Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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O grupo de super-heróis, expondo assuntos como genocídio e preconceito, é elevado a outro patamar
por
Matheus Henrique
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14/06/2024 - 12h

A Marvel, após enfrentar recepções mornas em longas como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) e As Marvels (2023), e experimentar séries igualmente rejeitadas pelo público e crítica, como Invasão Secreta (2023) e She-Hulk (2022) conseguiu oferecer em X-Men '97 uma visão madura e consciente da sociedade, redimindo-se de suas últimas produções frequentemente criticadas pelo tom infantil e despolitizado.

A história se inicia um ano após o fim da quinta temporada da série clássica dos anos 90, na qual Charles Xavier supostamente morreu devido a um atentado de Henry Peter Gyrich, um dos vilões clássicos da série. Simultaneamente, o grupo ainda lida com extremistas que visam o extermínio da raça mutante. O ódio anti-mutante adquire aqui um pano de fundo político, simbolizando a aversão a qualquer minoria. Com a quase morte de Xavier, Scott Summers, o Ciclope, assume a liderança da equipe, que posteriormente é transferida para Erik Magnus Lehnsherr, o Magneto.

A repulsa, que também é o principal fio condutor da série, se demonstra nessa sociedade fictícia como algo brutal, em que visões de mundo, mesmo desejando o melhor para sua espécie, se chocam, convidando o público a tomar um lado. Em um polo, temos a ideologia de Magneto, que aposta na segregação de sua espécie mutante para cessar o ódio contra eles, enquanto Xavier, pacifista, idealizava a coexistência da raça evoluída com os seres humanos. Magneto, ao ser posto como líder do grupo, tenta assumir uma postura próxima à de Xavier, mesmo sendo recebido com desconfiança por líderes mundiais e pelos próprios X-Men.

No quinto episódio da temporada, intitulado "Lembre-se Disso", ocorre o genocídio mutante em Genosha, um evento devastador que resultou na morte de Gambit, um dos X-Men, e de milhares de outras vítimas. Genosha, originalmente apresentada na série clássica dos anos 90 como uma base para trabalho escravo, foi reinterpretada em X-Men '97 como uma criação de Magneto, destinada a ser um lar acolhedor para milhares de mutantes de diversas origens e habilidades.

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Vampira chora abraçada ao corpo de Gambit, que morreu após o massacre - Fonte: Disney

Além disso, os vilões da série também contribuem para a alegoria explorada. Bastion é retratado como o responsável pelo massacre de mutantes, incluindo crianças, que ocorreu com o aval da ONU. Paralelamente, há a presença de um lunático eugenista, cujo discurso se assemelha ao do nazismo, personificado na figura do Dr. Sinistro. Esses elementos reforçam a temática complexa da série e instiga os espectadores a refletirem sobre questões étnicas.

A animação faz questão de apresentar os problemas que essa sociedade enfrenta, desde um médico que se recusa a realizar um parto mutante por aversão a raça, até uma comunidade conservadora que rejeita a inclusão dos mutantes na sociedade, com medo de perder seus empregos, já que eles são vistos como superiores devido aos seus poderes, e representam uma ameaça ao estado de bem-estar dessa população, numa clara metáfora à xenofobia estadunidense. Este é um dos maiores acertos da Marvel, que nesta produção não teme criticar temas como conservadorismo e reacionarismo.

Personagens como Tempestade, que perde seus poderes no início da temporada e parte em uma jornada de autodescoberta, ou Madelyne Pryor, que reflete preocupações com o preconceito que sua prole mutante enfrentaria, simbolizam, respectivamente, questões ligadas à negritude, ao feminismo e à maternidade. Aqui, os X-Men são pensados não apenas como um coletivo, mas também através de histórias individuais, com suas nuances.

A primeira temporada da saga está completa no Disney+, e é criada e roteirizada por Beau DeMayo (The Witcher: A Lenda do Lobo). Nessa primeira leva de episódios, se mostra melhor amarrada em comparação à série original, em que o estilo de aventura procedural, com conflitos resolvidos em cada episódio, é deixado de lado para entregar uma narrativa coesa e muito bem construída, desenvolvida ao longo de toda a temporada.

A animação em si é um dos pontos altos da série, extremamente colorida, enérgica e com uma excelente trilha sonora inspirada em Michael Jackson e na banda Radiohead, com presença marcante de sintetizadores, que demarca bem a trilha de cada um dos personagens. As referências de época são outro ponto de destaque, como no quarto episódio, em que a série brinca com a estética noventista, referenciando jogos de 8 e 16 bits, populares na época, oferecendo uma experiência agradável e nostálgica de assistir.

Comparada a outras séries, X-Men '97 se destaca por seu enfoque crítico e principalmente político, no qual se alegoriza aos mutantes questões minoritárias integrado de forma coesa à narrativa, sem parecer forçado. É fácil perceber que a série dialoga com o que ocorre na realidade, como o próprio criador e roteirista da série fez questão de mencionar. DeMayo escreveu em uma postagem no X, antigo Twitter, que se inspirou em eventos reais, como os ataques em Tulsa, na boate Pulse e às Torres Gêmeas, para criação do quinto episódio.

A série, através de personagens complexos e temas relevantes, estabelece um novo padrão para animações de super-heróis. Ao utilizar os personagens como metáfora para temas como autoaceitação e preconceito, demonstra não temer uma experiência provocativa e que leve seu público à reflexão. A segunda temporada do seriado está em estágio de produção, com uma terceira confirmada pela Marvel Studios.

O frio e a chuva não espantaram as mais de 20 mil pessoas que prestigiaram os dois dias de festival
por
Luiza Fernandes
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28/05/2024 - 12h

Neste sábado (25) e domingo (26), aconteceu na cidade de São Paulo o Nômade Festival, evento de música brasileira que chega em sua 5° edição, realizada no Parque Villa Lobos. Este ano, a line-up do festival trouxe nomes, como: Alceu Valença, Maria Rita, Pabllo Vittar, Nando Reis, Maria Gadú, Baco Exu do Blues, Marina Sena e muito mais.

Pablo Vittar
Pabllo Vitar trouxe para o festival seu novo disco "Batidão Tropical Vol 2". Foto: Luiza Fernandes/Divulgação/AGEMT

O evento trouxe para o público, além das apresentações que aconteciam no palco central, diversas ativações e estandes de marcas patrocinadoras. Neles, quem frequentou o evento teve a oportunidade de participar de atividades valendo brindes e acessórios. A edição deste ano também contou com uma praça de alimentação, um palco menor onde aconteciam shows durante a pausa na programação principal e também o intitulado “bosque”, local com mesas e cadeiras para que o público pudesse descansar. 

Nando Reis
Nando Reis participou das edições de 2023 e 2024 do festival. Foto: Luiza Fernandes/Divulgação/AGEMT

O Festival Nômade aconteceu pela primeira vez na cidade em 2018 e desde então trouxe nomes reconhecidos, como Lulu Santos e 5 a seco. Depois de 6 anos foram realizadas 4 edições, com pausas durante a pandemia, e o Nômade consolidou sua importância para a cena dos festivais focados em música brasileira.De acordo com os espectadores presentes na edição deste ano, ele se destaca pela tranquilidade. 

“Quando venho ao Nômade tenho a certeza de que vou encontrar um ambiente bem mais tranquilo do que festivais com nomes internacionais e line-ups mais extensos. É a oportunidade de assistir a vários shows sem precisar lidar com uma grande multidão.” Afirmou a estudante Isabela Bogajo, que frequenta o festival desde sua segunda edição. 

FBC
O mineiro FBC se apresentou no início da noite neste sábado (06) FOTO: Luiza Fernandes /Divulgação / AGEMT

Apesar da tranquilidade relatada pelos espectadores, o Nômade cresceu notoriamente nos últimos anos. No início, o evento levava uma média de 5 mil pessoas para a sua antiga casa, o Memorial da América Latina, e acontecia em uma única data de apresentação. Atualmente, a 5ª edição contou com mais de 10 mil espectadores nos dois dias de festival. Consequentemente, houve a troca de local do Memorial pelo Parque Villa Lobos, que já aconteceu na edição de 2023.

Para sua quinta edição o festival coleciona mais uma exibição bem-sucedida, sem problemas na execução e com uma organização e line-up diferenciadas. Para os fãs fica o desejo de que siga assim em 2025. 

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Instituto Biológico na vila Mariana conta com um evento anual, a colheita e degustação do café
por
Mayara Pereira
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28/05/2024 - 12h

A cidade de São Paulo teve grande influência da cafeicultura. Em 1850 o país dependia diretamente da produção de café que era exportado e muito bem pago. O estado de SP era considerado rural, porém, no fim do século XIX, sua população aumentou significativamente com a chegada dos imigrantes que buscavam trabalho nos centros urbanos.

A capital paulista passou a receber indústrias e, por volta de 1920, ficou conhecida como o centro industrial mais importante do país. Em 2005 foi instituído o dia Nacional do café, 24 de maio, no calendário de eventos brasileiro. Em comemoração a data, o Instituto Biológico realiza o evento "sabor da colheita", com muita história, shows e degustação. A entrada é gratuita.

Para os interessados em participar da colheita, é necessário se inscrever antecipadamente pelo link oficial 
http://www.biologico.sp.gov.br/page/cafezal-do-instituto-biologico.
 

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Cafezal carregado de grãos dentro do Instituto Biológico, na vila Mariana, zona sul. Foto: Mayara Pereira 
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Amostra para exposição das fases do café- Foto: Mayara Pereira 
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Árvore carregada- pronta para colheita. Foto: Mayara Pereira 
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Grãos maduros- o clima tropical Brasileiro favorece a qualidade do produto. Foto: Mayara Pereira 
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Processo industrial de lavagem e separação dos grãos. Foto: Mayara Pereira 
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Processo de secagem ao sol- Tempo de 8 até 30 dias. Foto: Mayara Pereira 
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Grão torrado em exposição- pronto para moer. Foto: Mayara Pereira 
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Com o café já moído, o café é passado e pronto pra servir. Foto: Mayara Pereira 
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Degustação gratuita de café artesanal, feito na hora. Foto: Mayara Pereira 
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Padroeira dos cafeicultores- Possui missa, capela até festa na cidade Machado-MG. Foto: Mayara Pereira 
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Entrada para o Instituto Biológico de São Paulo- Fundado em 2000. Próximo ao metro vila Mariana. Foto: Mayara Pereira 

 

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No último fim de semana aconteceu um dos maiores eventos da capital paulista
por
Marina Laurentino
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24/05/2024 - 12h

A 19ª edição da Virada Cultural aconteceu neste final de semana, este ano, a Prefeitura continuou com o formato da edição anterior e o evento foi descentralizado. Foram 12 arenas espalhadas pelas zonas norte, sul, centro, leste e oeste. A programação contou com shows, filmes, apresentações teatrais e ocupou não apenas as ruas da capital paulista, como também os museus, Casas de Cultura e Sesc. 

Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05
Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05
Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05
Show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Homenagem para o MC Kevin no show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05
Homenagem para o MC Kevin no show do trapper Vulgo FK na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Show do rapper Major RD na arena Itaquera, dia 18/05
Show do rapper Major RD na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Show do rapper Major RD na arena Itaquera, dia 18/05
Show do rapper Major RD na arena Itaquera, dia 18/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05
Show da rapper Duquesa na Casa de Cultura Hip Hop Sul, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Show de Ivo Meirelles na arena Parada Inglesa, dia 19/05
Show de Ivo Meirelles na arena Parada Inglesa, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Casal no show de Ivo Meirelles na Parada Inglesa, dia 19/05
Casal no show de Ivo Meirelles na Parada Inglesa, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
Show de Ivo Meirelles na arena Parada Inglesa, dia 19/05
Show de Ivo Meirelles na arena Parada Inglesa, dia 19/05. Foto: Marina Laurentino.
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Palco Itaquera, zona leste. Foto: Marina Laurentino.
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Cannes é o festival responsável por lançar novos filmes para o mundo
por
Annanda Deusdará
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27/05/2024 - 12h

O Festival de Cinema de Cannes acontece anualmente, na cidade que dá nome ao evento, no sul da França. Durante os 12 dias do evento, de 14 a 25 de maio, ele reúne produtores, compradores, distribuidores, atores e diretores, como um encontro de negócios da indústria cinematográfica. 

O evento conta com mostras, homenagens e exposições, sendo a Seleção Oficial de filmes a principal. Dos mais de 50 títulos exibidos no festival, 22 concorrem à Palma de Ouro, premiação de grande notoriedade do próprio festival. Como é o caso do cineasta cearense, Karim Aïnouz, que representa o Brasil com “Motel Destino”, que tem estreia marcada para terça-feira (22/05).

Na 77ª edição, o júri é composto pela Greta Gerwig, diretora de Barbie, como presidente e outros oito nomes de peso do cinema mundial, incluindo: Ebru Ceylan (Sono de Inverno), roteirista e fotógrafa turca; Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores), atriz norte-americana; Eva Green (Os Luminares), atriz francesa; Nadine Labaki(Perfeitos Desconhecidos), atriz libanesa; Juan Antonio Bayona (Sociedade da Neve), diretor, produtor e roteirista espanhol; Pierfrancesco Favino (Comandante), ator italiano; Kore-Eda Hirokazu (Kaibutsu), diretor japonês; e Omar Sy (Lupin), ator e produtor francês.

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A presidente do júri Greta Gerwig (segunda da esquerda para direita), posa com os membros do júri, na chegada à cerimônia de abertura do festival — Foto: Vianney Le Caer/Invision/AP

 

Os membros terão a tarefa de escolher entre os 22 filmes em competição para atribuir a Palma de Ouro, bem como outros prémios de prestígio - o Grande Prémio, o Prémio do Júri, o Prémio do Realizador, o Prémio do Argumento e os Prémios de Melhor Ator e Melhor Atriz.

Brasil se faz presente 

Nesta edição, sete produções nacionais foram selecionadas para exibição: os longas Motel Destino, A Queda do Céu e Baby. Como curtas: Amarela e A Menina e o Pote. Já como documentário A Casa da Árvore e o clássico restaurado Bye, Bye, Brasil. 

O cineasta brasileiro Flávio Ermírio chega ao Festival de Cannes apresentando A Casa da Árvore, que foi exibido neste domingo (19/5) na oficial Blood Window, plataforma que apresenta filmes latinos de terror, suspense e fantasia. O filme acompanha a história de uma bióloga, que conduz uma pesquisa eticamente questionável. Ela contrata um caseiro para ajudá-la, mas descobre que o homem também esconde alguns segredos. Na trama, a bióloga, então, é levada ao limite para revelar tudo que esconde.

Na Quinzena dos Cineastas, os brasileiros Eryk Rocha e Gabriela Carneiro apresentam o documentário “A queda do céu”, que acompanha a vida de uma aldeia dos yanomami no coração da floresta, onde uma etnia de cerca de 30 mil indígenas vive em seu território, mas regularmente sofre com as invasões de garimpeiros e madeireiros.

 

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Foto de divulgação do filme "A Queda do Céu" - Foto: Festival de Cannes/Divulgação
 

Apesar de ser feito por um americano, Oliver Stone (Nuclear Now), o documentário “Lula”, exibido no domingo (19) na mostra de Sessões Especiais, ainda é relevante para o público brasileiro. A trama traz um retrato íntimo e político do atual presidente Luiz Inácio da Silva, que tem como eixo central a sua prisão, no âmbito da Operação Lava Jato, em 2018, até seu retorno ao poder, em 2022, após 580 dias na cadeia. O filme está concorrendo ao Olho de Ouro, prêmio para filmes do gênero. 

Homenagens

A escolha dos homenageados é feita a partir da relevância que estes tiveram no meio cinematográfico, como a inovação nos roteiros e cenários (George Lucas), nas animações (A Viagem de Chihiro) ou pautas levantadas e espaços conquistados (Meryl Streep), durante sua carreira.Esse ano, os três escolhidos pelo evento foram, a atriz Meryl Streep, o diretot George Lucas e o Studio Ghibli, sendo a primeira vez que Cannes faz uma homenagem coletiva.

 

Meryl Streep (Dama de Ferro), já recebeu 21 indicações ao Oscar e levou três estatuetas para casa. A homenagem ocorre 35 anos depois de seu prêmio como Melhor Atriz por “Um Grito no Escuro”, em 1989, na sua única aparição em Cannes antes dessa edição.

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Meryl Streep no Festival de Cannes 2024
Foto: Stephane Cardinale - Corbis/Corbis via Getty Images

George Lucas (Star Wars) é diretor, roteirista e produtor, foi um dos pioneiros da indústria de efeitos visuais. Com a saga “Star Wars”, imaginou um universo inteiro, e se tornou um marco cultural no mundo todo, também foi um dos criadores de "Indiana Jones”.

O Studio Ghibli (O menino e a Garça), é um estúdio de animações japonesas, fundado há 40 anos por Hayao Miyazaki, Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, e se tornou um dos ícones mundiais do cinema de animação.

1° dia (14/05)

O Festival começou com a apresentação dos jurados e uma homenagem à presidente do júri, Greta, com exibição de um clipe com os seus trabalhos na atuação (Frances Há e Mistress America) e direção (Lady Bird, Adoráveis Mulheres e Barbie). Em seguida, Juliette Binoche (O Sabor da Vida), entregou a Palma de Ouro honorária à Meryl Streep e a agradeceu pela visibilidade dada às mulheres durante o meio século de carreira no teatro e na televisão.

Ao final da cerimônia, foi feita a apresentação do filme de abertura do Festival, uma comédia que discute o processo criativo e os bastidores do cinema, “O Segundo Ato”, de Quentin Dupieux. O filme conta a história de uma filha que quer apresentar ao seu pai, o homem por quem está apaixonada, ele por sua vez quer empurrá-la para um amigo. Segundo os personagens que também são atores, o filme que estão interpretando é dirigido e escrito por inteligência artificial, sendo essa uma das várias críticas de Dupieux ao longo da trama.

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Cena de “O Segundo Ato” de Quentin Dupieux - Foto: Cinema de Arte Francesa/Divulgação

2° dia (15/05)

Dando início às mostras que estão competindo pela Palma de Ouro, “Diamante Bruto”, é a estreia da francesa Agathe Riedinger, no qual ela reflete e critica os conceitos de feminilidade na contemporaneidade. O longa fala sobre Liane, jovem que mora com a mãe e a irmã em Fréjus, no sul da França, que é consumida por aspirações de beleza e estrelato.

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Elenco de “Diamante Bruto” de Agathe Riedinger 
Foto: Daniele Venturelli / Getty Imagens

O sueco Magnus von Horn(Suor), exibe "A Garota com a Agulha”, o filme se passa em 1919, onde uma jovem trabalhadora fica desempregada e grávida. Até que ela conhece Dagmar, que dirige uma agência clandestina de adoção. 

3° dia (16/05)

A inglesa Andrea Arnold (Wasp), chega a Cannes com um filme cheio de alegorias animais. “Pássaro” conta sobre Bailey, que vive com seu irmão e seu pai, que os cria sozinho em um alojamento no norte de Kent. Por se revoltar contra a nova união do pai Bailey procura atenção e aventura em outros lugares se aproximando de um estranho que acaba de chegar ao bairro (Bird). 

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Elenco de “Bird” de Andrea Arnold - Foto: Andreas Rertz/ Getty Imagens

Francis Ford Coppola (Virgínia), o americano traz “Megalopolis”, um filme se passa em Nova York, onde uma mulher está dividida entre a lealdade ao pai, que tem uma visão clássica da sociedade, e ao amante, que é mais progressista e pronto para o futuro.

4° dia (17/05)

O Americano Paul Schrader (Fé Corrompida), exibe "Oh, Canada", que fala sobre Leonard Fife, um dos sessenta mil jovens que fugiram para o Canadá para não servirem ao exército na guerra do Vietnã. A história começa anos depois, Leonard é um documentarista que conta a sua história diante das câmeras, refletindo sobre sua vida e a morte.

 

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Elenco de “Oh Canada” de Paul Schrader - Foto: Danielle Venturello/ Getty Imagens

O grego Yorgos Lanthimos (Pobres Criaturas), exibe "Tipos de Gentileza", que é a junção de três histórias curtas: Um homem procura libertar-se do seu caminho predeterminado, um policial questiona o comportamento da sua esposa após um suposto afogamento e a busca de uma mulher para localizar um indivíduo profetizado para se tornar um guia espiritual.

O romeno Emanuel Parvu (Consequências Irreversíveis), estreia em Cannes com “Três quilómetros até o fim do mundo”. O filme fala sobre um homem endividado, que vive em uma vila remota, e acaba de perder o emprego, mas conservador e mantendo o que chama de valores tradicionais, ele fica desesperado quando seu filho é espancado na rua e muda de perspectiva quando descobre que o menino é gay. 

5° dia (18/05)

O diretor chinês, Jia Zhangke (Amor até as cinzas) está em sua sétima passagem pelo festival, neste ano ele traz “Apanhados pela maré”, que conta uma história de amor ao longo de anos, que se mistura com a história da China, começando no ano 2001, até o começo do Covid, onde o filme estabelece o seu fim. A produção também resgata passagens e personagens de outras obras do autor.

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Elenco de “Apanhados pela maré” de Jia Zhangke - Foto: Andreas Rertz/ Getty Imagens

Assim como Jia, o diretor francês Jacques Audiard (Paris, 13° Distrito) faz sua sétima estreia em Cannes com “Emilia Perez”, um musical que conta a história de uma advogada que recebe uma oferta inesperada: ajudar um chefe de cartel a se aposentar e realizar o seu maior sonho, que é se tornar uma mulher. 

6° dia (19/05)

Fora da competição, Kevin Costner (Pacto de Justiça), estreou seu filme “Horizon: Uma Saga Americana Capítulo Um”. O projeto é dividido em quatros filmes, formando uma saga, que serão lançados de forma consecutiva. Contando parte da história dos Estados Unidos, a trama se passa depois da Guerra Civil e foca na colonização do oeste americano. Os dois primeiros sairão esse ano, enquanto ele busca recursos financeiros para gravar os dois próximos.

O russo Kirill Serebrennikov (A Esposa de Tchaikovsky), que está pela quinta vez em Cannes, traz o filme “Limonov - A balada”. A obra conta a história de Eduard Limonov, poeta soviético radical que se tornou um vagabundo em Nova York, uma sensação na França e um anti-herói político na Rússia.

 

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Elenco de “Limonov- A balada” de Kiril Serebrennikov- Foto Victor Boyko/ Getty Imagens
 

Coralie Fargeat (Vingança), chega na competição com o primeiro terror do ano. “A Substância”, conta a história de uma atriz de Hollywood que virou apresentadora de exercícios aeróbicos, mas é demitida de uma rede de TV porque agora é considerada velha demais. Em desespero, ela liga para um número que lhe foi entregue anonimamente e se envolve com um sinistro programa de ficção científica de aprimoramento corporal.

O que esperar da segunda semana do festival?

Durante o decorrer do evento, teremos as exibições dos nove filmes restantes que concorrem à Palma de Ouro, entre eles o brasileiro “Motel Destino” e a muito aguardada cerimônia de premiação, que vai ocorrer no sábado. As obras exibidas na quinta e sexta feira ainda não foram liberadas, e a programação fica assim:

Segunda-feira (20/05) - As Mortalhas (David Cronenberg) e o Aprendiz (Ali Abbasi).

Terça-feira (21/05) - O Partenope (Paolo Sorrentino), Meu Marcelo (Christophe Honoré) e Anora (Sean Baker).

Quarta-feira (22/05) - Grande Passeio (Miguel Gomes) e Motel Destino (Karim Aïnouz)

Quinta e sexta (23 e 24/05) - Ufa, amor (Gilles Lellouche), O Mais Precioso dos Bens (Michel Hazanavicius) e A Semente do Figo Sagrado (Mohammad Rasoulof).

Sábado (25/05) - Anúncio dos filmes vencedores e homenagens ao George Lucas e Studio Ghibli.

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