Por Gabriel Schiavoni
Cada vez mais em alta no Brasil, as apostas esportivas virtuais se tornam presentes nas vidas de milhares de brasileiros. Um desses casos é o de Lucas, estudante universitário que usa seu tempo livre para divulgar dicas de apostas pelas redes sociais. Lucas, que diariamente veste roupas de clubes de futebol de times de todo o mundo, conta em vídeo chamada sobre seu envolvimento com apostas: - “Desde pequeno assisto de forma exaustiva todos os jogos de futebol que consigo (..) minhas primeiras lembranças vêm da época do time do Guardiola, no Barcelona, quando era muito pequeno ainda, porém mesmo dessa forma, acompanhava religiosamente todas as partidas do time que passavam na televisão (...), hoje com a facilidade do acesso das partidas de futebol ao redor do mundo, assisto jogos o dia todo, todos os dias (...) por conta dessa minha paixão, um dia em meados de 2020, no auge da pandemia de covid-19, meu pai após ouvir histórias de pessoas que ganhavam a vida com recomendações de apostas esportivas na internet, me sugeriu de abrir uma página para divulgar apostas, visto meu conhecimento na área, e o meu habito prévia de colocar uma fezinha nos jogos que assistia”, conta.
Lucas lembra que semanas após isso criou uma conta no Instagram, da qual ele e seu pai divulgaram para seus amigos. Hoje 2 anos depois, a página conta com 3700 seguidores e um grupo fechado no Telegram.
Lucas diz que consegue obter sucesso nas apostas graças sua paixão pelo esporte: - “O primeiro passo para obter sucesso apostando é acompanhar frequentemente e conhecer os times em que você coloca seu dinheiro (...) além disso, é importante ser moderado em suas apostas, colocar valores baixos em cada aposta e fazer somente as apostas com mais chance de darem certo (...) normalmente recomendo somente duas apostas por dia, com odds próximas de 1,80”.
Entretanto Lucas conta que ao contrário da intenção o pai, as apostas são levados por ele somente como forma de divertimento, uma vez que em meses Lucas disse ter ganho quantias, mas em outros obtendo margens pequenas de retorno.
Por Gisele Cardoso dos Santos
O fundador da Tesla e da SpaceX, concretizou a compra do Twitter um dia antes de acabar o período passível de acordo, ele se demostrava interessado na rede social desde abril deste ano, pois segundo ele o Twitter era uma importante arena de discussão pública que precisava ser modificada para que oferecesse mais liberdade de expressão aos usuários. As negociações tiveram altos e baixos marcados por polêmicas, ele chegou a desistir nas fases finais do acordo e seria processado pela empresa caso não tivesse efetivado a compra até 28 de outubro deste ano.
Em uma de suas declarações antes da compra, ainda sobre sua preocupação com a liberdade individual, Elon declarou que retiraria os banimentos permanentes da rede como o que Donald Trump sofreu por publicar fake news em seu perfil, abrindo a discussão sobre quão saudável seria dar carteira branca para que todos publicassem o que quisessem, independente da veracidade dos conteúdos.
Mesmo após a concretização da compra, as decisões do novo dono continuam gerando alvoroço, Elon chegou a entrar na sede do Twitter em São Francisco carregando uma pia, ele não se explicou, mas os internautas entenderam como um trocadilho com a frase “kitchen sinking”, “cozinha afundando” em português, pois “sink” significa pia e no mundo dos negócios essa frase é usada quando se toma uma atitude radical dentro de uma empresa. Atualmente, metade dos funcionários foram demitidos, incluindo a equipe de combate à desinformação e todos os executivos da empresa.
Seguindo na linha das polêmicas, uma delas é a nova cobrança de oito dólares mensais para se adquirir o símbolo de perfil verificado na plataforma. Uma das preocupações iniciais foi a banalização do selo, visto que qualquer pessoa poderia usá-lo mesmo que não fosse de fato a conta oficial de alguém ou de alguma marca.
O empresário não se demonstra abalado com as críticas, mas já demonstrou ter tolerância zero, todos os funcionários que ficaram na primeira leva de demissões e se expressaram de forma contaria a nova política foram dispensados em seguida.
Por Jessica Midori
As eleições brasileiras de 2022 abriram portas para importantes pautas dignas de debate, dentre elas assuntos relacionados à saúde da população geraram grande comoção na mídia por conta do recente trauma que o Coronavírus deixou, e também, do cenário cada vez mais preocupante do País com o crescimento na volta de registros de doenças erradicadas.
Uma recente entrevista no site g1 com Tarcísio de Freitas recebeu destaque após pronunciamentos do recém eleito governador de São Paulo a respeito da “liberdade de escolha” na vacinação, declaração alarmante na visão de diversos grupos sociais. Profissionais da área da saúde se manifestaram de modo contrário à posição tomada pelo, na época candidato, afirmando os riscos da propagação desse discurso negacionista, combatendo-o com argumentos que mostram a crescente volta de doenças que por conta da vacina eram consideradas controladas, como por exemplo a poliomielite, sarampo e outras.
Além de se declarar contrário à obrigatoriedade da imunização ele afirmou que em seu governo não irá impor medidas de retaliação contra pais que não vacinarem os seus filhos, o que contribui para uma nova geração ainda mais suscetível a negação da vacinação, e consequentemente a doenças. Deixar a responsabilidade de imunizar os mais novos nas mãos dos pais é um ato imprudente, já que o poder da vacina está sendo cada vez mais questionado com a falta de informação e a disseminação de fake news.
Neide Almeida atua como auxiliar de enfermagem no Posto de Saúde do bairro Antônio Zanaga em Americana, e é responsável pela identificação dos que vão se vacinar. Ela conta que ficou indignada com a irresponsabilidade do governador do estado, ao arriscar fazer pronunciamentos tão impactantes na saúde do povo ciente de que muitos seriam influenciados por tais afirmações.
Ao ser questionada sobre como ela acredita que a propagação do discurso negacionista afeta as novas gerações, confessa que se preocupa principalmente com os seus filhos, que por serem jovens podem ser levados a questionar a importância da imunização, e com a possível liberdade de escolha, optarem por não vacinarem os seus futuros filhos.
Quando se trata do número de pessoas que vão ao posto se vacinar, Neide relata que a equipe de vacinação do postinho do bairro notou uma queda no fluxo de pacientes, dando como exemplo o caso da quarta dose da vacina contra a Covid-19, que, dessa vez, o número de pessoas que se apresentaram para tomá-la despencou em comparação as doses anteriores.
Ela acha interessante o fato de que na terceira dose notou a falta de alguns conhecidos seus que foram se vacinar quando estavam aplicando a primeira e segunda. Neide ainda ressalta que agora, na quarta dose a situação piorou, relembrando o tanto de morador do bairro que ela conhece e faz tempo que não vê marcando presença no postinho, tanto criança quanto adulto.
Essa situação não se limita apenas a região onde Neide trabalha. A queda no número de pessoas dispostas a se imunizar é real e isso pode ser comprovado ao se analisar o aumento dos casos nos últimos anos, que piorou em 2021, de doenças controladas anos atrás. Em 2016 o Brasil recebeu o certificado de erradicação do sarampo da OPAS/OMS, porém dois anos depois, a doença voltou com força e nos anos seguintes foram registrados mais de 40 mil casos confirmando a volta da circulação do vírus no território nacional, fato que levou o Brasil a perder o certificado em 2019. Este fato é apenas um dos que provam o retrocesso do Brasil quando se dimensiona a diminuição de políticas de saúde.
Neide lamenta ser muito preocupante a defesa do discurso negacionista afirmando ser esse o primeiro passo para que andemos para trás e voltemos a ser aquele Brasil do passado, afundado em tragédia e tomado pelas epidemias e mortes.
A bióloga Leticia Akemi, formada em ciências biológicas pela Unesp Rio Claro, alega que a desinformação é o principal agente que atua na perda da credibilidade da vacina, pois torna as pessoas suscetíveis a caírem nas notícias falsas e informações distorcidas a respeito da imunização.
Ela alega que as fake news são criadas e disseminadas principalmente por grupos ideológicos que se fortalecem com a desconfiança generalizada, se aproveitam da desinformação popular para criar dúvidas, insegurança e medo. Ainda aponta que com as redes sociais, os apoiadores de tais grupos assumem um papel de propagandistas, contribuindo para o fortalecimento dessas notícias falsas.
Pode-se citar que entre as mentiras mais propagadas sobre a imunização, recebem destaque a desconfiança do governo, o medo de serem submetidos ao controle das autoridades de forma inconsciente, através de um chip implantado no organismo humano por meio dos imunizantes. E também à sujeição a riscos maiores à saúde, como mudanças no DNA dos que fossem vacinados, desfiguração, vulnerabilidade do organismo e até mesmo a morte.
A bióloga diz ser absurdo até onde vão as mentiras, garantindo que as vacinas são completamente seguras, fato que pode ser visto nas últimas décadas com todas as vidas salvas após o acesso à imunização. Declara que as reações vacinais são mínimas e na maioria das vezes, leves e transitórias, em contrapartida às possíveis complicações da doença que uma pessoa desprotegida poderá contrair.
Ela ainda deixa a sua admiração pelos profissionais que participaram do desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19. Dispensando os que questionam a sua eficácia com base na história de que essas vacinas haviam sido criadas rápido demais, afirma que a tecnologia da vacina vinha sendo desenvolvida há anos, e que apenas foi acelerada em função da pandemia, enfatizando que nunca se pulou nenhuma etapa das pesquisas nem se abriu mão da segurança e da eficácia, esclarecendo que esses são requisitos essenciais para o licenciamento.
Leticia finaliza atestando que a maior prova da segurança e eficácia da vacina no geral encontra-se no estado do mundo atual, quantas epidemias combateu e quantas doenças erradicou.
Vale lembrar que o incentivo à vacinação deve ser constante e não somente em períodos de epidemia. Estar com a carteira de vacinação em dia é essencial para manter a proteção contra as doenças. Não se pode deixar que o próprio sucesso das políticas de vacinação no Brasil do passado, seja fator contribuinte para a redução do estado de alerta das pessoas em relação a algumas doenças.
É imperativo não se descuidar por acreditar que essas enfermidades são inofensivas ou simplesmente não existem mais, apenas porque muitos não viveram os tempos trágicos de epidemias, sequelas e mortes que a maioria delas deixaram a sua marca. Essa sensação falsa de que o Brasil está livre das ameaças do passado, e de que a vacinação é uma perda de tempo, é um agente que contribui para a volta de doenças que já estiveram controladas. Pesquise, fique atento e vacine-se já.
Por Rafael Duarte Casemiro
Os esportes eletrônicos, ou somente E-sports, como é conhecido internacionalmente, vem crescendo constantemente no mundo. O Brasil é o País onde este crescimento se evidencia mais, com novas equipes sendo formadas, eventos internacionais sendo sediados no país, e novos jogadores que surgem. Um exemplo do crescimento dos esportes eletrônicos no Brasil é Felipe “SkuLLz” Medeiros. O jogador da Pain Gaming de apenas 20 anos é tratado nacionalmente e internacionalmente como uma das grandes revelações do Counter Strike.
O jovem jogador começou sua carreira em 2019, com apenas 17 anos, porém o CS, como o jogo é mundialmente conhecido, entrou na sua vida em 2014; “Comecei jogando com amigos do colégio, era só uma brincadeira.” Se destacando desde o começo nas partidas online, SkuLLz, foi convidado a integrar a equipe da WePlayGames, em março de 2019. “Esse primeiro contrato profissional foi um choque de realidade, a coisa está começando a ficar séria. Também não tinha total apoio dos meus pais, isso dificultou bastante.” Ele conta que o começo foi difícil, que não recebia um bom salário, não tinha muita projeção nacional e muito menos internacional. Restava a ele jogar bem para sair daquela situação.
Depois da passagem de sucesso pela WePlayGames, apesar do pouco tempo e não conquistar nenhum título, SkuLLz se transferiu para a W7M no mesmo ano, onde alcançou destaque nacional, conquistando um segundo lugar na Brasil Game Cup, e garantindo o título da CLUTCH season 2, já em 2020.
Depois do sucesso nacional, era hora de fazer sucesso internacional. Por isso, SkuLLz tomou a decisão de se juntar a Team One, equipe brasileira que disputava campeonatos na América do Norte e ao redor do mundo. “Foi um passo muito importante para mim, estava crescendo dentro do cenário.” Entretanto a passagem pela Team One foi curta, apenas 6 meses. SkuLLz foi afastado da equipe por problemas psicológicos. “Foi o momento mais difícil da minha carreira, tomar a decisão de começar do zero, mas acho que acertei na minha escolha”. O jogador teve que retornar ao Brasil e praticamente recomeçar sua carreira, passando por times como Liberty e Oddik.
Felipe esteve vinculado a estes times durante a pandemia da Covid-19, porém, ao contrário do que se espera, o novo Corona Virus ajudou a alavancar a carreira do jogador; “Durante a pandemia, tivemos muitos campeonatos nacionais online, e isso, me ajudou muito, estar perto da minha família e amigos me ajudou a sair daquela situação nada agradável.”
Da Oddik, SkuLLz se transferiu para a Pain Gaming, uma das maiores organizações de esportes eletrônicos de todo o mundo, e lá alcançou seu ápice de desempenho, brigando pela vaga no campeonato mundial de CS, que está sendo realizado no Rio de Janeiro.
Por Lucas Rossi
Em 2020, o mundo foi afetado pela COVID-19. O que parecia ser uma simples gripe, se tornou uma doença de fácil transmissão e que levou cerca de 700 mil pessoas a óbito, apenas no Brasil. Devido ao coronavírus, a sociedade brasileira teve que mudar seus hábitos e se adaptar ao vírus.
Durante a paralisação, a maioria das escolas e trabalhos foram paralisados, e posteriormente transformados em home-office. No entanto, as instituições de ensino e o mercado de trabalho foram “pegos de surpresa” pelo vírus, portanto não estavam preparados para a mudança, do presencial para o virtual.
Nesse momento, diversas plataformas tecnológicas que eram pouco utilizadas até então, foram peça fundamental em auxiliar e facilitar as atividades on-line. Permitindo fazer reuniões, aulas, entregas de trabalhos e formulários, provas etc., apenas com o uso de um computador. Dessa maneira, é possível dizer que sistemas como Teams, Google Meet, Zoom, Discord, Moodle, entre outras, facilitaram em grandes aspectos a transição para o online.
Mesmo com o fim da quarentena, e a volta da vida cotidiana, diversas escolas e empresas, permanecem utilizando essas plataformas, mesclando o presencial com o home-office.
Na visão de Carolina Nabarro (50), juíza cível, essas plataformas não apenas facilitaram, mas foi o que possibilitou que o trabalho fosse feito à distância. Já que que as audiências não poderiam ser feitas presencialmente. Na opinião de Carolina, o poder Judiciário era muito refratário em relação ao trabalho em casa. Antes da pandemia todos os funcionários deveriam estar no fórum durante o horário do trabalho, mas a necessidade da paralisação permitiu que se percebesse que o trabalho de casa rendia mais do que o presencial. Além dos mais, os gastos com aluguel de espaços para os fóruns puderam ser reduzidos.
Com o retorno às atividades no fórum, ocorreram algumas mudanças, mas os funcionários continuam autorizados a trabalhar parte da semana em casa, com um revezamento entre todos os juízes para que todos os dias tenha algum juiz no fórum. Além disso, as audiências e atendimentos tem permissão para permanecerem virtuais, afirma a juíza.
Já na visão de Denise Luciana (49), professora universitária, a pandemia impactou fortemente na forma que ela realizava seu trabalho. Já que as aulas passaram a ser ministradas por meio de plataformas de videoconferências o que demandou novo aprendizado por parte do corpo docente sobre essas tecnologias, de como elas funcionam e como explorá-las para ministrar as aulas em ambiente virtual. Denise complementou que as estratégias de ensino, principalmente as de aprendizagem ativa, tiveram que ser repensadas e adaptadas para se adequarem e serem atrativas nesse novo ambiente.
A professora afirma, que após a volta das aulas presenciais, essas tecnologias continuam tendo grande importância, levando-se em conta que tais plataformas foram indispensáveis para que o ensino universitário (e o escolar) não fosse interrompido durante a pandemia.
Além do mais, muitas reuniões de colegiado (professores), reuniões de orientações a grupos de aluno, orientação de TCC´s, gravação de explicações ou resoluções de exercícios em forma de vídeo são realizadas de forma virtual após a Covid-19. Essas plataformas passaram a ser hubs digitais entre coordenadores, professores e alunos, facilitando a comunicação e o fluxo do trabalho no ambiente acadêmico e escolar, afirma Denise.
Durante a pandemia, uma geração de pessoas se formou no ensino médio, e adentraram nas universidades de maneira remota, em alguns casos inclusive, alunos ficaram entre 1 e 2 anos sem ter aulas presenciais em suas graduações. Dessa forma, muitos estudantes demoraram para conhecer seus colegas, e até mesmo o campus de suas faculdades.
Esse foi o caso de João Victor Tiusso, estudante de jornalismo e estagiário de uma empresa de comunicação. No momento, João possui aulas presenciais na universidade, mas trabalha “de casa” no seu emprego. Na visão do universitário, existem grandes diferenças entre as duas formas. João afirma que no estudo presencial, existe uma troca de ideias e experiências muito maior, o que não existe em mesmo grau no home-office. Além disso, consegue aprender mais nas aulas presenciais e ser mais ativo no ambiente universitário.
Questionado sobre a sua preferência, entre o sistema remoto e o físico, Tiusso afirmou que prefere o home-office, pois trabalha em um ambiente mais confortável (sua casa) e consegue otimizar melhor o seu tempo, principalmente por não precisar se deslocar. Além do mais, quando a demanda do trabalho está baixa, pode se dedicar a outras atividades do dia a dia, como fazer cursos, por exemplo.
Por outro lado, ter uma experiência de trabalho presencial é muito importante para o desenvolvimento da carreira, pois é uma oportunidade de conhecer melhor outras pessoas do seu meio e alinhar as ideias ao longo da jornada de trabalho. Além do fato de que cobrança é maior, a dinâmica entre a equipe é mais intensa e o trabalho em equipe é muito mais significativo, afirma João Victor.