Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
|
27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

Tags:
Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
|
25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

Tags:
A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
por
Chiara Renata Abreu
|
18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

Tags:
A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
por
Por Guilbert Inácio
|
26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
|
16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

Renato Aroeira e sua vida após juntar chargistas do Brasil inteiro na luta contra a censura nas artes plásticas
por
Rafaela Correa de Freitas
|
07/04/2021 - 12h

O aniversário de 57 anos da Ditadura Militar não passou em branco pelo grupo pessoal do Presidente Jair Bolsonaro, incluindo seu Vice, Hamilton Mourão. O Presidente e seus ministros se orgulham de comemorar o período que sequestrou a democracia brasileira. E assumem práticas semelhantes às adotadas pelo regime militar. No dia 15 de junho de 2020, por exemplo, o  Ministro da Justiça, André Mendonça, solicitou a abertura de um Inquérito contra o cartunista Renato Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat, após uma charge do presidente pintando uma suástica na cruz vermelha ser publicada.

O pedido de Mendonça foi feito com base no Artigo 26 da Lei de Segurança Nacional, prevendo pena de um a quatro anos de prisão para aquele que caluniar e/ou difamar, neste caso, o Presidente da República. No dia 15, o canal da Secom no Twitter citou a charge publicada por Noblat, dizendo: “Falsa imputação de crime é crime. O senhor Ricardo Noblat e o chargista estão imputando ao Presidente da República o gravíssimo crime de nazismo; a não ser que provem sua acusação, o que é impossível, incorrem em falsa imputação de crime e responderão por esse crime.”

 

print do tweet da SecomVc dando rt na charge do bolsonaro pintando uma suástica na cruz vermelha
Foto: twitter @secomvc e @BlogdoNoblat. Charge: Aroeira

O confronto, não só ao artista quanto ao Artigo Quinto da Constituição Brasileira, prevendo a inviolabilidade do direito à liberdade(...), gerou muitas discussões que culminaram na criação de um abaixo-assinado e a campanha virtual #SomosTodosAroeira, no qual diversos chargistas recriaram a arte original em apoio a Aroeira e Noblat. Essa iniciativa conquistou o Prêmio Especial Continuado Vladimir Herzog de Direitos Humanos, em 2020.


Aroeira diz ser “um crítico social, e o crítico social tem a função de criticar a estrutura que garante a permanência do que está errado e assim por diante”, lembrando de qual é o seu papel na Arte Política, aquele que não é, em sua essência, difamar uma figura alvo em sua charge, e sim de criticar o que ele vê de errado. O artista ainda complementa: “a suástica como crítica ao comportamento autoritário tem sido usada e tem jurisprudência formada em tudo que é lugar”, traçando, por fim, a linha entre ele e a sua liberdade de expressão e o crime de difamação.

 

Foto de capa: reprodução instagram @somostodosaroeira. Créditos em ordem: @camilo.riani @blogdobrito

 

Tags:
A desigualdade entre homens e mulheres também é presente no grande mercado editorial.
por
Sofia Luppi Palacine
|
13/04/2021 - 12h

O mundo editorial sempre foi dominado pelos homens, por mais que as mulheres sejam em maior número do público leitor, principalmente no Brasil. As mulheres sempre lutarem para terem suas histórias publicadas, para terem os mesmos reconhecimentos que os autores possuem. As autoras almejam ter o mesmo sucesso, podendo assinar suas obras com seus nomes, sem terem o receio de serem boicotadas por serem mulheres. 

Mas quais são os fatores que impedem de mulheres serem mais publicadas no Brasil e no mundo?

Confira o debate no vídeo a seguir:

 

 

Tags:
O universo dos colecionáveis têm se tornado cada vez mais comum entre fãs de eletrônicos retrô
por
Eduardo Rocha
|
09/04/2021 - 12h

Para conversar sobre esse assunto, foi convidado um dos mais importantes colecionadores e cofundador da comunidade Odyssey Brasil. O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Victor Emmanuel Vicente. (Por: Eduardo Rocha) Ouça o podcast

Tags:
A crise sanitária causou a extinção dos grandes eventos. Organizadores, promotores e artistas que dependiam deles tiveram sua renda reduzida em até 100%
por
Fernando Bocardo, João Kerr e Pedro Duarte
|
09/04/2021 - 12h

O setor de organização e promoção de eventos costumava representar 13% do PIB brasileiro, segundo a CNN. Com a realização de mais de 590 mil eventos por ano, o segmento seria responsável por uma movimentação anual de mais de 1 trilhão de reais em um ano normal. 

A pandemia de Covid-19 tem feito milhares de vítimas por dia e a melhor maneira de combatê-la é praticando distanciamento social, ou seja, sem aglomerações e portanto, sem eventos presenciais. Com isso, o setor de eventos está completamente abandonado.

 

Impacto

Em meados de março de 2020, a crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 fez com que todos os grandes eventos programados para ocorrer no Brasil fossem suspensos. Em entrevista ao G1, Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) afirmou que foram mais de 350 mil eventos cancelados ou adiados no ano passado.

Isso impactou de forma drástica a vida de quem trabalha no setor e o funcionamento das mais de 60 mil empresas que dependem da realização de eventos para sobreviver. Apenas durante o período entre março e dezembro de 2020, o prejuízo total do setor de eventos foi de mais de 270 bilhões de reais, de acordo com a CNN. Essas perdas resultaram em mais de 3 milhões de desempregados no período.

“Devo ter umas 20 amigas sem trabalho para cada 1 trabalhando na área” conta Fabiana Ferraz, que trabalha a 17 anos como produtora de eventos. “Quando uma empresa precisa cortar gastos, a primeira coisa que eles cortam são os eventos, que é o que eles consideram mais supérfluo, principalmente quando não se pode ter aglomerações”

Eventos corporativos costumavam reunir centenas de pessoas em um mesmo espaço. (Foto: Matheus Campos)

Após mais de um ano de pandemia, o retorno dos grandes eventos ainda parece distante. “Todas as previsões de retorno que a gente tinha foram furadas. Quando começou a gente achava que em setembro estaríamos de volta. Com o tempo vimos que só em 2021. Chegando em 2021, ainda estamos sem saber quando poderemos voltar com eventos presenciais. E quando isso acontece, as empresas também não conseguem planejar nada”, conta Fabiana.

Judite Codazzi, especialista na assessoria de eventos sociais, afirma que, mesmo após o fim das restrições resultantes da pandemia, a dor de cabeça dos produtores de eventos não vai acabar tão cedo.

“Vai faltar dia pra festa. Todo mundo que já se casaria em 2022, vai ter que competir por datas de espaços, atrações, fornecedores e mão-de-obra com quem queria ter se casado em 2020 ou 2021 e não conseguiu.

As pessoas vão ter que abrir a cabeça e pensar em outras opções, pois não vão conseguir concretizar eventos na proporção que gostariam, mesmo quando não houverem restrições”

 

 

Ações emergenciais

Como é evidente que os grandes eventos não retornarão tão cedo, espera-se que o governo faça algo para respaldar os profissionais do entretenimento. Muitos estão sem renda desde o início da pandemia, pois nem todos se encaixam no auxílio emergencial, o suporte monetário dado pelo governo a trabalhadores informais que recebem menos de três salários mínimos mensais.

 Afonso Nigro atua hoje como empresário do ramo do entretenimento (Foto: Douglas Moreira)

“Vamos começar a perder grandes artistas por conta das dificuldades”, diz Afonso Nigro, ex-integrante da banda Dominó e atual administrador da Nigro Entretenimento. “Meu pianista que já tocou com Ed Motta, Djavan e outros grandes, está trabalhando numa empresa de logística. Esse cara talvez não volte mais. Ele encontrou uma segurança em um momento difícil”.

Afonso é um dos líderes do movimento Brasil Invisível, que promove lives para arrecadar fundos e ajudar os trabalhadores do setor de eventos nesse momento de crise. O movimento tem entre seus pilares a criação de ações emergenciais voltadas para esse setor.

No último mês de março, foi aprovado na Câmara o projeto de lei 5638/20 que prorrogará o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que oferece um benefício financeiro em caso de acordos entre trabalhadores e empregadores nas situações de:

  • redução proporcional de jornada de trabalho e de salário
  • suspensão temporária do contrato de trabalho

O objetivo do programa é evitar demissões no setor do entretenimento.

O projeto 5638/20 também deve prorrogar a lei que dispensa reembolso por cancelamento de eventos durante a pandemia da Covid-19. Ambas as leis perderam validade quando se encerrou o estado de calamidade pública, em 31 de dezembro de 2020 e, portanto, os trabalhadores que tiveram seus contratos suspensos ou reduzidos estão sem nenhum respaldo, aguardando que o projeto seja aprovado.

 

Soluções alternativas

Sem a possibilidade de reuniões presenciais, os organizadores de eventos se reinventam, utilizando os poucos recursos disponíveis. Diversas cerimônias ocorreram de forma virtual e algumas de maneira híbrida.

Cidinha de Conti, especialista em eventos executivos, explica que o conceito de eventos híbridos consiste em reunir pessoas através de plataforma uma customizada (estruturada de acordo com as necessidades do cliente) ou comercial (zoom ou meet são opções), transmitindo vídeos e um palco em estúdio. O palco pode ter interações entre alguns apresentadores e uma plateia com alguns convidados.

Ela afirma que o número máximo de invitados já chegou a 80, quando estivemos em fase verde da pandemia. As fases vermelha e emergencial não permitem plateia.

 

Evento híbrido, no qual alguns participantes estavam reunidos e outros falavam por videochamada, enquanto o público podia acompanhar pela internet (Foto: Divulgação/ADVB)

 

Esse tipo de empreendimento exige todos os protocolos de segurança como distanciamento, máscaras, álcool em gel, medição de temperatura e oxigenação, tanto para os convidados, quanto para organizadores e equipes de apoio e técnica.

Cidinha acredita que os eventos híbridos serão uma tendência nos eventos executivos mesmo após o fim da pandemia. “As empresas vão começar a colocar no papel se vale a pena levar 2 mil pessoas para um congresso. Os espectadores vão poder participar de forma remota, reduzindo os custos para ambos os lados”


Mas mesmo os especialistas em eventos entendem que salvar esse mercado passa por ações emergenciais e vacinação em massa, não por regularizar aglomerações, pondo em risco a saúde de milhares de pessoas.

“Nossos maiores aliados hoje são a vacinação e os protocolos de segurança — aderir a eles e segui-los adequadamente é o nosso maior trunfo para a superação desse momento.
Não podemos ficar falando em fazer algo além do que está sendo feito hoje nos eventos. Sem saúde, nenhum setor da economia é possível”
-Cidinha de Conti
Tags:
Com a Covid-19 cerimônias precisaram se adaptar ao cenário pandêmico, consolidando várias mudanças, desde indicados a falta de espaço físico: podcast discute isso e muito mais
por
Julio Cesar Ferreira
|
10/04/2021 - 12h

 

 

Ronaldo Trancoso Jr., jornalista e editor do blog Cinematic Tips; especializado em cinema, premiações e festivais, conversa com Julio Cesar Ferreira, aluno do curso de Jornalismo, colaborador da AGEMT, discutiram as principais mudanças ocorridas na temporada de premiações com o advento do novo coronavírus.

 

cinematic tips
Página inicial do blog Cinematic Tips. Foto: (Captura de tela/Site online) 
ronaldo
Ronaldo Trancoso Jr., editor do blog Cinematic Tips. Foto: (Acervo Pessoal) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Emmy de 2020 foi a primeira cerimônia que adotou o formato virtual, o que antecipou as outras cerimônias e consolidou algumas mudanças para a apresentação de indicados e vencedores. Determinadas entidades conseguiram realizar seus eventos de forma híbrida, como o Grammy 2021  que contou com a presença de alguns artistas indicados mais importantes, o SAG Awards 2021 decidiu ocorrer de maneira gravada e o Oscar 2021 será presencial, sem adotar o hibridismo. 

 

troféus oscar

 

Questões como estas foram discutidas na conversa que contribuiu para a construção do podcast, para além disso, também foi comentado sobre o Governo de Trump e Joe Biden, e seus diferentes posicionamentos acerca da pandemia e o papel da vacina. 

Abordaram, ainda, as principais mudanças de indicações, a diferença entre filmes independentes e os blockbusters nesse momento, o acesso e o lugar do streaming, a falta de diversidade, e como o público vêm consumindo e questionando as cerimônias ao longo dos anos, de modo que a audiência é refletida nisso. O debate se desdobra de maneira informal, criando uma relação próxima entre o emissor e o receptor. 

Para ouvir esse debate leve e descontraído, clique aqui.