O documentarista Silvio Tendler, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (05), no Rio de Janeiro (RJ). Ele estava internado no Hospital Copa Star, no bairro de Copacabana, e sua morte, causada por uma infecção generalizada, foi confirmada pelo Instagram da Caliban, produtora fundada pelo cineasta.
Silvio ficou conhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos” por se dedicar a contar histórias de João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella, Glauber Rocha, entre outras personalidades históricas e políticas.
Em seus mais de 50 anos de carreira, produziu e dirigiu mais de 70 filmes e 12 séries televisivas. Entre eles, "Os Anos JK – Uma Trajetória Política" (1981), "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1981), "Jango" (1984), “Marighella, retrato falado do guerrilheiro” (2001), “Glauber, labirinto do Brasil” (2003) e “Tancredo: A travessia” (2010).

“A minha paixão por cinema vem daquela geração que tinha 14 anos em 1964. Era uma geração que teve a cabeça feita por Glauber, Godard, Truffaut, Joaquim Pedro, Leon. E eu me apaixonei por cinema”, diz Tendler no quinto episódio da série “Cineasta do Real”, criada por Amir Labaki e produzida pelo Canal Brasil.
O velório está marcado para o domingo, dia 7, às 11h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, na capital fluminense. Silvio Tendler deixa a esposa, Fabiana Fersasi, a filha, a produtora Ana Tendler e um neto.
Quem foi Silvio?
Nascido no Rio de Janeiro em 12 de março de 1950, Tendler começou seu trabalho como cineasta já na década de 1960, e em 1968 se tornou presidente da Federação de Cineclubes do Rio, segundo o portal da produtora Caliban. No mesmo ano, após conhecer o Marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata (1910), gravou seu primeiro documentário sobre o levante. O filme acabou queimado pela ditadura militar e nunca foi exibido.

Tendler chegou a se exilar no Chile e na França no período da ditadura militar brasileira, e passou a fazer filmes sobre o cenário político do país sulamericano, como “La Cultura Popular Vá!” (1973), sobre o governo de Salvador Allende, e “La Spirale” (1975), produzido na França sobre os eventos até o golpe de Estado chileno. No final da década de 1970, voltou ao Brasil e integrou a equipe docente do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, onde lecionou por mais 40 anos.
Em 1981, sua carreira ficou marcada pelo alcance de 1,8 milhão de espectadores que assistiram ao longa-metragem “O mundo mágico dos Trapalhões”, que explora a rotina do grupo de comédia mais famoso do Brasil, e até hoje tem o recorde de documentário com maior público nos cinemas.
De família judia com raízes ucranianas e bessarabianas, ele viveu grande parte de sua vida na Tijuca e em Copacabana. Silvio lidava com problemas de mobilidade em consequência de uma grave doença desde 2012.
No instagram de sua produtora, há uma das citações de Silvio que é “para colecionadores”: “Luto pelos Direitos Humanos, pelos Direitos da Natureza, e faço da Arte instrumento de luta contra a fome e pela Justiça Social"
Entre os dias 9 e 12 de outubro, no Distrito Anhembi em São Paulo, acontece a 16° edição da Brasil Game Show (BGS), maior feira de games da América Latina e segunda maior do mundo. Para este ano, grandes nomes já estão confirmados como Naoki Hamaguchi - diretor da série “Final Fantasy VII remake” - e Yoko Shimomura - conhecida como "a mais famosa compositora de videogames do mundo". No entanto, o principal convidado e mais aguardado pelo público é Hideo Kojima.
Nascido no Japão, o designer de jogos é conhecido principalmente pela produção de “Metal Gear” e seu jogo autoral “Death Stranding”. No The Game Awards 2023, Kojima e Jordan Peele anunciaram um novo jogo, intitulado “OD”. O jogo é estrelado por Sophia Lillis, Hunter Schafer e Udo Kier.
No perfil oficial da BGS, o designer disse estar ansioso para vir ao Brasil e compartilhar sua paixão com os fãs:
A BGS 2025 contará com uma vasta lista de expositores, incluindo grandes nomes da indústria dos games e da tecnologia. Empresas como Nintendo, Devolver, Sega, Ubisoft, Gartic, Paramount, Hoyoverse e Intel estarão presentes. O evento também reúne novidades no cenário da tecnologia, bem como divulga novos jogos, produtos e campanhas no universo dos games.
A feira também abrirá espaço para desenvolvedores independentes, oferecendo uma plataforma para que pequenas empresas e startups mostrem seus jogos e produtos ao público. Além disso, a BGS contará com palestras, campeonatos de e-sports e competição de cosplays.

Os ingressos ainda estão à venda, já no 7° lote, a partir de R$ 144. Qualquer visitante da feira pode entrar no evento pagando meia-entrada mediante a doação de 1kg de alimento não perecível.
Brasil Game Show
Quando: de 9 a 12 de outubro
Onde: Distrito Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo
Ingressos: de R$ 144 a R$ 2,4 mil, disponíveis pelo site
No final de agosto, aproveitando o embalo da Gamescom, evento anual de jogos que desta vez aconteceu na Alemanha, a desenvolvedora Team Cherry finalmente divulgou a data de lançamento do seu mais recente título. Hollow Knight: Silksong.
Para quem era fã da franquia desde o primeiro jogo, lançado em 2017, foi difícil esperar tanto tempo para ter notícias da sua sequência, anunciada pela primeira vez em 2019. Em entrevista para a Agemt, Amelie Strasburg, funcionária em um restaurante e fã da franquia, brincou: “Eu aproveitava apenas o engajamento e as piadas feitas pela comunidade, adorava a Hornet com cabelo e narizinho de palhaço”. A piada era piada comum entre os fãs do jogo que ansiavam por notícias.
Apesar de ser uma decisão consciente dos desenvolvedores, o silêncio de seis anos foi perigoso, já que a espera diminuiu o ânimo que muitos fãs sentiram ao ver o primeiro trailer. Foi o caso de Gabriel Merino, estudante e também fã do primeiro jogo. Ele contou que estava ansioso para o lançamento, mas foi “desanimando” conforme o tempo passava: “Nunca deixei de querer o jogo, mas senti que fomos deixados no escuro.”

A história de Hollow Knight
Hollow Knight é um jogo no estilo “Metroidvania”, caracterizado por seções de plataforma e pela exploração de um mapa grande e interconectado, com salas que só podem ser acessadas até que o jogador consiga algumas melhorias. Com personagens que são insetos, o jogo te coloca para explorar um reino devastado por uma doença misteriosa.
Você joga com “o cavaleiro”, uma pequena criatura mascarada que não tem memórias de sua criação. E ao chegar de surpresa no reino de Hallownest, descobre lentamente os mistérios e o que fez aquelas terras sucumbirem à infecção.

A jogabilidade e história, somados aos gráficos inteiramente desenhados à mão, contribuíram para o sucesso do jogo, que se tornou um dos mais amados pelo público. Para Gabriel, por exemplo, os principais fatores para o sucesso foram a volta da categoria metroidvania para o mercado; a coragem dos desenvolvedores de fazer algo diferente; e a história e a estética do jogo em si. Além disso, comandos precisos e confrontos dinâmicos e divertidos foram detalhes decisivos.
Amelie já teve uma experiência diferente, ela conta que se apaixonou duas vezes pelo jogo: “uma foi quando decidi dar uma chance pela insistência do meu irmão, mas desisti por raiva e falta de paciência. E a outra foi um ano depois, quando decidi dar mais uma chance e acabei pegando ambos os finais.”
Uma das personagens apresentadas na narrativa, a Hornet - que apesar da palavra significar "Vespa" em inglês, não representa nenhum inseto específico - será a protagonista do novo título - idealizado inicialmente como conteúdo adicional para o jogo de 2017.

O primeiro trailer do novo jogo, em 2019, foi o suficiente para surpreender a comunidade e deixar os fãs animados para jogar com uma personagem tão amada, além de poder explorar um novo reino e conhecer as exclusivas mecânicas da Hornet.
Em todos os eventos de jogos era possível encontrar internautas ansiosos por mais notícias, que só chegaram realmente a partir de junho deste ano. Em agosto, os rumores esquentaram. A Team Cherry confirmou na conferência de abertura da Gamescom que o jogo sairia ainda em 2025 e estreou o trailer do jogo no canal oficial do Youtube da empresa. A movimentação foi suficiente para devolver os internautas ao jogo, revivendo os anseios e as expectativas em relação à sequência, que havia desaparecido.
Mas em meio a tanta alegria, surgem também algumas preocupações. O preço de Silksong, se seguir a tendência de mercado, deve ser elevado. Sobre isso, Amelie dispara: “sinto que agora vou precisar guardar dinheiro pra comprar”. Já para Gabriel, a felicidade não está garantida: “Me preocupo por causa do estado em que os jogos têm vindo ultimamente, recheados de bugs, mal otimizados e incompletos.”
Motivos para a demora
Diferentemente do que alguns fãs especulavam, o jogo nunca enfrentou estagnação em seu processo de desenvolvimento. Em entrevista exclusiva para o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, Ari Gibson e William Pellen, fundadores da Team Cherry disseram que queriam ter a certeza de que estavam fazendo o melhor.

Os desenvolvedores também comentam sobre como estavam constantemente tendo ideias novas para o jogo e que, se seguissem assim, poderiam levar até mesmo mais de dez anos para finalizá-lo. Um dos fundadores da empresa, Willian Pellen comentou o processo de criação: “Você está sempre pensando em um item novo, uma área nova, um chefe novo. É simplesmente por concluir o jogo que estamos parando.” Gibson até diz que precisou parar de esboçar a partir de um certo ponto, porque todas as suas ideias acabavam sendo adicionadas ao jogo.
Quanto à divulgação de novidades sobre o desenvolvimento, diferente do que foi feito na época do primeiro jogo, quando Gibson e Pellen publicavam constantemente os avanços, desta vez eles sentiram que fazer isso saturaria os fãs. Afinal, tudo o que eles tinham para falar era, nas palavras de Gibson, “Ei! Nós estamos trabalhando no jogo”.
Para William Pellen, os seis anos de espera evidenciam o amor de uma equipe pequena pelo próprio projeto: “Nós estávamos nos divertindo, não era algo lento que queríamos que passasse logo, e sim um espaço prazeroso no qual queríamos perpetuar o projeto com cada vez novas ideias.”
Agora é sanar a curiosidade dos fãs. Amelie disse que suas expectativas estão grandes: “Espero que o jogo esteja perfeito! Nível de ganhar a premiação de jogo do ano! Estou com vontade de só jogar.” E Gabriel também está ansioso: “Espero que tragam mais do que eu aproveitei no primeiro jogo: mapas, chefes, inimigos, além de aprofundar mais a história da Hornet.”
A equipe de Silksong se apegou tanto ao jogo, que confirmou que vem aí também uma série de conteúdos pós-lançamento.
A 2ª Mostra Internacional de Dança de São Paulo está em cartaz até o dia 31 de agosto no Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, na capital. O tema “Dança como pulsão de vida” é o que liga os 16 espetáculos presenciais, oito videodanças e quatro fóruns de debate. As companhias presentes vêm de dez estados brasileiros e de sete países, como Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos, França e Moçambique.
O projeto acontece em parceria com a Associação Pró-Dança e tem apoio do Itaú Unibanco. A estrutura do evento está dividida em três eixos: fomento, formação e fruição. A proposta é aproximar diferentes públicos da dança contemporânea, além de fomentar o encontro entre artistas de diferentes origens e tornar acessíveis produções que, muitas vezes, circulam em espaços restritos.
As apresentações acontecem de quinta a domingo, em horários variados. Além do palco principal, o evento também aposta no formato híbrido: videodanças estarão disponíveis na plataforma Itaú Cultural Play entre os dias 01 e 30 de setembro. Os fóruns de debate vão discutir os processos criativos, os desafios da circulação artística e as fronteiras que a dança enfrenta para alcançar novos públicos no Brasil e no exterior.
Um dos destaques da programação é o grupo “Movidos Dança”, de Natal (RN), que apresenta o espetáculo “Nuvem de Pássaros”. A obra é dirigida e coreografada por Anderson Leão. Inspirada nas revoadas coletivas de aves, a criação reflete sobre sobrevivência e resistência, propondo metáforas entre o voo e o deslocamento humano.

Em entrevista exclusiva à AGEMT, Anderson Leão explicou como nasceu a proposta do trabalho: “O espetáculo surgiu após um convite para trabalhar na Costa Rica, um país que eu não tinha muita familiaridade com a cultura, com os costumes e com a língua. Essa minha migração fez com que eu pudesse ter a ideia de trazer a migração dos pássaros, o movimento, a busca pela sobrevivência.”
Para o artista, estar na mostra representa uma oportunidade de amplificar a voz da dança produzida em outras partes do Brasil, além da possibilidade de compartilhar experiências com outras companhias nacionais e do exterior. “Eu acho que ser selecionado na Mostra Internacional de Dança de São Paulo traz uma importância muito grande para a companhia, para o grupo que vem lá do Rio Grande do Norte, lá da esquina do Brasil, sempre buscando essa existência e resistência dentro da cultura, da dança, num país tão extenso”, disse o coreógrafo.
O artista também afirmou que a mostra atrai os olhares de curadores e novas possibilidades para a companhia expandir seus territórios coreográficos. “Estamos celebrando essa conquista, sabemos que podemos abrir novas portas através dessa apresentação”, finalizou.
A participação do grupo também se conecta ao eixo de circulação artística defendido pela Mostra, que busca quebrar barreiras geográficas e estimular o diálogo entre linguagens e territórios.
Outro ponto de destaque da programação é o “Pitch On-line”, uma rodada de apresentação de projetos de dança a programadores e agentes culturais, em busca de financiamento e novas parcerias. A atividade fortalece a ideia de fomento e contribui para dar visibilidade a artistas independentes.
O acesso do público à Mostra é gratuito, com retirada antecipada de ingressos no site do Itaú Cultural. A instituição também garante recursos de acessibilidade, como tradução em libras e audiodescrição.
Na última quinta-feira (21), o cantor de funk MC Hariel lançou seu novo álbum em todas as plataformas digitais, em parceria com a Warner Music Brasil e a GR6. Intitulado “Eh Noiz Ki Tá”, o significado do projeto vai além de uma gíria, trata-se de uma expressão coletiva de identidade e orgulho, já que celebra o funk e as potências periféricas.

Um dos maiores nomes da música urbana brasileira, MC Hariel acumula mais de 5 bilhões de streams em seus 14 anos de carreira. Com 15 músicas, o lançamento recém saído do forno promete escrever um novo capítulo em sua trajetória artística.
Nele, o cantor propõe um mergulho nas batidas de rua e em letras afiadas. Produzido por Nagalli, DJ Murilo e LT no Beat, Ajaxx e DJ Perera, o álbum é construído sobre quatro pilares — arte, funk, cultura e união.
Reforçando a ideia de coletivo, suas faixas contam com parcerias de peso como Kayblack, Ferrugem, MC Cabelinho, MC Kako, Rael, Major RD, Neguinho da Kaxeta, Vulgo FK, MC Rah, MC Tuto, MC Kadu, MC Cebezinho, MC Paulin da Capital, AJulia Costa e MC JVila.
A mistura de batidas e de artistas não vem só do funk, mas do rap, do trap e até do pagode; o que dá o tom de celebração da cultura urbana e mostra a maturidade e versatilidade de Hariel.
Lançado em 24 de julho, o single homônimo cumpriu o papel de antecipar ao público o teor do projeto. A faixa tem a produção assinada por Nagalli e videoclipe dirigido por Tico Fernandes e Kaique Alves, em parceria com a KondZilla.
A faixa-título foi o cartão de visita de uma fase mais íntima e conectada com a base que consolidou Hariel como um dos grandes nomes do funk consciente. Com instrumental moderno, o som combina batidas animadas e intensas com uma letra que mistura ambição, conquistas e lealdade. Seu clipe, gravado em locações urbanas, tem a assinatura do artista.
Assista:
Confira a tracklist completa do álbum:
1 – Beira do Mar (Mc Hariel)
2 – Noite (Mc Hariel feat. Rael e Mc JVila)
3 – Eh Noiz Ki Ta (Mc Hariel)
4 – Conta Forrada (Mc Hariel feat. Mc Tuto)
5 – XT -2 (Mc Hariel)
6 – 5 Letras (Mc Hariel feat. Mc Kadu e Neguinho da Kaxeta)
7 – O que eu quero pro mundo (Mc Hariel)
8 – Sem Sentir Saudade (Vulgo FK feat. Mc Hariel e Mc Rah)
9 – Cifrão (Mc Hariel feat. AJulia Costa)
10 – Sal Grosso (Mc Cebezinho feat. Mc Hariel e Mc Paulin da Capital)
11 – Sinceridade (Mc Hariel feat. Mc Cabelinho)
12 – Bloco de Notas (Mc Hariel feat. Mc Kako)
13 – Limite do Extremo (Mc Hariel feat. Major RD)
14 – Aston Martin (Mc Hariel feat. Kayblack)
15 – Sede de Vencer (MC Hariel feat. Ferrugem)