A brasileira chamou atenção das grandes casas de moda pelo mundo depois da indicação de "Ainda estou aqui"
por
Giovanna Laurelli
Wildner Felix
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01/04/2025 - 12h

Na cerimônia do Oscar 2025, Fernanda Torres chega na passarela usando um vestido de alta costura assinado pelo estilista belga Olivier Theyskens. A peça, inteiramente preta e com um imponente decote nas costas, foi ajustada especialmente para a atriz. O look não apenas ressaltou sua elegância, mas também garantiu seu lugar na lista das mais bem-vestidas do Globo de Ouro, segundo a renomada revista americana W Magazine.  

A escolha do vestido não foi aleatória. O tom sóbrio refletia a decisão de Fernanda e de seu estilista Antonio Frajado, de homenagear a trajetória de Eunice Paiva, personagem que a atriz interpretou no filme. Eunice, esposa de Rubens Paiva, enfrentou o desaparecimento do marido durante a Ditadura Militar e dedicou sua vida à busca por respostas e justiça.

 

Confecção do vestido de alta costura utilizado por Torres no Bafta Film Awards 2025, desenvolvido por Maria Grazia Chiuiri
Confecção do vestido de alta costura utilizado por Torres no Bafta Film Awards 2025, desenvolvido por Maria Grazia Chiuiri (Dior). (Foto: Reprodução/ Instagram @oficialfernandatorres)

 

Para a jornalista de moda, da Revista Capricho, Sofia Duarteem entrevista à AGEMT, “a moda é uma ferramenta de comunicação, e é exatamente dessa forma que Torres e Frajado a enxergam. No contexto da divulgação de “Ainda estou aqui”, um filme tão importante para a nossa história, é inevitável, portanto, olhar para as produções da atriz brasileira e pensar sobre a mensagem que elas carregam”, diz Duarte.

Os diversos vestidos utilizados por Fernanda Torres em suas aparições públicas foram foco do público e da mídia não apenas por sua beleza e elegância, mas pelo uso da técnica de method dressing. “O termo em inglês vem do method acting, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra!”, explica a pesquisadora, jornalista e professora de cinema e literatura Paula Jacob.   

Fernanda Torres pronta pro oscas
Fernanda Torres pronta para o Oscar 2025, com confecção da Chanel. (Foto: Reprodução/ Instagram @oficialfernandatorres)

“O method acting é um método de atuação, que é bem famoso no cinema principalmente. O ator meio que vive a vida do personagem, para entrar em um nível de profundidade e interpretar.” Continua Jacob. “O method dressing é uma coisa mais estética, não é que as atrizes - porque principalmente atrizes fazem isso - estão interpretando essas personagens no tapete vermelho ou em press conference. Elas estão usando esse método de transpor a personagem ou a atmosfera do filme para eventos, para criar toda uma comunicação visual, um storytelling”, explica Jacob.  

Alguns exemplos famosos da tática de unir a moda à promoção de um filme foram a americana Zendaya, durante a campanha de Duna (2021) e Challengers (2024), e a australiana Margot Robbie com Barbie (2023). A motivação comum para o uso de roupas de alta costura é simples: “tudo isso faz um buzz em torno do filme, da atriz e chama à atenção das pessoas, virando notícia” , analisa a pesquisadora. “O method dressing seria essa parte mais lúdica, de você conseguir, esteticamente, resumir o personagem, o filme, a atmosfera”. 

Torres conseguiu se destacar pelo fato de que sua vestimenta não estava atrelada necessariamente à promoção de seu trabalho, mas a um espaço de respeito pela figura que representava, a Eunice Paiva. “Ela estava respeitando a essência da história. Evitando usar coisas muito grandiosas, coloridas, festivas. Ela não estava promovendo um filme festivo, ela estava promovendo um filme sério”, afirma Jacob.

“Isso pedia uma certa descrição. Mas não que essa descrição fosse sufocante a personalidade dela, muito pelo contrário. Eu acho que rolou essa questão, de ter o respeito à personagem, o respeito à história, e ter um respeito à personalidade da própria Fernanda”, acrescenta Jacob. 

Fernanda Torres vestindo um vestido de grife
Torres, estilizada por Antônio Frajado, com vestido da grife The Row, para o Jantar dos Indicados ao Oscar 2025. (Foto: Reprodução/ Instagram @antoniofrajado)

Duarte, que realizou uma conversa pela Capricho com Frajado esse ano, confirma o conforto de Torres. “Ele (o estilista) me contou que o preto já é uma cor que a Fernanda gosta; a escolha de preservar a memória de Eunice está mais nas silhuetas clássicas, que garantem um resultado sofisticado mas não desfocam do assunto principal. Essa decisão demonstra um posicionamento político”, diz. 

Nesse universo da moda, as mulheres dominam a cena, sendo constantemente observadas e julgadas por suas roupas. No cinema, essa relação se intensifica, pois o figurino reflete diretamente a obra em que estão inseridas, tornando a mensagem transmitida pelas roupas ainda mais evidente. A jornalista, professora e pesquisadora de cinema Paula Jacob destaca a moda como um poderoso artifício político, capaz de comunicar ideias, imagens e mensagens sem perder sua essência. Como ela afirma: "não consigo ver a moda como apenas um pedaço de pano".

Essa visão se contrapõe à efemeridade das tendências da internet, que desaparecem em questão de minutos. Em contraste, o method dressing — técnica que alinha a vestimenta das atrizes à narrativa do filme — transforma o tapete vermelho em uma extensão da obra cinematográfica. Ao observar os looks das atrizes, é possível identificar referências diretas ao filme, tornando a experiência visual ainda mais marcante para o espectador.

Profissionais independentes sofrem com a situação do calor em SP
por
Júlia Polito
Luiza Zequim
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31/03/2025 - 12h

As altas temperaturas atingidas no último verão afetaram não somente o clima, como também a saúde da população. Especialmente no mês de março, os termômetros chegaram a bater 36C graus, com sensações térmicas ultrapassando os 40C. Essas condições climáticas trouxeram desgastes físicos para grande parte da sociedade. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esse foi o sexto verão mais quente enfrentado pelo pais desde 1961. 

Com isso, a reportagem a seguir buscou um olhar diferente para a temática: como ficaram as pessoas que trabalham na rua debaixo do sol? João e Mozart sentiram na pele essa onda de calor nas ruas de São Paulo. Além da participação especial do médico Lucas Verdasca, que explica as consequências fisiológicas dessas temperaturas e também as medidas preventivas para evitar o mal estar. 

Assista a reportagem oficial clicando aqui 

 

Entenda como a pressão dentro e fora de campo podem afetar o psicológico de um atleta
por
João Lucas Palhares
Nicolas Beneton
Theo Fratucci
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31/03/2025 - 12h

No início do mês de março, o mundo do futebol sulamericano registrou mais um caso de racismo. Durante a partida entre Cerro Porteño e Palmeiras, válida pela Libertadores Sub-20, o atacante Luighi, do verdão, sofreu diversas ofensas racistas por parte da torcida adversária. Enquanto o jogador Figueiredo era substituído, torcedores paraguaios o chamaram de “macaco”, o mesmo ocorreu com Luighi, que foi substituído logo depois.

As ofensas foram ignoradas pelo árbitro Augusto Menendes. Após o apito final no estádio, Luighi, durante entrevista para TV Conmebol, mostrou sua indignação com o caso, perguntando se o repórter não ia abordar o acontecido na entrevista e chorando. Além disso, o atleta pediu que algum órgão responsável, a CBF ou a Conmebol, tomasse alguma ação contra os racistas, definidos pelo atacante como criminosos.

Após o caso, o Cerro Porteño recebeu uma punição da Conmebol. De acordo com a entidade sul-americana, o Cerro Porteño terá de pagar uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil) em até 30 dias da notificação ao clube, e foi decidido que o time paraguaio terá que publicar uma campanha para conscientização contra o racismo em suas redes sociais.

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Luighi, do Palmeiras, às lágrimas em entrevista após sofrer caso de racismo em partida da Libertadores SUB-20. Foto: Reprodução / CONMEBOL TV 

Atos racistas infelizmente não são novidade no esporte, o que acaba refletindo na sociedade em geral. O número de casos e de jogadores ofendidos não parece diminuir, especialmente em relação aos brasileiros jogando em outros países da América do Sul e da Europa, como os ocorridos com Vinícius Jr, do Real Madrid, sendo um dos casos de maior repercussão até hoje. 

Em entrevista à AGEMT, o psicólogo Matheus Vasconcelos, especializado em psicologia do esporte e influenciador digital afirma: "sofrer o crime de racismo dentro do ambiente de trabalho é algo que impacta muito no psicológico dos atletas. O Supporting Professional Footballers Worldwide - FIFPRO  (organização que representa os jogadores profissionais no mundo todo), tem um relatório que aponta a importância das instituições implementarem iniciativas de cuidado com a saúde mental em relação a esse tipo de violência que os jogadores sofrem”, diz Vasconcelos

O preconceito com a psicologia no mundo do esporte é algo que por muitas vezes, trava o desenvolvimento pessoal e profissional de vários atletas, porém, indagado sobre, Vasconcelos disse que "existe uma melhora notável em relação a aceitação da necessidade de ajuda psicológica vindo dos jogadores e acredita que atualmente, o grande desafio para essa barreira ser ultrapassada de vez, são as próprias instituições que não se profissionalizaram e não buscam especialistas certificados para atuar dentro de suas dependências", ressalta.

Um exemplo é o do futebolista brasileiro Richarlison, do Tottenham e da seleção. O atacante de 27 anos passou por um momento conturbado pós Copa do Mundo de 2022, onde era o camisa 9 da amarelinha. Após a eliminação para a Croácia nas quartas de final, Richarlison passou a receber duras críticas de jornalistas e torcedores, e juntamente a isso, passou por problemas em sua vida particular. Segundo relatos do próprio atacante para ESPN, “a psicóloga salvou minha vida, eu só pensava em besteira, pesquisava sobre morte. Hoje eu posso falar, procure um psicólogo”. 

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Richarlison, atacante brasileiro declara que passou passou por momentos emocionalmente difíceis e a ajuda psicológica foi muito importante nessa fase (Foto:Reprodução/ESPN)

Trazendo um lado mais abrangente de nossa análise, Matheus define que o psicológico está em tudo que atravessa a experiência do atleta, ou seja, até aspectos que, observando de fora, não imaginamos o influenciam mentalmente, desde problemas familiares, relações fora do trabalho. Assim como as partes externas, mais relacionadas às condições de trabalho, o clima, a cultura, a educação e a língua do local onde cada um está. No Brasil, vivemos um contexto de acesso precário à educação, que é algo que segue o atleta desde o início de sua formação, esse fator educacional pode ser diferente entre cada um, devido a experiência individual que passou em sua vida. Outro fator é a função e a  fase que o atleta vivência profissionalmente. Ou seja, esses fatores que podem influenciar o psicológico do esportista, podem vir tanto de fatores externos, quanto internos.

Até que ponto o psicológico pode participar da criação de um atleta de alto nível? Na verdade, ele é um dos pilares para um profissional do esporte ser bem sucedido em sua área. Vasconcelos diz que estar bem mentalmente tem participação direta com sua performance durante a partida. “A psicologia pode influenciar diretamente no desempenho auxiliando o atleta a desenvolver diferentes níveis de habilidades psicológicas, sejam elas pessoais, interpessoais, atléticos ou de performance da modalidade praticada, através das intervenções do psicólogo e do conhecimento transmitido.”, explicou sobre a maneira correta de se trabalhar com esse grupo específico. Além disso, o psicólogo ressalvou que essas “intervenções” devem ser feitas de maneira cuidadosa e gradativa, para não correr o risco de prejudicar a saúde mental do esportista.
 

Estudos apontam aumento do estresse e ansiedade em períodos de calor extremo, que levanta alertas para a saúde pública
por
Ana Clara Souza
Juliana Salomão
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31/03/2025 - 12h

Os riscos para a saúde física causados pelo intenso calor já são bem conhecidos, mas os impactos nas condições psicológicas ainda são um tema crescente de estudo. Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que as mudanças climáticas estão afetando diretamente a saúde mental e o bem-estar psicossocial, com consequências cada vez mais preocupantes.

Em entrevista à AGEMT, a psicóloga Fernanda Papa discute como as ondas de calor impactam os grupos mais vulneráveis, além dos efeitos das altas temperaturas sobre os estímulos hormonais no corpo humano e as emoções que surgem nesse contexto. A especialista em meteorologia, Andrea Ramos, também explica sobre as consequências climáticas e as medidas necessárias para lidar com esses impactos em um cenário de intensificação das mudanças climáticas. 

Confira a reportagem completa:

 

Comércio de rua gera renda aos colaboradores e mantém viva uma tradição paulistana
por
Nathalia de Moura
Victória da Silva
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27/03/2025 - 12h

As feiras livres paulistanas já ocupam seus espaços pela cidade há anos. Gerando rendimento para muitos feirantes e possuindo uma variedade de produtos para a população, elas são essenciais para a geração de empregos. Com um público diverso, elas também são tradicionais no estado de São Paulo e dão a oportunidade de conhecer diferentes culturas e pessoas. Segundo a Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), a primeira feira livre oficial aconteceu em 1914, através de um ato do então prefeito Washington Luiz Pereira de Souza. A ação surgiu para legitimar uma prática que já acontecia na cidade, mas de forma informal. Na ocasião, cerca de 26 feirantes estiveram no Largo General Osório, na região da Santa Ifigênia. Mais tarde, em 1915, outra feira se instalou, dessa vez no Largo do Arouche, e teve a presença de 116 feirantes.

As feiras não possuem um público-alvo e esse é seu diferencial. É possível ver crianças, jovens, idosos, famílias, moradores locais e até turistas usufruindo a multiplicidade de mercadorias que existem. Em sua grande maioria, pessoas da classe média e da classe trabalhadora são as que mais frequentam as feiras. Muitos também aproveitam para comprar legumes, verduras e frutas frescas, além de conhecer a cultura local.

São Paulo tem registrado cerca de 968 feiras livres e com a expansão desse comércio tão tradicional, a movimentação financeira gira em torno de R$ 2 bilhões por ano, incluindo a venda de até mesmo peças artesanais. Além disso, mais de 70 mil empregos, diretos e indiretos, são gerados.

Em Guarulhos, por exemplo, Quitéria Maria Luize, de 62 anos, vende condimentos e temperos em quatro feiras de bairros diferentes (Jardim Cumbica, Jardim Maria Dirce, Parque Alvorada e Parque Jurema), sendo essa sua única fonte de renda. “Ela é toda a minha renda, de onde eu tiro o sustento. Criei toda a minha família trabalhando com esses temperos. E começando lá de baixo, não comecei lá em cima”, diz Quitéria em entrevista à AGEMT. 

A feirante afirma que antes de estabelecer seu comércio nas feiras, ela iniciou vendendo temperos pelas ruas com um carrinho de pedreiro: “peguei esses temperinhos emprestados que a minha tia já vendia, saí nas portas, batendo palma e contando minha história”.

 

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Diversos condimentos são comercializados na barraca de Dona Quitéria. Foto: Victória da Silva

Vendedor das mais diversas frutas, Queiroz - como é conhecido e gosta de ser chamado - é feirante por tradição. Seu pai e seu avô participaram de feiras livres e passaram o negócio para ele, que vive disso até hoje, aos seus 60 anos. “O meu avô começou na feira em 1945, ele tinha uma chácara, colhia e vendia. Aqui em Guarulhos não tinha nada, mas já tinha a feira”, informa.

“A feira é patrimônio do Estado de São Paulo” afirma o vendedor, defendendo a existência dela como crucial para a vida dos paulistas e paulistanos. Queiroz diz que as feiras são tão importantes quanto os mercados, já que foi por meio desse comércio que eles passaram a existir: “Até o leite era vendido na feira. A feira era uma festa!", relembra QQueiroz. 

 

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Barraca de frutas do seu Queiroz. Foto: Victória da Silva.

Quem trabalha ou frequenta as feiras falam delas com muito carinho e cuidado. Além disso, os feirantes e moradores também podem ajudar na fiscalização das feiras. Caso identifiquem alguma irregularidade, eles podem acionar as subprefeituras para checarem, pois elas são responsáveis pelo monitoramento. Já a organização e a supervisão são feitas pela Prefeitura por meio da SMDHC e da Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (SESANA).

Marcos Antonio da Silva é vendedor de ovos na feira do Jardim Cumbica há 10 anos, mas, diferente de Quitéria, durante os dias úteis trabalha em outra profissão: motorista de caminhão. O caminhoneiro de 52 anos diz que o comércio feirante é uma ótima forma de conseguir renda extra aos finais de semana. Contudo, as mudanças econômicas do país em 2025 fizeram as vendas caírem. “A feira me distrai muito. Aqui tem muita gente boa, atendo bem os clientes, tenho muitos, eles gostam do meu trabalho, eu gosto deles, mas a venda deu uma caída, subiu o preço do ovo, subiu o café, subiu o alho, subiram muitas coisas”, finaliza.

Ir à feira é um evento. Vemos diversas cores e sentimos vários cheiros e sabores. Mas as feiras livres possuem mais do que frutas, temperos e artesanatos. Elas apresentam histórias de vida e ali, amizades e novas experiências podem ser compartilhadas. 

Acompanhe como foi a primeira mesa do evento , realizado no Tucarena, teatro da PUC-SP
por
Beatriz Alencar Gregório
João Pedro Lopes Oliveira
Geovana Bosak Santos
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15/03/2024 - 12h

Na quarta-feira (13), a Agência Pública celebrou seus 13 anos de jornalismo investigativo no Tucarena, em Perdizes, em  parceria com o   curso de Jornalismo e a Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC São Paulo. O evento "Pública 13 anos: O jornalismo na linha de frente da democracia", contou com três mesas de debate ao longo do dia, reunindo nomes ilustres do jornalismo, da antropologia e do clima. A comemoração discutiu temas como a desinformação, a crise climática e a defesa da democracia.

A primeira mesa, com o tema “Desinformação e Populismo Digital”, foi mediada por Natalia Viana, co-fundadora e diretora executiva da Pública, ela também se graduou em Jornalismo na PUC e mencionou a escolha da universidade para sediar o evento. Segundo ela, “a democracia é a cara da PUC”. Como convidadas, juntaram-se à mesa a antropóloga Leticia Cesarino e a pesquisadora Nina Santos para discutir as ondas de desinformação, a regulamentação da inteligência artificial e o poder das big techs e algoritmos nos sistemas de informação.

Ao final da discussão, também foram abertas perguntas ao público. Geovana Bosak, estudante de jornalismo perguntou: "Como você vê o futuro do jornalismo em um ambiente que está cada vez mais dominado pela manipulação dos algoritmos e pela desinformação?"

Nina Santos:

"O jornalismo está passando por um momento de transformação, porque de fato a economia da atenção, que é o rege o funcionamento das plataformas digitais, acaba mudando muito até a forma de acesso das pessoas ao jornalismo. O que a gente vê nas últimas pesquisas é que as pessoas acessam cada vez mais o conteúdo jornalístico através das plataformas. Ao invés de entrar diretamente nos veículos, elas entram nas plataformas digitais, que são espaços de informação e também de entretenimento, e através dessas plataformas que elas acabam se informando sobre o que tá acontecendo, o que é importante, e sobre o quê que elas precisam agir".

A Agência Maurício Tragtenberg esteve presente na primeira mesa de discussão "Desinformação e Populismo Digital", e gravou um vídeo de cobertura. Para conferir, acesse: 

https://www.instagram.com/reel/C4icdfIOyQo/utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

 

Neste ano, as mulheres foram 32% das indicações nas mais diversas categorias conquistando cada vez mais destaque na indústria do cinema
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
Natália Perez
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14/03/2024 - 12h

O Oscar, principal premiação de cinema comercial, teve sua 96.ª edição no dia 10 de março de 2024.  Apresentado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas no teatro Dolby em Los Angeles, a cerimônia que acontece anualmente desde 1929, neste ano teve mais atenção voltada as mulheres.  Entre os motivos do destaque estavam a primeira nomeação de uma nativa americana a categoria de Melhor Atriz e a primeira vez em que três dos cinco longas concorrendo ao Melhor Filme foram dirigidos por mulheres. 

Para saber mais sobre a sobre a presença e destaque feminino no Oscar acesse o especial AGEMT no Tik Tok ou Instagram! 

Link Tik Tok: https://www.tiktok.com/@coberturasma/video/7346637634199964933?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7345244975914157574

 

O evento contou com Oppenheimer liderando a premiação, a presença do cachorro Messi e manifestações pró-Palestina.
por
Julia da Justa Berkovitz
Mohara Ogando Cherubin
Giulia Fontes Dadamo
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11/03/2024 - 12h

A premiação do Oscar 2024 ocorreu na noite de domingo (10) e contou com vitórias previstas: Cillian Murphy como Melhor Ator, Emma Stone como Melhor Atriz e Oppenheimer como Melhor Filme. A premiação teve performances de Billie Eilish e Finneas O’Connell, Ryan Gosling, Becky G e Jon Batiste. Um dos destaques da noite foi a apresentação da Wahzhazhe, pelos Osage Singers, representantes do povo indígena Osage. Andrea Bocelli e Matteo Bocelli homenagearam artistas que morreram em 2023, dentre eles Matthew Perry e Michael Gambon. 

Manifestações pró-Palestina estiveram presentes na premiação. Os manifestantes cercaram a rua do Dolby Theater, teatro no qual o Oscar ocorreu, e criticaram as ações de Israel na Faixa de Gaza, além de pedir pelo cessar fogo no conflito. "Enquanto você assiste, bombas estão caindo", dizia uma das placas. Artistas como Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo, Kristen Stewart e Swann Arlaud compareceram ao evento utilizando broches com o símbolo do movimento Artists4Ceasefire, como uma espécie de manifestação silenciosa. e pediram por ajuda humanitária, libertação dos reféns e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Imagem com 3 artistas
Billie Eilish, Mahershala Ali e Mark Ruffalo utilizando broche pró-Palestina (Reprodução/ O Povo)

"Está começando. Estamos atrasados. O protesto [pró-] Palestina interrompeu o Oscar esta noite. A humanidade vence", disse Mark Ruffalo em uma rápida entrevista. Devido aos protestos, a transmissão do Oscar precisou ser adiada por alguns minutos e alguns artistas tiveram dificuldades de chegar ao teatro. Confira mais informações sobre a 96ª edição do Oscar no link a seguir: https://www.instagram.com/reel/C4bACyjueDE/?igsh=MW1lNHM3d2ZnbjZ0OA== 

Capela dos Aflitos é parte da história apagada da região, conhecida pelo comércio e tradições nipônicas derivadas da imigração japonesa
por
Ana Julia Bertolaccini
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11/11/2023 - 12h

A Capela Nossa Senhora das Almas dos Aflitos, fundada em 27 de junho de 1779, é um dos poucos símbolos históricos que restaram do período que antecedeu a imigração japonesa do século XX no Bairro da Liberdade em São Paulo. O local foi de 1175 até 1858, um cemitério, onde eram enterrados pobres, escravizados, criminosos e indígenas. Segundo os monitores da capela, o nome do bairro se deu pela história de Francisco José das Chagas, cabo do primeiro batalhão de Santos que foi condenado à morte por enforcamento depois de liderar uma revolta causada pela falta de pagamento a 5 anos. “Liberdade” era o que gritavam na praça em que Chaguinhas ou “Protetor do Excluídos”, como é conhecido, foi colocado à forca pela terceira vez e a corda arrebentou.

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Capela dos Aflitos, localizada no final da Rua dos Estudantes no Bairro da Liberdade //Autora: Ana Julia Bertolaccini

 

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Sandra, monitora da capela//Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Painel informativo e de protesto, localizado ao lado da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Painel informativo e de protesto, localizado ao lado da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Haroldo, voluntário da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Placa que explica a origem do nome do Bairro// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Sala de promessas e agradecimentos da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Velas da sala de promessas, normalmente direcionadas à Chaguinhas// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Agradecimentos de fiéis à Chaguinhas// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Imagem de Chaguinhas, conhecido como santo protetor dos excluídos// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Altar da Capela dos Aflitos// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Placa de Memória Paulistana// Autora: Ana Julia Bertolaccini

 

No mundo virtual de Roblox, a paródia da Libertadores faz sucesso no Brasil e também na Argentina.
por
João Pedro Lopes Oliveira
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13/11/2023 - 12h

 

A Copa Roblox é a principal competição de futebol no Roblox entre times da América do Sul. Ela é organizada pelo youtuber brasileiro Santos Masinha na sua primeira edição em 2023. É um dos torneios mais prestigiados do jogo e se tornou um fenômeno virtual tão imenso que nos dias das partidas, a mídia esportiva tem dedicado uma cobertura abrangente à competição. 

Roblox é uma plataforma de criação e jogo online que permite aos usuários criar, compartilhar e jogar jogos criados por outros jogadores. Seu grande atrativo é a capacidade dos usuários de criar seus próprios mapas usando uma programação simples e fácil, permitindo que desenvolvedores amadores e profissionais deem vida às suas ideias. Com uma comunidade global ativa, o game se destaca como uma plataforma de entretenimento online onde a criatividade e a diversão se encontram. Em Agosto a Roblox Corporation divulgou que o jogo registrou mais de 65 milhões de usuários ativos diários.

Na Copa Roblox, o jogo simula partidas de futebol disputadas em dois tempos de 20 minutos, onde os jogadores controlam seus avatares para chutar, driblar, passar e marcar gols, seguindo as regras do jogo. A competição possui fases eliminatórias, começando nas oitavas de final, seguindo para as quartas, semifinais e pôr fim a grande final, com equipes avançando à medida que vencem os jogos. O campeonato teve uma grande expansão, sendo transmitido até mesmo em bares argentinos. O perfil oficial da Copa no X (antigo Twitter) já conquistou mais de 145 mil seguidores, incluindo o popular streamer e apresentador esportivo Casimiro Miguel – que expressou sua decepção quando seu time do coração, Vasco da Gama, perdeu na Copa do Brasil virtual.

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Banner da competição. Imagem: Copa Roblox no Twitter/X

Para ilustrar o alcance desse fenômeno, a partida das quartas de final do torneio, que colocou Boca Juniors e River Plate frente a frente, atraiu uma audiência impressionante de mais de 606 mil espectadores simultâneos, juntando as transmissões das plataformas Twitch e Youtube. O CEO do metaverso Roblox, David Baszucki, fez uma postagem no Twitter na qual se revela fascinado com o sucesso do torneio. “A visão de um criador do Roblox levou a um ecossistema de e-sports, com equipes, arenas, árbitros e fãs de todo o mundo…”.

Todas as equipes da competição homenageiam times da vida real, com camisas e escudos iguais, os estádios das partidas foram também construídos aos moldes dos verdadeiros. Os Jogos contam com narradores e comentaristas nas transmissões. No entanto o torneio passou por algumas polêmicas, após fechar contrato de patrocínios com a Bonoxs (site de compras de jogos) e Centauro, chamando a atenção da CONMEBOL (Confederação Sulamericana de Futebol) que pediu para que tirassem o nome “Libertadores” do torneio e todas as suas referências.

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Troféu do campeonato. Imagem: Copa Roblox no Twitter/X
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A primeira edição contou com 16 times, sendo nove brasileiros (Atlético Mineiro, Botafogo, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Vasco da Gama), quatro argentinos (Boca Juniors, Independiente, Racing e River Plate), dois equatorianos (Independiente del Valle e LDU) e um uruguaio (Penãrol). Os brasileiros se classificaram a partir de outras competições criadas por Masinha, a Copa do Brasil de Roblox que deu vaga ao campeão Grêmio e ao vice Atlético Mineiro e os outros sete entraram pela tabela do Brasileirão virtual. As demais equipes da América do Sul foram escolhidas a partir da popularidade dos clubes na vida real.

Após três fases de mata-mata, Boca e Racing acabaram chegando à final. Porém o clube de Avellaneda notificou judicialmente o jogo por direitos autorais - eliminando o Racing que foi renomeado para Corrida FC. Com isso, a final acabou ocorrendo entre Botafogo e Boca Juniors. A final foi no dia três de novembro no estádio virtual do Maracanã - RJ. E o Botafogo se tornou campeão após empate de 0x0 e nos pênaltis ganhando por 3x1.

Bagrão, o jogador que acertou a última cobrança, contou a experiência de jogar o campeonato. “É a terceira vez que sou campeão disso aqui, mas essa copa foi diferente, foi muito mais disputada com times difíceis, mas nós estávamos confiantes, nos pênaltis sempre de cabeça erguida, na hora das batidas eu falei pra equipe se for pra decidir deixa que eu decido. O Botafogo é a minha casa e deu tudo certo no fim porque era assim que tinha que ser, estava marcado nas estrelas, agora que somos campeões é só comemorar.”

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Botafogo campeão da Copa Roblox. Imagem: Twitter/X

O jornal argentino TyC Sports lamentou a derrota do time de Buenos Aires “E infelizmente para os torcedores do Xeneizes, o jogo foi sem emoção durante os 40 minutos, e teve que ser decidido a partir dos 12 passos. Ao contrário do que vem acontecendo, tanto no Roblox quanto na vida real, desta vez os pênaltis viraram as costas ao Boca.”. Após o término da competição, Masinha anunciou em suas redes sociais que ainda tem projetos para mais campeonatos no Roblox e que em breve terá mais jogos nesse metaverso.

Melhores momentos da partida: https://youtu.be/D-PR3Y_mJzA?si=AN2G1-PMSuM2i5XN