Com um resgate das próprias raízes, a artista prova que é impossível se esconder, mesmo coberta de referências musicais no novo álbum
por
Pedro da Silva Menezes
|
14/03/2025 - 12h

Depois de muito apelo dos Little Monsters (fandom da cantora) e de Michael Polansky, seu noivo, Lady Gaga lançou na sexta-feira (7) seu sétimo álbum de estúdio, “Mayhem”. Com um nome que significa “caos”, o disco é uma mistura de gêneros com a originalidade da ‘Mother Monster’.

O primeiro single, “Disease”, criou no público uma impressão de como seria a era. Com versos como “Eu posso sentir o cheiro da sua doença, posso te curar” e uma sonoridade pop pesada que lembra trabalhos anteriores, como “The Fame Monster”, a esperança era de que o som a ser seguido fosse o do dark pop, estilo que a cantora domina, caracterizado por elementos densos na produção e na composição. 

A segunda música de trabalho, “Abracadabra”, e as fotos de divulgação reforçaram a expectativa de que uma Gaga que não ouvíamos desde 2012 estaria de volta.

Apesar de as duas músicas serem pops completos, com refrãos marcantes, pontes poderosas e videoclipes completamente esquisitos, no melhor estilo Gaga, elas são apenas uma das muitas experimentações que o público encontrará no álbum.

Processo de edição manual com cacos de vidro e sobreposição de fotos no ensaio fotográfico do álbum.
Processo de edição manual com cacos de vidro e sobreposição de fotos no ensaio fotográfico do álbum. Fonte: Reprodução/MTLA Studio.

A faixa “Garden of Eden” evoca uma atmosfera dos anos 2000, com sintetizadores semelhantes aos de “Do Somethin’”, de Britney Spears. A repetição silábica no refrão se tornou uma marca da cantora, e ela usa esse recurso com maestria desde “Poker Face”, repetindo a estratégia aqui e em “Abracadabra”. 

Trechos como “Abracadabra, amor, ooh-na-na / Abracadabra, morta, ooh-ga-ga / Abracadabra, abra, ooh-na-na” e “I'll t-t-take you to the Garden of Eden” mostram como a combinação entre letra e interpretação resulta em uma teatralidade musical característica da nova-iorquina.

Ao contar sobre as inspirações para as canções, Lady disse à revista Elle: “Alternativo dos anos 90, electro-grunge, melodias de Prince e Bowie, guitarra e atitude, linhas de baixo funky, dance eletrônico francês e sintetizadores analógicos”. Isso pode ser ouvido com clareza em “Killah”, que conta com um sample de “Fame”, de David Bowie. A parceria com Gesaffelstein é extremamente divertida e brinca com os instrumentos e a voz da cantora.

Tudo isso foi levado à máxima potência na apresentação que fez no sábado (8) no programa SNL. Entre gritos, trocas de looks e coreografia no chão, a música ganhou vida.

O rock também aparece em “Perfect Celebrity”, na qual fala sobre um tema recorrente em sua carreira: a fama. Contudo, diferente de “Killah”, nessa faixa tudo é mais sombrio. Em “Engasgue com a fama e torça para ficar chapado / Sente na primeira fila, veja a princesa morrer”, ela menciona a não lançada “Princess Die”, uma música muito querida pelos fãs da era “Born This Way”. A Mother Monster confirmou a referência em entrevista para a Billboard.

A primeira música escrita para o álbum foi “Vanish Into You”, candidata ao próximo single. A faixa aparece com destaque nos materiais de divulgação e aborda o amor de uma perspectiva menos esperançosa  que “Die with a Smile”. Nessa e em várias outras canções, o vocal da artista surpreende pela potência e versatilidade. No podcast Las Culturistas, ela revelou que chegava a gravar mais de 50 takes cantando de diferentes formas até encontrar a versão perfeita.

Foto do encarte do álbum com Lady Gaga deitada no chão.
Foto do encarte do álbum. Fonte: Divulgação/Frank Lebon

“Zombieboy” já viralizou no TikTok com uma dança. A música, que havia sido apresentada no clipe de “Disease”, cativa pelo som oitentista, mas com o toque inconfundível da cantora. Afinal, quem mais poderia falar sobre flerte usando uma metáfora com zumbis?

“LoveDrug” e “Don’t Call Tonight” são mais tímidas em relação às outras faixas do disco, sem traços marcantes. Elas lembram o estilo explorado em “Summerboy” e “Disco Heaven”, do “The Fame”, seu primeiro álbum. 

Gaga revelou, na coletiva de imprensa realizada com fãs e o Spotify, que revisitou muitas demos antigas durante o desenvolvimento do projeto. Talvez por isso o álbum soe como um resgate às suas raízes nova-iorquinas, explorando sons do alternativo do começo do século — uma cena da qual a artista fazia parte. “How Bad Do You Want Me” segue a mesma linha, mas com um pouco menos de identidade, chegando até a ser comparada com músicas de Taylor Swift nas redes sociais.

No filme “Gaga Chromatica Ball”, sobre sua última turnê, a compositora divulgou uma prévia de “Shadow of a Man”. O que parecia ser um pop convencional revelou-se, na verdade, uma viagem ao universo de Michael Jackson. Em uma homenagem, ela se entrega à performance ao cantar frases como: “(Eu não quero desaparecer na escuridão esta noite) mostre-me a luz / (Eu não quero ser aquela que se sacrifica) para ganhar vida / (Estou chegando lá, estou chegando lá) me veja, eu juro que vou / Dançar na sombra de um homem” no estilo do Rei do Pop. 

Tudo isso, envolto em uma mensagem sobre mulheres na indústria que estão à sombra de uma figura masculina tomando seu lugar de respeito, torna a música apoteótica.

A lenta “The Beast”, na reta final do álbum, serve como um respiro antes da balada que vem a seguir: “Blade of Grass”. A faixa é uma carta de amor da artista ao noivo, Michael Polansky, e faz referência ao anel de compromisso do casal. 

Ao ser perguntada sobre como gostaria de ser pedida em casamento, Lady Gaga disse a Polansky que ele poderia simplesmente pegar um pedaço de grama e enrolá-lo em torno de seu dedo — e assim ele fez. No entanto, além desse gesto simbólico, a estrela também recebeu um anel de diamante avaliado em mais de 6 milhões de reais.

O noivo participou ativamente da construção do álbum e tem sido citado por Gaga em várias decisões. Ele está creditado em sete das letras do disco e, em “Blade of Grass”, ajudou a escrever o verso: “Eu vou te dar algo/ É, não é um anel de diamante/ O ar que eu respiro”. Além de ser um dos maiores incentivadores da popstar nesse lançamento, Michael vem ganhando popularidade entre os fãs, que o agradecem por apoiar a cantora. 

O encerramento acontece com “Die With a Smile”, definida pela V Magazine como um “clássico instantâneo”. O hit se tornou um dos maiores sucessos da década. Inicialmente, parecia não se encaixar muito nesta fase, por ser bastante diferente dos outros singles. No entanto, dentro da tracklist, é provado o contrário, sendo um desfecho digno para um trabalho coeso da diva. 

Artista também é terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy
por
Beatriz Alencar
|
14/03/2025 - 12h

A cantora Doechii foi nomeada a Mulher do Ano de 2025 pela Billboard, com o anúncio feito nesta segunda-feira (10). Com o título, a artista norte-americana tornou-se a segunda rapper a ganhar a honraria no mundo da música, a primeira foi a Cardi B, premiada em 2020.

A revista da Billboard descreveu Doechii como uma das principais artistas da atualidade a “redefinir o que é ser uma precursora na indústria musical”. Ela será homenageada em um evento da Billboard no final deste mês.

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

Foto: Divulgação álbum “Alligator Nites Never Heal” | Reprodução: Redes sociais | Fotógrafo: John Jay

A rapper, de apenas 26 anos, fortaleceu mais a carreira musical em 2024, com o lançamento do álbum “Alligator Bites Never Heal”, uma aposta de mistura entre os gêneros R & B e hip-hop. O mixtape foi indicado para três categorias do Grammy, entre eles o Melhor Álbum de Rap, marcando a primeira vez desse estilo de faixa feito por uma mulher a alcançar essa indicação.

Apesar disso, após a indicação de Melhor Álbum de Rap, Doechii foi convidada para fazer parte da faixa “Baloon” do álbum “Chromakopia”, do rapper Tyler, The Creator. A participação aumentou a visibilidade da artista que começou a fazer apresentações virais em festivais e em programas de rádio e televisão.

As composições de Doechii já viralizavam nas redes sociais desde 2020, com músicas como “What It Is” e "Yucky Blucky Fruitcake", mas as músicas não eram associadas com a imagem da artista. Foi somente após o espaço na mídia tradicional e o convite de Tyler que a rapper foi reconhecida.

Em fevereiro deste ano, Doechii se tornou a terceira mulher a vencer a categoria de Melhor Álbum de Rap no Grammy ao sair vitoriosa na edição de 2025, novamente, seguindo a história de Cardi B.

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

Foto: sessão de fotos para a revista The Cut - edição de fevereiro | Fotógrafo: Richie Shazam

A apresentação da artista norte-americana na premiação, ocorrida no dia 2 de fevereiro, também foi classificada pela Billboard, como a melhor da noite. A versatilidade, modernidade e o fato de ser uma mulher preta na indústria da música, aparecem tanto nas faixas de Doechii quanto nas roupas e shows, fixando essas características como um dos pontos principais da identidade da artista.

A rapper tem planos de lançar o próximo álbum ainda em 2025, e definiu os últimos meses como um "florescer de um trabalho longo", em declaração a jornalistas na saída do Grammy.

Filme independente da Letônia desbanca megaproduções estadunidenses na maior noite do cinema
por
Anna Cândida Xavier
Isabelle Rodrigues
|
10/03/2025 - 12h

 

No domingo, dia 2, na 97° edição do Oscar, “Flow” recebeu o prêmio de “Melhor Animação” de 2025. Pela primeira vez um filme produzido na Letônia leva a estatueta para casa, após superar grandes produções como “Robô Selvagem” da DreamWorks e “Divertidamente 2” da Disney. 

O longa-metragem independente acompanha um gato preto que perde seu lar em uma inundação e encontra refúgio junto a outros animais em um barco abandonado. Para sobreviver, o felino solitário precisa aprender a nadar, a caçar e a colaborar com outras espécies. Gints Zilbalodis, o diretor da animação, em seu discurso no Oscar destaca que “Estamos todos no mesmo barco, temos de ultrapassar as nossas diferenças e encontrar formas de trabalhar juntos”.

Representação do grupo principal do filme “Flow, a deriva” . FOTO: Janus Films/Reprodução
Representação do grupo principal do filme “Flow, a deriva” . FOTO: Janus Films/Reprodução

 

A animação não tem diálogos e os seres humanos não interferem na narrativa para além de construções destruídas pela água. O filme chamou atenção do grande público, principalmente por seus cenários inundados, paisagens sendo retomadas pela natureza, e a atenção aos detalhes da movimentação e dos animais. A ênfase na cooperação, na resiliência da natureza e na diversidade, em construir uma nova vida após um desastre, também marcam o filme.

Desde a vitória no Globo de Ouro em janeiro, a Letônia comemora, murais foram pintados e estátuas foram erguidas em homenagem ao gatinho preto, personagem principal do filme. O prêmio foi exposto no Museu Nacional de Arte da Letônia e atraiu mais de 15 mil visitantes. “Flow” se tornou o filme mais assistido da história do país, com mais de 300 mil espectadores e seu sucesso instigou o governo a investir mais no cinema nacional. 

Gato de 'Flow' ganha estátua no letreiro da cidade de Riga, capital da Letônia. Foto: Reprodução/@GZilbalodis
Gato de 'Flow' ganha estátua no letreiro da cidade de Riga, capital da Letônia. Foto: Reprodução/@GZilbalodis

 

O governo da Letônia financiou parte do filme, que custou US$3,8 milhões. Em comparação, os concorrentes na categoria tiveram orçamentos de US$78 milhões como “Robô Selvagem” e de US$200 milhões para “Divertidamente 2”. Zilbalodis, acumulou funções durante dos cinco anos de produção: foi diretor, co-roteirista, co-produtor, designer de produção e está creditado na trilha sonora.

Gato preto, apelidado de Flow, no filme FOTO: Janus Films/Reprodução
Gato preto, apelidado de Flow, no filme FOTO: Janus Films/Reprodução

 

Após a vitória, Gints Zilbalodis declarou em entrevista à CNN, “acredito que ‘Flow’ abriu portas para pessoas ao redor do mundo pensarem em fazer animação com software livres”. A fala do diretor faz referência à plataforma Blender, na qual o filme foi desenvolvido, um programa de código aberto que permite que desenvolvedores possam contribuir e aprimorar a ferramenta.

É possível ver a vitória do filme como um novo ponto de partida para futuras produções ao Oscar, tendo em vista o recente apreço da academia por novos nomes na indústria. Já que a alguns anos o monopólio criado no mundo das animações estagnou a liberdade criativa do mercado, repleto de sequências e filmes considerados “mais do mesmo” pelo grande público. 

Cena do filme “Flow”, vencedor no Oscar de 2025 FOTO: Janus Films/Reprodução
Cena do filme “Flow”, vencedor no Oscar de 2025 FOTO: Janus Films/Reprodução

O prêmio de “Melhor Animação” é relativamente recente no Oscar; somente em 2002 a categoria foi incluída oficialmente. Antes da inclusão a academia apenas homenageou algumas produções ao longo dos anos, como “Branca de Neve e os Setes Anões” em 1938, “Uma Cilada Para Roger Rabit” em 1989 e “Toy Story” em 1996. Durante esse período o Oscar valorizou primordialmente produções americanas de grandes estúdios como a Disney, Pixar e DreamWorks. 

Entre 2008 e 2023, apenas três filmes vencedores da categoria não faziam parte dos estúdios Disney, sendo eles “Rango” em 2012, “Homem aranha no aranha verso” em 2019 e “Pinóquio por Guillermo del Toro” em 2023. Além disso, o estúdio possui um histórico ainda maior, com 26 premiações e tendo sido indicado 59 vezes em diversas categorias, sendo até hoje o maior detentor de vitórias no Oscar.

As produções independentes, contudo, continuam a trabalhar na periferia da indústria cinematográfica. Após a vitória, o diretor do filme indicou que o estúdio responsável pelo gatinho preto já está trabalhando em novos projetos.  Em breve o público pode acabar se deparando com uma nova estatueta para a proeminente equipe da Letônia, no meio tempo, o filme “Flow - À deriva” está em cartaz até 28 de março nos cinemas brasileiros.

 

Tags:
Diretor vence em sua primeira participação do Oscar e leva 5 estatuetas
por
Maria Eduarda Cepeda
Clara Dell’Armelina
|
07/03/2025 - 12h

 

Neste domingo (02), durante o Oscar 2025, em Los Angeles, Sean Baker levou a estatueta de “Melhor Direção” por seu novo longa-metragem “Anora”. O grande vencedor da noite leva mais outras 4 estatuetas, incluindo de melhor atriz, melhor roteiro original, melhor montagem e melhor filme. 

Sean S. Baker, cineasta estadunidense e formado pela Universidade de Nova Iorque (NYU), tem seu nome marcado pelo cinema independente contemporâneo dos Estados Unidos em filmes como Tangerine (2015) e Projeto Flórida (2017).

Na foto temos Anora sentada no colo do seu interesse amoroso no filme.
A atriz Mikey Madison, que interpreta a protagonista Anora, levou a estatueta de “Melhor Atriz” pela sua atuação no longa-metragem. Foto: Divulgação/Universal Pictures Brasil

O filme premiado por melhor direção nesta 97° edição do Oscar conta a história da stripper Ani, (Mikey Madison) que se envolve com Ivan (Mark Eydelshteyn), um filho da aristocracia russa. Depois de casados, Anora passa a aproveitar uma vida repleta de riquezas e luxúria. Mas, a oportunidade da fuga de sua vida na margem da sociedade escorre por seus dedos a partir da desaprovação por parte dos pais de seu marido.

Em 2021, o cineasta produziu o filme “Red Rocket”, estrelado pelo ator e ex-modelo Simon Rex, conhecido pelos seus trabalhos na franquia “Todo Mundo em Pânico” e estrela do videoclipe “Tik Tok” da cantora Kesha. Na época, o filme recebeu prestígio e acumulou prêmios de festivais, e era uma das apostas para o Oscar de 2022, principalmente pela atuação de Simon, mas o filme não obteve nenhuma indicação.

O longa aborda, em grande parte, o cotidiano de personagens que levam suas vidas de maneira árdua, à margem da sociedade, retrato também abordado em “Anora”. 

Mikey e Strawberry estão se encarando frente a frente na loja em que a garota trabalha.
“Red Rocket” teve sua estreia no Festival de Cannes em julho de 2021. Foto: Divulgação/A24

 

Após receber o prêmio, Baker enfatizou a importância dos cinemas, a experiência de frequentá-los é uma resistência à existência desses espaços.  “Assistir a um filme no cinema com uma plateia é uma experiência [..] É uma experiência comunitária que você simplesmente não tem em casa. E agora, a experiência de ir ao cinema está ameaçada. Os cinemas, especialmente os independentes, estão lutando, e cabe a nós apoiá-los [..] Este é o meu grito de guerra. Cineastas, continuem fazendo filmes para a tela grande. Eu sei que eu vou”. No fim, dedicou sua vitória a sua mãe que o levava ao cinema desde pequeno.

Cibele Amaral, diretora de “Por Que Você Chora” (2021), caracteriza “Anora” como um “filme perigoso” e criticou a premiação do longa, argumentando que o filme dirigido por Sean Baker reforça estereótipos femininos e representa um retrocesso para as conquistas das mulheres na indústria cinematográfica. “As personagens femininas se resumem a estereótipos: as ingênuas prostitutas em busca do príncipe encantado, a ‘recalcada’ que disputa o macho da protagonista e a velha bruxa que tenta impedir sua felicidade”, diz a cineasta em duas redes sociais.

No texto para a editora Boi Tempo, Alysson Oliveira e Patrícia de Aquino criticam o estigma criado dentro da realidade da prostituição, “cujo objetivo único na vida seria deixar o trabalho e ser salva, de preferência por um homem branco e rico.”. No mesmo texto, apontam que, se por um lado, Sean Baker mostra-se como um diretor interessado na temática da prostituição, tabu para muitos, por outro, suas obras trazem à tona é uma inesperada visão de mundo conservadora e estereotipada.

“O filme é, além disso, todo marcado pela representação caricata de estrangeiros — especialmente do leste europeu, como Ivan, sua família e seus capangas.”, complementam Alysson e Patricia. 

 

 

Tags:
No discurso, a atriz afirmou ser uma “aliada das profissionais do sexo”, abrindo debates nas redes sociais
por
Ana Julia Bertolaccini
Giovanna Brito
|
07/03/2025 - 12h

A atriz estadunidense de 25 anos, Mikey Madison, venceu o Oscar de melhor atriz por sua personagem no filme “Anora”. A premiação aconteceu no domingo (2) e a decisão gerou polêmicas e discussões nas redes, reforçando o histórico do evento, que mais uma vez contrariou as expectativas do público. 

No discurso, a atriz, que interpreta uma trabalhadora do sexo no filme, abriu um debate sobre respeito a essas mulheres. “Sempre vou tentar dar espaço para essa comunidade, advogar para que elas possam viver as vidas que merecem e contar suas próprias histórias", afirmou a estadunidense.

Mikey concorria à categoria de melhor atriz ao lado de Cynthia Erivo por seu papel em “Wicked”, Karla Sófia por “Emília Perez”, Demi Moore por “A Substância” e  Fernanda Torres por “Ainda Estou Aqui”. 

Fernanda Torres e Demi Moore foram às plataformas digitais elogiar a jovem pela conquista. Cynthia Erivo e Karla Sófia não se pronunciaram.

Fernanda era a favorita para o público brasileiro, que sonhava com a conquista inédita na maior premiação do cinema. Apesar disso, era esperado que Demi Moore levasse a estatueta. A atriz já havia vencido como Melhor Atriz no SAG (Sindicato dos Atores) e Melhor Atriz em Filme de Comédia no Globo de Ouro. 

A derrota de Demi, que tem 62 anos, para uma atriz de 25, aumentou o debate sobre etarismo nas redes sociais, que já acontecia por conta de “A Substância”. No filme, Demi interpreta Elisabeth, uma atriz que, aos 50 anos, é apresentadora de um programa de ginástica, mas recebe a notícia de que será trocada por uma garota mais jovem.

Na foto, a atriz Mikey Madison aparece abraçada com o ator Mark Eydelshteyn em uma das cenas do filme "Anora".
Mikey Madison em Anora ao lado de Mark Eydelshteyn, que interpreta Ivan, personagem pelo qual ela se apaixona. Imagem: Divulgação/Universal Pictures.

O papel de Mikey Madison em “Anora” 

Em “Anora” Mikey interpreta Ani, uma jovem stripper de Nova Iorque que em uma de suas noites de trabalho conhece Ivan, o herdeiro de um oligarca russo, interpretado por Mark Eidelshtein. Ani acredita ter encontrado o amor da sua vida, se casando impulsivamente com o rapaz. Contudo, a notícia do casório chega na Rússia e os pais de Ivan ficam sabendo, o que coloca o relacionamento em risco.

O filme é uma montanha russa de sentimentos, e Mikey consegue retratar isso em sua atuação. Entre momentos cômicos, românticos, tristes e de tensão, o telespectador entende, não somente por palavras, o que os personagens estão passando. Além dela, o ator russo, Yura Borisov, também foi elogiado pelo desempenho ao interpretar um capanga que busca auxiliar na solução do caso de Ani e Ivan.

Apesar das críticas do público, “Anora” se destacou positivamente entre as diversas premiações cinematográficas. Só no Oscar o filme ganhou cinco vezes: Melhor Atriz, Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem. Além disso, também tiveram prêmios no BAFTA, no Festival de Cinema de Cannes - incluindo a famosa Palma de Ouro e no Critics’ Choice Awards.

Cena do Oscar. Na esquerda, Emma Stone acaba de anunciar a vencedora da categoria de melhor atriz, na direita várias câmeras capturam as atrizes que participavam da categoria: Cynthia, Karla, Mikey, Demi e Fernanda.
Momento em que Mikey Madison leva prêmio de ‘Melhor Atriz’. Imagem: Reprodução/TV Globo.

 

Tags:
Categoria na qual ‘Ainda Estou Aqui’ concorre conta com dramas, musical e animação
por
Jessica Castro
Vítor Nhoatto
|
28/02/2025 - 12h

A categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar se tornou uma das mais prestigiadas da premiação. Na 97ª edição, a disputa reúne fortes concorrentes, como o brasileiro Ainda Estou Aqui, o francês Emilia Pérez e a animação Flow, representando a Letônia. A premiação que ocorre neste domingo, 2 de março, será transmitida ao vivo às 19h30 na Max e TNT, com início no tapete vermelho. A cerimônia inicia às 21h, também exibida no sinal aberto de televisão da Rede Globo após o Fantástico.

Anteriormente conhecida como Melhor Filme Estrangeiro, a categoria foi criada em 1956 para reconhecer produções cinematográficas de países não falantes de inglês. Antes disso, os filmes de diferentes países não tinham um espaço específico para serem reconhecidos e, muitas vezes, suas contribuições ao cinema eram ignoradas em favor de filmes anglo-americanos. A criação dessa seleção também foi uma forma de expandir os horizontes do público estadunidense, que, até então, estava limitado principalmente a filmes hollywoodianos.

Nos últimos anos, a categoria de Melhor Filme Internacional passou a ser mais disputada, com filmes de países como Coreia do Sul, México, Espanha e outros ganhando destaque. Em 2020, por exemplo, Parasita, de Bong Joon-ho, não só venceu como se tornou um marco histórico ao se tornar o primeiro filme em língua estrangeira a ganhar o prêmio de Melhor Filme, quebrando barreiras e demonstrando que o cinema internacional possui uma relevância cada vez maior.

Confira quais são os indicados a Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Oscar:

Ainda estou aqui

Ainda Estou Aqui
Obra concorre ainda nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz com Fernanda Torres - Foto: Divulgação/Alile Dara Onawale

Dirigido por Walter Salles, Ainda Estou Aqui conquistou três indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz e Melhor Filme. Aclamado pela força de sua narrativa e pela sensibilidade com que aborda a ditadura militar brasileira nos anos 70, o longa ganhou visibilidade mundial e se tornou um dos grandes destaques da premiação.

A trama acompanha Eunice Paiva, uma mulher em busca da verdade sobre o desaparecimento de seu marido durante o regime militar, o ex-deputado Rubens Paiva. Ao tocar em feridas ainda abertas da história do país, o filme reflete sobre memória, justiça e o processo de cura coletiva das vítimas desta época sombria. 

A repercussão do longa vai além da história que retrata. Com um elenco magistral, o destaque fica para Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama e agora indicada ao Oscar. Sua presença na premiação reacende a lembrança da icônica disputa de sua mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, quando concorreu pelo papel em “Central do Brasil” e perdeu para Gwyneth Paltrow, de “Shakespeare Apaixonado”. 

A garota da agulha

A Garota da Agulha
Drama de “A Garota da Agulha” se passa em 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial - Foto: Divulgação/Mubi

Ambientado em Copenhague, capital da Dinamarca,  a obra de Magnus Von Horn conta a história de Karoline (Victoria Carmen Sonne), uma jovem trabalhadora. Demitida por estar grávida e com o marido desaparecido em combate, a protagonista desamparada conhece Dagmar (Trígono Dyrholm), diretora de uma agência de adoção clandestina.

Baseado em histórias reais, é além de um drama, mas um relato e denúncia intensos do período. A fotografia se destaca, permanecendo no preto e branco do início ao fim, reforçando a atmosfera brutal proposta por Magnun. Além disso, descobertas e reviravoltas marcam o enredo do filme.

Outro destaque é a atuação de Victoria, indicada inclusive como Melhor Atriz no ‘European Film Awards’. O longa conta apenas com esta indicação no Oscar, a mesma que recebeu no Globo de Ouro mas não ganhou.

Emilia Pérez

Emilia Pérez
Musical é o destaque deste ano no Oscar, repetindo o cenário visto em outras premiações - Foto: Paris Filmes/Reprodução

O polêmico Emilia Pérez, representante francês no Oscar, é um dos grandes destaques da premiação. O mais indicado pela Academia este ano, concorrendo em 13 no total. O filme já conquistou prêmios em eventos de prestígio como o BAFTA, Critics Choice Award e Globo de Ouro, mas existe a dúvida se irá bem no Oscar. O longa se passa no México e conta a história de Rita, uma advogada frustrada que recebe uma proposta inusitada: ajudar um chefe do crime, que se identifica como uma mulher trans, a realizar sua transição e mudar de vida. 

O elenco, por sua vez, não conta com nenhum mexicano. A espanhola Karla Sofía Gascón é a protagonista, e o restante do elenco inclui as americanas Selena Gomez e Zoë Saldaña, além do francês Edgar Ramírez. Misturando, música, mistério e drama psicológico, o filme cativou críticos ao redor do mundo e vem sendo considerado uma das produções mais marcantes do cinema europeu recente. 

No entanto, o longa não escapou de controvérsias. Principalmente no México, Emilia Pérez foi duramente criticado por reforçar estereótipos de gênero, nacionalidade e sexualidade em seu enredo. Por não contar com profissionais mexicanos e também pelas declarações polêmicas de seu diretor, Jacques Audiard. 

Além disso, Karla Sofía Gascón se envolveu em outra polêmica ao sugerir uma suposta rivalidade entre seu filme e a equipe de Fernanda Torres de "Ainda Estou Aqui", Sua declaração gerou forte reação nas redes sociais, resultando até em desentendimentos com a Netflix, produtora do longa.

A semente do fruto sagrado 

A Semente do Fruto Sagrado
Apesar de ser uma produção do Irã, em parceria com a Alemanha e a França, o filme foi inscrito e selecionado pela Alemanha para concorrer ao Oscar 2025. - Foto: Mares Filmes / Reprodução

Com quase três horas de duração, o drama aborda questões familiares, saúde mental, crise social e conflitos armados. Se passando em Teerã, capital do Irã, conta a história do recém promovido a juiz investigativo, Iman (Mahsa Rostami). Em uma atmosfera de repressão e tensão política e social após a morte de uma jovem, o protagonista começa a desconfiar da própria família ao se tornar alvo público.

A obra foi filmada e produzida em segredo pelo escritor e diretor iraniano Mohammad Rasoulof, o que torna ainda mais instigante e realista a narrativa. Isso se deu pela perseguição que Rasoulof sofreu no Irã por alegadamente ir contra o governo do país, considerado pela comunidade internacional como opressor. 

O cineasta está em exílio na Alemanha desde o início de 2024 após ser condenado a oito anos de prisão ao se recusar a cancelar a seleção de seu filme no Festival de Cannes do ano passado e fugir do país, portanto, com membros de sua equipe. Sua nota no Rotten Tomatoes é de mais de 90% segundo avaliações da crítica especializada e o filme ganhou em Cannes o prêmio especial do júri. No Oscar concorre apenas nesta categoria. 

Flow

Flow
O longa metragem foi todo produzido em um software 3D de código aberto chamado Blender - Foto: Janus Films / Reprodução

De classificação etária livre e sendo a única animação indicada na categoria, Flow conta a história de um gato preto após ter sua casa destruída em uma enchente. Assustado e em busca de sobrevivência, o felino encontra abrigo em um barco povoado por outros animais de várias espécies

Destaques do filme são a ausência de falas e humanos ao longo da trama, apenas elementos que indicam a sua existência em algum momento na cronologia. A história se desenrola apenas com trilha sonora e barulho dos animais, todos gravados por animais reais segundo a produção, inclusive no Brasil no caso da capivara.

A obra que ganhou como Melhor Animação no Globo de Ouro, superando inclusive Divertidamente 2 da Disney toca o telespectador pela mensagem sensível e honesta sobre resiliência, adaptação, amizade e compaixão segundo críticos do cinema do Metacritic e Rotten Tomatoes, contando com uma aprovação de 97% no último.

Essa é a primeira vez que o diretor e roteirista da Letônia, Gints Zilbalodis, é indicado ao Oscar, e também que uma animação está presente nessa categoria na premiação. O filme também foi indicado à Melhor Animação.

Tags:
Veja os detalhes de suas carreiras e campanhas para o Oscar
por
Isabelli Albuquerque
Gabriela Blanco
|
28/02/2025 - 12h

No próximo domingo (2), acontece em Los Angeles a tão aguardada cerimônia do Oscar. Entre as principais categorias temos a de Melhor Atriz, que nos últimos meses se tornou uma das mais comentadas devido a presença da brasileira Fernanda Torres, e algumas polêmicas envolvendo outras indicadas. 

O resultado sobre qual das atrizes levará a tão sonhada estatueta para casa ainda é incerto. Enquanto esperamos pelos resultados, a Agemt apresenta as candidatas e faz um resumo de suas carreiras até então.

 

Cynthia Erivo

 

Do teatro ao cinema, Cynthia Erivo é um dos destaques da premiação. Sendo a única mulher negra indicada ao Oscar 2025, a atriz se destaca pela sua potência vocal e sua atuação cativante no filme “Wicked: Parte 1”.

Cynthia iniciou sua carreira no teatro musical. Na peça “A Cor Púrpura” consagrou seu nome na indústria ao colecionar premiações importantes. Conseguir um Oscar colocaria a atriz na categoria de artista EGOT, sigla que remete a todas premiações da área do entretenimento importantes dos Estados Unidos (Emmy, Grammy, Oscar e Tony). Atualmente, apenas 19 pessoas conseguiram esse feito.

 

Cynthia Erivo discursando após conquistar o Tony. FOTO: Theo Wargo/Getty Images

 

Desta vez, sua indicação está relacionada a adaptação cinematográfica do musical da Broadway. Em “Wicked”, Cynthia interpreta a protagonista, Elphaba, uma bruxa desprezada pela sua cor de pele verde que cria uma amizade improvável com a colega de quarto, Glinda (Ariana Grande). O filme quebrou recordes de bilheteria, tornando-se o musical adaptado mais assistido da história.

Diferente de outros filmes desse gênero, as protagonistas cantaram no set sem o uso de playback, tal qual uma peça de teatro. Realizar as notas enquanto estava suspensa no ar por cabos, demonstrou sua impressionante performance e precisão na voz.

Além de melhor atriz, o filme concorre em outras 9 categorias, entre elas, melhor filme, melhor atriz coadjuvante e trilha sonora original.

 

Karla Sofía Gascón 

 

Talvez a mais polêmica das candidatas, Karla Sofía Gascón é uma atriz trans espanhola indicada pelo filme musical francês ‘Emília Pérez”. O longa, que recebeu o maior número de indicações da temporada - 13 no total, empatando com obras aclamadas como “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” e “Chicago” -, gerou diversas controvérsias desde sua estreia no Festival de Cannes em 2024. 

O musical se passa no México e conta a história de Emília Perez, personagem interpretada por Gascón, uma ex-chefe de tráfico que contrata a advogada Rita (Zoe Saldaña) para cuidar de sua transição de gênero. 

Mesmo tendo conquistado o coração dos críticos, o filme não agradou grande parte do público que julga a obra como preconceituosa, estereotipada e até um desserviço às comunidades LGBTQIA+ e latina.

Além das polêmicas envolvendo o próprio filme, a presença online de Gascón também gerou burburinho, afetando significativamente sua campanha ao Oscar. 

A atriz começou sua carreira na Espanha fazendo telenovelas e filmes até se mudar para o México, onde foi crescendo cada vez mais na indústria. Completou sua transição de gênero em 2018, mesmo ano em que publicou sua autobiografia “Karsia”.

“Emília Perez” foi sua porta de entrada à indústria americana de cinema, garantindo o Prêmio do Festival de Cinema de Cannes de Melhor Atriz, ao lado de suas colegas de cena Zoe Saldaña e Selena Gomez. Gascón também garantiu indicações em premiações importantes por sua performance no longa, como o Globo de Ouro e o SAG Awards.

Infelizmente, a campanha da atriz sofreu um enorme impacto após postagens em suas redes sociais serem resgatadas por internautas. Gascón, que fez história ao se tornar a primeira atriz transsexual indicada ao Oscar, publicou uma série de postagens preconceituosas em seu perfil no X ao longo dos anos. Comentários ofensivos sobre o caso de George Floyd e anti-islã são apenas alguns exemplos.

 

Tradução: “Cada vez mais os #Oscar se parecem com uma premiação independente de filmes, não sabia se estava vendo um festival Afro-Coreano, uma manifestação do Black Lives Matter ou o 8M. Além daquela gala feia feia. Eles se esqueceram de dar um prêmio ao curta do meu primo que é sem graça.”. FOTO: Reprodução/X/@karsiagascon

 

 

Tradução: “Ela é uma rata rica que interpreta a pobre coitada sempre que pode e nunca deixará de pertubar seu ex-namorado e sua esposa.”. FOTO: Reprodução/X/@karsiagascon

 

Suas postagens no X viralizaram na rede social, o que fez com que a atriz deletasse sua conta e cedesse uma entrevista à CNN na qual se desculpou por suas palavras. Suas desculpas não bastaram e Gascón se absteve de outras premiações, mas, segundo fontes, pretende atender ao Oscar no domingo.

 

Mikey Madison

 

Dentre as concorrentes, Mickey Madison se destaca pela carreira jovem. Com apenas 25 anos, a atriz concorre com grandes nomes do cinema e pode ser a mais nova a ganhar a premiação.

Apesar de seu papel nos filmes “Pânico 5” e “Era Uma Vez… Hollywood”, foi só depois de dar a vida à Ani - sua personagem no longa “Anora” -, que Mikey conquistou títulos. O enredo conta o romance vivido entre a protagonista e Ivan (Yura Borisov), uma garota de programa e um milionário russo respectivamente.

A dedicação da atriz para o papel foi fundamental para sua realização. Além de aulas de russo, Mikey realizou aulas de pole dance e conheceu pessoas que viveram situações parecidas.

 

Poster do filme “Anora”. Reproducao: vistatheaterhollywood

 

A aposta na premiação da atriz tem ganhado ainda mais destaque após sua vitória no “Bafta”, que costuma ser, conforme os críticos, um termômetro para os resultados do Oscar. 

Além de melhor atriz, o filme concorre em outras 6 categorias, entre elas, melhor ator coadjuvante, melhor direção e melhor filme.

 

Demi Moore 

 

Demi Moore iniciou sua carreira de atriz em 1981, com apenas 19 anos, em um drama esportivo chamado “Choices”. A carreira de Moore começou a decolar nos anos 90, após estrelar o filme “Ghost: Do Outro Lado da Vida”, que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro.

Mesmo tendo estrelado outros filmes de sucesso como “Proposta Indecente” e “Questão de Honra”, os fracassos em seu portfólio foram mais impactantes para a mídia. Moore chegou a ganhar o Framboesa de Ouro de Pior Atriz pelo longa “Striptease”, o que ajudou a enterrar sua carreira.

Apenas em 2024, aos 62 anos, a atriz se reergueu. Dando vida a Elizabeth Sparkle, protagonista de “A Substância”, Moore recebeu uma chuva de elogios de críticos e do público por sua performance. A aclamação da atriz abriu um debate sobre sua trajetória, principalmente sobre como foi descartada pela indústria e a mídia após envelhecer, já que o longa aborda temas semelhantes.

 

Cena de “A Substância”. FOTO: Divulgação: Mubi

 

Graças à sua performance em ‘A Substância”, Moore foi indicada aos principais prêmios de cinema de Hollywood, levando para casa um Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz/Comédia ou Musical e um SAG de Melhor Atriz.

Após sua vitória no SAG Awards, a atriz se tornou a favorita para ganhar o Oscar de melhor atriz, diminuindo as chances da brasileira Fernanda Torres.

 

Fernanda Torres 

 

Fernanda Torres marca história no cinema brasileiro após ser indicada ao Oscar de “Melhor Atriz”. Com seu talento e carisma, Fernanda tem conquistado os corações dos críticos e do público estrangeiros.

A atriz ficou conhecida, principalmente, por sua atuação na comédia. Além das novelas, a série “Tapas e Beijos” foi um ponto marcante em sua carreira, consagrando Torres como um dos maiores nomes do cenário cômico brasileiro.

Sua trajetória nas premiações começou no Festival de Veneza em setembro de 2024, onde foi ovacionada por 10 minutos após a exibição do filme “Ainda Estou Aqui”. A adaptação da autobiografia de Marcelo Rubens Paiva conta os desafios enfrentados por Eunice Paiva, mãe do escritor, após o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, no período ditatorial. 

Apesar do conteúdo sensível, Fernanda conseguiu transmitir o sentimento da protagonista de maneira sutil, gerando elogios da crítica especializada.

A aposta para a vitória da brasileira veio após a conquista de “melhor atriz” no Globo de Ouro, prêmio inédito para o Brasil. Na premiação, Fernanda relembrou a indicação da mãe, Fernanda Montenegro, para o mesmo prêmio no ano de 1999. Revivendo o sentimento de “justiça” para o público brasileiro.

Uma das mais renomadas revistas de entretenimento americanas, a “Variety”, aponta Torres como uma das candidatas com mais chances de sair vitoriosa. Mesmo não tendo sido indicada a outras importantes premiações, a atuação da brasileira vem ganhando cada vez mais apoio.

“Ainda Estou Aqui” começou a ser exibido internacionalmente em janeiro deste ano, levando milhares de pessoas às salas de cinema para prestigiar a performance da atriz. O filme arrecadou cerca de 1 milhão de dólares na bilheteria, um marco para o cinema estrangeiro.

Toda essa comoção ao redor do longa é esperança para os brasileiros, que esperam levar ao menos uma estatueta para casa - sendo ela de Melhor Atriz ou não, já que ‘Ainda Estou Aqui’ também concorre nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro

 

Cena de “Ainda Estou Aqui”. FOTO: Divulgação: Sony Pictures

 

Essa temporada de premiações foi uma das mais incertas em relação à possível vencedora do tão desejado Oscar. De Mikey Madison à veterana Demi Moore e Fernanda Torres, a favorita para a categoria mudava a cada nova previsão. 

Atualmente, as chances são maiores para Moore, que conquistou dois dos prêmios mais relevantes do cinema. Mas, depois de “Ainda Estou Aqui” chegar aos cinemas internacionais pouco antes da votação do Oscar fechar, a queridinha dos brasileiros pode ter aumentado suas chances de finalmente vingar a mãe.

O resultado dessa “batalha” será finalmente revelado no próximo domingo, dia 2 de março. A cerimônia do Oscar começará às 21h e será transmitida em TV aberta pela Rede Globo.

 

 

 

 

 

 

Tags:
O espetáculo biográfico revela a trajetória do ícone da música brasileira, Djavan
por
Beatriz Lima
|
28/02/2025 - 12h

O espetáculo “Djavan - Vidas pra contar” trilha os passos do artista e mostra sua história para o público de forma única. Com a direção artística de João Fonseca, a obra busca expressões para além da música, prometendo um show visual completo, com cenários e coreografias que esbanjam a originalidade de Djavan.

Djavan.
Djavan.
Foto: Reprodução/Instagram

O musical conta com aproximadamente 2 horas de duração e traça a história de Djavan desde sua infância em Maceió (AL) até sua ascensão como grande nome no MPB. Com a direção musical de Fernando Nunes e João Viana - filho do próprio Djavan - o musical esbanja e revela a profundidade de suas letras e sua conexão emocional com a música, além da versatilidade de estilos musicais que o artista apresenta. 

O nome “Djavan - Vidas Pra Contar” veio em forma de homenagem à uma música do artista que intitula um álbum lançado em 2015. Com texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, o musical deve seguir sua produção com cerca de 30 músicas do acervo autoral de Djavan. 

O álbum “Vidas Pra Contar” está disponível nas plataformas de streaming de música 

Djavan.
Djavan.
Foto: Reprodução/Instagram

Idealizado por Gustavo Nunes, produtor de “Cassia Eller - O musical”, a obra é uma criação original da Turbilhão de Ideias, produtora de espetáculos artísticos reconhecida por indicações e prêmios conquistados.

O musical tem sua estreia prevista para dia 09 de agosto de 2025 no Teatro Frei Caneca, no Shopping Frei Caneca no centro de São Paulo, com ingressos a partir de R$ 20,00.

Saiba mais sobre a compra de ingressos no site da uhuu.com

 

Tags:
Depois de 20 anos, empresas anunciam novo crossover entre os maiores heróis da cultura pop
por
Luis Henrique Oliveira
|
27/02/2025 - 12h

 

Durante a ComicsPRO, evento que aconteceu na última sexta (21) em Glendale, Califórnia, os editores-chefes da DC Comics e da Marvel, Marie Javins e C.B. Cebulski, respectivamente, anunciaram que estão trabalhando em uma nova parceria entre as editoras, com previsão de lançamento ainda esse ano.

Super-heróis da Marvel (lado esquerdo) batalhando contra os heróis da DC (lado direito) durante a história em quadrinho "LJA/Vingadores"
Heróis da Marvel e da DC em “LJA/Vingadores” por George Pérez Imagem:Reprodução/Universo HQ

Ambas editoras vêm trabalhando em relançamentos de parcerias antigas nos últimos anos, motivo pelo qual impulsionou o surgimento de novos enredos em conjunto. Em 2022, relançaram “LJA/Vingadores” para homenagear o quadrinista George Pérez e, em 2024, lançaram em edição única “DC versus Marvel”, estória publicada originalmente em 1996.

"Nós realmente gostamos de trabalhar juntos. Este foi um projeto ótimo de se fazer, mas acho que há outra baleia-branca que pegamos." diz Marie durante o evento, falando sobre a colaboração que está por vir. "Outro crossover, um crossover moderno, vocês estão a fim?" perguntou C.B. e, após aclamação do público presente, brincou “acho que não temos escolha a não ser fazer isso.”

Segundo a dupla, serão publicadas duas edições de volume único: “Marvel/DC”, sob o selo da Marvel, e “DC/Marvel”, pela DC Comics, sem revelação da trama ou dos personagens que farão parte da narrativa. 

Marie Javins e C.B. Cebulski durante a ComicsPRO
Marie e C.B. falando sobre o trabalho em conjunto das empresas Foto:Reprodução/Bleeding Cool

As editoras possuem um longo histórico de colaborações com passar dos anos, acumulando títulos como “Superman versus Homem-Aranha", “Batman/Demolidor” e “Os Fabulosos X-Men e os Novos Titãs”. A última parceria oficial foi em 2004, com o quadrinho “Liga da Justiça/Vingadores”, crossover que durou 4 edições divididas entre as empresas e trouxe uma aventura épica para os maiores heróis do planeta.

Tags:
Lady Gaga volta ao país em maio deste ano após show cancelado em 2017
por
Maria Eduarda Cepeda
Kaleo Ferreira
|
27/02/2025 - 12h

Nesta sexta-feira (21), Lady Gaga e a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciaram a data do show gratuito da artista na capital carioca. A artista retorna ao Brasil após 8 anos desde sua última vinda, para o Rock In Rio 2017, show que não aconteceu. O evento está previsto para o dia 3 de maio, na Praia de Copacabana e será o início do projeto “Todo mundo no Rio”. 

Em 2017, a artista não pôde se apresentar no festival devido à fibromialgia, uma condição crônica que causa dores muito fortes pelo corpo. Por recomendação médica ela não pode embarcar no voo que a traria para o evento, ela foi substituída pelo grupo Maroon 5. 

Printscreen do tweet feito pela cantora, anunciando o cancelamento do seu show em 2017.
Nota postada pela cantora na rede social anunciando o cancelamento de seu show. Foto: Reprodução/Twitter

Agora com a nova data, a cantora demonstrou estar otimista para o seu retorno. “É uma grande honra ser convidada para cantar para o Rio [..] Eu estava morrendo de vontade de ir me apresentar para vocês há anos e fiquei de coração partido quando tive que cancelar anos atrás porque estava hospitalizada", disse a cantora no post no Instagram, divulgando o show nas redes sociais. 

A cantora está prestes a lançar seu sétimo álbum, Mayhem, no dia 7 de março. Este álbum promete explorar uma variedade de gêneros e estilos, refletindo a jornada artística e a sua identidade. Ela descreve o álbum como uma homenagem ao seu “amor pela música”, reunindo uma ampla gama de influências junto de um pop dark.

Lady Gaga e dançarinos no clipe "Abracadabra", a cantora está no meio e os dançarinos em volta, todos usando roupas brancas.
Cena do clipe ‘’Abracadabra”. Foto: Reprodução/Youtube

O primeiro single do álbum, "Disease", foi lançado em outubro, seguido por "Die With A Smile", uma colaboração com o cantor Bruno Mars, que atingiu a primeira posição da Billboard Global e ficou em primeiro lugar nas paradas por oito semanas consecutivas em 2024 e tornou-se também a segunda música com maior tempo naquele topo, além de ter ganhado outros reconhecimentos e ter ganhado a categoria de Melhor Performance Pop de Duo ou Grupo no Grammy de 2025. O terceiro single, "Abracadabra", foi lançado agora em fevereiro, durante a cerimônia do Grammy Awards e essa música marca o retorno de Gaga às suas raízes pop.

O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, adotou uma estratégia focada na realização de grandes eventos culturais para impulsionar a economia da cidade e consolidá-la como um destino global. Com isso atraindo turistas, gerando empregos e movimentando a economia.

A praia de Copacabana está cheia durante o show da cantora Madonna
O show da cantora Madonna reuniu mais de 1,6 milhões de pessoas na Praia de Copacabana em 2024. Foto: Fernando Maia/Riotur

A iniciativa de Paes também inclui o projeto "Todo Mundo no Rio", que transforma a Praia de Copacabana em palco para mega shows gratuitos de artistas internacionais. Ele foi lançado em 2024 e no mesmo ano, o evento contou com a apresentação da rainha do pop, Madonna. Agora, está se preparando para receber Lady Gaga.

A realização desse evento tem proporcionado benefícios econômicos substanciais. O show de Madonna em 2024 custou cerca de R$ 60 milhões, esse valor foi financiado pelo governo do estado, pela prefeitura do Rio, e por patrocinadores privados, que gerou um impacto de aproximadamente de R$ 300 milhões na economia local. Além disso, a cidade espera um aumento de 20% no número de eventos em 2025, com a confirmação do show de Lady Gaga em Copacabana.

 

Tags: