Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
por
Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Com a proximidade de dezembro, os filmes natalinos ganham cor em formatos variados, de animação até ação
por
Gisele Cardoso dos Santos
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28/11/2024 - 12h

A aproximação do fim do ano trouxe os lançamentos natalinos para os cinemas e para o canal de streaming Netflix. Entre os gêneros é possível encontrar comédia romântica, ação e fantasia. O elenco também é variado nas produções de fim de ano, com: Lindsay Lohan, Ian Harding, Dwayne Jonhson e Chris Evans.

Um amor feito de neve

O filme conta a história de uma jovem viúva que enfrenta o luto pela morte de seu marido. Com a ajuda da magia do Natal, Kathy reencontra a felicidade quando seu boneco de neve cria vida e se torna um grande companheiro. Porém, com o passar do inverno, seu amor pode desaparecer junto com a neve. O filme está disponível na Netflix, tendo sido lançado em 13 de novembro.

Um amor feito de neve foi lançado em 13 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix
Um amor feito de neve foi lançado em 13 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix

 

Aquele Natal

“Aquele Natal” é um filme de animação para a família. A história narra o natal mais complicado do Papai Noel, quando uma nevasca quase arruinou as comemorações de fim de ano das famílias de Wellington. Porém, em busca de um milagre de Natal, os cidadãos se lembram do que é mais precioso na data. Pode ser assistido pela Netflix a partir de 04 de dezembro.

Aquele Natal será lançado em 04 de dezembro. Foto: Divulgação/Netflix
Aquele Natal será lançado em 04 de dezembro. Foto: Divulgação/Netflix

Sintonia de Natal

Lançado em 07 de novembro pela Netflix, “Sintonia de Natal” traz um triângulo amoroso entre Leyla, James e Teddy.

Ela conhece James no ano anterior em um aeroporto, em um encontro proporcionado por voos atrasados na noite de Natal. Apaixonados, eles combinam de se encontrar no especial de Natal de um grupo musical no ano seguinte, mas os ingressos acabaram  esgotando. Em busca de encontrar seu amado, ela consegue ajuda de Teddy, um assistente pessoal que vai abalar a sua certeza sobre quem é o par perfeito.

Sintonia do Natal foi lançado em 07 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix
Sintonia do Natal foi lançado em 07 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix

Nosso segredinho

Ao conhecer a família do novo namorado na noite de Natal, Avery, interpretada por Lindsay Lohan, descobre que seu ex, é o atual namorado de sua cunhada Katie. Juntos, eles concordam em não contar sobre essa saia justa e lutam para guardar esse segredo. O filme foi lançado em 27 de novembro, na Netflix.

Nosso segredinho será lançado em 27 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix
Nosso segredinho será lançado em 27 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix

No Ritmo do Natal

A comédia romântica conta sobre uma ex-bailarina que retorna para a cidade da sua família ao descobrir que o estabelecimento de seus pais está prestes a fechar as portas. Para impedir que isso aconteça, ela monta uma apresentação com garçons bailarinos e aposta todas as suas fichas na noite de natal. Está disponível desde 20 de novembro também na Netflix.

No Ritmo do Natal foi lançado em 20 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix
No Ritmo do Natal foi lançado em 20 de novembro. Foto: Divulgação/Netflix

Operação Natal

Saindo da sala de estar e entrando nas salas de cinema, a produção “Operação Natal” foge do tradicional e apresenta uma história natalina de aventura. Nessa história, o papai noel é “Das Neves”, um senhor forte e descolado. Porém, ele é raptado e cabe ao caçador de elite, Jack O’Malley (Chris Evans) e Callum Drift (Dwayne Johnson) trazê-lo de volta.

Operação Natal foi lançado em 7 de novembro. Foto: Divulgação/Warner Bros Pictures
Operação Natal foi lançado em 7 de novembro. Foto: Divulgação/Warner Bros Pictures
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Aos 18 anos, mineira fecha contrato vitalício com uma das mais importantes casas de ópera do mundo
por
Gisele Cardoso dos Santos
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28/11/2024 - 12h

A jovem Luciana se tornou a primeira brasileira da história a entrar na Ópera de Paris. Seu contrato garante o vínculo até os seus 42 anos, considerada a idade média de aposentadoria para bailarinas na França.

 

Com sua trajetória no ballet iniciada aos 3 anos, a jovem passou pela Petite Danse no Rio de Janeiro, onde se destacou e chamou a atenção tanto das professoras quanto dos internautas. Depois de muitos prêmios e festivais nacionais, Luciana se apresentou em Nova York para a YAPG 2018 e ficou entre as 12 melhores do mundo. Já em 2021, foi uma das 70 bailarinas que representaram o Brasil no Prixx de Lausanne, uma das maiores competições mundiais do ballet clássico, presidida na Suíça.

Luciana se mudou para o Rio de Janeiro aos 9 anos. Foto: Reprodução/Instagram Luciana Sagioro
Luciana se mudou para o Rio de Janeiro aos 9 anos. Foto: Reprodução/Instagram Luciana Sagioro

Com sua participação, a bailarina conseguiu o terceiro lugar no geral e o primeiro lugar como melhor performance artística, categoria que era decidida por voto público. A mineira, com apenas 15 anos, já saiu da competição com sua bolsa garantida na Escola de Dança da Ópera de Paris, na qual agora foi contratada.

 

A Ópera Nacional de Paris, foi fundada em 1669 e realiza suas apresentações de ballet no teatro Palais Garnier. A ópera é reconhecida mundialmente por seus espetáculos como: Paquita, Swan Lake, Don Quixote, La Bayadère, La Source e Giselle.

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Talitha Barros, chef do Conceição Discos, não apenas cozinha; ela transforma a comida em uma declaração resistência
por
Laura Paro
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27/11/2024 - 12h

 

Tudo é político quando você é uma mulher. Essa é a frase em um dos quadros expostos na parede roxa do restaurante Conceição Discos, localizado no bairro de Santa Cecília da capital paulista. Um fogão poderoso cercado por um balcão chama a atenção, por exalar o cheiro de comida brasileira vindo dali; a cozinheira, que usa um turbante, cozinha enquanto conversa com as pessoas que sentam à sua frente. Entre uma prosa e outra com os seus clientes, que são recebidos sempre com cumprimentos calorosos, ela prepara o prato do dia a ser servido no restaurante. E o cheiro… O cheiro exala a sua paixão por cozinhar, que pode ser sentida já ao entrar no local. É um lugar de cozinha afetuosa.

Talitha Barros é a dona e chef do restaurante Conceição Discos, localizado em Santa Cecília. Foto: Laura Paro/Arquivo pessoal.
Talitha Barros é a dona e chef do restaurante Conceição Discos, localizado em Santa Cecília.
Foto: Laura Paro/Arquivo pessoal.

Talitha Barros é nascida na periferia da zona sul de São Paulo, neta de indígena e a chef que usa turbante por trás das quatro bocas do fogão, utilizado para preparar a comida do restaurante paulistano. A especialidade da casa é servir arroz em diferentes pratos: um ingrediente que parece simples, mas que se torna único a cada combinação – abóbora, costelinha, camarão, baião de dois… E por aí vai. Tudo isso, com a opção de complementar com um ovo frito, que também parece simples, mas é o que há de especial no restaurante.

O cheiro de comida boa e caseira ecoa pelo ambiente e antes mesmo de entrar no restaurante, já é possível ouvir os belos vocais de Nina Simone – uma das artistas escolhidas para compor a trilha sonora do Conceição Discos que, como o nome entrega, também vem da paixão pela música. O local dispõe, além da culinária brasileira, de uma bancada de discos de vinil à venda e de uma vitrola que toca durante o dia. A escolha da trilha sonora que traz resistência cultural, o ambiente caloroso e o cheiro de comida brasileira já dizem muito sobre o restaurante, e também sobre a chef.

Com o sonho de ser antropóloga para cuidar das heranças culturais dos povos nativos, Talitha Barros se encontrou na gastronomia – seguindo com o mesmo sonho, mas dessa vez, envolvendo a arte de cozinhar. Ela diz que sua paixão pela comida brasileira vem nos pequenos detalhes e na valorização de ingredientes que parecem básicos demais, mas que são versáteis: no Conceição Discos, por exemplo, um simples ovo frito é capaz de transformar a finalização de qualquer prato do cardápio.

Foi essa vontade de expressar sua própria identidade que a levou a criar um espaço onde a comida não é apenas uma receita, mas uma forma de contar um pouco de sua história. Ela começou como ajudante de sushiman e depois passou por restaurantes italianos e franceses, mas a vontade de ter algo com a sua própria identidade era maior. Decidiu abrir um restaurante que também contasse um pouco da sua história e de onde veio, e por isso a escolha da comida brasileira: rica em sabores, mesmo com poucos ingredientes; música boa e feita por artistas importantes da indústria musical, a maioria com um histórico de luta e resistência (como Nina Simone, que foi ativista pelos direitos de pessoas pretas nos Estados Unidos); e, ainda, um local formado totalmente por mulheres, desde a cozinha até as atendentes.

Ao sentar no balcão, é possível observar o modo de preparo da chef e todos os utensílios de cozinha que ela utiliza. Foto: Laura Paro/Arquivo pessoal.
Ao sentar no balcão, é possível observar o modo de preparo da chef e todos os utensílios de cozinha que ela utiliza.
Foto: Laura Paro/Arquivo pessoal.

Ao sentar no balcão de frente para ela, os frequentadores assíduos costumam pedir um refrescante de hibisco para começar a jornada gastronômica no restaurante. O prato do dia? Arroz de carne assada. A chef, enquanto prepara a comida a ser servida, de frente para o fogão, ela compartilha um sorriso com um cliente; com outros que já conhece, compartilha histórias, ou até mesmo conta sobre a sua última viagem.

Após alguns minutos, a comida chega na mesa e todo o cheiro aconchegante espalhado pelo ambiente alcança o paladar. A reação dos clientes é sempre única e grande parte, até comem de olhos fechados. É como se estivessem se alimentando de uma história, como se a boa prosa com a cozinheira se transformasse em uma comida afetuosa, que acolhe. O arroz, que parece tão simples, ganha outra dimensão quando, enquanto é preparado, é acompanhado de boas conversas, regadas de histórias. Os pratos não são apenas comida; são uma continuidade de algo maior, que começa nas mãos de Talitha, que, ao colocar a comida na mesa, também coloca um pouco de si mesma.

Aqui, não se trata apenas de alimentar corpos, mas de nutrir a alma. E a alma, para Talitha, tem um gosto muito particular, um gosto que é, ao mesmo tempo, doce e amargo, forte e delicado. Esse é o gosto da resistência, também presente na história da chef: uma mulher periférica, que carrega um legado especial por parte dos seus avós e que ama a culinária de onde veio – a brasileira.

Porque tudo é político quando você é mulher. E, nesse espaço, o político está também em cada ingrediente escolhido por Talitha para colocar no prato e em cada história que ela traz para o balcão. O simples ato de cozinhar, para ela, não se limita a um gesto de sustento. Cozinhar, para ela, é a representação de um espaço de afirmação e empoderamento.

O quadro "Tudo é político quando você é uma mulher" é exposto em uma prateleira na parede do restaurante.
O quadro "Tudo é político quando você é uma mulher" é exposto em uma prateleira na parede do restaurante.
Foto: Laura Paro/Arquivo pessoal.

Como mulher, Talitha sabe que cada prato que sai da sua cozinha é também um manifesto. É uma resposta às desigualdades, um posicionamento sobre o valor da comida simples, mas sofisticada na sua raiz. A valorização do arroz e do ovo, ingredientes essenciais que muitas vezes são vistos como “básicos”, é a celebração de uma gastronomia que carrega uma identidade própria; para ela, cada grão de arroz é como um pedaço da história do Brasil, um pedaço de um país que está sempre tentando ser redefinido, mas que, através da comida, encontra uma maneira de se afirmar.

E quando ela coloca esse arroz no prato, acompanhado de uma costelinha de porco suculenta, ou de um bacalhau, ela nos ensina que a comida pode ser muito mais do que um simples ato de sustento. A comida é história, é luta e também é poesia. E isso é trazido por ela no dia a dia dentro da cozinha, na interação com os clientes e na visível paixão que tem por cozinhar.

Cada prato que sai do fogão de quatro bocas do Conceição Discos é uma maneira de afirmar sua identidade, de afirmar sua luta enquanto chef e principalmente, como mulher. Porque no fundo, o que Talitha oferece não é apenas o sabor inconfundível de um arroz bem feito, mas uma história de resistência e de afirmação. Uma história que é, antes de tudo, política, pois enquanto mulher, sua presença ali, seu espaço conquistado na culinária paulistana, não é só uma escolha de carreira. Mas um verdadeiro ato político.

Ao entrar no Conceição Discos, entra-se não apenas em um restaurante. Mas sim em um espaço onde a comida é política, onde o gosto é resistência, onde a música é história, e onde, acima de tudo, o acolhimento é feito de afeto – o tipo de afeto que transforma, que cura e que, em cada prato, conta a história de uma mulher que escolheu fazer da sua cozinha um lugar de potência.

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“Se não tiver diversão, a gente nem toca”, diz o vocalista da banda de Classic Rock, Outshine
por
Vitória Nunes de Jesus
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25/11/2024 - 12h

A vida noturna de São Paulo é conhecida por sua variedade, abrangendo desde baladas sofisticadas até bares de rock, com opções para todos os gostos e estilos. A Rua Augusta é considerada um dos polos mais ecléticos da cidade, oferece bares, casas noturnas, botecos e locais para música ao vivo. São tantas opções que muitas vezes os paulistas não sabem nem aonde ir.

Para os rockeiros, um bairro interessante é Pinheiros, existem desde bares grandes com bandas e suas performances, vestimentas que imitam artistas até pubs menores que também contam com shows de bandas covers.

As bandas são o que “anima o rolê” e fazem você e seu grupo de amigos perceberem se fizeram a escolha certa do lugar. Quanto mais música, melhor.

Para saber mais sobre o universo das bandas cover, André, o vocalista da banda Outshine, conta um pouco sobre algumas histórias que ele e seus parceiros de palco já passaram. “Somos quatro amigos: André Rima (vocalista), Alex Resende (guitarrista), Fábio Lourenço (contrabaixo) e Cristopher Ribeiro (baterista). Estamos juntos desde 2016. Na adolescência, cada um tinha sua banda, a gente se reuniu para essa banda no final de 2016 com o final da banda de cada um e coincidiu de cada integrante tocar um instrumento e formar a Outshine.”

André diz que a banda procura se manter atualizada nas músicas atuais para montar os repertórios dos shows, mas também não os seguem à risca, vão observando o que o público vai gostando mais. “A gente fica ligado na atualidade, o que tem agradado ao pessoal e também na temperatura do show. Se um ritmo vai agradando, a gente vai puxando para aquele lado. Tudo depende muito do público que está naquele dia, no show, a idade, se gostam mais de um rock pesado, mais leve, pop, a gente vai soltando as músicas e vai vendo a receptividade e às vezes, na hora mesmo, a gente muda a ordem das músicas para se adequar ao que está rolando naquele dia”.

O vocalista da Outshine diz que não tem idade quando o assunto é música boa. “Linkin Park e System of a Down, essas duas bandas a gente pode estar tocando em uma festa de debutante ou de aposentados que vão querer escutar. É impressionante a força que essas duas bandas têm”.

Apesar de algumas vezes o público ter a impressão de algumas bandas cover quererem seguir à risca a imagem dos cantores imitados, André diz que sua banda é diferente, ainda mais por cantarem diversas músicas de várias bandas. “Sempre adicionamos coisas nossas, timbres nossos, a minha voz também é diferente, nunca vai ser igual a do cantor, então sempre faço alguma graça”.

Imagem: arquivo pessoal
Imagem: arquivo pessoal

André relembra que o principal para manter a banda é sentimento pela música. “Se não tiver diversão a gente nem toca. No caso dessa banda, os integrantes não vivem de música, a gente já viveu uma época, mas no período da pandemia não deu para tocar, então cada um seguiu uma carreira. Depois da pandemia a gente continuou tocando por diversão e amor à música”.

Pesquisas mostram a desvalorização e os estigmas sociais da profissão. Uma pesquisa realizada em 2021 pela Record Union apontou que 73% dos músicos independentes relataram problemas de saúde mental devido ao estresse financeiro e à desvalorização da carreira. Outra pesquisa feita em 2020 da Casa de Música do Porto revelou que 42% das pessoas acreditam que a música não é uma “profissão séria”.

Questionado por sofrer preconceito como músico, André diz não ser discriminado em seu meio. “Existe preconceito fora do lugar do show. Músico geralmente é chamado de vagabundo se não ganha muito dinheiro ou não faz muito sucesso, não é um bom músico. A gente não pensa assim, existem faixas e faixas de sucesso que você pode ter na música e formas de se ganhar dinheiro também com música que dá para viver em qualquer lugar do mundo. Desde que você se dedique para música, o mesmo tempo que você se dedica para um trabalho qualquer, você ganha um bom dinheiro”.

O vocalista da banda diz que a Outshine não pretende lançar músicas próprias nos repertórios de seus shows ou seguir outros caminhos musicais. “Cada um de nós tem seus trabalhos próprios. Já tive meus CDs gravados, mas nessa banda é exclusivamente comercial”.

Por fim, André relembra uma história engraçada que a banda viveu em um show. “Foi uma situação muito embaraçosa que aconteceu em Campos do Jordão, num bar, que uma gringa, da Holanda subiu no palco e abaixou as calças e virou para o público enquanto a gente estava tocando. Foi o momento mais engraçado da banda”.

Cumprindo o propósito de alegrar a vida do público e mantendo o seu, que é o amor pela música, bandas cover continuam dando um show por São Paulo e colecionando histórias para contar.

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O evento de música eletrônica promete agitar a capital paulista reunindo grandes nomes brasileiros e globais na primeira quinzena de dezembro
por
Majoi Costa
Nicole Conchon
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22/11/2024 - 12h

 

 

 

Edições antigas da Boiler Room em colagem. Foto: Boiler Room ArchivesV
Edições antigas da Boiler Room em colagem. Foto: Boiler Room Archives

 

 

 

 

 

O Boiler Room, evento de música eletrônica reconhecido por suas festas secretas e transmissões ao vivo, desembarca em São Paulo no dia 13 de dezembro. O local ainda não foi compartilhado, mas nomes como DJ Magal, AKAI, Danny Daze, Suelen Mesmo e DJ Caio Prince são alguns já confirmados pelo programa. 

 

A festa promete ser um marco para os fãs do gênero,  reunindo DJs internacionais e nacionais em um local surpresa, criando uma experiência imersiva e exclusiva para o público. Com sua tradição de apresentações intensas e energéticas, o evento reflete a constante evolução da cena eletrônica global, proporcionando aos paulistanos uma oportunidade rara de vivenciar o conceito único do Boiler Room ao vivo.

Foto: Ryan Buchanan
Foto: Ryan Buchanan

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Surgimento do Boiler Room 

O Boiler Room foi fundado em 2010 por um grupo de britânicos com a ideia de criar uma plataforma que unisse música eletrônica e a cultura de clubbing, que se refere ao conjunt de práticas, comportamentos e valores associados à cena de clubes noturnos e festas eletrônicas, se tornando um estilo de vida que geralmente é associada a gêneros musicais como techno, house, trance e outros estilos eletrônicos. 

 

O conceito era simples, mas inovador: reunir DJs em performances ao vivo e transmiti-las para o mundo, com foco na energia visceral dos clubes underground. Com uma estética minimalista e sem grandes ostentações, o Boiler Room capta a essência da música eletrônica em sua forma mais crua, colocando o público no centro da experiência

 

Inicialmente, o Boiler Room se destacou por sua abordagem alternativa à forma como a música eletrônica era consumida. Ao contrário dos grandes shows de DJ transmitidos de maneira convencional, as festas do Boiler Room eram mais descontraídas, sem palco elevado, com o público ao lado dos artistas, criando uma atmosfera de proximidade e troca de energia única. A transmissão ao vivo das performances pelo YouTube rapidamente atraiu fãs de todo o mundo, fazendo com que o Boiler Room se tornasse uma das maiores plataformas de música eletrônica do planeta. 

 

O Boiler Room chegou ao Brasil pela primeira vez em 2013 e contou com grandes nomes consagrados na cena como o DJ Zegon, Gui Boratto, Ney Faustini e Nomumbah. Nos anos seguintes, como 2017 e 2019, foi a vez de Djonga, Rincon Sapiência, Linn da Quebrada e a Mamba Negra (coletivo underground paulista), Cashu e Badsista levarem suas músicas e sets em São Paulo e no Rio de Janeiro pela plataforma. 

 

A importância do Boiler Room 

O Boiler Room desempenha um papel crucial na democratização da música eletrônica, por meio das transmissões ao vivo. Além disso, oferece um palco para artistas emergentes e consagrados, de diferentes vertentes do gênero. Ao longo dos anos, o evento tem sido um catalisador de novas formas de produzir e criar shows, dando visibilidade a sons alternativos e experimentais, ao mesmo tempo em que se celebra os ícones do underground.

Além de promover o talento musical, o Boiler Room também é uma vitrine para a cultura clubbing e das festas de dança, celebrando não apenas a música, mas o ambiente e a comunidade que ela cria. Cada evento tem um caráter único, sendo das plataformas de vídeo online, com a produção visual cuidadosamente projetada para refletir a vibração e o espírito do evento. 

 

 

DJ Larinhx na Boiler Room do Rio de Janeiro em 2023. Foto: Boiler Room Archives

 

 

 

 

O Boiler Room em São Paulo

 

São Paulo tem uma forte ligação com a cultura da música eletrônica, devido à sua diversidade cultural, infraestrutura de vida noturna e influência global. A cidade atrai pessoas do mundo todo, criando um ambiente ideal para a música eletrônica  florescer e se expandir. E, embora o Boiler Room tenha se tornado uma plataforma de renome mundial, sua presença na cidade ainda era um sonho distante para muitos fãs. 

 

Para os artistas locais, o evento representou uma oportunidade única de visibilidade, tanto para aqueles que puderam se apresentar ao lado de grandes nomes internacionais quanto para os que participaram das transmissões ao vivo.

O preço e os locais onde acontecem os boilers variam muito. Pela alta demanda, a organização do evento não divulgou tudo no momento em que o local é anunciado, mas vão aos poucos compartilhando as atrações e os valores. Em 2023, o ingresso variou entre 50 a 100 reais. E os locais, em festas fechadas como DGTL, The Edge ou até em locais que ocorrem as festas da Mamba Negra, no caso de São Paulo. 

 

O impacto cultural da Boiler Room vai além da música. Ela traz à tona discussões sobre a cena underground, a autenticidade das festas e o crescimento da cena eletrônica em um mundo cada vez mais digital e globalizado. Em um momento em que as festas de grande porte dominam o mercado, a Boiler Room se destaca por manter viva a essência das raves e das festas clandestinas que marcaram a história da música eletrônica.

 

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