Entenda como a privatização do transporte público influencia na sua segurança
por
Amanda Campos
Gabriela Blanco
Lorena Basilia
Manuela Schenk
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10/06/2025 - 12h

Após o trágico acidente na linha 5-lilás que matou um homem de 35 anos, o assunto segurança no transporte público vem sendo amplamente discutido, principalmente quando se fala das vias privadas. A reportagem a seguir fala sobre a falta de segurança na mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Em entrevista à AGEMT, o especialista Igor Bonifácio responde algumas das perguntas mais recorrentes sobre o assunto. Assista. 

 

 

 

Casos de violência escolar evidenciam problemas estruturais que demandam políticas públicas urgentes
por
Eduarda Amaral
Emily de Matos
Luis Henrique Oliveira
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10/06/2025 - 12h

Em abril deste ano, uma aluna bolsista no Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) foi encontrada desacordada no banheiro, após tentativa de suicídio e levada às pressas para o hospital Santa Casa de Misericórdia, no qual ficou internada durante três dias. Segundo a advogada da família, a jovem era alvo de bullying entre os colegas e comumente ouvia xingamentos como “cigarrinho queimado” e “preta lésbica”, além da frase “volta para a África”.

De acordo com a mãe da adolescente, o instituto de ensino já havia sido contactado duas vezes antes do episódio, sem que medidas concretas fossem tomadas. “Ela já vinha relatando casos de racismo dentro da escola desde maio de 2024. Ela chegava em casa chorando, dizia que não tinha amigos e era excluída. Quando a avó ia buscá-la, os outros alunos tiravam sarro dela, com xingamentos racistas”, relatou para o UOL

Em nota, o colégio informou que “está apurando cuidadosamente as circunstâncias do ocorrido, com seriedade e zelo, ouvindo todos os envolvidos no tempo e nas condições adequadas, inclusive a aluna, assim que estiver pronta para se manifestar no ambiente pedagógico”.

O caso infelizmente não é isolado e, hoje, o Brasil conta com mais de 280 mil registros de injúria racial, sendo 318 desses processos envolvendo crianças e adolescentes, conforme dados oficiais levantados pelo Escavador durante os anos de 2022 e 2025. Além disso, foram classificados 175 processos como “Bullying, Violência e Discriminação” no campo de Direito à Educação.

Colégio Mackenzie Higienópolis
Colégio Presbiteriano Mackenzie Higienópolis Foto: Reprodução/Folha deS.Paulo

O ensino privado tem como foco priorizar qualidade educacional, mas muitas instituições negligenciam a construção de relações inclusivas. Para Lanna Cristine, licencianda em linguagem pela Faculdade SESI-SP de Educação, em entrevista à AGEMT, a verdadeira qualidade educacional emerge de ambientes que acolhem todos os estudantes, independente de quem for. Ela observa que muitos estagiários sem formação específica em inclusão tentam integrar alunos ao espaço escolar, mas, na verdade, “é o espaço que precisa ser incluído para o estudante”, pontua Cristine, enfatizando a importância de estruturas institucionais receptivas. “Um espaço que promove acolhimento para o estudante vai promover, consequentemente, a aprendizagem”, conclui.

O problema não se limita apenas às instituições privadas, casos de discriminação são comumente vivenciados em escolas públicas. A última ocorrência que ganhou destaque na mídia situou-se em uma escola pública de Luziânia (GO), quando uma aluna em tratamento de câncer virou alvo de bullying na sala de aula por duas colegas. Os xingamentos – que iam desde o jeito de andar até o cabelo, que estava crescendo após a quimioterapia – afetaram o psicológico da jovem, que, segundo a irmã, “não está conseguindo dormir, não quer mais ir à escola, se sente triste, insegura e muito humilhada”, relatou em entrevista para o Metrópoles.

A Secretaria de Educação do Estado de Goiás (SEDUC-GO) informou em nota que o colégio não havia sido informado pela família da vítima sobre a situação e apenas tomou conhecimento a partir de um vídeo nas redes sociais. Ainda em nota, o órgão estadual disse que acionou o programa “Ouvir e Acolher” para investigar o ocorrido e prestar apoio psicológico para a vítima. 

Dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2019), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, revelam que 23,0% dos estudantes brasileiros se sentiram humilhados por colegas duas ou mais vezes durante os 30 dias anteriores à pesquisa. O levantamento ouviu 11,8 milhões de estudantes entre 13 a 17 anos, e mostrou a disparidade entre as escolas públicas com 50,7% de alunos e 14,5% nas instituições privadas. Características físicas motivam a maior parte das discriminações, aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%). O cenário reforça a demanda por políticas efetivas de combate à violência escolar.

As denúncias de violência nas escolas brasileiras cresceram 50% em 2023, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O Disque 100 recebeu 9.530 denúncias sobre violência em instituições de ensino, superando os registros de 2022. Entre janeiro a setembro de 2023, mais de 50 mil violações de direitos humanos foram reportadas em cenários escolares, crianças e adolescentes representaram 74% dos casos envolvendo grupos vulneráveis em setembro.

Luciano Felipe da Silva, professor na EMEF Hipólito José da Costa, defende que não é apenas o ambiente educacional que precisa mudar e que, muitas vezes, os alunos já chegam com os valores deturpados, reproduzindo o que ouvem em casa. “Frequentemente recebemos responsáveis de estudantes que vem à escola registrar reclamações pelo fato de os professores trabalharem temas fundamentais, que estão no currículo, tais como escravidão e intolerância religiosa”, relatou. 

Para Lanna, é possível mudar a questão da cultura escolar a partir de uma gestão que se baseie em questões humanitárias e sociais dentro das instituições, junto de trabalhos pedagógicos que complementem e trabalhem com os alunos como superar a cultura da violência e da intolerância com o diferente. Ela explica que “toda violência que acontece na sala de aula precisa de uma prática inclusiva que parta não de situações, mas de uma missão humanitária. Além de estudantes, eles [alunos] são pessoas em formação, tanto a vítima quanto o agressor, e precisam ser educados para respeitar as diferenças não só no âmbito educacional, mas na sociedade em si”. 

O combate ao racismo e ao bullying no ambiente escolar exige ação constante e políticas públicas efetivas. Como destaca Luciano, “É um trabalho contínuo, a partir da realidade em que eles vivem. Um cidadão pode levar isso para o local em que está inserido e ser um agente de transformação no território.” Enquanto isso não se torna prioridade em todas as esferas educacionais, estudantes de todas as classes sociais seguem sendo vítimas de uma sociedade que ainda não aprendeu a educar sem excluir.

O cantor porto-riquenho Bad Bunny conquistou sucesso no país por meio de trend no Tiktok
por
Mariane Beraldes
Thainá Brito
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10/06/2025 - 12h

Artistas latinos dominam as paradas mundialmente, mas no Brasil, a presença só cresce impulsionada por trends no TikTok. Bad Bunny e a capa de seu novo álbum "Debí Tirar Más Fotos" confirma isso. Sua música viralizou na plataforma com a produção de memes e vídeos curtos em Janeiro de 2025. "DTMF", uma de suas músicas que ficou famosa, finalmente fez o artista aparecer entre as mais ouvidas no Spotify Brasil, um cenário marcado pela forte presença do funk e sertanejo. 

Rafael Silva Noleto, antropólogo, cantor e compositor, além de professor adjunto da Universidade Federal de Pelotas, em entrevista à AGEMT, explica o porquê do Brasil, mesmo tão próximo geograficamente, não ter costume de ouvir música hispânica. Apesar dos sinais de mudanças no país, ainda há resistência por parte do público brasileiro em consumir músicas em espanhol.

Circo de rua no Ceará leva alegria e risadas em quatro rodas
por
Juliana Bertini de Paula
Maria Eduarda Cepeda
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09/06/2025 - 12h

Em 2019, Henrique Rosa e Amanda Santos, um casal de artistas no Ceará, voltavam depois de mais um expediente de espetáculos que faziam como palhaços no Parque Aquático de Aquiraz, quando uma ideia, misturada com um sonho, dá origem a um projeto: um circo itinerante em um fusca. Na entrevista, conhecemos mais sobre a história do projeto e seu trabalho pelas ruas do Ceará. 

 

Entenda como as redes sociais podem afetar o desenvolvimento psicológico dos jovens
por
Julia Naspolini
Liz Ortiz
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09/06/2025 - 12h

Recentemente, as redes sociais foram tomadas por uma “treta teen”. Por dois dias o grande assunto entre adultos e adolescentes foi uma briga envolvendo um grupo de meninas tiktokers. Liz Macedo, Antonella Braga, Júlia Pimentel e Duda Guerra, jovens na faixa de 15, 16 anos, que somam milhões de seguidores nas redes e tiveram um desentendimento envolvendo os namorados, levando a discussão para internet ao gravarem pronunciamentos de suas versões.

Pelo grande número de seguidores, a história viralizou, levando a rede a se dividir em lados na briga e fazendo com que as meninas recebessem muitos comentários de ódio. Toda essa polêmica fez muitos pais se preocuparem com essa superexposição digital que os jovens presenciam. É inegável que as redes sociais têm se expandido cada vez mais entre o público juvenil - tanto no consumo do conteúdo, quanto na produção dele. No mundo de hiperconexão é difícil impedir que as crianças tenham contato com a internet, mas é necessário que haja algum controle, ou no mínimo uma orientação parental do que os filhos estão consumindo ou produzindo.

Foto de Duda Guerra, Julia Pimentel, Liz Macedo e Antonella Braga
Duda Guerra, Julia Pimentel, Liz Macedo e Antonella Braga
Foto:Reprodução Instagram

Crescer já é, por si só, um processo delicado. Agora, crescer lidando com uma plateia invisível que pode curtir, compartilhar e criticar suas ações, leva a vulnerabilidade da adolescência a um novo nível.  A internet é uma terra de ninguém, onde há muita desinformação e muitas pessoas escondidas no anonimato que não possuem filtro algum para xingamentos. 

Antes das redes sociais,  cada um era exposto a uma quantidade pequena de pessoas. Hoje, com a vida online tudo que é postado de forma pública, pode ser acessado e comentado por qualquer um. Durante a fase de desenvolvimento em que o cérebro busca constante aprovação, essa superexposição pode ser  extremamente prejudicial à saúde mental, podendo levar o adolescente a desenvolver transtornos como a ansiedade e a depressão.

Além das plataformas digitais reforçarem uma autoimagem baseada na aprovação externa, onde os jovens buscam validação através de curtidas e comentários, elas também fazem com que eles consumam as postagens de outras pessoas que podem gerar constantes comparações com padrões irreais de beleza, sucesso e felicidade. 

A psicóloga Bruna Marchi Moraes, formada pela Faculdade São Francisco, em entrevista à AGEMT, comenta sobre a diferença entre o uso saudável da internet e de um uso prejudicial. Para Bruna, "o uso saudável é aquele que é intencional, equilibrado e supervisionado — contribui para aprendizado, lazer e socialização, sem substituir as experiências offline. Já o uso prejudicial envolve excesso de tempo de tela, isolamento, consumo passivo de conteúdo, dependência emocional das redes e prejuízo nas atividades do cotidiano como sono, escola e convívio familiar".

A autoestima não é o único aspecto abalado pela exposição em excesso às redes sociais, ela pode afetar também a forma que o adolescente se relaciona com os outros, gerar mudanças bruscas de humor, isolamento, queda no rendimento escolar, desinteresse em atividades que antes eram prazerosas e irritabilidade. Bruna ainda alerta que “estudos apontam correlações entre uso excessivo de telas desde cedo e sintomas de ansiedade, depressão e dificuldades de atenção. A hiperestimulação digital pode afetar o funcionamento do cérebro em desenvolvimento, especialmente em crianças com predisposições genéticas ou ambientais para esses transtornos.”

Para evitar que uma ferramenta valiosa como a internet se transforme em algo negativo, ela defende que o papel dos pais, é  de orientar, supervisionar e modelar o uso responsável da internet. Limites saudáveis envolvem horários pré-estabelecidos, escolha de conteúdos adequados, conversas abertas sobre os riscos e incentivo a atividades offline. Mais do que proibir, é importante ensinar o uso consciente e equilibrado.

Um recado de Bruna aos adolescentes, “Gostaria que soubessem que a internet pode ser uma ferramenta incrível, mas também pode influenciar seus pensamentos, emoções e autoestima de maneira sutil e profunda. Que não precisam se comparar com os outros o tempo todo, e que os momentos desconectados também são essenciais para se conhecer, descansar e crescer com mais equilíbrio”.

Acompanhe como foi a primeira mesa do evento , realizado no Tucarena, teatro da PUC-SP
por
Beatriz Alencar Gregório
João Pedro Lopes Oliveira
Geovana Bosak Santos
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15/03/2024 - 12h

Na quarta-feira (13), a Agência Pública celebrou seus 13 anos de jornalismo investigativo no Tucarena, em Perdizes, em  parceria com o   curso de Jornalismo e a Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC São Paulo. O evento "Pública 13 anos: O jornalismo na linha de frente da democracia", contou com três mesas de debate ao longo do dia, reunindo nomes ilustres do jornalismo, da antropologia e do clima. A comemoração discutiu temas como a desinformação, a crise climática e a defesa da democracia.

A primeira mesa, com o tema “Desinformação e Populismo Digital”, foi mediada por Natalia Viana, co-fundadora e diretora executiva da Pública, ela também se graduou em Jornalismo na PUC e mencionou a escolha da universidade para sediar o evento. Segundo ela, “a democracia é a cara da PUC”. Como convidadas, juntaram-se à mesa a antropóloga Leticia Cesarino e a pesquisadora Nina Santos para discutir as ondas de desinformação, a regulamentação da inteligência artificial e o poder das big techs e algoritmos nos sistemas de informação.

Ao final da discussão, também foram abertas perguntas ao público. Geovana Bosak, estudante de jornalismo perguntou: "Como você vê o futuro do jornalismo em um ambiente que está cada vez mais dominado pela manipulação dos algoritmos e pela desinformação?"

Nina Santos:

"O jornalismo está passando por um momento de transformação, porque de fato a economia da atenção, que é o rege o funcionamento das plataformas digitais, acaba mudando muito até a forma de acesso das pessoas ao jornalismo. O que a gente vê nas últimas pesquisas é que as pessoas acessam cada vez mais o conteúdo jornalístico através das plataformas. Ao invés de entrar diretamente nos veículos, elas entram nas plataformas digitais, que são espaços de informação e também de entretenimento, e através dessas plataformas que elas acabam se informando sobre o que tá acontecendo, o que é importante, e sobre o quê que elas precisam agir".

A Agência Maurício Tragtenberg esteve presente na primeira mesa de discussão "Desinformação e Populismo Digital", e gravou um vídeo de cobertura. Para conferir, acesse: 

https://www.instagram.com/reel/C4icdfIOyQo/utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

 

Neste ano, as mulheres foram 32% das indicações nas mais diversas categorias conquistando cada vez mais destaque na indústria do cinema
por
Isabelli Albuquerque
Vitória Nascimento
Natália Perez
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14/03/2024 - 12h

O Oscar, principal premiação de cinema comercial, teve sua 96.ª edição no dia 10 de março de 2024.  Apresentado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas no teatro Dolby em Los Angeles, a cerimônia que acontece anualmente desde 1929, neste ano teve mais atenção voltada as mulheres.  Entre os motivos do destaque estavam a primeira nomeação de uma nativa americana a categoria de Melhor Atriz e a primeira vez em que três dos cinco longas concorrendo ao Melhor Filme foram dirigidos por mulheres. 

Para saber mais sobre a sobre a presença e destaque feminino no Oscar acesse o especial AGEMT no Tik Tok ou Instagram! 

Link Tik Tok: https://www.tiktok.com/@coberturasma/video/7346637634199964933?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7345244975914157574

 

O evento contou com Oppenheimer liderando a premiação, a presença do cachorro Messi e manifestações pró-Palestina.
por
Julia da Justa Berkovitz
Mohara Ogando Cherubin
Giulia Fontes Dadamo
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11/03/2024 - 12h

A premiação do Oscar 2024 ocorreu na noite de domingo (10) e contou com vitórias previstas: Cillian Murphy como Melhor Ator, Emma Stone como Melhor Atriz e Oppenheimer como Melhor Filme. A premiação teve performances de Billie Eilish e Finneas O’Connell, Ryan Gosling, Becky G e Jon Batiste. Um dos destaques da noite foi a apresentação da Wahzhazhe, pelos Osage Singers, representantes do povo indígena Osage. Andrea Bocelli e Matteo Bocelli homenagearam artistas que morreram em 2023, dentre eles Matthew Perry e Michael Gambon. 

Manifestações pró-Palestina estiveram presentes na premiação. Os manifestantes cercaram a rua do Dolby Theater, teatro no qual o Oscar ocorreu, e criticaram as ações de Israel na Faixa de Gaza, além de pedir pelo cessar fogo no conflito. "Enquanto você assiste, bombas estão caindo", dizia uma das placas. Artistas como Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo, Kristen Stewart e Swann Arlaud compareceram ao evento utilizando broches com o símbolo do movimento Artists4Ceasefire, como uma espécie de manifestação silenciosa. e pediram por ajuda humanitária, libertação dos reféns e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Imagem com 3 artistas
Billie Eilish, Mahershala Ali e Mark Ruffalo utilizando broche pró-Palestina (Reprodução/ O Povo)

"Está começando. Estamos atrasados. O protesto [pró-] Palestina interrompeu o Oscar esta noite. A humanidade vence", disse Mark Ruffalo em uma rápida entrevista. Devido aos protestos, a transmissão do Oscar precisou ser adiada por alguns minutos e alguns artistas tiveram dificuldades de chegar ao teatro. Confira mais informações sobre a 96ª edição do Oscar no link a seguir: https://www.instagram.com/reel/C4bACyjueDE/?igsh=MW1lNHM3d2ZnbjZ0OA== 

Capela dos Aflitos é parte da história apagada da região, conhecida pelo comércio e tradições nipônicas derivadas da imigração japonesa
por
Ana Julia Bertolaccini
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11/11/2023 - 12h

A Capela Nossa Senhora das Almas dos Aflitos, fundada em 27 de junho de 1779, é um dos poucos símbolos históricos que restaram do período que antecedeu a imigração japonesa do século XX no Bairro da Liberdade em São Paulo. O local foi de 1175 até 1858, um cemitério, onde eram enterrados pobres, escravizados, criminosos e indígenas. Segundo os monitores da capela, o nome do bairro se deu pela história de Francisco José das Chagas, cabo do primeiro batalhão de Santos que foi condenado à morte por enforcamento depois de liderar uma revolta causada pela falta de pagamento a 5 anos. “Liberdade” era o que gritavam na praça em que Chaguinhas ou “Protetor do Excluídos”, como é conhecido, foi colocado à forca pela terceira vez e a corda arrebentou.

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Capela dos Aflitos, localizada no final da Rua dos Estudantes no Bairro da Liberdade //Autora: Ana Julia Bertolaccini

 

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Sandra, monitora da capela//Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Painel informativo e de protesto, localizado ao lado da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Painel informativo e de protesto, localizado ao lado da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Haroldo, voluntário da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Placa que explica a origem do nome do Bairro// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Sala de promessas e agradecimentos da capela// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Velas da sala de promessas, normalmente direcionadas à Chaguinhas// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Agradecimentos de fiéis à Chaguinhas// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Imagem de Chaguinhas, conhecido como santo protetor dos excluídos// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Altar da Capela dos Aflitos// Autora: Ana Julia Bertolaccini
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Placa de Memória Paulistana// Autora: Ana Julia Bertolaccini

 

No mundo virtual de Roblox, a paródia da Libertadores faz sucesso no Brasil e também na Argentina.
por
João Pedro Lopes Oliveira
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13/11/2023 - 12h

 

A Copa Roblox é a principal competição de futebol no Roblox entre times da América do Sul. Ela é organizada pelo youtuber brasileiro Santos Masinha na sua primeira edição em 2023. É um dos torneios mais prestigiados do jogo e se tornou um fenômeno virtual tão imenso que nos dias das partidas, a mídia esportiva tem dedicado uma cobertura abrangente à competição. 

Roblox é uma plataforma de criação e jogo online que permite aos usuários criar, compartilhar e jogar jogos criados por outros jogadores. Seu grande atrativo é a capacidade dos usuários de criar seus próprios mapas usando uma programação simples e fácil, permitindo que desenvolvedores amadores e profissionais deem vida às suas ideias. Com uma comunidade global ativa, o game se destaca como uma plataforma de entretenimento online onde a criatividade e a diversão se encontram. Em Agosto a Roblox Corporation divulgou que o jogo registrou mais de 65 milhões de usuários ativos diários.

Na Copa Roblox, o jogo simula partidas de futebol disputadas em dois tempos de 20 minutos, onde os jogadores controlam seus avatares para chutar, driblar, passar e marcar gols, seguindo as regras do jogo. A competição possui fases eliminatórias, começando nas oitavas de final, seguindo para as quartas, semifinais e pôr fim a grande final, com equipes avançando à medida que vencem os jogos. O campeonato teve uma grande expansão, sendo transmitido até mesmo em bares argentinos. O perfil oficial da Copa no X (antigo Twitter) já conquistou mais de 145 mil seguidores, incluindo o popular streamer e apresentador esportivo Casimiro Miguel – que expressou sua decepção quando seu time do coração, Vasco da Gama, perdeu na Copa do Brasil virtual.

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Banner da competição. Imagem: Copa Roblox no Twitter/X

Para ilustrar o alcance desse fenômeno, a partida das quartas de final do torneio, que colocou Boca Juniors e River Plate frente a frente, atraiu uma audiência impressionante de mais de 606 mil espectadores simultâneos, juntando as transmissões das plataformas Twitch e Youtube. O CEO do metaverso Roblox, David Baszucki, fez uma postagem no Twitter na qual se revela fascinado com o sucesso do torneio. “A visão de um criador do Roblox levou a um ecossistema de e-sports, com equipes, arenas, árbitros e fãs de todo o mundo…”.

Todas as equipes da competição homenageiam times da vida real, com camisas e escudos iguais, os estádios das partidas foram também construídos aos moldes dos verdadeiros. Os Jogos contam com narradores e comentaristas nas transmissões. No entanto o torneio passou por algumas polêmicas, após fechar contrato de patrocínios com a Bonoxs (site de compras de jogos) e Centauro, chamando a atenção da CONMEBOL (Confederação Sulamericana de Futebol) que pediu para que tirassem o nome “Libertadores” do torneio e todas as suas referências.

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Troféu do campeonato. Imagem: Copa Roblox no Twitter/X
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A primeira edição contou com 16 times, sendo nove brasileiros (Atlético Mineiro, Botafogo, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Vasco da Gama), quatro argentinos (Boca Juniors, Independiente, Racing e River Plate), dois equatorianos (Independiente del Valle e LDU) e um uruguaio (Penãrol). Os brasileiros se classificaram a partir de outras competições criadas por Masinha, a Copa do Brasil de Roblox que deu vaga ao campeão Grêmio e ao vice Atlético Mineiro e os outros sete entraram pela tabela do Brasileirão virtual. As demais equipes da América do Sul foram escolhidas a partir da popularidade dos clubes na vida real.

Após três fases de mata-mata, Boca e Racing acabaram chegando à final. Porém o clube de Avellaneda notificou judicialmente o jogo por direitos autorais - eliminando o Racing que foi renomeado para Corrida FC. Com isso, a final acabou ocorrendo entre Botafogo e Boca Juniors. A final foi no dia três de novembro no estádio virtual do Maracanã - RJ. E o Botafogo se tornou campeão após empate de 0x0 e nos pênaltis ganhando por 3x1.

Bagrão, o jogador que acertou a última cobrança, contou a experiência de jogar o campeonato. “É a terceira vez que sou campeão disso aqui, mas essa copa foi diferente, foi muito mais disputada com times difíceis, mas nós estávamos confiantes, nos pênaltis sempre de cabeça erguida, na hora das batidas eu falei pra equipe se for pra decidir deixa que eu decido. O Botafogo é a minha casa e deu tudo certo no fim porque era assim que tinha que ser, estava marcado nas estrelas, agora que somos campeões é só comemorar.”

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Botafogo campeão da Copa Roblox. Imagem: Twitter/X

O jornal argentino TyC Sports lamentou a derrota do time de Buenos Aires “E infelizmente para os torcedores do Xeneizes, o jogo foi sem emoção durante os 40 minutos, e teve que ser decidido a partir dos 12 passos. Ao contrário do que vem acontecendo, tanto no Roblox quanto na vida real, desta vez os pênaltis viraram as costas ao Boca.”. Após o término da competição, Masinha anunciou em suas redes sociais que ainda tem projetos para mais campeonatos no Roblox e que em breve terá mais jogos nesse metaverso.

Melhores momentos da partida: https://youtu.be/D-PR3Y_mJzA?si=AN2G1-PMSuM2i5XN