Influenciadora é chamada de "homem" por espectadora; confusão gerou vaias, atraso no espetáculo e intervenção policial
por
Carolina Zaterka
Manoella Marinho
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15/04/2025 - 12h

 

Malévola Alves, influenciadora digital e mulher trans, denunciou ter sido vítima de transfobia no Teatro Renault, em São Paulo, no dia 26 de março de 2025, ao ser tratada pelo pronome masculino e chamada de “homem” por uma espectadora. O incidente ocorreu antes do início do musical “Wicked”. Malévola, com mais de 840 mil seguidores, publicou trechos do episódio em suas redes, que rapidamente viralizaram.

Segundo relatos de testemunhas e da própria vítima, a confusão começou quando Malévola esperava uma nota fiscal e a mulher atrás dela mostrou impaciência. As duas trocaram palavras e, ao se afastar, a mulher teria gritado "isso é homem ou mulher?" em sua direção. A vítima então se sentiu ofendida e levou a denúncia à plateia, apontando a espectadora como autora do ataque transfóbico, causando um tumulto que paralisou a plateia.

A reação do público foi de imediato apoio a Malévola, com vaias à agressora e pedidos para que ela fosse retirada do teatro. “A gente não vai começar a assistir a um espetáculo que é extremamente representativo para a diversidade com uma mulher dessa aqui. Não faz o menor sentido”, afirmou um dos espectadores durante o protesto.

Diante da pressão da plateia, a apresentação atrasou cerca de 30 minutos. A mulher acusada acabou saindo do teatro sob escolta policial, levada à  delegacia para realizar um boletim de ocorrência, recebendo aplausos e vaias dos demais presentes. Miguel Filpi, presente no evento, celebrou nas redes sociais: “Justiça foi feita!! Obrigado a todo mundo nessa plateia que fez a união para que isso acontecesse.”

Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium (Produtor do musical), pediu desculpas pelo ocorrido antes de dar início ao espetáculo: “Peço desculpas por esse acontecimento e por esse atraso. Tudo o que a gente pode admitir, é bom que a gente admita na vida, mas transfobia em Wicked, não dá”. A atriz Fabi Bang, também se manifestou durante e após o espetáculo: “Transfobia jamais” - uma improvisação durante a música “Popular”.

 

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Fabi Bang, atriz que interpreta Glinda, em apresentação do musical. Foto: Blog Arcanjo/Reprodução

Viviane Milano, identificada como a espectadora acusada, negou as acusações em um pronunciamento, alegando que a confusão na fila da bombonière não foi sobre identidade de gênero, mas sobre uma tentativa de furar fila. Ela afirmou: “Perguntei em voz alta: ‘Era o homem ou a mulher que estava na fila?’”, dizendo que sua pergunta foi mal interpretada.

A produção de Wicked e membros do elenco reiteraram seu compromisso com a diversidade e repudiaram o incidente. A nota oficial da produção destacou: “Nosso espetáculo é e continuará sendo um espaço seguro para todas as pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.”

As últimas apresentações do cantor baiano reunem seus maiores sucessos e participações de grandes artistas brasileiros
por
Davi Rezende
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14/04/2025 - 12h

Tiveram início na última sexta-feira (11) os shows em São Paulo da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, a última da carreira do lendário artista. O evento, que teve início em março, na cidade de Salvador (BA), chegou neste mês à capital paulista com quatro datas, duas neste final de semana e mais duas ao fim do mês.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Aquele Abraço
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende
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Reunindo participações especiais, cenários característicos e grandes sucessos da carreira do cantor, a turnê é uma grande celebração da história de Gil, enquanto seus últimos shows ao vivo. Desde os visuais até a performance do artista, tudo é composto de forma detalhada para transmitir a energia da obra de Gilberto, que se renova em apresentações vívidas e convidados de diversos gêneros musicais brasileiros.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, Gil conquistou uma das trajetórias mais consolidadas e respeitadas da música brasileira. Com mais de 50 álbuns gravados, sendo 30 de estúdio, ele se tornou uma lenda da bossa nova e do samba, com produções que se provam atemporais, além de participações em movimentos políticos e artísticos que marcaram o Brasil.

Gilberto Gil agasalhado em exílio nas ruas de Londres
Gilberto Gil no exílio em Londres/ Foto: Reprodução/FFLCH - USP

 

Na década de 60, após se popularizar em meio a festivais, Gil fez grande parte da luta contra as opressões da Ditadura Militar no Brasil, tornando-se peça importante no movimento da Tropicália. Ao lado de artistas como Caetano Veloso e Gal Costa, Gilberto foi protagonista na revolução da arte brasileira, além de compor grandes canções de resistência.

Em 1969, após o lançamento de um de seus maiores clássicos, “Aquele Abraço”, Gil se exilou fora do Brasil para fugir da Ditadura, em Londres. Na Inglaterra, ele seguiu produzindo e performando, ao lado de outros grandes gênios tropicalistas, até retornar em 1971, lançando no ano seguinte o álbum “Expresso 2222” (1972). Três anos após o grande sucesso, Gil lança o álbum “Refazenda” (1975), primeiro disco de uma trilogia composta por “Refavela” (1977) e “Realce” (1979).

Todos os grandes momentos da vida do cantor são representados na turnê, tanto com sua performance, dirigida por Rafael Dragaud, quanto na cenografia, montada pela cineasta Daniela Thomas. Na setlist, Gil ainda presta homenagens a grandes figuras da música, como Chico Buarque (que faz participação em vídeo tocado ao fundo de Gilberto, durante a apresentação) quando interpreta “Cálice”, canção de sua autoria ao lado do compositor carioca, e até Bob Marley, no momento que toca “Não Chore Mais” (versão da música “No Woman, No Cry” do cantor jamaicano) com imagens da bandeira da Jamaica ao fundo.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Não Chore Mais
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

 

Nas apresentações no Rio de Janeiro, o artista convidou Caetano e Anitta para comporem a performance, enquanto em São Paulo, na sexta-feira (11) MC Hariel e Flor Gil, a neta do cantor, deram as caras, além de Arnaldo Antunes e Sandy terem participado do show de sábado (12).

A turnê “Tempo Rei” aproxima Gilberto Gil do fim de sua carreira, celebrando sua história nos shows que rodam o Brasil inteiro. A reunião de artistas já consolidados na indústria para condecorar o cantor em suas apresentações prova a grandeza de Gil e como sua obra é imortal, movimentando a música de todo o país ao seu redor. Sua performance é energética e vívida, como toda a carreira do compositor, fazendo dos brasileiros os súditos do Tempo Rei.

Gilberto Gil em show no Allianz Parque cantando Expresso 2222
Gilberto Gil em show da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo/ Foto: Davi Rezende

As apresentações de Gil seguem ao longo do ano, encerrando em novembro, na cidade de Recife (PE). Em São Paulo, o cantor ainda se apresenta em mais duas datas, nos dias 25 e 26 de abril, no Allianz Parque.

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Filme brasileiro conta a história de uma senhora que através de uma câmera expôs uma rede de tráfico no Rio de Janeiro
por
Kaleo Ferreira
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14/04/2025 - 12h

O filme “Vitória” lançado no dia 13 de março de 2025, dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Paula Fiuza, tem como tema a história de Dona Nina (Fernanda Montenegro), uma senhora de 80 anos que sozinha, desmantelou um esquema de tráfico de drogas em Copacabana, filmando com uma câmera a rotina do mercado criminoso da janela de seu apartamento.

 

Cena do filme ”Vitória” (Foto: CNN Brasil)
Cena do filme ”Vitória”. Foto: CNN Brasil

 

O longa é inspirado no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, escrito pelo jornalista Fábio Gusmão e baseado na história verídica de Joana Zeferino da Paz. Grande força do filme vem da atuação de Fernanda, que consegue transmitir a solidão, indignação, determinação e a garra que a personagem teve para confrontar o crime na Ladeira dos Tabajaras.

O filme começa construindo uma atmosfera de grande tensão, claustrofobia e solidão dentro do pequeno apartamento com o reflexo da violência diante dos olhos, assim mergulhando na realidade crua do cotidiano carioca, expondo a fragilidade da segurança pública e o poder que o crime organizado possui. 

Em certos momentos, o ritmo da narrativa se torna um pouco lento e cansativo e a ação do longa começa com a introdução do jornalista Fábio, interpretado por Alan Rocha, que desenvolve uma relação de parceria com Dona Nina. Ele assiste às fitas gravadas por ela, provas de criminosos desfilando com armas à luz do dia, vendendo e utilizando drogas entre crianças e adolescentes, além de ter ajuda dos policiais para o tráfico. E diante de tudo, decide ajudar a senhora, assim escrevendo uma grande reportagem que colocaria os holofotes sobre todo o esquema de tráfico. 

 

Cartaz do filme (Foto: IMDb)
Cartaz do filme. Foto: IMDb

 

O filme tem a participação de outras atrizes, como Linn da Quebrada e Laila Garin, que mesmo em papeis secundários, também merecem destaque por agregar camadas à narrativa e mostrar diferentes facetas de como a comunidade é afetada pela violência.

Em resumo, “Vitória” é um filme emocionante e que faz refletir. Apesar dos problemas no ritmo do filme, a força de uma história real e a grande atuação de Fernanda Montenegro, com seus 95 anos, o consolidam como um filme digno de ser assistido e relevante para o cinema brasileiro. 

É um retrato da realidade brasileira que ao dar voz a uma história de resistência contra o crime, levanta questões importantes sobre segurança, justiça e o papel dos cidadãos contra a violência, dando esperança em resistir a toda criminalidade que a sociedade enfrenta com tanta frequência, além de dar voz a uma mulher que decide não se calar.

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O grupo sul-coreano encerra sua passagem pelo Brasil com o título de maior show de K-pop no país
por
Beatriz Lima
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09/04/2025 - 12h

 

Na primeira semana de abril, São Paulo e Rio de Janeiro foram palco dos shows da DominATE Tour, do grupo de K-pop Stray Kids. Em novembro de 2024, o grupo anunciou sua primeira passagem pela América Latina após sete anos de carreira, com shows no Chile, Brasil, Peru e México, causando êxtase aos fãs do continente.

Stray Kids é um grupo de K-pop composto por oito integrantes, Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N. O grupo estreou em 2018, após um programa eliminatório com diversos trainees da JYP Entertainment - empresa que gere o grupo. No dia 8 de julho de 2024, o grupo anunciou sua terceira turnê mundial chamada ‘DominATE Tour’, com shows iniciais pelo Leste e Sudeste Asiático e Austrália. 

A DominATE Tour foi anunciada para a divulgação de seu mais recente álbum, ATE, lançado dia 19 de julho de 2024. Com o sucesso mundial do grupo e da música “Chk chk boom”, com a participação dos atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman no clipe, o grupo divulgou datas para a turnê na América Latina, América do Norte e Europa no início de 2025.

Foto de divulgação da turnê DominATE
Imagem de divulgação da turnê DominATE. Foto: Divulgação/JYP Entertainment

No Brasil, o octeto iniciou sua passagem pela cidade do Rio de Janeiro com seu show de estreia dia 1 de abril no Estádio Nilton Santos, com mais de 55 mil pessoas presentes no local. Em sua primeira data na cidade de São Paulo, sábado (5), o grupo sul-coreano teve os ingressos esgotados e, mesmo com chuva e baixas temperaturas, bateu o recorde de maior show de K-pop no Brasil, com um total de 65 mil pessoas no Estádio MorumBIS. No dia seguinte, o grupo teve seu último dia de passagem pelo país e somou no total - nos dois dias de show na capital paulista - 120 mil pessoas.

Show do Stray Kids no Estádio MorumBIS
Primeiro dia de show do Stray Kids em São Paulo. Foto: JYP Entertainment / Iris Alves

 

Os shows contaram com estruturas complexas e atraentes - com direito a fogos de artifícios e explosões de luz a cada performance -, tradução simultânea nos momentos de interação com o público, banda e equipe de dança do próprio grupo, além de estações de água e paramédicos à disposição do evento. Foram três noites marcantes tanto para os fãs brasileiros quanto para os próprios membros do grupo. “Eu sinto que tudo que nós passamos durante esses sete anos foi para encontrar vocês.” diz Hyunjin em seu primeiro dia de show no Brasil. 

Com o recorde de público nos shows e reações positivas na mídia e público brasileiro, o grupo promete voltar ao país em uma nova oportunidade, deixando claro seu amor pelo país e pelos fãs brasileiros. “Bom, é a sensação de que ganhamos uma segunda casa… todos nós [os oito membros]” declara o líder Bang Chan no primeiro show de São Paulo.

Membros do grupo após o show do Rio de Janeiro.
Foto divulgada após o show do Stray Kids no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/JYP Entertainment

 

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Último dia do festival em São Paulo também reuniu shows de Justin Timberlake, Foster The People e bandas nacionais
por
Maria Eduarda Cepeda
Jessica Castro
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09/04/2025 - 12h

 

Neste domingo (30), o Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, recebeu o último dia da edição 2025 do Lollapalooza Brasil. O festival, que reuniu uma diversidade de estilos, contou com apresentações de bandas indies nacionais, como Terno Rei, e gigantes do pop, como Justin Timberlake. Como destaque, tivemos a histórica estreia da banda Tool em solo brasileiro, a volta de Foster The People ao festival e o show emocionante de encerramento do Sepultura, que consagrou sua importância como uma das maiores referências do metal, tanto no Brasil quanto no mundo.

Diferente do primeiro dia, o domingo foi marcado por tempo firme e céu aberto, sem a interferência da chuva. Com condições climáticas favoráveis, o público pôde aproveitar muito seus artistas favoritos ao longo do dia.

As primeiras atrações do dia já davam o tom da despedida do festival: uma mistura de muito indie, rock n’ roll e nostalgia no ar. No palco Budweiser, a cantora pernambucana Sofia Freire abriu os trabalhos com uma estreia marcante, conquistando o público com talento e carisma. E no palco Mike´s Ice, a banda "Charlotte Matou um Cara" chamou atenção por ter a vocalista, Andrea Dip, vestida em uma camisa de força. 

Além de cantora, Andrea é jornalista e faz parte da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. Em 2013, recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo pelo seu trabalho na história em quadrinhos “Meninas em Jogo” e foi premiada pelo Troféu Mulher Imprensa na categoria site de notícias em 2016.

Vocalista da banda "Charlotte Matou um Cara", Andrea Dip, usando uma camisa de força rosa
A banda já dividiu palco com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Foto: Adriana Vieira / Rock On Board

Com músicas que tratam temas como machismo, ditadura militar e a luta contra a violação do corpo feminino, o grupo trouxe para o festival a agressividade e a energia para o "dia do rock". 

Na sequência, o grupo Terno Rei assumiu o palco e transformou a plateia ainda tímida em um coro envolvido por seu setlist, que mesclou sucessos da carreira e novas apostas sonoras. A banda ainda aproveitou o momento para anunciar seu próximo álbum, “Nenhuma Estrela”, com lançamento marcado para 15 de abril.

Depois de 8 anos longe do Brasil, Mark Foster e Isom Innis voltaram pela terceira vez ao Lollapalooza Brasil. As músicas foram de seus sucessos mais recentes às músicas mais queridas pelos fãs, como "Houdini" e "Call It What You Want". Com um público morno, mesmo com a presença dos fãs fiéis, eles não desanimaram e se mostraram contentes por estarem de volta. A música mais famosa, "Pumped Up Kicks", finalizou a apresentação do grupo.

A banda Tool se apresentou pela primeira vez no Brasil após 35 anos de carreira, mas quem compareceu esperando ver o grupo e uma apresentação tradicional teve uma surpresa. Tool fez um show cru, sem pausas e sem momentos emocionados. O visual sombrio e imersão feita pelos visuais espirituais do telão comandaram os espectadores a uma experiência única no festival, sendo o show mais enigmático da noite. A setlist foi variada, com alguns de seus sucessos e músicas de seu álbum mais recente "Fear Inoculum". Apesar da proposta diferenciada, o público pareceu embarcar na viagem sensorial proposta pelo grupo. 

Vocalisa da banda Tool na frente do telão, mas não somos capazes de ver seu rosto, apenas sua silhueta
A presença enigmática do vocalista causou muita curiosidade entre os espectadores. Foto: Sidnei Lopes/ @observadordaimagem

Sepultura está dando adeus aos palcos ao mesmo tempo que celebra seus 40 anos de carreira, assim como o nome de sua turnê, "Celebrating Life Through Death". Fechando a edição de 2025 do festival, a banda teve convidados curiosos para a setlist. Para acompanhar a música "Kaiowas", o cantor Júnior e o criador do Lollapalooza, Perry Farrell, subiram no palco para integrar o ritmo agressivo dessa despedida. Com uma setlist semelhante a do show feito em setembro do ano passado, também dessa turnê de adeus, o grupo não deixou o clima cair mesmo com os problemas técnicos que enfrentaram. O som estava abafado e baixo comparado ao de outros palcos, a banda Bush enfrentou o mesmo problema em sua apresentação. 

A banda encerrou seu legado no festival com um de seus maiores sucessos internacionais, "Roots Bloody Roots", eternizando seu legado e deixando saudades em seus fãs que se mantiveram devotos até o fim.

No palco ao lado, o grande headliner da noite, Justin Timberlake, mostrou que seu status de popstar segue intacto. A apresentação, que não foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do evento, teve performances energéticas, muita dança e vocais entregues sem base pré-gravada.

Justin Timberlake se apresentando no palco principal do festival
Justin Timberlake encerra a terceira noite do festival Lollapalooza 2025. — Foto: Divulgação/Lollapalooza

Com um show marcado por coros emocionados em “Mirrors” e uma enxurrada de hits como, “Cry Me a River”, “SexyBack” e “What Goes Around... Comes Around”, ele reforçou sua presença como um dos grandes nomes da música pop.

Apesar de definitivamente não estar em sua melhor fase — após polêmicas envolvendo sua ex-namorada Britney Spears, que o acusou de um relacionamento abusivo, e uma prisão em 2024 por dirigir embriagado — Timberlake demonstrou um forte engajamento com o público, que saiu eletrizado do show. 

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Rock in Rio traz Katy Perry no lançamento de seu álbum, “143”, e performances de Cyndi Lauper e Ed Sheeran
por
Eshlyn Cañete
Pedro da Silva Menezes
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02/10/2024 - 12h

 

Joss Stone se apresenta no Palco Mundo do Rock in Rio
Joss Stone se apresenta no Palco Mundo do Rock in Rio — Foto: Leo Franco/AgNews

Os dois últimos dias de semana do Rock in Rio, 19 e 20 de setembro, contaram com shows marcantes em comemoração aos 40 anos do festival, com Will Smith, ator vencedor do Oscar, Cindy Lauper, cantora de sucesso dos anos 80 e até o lançamento do álbum “143”, de Katy Perry. Durante a quinta e sexta-feira, os fãs puderam assistir performances de gêneros variados, mas quem reinou foi o pop. 

Os shows do dia 19 alcançaram 4,9 pontos de audiência na TV Globo com o pop de Ed Sheeran e Charlie Puth, o samba de Fundo de Quintal e a renomada Joss Stone. A britânica foi a segunda a se apresentar no principal palco do festival, o Palco Mundo, e manteve a tradição de cantar com os pés descalços "Super Duper Love" e "You Had Me".

Entretanto, quem abriu o principal palco da Cidade do Rock foi Jão, no pop nacional. Ao tentar imitar um programa de auditório, o cantor convidou vários fãs para o show na estética de 1940. As músicas “Vou morrer sozinho” e “Imaturo” estavam presentes no setlist. 

Jão no Rock in Rio 2024
Jão no Rock in Rio 2024 — Foto: Reprodução

De volta à Cidade do Rock desde 2019, quando esteve presente no Palco Sunset do festival carioca, Charlie Puth cantou novos hits. Neste ano, o cantor foi promovido a um dos artistas do Palco Mundo e ainda emocionou com um dos maiores sucessos da carreira: ‘’See you again’’, tema do filme Velozes e Furiosos. Além disso, em homenagem ao Rio de Janeiro, o estadunidense tocou ‘’Garota de Ipanema’’ no piano. 

Também no palco Sunset, Will Smith, vencedor da categoria Melhor Ator do Oscar de 2022, se apresentou no Rock in Rio 2024. No entanto, o show de rap foi curto, com exatos 18 minutos. O rapper cantou algumas de suas músicas mais conhecidas,  “Man in Black” e “Work of Art”. Ele também é conhecido por ter feito a música tema de “Um Maluco no Pedaço”, sitcom que protagonizou nos anos 1990.

Will Smith faz participação especial no Rock in Rio
Will Smith faz participação especial no Rock in Rio — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

Sem muita surpresa, o headliner da noite, Ed Sheeran, cantou sozinho durante uma hora e 24 minutos. A voz e o violão foram os únicos aliados do artista, que, embalado pelo coro dos fãs, deixou claro que faz tudo ao vivo. Pela quarta vez no Brasil, o britânico se despediu da plateia com a promessa de uma possível turnê solo em 2025. 

Ed Sheeran canta no Rock in Rio 2024
Ed Sheeran canta no Rock in Rio 2024 — Foto: Gustavo Wanderley/g1

O mundo é das mulheres?

Na sexta-feira (20), aconteceu o “Dia Delas”, que recebeu esse nome por contar apenas com atrações femininas. Essa foi a resposta do festival à enxurrada de críticas que a organizadora Rock World recebeu por não escalar nenhuma atração principal feminina para o festival The Town, que ocorreu em São Paulo, no ano passado. Mesmo com a tentativa de reparação, é decepcionante que, com sete dias de festival, apenas um tenha uma artista feminina como headliner no palco mundo. O dia, recheado de estrelas pop, esgotou rapidamente e registrou a melhor audiência da edição na televisão, com 6,7 pontos.

Luedji Luna abriu o Palco Sunset e, com as convidadas Tássia Reis e Xênia França, entregou uma apresentação etérea, perfeita para as boas-vindas do dia. O show contou com uma energia solar que chegou ao seu pico quando Luedji e Xênia cantaram “Lua Soberana”, que estava na boca do povo, já que a canção era a abertura da novela “Renascer”, remake de Bruno Luperi para a Globo.

Luedji Luna e Xênia França no palco sunset do Rock In Rio
Luedji Luna e Xênia França no palco sunset do Rock In Rio. Fonte: Leo Franco/AgNews

No Palco Mundo, Ivete Sangalo transformou a Cidade do Rock em carnaval. A cantora animou o público sem pausa para descanso, com hits do início ao fim. Com músicas desde a época da Banda Eva até seu sucesso recente “Macetando”, todos dançaram e instintivamente sabiam de cor as letras. A performance vocal ao vivo de Ivete é poderosa, e na produção é possível notar as referências que ela buscou na Renaissance Tour, quando assistiu ao show no ano passado. A baiana é nostálgica sem soar datada e se mostra um verdadeiro titã da cultura musical brasileira. Sites como o G1 citam a cantora como a “maior diva pop do Brasil”.

Ivete Sangalo canta no Rock in Rio 2024
Ivete Sangalo canta no Rock in Rio 2024 — Foto: Stephanie Rodrigues/g1

O ícone dos anos 80, Cyndi Lauper, trouxe um show à moda antiga, sustentando a audiência com sua banda e gogó, sem grandes estruturas e efeitos especiais. Ela parecia a escolha perfeita para o “Dia Delas” por ser grande referência para a maioria das artistas femininas que estavam no lineup. O reflexo disso foi sua volta ao palco junto com Katy Perry, que enalteceu o legado de Cyndi. “Time After Time” e “True Colors” emocionaram e mostraram ao público mais jovem o poder das composições de Lauper para além de “Girls Just Wanna Have Fun”, que fechou com chave de ouro o show.

Há alguns anos, Karol G está tentando conquistar os brasileiros, afinal, o poder da população em números de streamings e consumidores de música é o maior da América Latina. Mas o Brasil não pareceu muito interessado, nem mesmo quando entoou “Tudo OK (Remix)”. Poucos cantaram os versos em espanhol adicionados por Karol e Maluma na música e pareciam até mesmo desconhecê-los. Entretanto, a colombiana segurou o palco na coreografia e nos efeitos especiais, em músicas como “GATÚBELA” e “TQG”, em que ela fez chover no palco. Além disso, a pirotecnia sincronizada com as melodias em “TUSA” foi o auge da apresentação. Karol trouxe as participações de Pabllo Vittar, Yseult e Sevdaliza para cantar “Alibi” juntas pela primeira vez, eletrizando todos os presentes.

Karol G segurando a bandeira do Brasil durante show no Rock In Rio
Karol G segurando a bandeira do Brasil durante show no Rock In Rio. Fonte: Felipe Orvi/Divulgação.

A headliner do dia, Katy Perry, foi o ponto alto do festival. A cantora escolheu o Brasil para receber o primeiro show de sua nova era, com o lançamento do álbum “143” no mesmo dia. Apesar das polêmicas e críticas, Katy é uma potência da música pop e mostrou que muitas das críticas feitas online não se traduzem para a vida real. A abertura com “Woman’s World” surpreendentemente foi um shot de energia nos fãs, que cantaram os versos, amplamente criticados pela superficialidade acerca do empoderamento feminino nas redes sociais. 

Katy Perry içada na abertura do show do palco mundo
Katy Perry içada na abertura do show do palco mundo. Fonte: Mauro Pimentel / AFP

Logo no início, a sequência de hits número #1 ilustrou a fala dela no VMA, de que “Não há acidentes que se perduram por décadas”. A roupagem mais eletrônica na produção tornou tudo mais coeso e alinhado com o som do novo álbum. Katy entregou o que  um show de diva pop precisa: palco e cenografia impactantes, múltiplas trocas de figurino, coreografias com breakdowns, segmentos temáticos e surpresas. Portanto, é possível perceber de onde vêm os elogios e críticas ao trabalho de Perry, que, apesar de ser completo, pode parecer superficial em alguns momentos.

No sábado (21), o Dia Brasil foi completamente dedicado à artistas nacionais, e contou com muito sertanejo. O Rock in Rio se encerrou no domingo (22), com outros headliners como Mariah Carey. Celebrando uma edição histórica, o festival completou sua quadragésima edição com ícones como Ney Matogrosso, mas decepcionou em algumas performances, como a de Luisa Sonza e Akon, julgado em portais de notícia brasileiros como o Estadão e o GShow como “as piores apresentações”. 

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A influência da literatura e do romance no Brasil o bate papo entre leitores e autores nacionais são pauta aberta no universo
por
Eduarda Gonçalves Amaral
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02/10/2024 - 12h

bookinfluencers na mesa do estande da Amazon com mediação do Tiago Valente
Mesa sobre os bookinfluencers com mediação do Tiago Valente - Foto: Eduarda Amaral 

 

A 27ª Bienal Internacional do livro encerrou em setembro sua programação no Distrito Anhembi, Zona Norte de São Paulo. O evento promoveu temas sobre “Bookinfluencers: Estratégias de conteúdo para engajar”, “Romances e o poder do “felizes para sempre”, com discussões entre influenciadores e autoras nacionais.

Uma das mesas de destaque do evento foi a “Bookinfluencers: Estratégias de conteúdo para engajar”, no Estande da Amazon Kindle às 11h, mediada pelo influenciador Tiago Valente, reunindo Paulo Ratz, Patrick Torres, Milena Souza (Enevoada) e Rodrigo de Lorenzi. Com humor e troca de experiências, a conversa falou sobre o impacto da influência na formação de leitores mais jovens e das comunidades criadas nas redes sociais. 

Tendo em vista a dinâmica dos conteúdos que geram engajamento na internet, Tiago questiona qual tipo de postagem consegue ultrapassar as bolhas e atingir um público ainda maior. “Eu só viralizo e meu conteúdo só engaja quando eu falo sobre racismo” diz Enevoada, que tem um público majoritariamente negro e indica livros com foco em representatividade não branca. A influenciadora também relata sobre o senso de comunidade da plataforma digital: “É um refúgio”.

Entretanto, ela contrapõe que muitos buscam seu trabalho apenas por ser negra ou por estar falando sobre raça, mas que não consomem criadores de conteúdo que são pretos em obras que não sejam relacionadas ao racismo.

Patrick Torres, que é um autor brasileiro, comenta: “Qualquer menção a raça no meu perfil funciona muito bem em números”, e explica que para ele “o exotismo engaja”, quanto mais o conteúdo for diferente e “exótico”, maior o engajamento.

A influência dos “bookinfluencers” é evidente nas escolhas literárias dos leitores, que demonstram uma crescente afinidade com a literatura nacional, e impulsionam seu reconhecimento. “A minha comunidade foi impactada com a minha indicação da Carla Madeira” (autora do livro “Tudo é Rio”), comenta Rodrigo de Lorenzi, a mesa finaliza ao discutir questões burocráticas e econômicas sobre a vivência com a literatura na internet.

 

“O romance só é romance se ele tem um final feliz?”

Autoras nacionais na mesa sobre romances com a mediadora Milena Souza (Enevoada)
Mesa sobre romance e finais felizes com as autoras e mediadora do evento - Foto: Eduarda Amaral

 

Outro bate papo com Enevoada, dessa vez no papel de mediadora, contou com a presença das autoras, Carina Rissi, Paola Aleksandra, Aione Simões e Vanessa Airallis, em um debate sobre “Romances e o poder do “‘felizes para sempre’”.

Um ponto chave na discussão foi sobre como o gênero é lido e escrito, e como as autoras encaram as críticas e a importância do romance. “Tudo que é associado ao interesse da mulher, escrito por mulheres e consumido majoritariamente por mulheres acaba parecendo como algo fútil, porque aquilo que é associado a mulheres é menor” comenta a autora Aione Simões, que cresceu como produtora de conteúdo defendendo romances. 

“O que é literatura de homem? isso não existe, mas porque temos uma literatura de mulher?” diz ela também, sobre o “subgênero” chick lit, que trata de questões femininas modernas.

A autora de “Amor às causas perdidas”, Paola Aleksandra, destaca que a principal transformação no cenário literário dos romances está sendo impulsionada pelos consumidores, que consomem cada vez mais histórias de amor, incentivadas pelas mídias sociais.

O último tópico abordado pela mesa de romance foi sobre a obrigatoriedade dos finais felizes: “Eu sinto que o final feliz me faz sentir controle sobre algo” diz Aleksandra, sobre ler romances com finais que aquecem corações, “porque é o que nos motivam a ter esperança para o nosso dia a dia”.

A crítica na leitura de romances que apresentam finais idealizados e excessivamente felizes gira em torno da expectativa de alguns leitores. Sobre isso, a autora Carina Rissi menciona que a discordância de seus fãs com relação ao final de uma de suas obras a levou a questionar sobre “o que é um final feliz?”. Quando ela escreve seus livros, nem sempre o final que ela quer é o final que os leitores vão gostar: “um final feliz é aquele que a minha protagonista merece, é o que ela precisa” finaliza Carina, autora de “Perdida”.


 

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Peça de Antônio Fagundes e Christiane Torloni tem temporada prevista até dezembro
por
Giovanna Montanhan
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01/10/2024 - 12h

A estreia da peça ‘Dois de Nós’ ocorreu no dia 05 de setembro, no Teatro TUCA. O elenco reúne grandes nomes do teatro e da televisão brasileira, como Christiane Torloni, Antônio Fagundes, Thiago Fragoso e Alexandra Martins. É dirigido por José Possi Neto, e concebido e escrito por Gustavo Pinheiro, jornalista que também assinou os textos de ‘Antes do Ano que Vem’ e ‘A Lista’. O palco do Teatro TUCA foi escolhido para ser a primeira casa do espetáculo, que ficará em cartaz até dia 15 de dezembro.

A premissa é de um mesmo casal, retratado em dois momentos distintos de suas vidas - na juventude, sendo interpretados por Alexandra e Thiago e na velhice, por Christiane e Antônio. Em um determinado momento, ambas as versões se encontram em um mesmo quarto de hotel, onde o passado e o futuro se entrelaçam, revelando segredos, frustrações e sonhos. O choque entre duas perspectivas de si mesmos desencadeia uma série de revelações e questionamentos. 

elenco
Elenco da peça 'Dois de Nós' - Reprodução: Instagram @doisdenosteatro

 

A química e o entrosamento entre os atores é um ponto de destaque na peça. Alguns membros do elenco da peça já haviam trabalhado juntos anteriormente, como Torloni e Fagundes, que contracenaram juntos em ‘Amizade Colorida’ (1981), ‘Besame Mucho’ (1987) ‘Louco Amor’ (1983),  ‘A Viagem’ (1994) e ‘Velho Chico’ (2016).

Alexandra Martins explicou, em entrevista à AGEMT, que o texto foi escolhido pelo próprio Gustavo Pinheiro, e escrito especificamente no elenco atual. Ela se apaixonou imediatamente pela obra assim que teve o primeiro contato com o roteiro, que discute a questão geracional nos relacionamentos. 

Antonio Fagundes afirmou, também para a AGEMT, que o texto é “perfeito para o momento atual, em um período em que tantas pessoas estão se afastando umas das outras em meio à polarização”.

Para ele, a peça traz uma mensagem importante de união. Ao comentar sobre suas contribuições ao personagem, mencionou que “todo ator sempre contribui para além do que está no texto de alguma forma”. 

Já Thiago Fragoso explicou que, embora o texto normalmente seja o primeiro fator a atrair um ator, foi o convite de Fagundes que o motivou para o trabalho. Segundo ele, que já havia trabalhado com o ator na televisão, a parceria no teatro seria um próximo passo. Rasgou elogios a Antônio, o reverenciando como “uma lenda do ofício”, como alguém que “continua a se superar”.

Por fim, mencionou que o encontro é uma honra e uma experiência muito especial, e, também fez questão de reafirmar a genialidade do texto. 

A peça utiliza do recurso da metalinguagem e leva o público para uma reflexão sobre as relações humanas e suas imperfeições, mostrando como elas são, na verdade, perfeitas em sua complexidade.Ao contrário das idealizações trazidas pelas comédias românticas norte-americanas, o espetáculo confronta o espectador com a realidade.

O espetáculo é recheado de momentos de gargalhadas intensas e emoções profundas, proporcionados por uma escrita atual e sagaz, que retrata os desafios da modernidade de maneira leve e divertida. O humor, aliado à reflexão, faz também com que o público não apenas se divirta com as situações cotidianas encenadas no palco, mas também se enxergue nelas, como um autorretrato. 

Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro TUCA e também no site/app do Sympla. Os valores começam a partir de R$80. Entretanto, docentes e discentes da PUC-SP pagam R$20. 

Também é possível adquirir uma visita guiada pelos próprios atores aos bastidores, camarins e coxias por R$100 a mais. 

Ao fim de cada sessão, há um bate-papo onde os atores interagem com a plateia e respondem respectivas dúvidas e impressões sobre o espetáculo apresentado.

 

Evento marca importância para os escritores brasileiros autônomos na divulgação das obras e fidelização do público
por
Victória da Silva
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01/10/2024 - 12h

 

A 27° edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo proporcionou um ambiente acolhedor para aqueles que lançam ou desejam lançar livros de forma independente. Diversos artistas tiveram a oportunidade de publicizar as suas obras e editoras como a Autora Mila Cassins, All Print Editora, Conejo, Proverbo e UICLAP contaram com estandes no evento.

Como exemplo, no dia 13 (sexta-feira) a Amazon fez um encontro de autores independentes que publicam suas obras no Kindle. Em seu estande, a palestrante fazia perguntas sobre o Kindle e presenteava com brindes aqueles que acertavam as respostas. A arena estava repleta de escritores e foi um momento de compartilhamento de experiências, networking e debates sobre os gêneros que escrevem. 

Segundo o professor de jornalismo da PUC-SP, Fábio Fernandes, o evento teve um recorde de escritores independentes que tiveram seus livros publicados por algumas editoras também independentes que estavam na Bienal.

 

Pessoas andando pelos corredores da Bienal
Corredores da 27° Bienal de São Paulo estavam repletos de visitantes. Foto: Victória da Silva / Arquivo pessoal

Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi um dos visitantes do evento. Cantarim conversou com a escritora Kai Sodré e comprou seu livro “Sonata de Pólvora”, que foi lançado no último dia de Bienal (15) pela editora Lura, uma empresa de autopublicação de livros. 

O estudante conta: “Uma assistente dela abordou a gente, uma das funcionárias da editora, falou conosco e depois apresentou para a autora, que nos explicou melhor sobre o livro. Falamos, compramos e ela até autografou pra gente. Então foi super legal essa experiência, de conversar realmente com a autora, pegar o autógrafo dela logo de cara assim.”

Mikaela Serur também foi uma das autoras que estiveram na Bienal na sexta-feira (13). A ilustradora, que também é youtuber e está escrevendo seu primeiro livro, participou de uma mesa da Arena Podcast Skeelo junto de Pedro Rhuas, autor de “O Mar me levou a Você” e Natalia Avila, escritora de “Não Direi que é Amor”. 

Assim como muitas outras pessoas que aspiram publicar seus livros, Mika (como é chamada nas redes sociais) tem o desejo de publicar sua obra sobre Luca e Julian, dois meninos que se conhecem em Roma e vivem um romance italiano. Seu livro está somente no Wattpad - plataforma digital de leitura que permite a interação através de comentários - intitulado como “Livro da Mika”, mas a influenciadora já pronunciou seu interesse em lançar o livro físico.

Essa vontade foi realizada por Bruno Rodrigues, autor da série de livros “Essência e Cosmos”, e sua ilustradora Vitória. Sendo a primeira vez com um estande na Bienal, Bruno promoveu seu primeiro lançamento como escritor independente, o livro “Desejo Petrificado”, obra de romance e fantasia que narra a história de Lisa, protagonista que sofre de transtorno dissociativo de identidade e busca um amor verdadeiro.

Segundo Rodrigues, “a personalidade dominante dela é de uma moça gentil, recatada e calma, mas em outra ela é uma mulher forte, cruel e exasperada que intimida os pretendentes que ela pode ter”.

No decorrer da história, Lisa participa de um exame proposto pelo rei para fazê-lo realizar seu desejo mais profundo: o de viver uma verdadeira paixão. Assim, ela se apaixona pelo vilão da trama e entra em uma jornada de auto-aceitação, enquanto aprende a se relacionar com outras pessoas.

 

Lugar para tirar fotos na Bienal
Além dos estandes, vários locais ‘instagramáveis’ chamaram atenção do público. Foto: Victória da Silva / Arquivo pessoal

Ainda para Lucca, esse acesso que autores brasileiros independentes possuem é fundamental para que as pessoas passem a consumir mais livros nacionais e não permaneçam somente no monopólio norte-americano. “É muito difícil bater de frente com autores que já dominam a mídia, sabe? Como o Rick Riordan de ‘Percy Jackson’, o George Martin de ‘Game of Thrones’, e até os que já faleceram, mas ainda mantém um legado como Tolkien de ‘O Senhor dos Anéis’.”, afirma ele.

Demonstrando seu interesse em criar outros universos, já que além das matérias jornalísticas Lucca também escreve outros gêneros de texto, ele finaliza: “É muito importante que a Bienal realmente dê espaço para autores independentes brasileiros crescerem. Eu acredito que fazer isso é uma forma de dar um empurrão neles”.

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Com duas indicações, o cantor pop alcança novo marco em sua carreira
por
Ricardo Dias de Oliveira Filho
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01/10/2024 - 12h

2024 tem sido um ano especial para o cantor Jão, que celebra mais duas indicações ao Grammy Latino. Depois de conquistar o público com seu álbum “SUPER”, o artista concorre em duas categorias: Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, com “SUPER”, e Melhor Canção em Língua Portuguesa, com o hit Alinhamento Milenar, em parceria com Pedro Tófani e Zebu. O anúncio foi feito na terça-feira (17), consolidando mais uma fase de sucesso em sua trajetória.

Capa do álbum 'Super', de Jão — Foto: Gabriel Vorbon / Divulgação
Capa do álbum 'Super', de Jão — Foto: Gabriel Vorbon / Divulgação

“SUPER”, lançado no final de 2023, combina pop, ballad, e quebrou recordes no Spotify Brasil. O álbum alcançou 8,5 milhões de streams nas primeiras 24 horas, e se tornou a estreia mais ouvida do país. A faixa Me Lambe, um dos destaques do disco, já ultrapassou 26 milhões de reproduções. A turnê do álbum, intitulada de “SUPERTURNÊ”, também fez história, com Jão se tornando o primeiro artista a esgotar dois dias de show seguidos no Allianz Parque, e uma arrecadação de mais de R$49 milhões. O cantor também esteve presente no Rock In Rio, tanto em Lisboa quanto no Brasil, no Palco Mundo, considerado o mais importante do festival.

Além do álbum, a canção Alinhamento Milenar se destaca pelo lirismo. No refrão, a música explora a ideia de uma relação única entre dois amantes, como se suas almas estivessem predestinadas a se encontrar. O conceito de "alinhamento milenar" sugere uma conexão profunda e rara, marcada pelo destino: "Tão estranho, nós estamos vivos / Nesses mesmos dias, nesses mesmos anos / Mesmo plano, hora exata / Você me ama e eu te amo, alinhamento milenar / Você não acha? Você não acha?", canta o refrão.

Nas redes sociais, Jão compartilhou sua empolgação: “Mais duas indicações ao Grammy latino! Alinhamento milenar e Super! Muito obrigado! Foi um ano muito especial. Nos vemos em Miami!”.

A cerimônia do Grammy Latino acontecerá no dia 14 de novembro de 2024, no Kaseya Center, em colaboração com o Condado de Miami-Dade e o Greater Miami Convention & Visitors Bureau. O evento celebrará as gravações lançadas entre 1º de junho de 2023 e 31 de maio de 2024, e o cantor Jão estará mais uma vez entre os grandes nomes da música latina.

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