O Met Gala 2025, um dos eventos mais aguardados do calendário da moda, trará um tema inovador e significativo: a moda masculina, com ênfase na formação da identidade e estilo dos homens negros ao longo do século passado. Intitulada “Superfine: Tailoring Black Style” e inspirada na obra da professora Monica Miller, a exposição busca aprofundar a relevância estética e política da moda na comunidade afro-americana.
A mostra será co-curada por Miller e Andrew Bolton, curador-chefe do Costume Institute, e ficará em exibição no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, de 10 de maio a 26 de outubro de 2025. O tão aguardado Met Gala, que serve como uma cerimônia de abertura e arrecadação de fundos, ocorrerá no dia 5 de maio, com Pharrell Williams, Colman Domingo, Lewis Hamilton e A$AP Rocky como co-anfitriões. LeBron James também terá um papel especial como co-anfitrião honorário.
Desde a sua primeira exibição dedicada à moda masculina em 2003, com "Men in Skirts", o Costume Institute já mostrava interesse na temática. Agora, com um enfoque mais profundo, a nova exposição contará com cerca de 150 peças adquiridas após o movimento Black Lives Matter, destacando o trabalho de estilistas não-brancos, além de incluir itens históricos dos séculos 18 e 19 e criações contemporâneas de figuras como Pharrell Williams e Virgil Abloh - atual e antigo diretores criativos da Louis Vuitton.
O coração da exposição será a exploração do dandismo negro, que transcende a mera construção de uma identidade. Este conceito, enraizado na história de opressão e resistência, será dividido em 12 seções, cada uma refletindo as características do dandismo negro conforme descrito no ensaio de Zora Neale Hurston, de 1934. Além de vestimentas e acessórios, a mostra incluirá pinturas, fotografias e clipes de filmes que ilustram essa rica narrativa.
A equipe de “Superfine: Tailoring Black Style” conta ainda com o fotógrafo Iké Udé como consultor especial, enquanto Torkwase Dyson assume o design conceitual da exposição. As cabeças dos manequins, elaboradas por Tanda Francis, e as fotografias do catálogo, assinadas por Tyler Mitchell, prometem enriquecer ainda mais a experiência visual.
Com esta nova exposição, o Metropolitan Museum of Art não apenas celebra a moda masculina, mas também reflete sobre questões mais amplas de raça, identidade e a história complexa da diáspora africana. O evento, que tradicionalmente impõe um dress code, oferece liberdade aos convidados, criando um espaço para que cada um interprete o tema à sua maneira.
A marca espanhola comemora 25 anos em terras brasileiras com o lançamento da coleção “Brasil Edition”, um conjunto de roupas desenvolvidas especialmente para o mercado brasileiro, que chegou na quinta-feira (10/10) ao site e na sexta (11/10) às lojas físicas.
A “Brasil Edition” oferece peças femininas, masculinas e infantis que captam a “bossa local” com elementos tradicionais como crochê e renda em vestidos leves, conjuntinhos de top com saia e uma alfaiataria pouco tradicional.
Embora a produção das roupas não seja feita no Brasil, já que segue a cadeia global da Zara, a campanha publicitária celebra nossas paisagens naturais e a cena artística do país, com o Museu de Arte de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro de pano de fundo.
O ensaio fotográfico ficou por conta de Ángel Castellano, Jorge Pérez e Rafael Moura e contou com a participação das modelos Catarina Guedes e Bárbara Valente. Uma outra parte da Brasil Edition tem previsão de lançamento para o dia 24 de outubro, e ambas serão comercializadas em todo o hemisfério sul.
No dia 1º de outubro, a Semana de Moda de Paris encerrou sua temporada Primavera/Verão 2025 com os desfiles de grandes nomes como Chanel, Miu Miu e Louis Vuitton. O evento, que teve início no dia 23 de setembro, é conhecido por antecipar as principais tendências que vão influenciar o mercado nas próximas estações.
Chanel
A Chanel trouxe uma coleção com uma atmosfera que evocava o tema da liberdade, refletido em sua cenografia com grades, gaiolas e pássaros. A inspiração veio de uma famosa citação de Gabrielle Coco Chanel sobre a busca por autonomia: “Sempre quiseram me prender em gaiolas, com promessas e luxos. No entanto, eu só desejava a liberdade da gaiola que eu mesma criasse”, dizia o cartão que acompanhava o desfile.
Uma grande gaiola foi posicionada no centro do Grand Palais, local icônico dos desfiles da marca, que voltou a receber eventos após uma reforma de 30 milhões de euros, financiada pela própria maison. Com sua estrutura de aço e vidro, o edifício em si funcionava como uma metáfora de jaula, algo que talvez a própria Chanel tivesse interesse em criar e habitar.
Com a saída da diretora criativa Virginie Viard em junho, a coleção foi desenvolvida inteiramente pela equipe da marca. Peças clássicas de tweed dominaram a passarela, mantendo as características tradicionais da grife. A coleção adotou uma abordagem mais comercial, destacando o domínio da marca na criação de produtos de alta qualidade. Elementos como plumas, tons de azul, tecidos leves, transparências e brilhos foram combinados com itens casuais, como o jeans, para definir o estilo do verão de 2025.
Miu Miu
Sob o comando de Miuccia Prada, a Miu Miu continua a surpreender e se manter em alta. Para o verão de 2025, a marca apostou em uma fusão de estilos, apresentando uma coleção colorida e maximalista. Elementos boho, como cintos metálicos, foram misturados com peças mais tradicionais, como casacos no estilo colegial.
Conhecida por ressuscitar a tendência das saias curtas nas últimas coleções, desta vez a marca inovou ao trazer peças longas e midi, provando mais uma vez a versatilidade de Miuccia. Maiôs, vestidos volumosos, estampas florais e geométricas, óculos arredondados e bolsas práticas compuseram o visual ousado e moderno da marca para a nova temporada.
Outro grande destaque do desfile se dá pela presença de grandes celebridades na passarela, entre elas Hilary Swank, Cara Delevigne e principalmente Willem Dafoe. Não é a primeira vez que o ator ousou na passarela, já que em 2012 participou do desfile histórico de primavera Prada. “É muito divertido…é como estar atuando em um novo personagem” declara Dafoe para a Vogue, momentos depois de desfilar.
O cenário do show foi marcado por uma instalação artística da polonesa Goshka Macuga, que recriou uma gráfica de um jornal fictício, o "The Truthless Times". A escolha provocativa convidava o público a refletir sobre a enxurrada de informações não verificadas e conteúdo enganoso amplamente disseminado nas redes sociais. Assim como a coleção da Prada, que também explorou o tema da sobrecarga de informações, a Miu Miu propôs uma abordagem que ultrapassa o universo das roupas, incentivando uma perspectiva crítica e a autonomia no pensamento – conceitos que também estavam presentes nas peças exibidas.
Louis Vuitton
A Louis Vuitton desfilou sua coleção no icônico Louvre, com uma passarela adornada por baús e malas de viagem. A coleção, assinada por Nicolas Ghesquière, deu continuidade à estética apresentada no verão de 2024, mantendo a visão exploratória da marca. A passarela, feita de baús de viagem, foi erguida diante dos convidados em um ambiente escuro. Ao fundo, "Louis Vuitton Paris" brilhava em LED.
Listras em tons terrosos e avermelhados apareceram em tecidos fluidos que moldavam o corpo, ao lado de casacos com mangas bufantes e saias com brilho. Ghesquière também trouxe camisas oversized com estampas que remetem ao expressionismo, mantendo sua assinatura criativa ao combinar o clássico com o contemporâneo. As peças evocavam imagens históricas que iam desde trajes da Revolução Francesa até casacos militares dos anos 1940 e jaquetas esportivas dos anos 1980. Embora pareça uma combinação ousada, é exatamente o tipo de construção que o diretor criativo adora explorar.
A distopia, nesta temporada, foi representada pelas obras do artista francês Laurent Grasso, cujas pinturas da série Studies into the Past (2009) foram reproduzidas nas camisas finais do desfile. Nessas paisagens a óleo, castelos e cavaleiros medievais aparecem ao lado de eclipses solares e outros fenômenos da natureza.
Na primeira fileira estavam reunidos os amigos principais embaixadores da marca, entre eles a nossa medalhista olímpica, Raíssa Leal. A lista se estende com nomes importantes, como Zendaya, Jaden Smith, Chloe Moretz, Cate Blanchett, entre outros.
Coperni
A Coperni encerrou a Semana de Moda de Paris de maneira inesquecível, levando o público ao icônico parque temático da Disney para apresentar sua coleção. O desfile aconteceu em meio à magia da Disneyland Paris, onde a marca já havia criado burburinho anteriormente com o seu sapato que remete às famosas orelhas do Mickey. Essa conxão entre a moda e o universo lúdico do parque trouxe um toque de fantasia ao evento, criando uma atmosfera única para a exibição das peças.
A coleção, marcada pela ousadia e inovação, refletiu o estilo futurista e divertido da Coperni. Modelos desfilaram com looks que combinam elegância com uma pegada tech, apresentando tecidos metálicos, cortes geométricos e acessórios inusitados que capturaram o espírito experimental da marca. O destaque ficou por conta de peças que misturam o tradicional com a fantasia, através de formas e materiais que proporcionaram a coleção remeter aos grandes heróis e vilões tão presentes no imaginário do público.
Com essa coleção primavera/verão e desfile em pleno parque da Disney, a Coperni elevou ainda mais o conceito de moda como espetáculo, transformando a passarela em um palco de encantamento e criatividade. A escolha do local, aliada à presença de personalidades influentes como Kylie Jenner, consolidou o desfile como um dos mais comentados da temporada, mostrando que a marca continua a desafiar as fronteiras entre moda, tecnologia e cultura pop.
No domingo 22 de setembro aconteceram os últimos desfiles presenciais do Milão Fashion Week, que apresentaram as coleções primavera/verão 2025. Durante o dia, algumas das maiores casas de moda do mundo caminharam pelas passarelas, apresentando momentos marcantes. Entre os principais destaques, estão: Fendi, Etro, Roberto Cavalli, Max Mara e Jil Sander.
Fendi
A marca homenageou em seu desfile os anos 1920 e a art déco A coleção explorou a leveza e o movimento, a partir de transparências com saias de organza e vestidos adornados com bordados, tecidos fluídos e cintos baixos, que realçam a cintura. Jones utilizou também uma paleta de cores neutras, como preto, cinza pérola e bege, que consolidaram a tendência da paleta serena para a primavera/verão 2025.
O desfile mostra uma nova fase da Fendi, sob a liderança de Kim Jones, que assumiu a direção criativa da casa após Karl Lagerfeld. Sua visão tem misturado influências mais contemporâneas com tradições italianas. A coleção também reforça o compromisso da grife com a excelência artesanal, mantendo a relevância da marca no cenário global.
Etro
Para a coleção primavera/verão 2025, o designer Marco de Vincenzo, abraçou o maximalismo em estampas florais paisley, crochê, lantejoulas coloridas e camadas ricas que refletiam a estética boêmia característica da grife.
O desfile ainda contou com a trilha sonora da cantora Daniela Pes, que adicionou uma energia vibrante à apresentação, reforçando a extravagância das peças. Além disso, o uso de acessórios e camadas destacou a originalidade e ousadia da marca.
Max Mara
A grife italiana Max Mara trouxe uma nova perspectiva para o minimalismo moderno, trazendo um toque sensual e inesperado a suas peças sofisticadas. A coleção apresentada apostou em cortes minimalistas e detalhes ousados, como a cintura alta e camisas longas com fendas que revelavam lingerie preta.
Mesmo as peças mais tradicionais da marca ganharam uma nova versão, com recortes estratégicos, que visavam reforçar a ideia de que o minimalismo também pode ser provocante.
Roberto Cavalli
Fausto Puglisi, diretor criativo da marca, apresentou uma coleção que se destacou como um dos grandes momentos do dia. O designer explorou sua herança siciliana, a partir de peças que remetiam ao litoral mediterrâneo e à natureza.
Os looks apresentaram uma profusão de plissados, penas e sequins, com vestidos esvoaçantes que pareciam capturar o movimento da água e do pôr do sol em suas estampas. As peças que mais se destacaram foram as em tons de areia e impressões aquareladas. A junção dessas características, deu à coleção um ar hipnotizante.
Jil Sander
A marca, comandada por Lucie e Luke Meier, apresentou uma coleção surrealista, inspirada pelo trabalho do fotógrafo Greg Girard. As peças misturavam a simplicidade do cotidiano com toques sofisticados, a partir de vestidos volumosos com golas extravagantes e estampas de carros antigos, o que gerava a sensação de distorção intencional e desafiava o conceito de beleza tradicional.
Essa combinação entre familiaridade misturada com um toque de estranheza, tornou o desfile um dos mais intrigantes do dia.
CHLOÉ
A marca francesa, que iniciou o quarto dia da Semana de Moda de Paris, apresentou uma coleção digna da estação primaveril e importada diretamente dos anos 70. Chemena Kamali, atual diretora criativa da Chloé, dialogou com a última coleção de inverno e apostou fortemente na renda, transparência e feminilidade, como características principais. O resultado foi uma coleção atrativa e quente, deixando bem claro o verão se aproximando.
Como uma forma de se integrar nas tendências, a grife inovou, de sua maneira, as famosas saias balonês, transformando-as em calças. Já os vestidos vão desde a leveza de tecidos fluídos e esvoaçantes até os de comprimento mini - outra querida novidade. As cores claras, os caimentos despretensiosos e divertidos, o uso de laços adornando muitas peças e os acessórios nem um pouco discretos, construíram a soma de aspectos que resultaram em um desfile resposta a maior dúvida do mundo fashion atual: o boho está de volta? A Chloé confirma que sim.
MUGLER
Personalidade. Essa seria a palavra que muitos usariam para definir a irreverente etiqueta francesa mugler. Shapes afiados e vilanescos,cores escuras e os penteados assimétricos, fizeram da nova coleção um espetáculo de impressionar ao atravessar a passarela. A artisticidade visionária da Mugler nunca decepciona os admiradores.
Uma coleção que literalmente marca. Os cortes das roupas deram ênfase à estrutura dos modelos, definindo cintura , quadris e ombros. Mas, ainda se tratando de uma coleção primavera/verão, e apesar de sempre fugir do óbvio, o diretor criativo Casey Cadwallader referenciou jardins, não só no cenário, mas também nas roupas. A pétala se transforma em uma blusa estruturada, com camadas, e as caudas contornadas remetem ludicamente à flora. O uso de pérolas, principalmente nos sapatos, também marcam o desfile.
SCHIAPARELLI
A nova coleção "Future Vintage" aterrissou em Paris completa de corsets, blazers, listras e, claro, o jeans. O uso da malharia e da alfaiataria foram impecáveis. A cartela de cores e o uso de brilho parecem ter saído direto de uma pintura. Os sapatos foram um toque a mais. Mules surrealistas aparecem em degradês e em tons metálicos, Daniel Roseberry brinca com o formato de pés, já muito usado e conhecido na marca. Além dos famosos acessórios dourados da couture, que finalizam os looks lindamente.
Um verão sexy, define bem a coleção, muita silhueta marcada e pele à mostra. Os ombros arredondados dos blazers, o jeans finíssimo. A mistura do casual e a vibe praiana, que funcionam muito bem.
Daniel Roseberry diz que sua proposta como diretor criativo era montar looks não apenas para as atuais clientes, mas também para suas filhas e netas, e daí o nome da coleção. O diretor criativo segue fazendo história e honrando o nome de Elsa Schiaparelli. Uma coleção inovadora.