Movimento apresenta mais de 1 milhão de assinaturas para a União Europeia
por
Thomas Fernandez
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22/09/2025 - 12h

 

O movimento “Stop Killing Game” criado por Ross Scott, do canal Accursed Farms, apresentou em 2025 mais de 1 milhão de assinaturas à União Europeia para exigir medidas que impeçam a remoção e desligamento de jogos digitais. A preservação é definida como um conjunto de ações voltado a manter a integridade de bens, documentos ou pessoas, tendo museus e centros históricos como instituições dedicadas a essa tarefa. 

No campo do entretenimento, os videogames se destacam como a indústria que mais cresce desde a década de 1950. Apesar do seu impacto econômico e cultural, eles recebem atenção limitada em políticas e práticas de preservação, diferente de outras formas de arte, como cinema, televisão e literatura. 

Devido a inacessibilidade de jogos comprados por consumidores, a proposta do movimento é simples, mas poderosa: proteger os consumidores e preservar os videogames, trazendo as práticas recorrentes de empresas que fecham os servidores ou retiram os jogos do mercado digital, apagando não apenas produtos, mas também capítulos de história cultural dos videogames.

Foto do criador do movimento, Stop Killing Games, Ross Scott
Ross Scott, criador do movimento Stop Killing Games.  Foto: REPRODUÇÃO/YOUTUBE Accursed Farms
 

A iniciativa se transformou em “Stop Destroying Videogames”, utilizando a Iniciativa de Cidadania Europeia, uma ferramenta disponível para cidadãos da União Europeia para levarem questões diretamente ao parlamento europeu. A petição foi registrada em junho do ano passado e começou a coletar assinaturas no dia 31 de julho de 2024. No mesmo dia, Scott, soltou um vídeo com o título "Europeans can save gaming!", que compartilha sobre como o movimento pode levar a criação de lei com um número alto de assinaturas e apoiadores. 

Ele destaca que a criação da lei não era uma certeza, entretanto, apontava que existem fatores, como: o alinhamento com outras políticas para consumidores e indefinições jurídicas nas práticas no meio dos games. Esses pontos reforçam que o sucesso está no futuro do movimento. Depois de alcançar 1 milhão de assinantes e realizar uma vistoria -  para desconsiderar menores de idade, duplicidades e pessoas fora da UE - a petição apresentou 97% de validação das assinaturas.

A preocupação é  quando um jogo é removido das lojas digitais ou tem os serviços online desligados, pois deixa de ser acessível para futuras gerações de gamers. Um dos casos mais conhecidos foi do “Project CARS 3”, lançado em 2020. O produto foi retirado de circulação para venda e fecharam os servidores, tornando-se praticamente inacessível. 

O mesmo ocorre com títulos de grandes estúdios como Ubisoft e EA, sendo uma tendência que preocupa colecionadores, consumidores e fãs. Diferente de filmes, livros e músicas, que possuem mais facilidade para sua preservação, os games dependem de vários fatores: chaves digitais, servidores e licenciamento contínuo para existir. Para isso, a preservação não exige somente de vontade cultural, mas também mudanças legais e regulatórias.

No Brasil, esse debate começou a ganhar relevância em 2024, com a aprovação do Marco Legal da Indústria de Jogos Eletrônicos (Lei nº 14.852/2024). Embora a lei tenha o intuito de incentivar o crescimento do setor no país e atrair investidores, ela também abre espaço para a reflexão sobre o ciclo de vida dos jogos e sua preservação como patrimônio cultural. A luta pela proteção e cuidados dos videogames não é apenas dos jogadores nostálgicos, mas também uma questão cultural e de direito de acesso.

O “Stop Killing Games” mostra que, diante da lógica do mercado, há fãs dispostos a lutar para que os jogos não desapareçam.Se no passado os museus se dedicaram a guardar fósseis, manuscritos e obras de arte, o futuro terá que olhar também para os consoles, cartuchos e CDs. Porque, como lembra o movimento, “ao desligar um jogo, não se mata apenas um software, se apaga uma parte da história”.

 

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Minimalismo, funcionalidade e inovação refletem mudanças econômicas e sociais
por
Luana Marinho
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18/09/2025 - 12h

A moda, frequentemente apontada como um espelho dos tempos, volta seus olhos para tempos de escassez. Em meio à instabilidade econômica global, marcada por inflação persistente e crises políticas ao redor do mundo, ganha força o chamado “Recessioncore” (estética da recessão), que traduz, de forma visual, a precariedade e o desânimo de uma geração.

“Quando falamos de recessões, de crises econômicas, dá para ver esse reflexo diretamente na moda. Hoje, vivemos uma grande incerteza econômica, e muitas marcas de luxo começaram a lançar campanhas desperdiçando comida, baguetes sendo amassadas, frutas jogadas no chão da feira, alimentos destruídos”, afirma Audry Mary, especialista em marketing de moda e influenciadora digital. “É uma forma de comunicação: enquanto a base está sofrendo com a falta, quem consome a marca pode esbanjar. E isso é extremamente político”, acrescenta Audry.

Se nos anos de crescimento econômico os desfiles explodem em cores vibrantes, brilhos e ostentação, em momentos de incerteza o figurino muda: tons neutros, silhuetas sóbrias e peças utilitárias assumem o protagonismo. É o que se vê agora com a ascensão da estética “clean girl”, termo popularizado no TikTok e em outras redes sociais que descreve um estilo minimalista, com peças básicas, cores neutras e cortes discretos 

"Elas são mais acessíveis, carregam pouca informação de moda e seguem um estilo mais recatado, mais doméstico”, diz Audry sobre as roupas identificadas com o estilo. “É conservador, e as marcas estão apostando muito nisso”, explica.

Segundo a especialista, a estética “clean girl” não surge isoladamente: é resultado direto de um contexto econômico instável, no qual o crescimento do "quiet luxury" (luxo silencioso) e de coleções minimalistas indica que as marcas buscam transmitir segurança e sobriedade. Historicamente, períodos de recessão geraram mudanças semelhantes. Durante a Grande Depressão, cortes retos e tecidos duráveis se tornaram padrão, enquanto a crise de 2008 reforçou o consumo de fast fashion e peças de baixo custo, ainda que de qualidade inferior.

O impacto econômico também se reflete no crescimento do mercado de roupas de segunda mão, que se tornou um indicativo claro das mudanças no comportamento de consumo. Nos Estados Unidos, o mercado de moda de segunda mão alcançou US$ 50 bilhões em 2024, com projeção de crescimento para US$ 73 bilhões até 2028, impulsionado principalmente por millennials e pela geração Z, nascidos entre 1981 e 2010, que buscam alternativas mais acessíveis e responsáveis. Esse movimento transforma o mercado de segunda mão em uma tendência não apenas econômica, mas também cultural, refletindo valores de sustentabilidade e consumo consciente.

No Brasil, a ascensão dos brechós segue a mesma lógica: adaptação à crise econômica, respeito às prioridades financeiras e resposta às incertezas sociais. Segundo dados do Sebrae, o país contava com mais de 118 mil brechós ativos em 2023, representando um aumento de 30,97% em relação aos cinco anos anteriores. Além disso, o mercado de brechós no Brasil deve movimentar cerca de R$ 24 bilhões até 2025, superando o mercado de “fast fashion” até 2030, conforme projeções da Folha de São Paulo.

O crescimento do mercado de brechós também é impulsionado por plataformas digitais. O Enjoei, com mais de 1 milhão de compradores e 2 milhões de vendedores ativos, abriu recentemente sua primeira loja física no Rio de Janeiro e adquiriu a Gringa, plataforma de revenda de artigos de luxo de segunda mão, por R$ 14 milhões, evidenciando a demanda crescente por itens de alto valor.

Esse movimento também pressiona a indústria tradicional, que já responde com novas estratégias. O aumento dos custos de produção deve acelerar o uso de matérias-primas alternativas, como tecidos reciclados e fibras de origem vegetal, além de experimentos com couro vegetal e biotêxteis. Ao mesmo tempo, cresce a exigência por transparência nas cadeias de produção: passaportes digitais de produtos, rastreabilidade de origem e relatórios de impacto ambiental podem deixar de ser tendência para se tornar padrão da indústria.

Olhando para o futuro, a moda deve consolidar caminhos cada vez mais funcionais, atendendo à demanda de consumidores impactados pela instabilidade econômica, que priorizam praticidade e durabilidade. Segundo Audry, essa tendência deve se intensificar. “Acredito que vamos ver cada vez mais peças utilitárias, roupas multiuso e tecidos resistentes ganhando protagonismo, porque o consumidor está buscando longevidade e funcionalidade em tudo o que veste”, afirma.

O minimalismo, já consolidado, deve permanecer central, mas com variações sutis. “Minha aposta é que tons terrosos, cortes amplos e peças que permitam personalização vão se tornar ainda mais comuns, enquanto pequenos revivals dos anos 2000 e 2010 reinterpretam itens básicos para novas gerações”, diz a influenciadora, que também projeta expansão de modelos híbridos, que combinam venda de peças novas, revenda, aluguel e customização, fortalecendo a economia circular como resposta prática às restrições financeiras. 

A tecnologia surge ainda como aliada estratégica, com inteligência artificial e provadores digitais ajudando marcas a reduzir desperdícios e aproximar consumidor e produto. “A inovação permite que a indústria transforme limitações econômicas em oportunidades criativas”, conclui Audry, reforçando que, para o futuro, a moda funcionará como um laboratório de soluções, mais do que apenas reflexo de crise.

 

 

 

Profissionais da área relatam dificuldade de valorização, ausência de políticas públicas e dependência do mercado internacional para manter a carreira
por
Fernanda Dias
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18/09/2025 - 12h

A escultura no Brasil ainda é um campo pouco explorado e com inúmeros desafios, como a falta de políticas públicas, a ausência de incentivo cultural e um universo ainda limitado de pessoas dispostas a investir em arte no país. Para manter a profissão viva, muitos artistas recorrem ao mercado internacional e às redes sociais como alternativa de divulgação.

No cenário brasileiro, a escultura não ocupa o mesmo espaço que outras linguagens artísticas, como a música ou as artes visuais mais populares. O escultor Rick Fernandes, que atua na área desde a década de 1990, observa que a profissão ainda carece de reconhecimento cultural. “O brasileiro não tem a mesma tradição que americanos e europeus em colecionar arte. Muitas vezes, as prioridades econômicas acabam afastando o público”, afirma.

Esse distanciamento é agravado pela falta de políticas voltadas à categoria. Projetos de incentivo que poderiam estimular a prática da escultura em escolas ou em comunidades raramente são aprovados. Fernandes relembra tentativas frustradas em 2015 e 2023 de levar oficinas para jovens da periferia e para pessoas com deficiência. “Os incentivos, em sua maioria, estão voltados para música e grandes eventos. Nichos como a escultura ficam esquecidos”, critica.

   Rick Fernandes produzindo sua peça - foto: https://www.rfstudiofx.com/


                    Rick Fernandes produzindo sua peça - foto: https://www.rfstudiofx.com/

No mercado, outro obstáculo é a dificuldade de concorrer com produtos industrializados ou importados. Segundo Fernandes isso faz que muitos escultores direcionem suas obras ao exterior, onde encontram colecionadores e compradores mais fiéis. O artista calcula que cerca de 80% de suas encomendas vêm de fora do Brasil. Mesmo com a popularização de novas tecnologias, como impressoras 3D, ele destaca que há demanda para trabalhos exclusivos, o que mantém a escultura tradicional relevante.

As redes sociais têm sido fundamentais para reduzir a distância entre artistas e público. Plataformas como o Instagram permitem que escultores apresentem seus portfólios, encontrem clientes e troquem experiências em comunidades digitais. “Muitos dos meus contatos surgiram através da rede. É uma vitrine essencial para quem vive da arte”, ressalta o escultor.

Além do mercado e do incentivo, a valorização da escultura ainda depende de uma mudança de percepção social sobre o trabalho manual e artístico. Para Fernandes, investir na formação desde cedo é o caminho. “Campanhas nas escolas de ensino fundamental poderiam fazer a diferença. As crianças têm fome de aprender coisas novas e a escultura poderia ser mais explorada nesse ambiente”, defende.

Apesar das dificuldades, Fernandes garante que nunca pensou em desistir, movido por “amor e diversão”. Além de manter o estúdio, ele atua como professor. Nem todos tiveram a mesma sorte. A artista Júlia Dias, por exemplo, faz esculturas desde 2006, mas até hoje não tem uma base fixa de clientes, vivendo em meio à instabilidade de demandas que atinge grande parte dos escultores.

O campo da escultura se divide em diferentes níveis de atuação. Enquanto alguns artistas trabalham com peças decorativas ou personalizadas para ocasiões como aniversários e eventos, outros produzem obras direcionadas a colecionadores e galerias. Essa variedade mostra como a atividade é ampla, mas também deixa claro que nem tudo recebe o mesmo valor: trabalhos voltados ao mercado de luxo encontram maior reconhecimento e retorno financeiro, enquanto produções mais populares ainda lutam por espaço e estabilidade.

Outro desafio está ligado ao custo e ao acesso a materiais de qualidade. Fernandes explica que utiliza plastilina para modelagem, moldes de silicone para a finalização e resina de poliestone para as peças finais, com acabamento em aerógrafo e pincel. Segundo ele, os materiais nacionais apresentam bom custo-benefício e já não ficam atrás dos importados. Ainda assim, os gastos para manter a produção podem ser elevados, principalmente para quem não conta com retorno constante do mercado.

Apesar de não existirem editais exclusivos para escultores no Brasil, a categoria pode concorrer em programas de incentivo mais amplos voltados às artes visuais e à cultura. Iniciativas como os editais da Funarte (Fundação Nacional de Artes, do governo federal), o ProAC (Programa de Ação Cultural, mantido pelo governo de São Paulo)  e leis de incentivo fiscal possibilitam que projetos de escultura recebam apoio. No entanto, a concorrência é acirrada e a escultura segue como um nicho pouco contemplado, o que reforça a sensação de invisibilidade entre os artistas da área.

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Último final de semana do evento ficou marcado por performances que misturaram passado, presente e futuro
por
Jessica Castro
Vítor Nhoatto
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16/09/2025 - 12h

A segunda edição do festival The Town se despediu de São Paulo com um resultado positivo e bastante barulho. Durante os dias 12, 13 e 14 de setembro, pisaram nos palcos do Autódromo de Interlagos nomes como Backstreet Boys, Mariah Carey, Ivete Sangalo e Katy Perry.

Realizado a cada dois anos em alternância ao irmão consolidado Rock In Rio, é organizado também pela Rock World, da família do empresário Gabriel Medina. Sua primeira realização foi em 2023, em uma aposta de tornar a cidade da música paulista, e preencher o intervalo de um ano do concorrente Lollapalooza.

Mais uma vez em setembro, grandes nomes do cenário nacional e internacional atraíram 420 mil pessoas durante cinco dias divididos em dois finais de semana. O número é menor que o da estreia, com 500 mil espectadores, mas ainda de acordo com a organizadora do evento, o impacto na cidade aumentou. Foram movimentados R$2,2 bilhões, aumento de 21% segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Após um primeiro final de semana marcado por uma apresentação imponente do rapper Travis Scott no sábado (6), único dia com ingressos esgotados, e um domingo (7) energético com o rock do Green Day, foi a vez do pop invadir a zona sul da capital. 

Os portões seguiram abrindo ao meio dia, tal qual o serviço de transporte expresso do festival. Além disso, as opções variadas de alimentação, com opções vegetarianas e veganas, banheiros bem sinalizados e muitas ativações dos patrocinadores foram pontos positivos. No entanto, a distância entre o palco secundário (The One) e o principal (Skyline), além da inclinação do terreno no último, continuaram provocando críticas.

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Segundo estudo da FGV, 177 mil litros de chope e 106 mil hambúrgueres foram consumidos nos 5 dias de evento - Foto: Live Marketing News / Reprodução

Sexta-feira (12)

Jason Derulo animou o público na noite de sexta com um espetáculo cheio de energia e coreografias impactantes. Em meio a hits como “Talk Dirty”, “Wiggle” e “Want to Want Me”, o cantor mesclou pop e R&B destacando sua potência vocal, além de entregar muito carisma e sensualidade durante a apresentação.

A noite, aquecida por Derulo, ganhou clima nostálgico com os Backstreet Boys, que transformaram o palco em uma viagem ao auge dos anos 90. Ao som de clássicos como “I Want It That Way” e “As Long As You Love Me”, a plateia virou um grande coral emocionado, enquanto as coreografias reforçavam a identidade da boyband. Três décadas depois, o grupo mostrou que ainda sabe comandar multidões com carisma e sintonia.

Com novo visual, Luísa Sonza enfrentou o frio paulista com um figurino ousado e um show cheio de atitude no Palco The One. Além dos próprios sucessos que a consagraram no pop, a cantora surpreendeu ao incluir releituras de clássicos da música brasileira, indo de “Louras Geladas”, do RPM, a uma homenagem emocionante a Rita Lee com “Amor e Sexo”. A mistura de hits atuais, performances coreografadas e referências à MPB agitou a platéia.

E completando a presença de potências nacionais, Pedro Sampaio fez uma apresentação histórica para o público e para si, alegando que gastou milhões para tudo acontecer. A banda Jota Quest acalentou corações nostálgicos, e nomes em ascensão no cenário do funk e rap como Duquesa e Keyblack agitaram a platéia. 

Sábado (13)

No sábado (13), o festival reuniu diferentes gerações da música, com encontros que alternaram festa, emoção e mais nostalgia. Ivete Sangalo levou a energia de um carnaval baiano para o The Town. Colorida, divertida e sempre próxima da multidão, fez do show uma festa ao ar livre, com direito a roda de samba e participação surpresa de ritmistas que incendiaram ainda mais a apresentação. O repertório, que atravessa gerações, transformou a noite em um daqueles encontros em que ninguém consegue ficar parado.

Mais íntimo e afetivo, Lionel Richie trouxe outro clima para a noite fria da cidade da música. Quando sentou ao piano para entoar “Hello”, parecia que o festival inteiro tinha parado para ouvi-lo. A emoção foi tanta que, dois dias depois, o cantor usou as redes sociais para agradecer pelo carinho recebido em São Paulo, declarando que ainda sentia o amor do público brasileiro.

A diva Mariah Carey apostou no glamour e em seu repertório de baladas imortais. A performance, embora marcada por certa distância, encontrou momentos de brilho quando dedicou uma música ao público brasileiro, gesto que foi recebido com emoção. Hits como “Hero” e “We Belong Together” reafirmaram o status da cantora como uma das maiores vozes do pop mundial.

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Vestindo as cores do Brasil, Mariah manteve seu estilo pleno, o que não foi positivo dessa vez - Foto: Ellen Artie

O festival também abriu espaço para outras vozes marcantes. Jessie J emocionou em um show acústico intimista, feito apesar de estar em tratamento contra um câncer de mama — e que acabou sendo o único da cantora na América do Sul após o cancelamento das demais datas na América do Norte e Europa. 

Glória Groove incendiou o público com sua potência performática e visual, enquanto Criolo trouxe poesia afiada e versos de impacto, lembrando a força política do rap. MC Livinho levou o funk a outro patamar e anunciou seu novo projeto de carreira em R&B. Péricles encerrou sua participação em clima caloroso de roda de samba, onde cada espectador parecia parte de um grande encontro entre amigos.

Domingo (14)

Com Joelma, o The Town se transformou em um baile popular de cores, brilhos e danças frenéticas. A cantora revisitou sucessos da época da banda Calypso e apresentou a força de sua carreira solo, mas também abriu espaço para artistas nortistas como Dona Onete, Gaby Amarantos e Zaynara. 

O gesto deu visibilidade a uma cena muitas vezes esquecida nos grandes festivais e reforçou sua identidade como representante da cultura amazônica. Com plateia recheada, a artista mostrou que a demanda é alta.

No início da noite, em um horário um pouco melhor que sua última apresentação no Rock In Rio, Ludmilla mobilizou milhares de pessoas no palco secundário. Atravessando hits de sua carreira como “Favela Chegou”, “É Hoje” e sucessos do Numanice, entregou presença de palco e coreografias sensuais. A carioca também surpreendeu a todos com a aparição da cantora estadunidense Victória Monet para a parceria “Cam Girl”.

Sem atrasos, às 20:30, foi a vez então de Camila Cabello levar ao palco o último show da C,XOXO tour. A performance da cubana foi marcada pelo seu carisma e declarações em português como “eu te amo Brasil” e “tenho uma relação muito especial com o Brasil [...] me sinto meio brasileira”. Hits do início de sua carreira solo animaram, como “Bad Kind Of Butterflies” e “Never Be The Same”, além de quase todas as faixas do seu último álbum de 2024, que dá nome à turnê, como “HE KNOWS” e “I LUV IT”. 

A performance potente e animada, que mesclou reggaeton e eletrônica, ainda contou com o funk “Tubarão Te Amo” e uma versão acapella de “Ai Se Eu Te Pego” de Michel Teló. Seguindo, logo após “Señorita”, parceria com o seu ex-namorado, Shawn Mendes, ela cantou “Bam Bam”, brincando com a plateia que aquela canção era para se livrar das pessoas negativas. Vestindo uma camiseta do Brasil e com uma bandeira, encerrou o show de uma hora e meia com “Havana”.

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Com coreografia, grande estrutura metálica e vocais potentes, Camila entregou um show de diva pop - Foto: Taba Querino / Estadão

Para encerrar o festival, Katy Perry trouxe espetáculo em grande escala, mas não deixou faltar momentos de intimidade. A apresentação iniciada pontualmente às 23h15 teve direito a pirotecnias, muitos efeitos especiais e um discurso emocionante da cantora sobre a importância de trazer sua turnê para a América do Sul. 

Em meio a cenários lúdicos, trocas de figurino e um repertório recheado de hits, Katy Perry chamou o fã André Bitencourt ao palco para cantarem juntos “The One That Got Away”, o que levou o público ao delírio. O show integrou a turnê The Lifetimes World Tour, e deixou a impressão de que a artista fez questão de entregar em São Paulo um dos capítulos mais completos dessa jornada.

No último dia, outros públicos foram contemplados também, com o colombiano J Balvin, dono de hits como “Mi Gente”, e uma atmosfera poderosa com IZA de cleópatra ocupando o palco principal no início da tarde. Dennis DJ agitou com funk no palco The One e, completando a proposta do festival de dar espaço a todos os ritmos e artistas, Belo e a Orquestra Sinfônica Heliópolis marcaram presença no palco Quebrada. 

A cidade da música em solo paulista entregou o que prometia, grandes estruturas e um line up potente, mas ainda segue construindo sua identidade e se aperfeiçoando. A terceira edição já foi inclusive confirmada para 2027 pelo prefeito Ricardo Nunes e a vice-presidente da Rock World, Roberta Medina em coletiva na segunda-feira (15).

Festival reúne multidões, entrega shows históricos e consagra marco na cena musical brasileira
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
Yasmin Solon
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10/09/2025 - 12h

Com mais de 100 mil pessoas por dia, o The Town estreou no último fim de semana, 6 e 7 de setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Travis Scott encerrou o sábado (6) no palco Skyline com um show eletrizante, enquanto Lauryn Hill emocionava fãs no palco The One ao lado dos filhos YG e Zion Marley. No domingo (7), os destaques ficaram por conta de Green Day e Iggy Pop, além de apresentações de Bad Religion, Capital Inicial e CPM 22.

O festival retoma a programação nos dias 12, 13 e 14 de setembro, com shows de Backstreet Boys, Mariah Carey, Lionel Richie e Katy Perry.

“The Flight”: o balé aéreo que surpreendeu no The Town. Foto: Khadijah Calil
“The Flight”: o balé aéreo que surpreendeu no The Town. Foto: Khadijah Calil 
Fãs aguardam o início dos shows no gramado do Autódromo de Interlagos. Foto: Khadijah Calil
Fãs aguardam o início dos shows no gramado do Autódromo de Interlagos. Foto: Khadijah Calil 
Espalhados pelo Autódromo de Interlagos, brinquedos e atrações visuais oferecem ao público momentos de lazer entre os shows. Foto: Khadijah Calil
Espalhados pelo Autódromo de Interlagos, brinquedos e atrações visuais oferecem ao público momentos de lazer entre os shows. Foto: Khadijah Calil 
Capital Inicial leva o rock nacional ao palco Factory, na abertura do segundo dia. Foto: Khadijah Calil
Palco Factory, que recebeu o Capital Inicial na abertura do segundo dia. Foto: Khadijah Calil 
Palco Skyline iluminado durante o show de encerramento do sábado (6). Foto: Lais Romagnoli
Palco Skyline iluminado durante o show de encerramento do sábado (6). Foto: Lais Romagnoli
Iluminação e cenografia transformam Interlagos durante a primeira edição do festival. Foto: Lais Romagnoli
Iluminação e cenografia transformam Interlagos durante a primeira edição do festival. Foto: Lais Romagnoli
Matuê leva o trap nacional ao palco The One no primeiro dia de festival. Foto: Yasmin Solon
Matuê leva o trap nacional ao palco The One no primeiro dia de festival. Foto: Yasmin Solon
Público lota a Cidade da Música durante o primeiro fim de semana do The Town. Foto: Yasmin Solon
Público lota a Cidade da Música durante o primeiro fim de semana do The Town. Foto: Yasmin Solon

 

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Colombiana ficou conhecida por misturar crítica social, poesia e arte
por
Khadijah Calil
Lais Romagnoli
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09/09/2025 - 12h

 

Da Colômbia para o Edifício Pina Luz, Beatriz González ganha uma homenagem em celebração aos seus mais de 60 anos de carreira. Na Pinacoteca de São Paulo, a exposição Beatriz González: a imagem em trânsito reúne mais de 100 trabalhos da artista, produzidos desde a década de 1960.

Beatriz González
Beatriz González trabalha em sua obra 'Telón de la móvil y cambiante naturaleza', de 1978. Foto: Reprodução.

Reconhecida como uma das maiores personalidades da arte latino-americana, a colombiana se destacou ao transformar peças de mobiliário em pinturas. Com a política e cultura de seu país como inspiração, Beatriz combina crítica social e poesia em suas telas, como em Yolanda nos Altares, onde representa agricultores que lutavam pela devolução de suas terras, roubadas por um grupo paramilitar. 

A artista tem sua primeira mostra individual no Brasil espalhada por sete salas da Pinacoteca. A última vez que suas obras foram expostas no Brasil foi em 1971, na 11ª Bienal de São Paulo.

Logo no início da mostra, o público se depara com um espaço dedicado à reprodução e circulação artística na mídia. Um dos trabalhos mais icônicos da artista, Decoración de interiores, marca presença na sala. Uma cortina estampada com o retrato do então presidente da época (1978-1982), Julio César Turbay, questiona o peso da hierarquia presidencial.

Obra
'A Última Mesa'. Foto: Reprodução

 

Do conflito armado colombiano até suas vivências em comunidades indígenas, González extrai registros da imprensa para suas pinceladas. Entre as obras expostas, Los Suicidas del Sisga toma forma a partir de um caso real sobre um duplo suicídio cometido por um casal, refletindo sobre os códigos que vinculam a imagem à crônica policial e sua reprodução nos meios de comunicação de massa. Mais tarde, Beatriz passa a focar na iconografia política colombiana, como a tomada do Palácio da Justiça.

No catálogo, também estão releituras de clássicos contemporâneos. Entre elas, González dá uma nova cara a Mulheres no jardim, de Claude Monet, em Sea culto, siembre árboles regale más libros.

A série Pictogramas particulares encerra a exposição. Nela, a colombiana lança luz sobre a migração forçada, desastres ambientais e a violência nos territórios rurais. A partir de placas de trânsito, a artista representa hipóteses de crise social.

Em cartaz até 1º de fevereiro de 2026, a mostra conta com curadoria de Pollyana Quintella e Natalia Gutiérrez.

Serviço:

  • Local: edifício Pina Luz
  • Data: de 30 de agosto até 1 de fevereiro de 2026
  • Endereço: Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
  • Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada). Gratuito aos sábados
  • Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h
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De “Tyler, The Creator” a “Chappell Roan”, o festival promete abalar Interlagos em março
por
Jessica Castro
|
09/09/2025 - 12h

O Lollapalooza Brasil anunciou na última quinta-feira (28) o line-up oficial da edição 2026 e evidenciou que será uma das  programações mais ousadas da história do festival. Entre os headliners confirmados estão Sabrina Carpenter, Lorde, Deftones e Skrillex, que prometem agitar o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre os dias 20 e 22 de março.

O anúncio reforça o peso do Lolla como vitrine global e marca estreias muito aguardadas no Brasil e na América do Sul — como Chappell Roan, Tyler, The Creator e Doechii. A lista de atrações ainda traz nomes de destaque  como Interpol, Djo, Marina e Addison Rae, além de uma forte presença nacional com artistas que vão do rap ao rock alternativo.

 

Assim como em anos anteriores, o Lollapalooza Brasil mantém o formato de três dias, com múltiplos palcos. Os ingressos da categoria Lolla Pass, que garantem acesso a todo o festival, já estão à venda no site da Ticketmaster Brasil. Com o patrocínio do Banco Bradesco, há 15% de desconto e a possibilidade de parcelamento em até dez vezes sem juros para portadores do cartão, válido para todas as modalidades: inteira, meia-entrada e entrada social. 

O público pode escolher entre três categorias de acesso: Pista, Comfort e Lounge. Quanto mais exclusiva a opção, maiores os benefícios: o Comfort oferece áreas reservadas, enquanto o Lounge inclui open bar e food, espaço premium e transporte exclusivo.

Confira os valores:

Lolla Pass (3 dias – ingresso básico)

  • Bilheteria física: R$ 2.112 (inteira) | R$ 1.161,60 (social) | R$ 1.056 (meia)

  • Online (Ticketmaster, com taxa de 20%): R$ 2.534,40 (inteira) | R$ 1.413,92 (social) | R$ 1.267,20 (meia)
     

Lolla Comfort Pass (3 dias – área exclusiva com estrutura extra)

  • Bilheteria física: R$ 4.330 (inteira) | R$ 2.401,50 (social) | R$ 2.165 (meia)

  • Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.196  (inteira) | R$ 2.877,80 (social) | R$ 2.598 (meia)
     

 Lolla Lounge Pass (3 dias – VIP, open bar/food e área premium)

  • Bilheteria física: R$ 4.832 (inteira) | R$ 3.901,60 (social) | R$ 3.776 (meia)

  • Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.254,40  (inteira) | R$ 4.133,92 (social) | R$ 3.987,20 (meia)

 

Onde comprar:

  • Online pelo site da Ticketmaster Brasil

  • Bilheteria física: Shopping Ibirapuera (SP).

 

Lolla Day (válido para apenas 1 dia): ainda não disponível, mas será liberado quando o festival divulgar a divisão das atrações por dia.

 

Line-up completo do Lollapalooza Brasil 2026

  • Sabrina Carpenter
     

  • Tyler, The Creator
     

  • Chappell Roan
     

  • Deftones
     

  • Lorde
     

  • Skrillex
     

  • Doechii
     

  • Turnstile
     

  • Lewis Capaldi
     

  • Cypress Hill
     

  • Peggy Gou
     

  • Kygo
     

  • Interpol
     

  • Addison Rae
     

  • Katseye
     

  • Brutalismus 3000
     

  • Ben Böhmer
     

  • Lola Young
     

  • Edson Gomes
     

  • Marina
     

  • Djo
     

  • FBC
     

  • TV Girl
     

  • Mu540
     

  • Riize
     

  • Men I Trust
     

  • ¥ousuke ¥uk1matsu
     

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Grupo vem ao Brasil depois de show que quebrou recorde de público no festival de Chicago
por
Juliana Bertini de Paula
|
09/09/2025 - 12h

O festival Lollapalooza, que acontece nos dias 20, 21 e 22 de março do ano que vem, anunciou que o line-up da edição contará com o girl group global Katseye, responsável por um dos maiores hits virais nas redes sociais neste ano, “Gnarly". A banda com 6 integrantes debutou em 2023 após um programa estilo survival.

Na metade de 2024, Katseye lançou seu primeiro EP “Soft is Strong” (SIS), com os singles “Debut” e “Touch” e mais 3 músicas. Já em 2025, após lançar “Gnarly” - primeira música da banda a entrar no Top Billboard - elas lançaram o segundo EP "Beautiful Chaos”  com a faixa “Gabriela”, escrita por Charli XCX e que chegou a ser ofertada à Anitta.

No dia 3 de agosto, as meninas se apresentaram no Lollapalooza Chicago e se tornaram a apresentação diurna com maior público da história do evento. Lá, elas cantaram 9 músicas de seus 2 EP’s. Durante “Gabriela”, as meninas se destacaram ao dançar flamenco no palco, a dança virou trend no TikTok.

Dance break de “Gabriela” com as saias típicas do flamenco. Foto: Youtube/@katseye
Dance break de “Gabriela” com as saias típicas do flamenco. Foto: Youtube/@katseye

 

Campanha Better in Denim

O grupo global de música pop Katseye lançou uma propaganda para a marca de roupas americana GAP, no dia 19 de agosto. O comercial “Better in Denim” (“melhor em jeans”, em tradução para o português) gerou repercussão nas redes por parecer resposta a uma concorrente.

Algumas semanas antes, a American Eagle, outra fabricante de jeans, publicou um comercial com a atriz Sydney Sweeney (“Euphoria", “The White Lotus", “Todos Menos Você”), afirmando que ela tem “bons genes” - uma aliteração com a palavra “jeans”. O teor da mensagem publicitária foi apontado como eugenista em redes sociais e sites de mídias especializadas. 

Em contraponto, o comercial com o Katseye foi apontado como uma “celebração à diversidade” por consumidores e especialistas em marketing. Nas redes sociais, mulheres de etnias diversas apontaram a importância de campanhas que protagonizam países do leste asiático, em especial sobre Lara Raj, vocalista da banda que é de origem tâmi, povo nativo das regiões da Índia e do Sri Lanka.

 

 

Grupo Katseye x Gap. Foto: Divulgação/GAP.
Grupo Katseye x Gap. Foto: Divulgação/GAP. 

 

Conheça o grupo 

Com os vocais americanos e a performance do K-pop, o grupo feminino estreou no fim de 2023 com o single “Debut”, que alcançou mais de dois milhões de visualizações em três dias. A banda explora os moldes do gênero k-pop na indústria musical ocidental, com foco nos Estados Unidos.

A estreia foi muito esperada por fãs, já que as artistas surgiram a partir do reality show “Dream Academy”, no subgênero de sobrevivência, que televisionou a seleção de meninas para a banda. As integrantes escolhidas foram Sophia, Megan, Manon, Lara, Daniela e Yoonchae.

 

Integrantes do Katseye com o uniforme da Dream Academy. Foto: Divulgação/Netflix
Integrantes do Katseye com o uniforme da Dream Academy. Foto: Divulgação/Netflix

 

Dream Academy

Poster para a formação de um novo girl group da HYBE com a Geffen Records. Foto: Divulgação/Geffen Records
Poster para a formação de um novo girl group da HYBE com a Geffen Records. Foto: Divulgação/Geffen Records

 

A formação do Katseye foi feita nos moldes de programas de survivals de kpop. Grupos como Stray Kids e Iz*One, de outras empresas também se originaram desta maneira. 

A união entre a gravadora Geffen Records - responsável por artistas como Elton John, John Lenno, Kali Uchis e Olivia Rodrigo -  e o conglomerado sul-coreano HYBE Entertainment, que criou Le Sserafim e BTS, resultou no programa “Dream Academy”, gravado pela Netflix e lançado com o nome “Pop Star Academy”.

Depois de uma seleção com mais de 120 mil meninas, em sua maioria menores de idade, em 2021, 20 participantes de todo o mundo foram selecionadas para competir entre si e formar um grupo com apenas 6 integrantes. Depois de um ano de treinamento em suas cidades de origem, no início de 2022 elas se mudaram para Los Angeles e passaram cerca de mais um ano treinando e sendo avaliadas em canto, dança, performance, atitude e “fator estrela”, qualidade descrita como “encantamento” do público.

Em 17 de novembro de 2023, as 6 foram escolhidas para formar o grupo com o nome Katseye, que também foi selecionado por elas.

Todas as integrantes da Dream Academy no início do programa. Foto: HYBE x Geffen Records
Todas as integrantes da Dream Academy no início do programa. Foto: HYBE x Geffen Records

 

Conheça as integrantes

Sophia do Katseye   Sophia

   Sophia Lafortenza (22), de origem filipina, é a líder do grupo. A integrante ficou conhecida no   reality por seu esforço, habilidade de canto e o apoio imenso do público. Seus pais são artistas   consolidados nas Filipinas, sua mãe, Carla Guevara Laforteza , é cantora e seu pai, Godfrey   Laforteza III, é dançarino.

 

 

 

 

 

 

Megan do Katseye

   Megan

   Megan Skiendiel (19), nasceu no Hawaii, EUA. Com descendência chinesa, é a “all rounder” do   grupo, boa em todas as áreas. Em Dream Academy se destacou por sua dança e personalidade. A   artista participou como atriz em propagandas e séries da Nickelodeon.

 

 

 

 

 

 

Lara do Katseye

   Lara

   Lara Raj (19) é a principal vocalista da banda. Desde o reality show, se destacou como cantora e     integrou o ranking em primeiro lugar em canto durante o reality. Nascida nos Estados Unidos e de   ascendência indiana, Lara é muito ligada à sua cultura tâmil - presente no sudeste da índia e Sri   Lanka. 

 

 

 

 

 

 

Daniela do Katseye

   Daniela

   Daniela Andrea (21) nascida em Atlanta, EUA, com ascendência cubana e venezuelana e é a   principal dançarina do grupo. Aos 7 anos, ela participou do America 's Got Talent com uma   apresentação de dança de salão e aos 11 do So You think you can dance.

 

 

 

 

 

 

Manon do Katseye

   Manon

   Manon Bannerman (23), nascida em Zurique, na Suíça, é a “visual” do grupo. Ela já tinha muitos   seguidores nas redes antes do reality por conta de sua aparência. Durante o Dream Academy,   gerou muito debate sobre sua posição no grupo por conta da falta de comprometimento com os   ensaios, mas seu fator estrela foi o que chamou a atenção na decisão final.

 

 

 

 

 

Yoonchae do Katseye

   Yoonchae

   Yoonchae Jeung (17) é a “maknae”, termo utilizado no k-pop para a mais jovem da banda. Apesar   da idade ela não fica para trás em questão de canto ou dança. Nascida em Seul, na Coreia do Sul,   participou de treinamentos para grupos de k-pop.

 

 

 

 

 

O grupo se apresenta em março no autódromo de Interlagos.

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Brasilidade estampada em drinques autorais e petiscos cheios de identidade
por
Mohara Ogando Cherubin
|
09/09/2025 - 12h

O primeiro bar da cozinheira-empresária Manuelle Ferraz, também dona do restaurante “A Baianeira”, localizado no MASP, foi aberto em abril de 2024. O “Boteco de Manu” está situado onde as ruas se cruzam na Barra Funda, mais precisamente na Rua Lavradio, 235, em meio à intensa Avenida Pacaembu. A forte identidade do bar já é percebida em seu nome. O “de” Manu faz jus ao modo de falar no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, bem perto da Bahia, local onde a chef nasceu.

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O bar funciona de quarta a sexta das 18h à 00h, aos sábados das 13h à 00h e aos domingos das 12h às 18h. O local dispõe de mesas vermelhas do lado de fora, além do balcão no salão e um quintal na parte de trás do bar. Foto: Mohara Cherubin 

 

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“Foi em um boteco que eu te conheci”. A frase foi inspirada no trecho “Foi no Risca Faca que eu te conheci”, do forró “Risca Faca”, do cantor Pepe Moreno. A expressão "risca-faca", comum no Nordeste, traz a ideia de um ambiente divertido, com música alta, rodeado de liberdade e alegria. Foto: Mohara Cherubin
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A cozinha do boteco oferece uma variedade de pratos, como fritos, caldos e sanduíches. Entre as criações do cardápio, destacam-se a carne de sol com mandioca, o sanduíche de linguiça com queijo e a coxinha de camarão. Já as bebidas favoritas do local são o goró de mainha e o mel de cupuaçu, drink com vodka, infusão de cupuaçu e melado de cana. Foto: Mohara Cherubin 
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Com um globo espelhado e quadros decorando as paredes, o salão relembra a definição de “risca-faca”. Foto: Mohara Cherubin.
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A parede ao lado esquerdo do salão é decorada com a série “Meninas do Rio”, da artista Ana Stewart, que retrata mulheres de comunidades do subúrbio do Rio de Janeiro com um intervalo de 10 anos, revelando a partir de um ensaio íntimo as mudanças nos lares e nas vidas dessas mulheres. Foto: Mohara Cherubin
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Ainda no lado esquerdo do balcão, o cliente tem acesso aos banheiros e ao quintal do boteco, que fica na parte de trás do local. Foto: Mohara Cherubin
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Se não conseguir lugar nas mesas espalhadas no espaço externo do boteco, o cliente pode se servir no balcão do salão ou no quintal. Foto: Mohara Cherubin
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Aos domingos o boteco apresenta o famoso “tecladinho”. O cantor John Batista agita o bar com muita sofrência e bregas antigos, do jeito que o público gosta. Também aos domingo é servida a feijoada de domingo. Foto: Mohara Cherubin
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O balcão fica em frente ao bar e à entrada da cozinha. Garrafas com as frases “A beleza de ser um eterno aprendiz” e “Viva lá vinho” também decoram o espaço. No balcão, o cliente pode comer, beber e curtir o ambiente do boteco. Foto: Mohara Cherubin
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Carne de sol com mandioca, um dos pratos mais pedidos do Boteco de Manu, acompanha muito sabor, pimenta da casa e manteiga derretida se o cliente desejar. Foto: Mohara Cherubin
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Goró de mainha, o favorito do Boteco de Manu, é uma bebida vinda diretamente da Baianeira a base de gengibre, abacaxi, rapadura, limão e segredos da chef Manu. A frase “doses de amor” estampa o rótulo do goró. Foto: Mohara Cherubin
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O Boteco de Manu conquista os clientes com seu ambiente vibrante e energia única. Visite a esquina mais bonita da Barra Funda e aproveite. Foto: Mohara Cherubin

 

Exposição reúne 120 artistas de cerca de 50 países e propõe uma reflexão sensível sobre coexistência
por
Manuela Dias
|
08/09/2025 - 12h

A mais prestigiosa mostra de arte contemporânea da América Latina, a Bienal de Arte, abriu as portas no último sábado (6) no icônico Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, reunindo obras de cerca de 120 artistas de aproximadamente 50 países. A expectativa é atrair até 800 mil visitantes durante os quatro meses de exibição, estendido até janeiro de 2026 para favorecer o acesso, especialmente de crianças e jovens, e chegar à meta de 100 mil participantes em seus programas educativos.

A edição de 2025 leva como título um verso do poema de Conceição Evaristo, Da calma e do silêncio: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”. Essa frase alimenta o conceito central da Bienal, que propõe repensar a humanidade como um verbo ativo, uma prática viva, fluida e transformadora.

A curadoria é liderada pelo Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador e diretor do Haus der Kulturen der Welt, em Berlim. Camaronês radicado na Alemanha, Ndikung é uma das vozes mais respeitadas da crítica cultural internacional e define a Bienal como uma tentativa de construir um "novo humanismo", descentralizado e plural.

“O humanismo eurocêntrico que moldou o mundo moderno está esgotado. Precisamos falar de humanidades no plural, de múltiplas maneiras de existir e cuidar umas das outras”, afirma o curador.

Bienal de São Paulo 2025
Frascos, memórias e segredos: um convite para escutar o invisível. Reprodução: Manuela Dias

Módulos temáticos

A Bienal é estruturada a partir da metáfora do estuário, onde correntes diversas se encontram e produzem um espaço de coexistência fértil. Na edição de 2025, seis núcleos temáticos organizam a experiência:

  • Frequências de chegadas e pertencimentos – com um “jardim vivo” da artista Precious Okoyomon, repleto de plantas medicinais e invasoras, fontes de água e topografias que remetem ao parque nas cercanias.
  • Gramáticas de insurgências – obras que resistem à desumanização e provocam o espectador a se ver no outro (exclusão, identidades, etc).
  • Sobre ritmos espaciais e narrações – tema que dialoga com memórias históricas, colonização e transformação, ilustrado pela “nova Arca de Noé” de Moffat Takadiwa, feita com resíduos plásticos e metálicos.
  • Fluxos de cuidado e cosmologias plurais – que questiona as narrativas dominantes e propõe formas de conhecimento não coloniais.
  • Cadências de transformação – obras em mutação contínua durante a mostra.
  • A intratável beleza do mundo – onde a beleza funciona como ato de resistência diante da crise estética contemporânea.

Além disso, o design da expografia, desenvolvido por Gisele de Paula e Tiago Guimarães, propõe uma experiência sensorial e pausada, com cartelas discretas que minimizam a mediação textual, privilegiando o contato íntimo com as obras.

Arte como ferramenta de transformação

Mais do que uma grande exposição de arte, a 36ª Bienal se apresenta como uma plataforma de escuta e transformação coletiva. A Fundação Bienal ampliou os programas de acessibilidade, agendamentos educativos e ações com escolas públicas, buscando envolver especialmente crianças, adolescentes e comunidades periféricas.

“A Bienal não quer ensinar. Quer escutar. E, ao escutar, provocar outras formas de estar no mundo”, resume Ndikung.

O espaço da escuta, da experiência e do não-saber

Uma das decisões mais notáveis da curadoria da 36ª Bienal de São Paulo é a ausência de textos explicativos junto a grande parte das obras. Em vez das tradicionais cartelas, que costumam apresentar o título, o ano, o material e uma breve descrição, o público encontra os trabalhos sem intermediações, sem instruções, sem orientações sobre como "compreender".

Bienal de São Paulo 2025
Raízes que se alongam em fios de memória e futuro.
Reprodução: Manuela Dias

A escolha é intencional e revela um dos princípios da proposta curatorial deste ano: criar um espaço de escuta e sensibilidade, onde o visitante é estimulado a construir seu próprio encontro com a arte. Para os curadores, a experiência estética não deve ser conduzida pela lógica da decodificação imediata, mas sim por um tempo mais lento, aberto à contemplação e à dúvida.

“É um gesto de confiança no público”, afirmou Ndikung em coletiva de imprensa, “acreditamos que as pessoas são capazes de se relacionar com a arte sem a necessidade de explicações que já digam o que elas devem pensar ou sentir”. Segundo ele, a intenção é criar um ambiente em que o olhar, a escuta e o corpo possam operar como ferramentas legítimas de entendimento.

A decisão causou surpresa em parte do público, especialmente entre os visitantes acostumados com exposições mais didáticas. Para alguns, a ausência de informações gera estranhamento. Para outros, é uma libertação. “No começo me senti um pouco perdida, mas depois percebi que era uma chance de me conectar de outra forma. Eu me permiti não entender tudo, e isso foi bom”, comentou a estudante de jornalismo Mariana Lopes, de 24 anos, após visitar a mostra.

Programação e endereço

A entrada é totalmente gratuita para a 36ª Bienal de São Paulo, que acontece de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão da Bienal, dentro do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A mostra está aberta ao público de terça a domingo, com horários estendidos aos fins de semana e uma vasta programação educativa e acessível.

Terça a sexta-feira: das 10h às 19h (entrada permitida até 18h30)

Sábados, domingos e feriados: das 10h às 20h (entrada até 19h30)

Fechada às segundas-feiras, exceto quando forem feriados.

Bienal de São Paulo 2025
Olhares que não se cruzam, mas se reconhecem.
Reprodução: Manuela Dias

 

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