Espaço onde cada disco conta uma história e a música ganha nova vida
por
Catharina Morais
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12/11/2024 - 12h

Todo mês, o mesmo ritual se repete. E desta vez, em novembro, o dia nasceu com um tom indefinido, entre o azul e o cinza, parecendo refletir o ritmo intenso de São Paulo. Logo ao sair da Estação Anhangabaú, atravessando o caos das ruas do centro, entre Sete de Abril e a Barão de Itapetininga, encontra-se o refúgio secreto da cidade — a Galeria Nova Barão. Para quem passa rápido, desatento, talvez o lugar pareça apenas mais uma galeria comercial. Mas para quem sabe onde olhar, ali, nas sombras dos corredores ao ar livre, se encontra um verdadeiro templo para os apaixonados por vinil. 

 


  

Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais
                            Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais

 


Sua história começa no ano de 1964, idealizado como um espaço voltado à venda de pedras preciosas e serviços de cabeleireiro. Mas, nos anos 1990, a galeria passou por uma metamorfose silenciosa. As vitrines, antes dedicadas a penteados, começaram a exibir pilhas de discos de vinil, trazendo com elas um novo tipo de visitante — não mais ávidos consumidores de mercadorias capilares e exoticamente, de pedras, mas curiosos em busca de experiências que o digital jamais conseguiria imitar. 


  

Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais
                       Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais

 


Hoje, os mais de 20 estabelecimentos da galeria abrigam um acervo vasto e eclético, do jazz ao rock, passando por raridades que podem valer verdadeiras fortunas. E embora haja um canto reservado para lançamentos mais recentes, o verdadeiro espírito do lugar permanece fiel ao passado. Como um santuário, onde os LPs, fitas e CDs são contemplados verdadeiras raridades. Entre as lojas que compõem esse pequeno universo, a Sonzera Records é uma joia. Sob as luzes azul neon, Luciano Sorrentino, o dono, percorre feiras e eventos em busca de preciosidades de MPB, jazz, soul, metal e rock. Em 2018, trouxe a loja para a galeria, criando um refúgio onde os fãs podem garimpar discos, singles, cassetes e CDs selecionados a dedo.


  

Loja Sonzera Records - por Catharina Morais
                    Loja Sonzera Records - por Catharina Morais


Ali, à direita da escada rolante, destaca-se a Locomotiva Discos. Toda em tons de vermelho vibrante, ela traz um ar moderno, com um catálogo cheio de raridades que chegam a ultrapassar os R$3 mil, mantendo vivo o espírito de troca e a paixão pela música. Cada uma das 23 lojas da galeria possui seu próprio charme, peculiaridades, oferecendo desde discos raros até clássicos eternos, mas todas com um mesmo propósito: preservar a essência do vinil e conectar gerações através da música.


  

Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais
                              Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais


Como um arqueólogo sonoro, você percorre os vinis que já passaram por tantas mãos, cada um carregando uma melodia que desafia o tempo. Caminhando pelas curvas da galeria, é possível sentir que cada canto guarda algo a mais: uma memória, um eco de uma época que nunca se apagou completamente.


  

Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais
                      Loja Baú dos Discos - por Catharina Morais


A Galeria Nova Barão pulsa musicalidade. Depois de uma visita, é difícil não sair com uma vitrola, um disco, ou com a vontade de começar uma coleção. Assim nasce um  próprio ritual mensal. Em um mundo cada vez mais digital, a galeria resiste como um espaço onde o vinil não é apenas um disco à venda, mas um pedaço de história cultural. Um local que, através das gerações, mantém  viva a chama da música, sendo um verdadeiro refúgio dos vinis e impossível de se apagar.

Símbolo brasileiro, a Aldeia, hoje, faz parte do roteiro de visitas na cidade de Carapicuíba
por
Maria Clara Magalhães
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02/07/2024 - 12h

Ponto turístico do município de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, a Aldeia foi construída pelo Padre José de Anchieta, ao lado de mais doze aldeias, na intenção de catequizar e proteger os índios da escravidão. Construída em 1580, é a única unidade ainda preservada, já que é de difícil acesso.

Hoje, a Aldeia de Carapicuíba é parte do patrimônio nacional e roteiro de visitas da cidade. Os moradores da região ainda costumam frequentar os comércios, as feiras e o tempo livre que o ambiente oferece. O local é símbolo de uma memória que resgata na história do Brasil a dizimação indígena, marcada pela conquista dos brancos.
 

Fechadura
Fechadura da porta das casas construídas na Aldeia de Carapicuíba. Foto: Maria Clara Magalhães
Homem em frente a placa "nossa história"
Damião de Jesus Machado, morador de Carapicuíba há 38 anos, em frente a uma casa da Aldeia, com uma placa que diz: "nossa história". Foto: Maria Clara Magalhães
casas
Arquitetura das construções na Aldeia de Carapicuíba, vista de um vão dos bancos presentes na praça do local. Foto: Maria Clara Magalhães
homem andando
Morador de Carapicuíba visitando os entornos da Aldeia. Foto: Maria Clara Magalhães
carro
Cadillac enferrujado estacionado na Aldeia de Carapicuíba. Foto: Maria Clara Magalhães

 

Documentário fotográfico reúne imagens do distrito policial que foi centro de tortura e terror durante a Ditadura Militar, hoje, espaço de luta, conhecimento e preservação da memória.
por
Geovana Bosak
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29/06/2024 - 12h

Durante os anos sombrios da Ditadura Militar que ocorreu no Brasil após o Golpe de 1964, funcionou em São Paulo, na Rua Tutóia n° 921, a Operação Bandeirantes (Oban), criada pelo Exército para interrogar e combater os ditos "inimigos internos" que supostamente ameaçavam a segurança nacional. Sob o comando dessa operação, o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-Codi, foi estabelecido como um dos principais órgãos de repressão política, sendo um espaço de tortura, assassinato e desaparecimento de perseguidos políticos.

O DOI-Codi de São Paulo funcionou como um dos centros mais ativos de tortura e assassinato no Brasil durante os anos de repressão. Comandado pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, passaram pelo local mais de dois mil presos, entre eles o jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura torturado e assassinado nas dependências do DOI-Codi SP em 1975. 
Após sua desativação no início da década de 1980, o local continua a abrigar uma delegacia. Em 2014, o complexo foi tombado pelo CONDEPHAAT e, em 2017, pelo CONPRESP, para a criação de um centro de memória aberto à visitação pública. Atualmente, são realizadas diversas atividades no local, organizadas pelo Núcleo Memória, como o Ato Unificado Ditadura Nunca Mais e as visitas mediadas para todos os interessados em temas ligados aos direitos humanos. 

Essas atividades são importantes para conhecer o passado, entender o presente e valorizar cada vez mais a democracia e o respeito aos direitos humanos. 

Veja o documentário fotográfico sobre o antigo DOI-Codi SP, realizada durante a visita mediada organizada pelo Núcleo Memória, com a presença e o depoimento de Maurice Puliti e Amelinha Tales, ex-presos políticos torturados no local. 

 

 

 

O mercado de flores da Av. Dr. Arnaldo na região central da cidade de SP.
por
Julia Barbosa
Maria Clara Magalhães
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25/06/2024 - 12h

Ensaio fotográfico na Av. Dr Arnaldo registra “Flores: das bancas ao cemitério”. Flores trazem vida e no cemitério servem de homenagem, como um gesto de quem fica, para quem está ou para quem foi. Confira!

 

Thrash Metal: o estilo rebelde e o desejo de desafiar as normas estabelecidas
por
Beatriz Alencar
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25/06/2024 - 12h

A cultura underground é aquela que se opõe a cultura pop e as demais disseminadas pela grande mídia. Esse estilo influenciou e foi influenciado pelos movimentos góticos, new wave, rap e heavy metal. Incluindo todos esses, temos o Thrash Metal, caracterizado pelas notas brutas e rápidas.

Neste foto documentário, você poderá acompanhar ensaios de bandas de Thrash metal e Metal Punk.

Desde a primeira menção do ato em lei, até os dias atuais, poucas mudanças aconteceram. A luta pela legalização do aborto permeia pelas ruas.
por
Gabriela Jacometto
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25/06/2024 - 12h
Em cozinha de família libanesa, o ensaio fotográfico investiga o longo e afetivo processo que mantém tradições e identidades vivas
por
Fernanda Pradella Travaglini
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24/06/2024 - 12h

Amassa. Amassa outro tanto, joga mais farinha, verifica a olho. Assim nasce um capeletti – libanês. A sopa "shishbarak" é típica do país e foi trazida ao Brasil por imigrantes, no século XX. Feita de coalhada de leite e capeletti recheado com carne e hortelã, seu sabor é uma mistura entre o remanescente azedo do iogurte, do frescor do hortelã e sal da carne. Apesar da combinação exótica aos paladares mais tropicais, preparar a Shishbarak é um convite a observar o tempo da transformação dos ingredientes em um alimento carregado de identidade. 

Descubra um pouca da arquitetura e história de um dos bairros mais antigos de São Paulo.
por
ANA CATARINA GROKE
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24/06/2024 - 12h

Higienópolis, um bairro tradicional de São Paulo, nasceu no final do século 19 como um loteamento de luxo para a elite paulistana. Antes disso, suas terras já eram reconhecidas desde o século 16, inicialmente ocupadas pelos jesuítas e posteriormente pela aristocracia que construiu suas chácaras no século 18.

Com o crescimento da cidade impulsionado pelo êxodo rural e o Ciclo do Café, empresários alemães como Bouchard e Nothmann desenvolveram o Boulevard Bouchard em 1893, dividindo o bairro em Higienópolis 1 e 2 com lotes espaçosos. Ruas importantes como a Avenida Angélica, a Rua Maria Antônia e a Rua Dona Veridiana foram nomeadas em homenagem a figuras da aristocracia local.

O bairro destacou-se desde o início pela modernidade de sua infraestrutura, incluindo saneamento avançado que mitigava os riscos de epidemias e alagamentos. Atraindo a elite do café, empresários e profissionais liberais, Higienópolis testemunhou a migração devido à epidemia de febre amarela em Campinas, consolidando-se como um refúgio seguro e sofisticado. Palacetes deram lugar a edifícios residenciais, mas Higienópolis manteve seu charme e sofisticação, preservando sua história em cada esquina. Hoje, a mescla de arquitetura histórica e moderna continua a atrair residentes e visitantes, testemunhando o contínuo dinamismo e evolução deste icônico bairro paulistano.

O bairro já passou por muitos nomes, o nome atual passou por uma mudança de grafia. - Foto: Ana Catarina Groke
O bairro já passou por muitos nomes, o nome atual passou por uma mudança de grafia. - Foto: Ana Catarina Groke
Fotografia tirada um século atrás do principal cruzamento do bairro, localizado entre as avenidas Angélica e Higienópolis. - Foto: desconhecido.
Fotografia tirada um século atrás do principal cruzamento do bairro, localizado entre as avenidas Angélica e Higienópolis. - Foto: desconhecido.
O mesmo cruzamento da foto acima atualmente, mostrando a conservação da casa de esquina.- Foto: Ana Catarina Groke.
O mesmo cruzamento da foto acima atualmente, mostrando a conservação da casa de esquina.- Foto: Ana Catarina Groke.
Casarão localizado na rua Itacolomi, construído em 1923.- Foto: desconhecido.
Casarão localizado na rua Itacolomi, construído em 1923.- Foto: desconhecido.
Casarão na Rua Itacolomi atualmente passa por uma renovação com a promessa de virar um ponto comercial. - Foto: Ana Catarina Groke.
Casarão na Rua Itacolomi atualmente passa por uma renovação com a promessa de virar um ponto comercial. - Foto: Ana Catarina Groke.
Crianças brincando na fonte do Parque Buenos Aires, um dos principais locais do bairro em seu começo. - Foto: desconhecido.
Crianças brincando na fonte do Parque Buenos Aires, um dos principais locais do bairro em seu começo. - Foto: desconhecido 
Após alguns anos fechada, a fonte passou por 4 reformas e hoje funciona normalmente. - Foto: Ana Catarina Groke.
Após alguns anos fechada, a fonte passou por 4 reformas e hoje funciona normalmente. - Foto: Ana Catarina Groke.
O prédio que hoje abriga a Consagração das Irmãs de Santa Zita, localizado na av. Higienópolis, já teve várias funções. O edifício já foi sede da Pontificia Universidade Católica de São Paulo. - Foto: Ana Catarina Groke
O prédio que hoje abriga a Consagração das Irmãs de Santa Zita, localizado na av. Higienópolis, já teve várias funções. O edifício já foi sede da Pontificia Universidade Católica de São Paulo. - Foto: Ana Catarina Groke 

 

Histórias e desafios dos feirantes da CEAGESP: Conheça os rostos por trás das bancas
por
Daniela Martinho
Carolina Almeida
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24/06/2024 - 12h

 No coração do CEAGESP, onde barracas movimentadas se misturam a barracas coloridas, encontramos os verdadeiros heróis do espetáculo: os donos das barracas. Esses trabalhadores incansáveis ​​são responsáveis ​​por levar frutas, vegetais e outros produtos frescos à nossa mesa todos os dias.

 A rotina diária dessa galera começa muito antes do nascer do sol. Enquanto a maioria de nós ainda dorme, eles já selecionaram os melhores produtos, organizaram suas barracas e se preparam para receber os clientes. O trabalho é árduo e exige muita dedicação. Cada barraca tem sua própria história. Alguns dos feirantes são da terceira geração que trabalha na CEAGESP. As negociações baseiam-se na confiança mútua e envolvem frequentemente a troca de receitas e dicas de culinária.

 Esses trabalhadores enfrentam desafios diários. O clima, por exemplo, pode ser implacável. Chuva, sol forte ou ventos fortes não impedem que eles estejam lá, cuidando de suas bancas. Além disso, a concorrência é acirrada. Cada centavo conta, e eles precisam encontrar formas criativas de atrair os clientes. Apesar de todas as dificuldades, eles  têm orgulho do que fazem. Eles sabem que estão fornecendo alimentos frescos e saudáveis para as famílias da região. 

Então, da próxima vez que você visitar a CEAGESP, lembre-se de olhar além das frutas e legumes. Conheça os rostos por trás das bancas e agradeça aos feirantes por seu trabalho incansável.

 

Entrevistas: 

Há mais de três décadas, Bras de 53 anos nascido em Minas Gerais, trabalha incansavelmente como feirante no CEAGESP, o maior entreposto de alimentos da América Latina. Nessa entrevista, ele compartilhou sua experiência e visão sobre essa profissão vital para a cidade de São Paulo.

0. Há quanto tempo você trabalha nessa área? Resposta: Há 32 anos

1. Como você descreveria a sua rotina diária de trabalho no CEAGESP? Resposta:  Minha rotina é baseada em uma combinação de interação com o público e negociações. Eu adoro o contato direto com os clientes e a oportunidade de vender produtos frescos.

2. Quais desafios você enfrenta como feirante no mercado? Resposta: A concorrência é um desafio constante. Eu e meus colegas precisamos encontrar maneiras criativas de atrair clientes e manter preços acessíveis. Afinal, o CEAGESP é um caldeirão de opções, e os feirantes precisam se destacar.

3. Qual é a sua relação com os clientes e como você lida com as negociações? Resposta: Muito boa! Os clientes são muito bons, as vendas tem uns chatos, mas nem Jesus agradou todo mundo. A gente precisa do cliente então faz parte da nossa profissão. 

5. Como você vê a importância do CEAGESP para a comunidade local e para a cidade de São Paulo? Resposta:  É um centro vital para a cidade. Ele destaca a variedade de produtos disponíveis e a importância de atender à classe média e à população que depende dessas feiras.

 

Com apenas 16 anos, Carol já tem um ano de experiência como feirante no CEAGESP. Apesar de não ser sua paixão, ela encara o trabalho como uma forma de ajudar sua família.

0. Há quanto tempo você trabalha nessa área? Resposta: Há um ano mais ou menos. Minha motivação é clara: apoiar sua família, mesmo que o trabalho não seja sua primeira escolha.

1. Como você descreveria a sua rotina diária de trabalho no CEAGESP? Resposta: Eu  acordo cedo, ajudo a preparar os produtos e montar a barraca. 

2. Quais desafios você enfrenta como feirante no mercado? Resposta:  Acho que a concorrência. 

3. Qual é a sua relação com os clientes e como você lida com as negociações? Resposta: Eu  tenho uma abordagem tranquila ao lidar com os clientes. Sei que, às vezes, pode ser desafiador, mas mantém a paciência e o profissionalismo.

4. De onde você é e como è seu trajeto até a CEAGESP? Resposta: Eu moro na zona leste, eu venho  junto com a minha família aos fins de semana. 

 

 

 

Conheça uma das pessoas por trás do maior mercado de flores da América Latina
por
Helena Maluf
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24/06/2024 - 12h

Conheça o ceagesp, um dos maiores centros de distribuição de alimentos da América Latina, abastecendo São Paulo e além! Com mais de 700 mil metros quadrados, este mercado movimenta incríveis 250 mil toneladas de produtos frescos todos os meses. Neste vídeo, vamos conhecer a história de Maria, uma dedicada trabalhadora que faz parte desta incrível jornada há 15 anos, trazendo flores e plantas frescas para nossas casas, trabalhos e cidade.