Aconteceu em São Paulo em abril uma das maiores convenções de tecnologia, inovação e comércio digital da América Latina, VTEX DAY. O evento reúne líderes empresariais, especialistas em tecnologia, empreendedores e entusiastas para discutir tendências emergentes, compartilhar conhecimento e explorar soluções inovadoras que estão moldando o futuro do e-commerce e da digitalização empresarial. Com uma programação rica em palestras, workshops e exposições, o congresso oferece uma plataforma única para networking, aprendizado e inspiração, destacando-se como um ponto de encontro essencial para aqueles que buscam estar na vanguarda da transformação digital.
Entre os dias 11 e 12 de abril no São Paulo Expo, com um público diversificado e engajado, as palestras contaram com a participação de renomadas mulheres, como Laysa Peixoto, astronauta brasileira da NASA e Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, que compartilharam suas experiências e visões sobre o futuro da tecnologia.

Foto: João Lopes.

Foto: João Lopes.
Um dos principais tópicos discutidos foi o impacto da inteligência artificial (IA) nas operações empresariais. A IA está revolucionando a maneira como as empresas operam, oferecendo soluções inovadoras para otimização de processos, personalização de experiências do cliente e tomada de decisões baseadas em dados. Empresas de diversos setores estão adotando tecnologias de IA para se manterem competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico.
Durante o evento, especialistas apresentaram casos de sucesso e discutiram as melhores práticas para a implementação de IA. Empresas como Magazine Luiza, Natura e Banco do Brasil destacaram como estão utilizando inteligência artificial para melhorar a eficiência operacional, prever demandas e oferecer um atendimento mais personalizado aos clientes. A tecnologia está permitindo uma transformação digital que antes parecia impossível, tornando-se uma ferramenta essencial para o crescimento e inovação nos negócios.

Foto: João Lopes.

Foto: João Lopes.
Outro tema de grande relevância foi a inclusão de crianças e adolescentes no mundo da tecnologia. Programas de educação tecnológica voltados para jovens estão ganhando cada vez mais importância, preparando as novas gerações para um futuro onde a tecnologia estará presente em todas as esferas da vida. Iniciativas como, por exemplo, cursos de programação, oficinas de robótica e clubes de ciência foram destaque no evento. Essas atividades não só desenvolvem habilidades técnicas, mas também estimulam o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas. Empresas e organizações educacionais apresentaram projetos que buscam democratizar o acesso à tecnologia, especialmente para jovens de comunidades carentes. "A tecnologia, quando utilizada de maneira consciente e educativa, pode ser uma ferramenta poderosa para estimular o aprendizado, a criatividade e o pensamento crítico. É essencial que integremos essas ferramentas no cotidiano dos jovens de forma equilibrada. Aqui destacamos como a educação tecnológica pode preparar nossos jovens para os desafios do futuro, oferecendo-lhes oportunidades iguais e incentivando a inovação desde cedo", diz Ilda Aparecida, psicóloga convidada pelo evento.


O bairro da Liberdade, localizado no centro da cidade de São Paulo, é conhecido pela população paulistana por sua história diretamente ligada a imigração japonesa ocorrida principalmente entre os anos de 1917 e 1940. A Liberdade hoje é tomada pela cultura oriental, desde sua arquitetura com diversas referências às construções japonesas como as luminárias presentes na Praça da Liberdade que se estendem pela a Rua Galvão Bueno, o comércio local voltado principalmente para produtos de origem asiática e os festivais realizados no bairro que celebram a cultura dos imigrantes que ocupam o lugar. Mas as ruas hoje repletas de referências a população nipônica ocupante do bairro ocultam uma história que não possui nenhuma relação com a população amarela.

Muito antes da ocupação japonesa, o bairro da Liberdade foi palco de muitas das atrocidades cometidas durante o período escravocrata. A praça da Liberdade situada no centro do bairro está onde um dia foi a forca na qual os negros escravizados eram mortos por seus senhores durante o período. Há 350 metros da praça da Liberdade, na praça Dr. João Mendes, já no bairro da Sé, é onde estava situado o pelourinho da cidade, lugar utilizado para aplicar castigos físicos aos escravos. A Igreja da Santa Cruz, ou Igreja das Almas que está também no ponto central do bairro recebe seu nome em homenagem aos homens que foram mortos onde hoje ela se situa e tem por nome inteiro: Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados. Mais à frente, seguindo pela Rua dos Estudantes, a direita, na Rua dos Aflitos - popularmente conhecida pelos frequentadores do bairro como Rua do Mijo - está localizada a Capela dos Aflitos.

Construída em 1779, em cima do Cemitério dos Aflitos, que ali funcionou de 1775 a 1858, ela é um ponto de devoção e adoração ao santo popular Francisco José das Chagas, Chaguinhas, que foi morto no ano de 1821 em uma execução pública feita na Praça da Liberdade. “Tentaram enforcar ele três vezes e três vezes a corda arrebentou” conta Sandra, que trabalha como monitora na Capela: “Esse martírio durou o dia todinho, e só no final do dia ele foi morto a pauladas. Durante as tentativas de enforcamento, havia um coro de pessoas gritando “liberdade, liberdade" e a partir daí surgiu o nome do bairro” explicou ela.
Apesar da denominação de capela e possuir uma arquitetura que muito se assemelha às construções católicas, a Capela dos Aflitos não é um território dedicado ao catolicismo. O espaço possui diversos simbolismos que são ligados às religiões de matriz africana, Haroldo de Xangô, como gosta de ser chamado, é um dos responsáveis pela administração do lugar. Conta que apesar das ligações com a igreja católica o território da capela ainda pertence aos negros e indígenas e acrescenta que “A cruz vazada é a cruz utilizada dentro dos cemitérios pagãos, aqueles que não acreditavam em Cristo, ou que acreditavam em outras divindades e não em uma só e a cruz pagã está centralizada bem no meio da porta, ou seja esse território é pagão.”

Mesmo com sua grande importância histórica a Capela dos Aflitos foi negligenciada pelo poder público durante anos e embora seu prédio seja tombado como patrimônio histórico de São Paulo sua estrutura ficou sem manutenção por muito tempo. O projeto de restauração da capela foi aprovado em 2011, mas só foi iniciado no final de 2023. Esse novo projeto prevê muitas mudanças tanto no interior quanto no exterior do prédio e também visa construir o Memorial dos Aflitos, que tem como objetivo se tornar um centro cultural e um espaço em que os remanescentes humanos sejam guardados de maneira correta.
Os fiéis se movimentam pelo restauro da capela desde 2018 quando um sobrado ao lado foi demolido fazendo surgir novas rachaduras no prédio. Diante do ocorrido os frequentadores da capela se uniram e fundaram a Unamca (União dos Amigos da Capela dos Aflitos) a fim de pressionar o poder público para que enfim dessem andamento no projeto de restauração. A proprietária do terreno ao lado pretendia construir ali um centro comercial, mas irregularidades no obra foram denunciadas pela Unamca e por possuir valor arqueológico o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) exigiram que o local fosse fechado para estudo; que revelou nove ossadas que estavam enterradas ali.
A Unamca também se esforça para manter a memória do local viva e realiza diversos eventos na região tais como: a Festa do Chaguinhas, a Festa de São Benedito e a Festa de Santo Antônio do Categeró. Eles também disponibilizam palestras e oficinas que incentivam a educação e o reconhecimento sobre a resistência negra e indígena do bairro.
Antes de ser fechada para reforma o horário de funcionamento da capela era das 09:00 às 16:00 e recebia fiéis, pesquisadores e visitantes de diferentes lugares. “A capela é importante pra gente porque ela guarda e preserva a nossa história, aquela que não está nos livros” afirma Sandra “Toda vez que a gente vem aqui e conta essa história, a gente tá revivendo aquele tempo e tá dizendo: A história presente é importante, mas história passada também é importante porque a gente tem que saber de onde a gente veio.”


O podcast é uma conversa com a diretora de cinema Tatiana Lohmann, sobre a aprovação da cota de tela para o cinema e qual o impacto dessa medida para o setor audiovisual brasileiro. Além da nova lei, o papo também aborda a importância que o governo atual e o anterior deram para cinema. Ouça aqui:
Créditos: Entrevistada - Tatiana Lohmann -
Repórter- Maria Luisa Lisboa
Roteiro - Annanda Deusdará e Maria Luisa Lisboa
Edição - Annanda Deusdará
Imagem - Divulgação Ancine
“Sou América Latina, um povo sem pernas, mas que caminha”. Esse trecho faz parte da música “Latinoamérica”, do grupo Calle 13, em parceria com diferentes cantoras latinas como Maria Rita, brasileira, Susana Baca, peruana, e Totó la Momposina, colombiana. A música traz a beleza e diversidade da América Latina em contraponto com a dominação e exploração de grandes potências. Calle 13 é um grupo porto-riquenho que exalta a cultura latina, mas principalmente seu país de origem, e é para lá que AGEMT vai: Porto Rico.
Localizado na América Central, no Nordeste do Caribe, Porto Rico é um ilha com várias ilhas menores, repleto de montanhas, floresta tropical, praias e uma das maiores redes de cavernas da América. O território pertence aos Estados Unidos desde 1898, porém, os moradores da ilha não têm direito de votar nas eleições presidenciais do país e não tem representação eleitoral no Congresso, mas respondem às leis norte-americanas.

A capital, San Juan, foi fundada em 1521, é a segunda cidade mais antiga das Américas e considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. A arquitetura da cidade é chamativa, coberta por casas coloniais coloridas do século XVII e XVIII.
O centro e as praças são pontos que chamam a atenção dos visitantes por suas ruelas antigas, tradicionais e arborizadas e a sua. Mas, não podemos deixar a natureza porto-riquenha de lado: o Parque Las Cavernas del Río Camuy é o maior sistema de cavernas do mundo, com cerca de 220 na região, além da Playa Flamenco, que está entre as 10 mais bonitas do mundo pelo Traveler’s Choice 2015 TripAdvisor.
Porto Rico é muito procurada pelas suas águas bioluminescentes, causado pela presença de microrganismos que criam um efeito natural quando são manifestados, hipnotizando todos seus visitantes. A Baía dos Mosquitos, localizada na Ilha de Vieques, é a mais famosa e é considerada a mais brilhante do mundo.

Em San Juan, é possível encontrar os principais museus do território. O Museu de Arte de Puerto Rico é um dos maiores museus de arte do Caribe e abriga 24 galerias em alas históricas e modernas, além da arquitetura e o jardim serem uma verdadeira obra-prima. O Museo de las Américas também não fica de fora. Com exposições sobre a colonização, povos indígenas e africanos, o museu está localizado em uma antigo alojamento de soldados espanhóis, construído no século XIX.
Ainda, para os amantes do modernismo, o Museo de Arte y Diseño de Miramar chama a atenção pelo seu impressionante prédio, construído em 1913. Suas exposições percorrem a relação forma e função da arte por objetos modernos de eletrodomésticos. A ilha também é berço de Jennifer Lopez e do antigo grupo dos anos 80, Menudo, do qual Ricky Martin fazia parte.
Outro ponto turístico histórico são as fortificações da Velha San Juan, instituído como Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1983. Essas estruturas são importantes para a cidade de San Juan, pelo papel de defesa da região contra o Império Espanhol no Caribe, durante o período colonial.

Com certeza, Porto Rico é um território importante da América Latina, mesmo pertencendo aos Estados Unidos. O grupo Calle 13 engrandece não só a região de origem, mas nos faz ter orgulho do nosso sangue latino. AGEMT segue pelo mundo, e já temos encontro marcado no próximo destino. Até lá!
Na busca por dar voz e visibilidade às comunidades periféricas, assentamentos, ocupações, quilombolas e populações ribeirinhas, o Museu das Favelas surge para redefinir o papel tradicional dos museus na sociedade. Em um esforço de construção coletiva, este espaço propõe uma série de iniciativas voltadas para a aproximação, diálogo e reflexão com diversos artistas. Localizado no Palácio dos Campos Elíseos, que serviu como sede do governo estadual entre 1935 e 1965. O Museu das Favelas está agora em um espaço historicamente simbólico e associado à elite política e cafeeira. O objetivo desta ocupação é aproximar a cultura do povo e criar novos espaços de inclusão, abrindo portas para um novo momento da arte brasileira.
Internamente, a obra de Lidia Lisboa toma conta do ambiente. O processo de criação das esculturas envolveu mulheres locais, unindo o trabalho têxtil ao artístico em uma fusão de habilidades e histórias. A arte de Lidia abrange escultura, gravura, pintura, costura e crochê. Seus trabalhos de grandes dimensões provocam reflexões sobre a sensibilidade humana e a resistência física. Para conferir a exposição, acesso o link.