Além da ação, a trama também valoriza a amizade entre os personagens e os conflitos naturais da idade, como se apaixonar e relações conturbadas com os pais.

A última temporada acaba com os pogues voltando para Outer Banks, depois dos acontecimentos com o ouro encontrado na cidade de El Dorado, sendo celebrados pelo prefeito. Após isso, aparece um novo personagem que pede ajuda dos personagens para fazer uma investigação a partir do diário de bordo do Barba Negra, a música fica um pouco mais alta e os créditos sobem.

 

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A uma semana do lançamento da segunda parte da 4 temporada, Outer Banks segue no top 10 - Foto: Reprodução/Netflix 

Na 4° temporada, a história volta 18 meses antes do encontro com Wes Genrette. O grupo volta à cidade após encontrar um pacote de ouro, que equivale aproximadamente a 1 milhão e 770 mil dólares e fazem aquisições para levarem uma vida normal enquanto administram uma loja de pesca, surfe e passeios de barco, que apelidaram de Poguelândia 2.0, mas acabam sendo envolvidos em novos problemas e mais aventuras: uma tempestade queima os fusíveis, o que põe em risco a principal fonte de renda. 

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Poguelândia 2.0, grupo posando em frente à loja de surfe - Foto: Reprodução/Netflix

 

Em uma tentativa desesperada, JJ decide apostar o pouco ouro que sobrou nele mesmo em uma corrida de motos, Rafe faz de tudo para atrapalhar e eles perdem o dinheiro (US$ 20 mil). Sem reserva, eles precisam pagar US$ 13 mil de impostos em sete dias. Nesse meio tempo o jornal local escreve sobre o grupo, o que os leva a ser premiados pela prefeitura e a história retorna ao mesmo lugar em que termina a temporada anterior.

No segundo episódio, o objetivo da nova busca se esclarece, um amuleto que seria capaz de quebrar a maldição que assombra a família Genrette há 300 anos, causando mortes violentas aos descendentes que assinaram o Barba Negra, incluindo a filha de Wes (Larissa), este que está disposto a pagar 50 mil mais as despesas e 5 mil adiantado pelo trabalho. 

Sem ter para onde correr eles aceitam, apesar do desafio de ir até um navio a 30 m de profundidade, sem coordenadas precisas e localizado na área da guarda costeira. Em meio a tudo isso a situação deles piora, o zoneamento da Poguelândia 2.0 irá mudar, o que vai exigir mais dinheiro para manterem o lugar.

A busca pelo amuleto se torna cada vez mais urgente e eles se organizam para realizar de noite. Kiara e JJ mergulham no navio do Barba Negra, no entanto eles não eram os únicos atrás do artefato, outro mergulhador os encontra e tenta matá-los. Embora eles tenham recuperado o amuleto, ambos sofrem de mal de descompressão e precisam ir para o hospital. 

Enquanto isso, os outros vão até a Ilha Golf (casa do Wes) e ao chegarem lá encontram o Xerife Shoup,descobrindo que o Sr. Genrette foi morto na noite da busca e agora eles se tornam suspeitos do assassinato.

No hospital, JJ e Kiara encontram o homem que tentou matá-los na noite anterior, desesperados eles fogem do local e roubam a ficha médica para tentar encontrá-lo. Enquanto isso, Sarah e John B se esforçam para descobrir o que está escrito no amuleto e que pistas ele contém. Cleo é sequestrada pelo corsário que estava atrás do tesouro, ação bem criticada pelos fãs que alegam um enfraquecimento da personagem.Pela primeira vez é retratado o passado de Sofia, personagem que ingressou na terceira temporada e agora recebeu um foco maior.

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Sofia (Fiona Palomo),ouvindo o Rafe dizer para os amigos que não assumiria ela - Foto: Reprodução/Netflix

No quarto episódio vemos o retorno do Terrance, que está trabalhando para o grupo adversário dos pogues, entretanto o personagem faz todo o possível para manter Cleo viva, a qual ele considera como filha. Alheios a tudo, o grupo vai surfar na praia e entra em conflito com os Kooks, enquanto Pope tenta decifrar o enigma presente no artefato achado no navio. Feita de refém e ameaçada de morte, Cleo é obrigada a entregar o amuleto para os bandidos, mas a tensão aumenta quando ela percebe que o objeto não está na casa, para tentar salvá-la,Terrence luta com o bandido e acaba morto.

Seguindo a tradição, o último episódio (até dia 7) apresenta 1h de duração, vinte minutos a mais que os anteriores. De forma inconveniente, Shoupe chega na residência dos personagens atrás de JJ, devido a um vídeo em que ele aparece ameaçando os Kooks. O problema é que eles têm um corpo no meio da sala, o que os leva a tomar uma decisão urgente: ou contar a verdade ou se livrar das provas.

Devido ao histórico deles com o Xerife, os personagens optam pela segunda opção. Com o problema financeiro ainda em pauta, o grupo decide ir para Charleston para achar o tesouro escondido por Barba Negra e quitar suas dívidas. Após receber uma carta escrita por Wes antes de morrer, JJ fica para trás para procurar seu pai e esclarecer algumas questões, o que acaba entregando um dos maiores plot twists da série: JJ não é um Maybank e sua mãe biológica é a Larissa Genrette, o que o transforma em um Kook (elite de Outer Banks), grupo de pessoas que ele sempre criticou.

Em Charleston, Sara e Pope passam por apuros na procura do tesouro, ao ficarem presos em uma tumba, Cleo reencontra o responsável pela morte de Terrance e tenta matá-lo, porém ela quase é morta e John B o segue para terminar o trabalho da amiga. Quando o personagem mira no assassino de Terrance, a lembrança de seu pai vem à tona, e o público observa John B lutando para não se tornar o próprio pai. 

O uso de filtros na série e a construção dos personagens são fatores de destaque. Apesar de acontecer nas outras temporadas, nessa todas as cenas noturnas externas são extremamente azuis e as internas não sofrem alterações. Outro ponto importante, foi o início do arco de redenção de Rafe Cameron, com mais de uma cena dele afirmando que pretende fazer as pazes com sua irmã (Sarah Cameron) e discordando de atitudes de alguns Kooks, além de que, no trailer da segunda parte - que será lançada em breve -, o personagem aparece junto com os Pogues

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JJ Maybank (Rudy Pankow), em uma cena externa a noite - Foto: Reprodução/Netflix

Alguns personagens ainda não retornaram nessa temporada e isso foi notado pelos fãs, entre eles estão a Wise Cameron, Rose Cameron (só aparece a sua voz mas não a atriz) e o Barry (que é citado por JJ).

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Tweets sobre a ausência do personagem Barry - Foto: Reprodução/Twitter

Agora, os fãs aguardam a segunda parte da temporada, que será lançada no dia 7 de novembro, às 4h da manhã no Brasil. Com mais cinco episódios, a temporada será concluída com um total de 10 capítulos.

A banda teve sua última passagem pelo Brasil em 2009 e agora retorna para celebrar sua volta aos palcos
por
Beatriz Vasconcelos
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06/11/2024 - 12h

Após semanas de suspense e expectativa entre os fãs, o Oasis anunciou nesta terça-feira (5) que retornará ao Brasil como parte de sua turnê de reunião em 2025. A banda britânica se apresentará em São Paulo nos dias 22 e 23 de novembro de 2025, no estádio MorumBIS. Os ingressos estarão disponíveis a partir de 13 de novembro deste ano, às 10h, pelo site da Ticketmaster.

Espera-se uma alta demanda, considerando que esta será a primeira passagem do Oasis pelo Brasil depois de 16 anos. O retorno da banda, após um longo período de separação, tem movimentado fãs do rock britânico em todo o mundo, que aguardam ansiosos pela oportunidade única de reviver ao vivo clássicos como “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger” .

Antes do anúncio oficial, o Oasis já havia deixado pistas estratégicas sobre sua passagem pelo Brasil e outras cidades da América Latina. Na segunda-feira (4), a movimentada Estação da Sé, localizada no centro de São Paulo, foi palco de uma ação promocional que deixou os fãs em alerta. A estação exibiu imagens e frases enigmáticas ligadas à banda, insinuando a possibilidade de shows no país.

A mesma ação foi replicada em Buenos Aires, na Argentina, e em Santiago, no Chile, confirmando que essas cidades também farão parte da aguardada turnê sul-americana. Além disso, nas redes sociais oficiais da banda foram postados vídeos que mostravam os inúmeros pedidos dos fãs para a banda vir ao Brasil, insinuando que novas datas da turnê seriam anunciadas.

 

 

Após 15 anos Oasis retorna aos palcos

O retorno do Oasis aos palcos marca um dos reencontros mais esperados da história do rock moderno. Em agosto deste ano, a banda, formada pelos irmãos Liam e Noel Gallagher, anunciou que faria uma turnê especial para celebrar os 30 anos do álbum “What’s the Story (Morning Glory)”, lançado em 1995 e considerado uma das maiores influências do britpop. O anúncio veio através das redes sociais, com a frase “É isso, está acontecendo!”, que rapidamente se espalhou pela internet, gerando uma onda de euforia e nostalgia entre fãs de diferentes gerações.

A turnê, intitulada “Oasis Live ’25”, terá início em 4 de julho em Cardiff, no País de Gales, e incluirá uma série de quatro shows em Manchester, cidade natal dos Gallagher. O grupo também fará quatro apresentações no icônico estádio de Wembley, em Londres, além de shows em Edimburgo e Dublin.A turnê inclui, ainda, apresentações em outros continentes, como América do Norte e Oceania, antes de chegar à América Latina.

Esse retorno aos palcos ocorre em um momento simbólico, 15 anos após a separação da banda, que em 2009 se desfez em meio a conflitos entre os irmãos Gallagher. Na época, Noel afirmou publicamente que não conseguia mais trabalhar ao lado de Liam, um rompimento que parecia definitivo e que foi marcado por troca de farpas em entrevistas e nas mídias sociais. Essa reconciliação para a turnê de 2025 trouxe surpresa para  muitos fãs, especialmente considerando declarações anteriores de Noel, que havia descartado a possibilidade de uma reunião.

A última passagem do Oasis pelo Brasil e o fim de uma era

A última passagem da banda no Brasil aconteceu  durante a turnê do álbum “Dig Out Your Soul”. Na ocasião, os irmãos Liam e Noel estavam acompanhados pelo baixista Andy Bell e o guitarrista Gem Archer, que também faziam parte da formação final da banda.

A turnê incluiu quatro apresentações no país: a primeira no Rio de Janeiro, que foi transmitida ao vivo pelo canal pago Multishow, seguida de shows em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Os fãs brasileiros compareceram em peso e puderam assistir à performance ao vivo de grandes canções da banda, que já acumulava hits e uma sólida base de seguidores no país.

O rompimento definitivo do grupo ocorreu em Paris, durante o festival “Rock en Seine”, quando uma discussão nos bastidores levou Noel a decidir abandonar o grupo. Com isso, o show foi cancelado de última hora, deixando fãs decepcionados e encerrando uma era do britpop.

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Relançado em 2024, o filme-concerto ofereceu aos fãs a oportunidade de reviver o auge da banda Talking Heads
por
Rafaela Eid
Nicole Conchon
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04/11/2024 - 12h

“Stop Making Sense”, o filme-concerto da banda Talking Heads, de 1984, é considerado um dos maiores registros musicais da história. Neste ano, quatro décadas após seu lançamento original, o longa voltou às salas de cinema. Foi restaurado em 4K pela produtora A24 e relançado no Brasil pela O2 Play, oferecendo aos fãs a oportunidade de reviver o auge da banda com qualidade cinematográfica aprimorada.

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Pôster do filme original de 1984. Reprodução: Arquivos Adelle Lutz.

Dirigido por Jonathan Demme, que mais tarde assinaria clássicos como “O Silêncio dos Inocentes” e “Filadélfia”, Stop Making Sense foi filmado em dezembro de 1983, no Pantages Theater, em Hollywood, e lançado em 1984. 

A obra captura a energia da banda nova-iorquina, em turnê de divulgação do álbum “Speaking in Tongues”. O filme apresenta o quarteto formado pelo vocalista David Byrne, Tina Weymouth, Chris Frantz e Jerry Harrison, além de artistas convidados como Bernie Worrell e Edna Holt, performando sucessos que definiram os anos 1980, como “Psycho Killer,” “Take Me to the River” e “Once in a Lifetime”.

O que faz Stop Making Sense ser do cinema? 

Existem diversos fatores que contribuem para a obra ser considerada cinematográfica, e isso se dá principalmente aos jogos e ângulos de câmera e a edição das imagens, passando pela preocupação de focar apenas no palco, construindo uma perspectiva única. 

O maior diferencial se dá pela ideia do diretor, que já era cineasta na época, de situar o espectador para o palco, revelando o que acontecerá gradativamente. Ele introduz os outros membros em uma sequência pensada, como se fosse parte da narrativa. A cada música, um novo integrante aparece e, assim, se desenvolve um cenário diferente a cada cena. 

Em entrevista para a Time Magazine, quando a obra fez 30 anos, Demme revelou que sua decisão de filmar os Talking Heads nasceu após assistir a uma apresentação deles no Hollywood Bowl. “O show foi como ver um filme que estava esperando para ser filmado”, declarou. 

Segundo Byrne, Demme enxergava no palco elementos que os próprios membros da banda ainda não haviam notado. “Ele observou a interação das pessoas no palco, que funcionava como se todos tivessem a mesma importância em cena, se víssemos como um roteiro de cinema. Ele também percebeu que, para trazer o espectador para essa percepção, o filme não teria entrevistas ou imagens do público até quase o final”, explicou Byrne para a Time.

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Talking Heads durante performance da música "This Must Be the Place (Naive Melody)". Reprodução: NPR Pins.

40 anos depois, ainda é impactante

Em 2021, “Stop Making Sense” foi adicionado ao Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em reconhecimento à sua importância cultural e histórica. Um marco importante, anterior a esse, aconteceu em 1985, quando, um ano após seu lançamento, a obra levou o prêmio de Melhor Documentário da National Society of Film Critics.

Em 2024, em seu relançamento, a A24 tem a mesma intenção de trazer a vibração sentida por quem assistiu os shows em 1984, tendo a experiência completa através  de uma produção cinematográfica de qualidade, que transporta os telespectadores diretamente ao Hollywood Pantages Theatre, ação que somente o cinema é capaz de fazer e ser, de fato, a máquina do tempo possível para a humanidade. 

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