Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
por
Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
por
Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Feira é o maior evento cultural da América Latina e reúne atividades para todas as idades
por
Barbara Ferreira
Nathalia Teixeira
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04/09/2024 - 12h

Começa nesta sexta-feira (6), a 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que dura até 15 de setembro. O maior evento cultural da América Latina é voltado para leitores de todas as idades com o intuito de reunir leitores, explorar uma ampla seleção de livros, participar de discussões e interagir com autores.

Realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organizado pela RX, o evento reúne nove espaços culturais oficiais, cerca de 150 expositores, editoras, livrarias, distribuidores e mais de mil horas de programação. 

Segundo o site do evento, são mais de 600 autores confirmados, dentre eles: Hayley Kiyoko (autora de “Girls like Girls”), Jeff Kinney (autor de “Diário de Um Banana”), Abby Jimenez (autora de “Para Sempre Seu”) e Junior Rostirola (autor de “Café com Deus Pai”).

A Colômbia é a convidada de honra desta edição, que destaca a rica diversidade cultural e literária da América Latina. O país terá uma comitiva com 17 autores, acadêmicos e chefs e ocupará um estande de 300 m² na feira.

Além de espaços e senhas para autógrafos, a Bienal Internacional do Livro promete uma experiência inesquecível dentro da programação. Confira algumas atividades que farão parte do evento: 

  • BiblioSesc: Com curadoria de Tiago Marchesano e Clivia Ramiro, do Sesc São Paulo, o BiblioSesc (Praça da Palavra e Praça de Histórias) trará conversas, narrações de histórias e performances artísticas.

 

  • Arena Cultural: Um espaço dedicado aos visitantes que oferece a chance de interagir com autores nacionais e internacionais de sucesso, em palestras e conversas exclusivas, sob a curadoria de Diana Passy.

 

  • Cozinhando com Palavras: Liderado pelo chef André Boccato, o curador mais experiente da feira, este espaço conta com mais de 50 eventos e celebra a gastronomia, um elemento central da cultura e identidade brasileiras.

 

  • Espaço Educação: O Espaço Educação busca promover encontros e discutir temas como educação ambiental, inovação e políticas públicas, com a curadoria de Solange Petrosino.

 

  • Espaço Infâncias: oferece uma programação interativa, sob orientação de Elisabete da Cruz, que inclui narrações de histórias, conversas com autores e ilustradores, pocket shows e atividades práticas, destacando os 17 ODS como protagonistas para as crianças.

 

  • Espaço Cordel e Repente: Pelo segundo ano consecutivo, Lucinda Marques supervisiona o espaço que celebra a vitalidade da literatura de cordel, com debates, palestras, shows, narrações de histórias e apresentações artísticas relevantes ao tema.

 

  • Papo de Mercado: No Papo de Mercado, a curadora Cassia Carrenho dedica o espaço às reflexões sobre questões de interesse para os profissionais da cadeia do livro, com foco na troca de experiências.

 

  • Salão de Ideias: Leonardo Neto, da CBL, e Clivia Ramiro e Tiago Marchesano, do Sesc SP, dirigem o espaço que reunirá grandes nomes para promover debates sobre questões sociais e culturais de relevância.

A Bienal acontece entre os dias 6 e 15 de setembro de 2024, no Distrito Anhembi, na Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana, São Paulo, local que voltará a sediar a feira após reforma. O evento terá um espaço 15% maior do que a edição anterior, ocupando 75 mil metros quadrados; com o objetivo de evitar superlotação.

Abertura da 22º Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Foto: Reprodução/Agência Brasil/Marcelo Camargo
Abertura da 22º Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Foto: Reprodução/Agência Brasil/Marcelo Camargo

Crianças de 12 anos ou menos, idosos com 60+ e portadores da Credencial Plena do Sesc têm entrada gratuita ao evento. Para os demais visitantes, ao adquirir ingresso antecipado online até o dia 05 de setembro (quinta-feira), é possível receber um cashback (R$15 para ingresso inteiro e R$10 para meia-entrada) para utilizar com os expositores participantes da ação durante o evento. Para resgatá-lo, basta se cadastrar no aplicativo da Zig utilizando o mesmo CPF da compra.

Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Quando: 6 a 15 de setembro

Onde: Distrito Anhembi, na Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana, São Paulo

Ingressos: https://feverup.com/m/177232  

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Mês conta com Bienal do Livro, sessões na Cinemateca e mais de dez shows
por
Maria Eduarda Camargo
Victória da Silva
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03/09/2024 - 12h

 

O entretenimento na cidade de São Paulo não para: no mês de setembro a variedade cultural vai de um dos maiores eventos nacionais da literatura até sessões sobre o processo brasileiro de decolonização.

Na área musical, a cidade também não deixa a desejar, com a ocupação do músico Naná Vasconcelos, que ganha homenagem no Itaú Cultural, o Drag Brunch, e os variados shows que trarão alegria para os paulistas. Confira o que a cidade pode oferecer no mês de setembro.

Naná Vasconcelos

O músico pernambucano Naná Vasconcelos será homenageado no Itaú Cultural através de fotografias, documentos, entrevistas, objetos e instrumentos, como seu famoso berimbau, que fazem parte de sua história na música. Tendo performado com artistas como Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Geraldo Azevedo, Itamar Assumpção, o percussionista já foi eleito o melhor do mundo oito vezes pela revista Down Beat, e é considerado uma autoridade na percussão.

Quando: 17 de julho a 27 de outubro; 

Onde: Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, Bairro Bela Vista, São Paulo, SP);

Ingressos: Entrada gratuita.

 

Drag Brunch

O almoço com Drag Queens é um evento que reúne apresentações como lip syncs (dublagens e interpretações de músicas), moda e comida. O espetáculo é diurno e conta com diversos artistas que performam a arte drag para os convidados durante o almoço.

Quando: 8 e 22 de setembro;

Onde: Bourbon Music Street | Rua dos Chanés, 127 - Moema, São Paulo, SP;

Ingressos: Mesas para 2, 4 ou 6 pessoas entre R$ 150 e R$ 220.

 

Cinemateca

Filme documentário "Canções em Pequim", de Milena Borba
Filme documentário "Canções em Pequim", de Milena Borba. Foto: Divulgação/Cinemateca

A cinemateca traz, logo no começo do mês duas sessões especiais com os longas “Canções em Pequim” e “Nós Somos o Amanhã” (2024), de Lute Steffen. O primeiro, de Milena Loura Barba, é embalado por uma conversa com os professores Francisco Foot e Cecília Mello, e o lançamento de “Minha China Tropical”, livro de Foot.

Quando: “Canções em Pequim” - 5 de setembro, “Nós Somos o Amanhã” - 6 de setembro;

Onde: Sala Grande Otelo (Largo Sen. Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, São Paulo, SP);

Ingressos: Entrada gratuita.

Línguas africanas que fazem o Brasil

A mostra do Museu da Língua Portuguesa, sob curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, traz espaços interativos com palavras e frases de línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, essenciais na criação do português falado no Brasil atualmente.

Quando: até janeiro de 2025

Onde: Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº, Portão 1, São Paulo, SP)

Ingressos: R$12 a 24

J. Cunha: Corpo Tropical

J. Cunha: Corpo Tropical está em exibição na Pinacoteca
J. Cunha: Corpo Tropical está em exibição na Pinacoteca. Foto: Divulgação/Pinacoteca

A Pinacoteca reúne cerca de 300 itens do artista José Antônio Cunha, entre pinturas, desenhos, cartazes, estampas, objetos e documentos. A obra “Códice” é um destaque, por ter sido mostrada em sua integridade em apenas três ocasiões, e a mostra tem curadoria de Renato Menezes.

Quando: até 29 de setembro

Onde: Pina Estação (Largo General Osório, 66, Santa Efigênia, São Paulo, SP)

Ingressos: R$ 17 a R$ 32

Bienal do Livro

A Bienal Internacional do Livro ocorre de 6 a 13 de setembro, e conta com diversos espaços, editoras, leitores, livreiros, autores e editores. Veja mais sobre o evento aqui.

 

Shows

Nesse mês, não só cantores nacionais irão satisfazer o público paulista, mas também diversos artistas internacionais estarão na cidade. Desde o pagode do Péricles até The Weekend, não faltará gênero musical para agradar a galera. Confira os shows:

Setembro tem cenário musical recheado de atrações nacionais e internacionais
Setembro tem cenário musical recheado de atrações nacionais e internacionais. Foto (da esquerda para a direita): Reprodução/ @theweeknd @official_ARTMS Via Instagram/ Erika Goldring Via WireImage/ Canal Mariah Carey Via YouTube/@brookephotoedit Via Instagram/Breno Galtier

Péricles 

Data: 6 de setembro

Local: Befly Hall

Horário: 22h

 

The Weeknd 

Data: 7 de setembro

Local: Estádio do MorumBIS

Abertura dos portões: 16h

Horário: 21h

 

Travis Scott 

Data: 11 de setembro

Local: Allianz Parque

Abertura dos portões: 16h

Horário: 21h

 

Filipe Ret

Data: 14 de setembro

Local: Espaço Unimed

Abertura dos portões: 21h

Horário: 23h

 

ARTMS

Data: 17 de setembro

Local: TerraSP

Horário: 20h

 

Ne-Yo

Data: 19 de setembro

Local: Espaço Unimed

Horário: 21h

 

Mariah Carey 

Data: 20 de setembro

Local: Allianz Parque

Horário: 17h

 

Zé Neto & Cristiano e Diego & Arnaldo

Data: 20 de setembro 

Local: Espaço Unimed

Abertura dos portões: 20h

Horário: 22h

 

Silva

Data: 27 de setembro

Local: Espaço Unimed

Abertura dos portões: 20h

Horário: 22h

 

Niall Horan

Data: 28 de setembro

Local: Parque Ibirapuera

Abertura dos portões: 16h

Horário: 20h

 

Coala Festival

Além dos inúmeros shows, nos dias 6, 7 e 8 de setembro ocorrerá no Memorial da América Latina o Coala Festival, que contará com apresentações de Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, O Terno, Planet Hemp, entre outros.

Line-up Coala Festival
Line-up do Coala Festival, que ocorre entre 6 e 8 de setembro no Memorial da América Latina. Foto: @coalafestival/Instagram/Reprodução

 

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Após rumores nas redes sociais, irmãos Gallagher confirmam o ressurgimento histórico da banda com shows em julho de 2025
por
Clara Maia
Beatriz Vasconcelos
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28/08/2024 - 12h

 

 

Após 15 anos de separação, marcada por conflitos públicos e nos bastidores entre os irmãos Liam e Noel Gallagher, a banda britânica Oasis surpreendeu o mundo ao anunciar seu retorno aos palcos no próximo ano. A notícia foi divulgada na madrugada desta terça-feira (27), em um comunicado nas redes sociais, onde o grupo confirmou uma série de shows para o verão de 2025 no hemisfério norte.

"É isso, está acontecendo!", proclamou o Oasis, despertando uma onda de euforia entre os fãs. A turnê, intitulada "Oasis Live '25", terá início em 4 de julho em Cardiff, no País de Gales, e seguirá para Manchester, cidade natal dos Gallagher, onde estão programadas quatro apresentações.

 

Além disso, a banda fará quatro noites no lendário estádio de Wembley, em Londres, com shows adicionais em Edimburgo e Dublin. A venda de ingressos começará no próximo sábado (31), com a promessa de que outras datas fora da Europa serão anunciadas em breve.

O retorno ocorre em um momento simbólico, 30 anos após o lançamento do primeiro álbum da banda, "Definitely Maybe", que marcou o início da trajetória do Oasis no cenário do “britpop” dos anos 1990. O anúncio veio após semanas de especulações intensificadas por uma série de postagens enigmáticas de Liam Gallagher nas redes sociais, e um vídeo misterioso que gerou um frenesi entre os fãs.

 

A história da banda

Oasis destacou-se nos anos 90 por quebrar paradigmas. Em meio a uma crescente vertente do som Grunge e Rock Glam, a banda retomava o rock clássico dos anos 70 britânico, com inspirações como Rolling Stones e The Beatles.

O primeiro contrato com uma grande gravadora ocorreu em 1994, a Sony Music, já com a grande estreia do single “Supersonic”. Porém, o maior sucesso veio com a música “Live Forever”, que garantiu o quarto lugar na Billboard gerando a primeira platina para a banda, com mais de 600 mil cópias vendidas. Após vários hits, foi lançado o primeiro álbum, “Definitely Maybe”, em 1994.

Com o término da primeira tour, a banda lança o primeiro single “Some Might Say” do segundo álbum que seria responsável pela fama mundial de Oasis, “(What’s Story) Morning Glory?”, no ano de 1995, vendendo 367 mil cópias já na primeira semana e contando com o maior sucesso do grupo, “Wonderwall”.

O declínio do grupo começou em 1997 com o lançamento do terceiro álbum, “Be Here Now”. Em sua semana de estreia foi bem avaliado, entretanto, semanas seguintes a discografia foi altamente criticada por sua alta produção e também pelo comportamento errático dos irmãos Gallagher durante as apresentações.

Após a prisão de Liam por posse de drogas, Paul Arthurs e Paul McGuigan, guitarrista e baixista respectivamente, saíram da banda. Depois dessas baixas, o grupo recrutou novos membros e lançaram “Standing on the Shoulder of Giants” em 2000, sendo o quarto álbum de estúdio Oasis. Esse novo projeto não obteve tanto sucesso como os três últimos, sem contar a desagradável relação entre os irmãos Gallagher, que fez Noel cancelar sua presença em 27 shows da turnê.

Em 2002, o álbum “Heathen Chemistry” é anunciado, contando com um grande sucesso, o single “Stop crying your heart out“. Porém, esse disco dividiu opiniões entre os fãs e a crítica, considerado por muitos como uma época de crise no pop-rock britânico.

Por fim, “Dig Out Your Soul”, último álbum da banda lançado em 2008, foi marcado pela crise do grupo. Com a saída do baterista em 2004, e pela pouca presença de Noel na produção - por acreditar que as novas obras não comunicavam o que sentia - o disco contou muito com o produtor musical Dave Sardy. Mesmo com a boa recepção crítica, não foi o suficiente para manter o grupo que, no ano seguinte, declarou o seu fim.

A relação conturbada dos irmãos Gallagher

Liam Gallagher e Noel Gallagher, ambos fundadores da banda, são conhecidos por seu relacionamento cheio de polêmicas. Durante a turnê do primeiro álbum, em 1994, vieram a público as brigas que ocorriam nos bastidores do show, até mesmo a informação de que Liam jogou um pandeiro na cabeça do irmão, que se retirou do palco logo em seguida. Já em 1995, Noel bateu no caçula com um taco de críquete depois de ser surpreendido por seus amigos no estúdio de gravação.

Em 28 de agosto de 2009, a banda se desfez nos bastidores do festival Rock en Seine, em Paris, após uma briga entre os irmãos que culminou na destruição de uma guitarra, posteriormente leiloada por 385 mil euros. O anúncio da separação foi feito pela banda Bloc Party diante de um público perplexo, privado de um dos shows mais aguardados do evento.

Na época, Noel expressou sua frustração em uma declaração no site da banda, afirmando que era "impossível continuar trabalhando com Liam por mais um dia". O episódio marcou o fim de uma era para o rock britânico, consolidando o festival parisiense como "amaldiçoado" com grandes shows cancelados, incluindo os de Amy Winehouse nas edições anteriores.

 

Agora, com a reconciliação dos irmãos Gallagher, o cenário musical é preparado para um dos retornos mais aguardados da história do rock. O festival Rock en Seine já manifestou interesse em ser palco deste reencontro histórico. “Seria apoteótico”, declarou Matthieu Ducos, diretor do festival, sonhando com o que seria um dos eventos mais emblemáticos do Oasis.

A notícia do retorno da banda chocou os fãs pelo mundo inteiro, principalmente por causa dos comentários de Noel em uma entrevista para o jornal britânico, Big Issue, em 2019, afirmando que não pensava em voltar a fazer shows com seu irmão. “Saí da banda há 10 anos. Acho que o vi duas vezes nesse tempo, e em ambas as vezes, quase acabamos brigando sem motivo. Não visualizo a manhã que acordo e penso como queria passar dois anos em turnê, brigando ao redor do mundo com Liam” compartilhou o artista.

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A 52ª edição da premiação ainda fez uma homenagem a Silvio Santos; confira os premiados
por
Bárbara More
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21/08/2024 - 12h

O 52º Festival de Cinema de Gramado aconteceu entre os dias 9 e 17 de agosto. A edição de 2024 da premiação contou com inúmeros momentos marcantes, como a entrega de troféus para produções que encantaram o público e a realização de homenagens a artistas que se destacaram no último ano. O título de grande vencedor da competição ficou com o longa-metragem “Oeste Outra Vez”, do diretor Erico Rassi, que conquistou o Kikito, símbolo e prêmio máximo, de Melhor Filme.

A produção ainda levou para casa os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Ator Coadjuvante, este último concedido a Rodger Rogério por sua atuação como o pistoleiro Jerominho. Outro filme que se destacou foi “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge. A continuação do filme lançado em 2007 foi vencedora nas categorias de Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Musical e Melhor Ator, conquistado por João Miguel e Nicola Siri. Além disso, recebeu o prêmio Júri Popular.

O título que ganhou o Kikito de Melhor Curta-Metragem foi “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta. O curta também saiu como vencedor nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Outros destaques do festival foram “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert, que ganhou o prêmio especial do júri; e Fernanda Vianna, que conquistou o troféu de Melhor Atriz por “Cidade; Campo”. 

Cena do filme 'Oeste Outra Vez'
Cena do filme “Oeste Outra Vez” Crédito: Reprodução/Instagram @vietnamfilmes

Para além dos troféus, o festival ainda reservou um momento para homenagear Silvio Santos. Logo no início do último dia da premiação, foi exibida uma imagem do icônico apresentador no telão. Em uma publicação no perfil oficial, o evento escreveu:

"Homenagem ao inigualável Silvio Santos. Um verdadeiro ícone da televisão, cuja carreira inspirou gerações e transformou a comunicação no Brasil. Seu legado de brilho e alegria permanecerá para sempre nos nossos corações".

Confira a lista completa dos vencedores abaixo:

Longas-metragens Brasileiros

Melhor filme - “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi

Melhor direção - Eliane Caffé, por “Filhos do Mangue”

Melhor ator - João Miguel e Nicola Siri, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor atriz - Fernanda Vianna, por “Cidade; Campo”

Melhor roteiro - Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor fotografia - André Carvalheira, por “Oeste Outra Vez”

Melhor montagem - Karen Akerman, por “Barba Ensopada de Sangue”

Melhor ator coadjuvante - Rodger Rogério, por “Oeste Outra Vez”

Melhor atriz coadjuvante - Genilda Maria, por “Filhos do Mangue”

Melhor direção de arte - Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor trilha musical - Giovanni Venosta, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor desenho de som - Beto Ferraz, por “Pasárgada”

Prêmio especial do júri - “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert

Júri popular - “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge

Curtas-metragens Brasileiros

Melhor filme - “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta

Melhor direção - Lucas Abrahão, por “Maputo”

Melhor roteiro - Adriel Nizer, por “A Casa Amarela”

Melhor ator - Wilson Rabelo, por “Ponto e Vírgula”

Melhor atriz - Edvana Carvalho, por “Fenda”

Melhor trilha musical - Liniker, por “Ponto e Vírgula”

Melhor fotografia - Livia Pasqual, por “Pastrana”

Melhor montagem - Bruno Carboni, por “Pastrana”

Melhor direção de arte - Coh Amaral , por “Maputo” 

Melhor desenho de som - Felippe Mussel, por “A Menina e o Pote”

Prêmio especial do júri - “Ponto e Vírgula”, de Thiago Kistenmacher 

Júri popular - “Ana Cecília”, de Julia Regis

Prêmio Canal Brasil de Curtas - “Maputo”, de Lucas Abrahão

Menção honrosa - “Ressaca”, de Pedro Estrada; “Via Sacra”, de João Campos; “Navio”, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real; “Maputo”, de Lucas Abrahão

Júri da crítica

Melhor filme de Curta-Metragem Brasileiro - “Fenda”, de Lis Paim 

Melhor filme de Longa-Metragem Brasileiro - “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas

Longas-metragens Documentais - Melhor filme - “Clarice Niskier: Teatro dos pés à Cabeça”, de Renata Paschoal

Palácio do Kikito - Museu do Festival de Cinema de Gramado - Foto: Bárbara More
Palácio do Kikito - Museu do Festival de Cinema de Gramado - Foto: Bárbara More 

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A forma correta de se referir às produções sul-coreanas é 'k-drama'
por
Bárbara More
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18/08/2024 - 12h

As séries do leste asiático se tornaram um fenômeno global. Ao acessar a página inicial de plataformas de streaming como a Netflix, é fácil notar a presença de diversos títulos sul-coreanos entre os mais assistidos. O termo correto para se referir às séries produzidas na Coreia do Sul é 'k-drama', mas no Brasil, muitas pessoas usam 'doramas', sem saber que essa não é a palavra adequada, já que possui origem japonesa.

Cada país asiático possui sua própria história, cultura e idioma. Usar o mesmo termo para se referir a todas as produções oriundas do continente reforça estereótipos, desconsidera a rica diversidade cultural dessas nações e as trata de maneira homogênea, ignorando suas diversidades. Levando em consideração que a Coreia do Sul foi colônia do Japão entre os anos de 1910 e 1945, tendo sofrido extrema violência e tentativa de apagamento cultural por parte do império, é compreensível que o uso de um termo japonês para se referir a um produto cultural sul-coreano considerado preconceituoso pela comunidade imigrante que reside no Brasil. 

Em outubro de 2023, a Associação Brasileira de Letras decidiu incluir em seu vocabulário o termo 'dorama', definido como uma 'obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem'. Para complementar, a ABL adicionou um breve texto explicando a origem do termo, que vem da palavra japonesa usada para falar 'drama'.

"Os doramas foram criados no Japão na década de 1950 e se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território. Para identificar o país de origem, também são usadas denominações específicas, como, por exemplo, os estrangeirismos da língua inglesa J-drama para os doramas japoneses, K-drama para os coreanos, C-drama para os chineses", escreveu.

Ao tomar conhecimento da notícia, a Associação Brasileira de Coreanos emitiu uma nota de repúdio. Segundo informações do jornal Metrópoles, o comunicado dizia:

"A Associação considera preconceituosa a decisão de generalizar as produções do leste-asiático. Não é certo generalizar expressões culturais. Cada produção tem suas características, peculiaridades e um público específico. Generalizar é confundir as peculiaridades. É como falar que toda comida nordestina é comida baiana".

Imagem de reprodução da série sul-coreana 'Rainha das Lágrimas' - Foto: Reprodução/Netflix
Imagem de reprodução da série sul-coreana 'Rainha das Lágrimas' - Foto: Reprodução/Netflix

Insung Park, coordenador de cooperação com organizações no Brasil no Centro Cultural Coreano, explicou em entrevista à AGEMT, a problemática por trás do termo ‘dorama’.

"Por a Coreia ter passado historicamente um apagamento muito violento dos imperialistas japoneses sobre a Coreia, isso realmente machuca e aflige a gente. Somos uma colônia de coreanos imigrantes que tenta preservar sua cultura e passou por momentos bastante xenofóbicos por falta de entendimento", disse ele.

O coordenador comenta que já existe uma palavra adequada, que é "k-drama", a qual respeita a singularidade dos produtos culturais sul-coreanos. Por isso, não há razão para seguir utilizando a de origem japonesa e continuar com a má prática de generalizar todas as produções asiáticas, se referindo a elas da mesma forma. 

"'Dorama' não faz sentido como definição de séries coreanas, sendo que já temos o termo, que é 'k-drama'. Isso foi modificado pelos japoneses para a definição das séries de origem japonesa. Existe no Brasil um movimento de legitimar a palavra 'dorama' para definir todos os conteúdos asiáticos de uma vez, mas isso, para mim, é um pouco lamentável. Isso apaga as peculiaridades e especificidades da indústria cultural de cada país. Esse movimento está acontecendo no Brasil, mas está errado". 
 

 

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