Amassa. Amassa outro tanto, joga mais farinha, verifica a olho. Assim nasce um capeletti – libanês. A sopa "shishbarak" é típica do país e foi trazida ao Brasil por imigrantes, no século XX. Feita de coalhada de leite e capeletti recheado com carne e hortelã, seu sabor é uma mistura entre o remanescente azedo do iogurte, do frescor do hortelã e sal da carne. Apesar da combinação exótica aos paladares mais tropicais, preparar a Shishbarak é um convite a observar o tempo da transformação dos ingredientes em um alimento carregado de identidade.
Higienópolis, um bairro tradicional de São Paulo, nasceu no final do século 19 como um loteamento de luxo para a elite paulistana. Antes disso, suas terras já eram reconhecidas desde o século 16, inicialmente ocupadas pelos jesuítas e posteriormente pela aristocracia que construiu suas chácaras no século 18.
Com o crescimento da cidade impulsionado pelo êxodo rural e o Ciclo do Café, empresários alemães como Bouchard e Nothmann desenvolveram o Boulevard Bouchard em 1893, dividindo o bairro em Higienópolis 1 e 2 com lotes espaçosos. Ruas importantes como a Avenida Angélica, a Rua Maria Antônia e a Rua Dona Veridiana foram nomeadas em homenagem a figuras da aristocracia local.
O bairro destacou-se desde o início pela modernidade de sua infraestrutura, incluindo saneamento avançado que mitigava os riscos de epidemias e alagamentos. Atraindo a elite do café, empresários e profissionais liberais, Higienópolis testemunhou a migração devido à epidemia de febre amarela em Campinas, consolidando-se como um refúgio seguro e sofisticado. Palacetes deram lugar a edifícios residenciais, mas Higienópolis manteve seu charme e sofisticação, preservando sua história em cada esquina. Hoje, a mescla de arquitetura histórica e moderna continua a atrair residentes e visitantes, testemunhando o contínuo dinamismo e evolução deste icônico bairro paulistano.
No coração do CEAGESP, onde barracas movimentadas se misturam a barracas coloridas, encontramos os verdadeiros heróis do espetáculo: os donos das barracas. Esses trabalhadores incansáveis são responsáveis por levar frutas, vegetais e outros produtos frescos à nossa mesa todos os dias.
A rotina diária dessa galera começa muito antes do nascer do sol. Enquanto a maioria de nós ainda dorme, eles já selecionaram os melhores produtos, organizaram suas barracas e se preparam para receber os clientes. O trabalho é árduo e exige muita dedicação. Cada barraca tem sua própria história. Alguns dos feirantes são da terceira geração que trabalha na CEAGESP. As negociações baseiam-se na confiança mútua e envolvem frequentemente a troca de receitas e dicas de culinária.
Esses trabalhadores enfrentam desafios diários. O clima, por exemplo, pode ser implacável. Chuva, sol forte ou ventos fortes não impedem que eles estejam lá, cuidando de suas bancas. Além disso, a concorrência é acirrada. Cada centavo conta, e eles precisam encontrar formas criativas de atrair os clientes. Apesar de todas as dificuldades, eles têm orgulho do que fazem. Eles sabem que estão fornecendo alimentos frescos e saudáveis para as famílias da região.
Então, da próxima vez que você visitar a CEAGESP, lembre-se de olhar além das frutas e legumes. Conheça os rostos por trás das bancas e agradeça aos feirantes por seu trabalho incansável.
Entrevistas:
Há mais de três décadas, Bras de 53 anos nascido em Minas Gerais, trabalha incansavelmente como feirante no CEAGESP, o maior entreposto de alimentos da América Latina. Nessa entrevista, ele compartilhou sua experiência e visão sobre essa profissão vital para a cidade de São Paulo.
0. Há quanto tempo você trabalha nessa área? Resposta: Há 32 anos
1. Como você descreveria a sua rotina diária de trabalho no CEAGESP? Resposta: Minha rotina é baseada em uma combinação de interação com o público e negociações. Eu adoro o contato direto com os clientes e a oportunidade de vender produtos frescos.
2. Quais desafios você enfrenta como feirante no mercado? Resposta: A concorrência é um desafio constante. Eu e meus colegas precisamos encontrar maneiras criativas de atrair clientes e manter preços acessíveis. Afinal, o CEAGESP é um caldeirão de opções, e os feirantes precisam se destacar.
3. Qual é a sua relação com os clientes e como você lida com as negociações? Resposta: Muito boa! Os clientes são muito bons, as vendas tem uns chatos, mas nem Jesus agradou todo mundo. A gente precisa do cliente então faz parte da nossa profissão.
5. Como você vê a importância do CEAGESP para a comunidade local e para a cidade de São Paulo? Resposta: É um centro vital para a cidade. Ele destaca a variedade de produtos disponíveis e a importância de atender à classe média e à população que depende dessas feiras.
Com apenas 16 anos, Carol já tem um ano de experiência como feirante no CEAGESP. Apesar de não ser sua paixão, ela encara o trabalho como uma forma de ajudar sua família.
0. Há quanto tempo você trabalha nessa área? Resposta: Há um ano mais ou menos. Minha motivação é clara: apoiar sua família, mesmo que o trabalho não seja sua primeira escolha.
1. Como você descreveria a sua rotina diária de trabalho no CEAGESP? Resposta: Eu acordo cedo, ajudo a preparar os produtos e montar a barraca.
2. Quais desafios você enfrenta como feirante no mercado? Resposta: Acho que a concorrência.
3. Qual é a sua relação com os clientes e como você lida com as negociações? Resposta: Eu tenho uma abordagem tranquila ao lidar com os clientes. Sei que, às vezes, pode ser desafiador, mas mantém a paciência e o profissionalismo.
4. De onde você é e como è seu trajeto até a CEAGESP? Resposta: Eu moro na zona leste, eu venho junto com a minha família aos fins de semana.
Conheça o ceagesp, um dos maiores centros de distribuição de alimentos da América Latina, abastecendo São Paulo e além! Com mais de 700 mil metros quadrados, este mercado movimenta incríveis 250 mil toneladas de produtos frescos todos os meses. Neste vídeo, vamos conhecer a história de Maria, uma dedicada trabalhadora que faz parte desta incrível jornada há 15 anos, trazendo flores e plantas frescas para nossas casas, trabalhos e cidade.