Da Colômbia para o Edifício Pina Luz, Beatriz González ganha uma homenagem em celebração aos seus mais de 60 anos de carreira. Na Pinacoteca de São Paulo, a exposição Beatriz González: a imagem em trânsito reúne mais de 100 trabalhos da artista, produzidos desde a década de 1960.

Reconhecida como uma das maiores personalidades da arte latino-americana, a colombiana se destacou ao transformar peças de mobiliário em pinturas. Com a política e cultura de seu país como inspiração, Beatriz combina crítica social e poesia em suas telas, como em Yolanda nos Altares, onde representa agricultores que lutavam pela devolução de suas terras, roubadas por um grupo paramilitar.
A artista tem sua primeira mostra individual no Brasil espalhada por sete salas da Pinacoteca. A última vez que suas obras foram expostas no Brasil foi em 1971, na 11ª Bienal de São Paulo.
Logo no início da mostra, o público se depara com um espaço dedicado à reprodução e circulação artística na mídia. Um dos trabalhos mais icônicos da artista, Decoración de interiores, marca presença na sala. Uma cortina estampada com o retrato do então presidente da época (1978-1982), Julio César Turbay, questiona o peso da hierarquia presidencial.

Do conflito armado colombiano até suas vivências em comunidades indígenas, González extrai registros da imprensa para suas pinceladas. Entre as obras expostas, Los Suicidas del Sisga toma forma a partir de um caso real sobre um duplo suicídio cometido por um casal, refletindo sobre os códigos que vinculam a imagem à crônica policial e sua reprodução nos meios de comunicação de massa. Mais tarde, Beatriz passa a focar na iconografia política colombiana, como a tomada do Palácio da Justiça.
No catálogo, também estão releituras de clássicos contemporâneos. Entre elas, González dá uma nova cara a Mulheres no jardim, de Claude Monet, em Sea culto, siembre árboles regale más libros.
A série Pictogramas particulares encerra a exposição. Nela, a colombiana lança luz sobre a migração forçada, desastres ambientais e a violência nos territórios rurais. A partir de placas de trânsito, a artista representa hipóteses de crise social.
Em cartaz até 1º de fevereiro de 2026, a mostra conta com curadoria de Pollyana Quintella e Natalia Gutiérrez.
Serviço:
- Local: edifício Pina Luz
- Data: de 30 de agosto até 1 de fevereiro de 2026
- Endereço: Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
- Valor: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada). Gratuito aos sábados
- Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h
O Lollapalooza Brasil anunciou na última quinta-feira (28) o line-up oficial da edição 2026 e evidenciou que será uma das programações mais ousadas da história do festival. Entre os headliners confirmados estão Sabrina Carpenter, Lorde, Deftones e Skrillex, que prometem agitar o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre os dias 20 e 22 de março.
O anúncio reforça o peso do Lolla como vitrine global e marca estreias muito aguardadas no Brasil e na América do Sul — como Chappell Roan, Tyler, The Creator e Doechii. A lista de atrações ainda traz nomes de destaque como Interpol, Djo, Marina e Addison Rae, além de uma forte presença nacional com artistas que vão do rap ao rock alternativo.
Assim como em anos anteriores, o Lollapalooza Brasil mantém o formato de três dias, com múltiplos palcos. Os ingressos da categoria Lolla Pass, que garantem acesso a todo o festival, já estão à venda no site da Ticketmaster Brasil. Com o patrocínio do Banco Bradesco, há 15% de desconto e a possibilidade de parcelamento em até dez vezes sem juros para portadores do cartão, válido para todas as modalidades: inteira, meia-entrada e entrada social.
O público pode escolher entre três categorias de acesso: Pista, Comfort e Lounge. Quanto mais exclusiva a opção, maiores os benefícios: o Comfort oferece áreas reservadas, enquanto o Lounge inclui open bar e food, espaço premium e transporte exclusivo.
Confira os valores:
Lolla Pass (3 dias – ingresso básico)
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Bilheteria física: R$ 2.112 (inteira) | R$ 1.161,60 (social) | R$ 1.056 (meia)
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Online (Ticketmaster, com taxa de 20%): R$ 2.534,40 (inteira) | R$ 1.413,92 (social) | R$ 1.267,20 (meia)
Lolla Comfort Pass (3 dias – área exclusiva com estrutura extra)
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Bilheteria física: R$ 4.330 (inteira) | R$ 2.401,50 (social) | R$ 2.165 (meia)
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Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.196 (inteira) | R$ 2.877,80 (social) | R$ 2.598 (meia)
Lolla Lounge Pass (3 dias – VIP, open bar/food e área premium)
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Bilheteria física: R$ 4.832 (inteira) | R$ 3.901,60 (social) | R$ 3.776 (meia)
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Online (Ticketmaster, c/ taxa 20%): R$ 5.254,40 (inteira) | R$ 4.133,92 (social) | R$ 3.987,20 (meia)
Onde comprar:
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Online pelo site da Ticketmaster Brasil
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Bilheteria física: Shopping Ibirapuera (SP).
Lolla Day (válido para apenas 1 dia): ainda não disponível, mas será liberado quando o festival divulgar a divisão das atrações por dia.
Line-up completo do Lollapalooza Brasil 2026
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Sabrina Carpenter
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Tyler, The Creator
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Chappell Roan
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Deftones
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Lorde
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Skrillex
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Doechii
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Turnstile
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Lewis Capaldi
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Cypress Hill
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Peggy Gou
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Kygo
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Interpol
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Addison Rae
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Katseye
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Brutalismus 3000
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Ben Böhmer
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Lola Young
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Edson Gomes
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Marina
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Djo
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FBC
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TV Girl
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Mu540
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Riize
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Men I Trust
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¥ousuke ¥uk1matsu
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Royel Otis
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Bunt.
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D4vd
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2hollis
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The Dare
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Viagra Boys
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DJ Diesel
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Horsegiirl
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N.I.N.A
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Foto em Grupo
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Balu Brigada
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The Warning
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Róz
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Hamdi
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Negra Li
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Atkô
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Idlibra
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Mundo Livre S/A
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Agnes Nunes
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Zopelar
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Aline Rocha
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Febre90s
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Scalene
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Oruã
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Orquidea
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Varanda
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Alírio
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Papisa
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Terraplana
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Cidade Dormitório
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Nina Maia
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Marcelin O Brabo
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Stefanie
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Worst
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Crizin da Z.O.
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Jadsa
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Papangu
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Blackat
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Bruna Strait
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Analu
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Artur Menezes
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Jonabug
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Entropia
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Hurricanes
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Camila Jun
O festival Lollapalooza, que acontece nos dias 20, 21 e 22 de março do ano que vem, anunciou que o line-up da edição contará com o girl group global Katseye, responsável por um dos maiores hits virais nas redes sociais neste ano, “Gnarly". A banda com 6 integrantes debutou em 2023 após um programa estilo survival.
Na metade de 2024, Katseye lançou seu primeiro EP “Soft is Strong” (SIS), com os singles “Debut” e “Touch” e mais 3 músicas. Já em 2025, após lançar “Gnarly” - primeira música da banda a entrar no Top Billboard - elas lançaram o segundo EP "Beautiful Chaos” com a faixa “Gabriela”, escrita por Charli XCX e que chegou a ser ofertada à Anitta.
No dia 3 de agosto, as meninas se apresentaram no Lollapalooza Chicago e se tornaram a apresentação diurna com maior público da história do evento. Lá, elas cantaram 9 músicas de seus 2 EP’s. Durante “Gabriela”, as meninas se destacaram ao dançar flamenco no palco, a dança virou trend no TikTok.

Campanha Better in Denim
O grupo global de música pop Katseye lançou uma propaganda para a marca de roupas americana GAP, no dia 19 de agosto. O comercial “Better in Denim” (“melhor em jeans”, em tradução para o português) gerou repercussão nas redes por parecer resposta a uma concorrente.
Algumas semanas antes, a American Eagle, outra fabricante de jeans, publicou um comercial com a atriz Sydney Sweeney (“Euphoria", “The White Lotus", “Todos Menos Você”), afirmando que ela tem “bons genes” - uma aliteração com a palavra “jeans”. O teor da mensagem publicitária foi apontado como eugenista em redes sociais e sites de mídias especializadas.
Em contraponto, o comercial com o Katseye foi apontado como uma “celebração à diversidade” por consumidores e especialistas em marketing. Nas redes sociais, mulheres de etnias diversas apontaram a importância de campanhas que protagonizam países do leste asiático, em especial sobre Lara Raj, vocalista da banda que é de origem tâmi, povo nativo das regiões da Índia e do Sri Lanka.

Conheça o grupo
Com os vocais americanos e a performance do K-pop, o grupo feminino estreou no fim de 2023 com o single “Debut”, que alcançou mais de dois milhões de visualizações em três dias. A banda explora os moldes do gênero k-pop na indústria musical ocidental, com foco nos Estados Unidos.
A estreia foi muito esperada por fãs, já que as artistas surgiram a partir do reality show “Dream Academy”, no subgênero de sobrevivência, que televisionou a seleção de meninas para a banda. As integrantes escolhidas foram Sophia, Megan, Manon, Lara, Daniela e Yoonchae.

Dream Academy

A formação do Katseye foi feita nos moldes de programas de survivals de kpop. Grupos como Stray Kids e Iz*One, de outras empresas também se originaram desta maneira.
A união entre a gravadora Geffen Records - responsável por artistas como Elton John, John Lenno, Kali Uchis e Olivia Rodrigo - e o conglomerado sul-coreano HYBE Entertainment, que criou Le Sserafim e BTS, resultou no programa “Dream Academy”, gravado pela Netflix e lançado com o nome “Pop Star Academy”.
Depois de uma seleção com mais de 120 mil meninas, em sua maioria menores de idade, em 2021, 20 participantes de todo o mundo foram selecionadas para competir entre si e formar um grupo com apenas 6 integrantes. Depois de um ano de treinamento em suas cidades de origem, no início de 2022 elas se mudaram para Los Angeles e passaram cerca de mais um ano treinando e sendo avaliadas em canto, dança, performance, atitude e “fator estrela”, qualidade descrita como “encantamento” do público.
Em 17 de novembro de 2023, as 6 foram escolhidas para formar o grupo com o nome Katseye, que também foi selecionado por elas.

Conheça as integrantes
Sophia
Sophia Lafortenza (22), de origem filipina, é a líder do grupo. A integrante ficou conhecida no reality por seu esforço, habilidade de canto e o apoio imenso do público. Seus pais são artistas consolidados nas Filipinas, sua mãe, Carla Guevara Laforteza , é cantora e seu pai, Godfrey Laforteza III, é dançarino.
Megan
Megan Skiendiel (19), nasceu no Hawaii, EUA. Com descendência chinesa, é a “all rounder” do grupo, boa em todas as áreas. Em Dream Academy se destacou por sua dança e personalidade. A artista participou como atriz em propagandas e séries da Nickelodeon.
Lara
Lara Raj (19) é a principal vocalista da banda. Desde o reality show, se destacou como cantora e integrou o ranking em primeiro lugar em canto durante o reality. Nascida nos Estados Unidos e de ascendência indiana, Lara é muito ligada à sua cultura tâmil - presente no sudeste da índia e Sri Lanka.
Daniela
Daniela Andrea (21) nascida em Atlanta, EUA, com ascendência cubana e venezuelana e é a principal dançarina do grupo. Aos 7 anos, ela participou do America 's Got Talent com uma apresentação de dança de salão e aos 11 do So You think you can dance.
Manon
Manon Bannerman (23), nascida em Zurique, na Suíça, é a “visual” do grupo. Ela já tinha muitos seguidores nas redes antes do reality por conta de sua aparência. Durante o Dream Academy, gerou muito debate sobre sua posição no grupo por conta da falta de comprometimento com os ensaios, mas seu fator estrela foi o que chamou a atenção na decisão final.
Yoonchae
Yoonchae Jeung (17) é a “maknae”, termo utilizado no k-pop para a mais jovem da banda. Apesar da idade ela não fica para trás em questão de canto ou dança. Nascida em Seul, na Coreia do Sul, participou de treinamentos para grupos de k-pop.
O grupo se apresenta em março no autódromo de Interlagos.
O primeiro bar da cozinheira-empresária Manuelle Ferraz, também dona do restaurante “A Baianeira”, localizado no MASP, foi aberto em abril de 2024. O “Boteco de Manu” está situado onde as ruas se cruzam na Barra Funda, mais precisamente na Rua Lavradio, 235, em meio à intensa Avenida Pacaembu. A forte identidade do bar já é percebida em seu nome. O “de” Manu faz jus ao modo de falar no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, bem perto da Bahia, local onde a chef nasceu.












A mais prestigiosa mostra de arte contemporânea da América Latina, a Bienal de Arte, abriu as portas no último sábado (6) no icônico Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, reunindo obras de cerca de 120 artistas de aproximadamente 50 países. A expectativa é atrair até 800 mil visitantes durante os quatro meses de exibição, estendido até janeiro de 2026 para favorecer o acesso, especialmente de crianças e jovens, e chegar à meta de 100 mil participantes em seus programas educativos.
A edição de 2025 leva como título um verso do poema de Conceição Evaristo, Da calma e do silêncio: “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”. Essa frase alimenta o conceito central da Bienal, que propõe repensar a humanidade como um verbo ativo, uma prática viva, fluida e transformadora.
A curadoria é liderada pelo Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador e diretor do Haus der Kulturen der Welt, em Berlim. Camaronês radicado na Alemanha, Ndikung é uma das vozes mais respeitadas da crítica cultural internacional e define a Bienal como uma tentativa de construir um "novo humanismo", descentralizado e plural.
“O humanismo eurocêntrico que moldou o mundo moderno está esgotado. Precisamos falar de humanidades no plural, de múltiplas maneiras de existir e cuidar umas das outras”, afirma o curador.

Módulos temáticos
A Bienal é estruturada a partir da metáfora do estuário, onde correntes diversas se encontram e produzem um espaço de coexistência fértil. Na edição de 2025, seis núcleos temáticos organizam a experiência:
- Frequências de chegadas e pertencimentos – com um “jardim vivo” da artista Precious Okoyomon, repleto de plantas medicinais e invasoras, fontes de água e topografias que remetem ao parque nas cercanias.
- Gramáticas de insurgências – obras que resistem à desumanização e provocam o espectador a se ver no outro (exclusão, identidades, etc).
- Sobre ritmos espaciais e narrações – tema que dialoga com memórias históricas, colonização e transformação, ilustrado pela “nova Arca de Noé” de Moffat Takadiwa, feita com resíduos plásticos e metálicos.
- Fluxos de cuidado e cosmologias plurais – que questiona as narrativas dominantes e propõe formas de conhecimento não coloniais.
- Cadências de transformação – obras em mutação contínua durante a mostra.
- A intratável beleza do mundo – onde a beleza funciona como ato de resistência diante da crise estética contemporânea.
Além disso, o design da expografia, desenvolvido por Gisele de Paula e Tiago Guimarães, propõe uma experiência sensorial e pausada, com cartelas discretas que minimizam a mediação textual, privilegiando o contato íntimo com as obras.
Arte como ferramenta de transformação
Mais do que uma grande exposição de arte, a 36ª Bienal se apresenta como uma plataforma de escuta e transformação coletiva. A Fundação Bienal ampliou os programas de acessibilidade, agendamentos educativos e ações com escolas públicas, buscando envolver especialmente crianças, adolescentes e comunidades periféricas.
“A Bienal não quer ensinar. Quer escutar. E, ao escutar, provocar outras formas de estar no mundo”, resume Ndikung.
O espaço da escuta, da experiência e do não-saber
Uma das decisões mais notáveis da curadoria da 36ª Bienal de São Paulo é a ausência de textos explicativos junto a grande parte das obras. Em vez das tradicionais cartelas, que costumam apresentar o título, o ano, o material e uma breve descrição, o público encontra os trabalhos sem intermediações, sem instruções, sem orientações sobre como "compreender".

Reprodução: Manuela Dias
A escolha é intencional e revela um dos princípios da proposta curatorial deste ano: criar um espaço de escuta e sensibilidade, onde o visitante é estimulado a construir seu próprio encontro com a arte. Para os curadores, a experiência estética não deve ser conduzida pela lógica da decodificação imediata, mas sim por um tempo mais lento, aberto à contemplação e à dúvida.
“É um gesto de confiança no público”, afirmou Ndikung em coletiva de imprensa, “acreditamos que as pessoas são capazes de se relacionar com a arte sem a necessidade de explicações que já digam o que elas devem pensar ou sentir”. Segundo ele, a intenção é criar um ambiente em que o olhar, a escuta e o corpo possam operar como ferramentas legítimas de entendimento.
A decisão causou surpresa em parte do público, especialmente entre os visitantes acostumados com exposições mais didáticas. Para alguns, a ausência de informações gera estranhamento. Para outros, é uma libertação. “No começo me senti um pouco perdida, mas depois percebi que era uma chance de me conectar de outra forma. Eu me permiti não entender tudo, e isso foi bom”, comentou a estudante de jornalismo Mariana Lopes, de 24 anos, após visitar a mostra.
Programação e endereço
A entrada é totalmente gratuita para a 36ª Bienal de São Paulo, que acontece de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão da Bienal, dentro do Parque Ibirapuera, em São Paulo. A mostra está aberta ao público de terça a domingo, com horários estendidos aos fins de semana e uma vasta programação educativa e acessível.
Terça a sexta-feira: das 10h às 19h (entrada permitida até 18h30)
Sábados, domingos e feriados: das 10h às 20h (entrada até 19h30)
Fechada às segundas-feiras, exceto quando forem feriados.

Reprodução: Manuela Dias