O prazer efêmero da compra logo dá lugar a um vazio crescente
por
Giovanna Montanhan
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12/11/2024 - 12h

Por Giovanna Montanhan

 

Abrir o TikTok é como piscar e ver o mundo mudar em uma fração de segundos. Em uma rolagem veloz, surgem truques para uma maquiagem glow, táticas para uma “pele de porcelana”, segredos para esconder as olheiras com batom vermelho e até dicas para um contorno "ideal" feito com utensílios de cozinha. Uma técnica “nunca antes vista” de delineado usando apenas um grampo de cabelo, uma máscara capilar líquida que permanece nos fios por míseros segundos e que “repara até a alma” — tudo parece essencial, urgente. De um lado, surge uma técnica viral que promete lábios mais volumosos usando apenas corretivo e gloss, aplicados estrategicamente para criar a ilusão de lábios carnudos e esculpidos; do outro, alguém massageia o rosto com um Gua Sha, uma técnica tradicional de origem chinesa que utiliza uma pedra para esculpir a face, de quartzo rosa recém-adquirida, prometendo desinchar o rosto em poucos minutos. A tela se enche de novas promessas a cada hora em que o aplicativo é aberto, como o colágeno em pó que, misturado na água, garante uma dose de juventude pelas próximas décadas, ou a aplicação de blush no nariz para dar aquela falsa sensação de que se esteve na praia e se queimado, e até mesmo o sérum coreano feito de mucina de caracol para uma pele supostamente mais firme e hidratada. Cada dica desponta como um raio no feed, iluminando tudo ao seu redor por um instante, apenas para ser engolida pela próxima febre que chega avassaladora, tornando a moda anterior esquecida antes mesmo de ser assimilada.

No território implacável das redes sociais, onde promessas de uma pele impecável e uma beleza reluzente se espalham como um feitiço, mulheres de todas as idades deslizam os dedos na tela em busca de um brilho que pareça emanar de dentro para fora. Cada toque, cada deslizar, aproxima as compradoras de um ideal escorregadio, um reflexo de perfeição, sintetizado na imagem da pele viçosa perfeita — tão brilhante e lisa quanto um donut vitrificado, idealizada pela marca Rhode, da modelo Hailey Bieber.

Mas essa busca pela beleza aparentemente simples não é tão doce como parece. As consumidoras, atraídas pelos vídeos de influenciadoras, são envolvidas por um mercado que promove o “Glazing Milk” e os “Peptides Lip Tints” como a chave para a pele e os lábios dos sonhos. Não se trata apenas de hidratar, de cuidar ou de valorizar o que já existe, mas de transformar, de reconstruir, de alcançar um brilho irreal que reflete expectativas impossíveis. Para muitas, o desejo por essa pele vitrificada é como um chamado, uma chance de fazer parte de um ideal estético que atravessa culturas, idades e contextos, porém inacessível para a maioria.

No Brasil esse sonho assume ares de luxo proibido. Sem distribuição oficial, os produtos da Rhode se transformam em verdadeiros tesouros a serem caçados em mercados paralelos, frequentemente repletos de riscos. Para experimentá-los, os brasileiros precisam superar o desafio da importação, enfrentando preços inflacionados e longas esperas. Quanto mais distante o sonho, mais intensamente ele é desejado. Em um contexto onde a estética perfeita é exaltada acima de tudo, esses itens de design minimalista tornam-se uma espécie de Santo Graal — símbolos de um ideal que poucos conseguem vivenciar diretamente, mas que muitos cobiçam com olhares ávidos.

Não são apenas os hidratantes e lip tints da Rhode que repousam nesse altar de desejo inatingível. O Lip Glow Oil da Dior, envolto em promessas de lábios irresistíveis, reflete um brilho de glamour que atiça os corações, enquanto a Rare Beauty de Selena Gomez, com seus blushes e iluminadores, embriaga o imaginário dos mais jovens. Há algo mágico, quase sedutor, nesses frascos delicados, como se cada camada de produto pudesse transformar a pele em uma tela de sonhos, oferecendo uma beleza que parece brotar sem esforço algum. Cada uma dessas embalagens repousa no nécessaire com uma falsa simplicidade, promovido com tamanha precisão que passa a impressão de que esses pequenos luxos são mais que desejos — são quase como amuletos, indispensáveis no ritual silencioso de buscar, no reflexo, um toque de perfeição que talvez nunca se alcance.

A obsessão pelo "glazed look" transcende o próprio produto. Não se trata de um efeito milagroso na pele ou da suavidade nos lábios; é uma busca por alinhamento com um ideal, uma concepção vendida como pura, mas que, na verdade, carrega o peso do consumo incessante. Influenciadores, com seus vídeos cuidadosamente editados, se tornam os arautos dessa estética quase mítica, revelando apenas fragmentos do que os produtos prometem, sem expor o verdadeiro custo envolvido. Enquanto isso, do outro lado da tela, um exército de seguidores desliza, em busca do próximo vídeo, da nova promessa — na esperança de transformar um sonho distante em uma realidade tangível, ainda que efêmera.

O TikTok, com seu algoritmo hipnotizante, tornou-se uma vitrine onde milhares de consumidoras mergulham em tutoriais e resenhas, investindo tempo e dinheiro na promessa de uma pele reluzente. Entre elas, há quem se pergunte até que ponto esse ritual em frente ao espelho reflete uma busca legítima pela autoestima ou se é apenas mais uma ferramenta do capitalismo que usa o desejo por aceitação e inclusão para alimentar o consumo excessivo.

É como uma trilha de pequenas confissões, uma corrente de desejos transformados em mercadoria. Em cada vídeo, em cada review impulsionado por essas marcas silenciosas, há mulheres que, ao deslizar a tela e ceder ao apelo das tendências, começam a ver suas rotinas, seus sonhos e até seu próprio reflexo se curvarem a um padrão escorregadio e volátil.

Júlia, Helena e Rayssa são alguns exemplos de meninas que compram de acordo com a tendência do momento no TikTok. Cada uma mora em um estado diferente, mas, enquanto falavam, era como se compartilhassem uma mesma inquietação, algo que transcende a distância e parece habitar um espaço comum entre elas. Com apenas 13 anos, Júlia, mais tímida, confessou que, para ela, comprar os produtos da moda trazia uma sensação de pertencimento que era difícil de encontrar em outros lugares. Ao adquirir aquele item desejado, sentia-se mais próxima das meninas que possuíam o mesmo, como se o produto fosse um passaporte invisível para um mundo onde todas compartilham os mesmos desejos e sonhos de consumo. Com um brilho tímido no olhar, contou sobre seu exemplo mais recente: um kit de pinceis da marca Real Techniques — algo que, segundo ela, todas no TikTok pareciam ter e que, de alguma forma, a fazia sentir-se parte de algo maior.

Com 15 anos, Helena, um pouco mais falante, descreveu a experiência de outra forma, embora a sensação de efemeridade fosse a mesma. Para ela, o ato de consumir a aproximava de suas amigas e da comunidade online, mas logo após a compra surgia um vazio incômodo, como se a satisfação fosse rapidamente substituída por uma nova tendência, já à espreita. "É um ciclo sem fim," disse ela, quase resignada, enquanto mencionava sua última aquisição: o pó facial rosa da influenciadora Karen Bachini, um item que ela não parava de ver nos vídeos e que parecia indispensável — até o próximo lançamento roubar a cena.

Com 17 anos, Rayssa, em silêncio até então, finalmente desabafou. Revelou que, todas as vezes que se olhava no espelho, sentia-se como se tentasse capturar o brilho das influenciadoras do TikTok. Mesmo quando conseguia comprar o que tanto desejava, o resultado nunca parecia corresponder ao ideal que via na tela. Em momentos assim, questionava-se se a falha estava nela — como se algo em sua pele, no olhar, ou até em sua própria essência não fosse suficiente para refletir a promessa vendida pelos produtos. Esse sentimento de cobrança, explicou, era quase constante, uma frustração que a fazia sentir-se cada vez mais distante de um ideal inatingível. Sua última compra foi o sérum bronzeador da marca Drunk Elephant, o D-Bronzi Anti-Pollution Sunshine Drops, um item que, como tantos outros, prometia uma transformação que parecia sempre escapar ao seu alcance.

Para elas, o ato de comprar não é apenas um impulso passageiro; traz um alívio momentâneo em uma busca que nunca se completa. Mas logo vem o vazio, uma percepção incômoda de que estão presas a um ritual estranho, onde o consumo é apenas uma dança repetitiva, uma tentativa de tocar algo que escapa. Muitas se encontram no eco numa pergunta inevitável sobre o motivo de não conseguir o mesmo resultado. Como se o erro fosse delas, como se algo na pele, no olhar, ou na própria essência falhasse em alcançar o brilho prometido — um ideal cuidadosamente desenhado para permanecer fora de alcance.

É nesse cenário tentador que se ergue o submundo da Internet, uma espécie de mercado paralelo onde a pressa e o desejo encontram uma nova morada. Para aqueles que não podem ou não querem esperar, marketplaces como a Shopee e a Shein surgem como atalhos — labirintos digitais onde os produtos cobiçados aparecem como ofertas tentadoras, à mercê de vendedores anônimos que se escondem atrás de telas e avatares. Ali, a ansiedade dos consumidores é alimentada com preços reduzidos, porém envoltos em uma névoa de incerteza se o brilho do produto é real, ou apenas uma sombra de autenticidade. Entre o clique e a compra, uma escolha silenciosa é feita — e talvez, para muitos, a necessidade de pertencer ao momento sobrepuje o valor da própria verdade.

Capitalismo

Em uma conversa descontraída o colunista do site Steal the Look, Fábio Monnerat, falou sobre o frenesi que envolve a busca pela beleza idealizada, uma obsessão que, segundo ele, vai além do simples desejo por bons produtos. Ele acha que há uma necessidade de pertencimento, um desejo de aceitação que se esconde por trás de cada nova compra, como se cada aquisição trouxesse consigo um pouco mais de identidade, um passo a mais em direção a um grupo invisível e desejado. Fábio disse enxergar essa ilusão de exclusividade como uma corrente invisível, prendendo o público em um ciclo sem fim, onde o limite entre querer e precisar se desfaz. Nas redes sociais, o ideal de beleza está sempre ali, próximo e sedutor, mas estranhamente fora de alcance, criando um desejo que se mantém sempre vivo. E vai além.

Ele aponta que conter essa maré de consumo desenfreado soa quase como um desafio impossível. A falta de consciência coletiva torna difícil que as pessoas reflitam sobre o impacto de cada compra. Assim, o consumo se transforma em um reflexo do próprio desejo não resolvido, uma repetição constante que nunca traz a satisfação esperada. Para ele, cada nova compra parece inofensiva, mas se transforma em uma onda crescente, que passa despercebida e segue reverberando.

No coração do capitalismo contemporâneo, o TikTok se agiganta, não mais como uma simples distração, mas como um palco onde o desejo se torna espetáculo e o consumo, um ato quase hipnótico. Em cada deslizar de dedo, as consumidoras são lançadas em um torvelinho de tendências, onde as promessas de beleza cintilam como fogos de artifício — intensas, passageiras, inescapáveis. A cada nova febre, o rosto de uma influenciadora parece sussurrar segredos que as espectadoras querem acreditar: uma pele mais luminosa, lábios mais aveludados, o toque de algo quase mágico. Mas é tudo tão fugaz. Produtos que ontem eram o desejo do momento, hoje já perderam o brilho, substituídos por algo "ainda mais revolucionário".

Para essas mulheres, não há descanso. A lógica do hiperconsumo, essa engrenagem que o filósofo Gilles Lipovetsky descreveu, as engole em um ciclo em que o desejo pesa mais que a necessidade, onde o impulso de possuir é atiçado mais pelo medo de perder a novidade do que por uma vontade verdadeira. A cada nova compra, um ritual se repete — uma sensação de satisfação que evapora rápido, cedendo espaço à expectativa do próximo lançamento. E enquanto os frascos se acumulam, um vazio começa a se insinuar, como se, no fundo, soubessem que a próxima tendência também virá, seduzindo-as mais uma vez.

No universo hiperacelerado do TikTok, onde as tendências surgem e desaparecem como reflexos fugidios, as consumidoras são arrastadas para um ciclo quase frenético. Cada novo "must-have" carrega uma data de validade invisível, um convite ao consumo antes que o encanto se esgote. No olho desse furacão está o Carmed, um bálsamo labial produzido pela farmacêutica Cimed, que, embora conhecido por sua hidratação modesta, encanta com suas edições limitadas e colaborações astutas, como a recente parceria com a marca de doces Fini. Versões do bálsamo com sabores de balas de gelatina — banana, dentadura, "Beijos" — evaporaram das prateleiras antes mesmo de alcançarem todas as farmácias, deixando na esteira um rastro de desejo insatisfeito.

Para Helena, que também é uma consumidora voraz de Carmed, a eficácia do produto é apenas um detalhe insignificante. O que realmente importa para Júlia e para quem o consome, é o prazer de possuir um fragmento de algo efêmero, um pedaço da tendência que logo será substituída por outra. Cada lançamento deste produto traz consigo uma promessa de exclusividade, uma sensação de escassez calculada que intensifica o impulso de compra. Nesse jogo de aparências, o Carmed não é apenas um bálsamo; é um lembrete de que, no turbilhão da moda passageira, às vezes o que vale é a experiência fugaz de ser parte de algo que logo deixará de existir.

No emaranhado dos desejos modernos, o consumo de beleza se torna um ritual de encantamento, uma busca ansiosa que reflete mais do que o desejo de uma pele perfeita ou de lábios macios. Fábio Monnerat vê esse cenário com inquietação, especialmente quando o alvo do consumo se desloca para o público infantil. Ele observa, com ceticismo, como produtos de beleza direcionados a crianças e adolescentes, como é o caso do fenômeno do Carmed, onde eles são estrategicamente moldados para enraizar o consumo desde cedo. Com sabores açucarados e colaborações com personagens conhecidos, o Carmed, em suas múltiplas versões, deixa de ser apenas um hidratante labial; ele se torna um emblema de um consumo precoce, uma porta de entrada para um ciclo interminável de desejos e substituições.

Fábio acredita que essa introdução ao consumo desenfreado desde a infância reflete um problema profundo. A indústria da beleza, segundo ele, soube capturar o conceito de autocuidado e transformá-lo em uma sequência constante de compras — não mais um momento pessoal, mas uma dança coreografada pelo mercado. O Carmed e outros produtos semelhantes simbolizam uma sociedade onde o consumo é enaltecido como valor intrínseco, e cada nova edição limitada, cada parceria com um ícone infantil, se torna um capítulo dessa fábula consumista. A ilusão de exclusividade atiça o desejo, e o autocuidado se converte em um ato repetitivo, sem substância.

Enquanto isso, o TikTok acelera essa espiral. Para Júlia, Helena e Rayssa, a plataforma de vídeos é uma vitrine que converte produtos de beleza em pequenos troféus de pertença, um portal onde cada novo sérum, cada nova máscara promete um vislumbre de perfeição. Como no filme  A Substância (2024), onde Elizabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, injeta um líquido espesso e denso na pele na esperança de capturar a juventude que lhe escapa, os jovens de hoje se entregam a promessas tão tentadoras quanto fugazes. A cada nova fórmula, a cada sérum, máscara ou creme milagroso, há uma promessa de transformação que parece deslizar entre os dedos. Eles se lançam nessas poções modernas, cada frasco prometendo que, desta vez, o reflexo no espelho será o que sempre desejaram.

Mas, assim como Elizabeth, que corre atrás de uma ilusão que nunca a satisfaz, esses jovens podem estar caminhando para um abismo de expectativas vazias. A cada compra, um breve relâmpago de satisfação — um brilho que logo se desfaz, um encanto que desaparece com a mesma rapidez com que veio. E então, a necessidade renasce, mais urgente, mais insistente. Em um ciclo que se auto alimenta, o ideal de beleza se mantém distante, quase ao alcance das mãos, mas sempre escorregadio. E nessa busca, a frustração não desaparece; apenas se recalca, pronta para surgir com força renovada a cada nova promessa que o mercado lança na tela.

Fábio acredita veementemente que o verdadeiro papel do TikTok não é conectar, mas vender — impulsionando um consumo desenfreado que atinge até os mais jovens, seduzidos pela promessa de uma juventude prolongada e de uma beleza idealizada.

No fim, a trilha do consumo se revela como uma corrida sem destino, onde o autocuidado se dissolve em promessas e expectativas. Para Fábio, a verdadeira prática de bem-estar foi sequestrada pela lógica de mercado, que transforma cada novo produto em mais um ponto de partida, mais um item na lista de desejos insaciáveis. O autocuidado, nesse cenário, se torna uma pista de corrida onde o consumidor, sempre em busca da última novidade, esquece de parar, de respirar e de redescobrir o que realmente importa. Talvez, sugere ele, o verdadeiro bem-estar exija uma saída dessa trajetória imposta, uma pausa para recobrar o equilíbrio, para lembrar que cuidar de si não precisa ser uma sequência de compras, mas uma escolha pessoal, guiada por um ritmo próprio, alheio às urgências e apelos do mercado. Afinal, os verdadeiros delírios de consumo da Geração Z não estão em cada frasco ou nova tendência, mas na ilusão de que a satisfação virá com o próximo produto.

 

A execução precisa dos códigos de cada etiqueta trouxe um frescor revigorante para as grifes renomadas
por
Giovanna Montanhan
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30/10/2024 - 12h

A São Paulo Fashion Week (SPFW) ocorreu entre os dias 14 e 21 de outubro, com quase o dobro  do número de desfiles, em comparação à edição anterior, passando de 27 para 42. O evento trouxe de volta às passarelas marcas como a homônima Alexandre Herchcovitch, À La Garçonne e Salinas, além de  grifes vanguardistas, presentes em todas as edições, como Lino Villaventura.

Lino Villaventura

Quem acredita que a alta-costura no Brasil se encerrou com o estilista paraense Dener Pamplona - pioneiro na moda brasileira,  introduzindo esse conceito no país - certamente nunca assistiu a um desfile de Lino Villaventura. 

Conhecido por suas peças com nervuras elaboradas, Lino trouxe nesta edição vestidos e blusas assimétricas, bordados minuciosos, saias em formato de pétalas, além de modelos com volumes, drapeados e tecidos que simulavam plástico, em cores vibrantes como azul piscina e verde claro. Desta vez, além dos neutros — o branco que abriu o desfile, seguido pelo bege e preto —, a paleta se expandiu para tons multicoloridos, como roxo e vermelho, alternando entre peças fluidas e modelos mais estruturados. A modelo Silvia Pfeifer encerrou  o espetáculo visual concebido pela mente fértil  de Lino, desfilando um modelo transparente azul-marinho com brilhos, acompanhado de um robe preto de cetim e luvas arroxeadas que deixavam os dedos à mostra.

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Reprodução: @agfotosite

 

 

 

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O estilista Lino Villaventura na passarela após o final do desfile - Reprodução: @agfotosite

À La Garçonne

À La Garçonne comemorou 15 anos de marca e 20 anos de carreira de seu diretor criativo Fábio Souza  Após sua separação profissional de Alexandre Herchcovitch, Souza decidiu redefinir os códigos da marca, que anteriormente destacava o conceito de upcycling e trazia cordas trançadas como logotipo. Agora, com controle total sobre as direções, códigos costumeiros da etiqueta  aparecem de forma pontual em algumas peças, enquanto o principal destaque neste primeiro desfile foi a cartela de cores em preto e branco, combinada com variações de design, ternos de alfaiataria e lurex, que abrilhantaram a passarela ao lado de estampas quadriculadas. Vale destacar as saias de tule com poás, uma tendência atemporal, a presença do personagem Snoopy, que apareceu em moletons e casacos, e os laços.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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O estilista Fábio Souza na passarela após seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

 

Salinas

Salinas, uma marca tradicional de beachwear, retornou ao maior evento de moda da América Latina após seis anos longe das passarelas, apresentando a coleção "Sol, Sal e Sonhos". Com uma paleta predominantemente neutra e atemporal, a coleção trouxe peças que se adequam tanto ao momento praia quanto ao pós-praia. Entre os destaques estão minissaias, chapéus compridos de palha desfiada, bolsas de crochê, camisas de linho e biquínis assimétricos. Uma seção da coleção, com peças em tons de cinza claro, com calças soltinhas, maiôs e casaquinhos leves com brilhinhos prateados sutis. Os acessórios incluíam braceletes dourados e belly chains (cordões para adornar a barriga) com o nome da marca, além de chinelos de dedo com plataforma e tamancos prateados.

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Alexandre Herchcovitch

E por fim, Alexandre Herchcovitch com sua etiqueta homônima e conhecida por trazer designs inovadores, dessa vez em parceria com a marca alimentícia de queijos Catupiry, apresentou  bolsas e moletons com seu logo, uma produção com a estilista Fábia Bercsek, que o ajudou a criar estampas feitas à mão.

Os recortes assimétricos moldaram-se abaixo dos seios, deixando a barriga à mostra e chegando ao ponto final: a virilha, trazendo à tona uma estética fetichista. Para aqueles que preferem não arriscar e se manter dentro de estilos mais convencionais, também há opções que beiram o óbvio e comercial, como moletons felpudos listrados, regatas, calças de alfaiataria e jeans. Mas, como era de se esperar de Alexandre Herchcovitch, foi possível observar um mergulho profundo nos códigos dos anos 70, trazendo consigo toda a purpurina que remete à Era Disco, além de tecidos como jacquard, lurex, paetê em padronagem xadrez e lamê.



 

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Reprodução: @agfotosite

 

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O estilista Alexandre Herchcovitch na passarela após o seu desfile - Reprodução: @agfotosite

 

A mostra celebrou as contribuições de Regina Guerreiro na moda
por
Giovanna Montanhan
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29/10/2024 - 12h

A exposição realizada entre os dias 14 e 21 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera — mesmo espaço que recebeu os desfiles da 58ª edição da São Paulo Fashion Week — homenageou a jornalista Regina Guerreiro, destacando a importância do seu legado na comunicação fashion como a conhecemos hoje

 Os itens exibidos desmembraram sua carreira e vida pessoal  desde a carteirinha de imprensa da Vogue Brasil, até fotos antigas e objetos pessoais, como vestidos e acessórios diretamente retirados de seu guarda-roupa, além de quadros adornando as paredes  do  espaço que continham suas famosas críticas ácidas. Destacava-se, por exemplo, o convite do desfile da grife Comme des Garçons, no qual Regina, certa vez, chegou a comparar os modelos da marca parisiense a moradores de rua, envoltos em cobertores e sacos de lixo, da Avenida Paulista.

 

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Entrada da exposição ''As Joias da Rainha'' - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Carteira de imprensa da Vogue Brasil - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Convite do desfile da marca parisiense, Comme des Garçons - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Figurinos retirados do guarda-roupa de Regina Guerreiro - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

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Fotos e itens pessoais da jornalistas - Reprodução: Giovanna Montanhan

 

 

 

 

 

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Reprodução: Giovanna Montanhan

 

Regina Guerreiro debutou no mundo no dia 18 de maio de 1940, em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e começou sua trajetória nos anos 1970. Trabalhou em veículos como o Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, revista Manequim, Interview e O Estado de São Paulo. Além disso, passou por diversas publicações de moda, incluindo a Harper 's Bazaar, onde estagiou, e a Vogue, onde atuou como editora por 14 anos. Também dirigiu a revista Elle por 9 anos, além de ter contribuído para a revista Claudia. Na década de 1960, fundou a agência Choc!, que unia sofisticação e irreverência em seus trabalhos. Ela é tradicionalmente conhecida por seu “sincericídio” e sua crítica de moda atrevida. 

No release publicado, o curador da exposição Renato de Cara destacou a importância de uma ambientação fidedigna: “Procuramos reproduzir parte do seu ambiente doméstico, cheio de climas, entre a sofisticação internacional e a intimidade sombria que toda alma carrega.” Ele também exaltou o papel fundamental do diretor Paulo Borges na criação dessa homenagem.

Para Paulo Borges, retratar a memória de Regina Guerreiro foi uma forma de eternizar parte da história do jornalismo de moda brasileiro. “Essa exposição é uma homenagem e o reconhecimento ao trabalho pioneiro e incontestável desta jornalista, editora e diretora criativa. Uma imagem é, entre outras coisas, uma mensagem, uma forma de tempo que nos leva a outro lugar. Como crítica de seu tempo, com seu olhar exigente e humor afiado, Regina Guerreiro ajudou a validar e posicionar o universo criativo da moda brasileira”, afirmou no release divulgado à imprensa.

Regina, por sua vez, manifestou-se em um comunicado, dizendo estar muito feliz com a exposição e revelou estar com o “coração explodindo de tanta emoção”. Em entrevista à AGEMT, a jornalista deixou um conselho para aspirantes à profissão: " ter autenticidade’’, um fator essencial para conquistar o que se almeja. E não poderia ser diferente, já que Regina Guerreiro utilizou esse trunfo para pavimentar seus caminhos e os das próximas gerações, tanto as que já chegaram quanto as que estão a caminho.

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Trechos de suas famosas críticas - Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Reprodução: Divulgação

 

 

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Maximalismo, representação cultural e provocação sofisticada preenchem as passarelas na capital paulista
por
Bianca P. Athaide
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21/10/2024 - 12h


No final da última semana deu início a maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week. Com um line-up recheado de marcas e projetos nacionais, a programação do desfile continua a cumprir seu propósito histórico de reafirmar a criatividade e cultura nacional na indústria da moda. Etiquetas como Catarina Mina, Artemisi e Bold Strap trouxeram a vanguarda fashion brasileira para suas apresentações. Confira esses e outros destaques abaixo.

Martins e o maximalismo da cultura pop

Com a ambientação nas mãos do som inglês subversivo big-beat da banda Prodigy, o desfile da Martins trouxe a paixão de seu criador por cultura pop para as passarelas. Com uma mescla entre "Matrix" (1999) e a estética futurista de Thierry Mugler e Rick Owens, Tom Martins construiu a inspiração para sua criação cheia de babados, ilusões de ótica, xadrez e muitas sobreposições.

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Martins para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com um mergulho também na cultura hippie das décadas de 1960 e 1970, a coleção contou com uma colaboração com a marca clássica de jeans Levi's, por isso a presença de muitas calças amplas, jaquetas e coletes estruturados e composições em camadas — característica carimbada da Martins.

O sonho artesanal de Catarina Mina

A coleção "Herdeiras do Futuro", produzida pela estilista Celina Hissa, em conjunto com mais de 30 artesãs nordestinas, trouxe o habitual e magnífico frescor do trabalho manual, com crochê, macramê, bordado e renda de bilro, e a novidade da borracha da Amazônia — material que remete ao neoprene, em colaboração com a marca paraense Da Tribu, e ajudou a compor franjas que foram aplicadas em tops, vestidos e bolsas da coleção.

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Catarina Mina na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Marcelo Soubhia 

Os 35 looks que brilharam na passarela estavam baseados na paleta de cores predominada pelo vermelho, off-white, dourado e por alguns tons de azul. Para completar visual e adicionar ainda mais brasilidade para a estética, no pés, modelos usavam Havaianas de diversas cores.

Provocação sofisticada com a Bold Strap

Assinada por William Cruz, a coleção apresentada pela Bold Strap nesta edição do SPFW trouxe o marcante DNA da marca mais uma vez: com correntes, cordas e muitos brilhos, a etiqueta ofereceu uma abordagem mais refinada ao fetichismo. 

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Bold Strap para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Com sua musa Camila Queiroz presente, a marca brincou com a tensão entre sensual e prático, e desfilou peças para além do underwear. Vestidos, calças, jaquetas e camisetas também reafirmaram a estética provocadora da marca.

Artemisi caminha pela fronteira entre moda e arte

Vinte e seis looks defendem a caracterização de high fashion da Artemisi. A coleção apresentada na quinta-feira (17) na SPFW mostrou o porquê da etiqueta tradicionalmente passear despreocupadamente entre a fina linha que separa moda e arte.

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Artemisi na SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Agência Fotosite/Zé Takahashi 

“Não faço roupa para loja, faço roupa que tem um quê de arte.", afirmou a diretora criativa da marca, Mayari Jubini, depois do encerramento de uma apresentação de uma coleção que aborda desde do movimento da arte cinética, oriunda da década de 1950, até a obsessão pelo futurismo atual. Mas, se engana quem pensa que os looks super tecnológicos não necessitaram de mãos humanas em sua produção. Algumas peças precisaram de muito trabalho manual — os efeitos de vidro quebrado ou de água pingando em bustos e casacos, são pinturas feitas à mão — e de meses de confecção. 

A brincadeira com efeitos visuais, texturas tridimensionais e formas surrealistas proporcionaram ao público um espetáculo aplaudido de pé.

O Pará viaja para São Paulo com a Normando

Estreante na SPFW, a Normando levou a coleção "Vândalos do Apocalipse", uma interpretação da cultura paraense com tempero urbano para a passarela paulista. 

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Normando para SPFW Nº58 - Foto: reprodução/Maurício Santana/Getty Images

Estampas de escamas de tucunaré e pirarucu foram aplicadas em vestidos de seda, juntamente de um bustiê feito de cuias de tacacá e camisa de smoking com jabô, toda indumentária necessária para refletir a visão que inspirou Marco Normando: os filósofos modernistas que se reuniam no mercado Ver-O-Peso, em Belém, nos anos 1920. 

 

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Nova edição aposta na inclusão e modernidade para reconquistar o público e redefinir padrões de beleza
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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16/10/2024 - 12h

Após um hiato de cinco anos, o icônico Victoria’s Secret Fashion Show está de volta, prometendo uma edição renovada. O evento, que aconteceu no dia 15 de outubro, marca uma nova fase para a famosa marca de lingerie, que vem enfrentando desafios nos últimos anos. Além de reunir supermodelos consagradas, o desfile contará com performances musicais de destaque, incluindo Cher, Lisa do grupo Blackpink, e a cantora sul-africana Tyla.

Pela primeira vez transmitido ao vivo em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, o show ocorrerá em Nova York  promete uma audiência global. A decisão de expandir o alcance digital do desfile reflete a estratégia da Victoria 's Secret em modernizar seu formato e reconquistar o público. Em um vídeo divulgado pela marca no início de setembro , várias veteranas da passarela, como Gigi Hadid e Tyra Banks, foram convidadas para participar deste retorno, reforçando o apelo nostálgico do evento.

A edição de 2024, além de um espetáculo visual, também traz novidades no elenco. A modelo brasileira Valentina Sampaio, de 27 anos, faz história ao se tornar a primeira trans brasileira a participar do desfile. Ela expressou sua felicidade em um post nas redes sociais, compartilhando com seus seguidores a emoção de fazer parte deste momento icônico. Valentina, que já foi a primeira modelo trans a ser contratada pela marca, comentou que se sente orgulhosa por representar a diversidade e a inclusão na moda.

O desfile deste ano, segundo a diretora criativa da marca, Janie Schaffer, foi cuidadosamente pensado para refletir as mudanças e o crescimento da Victoria 's Secret nos últimos seis anos. Schaffer afirmou que o novo formato será uma "celebração do glamour e da moda", mas sob uma "lente moderna". As famosas asas de anjo, tradicionalmente feitas de penas, agora serão produzidas com materiais sustentáveis, em resposta às críticas de ativistas ambientais e pela crescente demanda por responsabilidade social no mundo da moda.

Sofia Malamute/Victoria's Secret
Sofia Malamute/Victoria´s Secrets

 Essa nova fase da Victoria 's Secret também responde a controvérsias passadas que abalaram a imagem da marca, como a queda de audiência e as críticas sobre a falta de diversidade. Além disso, um documentário detalhou as conexões da marca com Jeffrey Epstein, um escândalo que manchou sua reputação. A empresa, agora liderada por mulheres como Sarah Sylvester e Janie Schaffer, promete que esta edição vai ressaltar os avanços da marca, tanto em termos de inclusão quanto de sustentabilidade.

O desfile incluirá um elenco diversificado de modelos, seguindo a tendência já iniciada em setembro de 2023, quando a marca lançou o documentário “The Tour ’23” na Prime Video. O filme destacou a colaboração com designers independentes de cidades como Lagos, Bogotá, Londres e *Tóquio, e trouxe supermodelos como Naomi Campbell e Adriana Lima ao lado de novas estrelas da moda, incluindo Adut Akech eWinnie Harlow.

Outro destaque desta edição é a inclusão de Ashley Graham, modelo e defensora da positividade corporal, marcando uma mudança significativa na tradicional seleção da Victoria's Secret. Ao lado de veteranas como Gigi Hadid, Lais Ribeiro e Behati Prinsloo, Graham simboliza a evolução da marca rumo a um padrão mais inclusivo de beleza.

Com essas mudanças, o Victoria’s Secret Fashion Show 2024 busca reafirmar seu lugar como um dos maiores eventos de moda do mundo, trazendo consigo uma nova era de glamour, inclusão e representatividade.

 

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A supermodelo brasileira volta de maneira triunfal na passarela da Schiaparelli, para Paris Fashion Week
por
Kiara Elias
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29/09/2024 - 12h

Desde o dia 23 de setembro,  a indústria da moda está com toda sua atenção voltada  para a cidade da luz, onde ocorre mais uma edição da Paris Fashion Week, a semana mais importante da moda mundial. Na quinta-feira (26), durante o desfile da Schiaparelli, quem concentrou todos os olhares foi a top model brasileira Adriana Lima, que retornou às passarelas após anos afastada dos desfiles. 

 

Nascida em Salvador, ela iniciou sua carreira aos 15 anos ao participar pela primeira vez do concurso de modelos "Supermodel of Brazil", organizado pela Ford Models, e vencê-lo. Esse êxito inicial a levou a competir no concurso internacional "Supermodel of the World", onde ficou em segundo lugar. Esse foi o início de sua carreira meteórica. Pouco tempo depois, Adriana mudou-se para Nova York e assinou contrato com a Elite Model Management. Desfilando para grifes renomadas como Versace, Christian Dior e Givenchy, rapidamente se estabeleceu no cenário internacional.

 

Porém, foi como uma das "Angels" da Victoria’s Secret que Adriana Lima se tornou mundialmente conhecida. Sua história com a marca iniciou em 1999, quando a jovem modelo tinha apenas 18 anos e, em 2000, foi promovida a "Angel" - um título de prestígio, reservado para os principais rostos  da icônica etiqueta  de lingerie. Adriana se destacou no Victoria's Secret Fashion Show por quase vinte anos, sendo uma das modelos que mais desfilou para a grife. Sua despedida oficial do evento, em 2018, marcou o fim de uma era de forma emocionante.

 

Modelo Adriana Lima desfilando para a Schiaparelli durante a Paris Fashion Week
Adriana Lima na passarela da Schiaparelli. Foto: REPRODUÇÃO/ Instagram Schiaparelli 

 

Em seu retorno, ao lado de Caroline Trentini, outro grande nome brasileira na indústria, a modelo desfilou para a italiana  Schiaparelli, comandada por Daniel Roseberry.  Modelando um vestido branco com estampa quadriculada, aberto na frente e com a cintura bem marcada por uma estrutura do mesmo tecido, remetendo a estética de  um corset, Adriana provou porque seu nome é um dos maiores da história das passarelas  Nas redes sociais os apreciadores de moda vibraram com seu retorno e a encheram de elogios. 

 

Vale lembrar que no ano passado, após posar com a família na pré-estreia do filme Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, Adriana recebeu uma enxurrada de comentários negativos sobre sua aparência por um suposto excesso de procedimentos estéticos.

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Etiquetas que desfilaram permaneceram fieis aos seu DNAs identitários
por
Liz Ortiz Fratucci
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27/09/2024 - 12h

 Na última quarta-feira (25/09), aconteceu o terceiro dia da Paris Fashion Week feminina e o destaques foram as marcas: Courrèges, Germanier e Dries Van Noten, que apresentaram desfiles marcantes e leais  às suas personalidades únicas.

 

 

Courrèges

 

O diretor criativo da Courrèges, Nicolas Di Felice, apresentou uma coleção inspirada nos ciclos e nas repetições, mas ainda capaz de manter o interesse pela coleção elevado. O designer continuou a seguir os códigos retrô-futuristas dos anos 60, estabelecidos pela marca fundada por André Courrèges, brincando com as silhuetas geométricas que fazem parte do DNA desde 1961.

Nesta temporada, Nicolas apresentou mais uma coleção no cenário característico de suas últimas apresentações: o cubo branco. Desta vez, no centro do salão, foi adicionada uma instalação de arte oriunda  da colaboração com os artistas finlandeses Tommi Grönlund e Petteri Nisunen.

A coleção apresentou uma paleta de cores reduzida, com muitos tops minúsculos, vestidos com recortes limpos e detalhes subversivos nas cores preto, branco, cinza e azul escuro. O styling incluiu novamente nessa temporada os óculos de armações grandes.  A novidade ficou com  os saltos de bico aberto que apareceram na maioria dos looks e pareciam fazer parte das calças leggings que saíam por baixo das saias das modelos.

Desfile Courreges
Reprodução: Vogue Runway
Desfile Courreges
Reprodução: Vogue Runway

 

Germanier

 

A coleção de primavera/verão apresentada na última quarta-feira (25/09) por Kevin Germanier foi inspirada no zodíaco e recebeu o nome “Les Désastreuses”, que significa desastre em francês. Nesta temporada, o designer trouxe o casamento entre o caos e a beleza dos astros, criando looks extremamente maximalistas e opulentos, com o uso de materiais descartados da indústria da moda.

Um dos fatores mais interessantes do desfile foi a participação de designers emergentes de outros países que colaboraram com ele nesta coleção. Entre eles, Gustavo Silvestre, brasileiro criador do Projeto Ponto Firme,  proposta também  ligada a questões sustentáveis e, de maneira semelhante à de Kevin, trabalha com cores e texturas. Desde 2023, os dois firmaram uma união criativa. Além da participação de Gustavo em mais de uma dúzia de looks, a marca brasileira Havaianas colaborou com a Germanier , oferecendo seus chinelos — sinônimo de brasilidade — para a criação de um look inteiro composto  apenas pelos calçados brasileiros.

Em 2024, no contexto climático mundial em que vivemos, Kevin Germanier mostrou as possibilidades da moda sustentável e como ela pode ser excêntrica e divertida, sem ser necessariamente uma das maiores indústrias poluentes do mundo, como é atualmente.

Modelo com vestido feito de Havaianas no desfile da Germanier
Reprodução: Instagram
Modelo no desfile da Germanier
Reprodução: Instagram

Dries Van Noten

 

Em junho deste ano, o designer homônimo da marca anunciou que a temporada masculina de verão 2025 seria sua última coleção, assim, posteriormente, se aposentando do posto de diretor criativo. Nesta quarta-feira (25/09), ocorreu o desfile de verão feminino da grife, assinado pela equipe de estilo, já que ainda não foi nomeado um substituto para o cargo. Ainda assim, com o papel de conselheiro da marca,o ex-diretor criativo aprovou cada um dos 60 looks desfilados.

 

A coleção refletiu uma homenagem à trajetória do designer, revisitando elementos que definiram seu trabalho ao longo dos anos, como a mistura de estampas vibrantes, a alfaiataria descontraída, e o uso criativo de bordados. Ao pesquisar nos arquivos da marca, a equipe buscou inspiração no inverno de 1977, que combinava códigos da moda oriental e ocidental. 

 

 Embora recorrer a recriação do arquivo da marca tenha se tornado uma estratégia um pouco desgastada na moda, a grife consegue usar essa abordagem com frescor, evitando que suas criações pareçam previsíveis. O futuro da marca parece promissor.

Modelo no desfile da Dries Van Noten
Foto: Alessandro Lucioni. Reprodução: Vogue Runaway
Modelo no desfile da Dries Van Noten
Foto: Alessandro Lucioni. Reprodução: Vogue Runaway

 

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"Inside the Dream: Mugler" celebra a trajetória icônica da grife e seu impacto cultural
por
Pietra Nelli Nóbrega Monteagudo Laravia
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25/09/2024 - 12h

Em 2024, a renomada grife Mugler celebra cinco décadas de inovação e criatividade no mundo da moda. Para marcar essa data especial, será lançado, em 25 de setembro, o documentário "Inside the Dream: Mugler", dirigido por Matthieu Menu, conhecido por seu trabalho em "Inside The Dream" (2023), sobre a Dior.

Reprodução: Instagram Mugler

Reprodução: Instagram Mugler 

 Com uma duração de 60 minutos, o filme traça a trajetória impactante do francês Manfred Thierry Mugler, criador da marca.

A trama abraça estes desfiles extravagantes até a icônica fragrância Angel, que se destaca pelo seu frasco em forma de estrela, lançado em 1992. O documentário também abrange as coleções sob a direção criativa de Casey Cadwallader, que assumiu o cargo em 2017.

 Entre os momentos de destaque, o filme revisita peças que marcaram a grife, como o famoso vestido de sereia "Chimère", além da recente aparição de Zendaya no tapete vermelho de "Duna: Parte Dois", em que vestiu o traje cyborg Maschinenmensch, da coleção de Inverno 1995/1996. A atriz é conhecida pelo método dressing, em que incorpora elementos dos papeis que interpreta nas premières e eventos pré-lançamento.

A estreia está agendada para 25 de setembro no Canal+ na França, seguida por lançamentos em plataformas de streaming como Prime Video.

Reprodução: Vogue Scandinavia

Reprodução: Vogue Scandinavia 

 O documentário oferece uma visão abrangente da evolução da Mugler, e inclui arquivos inéditos que refletem a influência duradoura da marca. A grife tem um histórico de exposições em museus ao redor do mundo, incluindo a recente "Thierry Mugler: Couturissime" no Brooklyn Museum, em 2022. A estreia do filme ocorre estrategicamente na véspera do desfile da coleção de verão 2025, programado para a Semana de Moda de Paris.

 Fundada em 1973 por Thierry Mugler em Paris, a marca rapidamente se destacou pela fusão de estética punk e silhuetas inspiradas em uniformes militares, em um visual urbano e sofisticado. Reconhecida por sua incessante busca por inovação, a Mugler Combina tecnologias modernas com técnicas tradicionais, inovando a moda através de suas peças.

Reprodução: Vogue Singapore

Reprodução: Vogue Singapore

 "Inside the Dream: Mugler" destaca a criação de campanhas icônicas de fragrâncias como Angel e Alien, e apresenta participações de figuras notáveis, como Pat Cleveland, Iman Bowie e Paris Hilton. A produção também mostra o desfile da Primavera/Verão 2024, liderado por Cadwallader.

Danièle Lahana-Aidenbaum, atual presidente global da Mugler, enfatiza que "os 50 anos da Mugler são um testemunho do poder da criatividade audaciosa", ressaltando a continuidade do legado de Manfred Thierry Mugler e a visão futurista da marca, reconhecida por ícones como Beyoncé e Lady Gaga.

Com uma narrativa rica em história e inovação, "Inside the Dream: Mugler" promete uma celebração única de meio século de moda revolucionária.

Veja o trailer completo:

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Nostalgia e Futurismo em contraste denotam mais um dia da Semana de moda italiana
por
Gabriela Jacometto
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24/09/2024 - 12h

 O terceiro dia da Fashion Week em Milão foi marcado por desfiles de grandes marcas, tanto tradicionais no evento, quanto as que buscam novos ares com seus novos diretores criativos. Como é o exemplo da MOSCHINO, que apresentou sua coleção Spring/Summer 2025 assinada por Adrian Appiolazza.

 Appiolazza, que assumiu a pouco tempo a direção criativa da marca italiana, fez a coleção apresentada  em tempo recorde. Diferentemente da MOSCHINO que estávamos acostumados com Jeremy Scott no comando, a essência  de Appiolazza mostra uma face mais semelhante com a do criador da marca, Franco.

  O novo diretor trouxe um desfile lúdico, com a irreverência característica da etiqueta. Um dos temas centrais foi o uso do branco em diferentes texturas e formas, desde vestidos de algodão popeline, até conjuntos de alfaiataria descontraída. Moschino transformou elementos do dia a dia, como roupas penduradas em varais, em inspiração para looks descontraídos e contemporâneos, refletindo um espírito de leveza e diversão.

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Imagem: Vogue Runway.

 

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Imagem: Vogue Runway.

  PRADA

  E por falar em marcas tradicionais, a PRADA se fez presente mais uma vez. Miuccia Prada e Raf Simons, diretores criativos da grife, apresentaram um desfile esquisito, futurista e nostálgico com referências dos principais sucessos da casa.  

   A coleção cheia de dualidades, combinou o utilitário com o sofisticado. Simons e Prada exploraram o contraste entre peças de outerwear funcionais e detalhes luxuosos. O desfile da grife trouxe uma das apresentações mais ousadas dos últimos tempos, com uma vibe futurista de super-herois espaciais. Os chapéus com óculos embutidos e as saias em formato de vigia deram um toque excêntrico e inesperado, enquanto detalhes inspirados no estilo BDSM e faroeste americano surgiram em peças como saias suspensas por arreios e franjas longas de couro branco. 

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Detalhes da coleção. Imagens: Armando Grillo/ Gorunway.com
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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com 

 

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com 

 

 MAX MARA

 Ian Griffiths, diretor criativo da Max Mara desde 1987, começou a refletir sobre a marginalização da ciência em comparação com as artes após ler e assistir Lessons in Chemistry. Com esse momento de iluminação, Griffiths passou a criar sua coleção mais recente, inspirada na busca pela ordem em meio ao caos, misturando ciência e arte em seu processo criativo.

 A marca apresentou uma coleção dominada por silhuetas clássicas, com peças estruturadas em tons neutros, perfeitas para a mulher contemporânea que busca elegância atemporal. Os cortes foram limpos e precisos, em linha com a estética refinada da marca, enquanto tecidos luxuosos garantiram um toque de opulência discreta​.

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Imagem: Isidore Montog/ Gorunway.com 

 

 

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Imagem: Isidore Montog/ Gorunway.com 

 

 MM6 MAISON MARGIELA

  Ter acesso ao arquivo da Margiela é como receber uma dádiva preciosa no mundo da moda; com poucos recursos, é possível renovar completamente uma coleção da MM6. Para a temporada de primavera, o coletivo de design mergulhou profundamente nesse vasto inventário, vasculhando minuciosamente folhas de contato da fotógrafa Marina Faust, que documentou todos os desfiles de Martin Margiela, em busca de novas referências. A inspiração também veio de um compromisso genuíno de preservar o legado da marca, garantindo que seu patrimônio e a história da moda continuem a influenciar as gerações futuras.

 Eles revisitaram e reorganizaram peças icônicas do repertório da Margiela, adaptando-as para os verões cada vez mais intensos. O efeito de tinta branca seca, uma marca registrada da casa, retornou em calças masculinas e femininas, bem como nas botas cowboy, além da sacola de compras reinventada como um top.

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com

 

 A coleção foi arrematada com saltos dourados para as mulheres e chinelos para os homens, além de uma gama de ternos oversized, jeans folgados, shorts curtos e coletes sem mangas, criando uma variedade de looks sem qualquer traço de nostalgia.

 

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Imagem: Filippo Fior/ Gorunway.com

 

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Versace, Gucci, Tod's e Missoni marcam a disputa entre clássico e moderno nas passarelas
por
Luiza Zequim
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23/09/2024 - 12h

Os desfiles desta sexta-feira (20), da Semana de Moda de Milão, exibiram o contraste entre tradicional e inovação. Com marcas luxuosas clássicas como Gucci e Versace reafirmando sua notoriedade, tributos ao artesanato italiano na Tod’s e mudanças criativas de Missoni, as apresentações marcaram um dia repleto de novidades no mundo da moda. 

 

Gucci —  na estética Casual Grandeur - Grandiosidade Casual -  a grife italiana trouxe como tema a mágica do por do sol 

Regado de celebridades e sob direção de Sabato De Sarno, a clássica italiana trouxe em seu desfile a reafirmação da “antiga Gucci”.  A passarela em tons terrosos, localizada no Triennale, foi palco para uma coleção que mistura textura, tecidos, tonalidades e cores. 

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

As peças trouxeram a essência da moda dos anos 60, com casacos estruturados, tops simétricos, saias e vestidos longos com rendas, transparência e fendas elegantes. A mistura entre tons neons e terrosos e a alternância entre conjuntos casuais e formais fizeram o desfile atender às expectativas criadas.    

 

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Gucci primavera/verão 2025 (Reprodução: Gucci Fashion Network)

 

Sem dúvidas, o artigo mais aclamado foi o retorno da Gucci Bamboo 1947, a tradicional bolsa clutch com a alça de bambu curvada. Todos os designs foram regados de acessórios  —  bolsas atrativas, óculos coloridos, chapéus volumosos, e colares pesados, todos alinhados com a paleta escolhida. Para finalizar as composições, foram incorporadas botas na altura dos joelhos, saltos e sapatilhas triangulares e sapatos esportivos. 

 

Versace se mantém na estética clássica sem grandes mudanças e diferenciação

Donatella Versace, umas das estilistas mais imponentes do mundo da moda e dona da marca, comentou que a intenção do desfile era focar no “otimismo e na alegria”. Analistas e críticos colocaram em questão o mantimento de inspirações e falta de inovação na exposição. A tradição é importante no mundo da moda, mas com o surgimento de ateliês novos e modernos, esse conceito precisa ser incorporado à modernidade para que as criações não se tornem repetitivas. 

As peças desfiladas apresentaram saias florais e tops com recortes assimétricos ou com padrões de zig zag, além da mistura entre cores vivas e tons pastéis. Os principais tecidos trajados incluíram sedas e rendas transparentes, realçando a estética dos anos 90 presente. Para compor os designs, os sapatos femininos incluíram saltos finos ou plataformas com tons vibrantes. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

As roupas masculinas acompanharam o mesmo padrão, criando uma conexão natural, com enfoque em ternos e jaquetas, completados com sapatos esportivos e meias com sandálias.

Por fim, o desfile ainda contou com algumas peças em dourado com traços de ouro exibindo a sensualidade e tradição da marca italiana. 

 

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Versace primavera/verão 2025 (Reprodução: Versace)

 

Tod’s contra o conceito de Inteligência Artificial e a favor da Artisanal Intelligence (Inteligência Artesanal)

Matteo Tamburini, diretor criativo da marca, comentou pouco antes do desfile: “A inteligência artesanal vai contra o que todos falam, o foco está em um produto muito elevado, o Made in Italy.”

O desfile apresentou peças formais e lineares, combinando saias e calças com blusas oversized. Os casacos assimétricos com grandes proporções, mistura entre tecidos de couro e linho, e os clássicos sapatos Gommino trouxeram elegância e casualidade para a coleção.  

 

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Tod’s primavera/verão 2025 (Reprodução: Instagram/@Tod’s)

 

A locação do desfile seguiu uma das tendências mais presentes nesta Semana de Moda de Milão, a passarela e suas instalações brancas, destacando a paleta de cores e os formatos das roupas.

 

Missoni com padrões artísticos, memórias culturais e  zig zag volta a sua essência

Se diferenciando da última apresentação em 2023, a coleção de Filippo Grazioli trouxe cores primárias e vibrantes, além de formatos assimétricos únicos, tecidos fluídos e bufantes e acessórios que remetem a povos originários,  trazendo de volta o espírito criativo e divertido. 

Todas as criações foram acompanhadas por sandálias de dedo coloridas que alongam e dão continuidade aos designs. 

 

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Missoni primavera/verão 2025 (Reprodução: Vogue Runway)

 

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